ADJÁ

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ADJÁ O ADJÁ Adjá, Adjarin, Ajá, Ààjà do (yoruba) e um instrumento sagrado e sem substituição nos rituais do Candomblé é uma sineta de metal, feito em bronze ou metal dourado ou prateado. É comum vermos nas rodas de Candomblé, pessoas mais velhas de santo, tocar esse instrumento que tanto pode ser de uma, duas, três ou quatro Câmpulas, enquanto dançam para os Orixás. Em algumas casas o numero de Câmpulas do Adjá depende para qual finalidade, Ex: o de uma Câmpula e para invocar Esù, o de duas para invocar os Orisas masculinos, três para todos os Orisas porem usados por Babalorisas e os de quatro Câmpulas e usado pelas Yialorisas e Ekedis. Seu manuseio, no entanto é vedado aos não iniciados nos preceitos da religião. Durante a dança o instrumento serve para invocar e manter a vibração do Orixá na sala, para que a energia não saia daquele local onde está sendo realizada a festa. Quando se dança com algum santo, ou seja, quando uma Ekédi ou um sacerdote ou sacerdotisa dançam acompanhando algum Orixá, o som desse instrumento serve para guiar o mesmo durante o ritual. Pensando o adjá como um instrumento-chave da religião de matriz africana, que se

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Instrumento de origem Africana, utilizado no Culto aos Orixás do Candomblé.

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ADJÁ

O ADJÁ

Adjá, Adjarin, Ajá, Ààjà do (yoruba) e um instrumento sagrado e sem substituição

nos rituais do Candomblé é uma sineta de metal, feito em bronze ou metal dourado

ou prateado.

É comum vermos nas rodas de Candomblé, pessoas mais velhas de santo, tocar

esse instrumento que tanto pode ser de uma, duas, três ou quatro Câmpulas,

enquanto dançam para os Orixás. Em algumas casas o numero de Câmpulas do

Adjá depende para qual finalidade, Ex: o de uma Câmpula e para invocar Esù, o

de duas para invocar os Orisas masculinos, três para todos os Orisas porem

usados por Babalorisas e os de quatro Câmpulas e usado pelas Yialorisas e

Ekedis.

Seu manuseio, no entanto é vedado aos não iniciados nos preceitos da religião.

Durante a dança o instrumento serve para invocar e manter a vibração do Orixá na

sala, para que a energia não saia daquele local onde está sendo realizada a festa.

Quando se dança com algum santo, ou seja, quando uma Ekédi ou um sacerdote

ou sacerdotisa dançam acompanhando algum Orixá, o som desse instrumento

serve para guiar o mesmo durante o ritual.

Pensando o adjá como um instrumento-chave da religião de matriz africana, que

se

configura como uma crença onde a realização espiritual acontece a partir da

iniciação de

uma pessoa no culto ao seu orixá, deve-se observar a mudança no

posicionamento deste

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após a descoberta do santo que rege a sua vida. Ao frequentar um terreiro, as

suas

características psicológicas são observadas com o objetivo de identificar o orixá

que

preside a vida do individuo.

Após essa identificação, o líder religioso procura aproximar a pessoa de sua

essência

espiritual fazendo com que nesse indivíduo desperte os aspectos de sua

personalidade

antes amortecidos. Ao alimentar o orixá, fortalece seu conjunto de características

pondo

em prática esta nova identidade descoberta através da religião.

Já em determinadas situações como rezas e outras obrigações, o adjá tem a

função de invocar a energia dos Orixás para aquele rito e se manifestarem sem

seus filhos, ou, quando for um Ogã ou uma Ekédi ou ainda alguém mais velho de

santo, ele guia o Orixá até aquele local para que o mesmo possa permanecer ali

invisível e assim dar a assistência á seu filho e ouvir suas suplicas ou

agradecimentos. 

Também usamos o adjá para anunciar o inicio de algum ritual ou para chamar a

atenção das pessoas para algum ato importante. 

Como tudo no Candomblé, o adjá passa pelo processo de imantação e dado a

esse, é que somente pessoas autorizadas podem tocá-lo.

 

 De Esù a Orunmilà, todos eles respondem ao chamado desse instrumento

litúrgico, bastando que a pessoa saiba como utilizá-lo. Seu som chama a atenção

dos Orixás, anunciando que alguma coisa está sendo feita naquela casa.

O adjá provoca o transe das pessoas quando tocado acima de suas cabeças, pois

no processo de imantação ele recebe as energias do holocausto que foi oferecido

a determinado Santo.

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Usado em cerimônias festivas ou não, o adjá é de suma importância no

Candomblé.