acumulação-capitalista (1)

5
INTRODUÇÃO O que pauta a vida do homem moderno ocidental é o trabalho e o que o permite viver é o salário. As pessoas cada vez mais, uma vez estando inseridas no mercado de trabalho, buscam empresas que ofereçam melhores condições, como benefícios” e salários maiores. O salário a primeira vista, nos mostra variações nas diferentes funções, o que nos dá a falsa impressão de que a classe trabalhadora tem proximidade no usufruir com a classe capitalista. O salário, nesse caso, representa uma pequena fatia da arrecadação de fundos de uma nação e por mais que ele tenha altas e diferenciações no decorrer de tempos e nas diferenças de função, permanece como ferramenta de perpetuação da diferença e seu aumento só acontecerá se a acumulação de capital permitir. Sendo esse artifício – o salário – o principal elemento de interferência na vida da classe trabalhadora, Marx – a base teórica desse trabalho – busca esquadrinha-lo, considerando suas etapas, entendendo o que define seu valor e como esse valor é simbólico no impedimento pela nação humana. Reconhecendo que é legítima a busca por melhores condições de trabalho e salário da classe trabalhadora, afinal é dali que se subsiste, é importante que entendamos todos os processos, seus termos, mecanismos e sua dinâmica. Sendo essa a proposta do presente trabalho, a pretensão do mesmo

description

materialismo histórico

Transcript of acumulação-capitalista (1)

Page 1: acumulação-capitalista (1)

INTRODUÇÃO

O que pauta a vida do homem moderno ocidental é o trabalho e o que o permite viver é

o salário. As pessoas cada vez mais, uma vez estando inseridas no mercado de trabalho,

buscam empresas que ofereçam melhores condições, como “benefícios” e salários

maiores. O salário a primeira vista, nos mostra variações nas diferentes funções, o que

nos dá a falsa impressão de que a classe trabalhadora tem proximidade no usufruir com

a classe capitalista.

O salário, nesse caso, representa uma pequena fatia da arrecadação de fundos de uma

nação e por mais que ele tenha altas e diferenciações no decorrer de tempos e nas

diferenças de função, permanece como ferramenta de perpetuação da diferença e seu

aumento só acontecerá se a acumulação de capital permitir.

Sendo esse artifício – o salário – o principal elemento de interferência na vida da classe

trabalhadora, Marx – a base teórica desse trabalho – busca esquadrinha-lo, considerando

suas etapas, entendendo o que define seu valor e como esse valor é simbólico no

impedimento pela nação humana.

Reconhecendo que é legítima a busca por melhores condições de trabalho e salário da

classe trabalhadora, afinal é dali que se subsiste, é importante que entendamos todos os

processos, seus termos, mecanismos e sua dinâmica. Sendo essa a proposta do presente

trabalho, a pretensão do mesmo é pensar, na perspectiva marxista, como a busca da

classe capitalista pela acumulação afeta a classe trabalhadora.

Page 2: acumulação-capitalista (1)

LEI GERAL DA ACUMUAÇÃO CAPITALISTA

Com o intuito de esclarecer as circunstâncias em que o acúmulo de capital interfere de

forma direta e decisiva, na vida do operário, Marx vai destacar a princípio, como esse

fenômeno – a acumulação capitalista – vai permitir alta nos salários. Para isso, vai

considerar a composição o capital por dois vieses: composição de valor e composição

de técnica.

Com relação ao valor: É determinado pela proporção da divisão do capital, em

parte constante ( valor dos meios de produção) e em parte variável ( valor da

mão de obra), o que constituiria a composição do valor

Composição do valor com relação a matéria: Como ela aparece no processo de

produção (que dá base para todo o capital) se daria de uma forma proporcional à

mão de obra, ou seja, sua composição é determinada pela proporção que existe

entre os meios de produção e a quantidade de trabalho aplicado para que eles

funcionem

Sempre que houver uma relação de dependência entre essas composições, ou

necessariamente, quando a composição de valor depender da composição da técnica,

Marx irá chamar de Composição Orgânica.

O isolamento desses termos, assim como a limpeza deles são importantes para que

se compreenda como é construído o pensamento de Marx e como ele compreende e

identifica a forma do processo de acumulação capitalista e como ele interfere na

vida da classe trabalhadora em forma de salários. Embora o impacto na vida do

operário seja o final do que propomos aqui, faz- se necessário a compreensão de

onde vem o salário pago e quais são os processos pelos quais passa.

Os numerosos investimentos ou capitais, no mesmo ramo de produção que não

possuem nenhuma relação de dependência entre eles, diferem em suas composições,

mas a média entre eles, o que há de comum é o capital social.

Com relação a composição média, ela varia de acordo com o ramo que

orienta o sentido do capital e constituem o Capital Social empregado em

uma nação e é nesse sentido que Marx irá discorrer no que diz respeito às

afetações à classe trabalhadora.

Page 3: acumulação-capitalista (1)

CIRCUNSTÂNCIAS QUE O ACÚMULO DO CAPITAL VAI GERAR ALTA NOS

SALÁRIOS

Sobre esse assunto, Marx vai dizer que:

Se a procura por trabalho vai seguir o mesmo sentido que a acumulação, a

parte destinada aos salários ( que é também uma variável) vai aumentar

proporcionalmente ao acúmulo de capital. O progresso “Natural” – atentando

para todas as problemáticas desse termo – da acumulação, permitir uma

alteração nos salários. Se houver aumento na procura por trabalho de forma

gradual, a oferta será sobrepujada, o que aumentará o salário imediatamente.

Porém, isso não muda em nada o caráter da produção capitalista, pois a relação social de

capitalista e assalariado continua e os antagonismos dessa relação, que é análoga à

escravidão, são potencializados de forma que o capital continua se reproduzindo ao

mesmo tempo que cria uma barreira que vai frustrar as potencialidades da força de

trabalho.

Claro que dessa forma, o operário irá consumir mais ou poderá subsistir com um pouco

mais de conforto: Se a alimentará melhor, vestirá melhor, mas a pequena fatia destinada

aos salários continua sendo a menor, porque o todo cresceu também, aliás, o

crescimento do todo que proporcionou o aumento de salário.

Quer-se dizer com isso, que se o aumento de salário é proporcional ao acúmulo de

capital, a diferença abismal na qualidade de vida da classe trabalhadora é perpétua e que

de maneira alguma, dar condições mais dignas ao operário, muda o caráter do capital de

escravidão, alienação, que mais do que os corpos, escraviza a alma da classe

trabalhadora.