Acções e valores - Filosofia 10º Ano (2ºteste)

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Tópicos Abordados:- Acções e valores

- Acções- Conceito de Acção- Estrutura da acção- Diferença entre acção e acontecimento

- Valores- Conceito de Valor- Juízos de facto e de valor

-Determinismo e livre-arbítrio- Livre-arbítrio

- Noção de livre-arbítrio- O problema do livre-arbítrio

- Teorias de resposta ao problema do livre-arbítrio- Imcompatibilistas

- Determinismo Radical- Liberalismo

- Compatibilistas- Determinismo Moderado

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1) Acções e valores1.1) Acções

A filosofia estuda as acções porque a acção é uma das crença mais básicas. Nós acreditamos que agimos livremente, acreditamos na Racionalidade das Acções Humanas, e isso é que é o objecto de estudo da filosofia da Acção. Mas isso significa que não fazemos acções irracionais?

Uma acção é um acontecimento que foi realizado por um agente e que foi intencional. Ex.: ir ao mercado -- eu quero ir ao mercado, por isso, se puder, vou até ao mercado. O contrário já não se verifica, nem todos os acontecimentos são acções, no entanto todas as acções são acontecimentos. Ex.: escorregar numa casca de banana -- não é acção, é acontecimento. Um agente realiza uma acção por um motivo/intenção (razão pela qual o agente realiza a acção); pretende algo ao realizar a acção, tem uma finalidade (o que o agente pretende com a realização da acção); o agente escolhe entre várias possibilidades a que lhe parece que o vai levar mais próximo da acção, decisão (escolha de entre várias possibilidades mais propícia à realização da acção); o agente realiza algo para chegar à sua acção, os meios (aquilo que o agente realiza para chegar à sua acção); o que acontece depois da realização da acção, os resultados (o que resulta da sua acção); e o agente ainda sofre as consequências da sua acção. Para perceber melhor, vê a tabela seguinte:

Acção

O  João  esteve  o  fim-­‐de-­‐semana  todo  em  casa  e  como  estava  

desejoso  de  ir  ver  um  filme,  no  domingo  o  pai  deixou-­‐o.  O  João  foi  ao  cinema  ver  um  filme.  O  cinema  estava  

fechado.  O  João  não  viu  o  filme  e  ficou  triste.

Mo>vo:  estar  desejoso  por  ver  um  filmeO  João  esteve  o  fim-­‐de-­‐semana  todo  em  casa  e  como  estava  

desejoso  de  ir  ver  um  filme,  no  domingo  o  pai  deixou-­‐o.  O  João  foi  ao  cinema  ver  um  filme.  O  cinema  estava  

fechado.  O  João  não  viu  o  filme  e  ficou  triste.

Finalidade:  ver  um  filmeO  João  esteve  o  fim-­‐de-­‐semana  todo  em  casa  e  como  estava  

desejoso  de  ir  ver  um  filme,  no  domingo  o  pai  deixou-­‐o.  O  João  foi  ao  cinema  ver  um  filme.  O  cinema  estava  

fechado.  O  João  não  viu  o  filme  e  ficou  triste.

Decisão:  escolheu  sair  de  casa

O  João  esteve  o  fim-­‐de-­‐semana  todo  em  casa  e  como  estava  

desejoso  de  ir  ver  um  filme,  no  domingo  o  pai  deixou-­‐o.  O  João  foi  ao  cinema  ver  um  filme.  O  cinema  estava  

fechado.  O  João  não  viu  o  filme  e  ficou  triste.

Meios:  saiu  de  casa  e  foi  até  ao  cinema

O  João  esteve  o  fim-­‐de-­‐semana  todo  em  casa  e  como  estava  

desejoso  de  ir  ver  um  filme,  no  domingo  o  pai  deixou-­‐o.  O  João  foi  ao  cinema  ver  um  filme.  O  cinema  estava  

fechado.  O  João  não  viu  o  filme  e  ficou  triste.

Resultado:  o  João  não  viu  nenhum  filme

O  João  esteve  o  fim-­‐de-­‐semana  todo  em  casa  e  como  estava  

desejoso  de  ir  ver  um  filme,  no  domingo  o  pai  deixou-­‐o.  O  João  foi  ao  cinema  ver  um  filme.  O  cinema  estava  

fechado.  O  João  não  viu  o  filme  e  ficou  triste.

Consequências:  sen:u-­‐se  triste

A finalidade de uma acção pode ser de dois tipos:- Instrumental: eu realizo uma acção para que possa atingir outra. Ex.: Eu

vou levantar dinheiro para comprar o meu computador;- Última: motivo final da realização da acção. Ex.: Eu sentei-me no sofá para

ficar confortável.

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1.2) Valores Um valor é uma ideia ou conjunto de ideias que orienta(m) e influencia(m) as nossas escolhas. Ex.: matar é errado; mentir é errado. Existe uma grande diversidade de valores: valores cívicos, sociais, solidários, etc... São estes valores que nos podem levar a fazer juízos de valor. Os juízos de valor ao contrário dos juízos de facto, são subjectivos, ou seja, dependem dos valores de cada pessoa. Ex.: ele é mau porque matou. Se alguém acha que matar é correcto, como pode tomar esta afirmação por verdadeira? Por outro lado, os juízos de facto são imparciais e objectivos, porque não dependem da pessoa que diz a afirmação. Ex.: ele foi morto ontem. Se a frase for cientificamente correcta (verdadeira), como é que alguém pode discordar?

2) Determinismo e livre-arbítrio2.1) Livre-arbítrio

Ter livre-arbítrio significa ter liberdade para realizar as acções como desejamos. Ao longo dos tempos, os filósofos têm vindo a discutir sobre se os humanos têm ou não livre-arbítrio. Criaram-se algumas teorias para tentar responder.

2.2) Teorias de resposta ao problema do livre-arbítrio

2.2.1) Imcompatibilistas (ou o determinismo é verdadeiro e não há liberdade ou o contrário) Existem dois tipos de teorias imcompatibilistas:

- Determinismo radical: todas as nossas acções inserem-se numa cadeia de causas, logo nós não temos liberdade é apenas uma ilusão, mas também não podemos ser responsabilizados pelas nossas acções nem glorificados pelos nossos actos heróicos;

- Liberalismo: nós possuímos liberdade e o determinismo é falso, logo nós somos responsáveis pelas nossas acções.

2.2.2) Compatibilistas (tanto o determinismo como a liberdade podem ser compatíveis)

Existe uma teoria compatibilista:- Determinismo moderado: a maioria das nossas acções insere-se numa

cadeia de causas, mas nós podemos escolher realizá-las ou não (existe liberdade e o determinismo é verdadeiro).

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