A vizinha

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A Vizinha Eu tenho uma vizinha muito simpática! É a minha vizinha do lado. Eu e ela temos quase a mesma idade, mas somos bastante diferentes. Desde que começou no oitavo ano, já não é a mesma. A minha mãe diz que ela está a entrar na “fase da adolescência”, mas eu nunca percebi isso muito bem. Ela vai para a escola, estuda, brinca com os amigos, faz tudo como uma rapariga normal. Mas, quando vai de regresso a casa parece que muda. Parece que fica aluada, perdida nos pensamentos. Naquela cara de Cinderela, vejo uns olhinhos verdes e perdidos. Tanto gosta do rapaz de olhos azuis como não sabe se gosta do colega do lado. Fica muito sensível e indecisa. Até tenho que por vezes dizer-lhe o caminho para casa com tamanha distração! Por falar na sua aparência, de um ano para o outro, parece que ela mudou! Ficou maior e parece uma mulherzinha, como diz a minha mãe. Eu pergunto-lhe sempre se ela é maluquinha por mudar de disposição de uma hora para a outra, mas a minha mãe diz que é normal! Sinceramente não a entendo. Será que eu serei assim

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A VizinhaEu tenho uma vizinha muito simpática! É a minha vizinha do lado. Eu e ela temos quase a mesma idade, mas somos bastante diferentes. Desde que começou no oitavo ano, já não é a mesma. A minha mãe diz que ela está a entrar na “fase da adolescência”, mas eu nunca percebi isso muito bem. Ela vai para a escola, estuda, brinca com os amigos, faz tudo como uma rapariga normal. Mas, quando vai de regresso a casa parece que muda. Parece que fica aluada, perdida nos pensamentos. Naquela cara de Cinderela, vejo uns olhinhos verdes e perdidos. Tanto gosta do rapaz de olhos azuis como não sabe se gosta do colega do lado. Fica muito sensível e indecisa. Até tenho que por vezes dizer-lhe o caminho para casa com tamanha distração! Por falar na sua aparência, de um ano para o outro, parece que ela mudou! Ficou maior e parece uma mulherzinha, como diz a minha mãe. Eu pergunto-lhe sempre se ela é maluquinha por mudar de disposição de uma hora para a outra, mas a minha mãe diz que é normal! Sinceramente não a entendo. Será que eu serei assim quando tiver a sua idade? Esse é o meu maior medo. Eu não me quero tornar numa pessoa que não é capaz de exprimir os seus verdadeiros sentimentos. Vizinha, só quero que saibas que estou sempre do teu lado e que espero que cures depressa, essa doença chamada “adolescência”.