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administração Prof. Rafael Ravazolo AULA 01

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Prof. Rafael Ravazolo

AULA 01

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Administração

AULA 1 – PARTE 1

INTRODUÇÃO

Boa noite, futuros servidores do Ministério Público da União! Para quem não me conhece ain-da, sou o professor Rafael Ravazolo, professor de administração exclusivo da Casa do Concur-seiro, vocês só me encontram aqui. O concurso do MPU eu acho que foi um dos primeiros cursos que dei na Casa, lá em 2013, alguma coisa assim (a prova foi em 2013). Então lá por 2011, 2012 foi um dos primeiros cursos que dei, que foi o do MPU, tenho muito carinho por esse curso. Por que? quando cheguei na prova achei maravilhoso (vocês vão ver minha análise da prova daqui a pouco) a quantidade de questões que caíram na prova a galera ficou assim (expressão de pavor) né. Então, a partir daí, administração tem sido cada vez mais privilegiada e a galera se assusta e se apavora “ai, meu deus, eu não entendo, não consigo entender porque um autor diz isso, outro diz aquilo e a banca diz isso, outra banca diz aquilo”. Ótimo! Ótimo que aconteça isso, sabe por quê? Porque pra quem não sabe estudar vai continuar perdido, e é a concorrência de vocês. E vocês aqui vão entender como se estuda administração e como se estuda com foco na banca. Não se estuda administração genericamente, para concurso. Porquê cada banca tem seus autores prediletos, a sua forma de perguntar e a sua forma de entender. Tu pode pegar Cespe e FCC perguntando o mesmo assunto e as respostas vão ser diferentes, porque os autores que elas pegam são diferentes. Ok? A administração tem essa característica, outras matérias têm essa característica… Lei não tem isso, a não ser que tu pegue alguma juris-prudência absurda, alguma coisa assim né, pode acontecer isso. Mas se tu pega a letra da lei, é a letra da lei. Agora administração tu não tem a letra da administração. Tu tem teorias e visões de autores e aí tem que saber qual autor que a banca usa, porque que ela cobra aquilo. E esse é um papel que não é de vocês. A minha crença como professor é de que esse é um papel meu. Eu tenho que fazer essa análise e dar para vocês pronto, para vocês saber o que estudar, o que focar, para não ficar perdidos. Porque aí vocês viram a apostila e a apostila tem 378 páginas, 388 páginas. E aí eu já respondo uma dúvida que sempre surge no fórum. Pessoal chega lá no fórum e pergunta o seguinte: – Professor, que livro eu tenho que comprar para complemen-tar os estudos de administração do MPU? Eu falo: – O livro? Não, tu vai ter que comprar uns 20 livros, porque esse edital aqui cobra administração geral, administração pública, gestão de pessoas, gestão de materiais. Só de gestão de materiais o Cespe usa 4 livros; de administração geral ele usa principalmente Chiavenato e Maximiano, mais 2 livros; gestão de pessoas ele usa 2 livros do chiavenato, o do Stephen Robbins de comportamento organizacional, na parte de cultura clima... e mais alguns outros ali que ele tem usado nos últimos 2 anos. Então só tu pegar essa brincadeira já são aí uns 10 livros, cada livro com umas 600, 700 páginas, alguém vai que-rer comprar? Não! E agora vocês entenderam porque a apostila tem esse tamanho, porque eu fiz esse trabalho para vocês. Eu tenho os livros, eu passo para a apostila o que os livros dizem.

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Professor de concurso não pode ficar inventando “aí, o jeito Ravazolo de escrever”. Não! Não é o que vai aparecer na prova, o que vai aparecer na prova é o que o autor do livro que a banca usa diz. Então, tudo o que eu to dizendo aqui é para administração, tá?

Então o trabalho de vocês basicamente é, se gostarem da lógica da minha aula, tá, acompa-nharem as aulas e entenderem esse método, que administração tu aprende olhando a matéria e fazendo muita questão com foco na banca! Quando forem selecionar questões, não adianta pegar questões da Esaf, da FCC, da Fundatec, vocês vão estar jogando o tempo de vocês fora!

Então, esse é o edital:

Todo? Não! Metade dele. Aqui está a parte do edital de administração geral e gestão de pesso-as, ta? Vamos seguir mais ou menos essa ordem. Ah, detalhe importante: a apostila de vocês só tem isso aqui, tá? Não tem gestão de materiais, vai vir uma segunda apostila para a gestão de materiais. Por quê? Porque eu to atualizando os meus materiais com base nas questões e todo ano eu faço isso de atualizar com base nos últimos dois anos.

Então: abordagem clássica, burocrática e sistêmica são teorias de administração geral, privada. Depois a gente entra na parte de administração pública da evolução do Estado Brasileiro, que fala de patrimonialismo, burocracia, modelo gerencial. Depois a gente volta para a parte de ad-ministração privada, que fala as clássicas funções da administração… quem foi meu aluno sabe né, planejar, organizar, dirigir e controlar; falaremos de estrutura organizacional e por aí vai e depois eles misturaram, colocaram cultura, cultura na verdade é gestão de pessoas, mas eles colocaram em administração geral, não importa… a gente vai falar no contexto de gestão de pessoas. Depois entra gestão de pessoas aqui ó, a parte de comportamento organizacional, que a gente vai abordar cultura, motivação e liderança, gestão do desempenho e aí ele retoma a parte de administração geral falando de gestão da qualidade: histórico de gestão da qualidade, principais autores de gestão da qualidade e aí gestão de processos, que o Cespe adora cobrar. Na última prova foi bem amplo, ele chutou para tudo quanto é lado das matérias, ele pegou um

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pouco de cada um, não teve nenhum desses tópicos principais (1, 2, 3, 4, 5) que não tenha sido abordado, ele abordou todos na última prova. E é uma tendência do Cespe, tá, não só na prova do MPU obviamente, mas em todas as provas tentar ser abrangente, cobrir todo o edital.

Depois, a segunda apostila de vocês vai ser a de gestão de materiais. Basicamente isso aqui é tudo de gestão de materiais, é um livro inteiro de gestão de materiais:

Falaremos. Isso aqui vai dar umas 4, 5 aulas para a gente falar de tudo isso. Vão ser as 4,5 últi-mas aulas essa parte de administração de materiais, então a apostila vai ser menor também, não se preocupem.

Pois bem, aqui é para ter noção da última prova: 120 questões; dessas 120, 27 foram de admi-nistração: 11 de administração geral, 4 de gestão de pessoas e 12 de administração de materiais. Eles chutaram o balde em administração de materiais, de vez em quando acontece isso, não que isso sempre vai ser assim. Não foquem os estudos em administração de materiais só porque isso aconteceu. Na minha análise de outras provas eu percebo que tem uma variação disso, tem ou-tras provas que isso se inverte. Nesse ponto não tem como dizer qual vai ser o foco.

E aqui para vocês terem noção do jeito Cespe de perguntar:

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Como o Cespe pergunta? Pode ser uma frasesinha, curtinha, que às vezes é ridícula de fácil, tu nem acredita de tão fácil que é, aí o pessoal pensa que é pegadinha. Então tem algumas curtas, outras mais longas. As mais longas te matam pelo cansaço. Aí o Cespe tem aquela característica de colocar uns “não” né, “porque isso não, nunca, não faz…” aí nega a negação, aí já deu um nó na cabeça e a pessoa desce da cadeira e deita em uma posição fetal e começa a chorar no meio da prova. Mas, isso não é problema de administração, isso é problema de língua portuguesa, interpretação de texto.

Eu estava conversando com um amigo meu ontem até sobre isso, daí – eu já tinha essa noção né de que muitas das pessoas que começam no mundo do concurso na verdade elas demoram a aprender certas matérias porque elas não têm a linguagem básica da matéria ainda domina-da, não são palavras que elas usam no dia a dia. Então muito da demora em aprender e engre-nar numa matéria nova advém do problema de que tu não conhece a linguagem, tu não conhe-ce simplesmente as palavras, não são do teu dia a dia. O professor fala a palavra e tu bloqueia para pensar nela; e aí no momento em que tu bloqueia o teu cérebro para pensar nessa palavra tu já perdeu todo o resto da frase do professor. Quando é da tua linguagem, tu tá sempre “pá pá pá” pegando o raciocínio do professor. Quem aqui é formado em direito, o pessoal vai para a aula do André, bah, iniciante quando pega a aula do André os caras ficam assim: “putz”, o André vai lá para o artigo 500, volta para o artigo 1, vai para o artigo 5.000, volta para o artigo -12, né, ele faz uns negócio assim que é muito legal, mas é bom que tu tenha uma noção prévia do que tá acontecendo. Quem geralmente tá no inicio, às vezes fica perdido na aula do andré. Em compensação, se tu perguntar para qualquer pessoa que tem uma noção de direito consti-tucional, as pessoas saem apaixonadas pela aula do André Vieira. Por quê? Porque ele explica de um jeito que se tu já tem uma base, ele simplifica de uma forma absurda. Só que tu tem que ter uma base. E administração exige essa base também, administração é importante por causa disso. Então, quando fala assim ó: modelo patrimonialista... Quem conhece a palavra pa-trimonialista? Tem que saber o significado para responder essa questão, tem que saber o que significa um modelo burocrático, um modelo gerencial. E dentro de administração o modelo gerencial tem uns 15 significados diferentes. Então muitas vezes a dificuldade que a pessoa tem não é de administração, de direito, de matemática, é de linguagem da matéria. Então o que eu sempre digo é: como qualquer língua que você aprendeu na sua vida, no caso vocês todos aprenderam português, vocês não aprendera falando e não foi de um dia pro outro; isso as vezes demora um pouco de tempo insistindo; lendo, leia o texto; releia o texto; reflita sobre o texto; o teu cérebro vai assimilar; e, um belo dia, tu vai estar em modo automático, tu nao vai mais bloquear nas palavras, tu vai acompanhar o professor no raciocínio. Então a primeira dica que eu dou pra vocês antes de começar essa aula é isso: não se assustem se ao final dessa aula voces pensarem assim “ta, eu não entendi direito essa palavra”, faz parte para quem nunca es-tudou administração antes. Eu, no meu primeiro dia de faculdade, lá nos idos de 2012, olhei e disse “eu não entendi umas coisas, mas legal, gostei do que ele falou. Então, desde então tenho 16 anos de experiência falando essa linguagem, pra mim é fácil, pra quem é do ramo, é fácil. Agora, eu sou concursado, servidor eleitoral, faz 15 anos que eu não estudo para concurso di-reito administrativo, por exemplo. Eu só sei da prática do Tribunal, mas eu não estudo. Se vocês me perguntarem coisa que pra vcs é básico, eu não vou saber responder. ou seja, eu to melhor que vocês em administração, mas vocês estão anos luz na minha frente em outras matérias. E é assim que funciona, o que a gente tenta fazer em um curso para concurso é equilibrar esses conhecimentos de voces, para voces chegarem na prova com todas essas linguagens em dia, para interpretar bem a questão é saber o que a banca pergunta e acertar.

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Então é esse o trabalho que nós teremos nessas nossas 22, 24 aulas. Na verdade, pode parecer muito, é muito, mas é necessário para adquirir linguagem e entender a lógica da banca para esse edital que é extremamente extenso. Combinado? vamos juntos?

Então tá aqui as questões, não vou dar resposta agora, era só para mostrar para vocês (ques-tões colacionadas acima). Querem que eu responda agora? Alguém quer arriscar agora uma questão aqui? “das reformas administrativas no brasil… ninguém sabe nada sobre as reformas? e essa questão tem uma pegadinha.. agora eu falei que tem pegadinha e a galera “opa, peraí, eu ia responder, nem vou mais…” Vamo lá: “as grandes reformas administrativas do estado bra-sileiro após, 1930…

Na verdade esses aqui são os 3 modelos de estado: patrimonialista, burocrático e gerencial. reforma só teve 2: a reforma burocrática, que acabou com o modelo patrimonialista e refor-ma gerencial. Então na verdade eles fizeram uma pegadinha misturando os 3 modelos com as reformas. Aqui não são 3 reformas, houve apenas 2 reformas, uma reforma é para criar algo novo né, então houve uma burocrática, para implementar o modelo burocrático, e acabar com o patrimonialismo e depois houve a reforma gerencial, para implantar o modelo gerencial e de alguma forma desburocratizar o país. Então essa era a pegadinha aqui.

Então a galera assistiu aqui 2 aulas sobre isso comigo, na qual eu insisti e garanto que teve gen-te que chegou na prova e se atirou na pegadinha, porque viu os 3 nomes. Só que os 3 nomes são os modelos; reforma só teve 2. Então esse tipo de pegadinha a Cespe faz de vez em quan-do, tem que ficar ligado.

Aqui é sobre processo organizacional. O controle, o que que é controle? É uma ferramenta que reúne e coordena recursos humanos, financeiros, para atender. é uma ferramenta que aloca re-curso. O controle aloca recursos? Quem é que aloca recursos? é uma questão sobre o processo organizacional.. o famoso “PODC” (planejar, organizar, dirigir e controlar). Ele tá dizendo que isso aqui é controlar.. isso aqui é controlar? Não, controlar é monitorar, isso aqui é montar uma estrutura organizacional e alocar recursos, isso aqui é organizar. Então na verdade a pegadinha é só essa palavra aqui (controle). Se ele botasse organizar estaria certo. Então é assim que a cespe faz, questão certa ele vai colocar conceito certo; questão errada ele vai inserir ou trocar uma palavra que vai tornar a questão errada. é com isso que vcs tem que estar treinados, é isso que a gente vai fazer aqui, treinar bastante questão para chegar com tudo na hora da prova, combinado?

Então, aqui um exemplo:

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...e aqui outro exemplo:

...mais da parte de administração de materiais e também aqui de administração geral, gestão da qualidade, etc. Só para mostrar como a banca cobra esse tipo de questão.

Aqui o edital fala (questão 94): gestão da qualidade, principais autores, bla,bla,bla. Ele cobrou um dos principais autores que é o Deming. O Deming é um cara que tem um negócio muito famoso que tem em qualquer livro de administração, que são os 14 princípios. E ele simplesmente pegou de lá, essa coisa que é muito conhecida que são os 14 princípios de Deming. Ele ta perguntando basicamente se isso aqui são os 14 princípios de deming. E quem assistiu minha aula sabia que o deming é a favor da qualidade ele é contra números, contra metas numéricas. Ele é a favor da qualidade e não da quantidade. Um dos princípios dele é esse, acabar com as metas numéricas, acabar com as metas numéricas. Ai tu lê o início da frase, “o modelo proposto por deming tem ênfase na administração por objetivos. Não, ele era contra a administração por objetivos, porque esses objetivos eram numéricos. Aí tu já matava a questão e ia para a próxima.

Não te preocupa, todas essas questões da prova anterior e das provas anteriores serão feitas ao lon-go dessas aulas, aí vocês irão responder, porque vcs saberão o que procurar.. o jeito que a banca per-gunta e ela se repete muitas vezes nas questões. Fechou? Então podemos começar a primeira parte.

ABORDAGENS CLÁSSICA, BUROCRÁTICA E SISTÊMICA

A primeira parte é essa: as teorias de administração que são a abordagem clássica, abordagem bu-rocrática e abordagem sistêmica. a teoria geral da administração tem, dependendo do autor, 9 ou 10 teorias, abordagens diferentes. Nesse edital ele cobra só 3 dessas teorias. se ele abordasse 9 ou 10 seria o livro inteiro do livro do chiavenato. aqui equivale a 3 capítulos do livro do maximiano. E esses dois autores são os principais autores usado pelo cespe nessa matéria. São esses 2 livros: In-trodução à Teoria Geral de Administração, do Chiavenato, e o livro de Teoria Geral da Administração do Maximiano. São os 2 principais autores quando se trata dessa matéria aqui no cespe.

Aí a primeira pergunta que vcs vão fazer pra mim é: “o que que é uma teoria de administração? pq que tem tanta teoria? quer dizer que quando tem tanta teoria as outras estão erradas?” Não. Uma teoria de administração, primeiro: adminsitração é uma ciência social aplicada – ciência social pq ela estuda um fenômeno da sociedade; aplicada pq ela se baseia nas coisas práticas, no pragmatismo, naquilo que ela acontece, mas é uma ciência. para ser uma ciência precisa ser coisas comprovadas, que tu possa repetir, etc, etc. Só que, pensa em uma sociedade, pensa em

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uma empresa. Existem duas empresas exatamente iguais? Não, são pessoas diferentes, contex-tos diferentes, tamanhos diferentes, não é tudo isso? Então obviamente tem coisas diferentes para eu abordar dentro da administração. eu tenho administração de recursos humanos, eu tenho administração de marketing, financeira, e pra tudo isso eu vou ter diferentes teorias, que abordam um pequeno pedaço disso e tentam explicar alguma coisa. Tá? então teoria é um con-junto de proposições, princípios e doutrina que procuram explicar uma certa realidade. como uma empresa é algo muito complexo, existem várias, então é natural que eu possua diferentes teorias tentando explicar diferentes aspectos desse relacionamento, de como as coisas funcio-nam na empresa. Então é por isso que existem diferentes teorias.

Um exemplo clássico: pega a administração. a administração como ciência. tu pode ter dentro da administração a gestão de pessoas, gestão de processos, gestão de projetos, gestão de materiais, gestão financeira, gestão de marketing, gestão da produção e vai embora… com diferentes aspectos a serem analisados. dentro de gestao de pessoas tu pode analisar uma parte mais operacional, que seria tu pegar ali o cadastro de pessoas, alguma coisa assim; tu pode pegar uma parte mais psicoló-gica, que é o chamado comportamento organizacional, que ta no edital de vcs, que é pura psicologia organizacional, que fala de cultura, clima, como as pessoas percebem, liderança, motivação e é ape-nas um dos ramos adotados dentro de gestão de pessoas. ai dentro de gestão de pessoas têm com-portamento organizacional e dentro de comportamento organizacional tu analisa motivação. Então essa arvorezinha tem diversas ramificações, e para cada ramo diversos autores abordando diversos aspectos. por isso iremos falar de muita teoria, diferentes teorias. Diferentemente de uma lei, que tem uma lei pronta, na administração tem teoria sobre diversos assuntos. Cada teoria enfatiza uma ou mais variáveis aqui dessa administração toda. qual é o meu papel? é pegar o edital, traduzir esse edital em termos de “ta, quando o edital dessa banca cobra isso, para onde ele vai jogar aqui den-tro? ai eu direciono para vcs”. E a maior dificuldade de vcs é saber o que estudar. Esse é o meu papel. Então o que montei no material é tudo baseado no edital e nas teorias que a banca cobra, pq tem teorias que o cespe simplesmente não cobra, então não vou falar delas para vcs, senão só vou estar aumentando o conteúdo inutilmente para vcs. Ta? Então essa é a lógica, isso é uma teoria de admi-nistração e por isso existem tantas teorias de administração e essas são as 3 abordagens, 3 escolas de administração que estão no edital de vocês, pelo menos nessa parte inicial: abordagem clássica, abordagem burocrática e abordagem sistêmica.

Abordagem clássica tem esse nome – sempre que aparecer a palavra clássica em administração é pq é algo muito antigo, clássico – tem esse nome clássico pq foi a primeira escola de adminis-tração da era moderna. primeira escola científica de administração foi essa. isso surgiu ali no final dos anos 1800 e início dos anos 1900. então administração é uma ciência bem recente. a abordagem clássica tem 2 principais autores. Já ouviram falar de Ford? Ford tá na abordagem clássica, mas não falo dele pq ele quase nunca cai. os 2 principais autores que caem são Taylor e Fayol, os chamados pais da administração moderna. um tem uma teoria chamada de teoria da administração científica e outra tem uma chamada teoria clássica.

Depois, abordagem burocrática: o principal autor cobrado pela banca quando ela fala de buro-cracia é o alemão chamado Max Weber. Weber não criou a burocracia, não inventou a burocra-cia, Weber era um sociólogo que estudou a burocracia. é o principal autor quando a gente fala de burocracia, era o principal autor quando se fala de burocracia, faleceu lá por 1920.

E depois a abordagem sistêmica, dentre essas 3, é a mais atual; é da década de 70 e tem esse nome porque ela busca enxergar as coisas de forma sistêmica. O que é ter uma visão sistêmica? é ter uma visão do todo, uma visão ampla das coisas. Então a abordagem sistêmica ela buscava ter uma visão do todo das coisas, uma visão mais ampla da administração.

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AULA 01 – PARTE 02

Por que que ela tinha esse nome? Esses caras aqui, o Taylor olhava só para as tarefas. Então, de toda a complexidade de uma empresa, o Taylor olhava apenas para as tarefas, a rotina de trabalho. Pessoas? Ele não tava nem aí, ele olhava para a organização das tarefas.

Fayol, de tudo que tem numa empresa, olhava apenas para a estrutura, tentava organizar a estrutura da organização, da empresa. Por que? Taylor acreditava que o segredo do sucesso era organizar as tarefas; Fayol acreditava que o segredo do sucesso era organizar a estrutura. E é para aí que as teorias de cada um vai.

Daí a abordagem burocrática também foca na estrutura; e a abordagem sistêmica foca no am-biente, ou seja, fora da organização, no ambiente, para ter a visão do todo. Certo? Então dessas aqui a única que olha para fora é a teoria de sistemas, as outras olham para dentro da organiza-ção, tarefas e estrutura. A sistemática é a única que olha para fora, para o ambiente. Como cada um denomina organização? Calma que isso aqui é só a visão do todo.

A abordagem clássica olha para a estrutura formal, né. Quando a gente fala de uma visão fecha-da, é porque esse autor só tá olhando pra dentro da organização. É como se a organização esti-vesse isolada do seu ambiente. O aspecto externo influencia? Ele não tá nem aí. Ele ta olhando apenas para dentro, então isso a gente chama de abordagem fechada. Porque isso diferencia de uma abordagem aberta, que é justamente a teoria sistêmica. E o que é abordagem aberta? Olha, a organização ela não tá isolada, não existe um muro, na verdade ela faz trocas com o am-biente, ela tem relações com o ambiente. Ela pega materiais de fornecedores, produz coisas, devolve para os clientes, pega dinheiro, dá dinheiro; então uma organização é sistema aberto porque ela faz trocas com o ambiente. Só que a primeira teoria a olhar pra isso, essas trocas, foi

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a teoria de sistemas, porque ele dizia que só podia ter uma visão sistêmica se tu olhasse o todo. E o que é o todo? A organização com quem ela se relaciona, clientes, fornecedores, sociedade. Então essa é a lógica da teoria de sistema, por isso ela tem uma abordagem sistema aberto, diferente das anteriores que eram sistemas fechados.

Como cada uma via o ser humano? Essa definição veio toda do Chiavenato. Como cada um via o ser humano? A primeira abordagem, a abordagem clássica, via o ser humano como um ser materialista. Basicamente era o seguinte: tu quer dinheiro, eu sou empresário, eu te dou di-nheiro, tu trabalha, cala a boca e vai embora, e não me enche o saco. Trabalha 16 horas, sem di-reito nenhum trabalhista, se tu morrer azar o teu, eu to te dando direito, cala a boca e trabalha. então, a maior complexidade era essa, era eu te dou dinheiro, tu cala a boca e vai embora. re-clamações? azar o teu, tá demitido, vou pegar outro. então, essa visão do ser humano é a cha-mada visão do homo economicus, o homem econômico, que é o homem materialista. certo? ou como diria a madonna nos anos 80 “a material girls, we are living in a material world”, então estamos vivendo em um mundo materialista, ela era uma garota materialista, essa era uma visão de taylor e fayol. o ser humano se move por recompensas materiais. ah e o companheiris-mo, e o ambiente de trabalho e a gestão de pessoas? foda-se a gestão de pessoas nessa época. e a psicologia? foda-se, não existia. eu tenho uma empresa, eu te contrato e te dou dinheiro e pronto. então o único aspecto motivacional que essa abordagem enxergava era a abordagem material. eu to te dando dinheiro e é o teu motivador. Certo? aí depois disso, quando começou a ter uma enorme insatisfação, que é uma enorme crítica justamente a abordagem clássica, começaram os estudos de psicologia dentro da organização. Isso aqui estamos falando ali da vi-rada do século, 1900. Tayor, o grande livro dele, o mais famoso é 1904, e Fayol, é 1911, mas eles já vinham fazendo estudos antes. O maior e mais famoso que veio mudar um pouco essa visão veio só em 1928. Então de 1904, 1911 até 1928 permaneceu essa visão materialista. E a teoria que surgiu lá em 1928 foi a teoria das relações humanas, que nem ta no edital de vocês. Es-queçam dela que não tá no edital de vocês. Mas essa teoria veio justamente dizer assim “não, peraí, o ser humano não é apenas um se materialista, ele precisa de recompensas sociais, ele se comporta na verdade não só em troca de dinheiro, ele se comporta em grupo, mas isso aí é um outro assunto que não tá no edital de vcs mas serve para entender o contexto.

Já a abordagem burocrática, eu quero que vcs lembrem do típico burocrata, no pior sentido que vcs conhecem da palavra. o que que é o burocrata? Aquele serzinho, num carguinho, que só faz o que mandam, se não tá na atribuição do cargo ele não faz: “pode pegar uma água pra mim? não está na atribuição do meu cargo”; “por favor, pode tirar uma cópia pra mim? não está na atribuição do meu cargo”. então, o ser humano, dentro da burocracia, é visto como um ser organizacional, ele não tem vida própria, não tem vontade própria, só faz o que as regras mandam.

Já a teoria de sistemas fala do homem funcional, que nessa relação aqui de sistemas, cada um tem um papel, uma função. e agora vou usar uma palavra moderna, que o pessoal acha moderno que é “agrega valor ao conjunto”. Então se tem uma função, um papel e seu papel é fundamental nessa cadeira aqui, seu papel aqui é fundamental, sem você essa parte não existiria. Então ele via o ser humano como um ser funcional, que exercia papel dentro desse grande sistema. Então, essa é a visão geral dessas 3 teorias que estão no edital de vocês e agora eu vou aprofundar cada uma dela com voces e voces vao ver o que a banca cobra. eu sempre começo com a visão geral e depois eu vou afunilando, tento dar a visão geral e depois afunilar. Então, são três abordagens diferentes, três visões diferentes da administração e agora a gente vai abordar cada uma delas individualmente.

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A primeira abordagem é a abordagem clássica e esse é o resumo dela para vocês. Principais no-mes: Taylor e Fayol; a banca pode falar do Henry Ford? Pode; pode falar de outros caras? pode; eu citei eles na apostila, mas 99% de chance de ela falar de Taylor e Fayol, os dois principais autores. Então, a abordagem clássica tem duas teorias dentro dela: a Teoria de Administração Científica, do Taylor, e a Teoria Clássica, de Fayol. Como Cespe cobra? as características de cada uma dessas teorias e quando ela quer tentar enganar vocês ela mistura uma com a outra. ele vai falar assim: “Taylor, autor da Teoria Clássica…” quem é o autor da Teoria Clássica? Fayol. “Fayol, na sua Teoria de Administração Científica…”, Taylor, da administração científica; Fayol da abordagem clássica. Então, se ele der a noção correta, marca. Como é que ele transforma em errado? E ele adora fazer isso e essa é a lógica da banca e ele sempre faz isso nas questões erradas, ele mistura um com o outro. Então sabendo das características de cada um tu vai sa-ber quando a banca tentou misturar e o que tu vai procurar é se ela misturou, se ela misturou, questão errada. é sempre assim que ela faz, em todas as questões que achei sobre isso, ela misturou. Então já temos a lógica do que procurar numa questão sobre abordagem clássica, e o que mais cai é justamente isso.

Pois bem, vamos entender como surgiu isso para vocês entenderem porque essa teoria abor-dava isso. Pensa o seguinte: lembra do colégio, da aula de história, daquela aula de revolução industrial, primeira revolução industrial, segunda revolução industrial…? estamos falando prin-cipalmente, as grandes revoluções, anos 1800. Surge ali 1700 algumas, mas as grandes revo-luções industriais ocorreram nos anos 1800. E o que começa a acontecer? O que existia antes disso? Se eu queria fazer um banco para produzir, eu era um artesão, eu ia lá cortava a árvore, cortava as madeiras, montava o banquinho, fazia tudo e eu mesmo vendia, não era isso? Bele-za. Nas revoluções industriais começa a surgir a ideia da divisão do trabalho, vários funcionários em uma mesma empresa, etc, – a gente vai aprofundar isso depois quando falar de burocracia. Mas a lógica é que eu começo a ter mais gente nas empresas, só que isso nunca tinha acon-tecido antes, nunca tinha acontecido de eu ter 100 pessoas embaixo de um galpão produzin-do uma coisa, era total novidade. Só que não eram 100 pessoas, as empresas começaram a crescer, porque tu trabalha e tinha um salário, aí comprava, o mercado em si parecia infinito, porque tinha muita demanda; as pessoas queriam novidades, estavam surgindo novidades, eu quero comprar, então enquanto tu produzisse tu ia vender e vendendo, tu lucrava, inves-tia mais, então as empresas começaram a ter um “bum” – estamos falando de empresas com 5.000, 10.000, 30.000 pessoas. Quando a gente falar de escolas da qualidade, vocês vão desco-brir que tinha uma empresa que só na parte de inspeção, ou seja, depois de tudo pronto, para inspecionar as peças prontas, ela tinha 3.000 pessoas. Agora tu imagina tudo o que tinha antes disso para produzir. Se tu tinha 3.000 só inspecionando o trabalho final, imagina o quanto tinha antes para produzir, tinha 30.000, 40.000, 50.000 pessoas. E ai, como tu organiza o trabalho de 40.000, 50.000 pessoas se tu nunca fez antes, se ninguém nunca fez antes na história da huma-nidade? Ninguém sabia, era um caos. Chegava na empresa, cada um levava a sua própria fer-ramenta. Então um tinha um martelo grande, outro tinha um martelo pequeno, um usava um prego grande, outro um prego pequeno. Tinha padrão nos produtos? Não. Tu tinha um banco que um ia ser alto, outro baixinho, um ia ser curvado para um lado, o outro para outro, era um caos. E aí esses primeiros, então o que tu tinha era isso aqui: a indústria em pleno desenvolvi-mento, poucos concorrentes, porque pouca gente tinha grana para investir ali naquilo, excesso de mão de obra, galera vindo do campo para as cidades, formando os grandes centros urbanos industriais, a galera vindo do interior para trabalhar nas indústrias, então um certo caos social também, muita mão de obra; morria, no dia seguinte tinha 10 para disputar a vaga do cara que morreu; crianças trabalhando 16h, 18h por dia, em tudo quanto é coisa que vcs possam imagi-nar; o mercado crescente, as pessoas querendo consumir e tudo desorganizado, não tinha um

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treinamento; tu chegava na empresa “tu sabe martelar? Sei; então martela isso ai” e a pessoa já começava de qualquer jeito. Então não tinha organização, não tinha treinamento. Então per-gunto, no caos, e tu é o administrador dessa empresa, o que tu vai tentar fazer primeiro? Reu-nir os colegas e cantar uma bela canção, tentar entender a psicologia organizacional? Não, nem sabia o que era isso. Tu vai tentar organizar aquele caos, e foi isso que os primeiros cientistas de administração tentaram fazer, dar uma organização, um padrão para aquele caos.

As coisas eram de qualquer jeito, eles disseram: não pode ser de qualquer jeito. E o primeiro cara a fazer isso foi o nosso amigo Taylor, que eu vou falar daqui a pouco. Então, qual era o foco dos cientistas administrativos na época? Tentar organizar; eles olhavam para dentro das empre-sas e tentavam organizar aquela bagunça. O mercado não era preocupação; o foco era organizar a empresa, diminuir falhas, gerar maior eficiência, acabar com o desperdício de material; então o foco basicamente era racionalizar o trabalho; organizar o trabalho de forma racional; um pas-so a passo e aí que vem a primeira lógica de Taylor, que é organizar as tarefas a serem feitas. Era uma abordagem prescritiva e normativa, porque era uma receita de bolo; tanto o taylor quanto o fayol acreditavam que se tu seguisse o que eles estavam mandando, tu iria ter sucesso. Per-gunto: hoje, existe uma receita de bolo para o sucesso? se tu tentar imitar exatamente o mes-mo modelo de outra empresa é garantido que tu vai ter sucesso? não. Hoje em dia não é uma receita prescritiva e normativa, mas na época eles tentavam fazer isso, uma abordagem que tentava prescrever uma coisa; eles prescreviam uma receita para curar as empresas “faça isso e você vai ter sucesso”. Então os 3 princípios intelectuais dominantes eram o mecanicismo (era aquela ideia do “se tu fizer isso tu vai ter sucesso”; ele não pensava em probabilidades; relação causa e efeito direto; reducionismo, tudo posso decompor em parte menores, então pego o trabalho a ser feito e decomponho em partes menores; e o pensamento analitico que é, basta tu pensar qual é a diferença entre um cargo de técnico e de analista: analista tem maior com-plexidade, não é? Então ser analítico é ser mais complexo, mais específico. O contrário de ana-litico é sintetico; quando tu é sintético tu faz um resumo; então ser sintético é falar em termos gerais, resumidos; ser analítico é ser mais profundo. Então, analista é analítico, conhecimento mais aprofundado. Então analisar as partes profundamente para entender o todo. E principal-mente isso aqui: separação entre quem pensa e quem faz. Por quê? imagina a quantidade de analfabeto que vinha do interior das cidades para trabalhar em uma empresa. Então o que que os primeiros cientistas administradores eram? Pensadores do negócio. E aí eles acreditavam no que? “eu não posso deixar essa peonada pensar; eu penso, tu executa; eu mando, tu obedece”. Então a lógica dessas primeiras teorias era essa. alguém vai pensar, planejar e o resto só vai obedecer, então separa quem pensa de quem faz. principais autores: taylor e fayol.

E aqui as diferenças entre os dois. E esse quadrinho eu montei para vocês e vai ser o resumo de vocês daqui para frente:

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Então, Taylor foi o primeiro, Fayol veio depois. Taylor, Teoria da Administração Científica, por-que foi ele que criou a ciência de administração para estudar; então o criador da ciência tem o nome de administração científica, e foi o Taylor, que foi o primeiro. Taylor era um engenheiro americano; Fayol era um engenheiro francês, criou a teoria clássica.

O Taylor tinha ênfase nas tarefas, o que que é isso? Toda e qualquer organização que tem uma certa hierarquia ela segue essa lógica: três níveis de organização (Estratégico, Tático e Opera-cional).

Estratégico: é a cúpula, que pensa na estratégia, grandes ideias da organização.

Tático: é cada área

Operacional: é o que interessa para nós. Ser operacional é fa-zer pequenas operações. É o “chão de fábrica”; são os execu-tores, quem vai produzir, quem vai fazer as operações, as tare-fas. Então quando falo que Taylor era o cara que olhava para as tarefas, ele era o cara que olhava para o nível mais baixo da hierarquia. ele acreditava que o sucesso vinha de organizar a empresa de baixo para cima.

Por que ele acreditava nisso? Taylor começou de baixo. Ele foi contratado a primeira vez para trabalhar no chão de fábrica. e quando ele começou ele já era louco, ele tinha ‘toc’, ele contava coisas, media coisas, tentava dar maior eficiência para as coisas o tempo todo. E um cara louco por controle, louco por organização chega no chão de fábrica e quer fazer o quê? organizar e controlar os trabalhadores do nível operacional, que é o que ele tinha acesso. Taylor começou de baixo, então ele olhava a organização de baixo para cima, do operacional para o estratégico; do carguinho para o sistema organizacional como um todo. Então, ele olhava para a linha de

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produção; ele é o cara das tarefas, então basta lembrar que Taylor é o cara das tarefas (Taylor / Tarefas). E essa é a questão predileta do Cespe, usar sinônimos para dizer exatamente isso: Taylor olhava a organização de baixo para cima; e se a questão estiver errada, vai dizer que olhava de cima para baixo. Ele tentava racionalizar o trabalho, as tarefas, dar ordem. Ele fez o estudo dos tempos e movimentos. ele estudava o tempo e os movimentos que as pessoas faziam para trabalhar. Tu estava pregando um prego em uma madeira, ele ia lá e começava a olhar “tu inclinou demais o braço, não foi eficiente; tem que inclinar o braço 45º, baixar o braço em uma velocidade tal, até 90º, se tu não fizer isso está sendo ineficiente”. Acreditava que de-veria haver vários chefes, supervisores, a gente chama isso de supervisão funcional; chefes es-pecializados porque tu é muito burro, então tu tem que ter vários chefes para te controlar, essa era a lógica dele. Quais eram as funções da administração? PPEC. Ele dizia que o administrador Planejava, Preparava, Executava e Controlava as coisas. Essa é a visão do Taylor. A que mais cai em prova é a do Fayol.

O objetivo dos dois era o mesmo: a máxima eficiência e olhava para a organização como um sistema fechado.

Depois do Taylor surgiu o Fayol. Eles eram contemporâneos, só que o fayol era francês e estu-dou desde cedo, não começou de baixo; já começou como diretor. Ele tinha 21 anos quando foi colocado de diretor. E aí eu pergunto: Fayol começou de baixo? não; começou de cima. En-tão ele olha ela de cima para baixo; ele não olha para as tarefas; olha do maior para o menor. Francês Fresco não suja a mão de graxa; ele começou de cima; fresco; nariz empinado, olha as coisas de cima para baixo. Ele não olhou para as tarefas, olhou para a estrutura da organização. Então para ele a forma de alcançar a eficiência era por meio da estrutura correta, um correto organograma; áreas bem definidas, essa foi a proposta dele.

Esquema para memorizar:

Então a visão do Fayol era uma visão gerencial; já a do Taylor era operacional. Fayol fala de es-trutura. Enquanto Taylor acreditava que a estrutura tinha que ser funcional, (os dois olhavam só para a para formal, não olhavam para a parte informal, que é o relacionamento das pessoas), mas um acreditava que deveria haver vários chefes; o outro, Fayol, recomendava que houvesse apenas um chefe para cada equipe; então cada funcionário terá apenas um chefe, pois mais de um chefe dá confusão. As funções da administração para o Fayol são 5 – PO3C: Prever, Organi-zar, Comandar, Coordenar e Controlar. Isso é o que mais cai.

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Então, só com isso que a gente falou agora já é suficiente para responder um monte de ques-tões do Cespe e é isso que a gente vai fazer.

Primeira:

O que eles estão dizendo? que as duas olham de cima para baixo. Não. Quem olha de cima para baixo é Fayol. O Taylor olha de baixo para cima. Errada.

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AULA 01 – PARTE 03

Segunda:

Histórico da administração, certa. Foi aí que surgiram as teorias da administração.

Certa.

Certa.

Mas Rafael, duas questões do mesmo ano, da mesma coisa? Bem-vindos à análise de editais e questões, tu descobre que as bancas se repetem para caramba; ai tu descobre de onde ela tira as questões e como ela cobra uma matéria densa. Então percebam que cai direto essa lógica que mostrei para vocês.

Frederick Winslow Taylor

Um louco por controle e organização; ele tinha ‘toc’. Era um engenheiro americano que iniciou a carreira como operário e aos poucos foi sendo promovido; a visão dele é de baixo para cima. Para ele os problemas de produção, que foi o que ele primeiro enxergou na empresa, era a grande causa de prejuízo, a falta de eficiência na produção. Ou seja, ele tava olhando para a produção, a operação, o nível mais baixo. Então o ‘toc’ dele era aumentar a eficiência da pro-dução. o cespe se caracteriza por usar sinônimos, pode dizer o seguinte: aumentar a eficiência na produção, aumentar a eficiência no nível organizacional; aumentar a eficiência das tarefas, as 3 dizem a mesma coisa. Então foco nas tarefas, nível hierárquico mais baixo. O modelo cien-tífico dele, como ele era engenheiro, ele tinha estudado termodinâmica, e baseado no modelo termodinâmico de Carnot, que dizia que se tu melhorar uma parte, uma peça, tu consegue ir melhorando o todo; melhorando cada partezinha melhora o todo, do menor para o maior; de baixo para cima, essa é a lógica dele; maximização da eficiência.

Primeiro livro dele: Shop management (1903), administração de oficina. O que é uma oficina? É como eles chamavam a parte operacional das empresas. Então quando ele chegou lá com todo

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aquele toc, pra ele todo mundo era vagabundo; porque ninguém fazia as coisas direito; nin-guém era eficiente, as pessoas produziam muito menos do que poderiam. Então, movimentos inúteis, ferramentas inadequadas, funcionário que trabalha muito ganhava o mesmo que quem era vagabundo; então na lógica dele quem trabalhava mais deveria ganhar mais. Ele também era adepto da escola de estudo de tempos e movimentos, e estudar os tempos e movimentos era ficar com uma planilha, olhando as pessoas trabalharem e anotando tudo sobre os movi-mentos e o tempo do funcionário na execução da tarefa. Por que ele analisa os tempos e os movimentos? Pra descobrir qual é o mais eficiente dentre todos e aí ele vai criar o método mais eficiente e vai treinar os funcionários para que façam daquela forma. Então era essa a forma dele de resolver, do pequeno para o grande; cada parte sendo resolvida, o grande é resolvido. isso se chama racionalização científica do trabalho, por isso que a teoria dele é a teoria da ad-ministração científica. Então ele mediu e analisou as tarefas, decompôs os processos de traba-lho em pedaços menores e aperfeiçoou, o que ele chamou de “the best way”. Então para cada tarefa ele identificava a melhor forma, melhor caminho de fazer. para usar o martelo, o melhor jeito é…

Ele se baseava nesses três princípios: de fazer uma seleção científica do funcionário; selecionar o funcionário mais adequado para a tarefa. por exemplo: se é uma tarefa para carregar aço, vou colocar uma pessoa fraca? Não. Então, o melhor homem, ou seja, a seleção cientifica, mais a melhor técnica, ou seja o ‘the best way’, mais a tarefa mais simples possível, porque é a única forma de tu não fazer cagada. Na cabeça dele era assim que funcionava, por isso que ele fazia essa decomposição até mini tarefinhas, a ponto de um funcionário ser responsável por apertar um botão. Então melhor homem, melhor técnica e tarefa simples é igual ao melhor resultado. E os princípios: seleção científica; tempo padrão – tu vai colocar um prego numa madeira, o tem-po padrão é 10 segundos; e o incentivo salarial para quem produzisse mais que a meta.

Na cabeça desse cara tudo era número e jeito de fazer. Esse cara tava preocupado com as pesso-as? Não. As pessoas queriam matar ele, ele recebia ameaças de morte. Na primeira semana de trabalho, logo que ele foi promovido a supervisor, um dos poucos amigos dele deu a dica para ele não ir embora mais sozinho, que estava circulando pelo chão de fábrica que iam dar uma surra nele porque ele era muito chato. Então essa é a lógica do primeiro livro dele, que era, se eu somar o melor jeito, com a seleção e o treinamento científico, no livro dele ele usa a palavra adestramento, mais – e aqui que vem uma grande pegadinha – cooperação íntima e cordial (na cabeça dele). O que era cooperação íntima e cordial na cabeça dele? Faz o que eu mando, cala a boca que tu vai ganhar mais. Então, se aparecer essa frase na banca na hora da prova, quantas pessoas vocês acham que vão olhar para essa frase e vão pensar ‘nada a ver’?! Na cabeça doen-tia dele haveria cooperação entre as pessoas? Sim, porque na cabeça dele o dono da fábrica e o operário tinham um mesmo objetivo, que era ganhar mais dinheiro. Lembra que a lógica dele é a do homus economicus, recompensas materiais. E olha essa frase: ter baixos custos, ou seja, ser eficiente, e pagar altos salários. E aí que vem a pegadinha: na cabeça dele ele pagava altos salários. É por isso que eu digo para vocês: entrem a cabeça doentia do Taylor! E a banca vai di-zer exatamente isso. Um dos objetivos da administração científica era pagar altos salários e ter altos custos: certo. Lembra: é de acordo com a teoria, com a cabeça doentia do Taylor.

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E aí vem o segundo livro, lá de 1911, que é o livro mais famoso: Princípios de Administração CientÍfica; no livro Princípios de Administração CientÍfica aÍ ele surta de vez, por quê? O primei-ro livro deu certo, fez sucesso; e aí tu dá poder para o maluco, o maluco surta de vez. Se antes ele achava que podia resolver o problema de qualquer empresa, aqui ele virou megalomanía-co. Nesse livro ele acreditava que poderia resolver todos os problemas dos Estados Unidos da América. A introdução desse livro é uma carta para o presidente americano, falando que ele tem a solução para os problemas dos EUA. Porque ele sabe qual é o problema: é a vagabunda-gem e a falta de eficiência e ele tem a solução. A administração científica é a solução para os EUA se erguerem como potência mundial. Por isso que o livro se chama princípios de adminis-tração científica. Ele propõe que o livro resolveria todo e qualquer problema de produção nos EUA. Ele tinha 3 objetivos principais para esse livro: indicar, por meio de uma série de exem-plos, a enorme perda que o país sofria com a ineficiência; então com base na experiência que ele tinha nas empresas, ele viu que a ineficiência gera desperdício, uma série de problemas e isso tudo estava atrasando os EUA. Depois, tentar convencer o leitor que o remédio para essa doença estava justamente nos princípios de administração científica. Ele tinha um remédio; está antes na administração científica do que na procura do homem excepcional. Por quê? Qual é a lógica? Temos que procurar os gênios… ele dizia que tu não tem que procurar os gênios, tu tem que treinar o ‘burrão’ do chão de fábrica para ele fazer certo, é aí que tá o sucesso e não na busca por gênios. E provar que a administração é uma verdadeira ciência regida por normas, princípios, etc. Então esses princípios seriam aplicáveis a todas atividades humanas. Deixaram o maluco se criar. Isso começou a ser implantado em tudo quanto é empresa. Ford, que é famo-so pelo Fordismo, pela linha de montagem, que não foi ele que criou, é totalmente taylorista: divisão de tarefas, tarefas eficientes, padronização. O que ford fez foi pegar a teoria do taylor, juntou com as empresas que já faziam isso de usar a esteira. Ele dizia que o grande problema do país era a vadiagem sistemática, ou seja, os funcionários fingiam que trabalhavam e os ad-ministradores fingiam que administravam e ficava aquela palhaçada; então ele dizia o seguinte: a tendência do trabalhador é sempre fazer menos do que ele pode. Então ele acreditava que todo mundo era um vagabundo em potencial, menos ele.

Para acabar com essa palhaçada, ele propunha a administração científica: usar ciência no lugar do empirismo; os princípios de administração científica que ele propõe, ao invés de toda hora ficar usando coisas novas; harmonia em vez de discórdia – na cabeça dele deveria haver harmo-nia, afinal todo mundo estava querendo a mesma coisa-, então não tinha porque um emprega-do brigar com o administrador; cooperação, e não individualismo; máxima produtividade, sem restrição da produção e máxima eficiência e prosperidade para cada homem.

E aí o objetivo da administração científica… segundo Taylor, o objetivo principal da administra-ção científica era “assegurar a máxima prosperidade do patrão e, ao mesmo tempo, do em-pregado”; prosperidade mútua, para os dois, na cabeça dele ele tava fazendo isso. Entrem na mente do Taylor. Na mente dele, ele tava promovendo prosperidade para o patrão e para o fun-cionário; alta lucratividade para o patrão, altos salários para os funcionários. Por quê? Porque na cabeça dele só existia um pensamento fixo: o ser humano é um ser materialista, ele quer di-nheiro, homo economicus. Se eu to dando dinheiro para o patrão e para o funcionário, estamos vivendo em um mundo perfeito. Então essa era a lógica dele. por isso que ele acreditava que estava promovendo a máxima prosperidade para patrão e funcionários.

E aqui os 4 princípios dele. Eu trouxe duas versões dos 4 princípios: a que ta no livro dele, mas nunca caiu, mas o livro dele já foi usado antes; e a que ta no livro do Chiavenato.

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O Chiavenato inventou isso, o Taylor nunca disse isso, eu trouxe para vocês compararem. Esses já caíram em prova: Planejamento, Seleção e Preparo, Controle e Execução, que é o PPEC (Pla-nejar, Preparar, Controlar e Executar). Então esse é o nosso amigo Taylor e aqui o resumo dele:

O que era a chamada organização racional do trabalho? E aqui de novo tô falando do Chiave-nato de novo. Chiavenato, quando fala do Taylor, fala dessa organização racional do trabalho. O que era isso? Estudo dos tempos e movimentos; estudo da fadiga humana, porque ele dizia que as pessoas se cansaram porque faziam movimentos inúteis, se seguissem os princípios dele do melhor jeito, você iria conseguir trabalhar muito mais sem se cansar; divisão do trabalho, especialização. Ele queria muita especialização, a hiper, ultra, especialização. O que era isso?

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Tu é altamente especializado quando tu faz uma coisinha desse tamainho. Então se falar em superespecialização do trabalho, ou alta especialização do trabalho, tá falando de Taylor, que é a consequência dessa enorme divisão das tarefas. Lembra, o pessoal é burro; se o pessoal é burro, tem que dar a menor tarefa possível. Desenho de cargos e tarefas, incentivos salariais para quem produzisse mais, conceito de homo economicus, condições ambientais de trabalho, ele procurava fazer adequação da instalação das ferramentas “vou te dar a ferramenta adequa-da para o teu trabalho, padronização de ferramentas; padronização de métodos; supervisão funcional, que é vários chefes para um mesmo funcionário, porque tu é imbecil, então tu tem que ter um monte de chefe para te controlar se nao tu vai fazer cagada. Então essa é a lógica do nosso amigo Taylor.

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AULA 01 – PARTE 04

Resolução de Questões:

A primeira está certa.

Vamos ver. Taylor queria isso? então certa. Algumas matérias tu tem que aprofundar no nível do autor original; outras eu vou ir bem superficial.

Nenhum dos princípios dele são empregados atualmente? Errado! Tem divisão do trabalho hoje? Tem especialização das tarefas? Tem a cooperação cordial? Várias coisas ainda são aplicadas; então se tu achar uma que é aplicada essa frase é errada e nós achamos várias. A frase certa é: são empregadas atualmente.

Tomem sempre cuidado com isso: Taylor – administração científica, que às vezes a banca tro-ca com o Fayol, teoria clássica. Aqui de novo entramos na pegadinha. Quantas pessoas vocês acham que erram isso? Vocês não. Questão certa.

Antes de seguir a matéria eu não poderia deixar de trazer uma parte do livro do Taylor. Essa parte pra mim é altamente simbólica para quem quer entrar na mente do Taylor, para saber como ele enxergava as pessoas e como ele via o mundo. Então eu trouxe aqui uns pequenos trechos aqui para ler para vocês para vocês verem como funcionava essa questão de tempos e movimentos.

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“O primeiro exemplo – isso aqui é ele falando – é relativo ao carregamento de barras de ferro. Esse carregamento é executado pelo homem com o auxílio apenas de seus braços, sem o uso de qualquer instrumento. O carregador de barras de ferro abaixa-se, levanta um lingote, que pesa cerca de 45 quilos, anda alguns passos e, depois, joga-o ao chão ou sobre uma pilha. Este trabalho é tão grosseiro e rudimentar por natureza que acredito ser possível treinar um gorila inteligente e torná-lo mais eficiente que um homem no carregamento de barras de ferro. En-tretanto, mostraremos que a ciência de carregar lingotes reúne tantos dados, que nenhum ho-mem bem-ajustado a esse tipo de trabalho seria capaz de entender os princípios desta ciência ou mesmo guiar-se por tais princípios, sem auxílio de outro mais instruído [...].” Em suma, são tão imbecil que se não tiver alguém mandando ele nao vai fazer direito.

“[...] Verificamos que o carregamento médio era de 12 ½ toneladas por dia e por homem. De-pois de estudar o assunto, surpreendemo-nos ao comprovar que os carregadores melhores po-diam transportar entre 47 e 48 toneladas por dia. [...] Nosso dever consistia em providenciar para que 80.000 toneladas de barras de ferro fossem colocadas no devido lugar na proporção de 47 toneladas por homem/dia. Era também nossa obrigação cogitar que tal serviço fosse exe-cutado sem discussões graves (harmonia entre as pessoas) e de modo tal que os operários se sentissem tão satisfeitos em carregar 47 toneladas como se sentiam carregando 12 ½.

Nossa primeira providência foi a seleção científica do trabalhador. Assim, nosso primeiro cuidado foi procurar o homem adequado para iniciar o trabalho. Estudamos cuidadosamente os 75 carrega-dores, dos quais selecionamos 4 que pareciam fisicamente adequados. Investigamos seu passado e fizemos um inquérito completo a respeito do caráter, dos hábitos e ambições de cada um. Final-mente, dos 4 escolhemos 1. Era um pequeno holandês, que costumava correr à tarde de volta para casa (situada a mais ou menos uma milha), tão bem-disposto como quando chegava correndo para o trabalho pela manhã. Soubemos que com o salário de $1,15 dólar por dia, ele tinha consegui-do comprar um pequeno terreno e se empenhava em construir uma casinha própria, trabalhando, para isso, de manhã, antes de entrar na fábrica, e a tarde, quando voltava (então, acordava cedo, construía a casa, ia correndo para o trabalho, carregava um monte de tonelada de ferro, voltava correndo para casa e continuava construindo sua casa; esse era o pequeno holandês que havia sido selecionado cientificamente). Tinha também fama de ser seguro (mão-de-vaca), isto é, de dar muito valor ao dinheiro. Uma pessoa, com quem conversamos, nos disse que “um centavo parece, para ele, tão grande como uma roda de carroça. Chamaremos esse homem de Schmidt.”

Então o pequeno holandês foi escolhido porque era mão-de-vaca, ambicioso e fazia tudo faceiro.

“Schmidt foi chamado à parte e falamos-lhe mais ou menos deste modo:

— Schmidt, você é um operário classificado (qualificado)?

—Não sei bem o que o senhor quer dizer.

—Desejo saber se você é ou não um operário classificado.

—Ainda não o entendi.

—Venha cá. Você vai responder às minhas perguntas. Quero saber se você é um operário classificado, ou um desses pobres diabos que andam por aí. Quero saber se você deseja ganhar $1,85 dólar por dia, ou se está satisfeito com $1,15 dólar.

—Se quero ganhar $1,85 dólar por dia? Isto é que quer dizer um operário classificado? Então, sou um operário classificado.

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—Ora, você me irrita. Naturalmente que deseja ganhar $ 1,85 por dia; todos desejam. Você sabe perfeitamente que isso não é suficiente para fazer um operário classificado. Por favor, pro-cure responder às minhas perguntas e não me faça perder tempo. Venha comigo. Vê esta pilha de barras de ferro?

—Sim.

—Vê este vagão?

—Sim.

—Muito bem. Se você é um operário classificado, carregará todas estas barras para o vagão por $1,85 dólar. Agora, então, pense e responda à minha pergunta. Diga se é ou não um operário classificado.

—Bem, vou ganhar $1,85 dólar para pôr todas estas barras de ferro no vagão, amanhã?

—Sim; naturalmente, você receberá $1,85 dólar para carregar uma pilha, como esta, todos os dias, durante o ano todo. Isto é que é um operário classificado.

—Bem, tudo entendido. Devo carregar as barras para o vagão, amanhã, por $1,85 dólar e nos dias seguintes, não é assim?

—Isso mesmo.

—Assim, então, sou um operário classificado.

—Devagar. Você sabe, tão bem quanto eu, que um operário classificado deve fazer exatamente o que se lhe disser desde manhã à noite. Você conhece aquele homem ali?

—Não, nunca o vi.

—Pois bem, se você é um operário classificado deve fazer exatamente o que este homem lhe man-dar, de manhã à noite. Quando ele disser para levantar a barra e andar, você se levanta e anda, e quando ele mandar sentar, você senta e descansa. Você procederá assim durante o dia todo; e, mais ainda, sem reclamações. Um operário classificado faz justamente o que lhe mandam sem reclamar. Entendeu? Quando este homem mandar você andar, você anda; quando disser que se sente, você deverá sentar-se e não fazer qualquer observação. Finalmente, você vem trabalhar aqui amanhã e saberá, antes do anoitecer, se é verdadeiramente um operário classificado ou não.”

Viram o jeito como ele trata? viram a consideração que ele tem pelas pessoas? Aí ele explica:

“Um diálogo como este diálogo pode parecer um pouco áspero. De fato seria se aplicado a um mecânico educado ou mesmo a um trabalhador inteligente. Com um homem de mentalidade limitada como Schmidt, é realmente o adequado, visto que eficiente em prender sua atenção sobre o alto salário que ele desejava e, ao mesmo tempo, em desviar a atenção do trabalho maior que ele teria para ganhar esse dinheiro.”

Entenderam como é que funcionava a cabeça dele? Schmidt quer dinheiro, eu vou dar mais dinheiro só que olha a proporção. Schmidt carregava 12,5, Schmidt agora vai carregar 47, mais ou menos 4 vezes mais, 400% de aumento na produção, e 0,70 de aumento no salário. Qual é a proporção disso? Arredondando, 60% a mais. Trabalha 4 vezes mais para ganhar 60% a mais. Aumenta a lucratividade do patrão, aumenta o salário do funcionário, resolvido todos os problemas. Não importa que você trabalhe 4 vezes a mais para ganhar nem 1 vez mais. Separa quem pensa de quem faz.

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Henri Fayol

Fayol, o francês fresco, já entrou como diretor; gestor desde jovem; faz uma abordagem sintética, global, do todo para as partes; de cima para baixo; do maior para o menor; o contrário de Taylor. Era dos estudiosos anatomistas e fisiologistas, que tem esse nome porque estudavam a anatomia da organização, as partes que compõem as áreas que compõem a organização, a fisiologia dela, os organismos internos da empresa; é isso que ele estudava; então ele tinha um foco na estrutu-ra. Enquanto para o Taylor aumentar a eficiência deveria ser feito a partir das tarefas, para o Fayol, a forma de aumentar com a eficiência era por meio da estrutura, foco na estrutura.

Enquanto Taylor tinha aquele ‘toc’, aquela ideia de ir desenvolvendo as coisas, melhor jeito, caso a caso, o Fayol, como ele foi jogado numa posição muito jovem, e aí ele tinha que fazer alguma coisa, o que que tu faz? Tu faz com base no que tu conhece. e o que o Fayol conhecia no final do século XIX, um jovem de vinte e poucos anos? O que ele conhecia de organizações grandes? O que já existia? Exército e Igreja. Qual é a estrutura do exército e da igreja? Não era uma hierarquia rígida?

Quando ele escreveu os livros ele já era velho, trabalhou por muitos anos até escrever os livros; escreveu os livros com base na experiência dele, que foi baseado nessa lógica militarista, da igreja, que era o que ele conhecia para montar as estruturas. Então as estruturas de Fayol são bem hierarquizadas, com essa ideia de rigidez, do comando rígido, um só comandante manda. Ele também acreditava na especialização do trabalho e aí quando ele faz a proposta dele é essa aqui: ele dizia que toda empresa (olha a megalomania) tinha 6 funções básicas, 6 áreas básicas (depois viemos a chamar isso de departamento):

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Área técnica seria a linha de produção; a parte de execução das tarefas; área comercial: compra e venda, faz as trocas; financeira: cuida das finanças da empresa, o fluxo de dinheiro;

de segurança: cuida da proteção do patrimônio, porque muito roubo; área contábil é diferente da área de finanças, é realmente a contabilidade, ele chamava de área de visão, pq através da contabilidade tu poderia ver toda a empresa; e por fim a área administrativa, e qual é a função do administrador? é o famoso PO3C (prever, organizar, comandar, coordenar e controlar); a área administrativa fazia o programa de ação geral – o programa de ação geral é chamado de planejamento estratégico -, constituir o corpo social, coordenar os esforços harmonizar os atos; então essa era a função da administração. E aqui ele faz esse desenho, essa lógica:

O que ele dizia: quanto mais eu cresço na hierarquia, mais eu tenho que ter essa capacidade administrativa; e a capacidade administrativa é a capacidade de prever, organizar, comandar, coordenar, controlar. Teoria clássica de administração, PO3C.

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AULA 01 – PARTE 05

14 princípios gerais da administração para o Fayol:

1. Divisão do Trabalho: é igual ao do Taylor a ideia de dividir o trabalho; pegar uma tarefa grande e complexa e dividir em tarefas menores;

2. Autoridade e responsabilidade: autoridade direito de mandar em alguém; responsabilidade, o dever de fazer coisas;

3. Disciplina: obediência, assiduidade, fazer as coisas de forma correta;

4. Unidade de Comando: autoridade linear; o princípio da unidade de comando; um só comando; um só manda; cada funcionário ou grupo de funcionário terá um chefe ou unidade de comando. Não é um princípio militar? quem é que manda? o teu comandante;

5. Unidade de direção: um só caminho; convergência de esforços para um só caminho; objetivos únicos; todo mundo com o mesmo objetivo. Não confundam um só comando com uma só direção!

6. Subordinação dos interesses individuais aos gerais: essa típica frase que na prova dá um nó na cabeça; o que é subordinação? estar abaixo. Então os interesses individuais estão subordinados, abaixo, dos interesses da empresa.

7. Remuneração: aqui é igual ao Taylor, quem trabalha mais, ganha mais, mesmo princípio;

8. Centralização: é centralizar o poder no topo, que tem tudo a ver com o princípio da unidade de comando; manda quem está no topo;

9. Hierarquia: é quando tem pessoas uma acima das outras; exército

10. Ordem: ideia de ordenar, organizar; cada pessoa no seu lugar;

11. Equidade: no tratamento; tratamento justo entre as pessoas;

12. Rotatividade do pessoal: entra e sai de pessoas; é ruim; combate a ideia de que as pessoas são descartáveis;

13. Iniciativa: queria que as pessoas tivessem iniciativa

14. União do pessoal: espírito de equipe; mesma ideia da harmonia de Taylor.

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Funções da administração, segundo Fayol:

Qual era o papel da administração: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar, que eu peço para vocês decorarem porque é isso que vai cair.

1. Previsão: é o planejamento, mas ele chamou de prever, que era o principal instrumento que ele chamou de comando geral; tinha que ter um só programa; continuidade e duração anual; ser flexível; ser preciso;

2. Organizar: é montar a estrutura, utensílios, matérias primas; organizar ela;

3. Comandar: é comandar as pessoas, dar ordens etc. Falou de pessoas tá aqui, é função do chefe comandar as pessoas. Lembra, comando é um só, unidade de comando.

4. Coordenação: coordenar é coordenar as atividades para que tudo seja feito de maneira harmônica; se Joãozinho tá fazendo um banco, a pessoa na sequência tem que continuar fazer um banco; sincronizar;

5. Controle: controlar tem um sinônimo que sempre cai em prova, que é monitorar; ficar de olho para garantir que tudo está acontecendo conforme planejado; ficar atento;

Críticas à abordagem clássica:

As críticas são bastante óbvias. Pergunto: a abordagem clássica, na prática, estava preocupada com o ser humano? Não. Estava preocupada com o ambiente externo? Não. Essas são as duas principais críticas que ela recebe; só olhava para dentro das empresas e não tava nem aí para o ser humano; tinha uma visão limitada do ser humano. Tem outras? tem, mas essas são as duas principais.

Mecanicismo: enxergar a empresa como uma máquina e as pessoas como um pedaço dessa maquina; tu não é uma pessoa, tu é o pequeno holandês, se tu não me servir eu te jogo fora;

Abordagem simplificada e incompleta: eu olho apenas para os aspectos formais do trabalho, não olho para as relações, que são informais; é um sistema fechado, significa que a teoria só olha para dentro da organização e nao para fora;

Superespecialização: ou seja, tu se torna um robô, faz mini tarefas muito burras, porque tu é considerado burro e nós sabemos como isso é negativo. Hoje em dia as teorias de motivação falam que tu deve dar um trabalho complexo e motivador; ou seja, o inverso do que ele fazia.

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Por isso que com o tempo as pessoas ficam insatisfeitas e paravam de produzir tanto quanto no início; não se sustenta esse modelo;

Falta de comprovação científica: só porque ele chamou de científico não signifca que era; era científico totalmente com base no empirismo, com base na vida dele, no que ele inventou e deu certo para as empresas. Isso é ciência? não;

Superexploração dos trabalhadores: mostrei para vocês, o cara trabalha 300% a mais para rece-ber 60% a mais;

Taylor: visão microscópica do operário, ignora ser humano e social; limitado ao chão de fábri-ca; homo economicus; antissindicalismo; para ele sindicalista tinha que matar – sindicalista vai aceitar que o cara trabalhe 16h por dia sem a respectiva remuneração? Claro que não;

Fayol: o simplismo; para ele as ideias dele eram universalmente aplicáveis; mas obviamente alguns desses princípios deram muito certo, tanto que muitos são aplicados até hoje.

Então, para finalizar aula de hoje, questõezinhas atualizadas:

O que o princípio da remuneração diz? que a remuneração tem que ser proporcional ao volume de trabalho. É isso que tá dizendo ali? Certa.

O que é dividir o trabalho? Pegar algo grande e dividir. É isso que ta dizendo ali? Criação de uma unidade de comando…? O que ele fez? Misturou três princípios aqui, divisão do trabalho, que é pegar um trabalho grande e dividir em tarefas menores e ele misturou com outros princípios… errado.

O que ele fez aqui? Misturou taylor com fayol; ele pegou aqui o PPEC, que é do Taylor, e atribuiu a Fayol. Qual que é o do Fayol? PO3C. Então tá vendo que a lógica da banca é sempre essa?

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Tem algum raio de coisa a ver com o que eu falei em toda aula isso? Essa é uma daquelas frases que a banca pega e joga, megalomaníacas; se tu ficou (confuso, achou estranho), é porque tá errado. Quais são os erros? Perspectiva clássica: relacionamento entre as pessoas? ela não ta nem ai; e mais ainda, ela não olha para o trabalho? claro que olha, então nessa frase nada faz sentido.

Eu quero quebrar aqui um modelo mental que vocês têm de que o formulador da banca é mais inteligente que vocês; o formulador muitas vezes é uma anta; muitas vezes vocês chegam numa prova muito mais preparados do que o cara que fez a questão e eu vou trazer questões que vão mostrar isso para vocês. Quando vocês começarem a fazer questão, questão, questão vocês vão ver que às vezes vocês sabem mais que a banca, que a banca formula mal e erra grosseiramente. Felizmente isso é exceção, a regra é 95% das questões vão ser show de bola e esses 5% uns acer-tam outros erram, mas não é o que vai ser determinante para a prova; outra aula vou explicar para vocês a lógica da banca de analisar questões e repetir questões; o Cespe é uma banca que faz isso; quando ele repete uma questão numa prova seguinte tem um motivo estatístico para isso; eles fazem uma análise estatística de todas as provas para encontrar aquelas questões que realmente diferenciaram o que passou do que rodou; então eles pegam assim: do pessoal que passou e foi bem na prova, quais foram as questões que esse pessoal acertou, diferentemente do pessoal que foi mal que rodou… então se uma questão fez isso, ela separou quem sabia de quem não sabia. Se todo mundo que passou acertou a mesma questão e todo mundo que rodou errou a questão, é sinal que é uma questão que separa quem sabe de quem nao sabe, entao estatisti-camente uma questão que tem a enorme probabilidade de cair de novo; em compensação, essas questões absurdas que tem um milhão de recursos, o que acontece, estatisticamente, muitos aprovados erraram, outros acertaram e muitos dos reprovados acertaram e erraram, ou seja, ela não serviu para diferenciar os melhores dos piores, essa questao nao sera repetida pela banca; o Cespe faz isso, as outras bancas não. Por isso não estudem pela exceção, por aquela questão bizarra que tava errada, ela não vai se repetir. E é por isso que vive caindo a questão de amplitude de comando, cai direto, porquê? Quem entende amplitude administrativa, os que passam sem-pre acertam, e os que rodam sempre erram; essa questão cai todo ano, todo ano sem falta. Por que ela continua caindo? Porque ela continua diferenciando quem passa de quem não passa.

Taylor teoria clássica? nem que a vaca tussa.

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Teoria clássica: especialização do trabalho, é um princípio de Fayol? sim… direito de dar ordens (autoridade); unidade de comando; e que os interesses gerais estejam acima dos interesses individuais… tá certo, mas lembra que a fase do livro do Fayol tá ao contrário? os interesses individuais subordinados aos gerais...; o Cespe é o rei de fazer isso, ele inverteu a lógica da frase mas ele tá dizendo exatamente a mesma coisa. Então questão certa.

Deve haver divisão do trabalho? que resulta na especialização do trabalhador? Perfeito.

A abordagem clássica possui uma abordagem normativa e prescritiva? Até aqui tá certo; fun-damenta-se em princípios gerais… certo; visão sistêmica? Teoria clássica tinha visão sistêmica? O que ele fez: misturou com a outra teoria que ta no edital, que é a teoria de sistemas, então nem precisa continuar lendo. E olha aqui, tava no ultimo concurso de vocês, as 3 teorias do edital – abordagem clássica, burocrática e sistêmica – misturou aqui na mesma questão abor-dagem clássica com sistêmica para tornar a questão errada. Tá vendo que é sempre a mesma lógica para tornar errado?.

Nos vemos na próxima aula! Grande abraço e bom descanso a todos!