A volta do principezinho
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A volta do Principezinho1
O livro chamado o Pequeno Principe, do escritor Antonie di saint-Exupéry, publicado pela primeira
vez nos Estados Unidos, no ano de 1943, com toda certeza inspirou gerações emocionou pessoas e tocou
profundamente tanto a ser difundido em todo o mundo nas mais importantes línguas e se tornar filme,
desenho animado, peça de teatro,etc.
Uma obra que a primeira vista parece livro para criança com seu estilo e desenhos mais pela sua
fineza poética e filosófica nos leva a descobrir um mundo dentro do mundo. Acredito eu que o autor
escreveu esse livro pensando realmente na criança na nossa criança interior, adormecida e sufocada. Ele
chamava a atenção para a inocência que não foi perdida mas estava adormecida dentro de cada um de nós de
se maravilhar com as coisas mais simples e de aprender em todas as circunstancias.
Olhando pelo contexto histórico em que o livro foi lançado que sem muitos aprofundamentos era um
contexto de tristeza, angustia e falta de esperança estamos perto da Segunda Guerra Mundial e o livro
procura resgatar esses valores humanos profundos que existem em nós, do amor, a amizade, a fraternidade, a
simplicidade. O Principezinho com a sua inocencia e o seu jeito que chega sem querer nada e conquista até
os mais duros corações e se torna responsável cativando todos os corações.
Por muitos anos olhei para esse livro como uma simples obra de literatura mas quando era pós
noviço durante um retiro com o Frei Antonio Leonel em que ele chamava a atenção para questão da nossa
humanidade e que nós temos que viver a vida sentindo o gosto da vida, sendo conscientes e responsáveis, e
mesmo em relação a vivencia dos sacramentos que não adiantava simplesmente cumprir os preceitos.
Justamente nesse momento quando eu esperava de um teólogo uma afirmação de São Tomas de Aquino ou
quem sabe um outro, o Frei citou o Principezinho e que era o esse personagem que era o mestre que
ensinava para todos nós os valores que temos que resgatar na nossa vida. Penso que esse episódio não
esquecerei tão facilmente e a partir daquele momento aprendi também a resgatar essa criança interior dentro
de mim e aprender das situações e da vida.
Poderia citar várias frases significativas do livro, mas prefiro me limitar a dizer que no complexivo é
uma obra que ainda tem muito a dizer para o nosso tempo. Onde ainda existem muitos problemas sérios de
discriminação, racial, sexual e social, o mundo da imagem propõe o seus modelos e todos nós que não nos
enquadramos naqueles modelos somos excluídos. Mais do que nunca o planeta grita porque a violência
práticada contra os animais e o meio ambiente são crimes que permanecem impunes.
Nós que vivemos na América Latina o continente onde tem ainda hoje um grande indíce de pobreza
e os pobres clamam por justiça e por serem tratados como seres humanos iguais a todos os outros com os
seus direitos garantidos. Vejo que o clamor expressado através do Pequeno Principe é ainda atual. Acaba de
chegar as livrárias de todo o mundo o romance chamado, O retorno do jovem Principe, escrito pelo
argentino, Alejandro Guillermo Roemmers, no romance o Principezinho se tornou um adolescente mas
continua com a mesma inocencia de quando era criança e através do seu modo peculiar de perguntar sempre
e não se satisfazer com respostas superficiais e com a sua sinceridade assustadora mostrando uma
transparencia inacredítavel, o jovem Principe um adolescente que dialoga com um adulto permitindo a esse
adulto que tinha a pretenção de ensinar sobre a vida a oportunidade de aprender e resgatar no íntimo do seu
ser respostas para responder as perguntas que a vida faz.
Talvez com todos os problemas que vemos ao redor podemos não resolver todos mais o jovem
Principe pode nos ajudar a começar a mudança dentro de nós mesmos e quando somos coerentes com a
nossa razão profunda de ser certamente não ficamos calados diante do mundo que nos desafia a cada minuto
em modo concreto e absurdamente questionador.
1 Em portugal ao invés de chamar-se O Pequeno Principe o romance de Antonie Saint Exupery se chama, O
Principezinho.
O jovem Principe é muito concreto nas suas respostas e me faz lembra a falecida teológa feminista
alemã, Dorothee Sölle ( 1929-2003), quando perguntaram como ela explicaria a felicidade a uma criança, ela
respondeu que não explicaria a felicidade a uma criança, mas daria uma bola e a criança experimentaria o
que é a felicidade.
Frei Emerson Aparecido Rodrigues