A Verdadeira Face Dos Lideres Religiosos Marcos Tadeu c - E-book

80
5/25/2018 AVerdadeiraFaceDosLideresReligiososMarcosTadeuc-E-book-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/a-verdadeira-face-dos-lideres-religiosos-marcos-tadeu-c-e-boo Edited by Foxit Reader Copyright(C) by Foxit Corporation,2005-2010 For Evaluation Only.

Transcript of A Verdadeira Face Dos Lideres Religiosos Marcos Tadeu c - E-book

  • Edited by Foxit ReaderCopyright(C) by Foxit Corporation,2005-2010For Evaluation Only.

  • A VERDADEIRA FACE DOS LIDERES RELIGIOSOS: Bispo Edir Macedo, Profeta William Marrion Branham e Pastor Altemar Freitas Cardoso

  • A VERDADEIRA FACE DOS LIDERES RELIGIOSOS: Bispo Edir Macedo, Profeta William Marrion Branham e Pastor Altemar Freitas Cardoso

    Marcos Tadeu Cardoso

    Montes Claros2009

    Edi ArtsEDITORA

  • Marcos Tadeu Cardoso - 2009

    REVISO ORTOGRFICA

    mariclia Muniz

    PROJETO GRFICO

    Marcus Martins Macedo

    CARDOSO, Marcos Tadeu.A verdadeira face dos lideres religiosos: Bispo Edir Macedo,

    William Marrion Branham e Pastor Altemar Freitas / Marcos Tadeu Cardoso Montes Claros: Edi Arts, 2009.

    91 p.

    ISBN: 978-85-910082-0-9

    1.Lideres religiosos 2. Edir Macedo 3. William Marrion Branham 4. Pastor Altemar Freitas I. Ttulo.

    CDD B000.0

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

    Esse livro ou parte dele no pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorizao expressa do autor.

    IMPRESSO NO BRASIL

    Cmara Brasileira do Livro, Minas Gerais

    EDITORA Edi ArtsMontes Claros2009

  • Como fui constantemente auxiliado e incentivado durante a composio desse trabalho, minha tentativa de agradecer a todos que me ajudaram no expressar a profundidade de minha gratido. Quaisquer erros que eventualmente tenham aparecido no livro so meus. Obrigado a todos.

    Minha me, meu pai, minha famlia, amigos, Pastor Alte-mar e toda a Igreja Comunidade Crist Pentecostal, Pastor Egmar Vieira, Vilma Aquino, Fernando Ribeiro, Larissa Marques, Pastor Carlo Fabiano, professor. Nobie, Pastor Altemar, a InterTV, na pessoa da professora Graa, da jor-nalista Leondia, da Mariclia Muniz, do jornalista Valde-mar Soares, Dr. Paulo Henrique Cason e Dr. Normando da UNIMONTES.

    Soli Deo Gloria!

    Agradecimento

  • Dedico essa obra em memria de Jos Cardoso, Professora Zaine e Valdir Pereira Macedo.

  • Prefcio ApresentaoProfeta William Marrion Branham

    Comentrio PesquisaReferncias

    Bispo Edir MacedoComentriosPesquisa Referncias

    Pastor Altemar Freitas Cardoso Pesquisa Referncias

    Sumrio

    11132137394143596163678587

  • Qual o melhor livro para se ler? Sem dvida a bblia o livro mais lido, vendido do mundo, agora qual o outro tipo de livro a ler, ter ou comprar? Acredito que os livros de biogra-fi as deveriam ser os mais lidos e recomendados, talvez por contar histrias e lies, derrotas e vitrias que podemos apreender com aqueles que passaram antes de ns.

    Marcos Tadeu se atreve a entrar no meu entendimento, no caminho dos sbios, apreender com as histrias dos outros. Os livros de biografi as nos fazem entrar na vida intima dos homens e mulheres, nos ajudam a entender que lutas preci-sam ser convertidas em vitrias, vitrias em elementos de esperana para que os outros tambm possam segui-los.

    Neste livro, fi que a vontade para entrar e sair, ouvir e apre-ender com homens que na sua maioria, nunca teria tempo de pegar em nossas mos. Tenha uma boa leitura e aprenda com as aes destes lideres.

    Pastor Carlo FabianoPrimavera de 2009

    Prefcio

  • A VERDADEIRA FACE DOS LIDERES RELIGIOSOS: Bispo Edir Macedo, Profeta William Marrion Branham e Pastor Altemar Freitas Cardoso.

    Nesse livro voc encontrar uma verso crtica da histria, baseado em fontes documentais primrias dos lderes re-ligiosos, nesse volume em especial voc encontrar a his-tria do Bispo Edir Macedo, do Profeta William Marrion Branham e do Pastor Altemar Freitas Cardoso. Lderes que infl uenciaram e que continuam a infl uenciar a vida de milha-res de pessoas. Este volume possibilita aos leitores de manei-ra geral conhecer a histria, o contexto social, econmico e religioso, que moldaram o perfi l desses homens, atravs de um ponto de vista crtico e historiogrfi co.

    Nesse trabalho foi constante a busca por relatar elementos comuns e pessoais da vida de cada um deles, sem deixar de revelar os sentimentos e as experincias ntimas, elemen-tos que nortearam um dos objetivos iniciais desse trabalho. Com isso a obra possibilita ao leitor elementos cada vez mais inovadores, sejam eles no mbito historiogrfi co, religioso e social. Para possibilitar um trabalho que no fi gurasse ape-nas em um contexto biogrfi co foram realizadas pesquisas, tanto quantitativas quanto qualitativas, com a pretenso de possibilitar aos leitores novos elementos na anlise historio-grfi ca e das cincias da religio.

    Apresentao

  • 16

    Os resultados obtidos nessas pesquisas tiveram como obje-tivo identifi car a infl uncia desses lderes religiosos na vida dos fi is. Dentre os resultados, constatou-se que para alguns fi is o seu lder comparado a um deus. Uma porcenta-gem considerada das pessoas pesquisadas compreende que os escndalos e erros de seus lderes religiosos no compro-metem a sua f. O que torna a leitura desse material tanto interessante quanto importante.

  • Pastor Altemar Freitas

    Pastor Altemar Freitas Cardoso, bispo e fundador da Igreja Comunidade Crist Pentecostal, vereador em Montes Claros, administrador de uma Clnica de Recuperao e pai de famlia. Uma fi gura infl uente e ao mesmo tempo polmica no cenrio regional. Em sua trajetria foi cercado de persegui-es e colaboraes de varias pessoas. Contudo, ascendeu a um posto almejado por vrias pessoas. O de lder de um grande ministrio e vereador de uma das maiores cidades de Minas Gerais.

  • Edir Macedo

    Bispo Edir Macedo, lder da 3 maior igreja do Brasil, a Igreja Universal do Reino de Deus e dono da Rede Record. Um lder nato, infl uente e conceituado. Nesse livro voc saber quan-do ele foi preso, sob quais acusaes e qual a infl uncia de sua priso sobre seus liderados e fi is da Igreja Universal. Sem deixar de lado suas polmicas, desde a aceitao do aborto em alguns casos e aceitao de mtodos contracepti-vos; sem deixar de lado as notcias que percorreram o mun-do e que envolvem o Bispo em vrias matrias, negativas para sua imagem de lder religioso.

  • William Marrion Branham

    William Marrion Branham, considerado o precursor da cura pela f, lder da igreja Tabernculo da F. Autor de vrias mensagens que foram traduzidas e impressas em livros, que possui um valor semelhante ao valor da bblia para os fi is do Tabernculo. Um lder que tentou suicdio por algumas vezes mesmo sendo lder. Teve vises que se fundem a ele-mentos pouco aceitos nas igrejas protestantes. Realizou v-rias curas, o que o levou a uma repercusso extremamente elevada no cenrio internacional.

  • Sobre sua vida existem inmeros fatos que o diferem de ou-tros lderes. Na tentativa de falar sobre sua vida, no dia 09 de abril de 1954 na cidade Los Angeles, estado da Califrnia, ele relatou que reconhecia seus erros e que havia realizado muitas coisas erradas em seu percurso. Quando mencionara sobre o momento da cura, deixou claro o fato de que no realizava curas, mas que Deus quem curava. importante citar isso, no intuito de tentar romper com o esteretipo que se formou em torno da fi gura desse lder religioso do sculo XX.

    Para o escritor Pearry Green (1995, p.4), ele foi o profeta do sculo XX e tambm foi o homem de Deus escolhido como precursor da segunda vinda de Cristo.

    William Marrion Branham, considerado o precursor da cura pela f, nasceu dia 6 de Abril de 1909, parto realizado sem o auxlio de mdico, j que a parteira foi sua av. Era fi lho de

    William Marrion Branham

  • 24

    Charles Branham um madeireiro (que morreu aos 52 anos) e de Ella Branham. De uma famlia pobre, o primognito teve vrios irmos. Descendente de irlands, ele morou em uma cabana, ou velha casa de tronco de rvore tapada de barro nas fendas, que fi cava nas montanhas, prximo de Berksvil-le, leste do estado de Kentucky, EUA. A cama de William M. Branham era uma cama de palha, o cho era descoberto, sem tapete, tinham uma mesa improvisada em toco, com apenas duas cadeiras. A casa no havia sequer uma janela, no lugar tinha uma portinhola de madeira. Como na casa no podia ligar Luz ou queimar querosene eles usavam a can-deia de azeite, levando a casa a encher-se de fumaa.

    Quando pequeno ele teve vises que se referiam a um even-to futuro. Conta-se que na manh de seu nascimento uma luz estava sobre sua cabea. As vises que ele tinha quan-do pequeno eram constantes, contudo no muito claras na poca. Segundo algumas pessoas que estiveram prximas a ele, um dos motivos era a distncia que sua famlia tinha do cristianismo ou mesmo da religiosidade. Esse foi o fator preponderante na ausncia de interpretao desses eventos sobrenaturais, ou seja, contriburam para que esses e outros eventos no fossem muito compreendidos. No entanto vale ressaltar que esse distanciamento foi relativo, uma vez que seus familiares eram catlicos no praticantes.

    Esse distanciamento no impossibilitou que, dez dias aps o nascimento de Branham, sua famlia o levasse a uma igreja batista chamada Reino do Gamb, ou Igreja Batista do Reino do Gamb. O pastor desta igreja era itinerante e nes-te dia ele estava l, ento orou pelo recm nascido William M. Branham. Essa foi a primeira viagem feita por ele a uma igreja.

  • 25

    Sua primeira viso ocorreu quando ele tinha aproximada-mente dois anos de idade. Segundo seu relato uma luz en-trou dentro de sua casa, luz que ele entendia que era o so-brenatural. No entanto alguns de seus parentes entendiam que aquela luz era originada do sol que refl etia dentro da casa. Para William M. Branham no havia sol no momento, porque eram cinco horas da manh. Mas seus familiares no atentaram para isso.

    Charles, o pai de William M. Branham era um tpico homem das montanhas, bebia constantemente, e em uma briga quase matou um homem. Com isso ele teve que fugir, e aproxima-damente nessa poca ele havia visto um pssaro em cima de uma rvore. Quando o pssaro levantou voo, ele ouviu uma voz que dizia para onde ele ia se mudar. E de fato ocorreu. Ele se mudou para essa regio e estava morando l desde os trs anos de idade.

    Ao se mudar para Indiana seu pai comea a fazer usque em um alambique, e quem buscava gua para usar no alambique era o William M. Branham. Apesar da ajuda ser muito til e o fato de ajudar o pai muito digno, isso se tornou muito sofrido para ele, pois, muitas vezes ele tinha que abrir mo de seus desejos e interesses. As vendas de usque aumentam e, consequentemente, seu pai adquire mais alambiques. Sua tarefa se tornou mais intensa.

    Com sete anos de idade Branham estava voltando de um poo, e no caminho sentou-se embaixo de uma rvore e ps-se a reclamar, porque ao contrario de ir buscar gua queria mesmo era ter ido pescar. Quando chorava comeou a ouvir o barulho de um pequeno redemoinho, e voltando a pegar os baldes novamente, ele percebeu que o redemoi-nho ou o chamado torvelinho, continuava girando em

  • 26

    torno da rvore. Naquela poca do ano isso era comum, mas parando para observar ele ouviu uma voz humana e bem audvel dizendo: Nunca beba ou corrompa seu corpo de maneira alguma. Haver uma obra para voc fazer quando fi car mais velho; Muito assustado, ele correu em direo sua casa. Como naquela regio onde moravam tinham mui-tas cobras venenosas, sua me pensou que ele tinha pisado ou sido mordido por uma. Contudo, ao falar o que havia ocorrido, sua me acabou rindo dele. Mas chamando um mdico para examin-lo, constatou-se que ele estava apenas um pouco nervoso.

    Posteriormente, as vises vieram sobre ele novamente, mas desta vez elas do a ele um entendimento para relatar s pes-soas o que elas deveriam fazer, ou at mesmo dizer dos peca-dos ocultos que estavam sobre a vida delas. (Fonte vdeo)

    Aproximadamente um ms depois do ocorrido, ele estava jogando bolinha de gude com seus irmos, e repentinamen-te ele sente algo estranho, e pra. Senta ao lado de uma r-vore, ponte que ligava Jeffersonville a Louisville. Ao olhar para baixo ele tem uma viso de que uma ponte levantava e atravessava aquele rio, e que 16 homens caam ali e mor-riam. Correndo para dentro de sua casa ele conta para sua me, mas ela acreditava que ele tinha dormido. O fato ocor-reu 22 anos depois, quando a ponte municipal foi construda e 16 pessoas morreram durante a construo.

    Durante sua infncia William M. Branham teve outras expe-rincias sobrenaturais. Nesta poca ele foi chamado por uma astrloga, que disse que sobre ele havia um sinal. Assim foi profetizado por ela o ministrio.

    Quando jovem, ele dizia ter pensamentos como todos os ou-tros jovens, e, mesmo sendo tmido, havia conseguido uma

  • 27

    namorada que tinha aproximadamente 15 anos de idade. Ela era bonita, mas tinha hbitos modernos como o de fumar, e isso o desiludiu.

    Em certa ocasio ele e seu amigo tinham combinado de sair com as namoradas de carro e ao sarem moa oferece um cigarro a ele. Porm ele no aceita, mas ela insiste, e ele no aceitando ela o chama de [...] grande marica. No supor-tando o apelido, ele pede o cigarro e acende o fsforo, afi r-mando que mostraria que no era marica. Mas ao levar o cigarro boca, ele diz ter ouvido algo: vuuum... Ele tenta fumar novamente, mas no consegue, e joga o cigarro no cho e comea a chorar. S que o amigo e as moas come-aram a rir dele. Nesse instante ele sai do carro e os dois vo a p para casa.

    Em outra ocasio William relata que estava junto com o pai e uns amigos e estes estavam bebendo usque. Nesse mo-mento um amigo de seu pai lhe oferece bebida. Ele agradece e diz que no bebia. Nesse instante ele diz: um Branham que no bebe? Todos riram dele. O pai completou dizendo que havia criado um marica. William M. Branham sen-tindo-se ofendido pede a garrafa, e quando tenta vir-la, ele ouve o mesmo barulho: vuuum... devolve a garrafa e sai correndo, pois a mesma fora ou poder no o deixara be-ber. Ele descreve que apesar de seu desejo de beber, Deus o impedia fazer isso.

    Aos 17 anos, soube da morte de seu irmo. Isso e as incom-preenses das vises o levaram a fi car deprimido. Quase que simultaneamente sofre de apendicite, culminando em uma cirurgia. Temendo a morte, ele faz uma promessa a Deus: se tudo corresse bem ele o serviria por toda sua vida.

  • 28

    Aos 22 anos de idade, ele conhece uma moa cujo nome era Hope Brumbach. Ela freqentava a Igreja Luterana Alem antes de mudar para aquele local, no fumava, nem bebia e nem mesmo danava. Ele namorou pouco tempo com ela. Nessa poca ele tinha um velho carro Ford, onde eles saiam para namorar. Costumavam ir 1 Igreja Batista, e nessa poca resolve namorar srio, e ento ele decide pedi-la em casamento. Mesmo no tendo condies para dar a ela as mesmas condies de vida que ela tinha em sua casa. Essa outra situao onde a timidez dele demonstrada, ento uma das maneiras de vencer a timidez e pedi-la em casamen-to era enviar o pedido por meio de carta. Foi o que ele fez, e ela acaba aceitando.

    O casamento deles foi realizado. Ele relata que no tinha nada para montar sua casa. Tinha apenas dois ou trs dla-res, e com esse dinheiro ele alugou uma casa de dois cmo-dos. Eles tinham ganhado um velho catre (cama dobradia), comprou uma mesinha com quatro cadeiras, um velho fo-go, e apesar das condies, ele frisava que havia felicidade naquela casa. Tiveram um menino e deram o nome de Billy Paul. Aproximadamente onze meses depois, eles tiveram uma menina. Deram a ela o nome de Sharon Rose, que para ele derivava de Rosa de Saron.

    William M. Branham descreve que sua converso ocorreu quando orava em uma cabana. Nessa poca ele se juntou a um grupo de missionrios, sendo posteriormente ordenado pastor pelo Doutor Roy Davis. Pastoreou uma igreja batista na cidade de Jeffersonville, por 17 anos sem nenhuma remu-nerao, afi rmava ele. Como nunca havia usado dinheiro da igreja e eles haviam feito um emprstimo para pag-la em dez anos, esse pagamento foi feito em dois anos.

  • 29

    Ele cita que havia economizado um dinheiro para suas f-rias. Iriam pescar, tanto ele quanto sua esposa. Trabalharam para juntar esse dinheiro, fi nalmente foram pesca. Esta-vam retornando dessa pescaria, quando ele se deparou com uma frase na traseira de alguns carros: S Jesus. Isso o instigou a segui-los. Eles estavam indo a uma igreja pente-costal. At ento a concepo que ele tinha sobre essas igre-jas era de que eles eram um bando de santos roladores, que deitavam no cho e punham espuma pela boca. Mas ainda assim ele resolve entrar na igreja e assistindo ao culto, ele v uma pessoa se levantar e falar em lnguas estranhas. Fato inusitado para ele. As pessoas corriam pela igreja (como que em estado de xtase espiritual). Branham comeou a ouvir alguns daqueles pregadores, e observou que eles eram pesso-as eruditas e estudantes. Comeou a ter uma viso positiva. Um instante depois todos os pregadores foram convidados para a plataforma, e ele era o nico pregador batista naque-la ocasio. Todos os outros eram pentecostais. Convidaram um ancio para ministrar a palavra noite, um pregador de aproximadamente 90 anos de idade. Em um determinado momento de sua pregao um xtase espiritual o tomou e ele acabou dando pulos enormes. Nesse instante Branham, acreditou que precisava de um pouco disso.

    No outro dia, quando ele voltou igreja, tinha como meta no deixar que ningum percebesse quem ele era. Ao entrar na igreja viu que eles usavam um microfone, algo que at en-to ele no conhecia, e que, talvez por isso, lhe causava certo temor. O orador da noite convidou o pregador batista que esteve na noite anterior para trazer a mensagem. Naquele momento, ele com receio, no se manifestou. Um dos moti-vos que ele alegou foi que no estava trajando um vesturio adequado para subir ao plpito. Mesmo porque na igreja ba-tista, normalmente, uma pessoa no poderia subir ao plpito

  • 30

    sem terno. Mas o orador insistia para que Branham subisse, e uma pessoa que estava ao seu lado o reconhecendo, aps ele mesmo falar, disse que l eles no se preocupavam com as vestes. Aps Branham se negar, um senhor que estava ao seu lado disse ao orador que o pregador batista estava ali. Ento ele o chamou novamente e, nesse instante, Branham no teve como negar, e se dirigiu ao plpito.

    Ao estar l na frente, ele se sentia meio nervoso e atrapalha-do. Iniciou a mensagem no texto de Lucas 16. No decorrer da pregao ele comeou a se sentir um pouco melhor.

    A mensagem que ele havia ministrado enfocava as emoes. Levantou os olhos e chorou. Durante a mensagem e sub-seqentes repeties que citava o choro, ele comea a cho-rar, sentindo algo que ele mesmo categorizava como algo. Por um instante ele percebe que sai de si, como que fi casse em estado de transe. Aps voltar a si ele percebe que estava l fora. Naquele instante o povo berrava, gritava e chorava. Para ele o culto havia sido tremendo.

    Aps a pregao, ele recebe vrios convites para pregar e realizar avivamentos em outras igrejas. Os convites vinham de vrios ancios daquela igreja pentecostal. Aps o culto ele retorna para sua casa e fala para sua esposa dos convites. Ela compreende e diz que onde ele fosse ela o acompanharia. Porm sua me diz que ele no iria levar sua fi lha para aquele lugar, dizendo ainda: Ridculo! Isso no nada seno lixo que as outras igrejas jogaram para fora. Para ela aquelas pessoas no passavam de lixo.

    Assim, mesmo empolgado com os convites e ansioso para ir, ele deixou de lado os convites. Sua esposa comeou a cho-rar, e disse que independente do que sua me havia dito ela

  • 31

    fi caria com ele. Porm, ainda assim ele deixou os convites de lado. Posteriormente ele reconheceu que esse foi o pior erro que havia cometido em sua vida.

    Poucos anos depois em 1937, sobreveio uma enchente na regio onde moravam. Ele estava patrulhando a regio, pois tinha que levar o povo para longe da enchente. As ca-sas estavam desabando e muitas pessoas estavam em locais de risco.

    Nessa poca a esposa de Branham estava muito doente. Ele tinha que resgatar uma me e umas crianas, prximo de onde um dique havia se rompido. Quando ele estava saindo com essas crianas e a mulher, esta comeou a chorar e gri-tava: meu nen! Ele pensou que uma criana havia fi cado, ento ele voltou. Quando ele entrou a varanda se soltou e a casa caiu sobre ele. Mas naquele instante ele conseguiu sair e voltar ao barco. Tentou funcionar o barco, porm a fora da gua estava puxando ele para a corrente. Ento ele orou pedindo a Deus que no tivesse uma morte como aquela. Em seguida ele ouviu uma voz que dizia: e aquele monte de lixo ao qual voc no quis ir? Est vendo?

    Nesse instante ele faz a promessa que se o Senhor o perdoas-se ele faria qualquer coisa que Deus quisesse. Nesse mesmo instante ele conseguiu chegar margem. Na volta ao hos-pital onde sua esposa estava, ele a v deitada em uma cama com tuberculose. Depois de alguns meses ele recebe um chamado no rdio para comparecer ao hospital. Chegando ao hospital ele recebe a notcia de que ela estava morrendo. Ele insiste para entrar no quarto dela, mesmo ela estando inconsciente. Vendo-a naquele estado ele a sacudiu, ela se vira e sorri para ele, e diz: por que voc me chamou de volta Billy? Ela disse que estava no cu, sossegada e em paz. Fala

  • 32

    ainda para ele no pensar que ela estava fora de si. Nesse ins-tante ela pede para Branham sentar na cama e diz que o erro que eles haviam cometido foi ter ouvido sua me, quando ela impediu que eles fossem realizar o avivamento nas igrejas pentecostais. Ela ainda pede para que ele prometesse que realizaria o avivamento naqueles locais. Pede tambm que ele se casasse novamente. Aps alguns instantes ela morre, com ele segurando suas mos.

    Ao v-la partir Branham vai para sua casa e, aps uns instantes, Frank Broy, o chama em sua casa. Ele diz que Sharon Rose, estava. A tuberculose havia causado duran-te a amamentao, uma meningite. Ele foi ver a sua fi lha, mesmo sendo orientado para no ir v-la. Vendo sua fi lha morrer olhando em seus olhos, ele ajoelha-se naquele lugar e pede perdo e diz que no tinha chamado aquele povo de lixo (os pentecostais do avivamento) e pede a Deus que no leve sua fi lha.

    Para William M. Branham esse foi o momento mais duro de sua vida, o que comprovado posteriormente com sua tentativa de suicdio. Depois de certo tempo, ele estava ten-tando arrumar uma linha eltrica. L em cima ele tira a luva e resolve colocar as mos sobre os dois mil e trezentos volts. Essa voltagem era o sufi ciente para mat-lo. Ele afi rma que havia fi cado fora de si, e que a pretenso dele era suicidar-se mesmo. Contudo quando ele voltou a si, ele estava senta-do no cho e chorando. Depois disso, ele voltou para casa.

    Sua segunda tentativa de suicdio ocorreu aps pegar a cor-respondncia em sua casa e ver uma que mencionava Se-nhorita Sharon Rose Branham. Isso foi o sufi ciente para faz-lo pegar seu revolver e apertar o gatilho vrias vezes. Porm a arma no disparava. Nem mesmo morrer Deus

  • 33

    o deixava. Ento ele joga a pistola no cho, prostra-se ali mesmo e comea a chorar.

    Aps dormir ele tem um sonho: estava descendo uma pra-daria e v uma carroa quebrada (que poderia simbolizar fa-mlia destruda) e uma moa de 20 anos. Ao aproximar-se ele percebe que era sua fi lha (j falecida). Branham ento, inicia um dilogo intenso com ela, que em seguida, indica onde est sua me (esposa de Branham). Subindo na direo indicada ele comea a conversar com ela em uma casa bonita (a casa que eles moravam era simples), e l dentro da casa ela v uma poltrona (que ele tanto queria em sua casa). Quando ele volta a si ele sente como se sua esposa estivesse naquele lugar fi sicamente, acariciando-o e logo aps desaparece.

    Depois de alguns anos vivendo como vivo, casou nova-mente no dia 23 de outubro de 1941 com Meda Broy. Eles tiveram trs fi lhos: Rebeck, Sara e Jos Branham.

    As reprovaes de suas vises por parte de ministros, sob a alegao de que as mesmas eram do diabo, levaram Bra-nham a entender que suas experincias religiosas eram com Deus. Isso o levou a realizar varias pregaes em tendas. Esses cultos chegavam a ter trs mil pessoas, das quais mui-tas se convertiam. Suas mensagens ora mesclava sobre suas vises, ora se referiam s sete dispensaes da igreja, men-cionando que ele prprio era o profeta, que anunciava a volta de Cristo.

    Quando Branham ia para uma cidade realizar conferncias ou avivamentos, geralmente tinha a companhia de um re-presentante, que procurava manter em segredo o local onde eles estavam. Isso era devido ao desgaste ao qual o profeta era submetido nessas reunies.

  • 34

    Por volta da dcada de trinta ele realizou cultos em uma loja manica, local tambm chamado por ele de Sala Redman. Um dos motivos que estavam aguardando a construo de sua igreja, o que ocorreu em 1933 e recebeu o nome de Tabernculo da F. Porm, foi tambm conheci-da como Tabernculo Branham.

    Em uma ocasio, Branham estava batizando 550 pessoas no Rio Ohio e, aps alguns batismos, ele estava batizando um garoto, quando uma bola de fogo apareceu um pouco dis-tante do solo. Ele divulga que os presentes ouviram que, assim como Joo Batista foi enviado para preparar a pri-meira vinda de cristo, sua mensagem dever preparar sua se-gunda vinda por todo mundo. Nesse contexto, isso serviu como prova para algumas pessoas de que ele era o profeta do sculo XX.

    Assim ele inicia publicamente seu ministrio da cura pela f, realizando por um determinado perodo, constantes avi-vamentos nas igrejas da Unicidade Pentecostal. Os convites foram se multiplicando, sendo seu dom de cura espalhado e atraindo muitas pessoas a seus eventos de cura e aviva-mentos, alcanando milhares de pessoas. Branham chegou a realizar eventos em vrios pases.

    No que compete s ocupaes que ele tinha, alm de ter sua funo ministerial ou pastoral, ele ainda tinha suas funes seculares. No dia 7 de maio de 1946, ele teve uma expe-rincia de um forte vento em uma rvore. Chegou a citar que, quando orava sozinho, ele viu um anjo que lhe apareceu e disse que ele oraria por reis, legisladores e que pregaria em muitas regies do mundo. Ele teve vrias vises. Numa delas ele tinha dito que havia visto um jovem despedaado em uma rodovia e que ele orou e o jovem ressuscitou, fato

  • 35

    que posteriormente chegou a acontecer. Este jovem estava em uma bicicleta e havia sido acidentado por uma moto e um carro. E aps Branham orar o jovem voltou vida. Isso aconteceu aproximadamente em 1950.

    Nessa mesma poca ocorreu um fato no coliseu de So Houston, Texas, em uma reunio. Antes de orar por uma mulher, ele disse a ela que era preciso que ela se confessasse a seu marido. Ento aps a afi rmao dela, de que era uma mulher justa, ele diz que ela estava sendo infi el. Naquele ins-tante o marido dela se levantou entre os presentes e se diri-giu ao palco. Tentaram parar o homem, mas Branham pediu que o deixassem. O homem correu em direo ao palco e na hora que ele estava prximo, Branham o surpreende dizen-do: O que me diz de voc e sua secretria ruiva sentados no automvel, na estrada na sexta feira passada. Continuando ele disse que os dois precisavam era de se confessarem um ao outro e viverem como marido e mulher.

    Um dos eventos mais polmicos que nortearam William M. Branham foi a foto tirada em 24 de janeiro de 1950, quando uma roda ou arco de fogo apareceu por sobre ele. Uma fo-tografi a foi tirada e posteriormente essa foto foi submetida testes, por peritos, sendo assim comprovada a autenticidade desta imagem ou fenmeno.

    Em 1965 ele estava orando nas montanhas, prximo de Fin-ger Rock. No momento em que ele orava uma nuvem de cor de mbar desceu trs vezes sobre a montanha, um fenmeno presenciado por algumas pessoas.

    William M. Branham reconhecia que era uma pessoa nervo-sa, mas que seu nervosismo era uma caracterstica de pesso-as que eram inclinadas a serem espirituais. Ele entendia que

  • 36

    era um representante de Deus na terra. preciso ressaltar que inmeras curas rondam a fi gura desse lder religioso. J para as pessoas que o acompanhavam, ele tinha certa capa-cidade de ouvir distncia o que as pessoas falavam, e de saber das coisas, chegando a dizer em cultos os segredos das pessoas: nomes, endereos, coisas pessoais.

    Ele se referia a um lugar como Greens Mill, onde prximo havia uma caverna que ele costuma ir para orar. Porm de-pois de sua descoberta a caverna foi fechada, a fi m de evitar que um desmoronamento, ocasionando a morte de pessoas que entravam l para conhecer.

    O nvel de intimidade de Branham com Deus era to gran-de, que inmeras vezes ele teve vises, que posteriormente vieram a se cumprir. Vale relatar que em 1933, ele diz ter tido sete fatos que iriam se cumprir, porm quando a profecia foi dita cinco dessas j havia se cumprido. Um dos primeiros locais que ele chegou a expor essa viso foi no Salo Red-man ou antigo Templo Manico.

    Ele disse ter visto que Mussolini iria invadir a Etipia, sen-do que o prprio Mussolini veria seu povo voltar-se con-tra ele culminando com um fi m horrvel. Previu ainda o surgimento de trs ismos, o fascismo, o nazismo e o comunismo.

    Outra previso dele foi ascenso de Hitler e que possi-velmente ele levaria o mundo a uma guerra; alm de uma evoluo cientfi ca. Uma outra viso que relata ter tido foi sobre a questo moral. Para ele as mulheres estarem cortan-do cabelos, uso de roupas similares a dos homens, a busca por direitos iguais ao dos homens e mesmo a aquisio do direito de voto das mulheres fi zeram parte da constituio

  • 37

    dessa problemtica moral. Em seus sermes ele pregava tan-to contra o corte de cabelo feminino, quanto os outros no-vos hbitos que estavam sendo usados pelas mulheres. Para ele a adoo desses costumes aproximaria as mulheres de Deus. A ascenso da igreja catlica na Amrica, outra viso que constitua em uma possvel exploso da Amrica.

    William M. Branham teve outras vises, algo que caracte-rizava seu ministrio. Em uma ocasio ele relatou que Los Angeles e parte da Califrnia seriam submersas, e que as pessoas deveriam mudar de l.

    Sobre doutrinas teolgicas de Branham, ele se manteve con-trrio doutrina da Trindade. Manteve uma posio de que a doutrina da trindade era uma heresia. Manifestou sua con-cepo de que o trinitarianismo era algo do Diabo. Para ele o conceito trindade demonstra a existncia de trs deuses distintos.

    Na viso de Branham os nomes, pai, fi lho e esprito san-to, demonstravam apenas nomes distintos para o mes-mo Deus, caracterizando apenas uma diferenciao dos ofcios do mesmo Deus. Dentre suas concepes e crenas ele acreditava que a religio era uma cobertura, era dife-rente de salvao, que traduzia um nascimento, um dom de Deus.

    Dentre essas vises, foi transmitido pelos seus discpulos que em 1977 poderia ocorrer um arrebatamento. Como esse arrebatamento no ocorreu, transmitiram que isso foi uma predio e no uma profecia.

    Em 1965, Branham e sua famlia viajava de carro, quando sofreu um acidente prximo do Texas. Um acidente oriundo

  • 38

    de uma batida com um carro que vinha na contra mo. Por entre fi is propagado que nesse acidente sua esposa teria falecido porm William M. Branham teria orado por ela ain-da no local do acidente e ela teria ressuscitado. Sua fi lha teria se machucado gravemente, contudo a famlia acabou sendo transportada para o hospital.

    Sua esposa e sua fi lha sobrevivem, mas Branham, aps ter sobrevivido por seis dias, morre. Fato ocorrido nas vsperas do natal de 1965. O enterro dele ocorre em 11 de abril de 1966. Um dos motivos do atraso que alguns dos seus disc-pulos acreditavam que ele viria a ressuscitar, porm isso no aconteceu. Sua esposa faleceu em 1981.

    Ele morreu porm a crena de que ele era o profeta do s-culo XX continuou, e milhares de pessoas pelo Brasil e no mundo continuam acreditando em suas profecias e em seus dons espirituais de revelao e viso. Dentre os mitos e crenas que norteiam o profeta, existiu a crena de que ele voltaria em 1988. Contudo a crena dessa segunda vinda do profeta ainda difundida por meio de seus fi is.

  • Vale ressaltar que William M. Branham convidava as pes-soas que assistiam aos cultos para fazerem refl exes, para voltarem ao tempo. Isso leva a um envolvimento mental das pessoas, levando-as a uma induo mental mais facilmente.

    Sobre os ismos, vale ressaltar que j havia o capitalismo. Avaliar o surgimento dos trs ismos muito perigoso, ao passo que surgiram outros ismos, e muitos dos quais so conceitos que nem sempre so entendidos universalmente. Podemos citar o marxismo, o comunismo e o bonapartismo, o chauvinismo, o totalitarismo e o bolchevismo. O ismo pode ser uma posio fi losfi ca, cientfi ca ou um conjunto de valores, alcanando at mesmo um modo de ver o mundo ou determinado problema.

    No que compete ao avano cientfi co, nada muito inova-dor, j que profecias mais detalhadas j foram previstas por outras pessoas ou ditos profetas. O que tambm caracte-riza uma tentativa de imbuir no indivduo um sentido.

    No que compete morte do profeta, vale ressaltar que sur-giu uma expectativa de que ele ressuscitaria. Sua morte e o atraso do funeral, resultou em uma polmica na imprensa. Isso seria um indicativo da crena da ressurreio de Bra-nham. Os fi is acreditavam nessa possibilidade, mas o fato no aconteceu. Todavia preciso relatar que Billy Branham,

    Comentrio

  • 40

    fi lho do profeta, havia transmitido a mensagem da esposa de Branham, sua me, solicitando que atrasassem o enterro em virtude dos graves ferimentos sofridos por ela.

  • Pesquisa

    Antes de relacionar dados da pesquisa vale ressaltar que para a elaborao da mesma, foi encontrada uma grande difi cul-dade, j que as pessoas que freqentam o Tabernculo da F, ou mesmo a Igreja Mensagem Revelada, na maioria das vezes, acreditam que pesquisas como essas so tidas como ameaa ou uma tentativa de desmistifi car o sagrado. O que no o objetivo da pesquisa. Ao contrrio disso, ela tem como cerne o desejo de alcanar dados que possam ser utilizados no estudo da cincia da religio e por pesquisa-dores em geral, vidos por dados relacionados a esta rea do conhecimento.

    Somente homens se dispuseram a participar da pesquisa realizada. Desses, apenas 50% j foram de outra igreja e os 50% restantes so membros do Tabernculo da F desde criana. O grupo dividido entre os que possuem ensino mdio e os que possuem apenas o ensino funda-mental. Desses, 100% trabalham, lem a bblia diariamente e compreendem que o melhor lugar para se estar na igreja que eles so membros.

    Ao descreverem o perfi l do lder, eles o descrevem como um lder sincero e que ajuda as pessoas. Todas as pessoas pesquisadas entendem que se seguirem o modelo do Profeta William M. Branham eles sero salvos. Contudo, apenas a metade conhece a vida dele. Ocorre uma diviso, quando se referem ao lder como sendo normal. Para os outros 50%

  • 42

    ele um profeta infalvel, um santo e um homem iluminado por Deus.

    Nessa anlise eles acreditam que a palavra do profeta e a palavra de Deus tm o mesmo valor. Entendem que ao con-trariar a voz do profeta esto negando a Deus. Uma nova diviso ocorre quando consultados sobre o tempo que se dedicam leitura da bblia e dos livros do profeta. Eles res-pondem que a leitura da bblia realizada com a mesma dedicao que a leitura dos livros do Profeta William M. Branham.

  • Referncias bibliogrfi cas

    GREEN, Pearry. Os atos do profeta. Rio de Janeiro: O

    Rapto, [1995].

    BRANHAM, William M. Entrevista a irm Bruce. Goi-nia: A palavra original, 2007.

    BRANHAM, William M. A histria da minha vida. Goi-nia: A palavra original, 2002.

    JORGENSEN, Owen. Sobrenatural: A vida de William Branham. 6 Volumes. Luz do entardecer, 2008.

    ROMEIRO, Paulo. Decepcionados com a graa. So Pau-lo: Editora Mundo Cristo, 2005.

    LINDSAY, Gordon. William Branham: um homem en-viado por Deus, 1950.

    ROMEIRO, Paulo. Evanglicos em crise. So Paulo: Edi-tora Mundo Cristo, 1995.

    C. Douglas, Weaver. The Healer-Prophet. Macon: Mercer University Press, 2000.

    WILLIAM BRANHAM LEGACY DOCUMENTS IN-FORMATION. Documentos. Disponvel em: acesso em: 20 de maro de 2009.

  • Edir Macedo Bezerra, nasceu dia 18 de fevereiro de 1945, na cidade de Rio das Flores, estado do Rio de Janeiro. Era de uma famlia de imigrantes. Henrique, seu pai era de Alagoas e Eugnia sua me, de Minas Gerais. Uma famlia numerosa e pobre. Sua me teve 33 gestaes. Dessas, apenas sete fi lhos sobreviveram, vivendo em condies precrias. Os partos que tiveram xito foram realizados pela sua av materna.

    Receberam uma educao rgida, a ponto de alguns ter apa-nhado. Durante sua infncia raramente podia sair de casa, ainda assim ele chegou a experimentar cigarro. Ele era ape-lidado pelos irmos de Didi. Foi marcado pela timidez, que possivelmente tem sua origem em problemas hereditrios que ele tinha em sua mo.

    Aos 11 anos de idade, Edir Macedo pra os estudos para auxiliar o seu pai em um bar, que ele havia montado na cida-

    Histria de Edir Macedo

  • 46

    de de So Cristvo. Posteriormente, sua famlia muda para uma cidade de Minas Gerais, quando ele volta a estudar. A famlia de Edir Macedo, por vrias vezes, teve que se mudar, devido ao trabalho.

    No que tange a religiosidade, ele teve uma forte infl uncia catlica, j que era praticante da mesma, porm ele chega a transitar pela Umbanda e at mesmo pelo Espiritismo.

    Edir Macedo relata que seu encontro com Deus ocorreu em 1963, fato que o marcou dando uma virada radical em sua vida. Chegou Igreja Nova Vida, para ele estando no fundo do poo. Perodo em que ele ingressou na carreira pblica, na empresa LOTERJ (Loteria do Estado do Rio de Janei-ro), onde trabalhou por aproximadamente dezessete anos. Ascendeu ao cargo de Tesouraria, um cargo de confi ana da empresa. Chegou a estudar matemtica e estatstica, porm no completou os estudos. No que tange a sua experincia profi ssional ele chegou a trabalhar at mesmo no IBGE.

    Com 25 anos, Edir Macedo chegou a desempenhar trs fun-es remuneradas: pela manh era funcionrio do IBGE, tarde na Loteria e depois lecionava aula de matemtica. Ainda sobre sua vida pessoal, Edir Macedo teve sua pri-meira experincia sexual antes do casamento, o que o mo-tivou a ir para a igreja Nova Vida. Foi a cura que sua irm Eucy teve, ao parar de ter ataques asmticos aps freqentar a igreja evanglica. No entanto, o que levou Edir Macedo a fi rmar-se na igreja foi uma decepo amorosa. Para ele essa converso autntica ocorreu acompanhada por uma alegria inexplicvel, paralelamente a outros fatores facilmente per-ceptveis para o mesmo. Edir Macedo entende que sua con-verso e a libertao que ocorreram nas mltiplas reas de sua vida, vieram acompanhadas de provocaes, de ofensas,

  • 47

    e at mesmo de piadas que o mesmo veio a sofrer em seu trabalho. Ainda assim, isso no o impediu de se tornar um lder maduro e empreendedor, conceituado como uma das maiores autoridades religiosas, conhecidas mundialmente.

    A Igreja Nova Vida, fundada pelo missionrio Mac Alister, uma igreja neopentecostal, que fazia uso intenso da mdia, e cujas pregaes enfatizavam a prosperidade, foi onde Edir Macedo fi cou por doze anos. Sua sada foi motivada por in-satisfaes, j que para ele a igreja era elitista e no concor-dava com as prticas que ele adotava.

    Edir Macedo casou-se com Ester Eunice Rangel Bezerra, no dia 18 de dezembro de 1971, na mesma Igreja Nova Vida, no Rio de Janeiro. Ele conta que quando a viu pela primeira vez ele sabia que se casaria com ela. Certo de que ela era a pessoa certa eles se casaram com apenas oitos me-ses de relacionamento. Eles moraram em um apartamento, por certo tempo e posteriormente se mudaram para a casa dos pais de sua esposa Ester. Eles tiveram duas fi lhas: Cris-tiane, Viviane e Moises que fi lho adotivo. Para alguns especialistas existe uma real possibilidade de seu fi lho as-sumir a liderana da igreja.

    Com mais quatro amigos, ele iniciou um movimento cha-mado de Cruzada do Caminho Eterno, em 1975, que tam-bm teve o nome de Casa da Beno. Antes de ter o nome atual. Nesse perodo a Cruzada teve um grande numero de fi is. Como estratgia para ganhar mais fi is, o Bispo Ma-cedo comeou a freqentar e promover evangelizao em vrias comunidades cariocas. Por vrias vezes, o transporte dos fi is para os eventos ou cultos religiosos ocorria no ve-culo do Bispo Macedo - um fusca vermelho. Veculo que o mesmo teve difi culdades para saudar.

  • 48

    Sua experincia com nmeros valeu-lhe o cargo de tesoureiro.

    Em 1977, Edir Macedo, juntamente com seu cunhado Ro-mildo Ribeiro Soares (R.R. Soares) e Roberto Augusto Lo-pes, criaram no Rio de Janeiro a Igreja Universal do Reino de Deus. Comearam em um salo que tinha sido uma funerria. Para alugar o ponto, era preciso que o Bispo arru-masse um fi ador. Recorrendo a sua me, R.R. Soares tentou induzi-la a no fazer isso, alegando ser muito arriscado. No entanto, certo do xito Edir Macedo no desistiu, chegando a realizar o primeiro culto no dia 9 de julho de 1977. Com um estilo pouco comum para um lder religioso, Edir Mace-do chegou a ser apelidado de pastor bossanova.

    Aproximadamente em 1980, Romildo Ribeiro Soares, rom-pe com a parceria, motivado pela discordncia com o perfi l autoritrio que seu cunhado Edir Macedo tentava colocar na recm formada IURD Igreja Universal do Reino de Deus. Nesse perodo foi fundada a primeira Igreja Universal no EUA.

    Como apenas Edir Macedo e Roberto Augusto Lopes conti-nuaram, eles se proclamaram bispos consagrando um ao ou-tro e adotaram o modelo j utilizado pela Igreja Nova Vida. Em 1986, Bispo Lopes enviado a So Paulo para fundar outra Igreja Universal, mas em 1987 ele resolve voltar a Igre-ja Nova Vida, motivado tambm pela no concordncia com o estilo dominador que Edir Macedo utilizava na igreja.

    Nessa poca o Bispo Edir Macedo j havia ganhado uma enorme experincia nos meios de comunicao em massa e, em 1989 ele recebe uma a informao de que Record estava venda. Os donos da Record era Slvio Santos e a famlia Machado de Carvalho. Ciente de que a venda seria difcil

  • 49

    se ele se apresentasse como bispo nas negociaes, pediu um amigo que mediasse compra. Fez uma proposta que agradou os donos da emissora, contraindo uma dvida que girava em torno de 45 milhes de dlares. No entanto para que a compra no fosse cancelada foi necessrio renegocia-es, ocasio em que a fi gura do Bispo Edir Macedo acabou aparecendo. Isso gerou uma profunda insatisfao em Slvio Santos e, aps vrias conversas, Slvio Santos concordou e o pagamento foi efetuado.

    A compra da emissora foi turbulenta, no apenas nas nego-ciaes, sobretudo no alvoroo que a mdia realizou em torno dessa aquisio, tentando infl uenciar na liberao da concesso da emissora (direito de operao liberado pelo governo). Contudo a liberao foi feita.

    Sob pedido do Bispo Edir Macedo, a programao da Re-cord foi pautada num contexto que levasse ruptura do pen-samento da maioria das pessoas de que o evanglico era fantico. Criando uma emissora competitiva que pudesse assumir o primeiro lugar.

    Na revista Enfoque, Celso Carvalho (2009) relata esse de-sejo do Bispo Edir Macedo de levar a emissora Record ao primeiro lugar na audincia. Alcanar o primeiro lugar no ranking das emissoras e desbancar a Globo, levou a Re-cord a abandonar a linguagem evanglica. A emissora apos-tou nas novelas e no jornalismo. Comprou estdios no Rio, contratou atores de peso e conseguiu adquirir, com exclusi-vidade, os direitos de exibio das Olimpadas de 2012. O resultado veio rpido. A emissora j a segunda do pas.

    J Marcelo Dutra (1999, p.21), descreve o avano da emisso-ra de televiso Record desde o perodo que o bispo assumiu o controle:

  • 50

    [...] desde que a Igreja Universal liderada pelo Bispo Edir Macedo assumiu o controle da emissora, houve um avano to grande que hoje a rede transmite 24 horas de programa-o, cobre 80% do territrio nacional e atinge 90% da popu-lao. Com sede em So Paulo, possui 67 emissoras (prprias ou fi liadas), alm de centenas de retransmissoras. Por mais impressionante que possa parecer, a rede evanglica fez frente Vnus Platinada, a poderosa Rede Globo de Televiso. A rede dirigida por Roberto Marinho, de tal forma foi amea-ada, que teve de mudar boa parte de sua programao para tentar reverter a queda de audincia. De acordo com o jornal Gazeta Mercantil, a Rede Record foi o grupo de comunicao que mais cresceu no ano passado, com investimentos de US$ 100milhes, que incluram a montagem de novos estdios, compra de transmissores com maior potncia e aquisio de unidades mveis e equipamentos digitais com cmeras de l-tima gerao.

    Em 1992, dia 24 de maio, o Bispo Edir Macedo foi detido pela polcia. Em sua biografi a (2007, p.204) so mencionadas as denncias-crime, que incluem os crimes contra a fazenda, sonegao fi scal, estelionato, charlatanismo, curandeirismo, formao de quadrilha, vilipndio, racismo, calnia, difa-mao e falsidade ideolgica. A igreja Universal do Reino de Deus apenas uma cliente da Record. Ela paga pelos espaos comerciais e de chamadas, que so veiculadas na programao da emissora de televiso. O bispo demonstra interesse de que as mesmas programaes fossem veiculadas em outras emissoras nacionais. Apesar do interesse ele per-cebe que as mesmas concorrentes no desejam alugar espa-os em suas programaes.

    Para Elvira Lobato (2009),

  • 51

    Em dezembro de 1995, a TV Globo exibiu um vdeo gravado pelo ex-pastor Carlos Magno Miranda, no qual apareciam cenas de Edir Macedo ensinando como tomar dinheiro dos fi is e recolhendo notas, ao lado de outros bispos. O ex-pastor acusou a cpula da igreja de se apropriar das doaes feitas pelos fi is e de enviar o dinheiro ilegalmente para o exterior, por intermdio de doleiros e do Banco de Crdito Metropo-litano. Aps a denncia, a Polcia Federal abriu inqurito para investigar a origem dos recursos usados na compra das emissoras da Rede Record no Rio e em So Paulo e apurar a acusao de remessa ilegal de divisas para o exterior. Si-multaneamente, a Receita Federal iniciou uma devassa na contabilidade de todas as empresas ligadas Universal e nas declaraes de seus dirigentes.

    Para o Bispo Edir Macedo aqueles momentos eram apenas momentos de descontrao, j que na sua viso, eles no faziam nada de errado. Para o Bispo, o fato de os dirigentes da IURD estarem em Angra dos Reis, era algo justo, na medida em que eles dedicavam uma parcela muito alta de seus tempos como lderes da Igreja.

    Com vastas obras escritas e publicadas em seu nome, o Bis-po Edir Macedo j vendeu mais de 10 milhes de exempla-res, com 34 ttulos publicados. Com caractersticas de um autntico empreendedor, alm de carismtico e ao mesmo tempo controlador, levou no somente a Igreja Universal a crescer, mas tambm, como lder, ele cresceu vertiginosa-mente. perceptvel que ele teve assessoria de marketing e administrao, bem como o auxlio de outras pessoas que ele escolhia a dedo.

    O Bispo Edir Macedo graduado em Teologia, com Mestra-do em Cincias Teolgicas; Doutorado em Filosofi a Crist e Teologia. No se pode deixar de lado que o cuidado que

  • 52

    ele teve para manter a igreja em constante movimento ou mesmo a rotatividade dos lderes nas igrejas, quer fossem bispos ou pastores, difi cultou possveis rachas na igreja. De-ve-se levar em considerao o cuidado que ele tinha com a concorrncia. Alm disso, as fi scalizaes sempre foram objeto de ateno do Bispo Macedo.

    Essa busca para ligar o poder religioso junto ao poder po-ltico, demonstra cada vez mais um elemento inovador em-pregado pelo Bispo Macedo. possvel identifi car elemen-tos caracterizadores do Bispo Macedo na Igreja Universal do Reino de Deus. Um dos elementos fundamentais para o sucesso foi, certamente, percepo de que a mensagem deveria ter caractersticas que permeassem o senso comum. Uma ruptura com o tradicionalismo religioso, sem efeito ou sem manifestao material, atravs do uso de objetos sa-grados com o poder de levar ou dar condies ao fi el de sair de uma situao de comodismo espiritual.

    Nesse contexto interessante ainda ressaltar que, nas mensa-gens do Bispo Macedo, o sincretismo um elemento bastante explorado. Uma associao ntida entre elementos do imagi-nrio popular ou crenas populares e sua relao nos even-tos religiosos que a igreja promove, ou mesmo os smbolos religiosos que a igreja utiliza, possibilitando ao pblico uma sensao de que est em um ambiente mais aconchegante.

    Em um pas com dimenses continentais como o Brasil, o que ele fez foi estabelecer uma mensagem sincrtica que bus-cava propiciar ao fi el um resultado efi ciente diante das ne-cessidades populares. Necessidades estas que esto, na maio-ria das vezes, margem do sistema. O estabelecimento desse sincretismo, que adota elementos culturais locais e populares e satisfazem esse grupo social deixado margem, permite a

  • 53

    esse grupo, em consequncia dessa satisfao, lanarem mo de bens materiais. Tudo isso por meio de uma f que, de acordo com a mensagem iurdiana, produz resultados.

    importante ressaltar que o Bispo Edir Macedo conseguiu prever que, mesmo em um universo religioso, preciso ado-tar tticas empresariais. E essa busca por estabelecer a igreja no plano econmico e miditico foi um passo fundamental para lev-la ao sucesso. Nesse sentido a igreja amplia o n-mero de templos e associam isso ao crescimento no campo empresarial atravs de parcerias com jornais, televiso, r-dios e outros elementos que potencializam o crescimento da Igreja Universal do Reino de Deus no cenrio mundial.

    O Bispo adotou elementos que levaram a uma caracteriza-o da IURD. A oferta de cursos rpidos aos auxiliares do Bispo, uma vez que havia uma ausncia de formao acad-mica e uma atribuio de poder ao pastor, para que o mes-mo pudesse abenoar pessoas, objetos simblicos e mesmo expulsar espritos malignos da vida do fi el. Mesmo que entre os freqentadores da igreja, um nmero considervel de pessoas seja de outras denominaes e participem apenas de campanhas na igreja universal.

    Ainda nesse contexto iurdiano, possvel identifi car na Igreja Universal do Reino de Deus o perfi l do Bispo Edir Macedo. Ento, falar da igreja falar do Bispo Macedo, j que ele foi um dos fundadores e procurou adotar elementos que ele mesmo entendia como fundamentais para o sucesso da igreja. Incluem entre outros a centralizao da igreja nas mos do lder.

    A IURD leva o indivduo a compreender que o uso do pen-samento positivo est associado f e essa fora mental pro-

  • 54

    duz resposta divina. Isso resulta em uma realizao, seja ela material ou no, sendo resultado da busca de algo do Sagra-do, ou seja, de Deus. Uma associao entre inteligncia e f, que constante nas mensagens da IURD. E essa mesma f serve como moeda, que permite a aquisio do pretendi-do. Essa Teologia da Prosperidade e sua ntima associao com o pensamento positivo bem discutida, tendo vrias matrias que tratam do tema. O que ocorre uma substi-tuio dos pensamentos negativos por afi rmaes positivas, que muitas vezes esto ligadas a trechos bblicos. Sobre esse assunto Nilza Zacarias (2005, p.57) menciona que outros l-deres e o Bispo Edir Macedo,

    [...] So representantes desse movimento, que se dedica pre-gao e ao incentivo da prosperidade fi nanceira. Muitas des-sas igrejas esto cheias, com cultos de testemunhos, repletos de crentes contando como suas vidas foram transformadas depois que seguiram os passos corretos para serem abenoados, com conquistas, posies e dinheiro. [...] e essas igrejas tambm contam histrias que deram e do certo. E do certo porque h um fator atuando no universo que a graa comum, uma ao particular do esprito santo para manter a qualidade de vida da humanidade.

    O exibicionismo nos rituais de libertao embute na men-te do fi el um sentimento de medo do esprito maligno, levando-o a querer se aproximar do sagrado ainda mais. Como um bom orador o Bispo faz uso dos rituais de liber-tao para atrair as pessoas que duvidam da veracidade da possesso, alm de entrevista com os espritos e conver-sas constantes com a platia nos rituais de expulso, criando um espetculo extremamente atrativo aos fi is.

  • 55

    Essas mensagens enfatizam o alcance de uma posio so-cial melhor, a satisfao dos desejos materiais e de inmeros desejos individualistas. Uma busca paralela travada tam-bm pela igreja, uma vez que ela mesma tenta se solidifi car e exercer infl uncia na sociedade civil, por meio da eleio de representantes prprios da igreja no cenrio poltico par-tidrio.

    [...] Teologia da Prosperidade [...] h igrejas e pastores enco-rajando, com sucesso, os fi is a entregarem ofertas polpudas, prometendo-lhes as tais chuvas de bnos (materiais). Alguns dos ofertantes no conseguem nem sequer esconder a negocia-ta que esto realizando com Deus. No auge da euforia, h quem doe todos os seus bens, ou quase todos, no por causa daquela devoo intensa e altrusta da viva pobre [...], mas para poder escapar de uma falncia, de uma doena terminal, de uma separao conjugal ou para abrir uma nova empresa e adquirir mais e mais bens de consumo. REVISTA ULTI-MATO (2005, p. 26)

    Para o Bispo Macedo, o segredo do crescimento da Igreja Universal do Reino de Deus est concentrado tanto na f quanto na mulher. A igreja Universal d muita importncia ao casamento, entendendo que este deve ser originado no apenas no amor, mas sobretudo na f, j que a crena de que o casamento ir dar certo, parte de um pressuposto de f e no apenas da emoo.

    Em uma anlise mais apurada fi ca subentendido que, para o bispo, um relacionamento matrimonial saudvel proporcio-na uma aliana tambm saudvel com Deus.

    No que compete ao aborto ele se mostra favorvel em alguns casos, j que em sua viso essa questo faz parte do direito

  • 56

    de escolha da mulher. A mesma viso favorvel se refere aos mtodos contraceptivos, na medida em que eles impedem a difuso de doenas sexualmente transmissveis e mesmo o aumento de mes solteiras.

    Quando o assunto a submisso das mulheres, ele declara que isso no algo imposto, mas natural; que a dependncia ocorre mutuamente entre homem e mulher. Para o Bispo Macedo se a relao de submisso em um casamento se tor-nar desgastada, ou se houver infi delidade conjugal o mais indicado acaba por ser o divrcio.

    Sabe-se que na Igreja Universal existe uma disciplina militar. Os cargos distribudos na igreja geralmente no so perma-nentes, mas oscilam, tanto em decorrncia de esforo como por motivos de ordem moral. Como o cargo no profi sso no existe aposentadoria, salvo em casos que os mesmos se tornam invlidos. A palavra disciplina um termo visvel na hierarquia da Igreja Universal. Em caso de erros, depen-dendo do cargo que a pessoa assume, ela pode ser levada a pblico e ser na mesma hora desligada da igreja.

    Em relao poltica o Bispo chega a citar que, diante da expressividade numrica dos evanglicos no Brasil, poss-vel eleger representantes seja no poder executivo quanto no legislativo.

    Para o Bispo Edir Macedo o Deus deste mundo o di-nheiro, e as ofertas e dzimos que as pessoas levam igreja no so para ajudar a igreja, mas ajudam a si prprias. Ele relata que o dinheiro usado para manter a igreja, desde pagamento de funcionrios, programas de f na televiso ou rdio e outros gastos bsicos. Na viso do Bispo Macedo o motivo do conforto que as pessoas recebem na igreja est

  • 57

    originada na falta de conforto que elas sentem em suas pr-prias casas. Em sua biografi a ele cita que a preocupao do bispo ou mesmo pastor regional deve ser ganhar almas e no as questes fi nanceiras. Para ele o trabalho deve ser estrita-mente espiritual.

    Em depoimento para a Revista Veja (2009), o ex-pastor Je-nilton Melo dos Santos relata que:

    Para me tornar pastor, tive de vender minha casa e doar o dinheiro igreja. Disseram que era um jeito de provar que Deus estava no meu corao. Quando comecei a pregar, parti-cipava de reunies peridicas para falar sobre metas de arre-cadao. Eu fazia uma verdadeira lavagem cerebral nos fi is para convenc-los a doar mais dinheiro. Precisava levantar 150.000 reais mensais em doaes e, depois, aumentar 20% a cada ms. Cheguei a ir para o hospital, tamanha a presso. Houve um ms em que consegui apenas 120.000 reais, e por no atingir a meta, fui xingado de burro e endemoninhado por um bispo.

    No perodo em que, simultaneamente, uma srie de matrias foram veiculadas na mdia, comprometendo o Bispo Edir Macedo e algumas pessoas ligadas a ele, Solange Spigliatti no Estado Online (2009) diz:

    A Justia de So Paulo recebeu nesta segunda-feira, 10, a denncia contra o bispo Edir Macedo e outras nove pessoas ligadas Igreja Universal do Reino de Deus por formao de quadrilha e lavagem de dinheiro. [...] A acusao formal foi oferecida no ltimo dia 5 pelo Ministrio Pblico Esta-dual (MPE), [...] Segundo o MPE, eles so acusados de

  • 58

    integrarem um esquema envolvendo empresas de fachada, que remetia ao exterior dinheiro obtido com doaes de fi is. Esse dinheiro, depositado em parasos fi scais, voltava ao Brasil em forma de contratos de mtuo utilizados para a aquisio de empresas. De acordo com a denncia, Edir Macedo e os de-mais acusados, h cerca de 10 anos, vm utilizando a Igreja Universal do Reino de Deus para a prtica de fraudes em detrimento da prpria igreja e de inmeros fi is.

    Na Folha Online (2009), uma possvel justifi cativa para as acusaes o bispo Edir Macedo afi rmou ontem, [...] que as acusaes surgiram em razo do crescimento da TV Record, ligada igreja. A entrevista foi ao ar no Reprter Record, ontem noite.

    Atualmente o Bispo Edir Macedo lidera uma organizao religiosa de aproximadamente 4.700 templos, presente em mais de 170 pases, com aproximadamente 8 milhes de fi -is. Recebendo dos fi is em torno de 1,4 bilho de reais em doaes, para os crticos indissocivel em suas mensagens a aluso ao dinheiro. Com uma massa de seguidores que geralmente tenha estudado at a 6 srie, com uma renda fi xa em torno de trs salrios mnimos.

    Geralmente so gente humilde, que aceita as mensagens sem contestao.

    Uma das matrias interessantes sobre a fi gura de Edir Mace-do a da Revista Ultimato (2008),

    Talvez se deva acrescentar a essa trade um quarto elemen-to: religio, mdia, poltica e negcios. um argumento a mais a favor da denncia de que Edir Macedo mesmo um daqueles homens vidos pelo lucro e tambm obcecados pelo

  • 59

    orgulho, que conseguem manter aparncias de piedade reli-giosa, negando a sua fora interior (2Tm 3.5, EP). preciso insistir: o que est errado (e muito) a associao do Edir Macedo bispo com o Edir Macedo empresrio. Na-turalmente as incomuns habilidades de Macedo nas reas de gesto de negcios, marketing, mdia, empresariado e poltica fi zeram seus negcios crescerem muito e depressa (a Record est avaliada em 4 bilhes de reais e a manso que ele est terminando em Campos do Jordo, SP, algo fora de srie) e tambm explicam parte do crescimento vertiginoso da igreja por ele fundada.

  • Comentrios

    O Bispo Edir Macedo conceituado como um orador nato. Em sua biografi a autorizada, um elemento que comumente usado por ele, ou por seus liderados so frases como sim ou no pessoal? e amm pessoal. Frases que caracterizam a imitao que os outros pastores da Igreja Universal fazem dele. Essa busca por imit-lo, quer seja na entonao de voz ou na postura corporal, demonstram o culto personalida-de do Bispo Edir Macedo, o que em um contexto cristo deveria ser evidentemente combatido.

    Essas frases com o tom de voz que oscila so usadas para prender a ateno das pessoas, levando ruptura da mono-tonia, do ritmo ou intensidade de voz. Os gestos bem treina-dos e controlados s robustecem sua oratria, com discursos ou pregaes que demonstram novidades, ou elementos comuns aos fi is. No se deve deixar de ressaltar a mes-clagem de auto-ajuda, que facilmente so perceptveis em suas pregaes. No h como contestar, ele um excelente orador.

    Os meios ou recursos que Edir Macedo usa para conseguir fi is nos cultos de sua igreja so colocados sob uma anlise questionadora. Como o uso de elementos como pedras para jogar no Golias, sabonete de arruda para livrar o cor-po de possveis impurezas, leo de azeite bento que deve ser agitado para afastar os maus olhados. Contudo o uso

  • 62

    do azeite para uno nem sempre questionado nas igrejas histricas. Inclui-se nesse rol o sal grosso usado para afas-tar energias negativas. Esses elementos comumente so usados para possibilitar ao fi el um contato com o objeto sa-grado. Para Ferrari (2007, p.250), o uso desses objetos serve para apimentar os cultos de exorcismo. Os pastores da Igreja Universal do Reino de Deus distribuem esses objetos afi r-mando que possuem supostos poderes. E para consegui-los o fi el deve ir at o altar e prometer fazer ofertas generosas.

    Em seu livro, Csar (2000, p.150) busca levar o leitor a re-fl etir sobre algumas prticas da Teologia da Prosperidade e principalmente no contexto iurdiano:

    Ora, crer nessa nefasta teologia que transforma a oferta em instrumento, no de gratido, adorao e construo do reino de Deus, mas de longa vida e privilgios materiais, deturpar gravemente, em plena conscincia ou no, o verdadeiro culto e o verdadeiro evangelho. Alm de no corresponder verdade bblica e histrica, a teologia da prosperidade, no fi nal das contas, cria um ninho de cristos materialistas e mundanos, [...] Como tanto, no hesita (Edir Macedo) em morar em palacete e ter carro do ano. Com isso tambm por que a sua igreja possui, alm de templos, televiso, emissoras de rdio, jornais, grfi cas, construtora, banco e, por ltimo, um time de futebol.

  • Pesquisa

    Antes de relacionar dados da pesquisa vale ressaltar que para elaborao da mesma, no foi encontrada difi culdade, j que as pessoas que freqentam a Igreja Universal do Reino de Deus no viram na pesquisa uma ameaa ou tentativa de desmistifi car o sagrado.

    As pessoas pesquisadas consistiam em 50% homens e 50% mulheres. Dentre eles 50% j foram de outras igrejas e os outros 50% restantes so membros da Igreja Universal do Reino de Deus. O grupo tambm dividido entre os que possui ensino mdio e na outra metade que possui o ensino fundamental. Todas as pessoas consultadas trabalham, con-tudo 50% lem a bblia diariamente e a outra metade l a b-blia semanalmente. Todas elas compreendem que o melhor lugar para se estar na IURD.

    Quando solicitados a descreverem o perfi l do Bispo Edir Macedo eles o descrevem como um lder sincero; 50% das pessoas pesquisadas entendem que se seguirem o modelo do Bispo sero salvos, contudo os outros 50% no se manifes-taram.

    Todas as pessoas consultadas conhecem a vida dele, porm no sabem de nenhum erro que ele tenha cometido e acre-ditam que mesmo se soubessem, isso no mudaria nada. igualmente unnime o entendimento de que Edir Macedo

  • 64

    um lder sobrenatural, e que para eles sua palavra tem o mesmo crdito da bblia. Vale ainda ressaltar que os fi is consultados no acreditam que ele seja o nico profeta usa-do por Deus, no entanto ainda assim os mesmos entendem que contrariar a palavra do bispo o mesmo que negar a voz de Deus.

  • Referncias

    ALMEIDA, Ronaldo. A Igreja Universal e seus dem-nios. So Paulo: Editora Terceiro Nome, 2009.

    ANTONIAZZI, Alberto, FRESTON, Paul et al. Nem an-jos nem demnios; interpretaes sociolgicas do pente-costalismo. Petrpolis: E. Vozes, 1994.

    CARVALHO, Celso. A volta de Edir Macedo. Dispo-nvel em: acesso em: 15 de fevereiro de 2008.

    CESAR, Elben M. Lenz. O dzimo transformado em divi-dendos. In: Revista Ultimato. Viosa, n 295, ano1, p.16-17.

    ___. Histria da evangelizao do Brasil: dos jesutas aos neopentecostais. Viosa: Editora Ultimato, 2000.

    COURA, Kalleo. Por que os fi is doam tanto. In: Revista Veja. So Paulo, n33, ano 42, p. 90-94.

    DUTRA, Marcelo. A igreja via satlite: pastores de todas as denominaes colocam o plpito no ar para falar de men-sagem de Jesus. In: Revista Graa. Rio de Janeiro, n1, ano 1, p.16-23.

  • 66

    FERRARI, Odmio Antonio. A Igreja Universal do Rei-no de Deus e o exerccio do poder. So Paulo: Editora Ave-Maria, 2007.

    FOLHA DE SO PAULO. Bispo Edir Macedo liga denn-cia contra Universal a crescimento da Record. Disponvel em: acesso em: 18 de agosto de 2009.

    LOBATO, Elvira. Elvira Lobato relata investigao so-bre a Igreja Universal em Livro. Disponvel em: acesso em: 15 de maro de 2009.

    MACEDO, Edir. Nos passos de Jesus. Rio de Janeiro: Universal, 2000.

    ___. O perfeito sacrifcio. Rio de Janeiro: Universal, 2001.

    ___. O poder sobrenatural da f. Rio de Janeiro: Unipro Editora, 2007.

    ___. Orixs, caboclos e guias: deuses ou demnios. Rio de Janeiro: Unipro Editora, 2006.

    ___. Vida com abundncia. Rio de Janeiro: Universal, 2000.

    OLIVEIRA, Carlos; Macedo, Edir. Plano de poder. Rio de Janeiro: Editora Thomas Nelson, 2008.

    ROMEIRO, Paulo. Evanglicos em crise: decadncia doutrinria da igreja brasileira. So Paulo: Editora Mundo Cristo, 1999.

  • 67

    SANTOS, Jenilton M. Por que os fi is doam tanto. In: Re-vista Veja. So Paulo, n33, ano 42, p. 94. Entrevista conce-dida a Kalleo Coura.

    SPIGLIATTI, Solange. Justia recebe denncia contra bispo Edir Macedo e mais nove. Disponvel em: acesso em: 12 de agosto de 2009.

    TAVOLARO, Douglas. O bispo: a histria revelada de Edir Macedo. So Paulo: Larousse do Brasil, 2007.

    Ultimato. A igreja de Edir Macedo tornou-se um conglo-merado que mescla religio, mdia, poltica e negcios. Disponvel em: acesso em: 15 de junho de 2008.

    ZACARIAS, Nilza. Orao com f ou pensamento positivo. In: Revista Enfoque. Rio de Janeiro, n 44, ano 4, p.52-58.

  • Pastor Altemar Freitas

    Pastor Altemar Freitas Cardoso, bispo e fundador da Igreja Comunidade Crist Pentecostal, vereador, administrador de uma clnica de recuperao e pai de famlia. Uma fi gura in-fl uente e ao mesmo tempo polmica no cenrio regional. Em sua trajetria ele foi cercado de perseguies e colabo-raes. Contudo ascendeu um posto almejado por vrias pessoas: o de lder de um grande ministrio e vereador de uma das maiores cidade de Minas Gerais.

    Pastor Altemar Freitas Cardoso nasceu dia 07 de maro de 1971, na Santa Casa de Montes Claros. Aps seu parto sua me, Eva das Graas Cardoso, retorna juntamente com o re-cm nascido cidade de Glaucilndia, permanecendo l por cinco anos. Muda-se posteriormente para a roa em Guara-ciama, juntamente com seu pai Magno Cardoso.

    Sua me era catlica tradicional ou Catlica Apostlica Romana. Participava das atividades da igreja, porm tinha

  • 70

    como religiosidade paralela as freqentes participaes no espiritismo. Deve-se salientar que em casa era uma mulher que detinha um esprito de liderana, controladora, com es-tilo rgido, assemelhando quase a um estilo militar. Ela permaneceu no catolicismo e com as atividades paralelas no espiritismo at aos 27 anos, perodo em que ela se converte na Igreja Deus Amor. Esta era uma igreja que marcaria a vida no somente dela, mas tambm da vida do jovem Al-temar Freitas Cardoso. Vale salientar que at a converso, a me do pastor Altemar tinha sete fi lhos, vindo a nascer mais dois posteriormente, totalizando nove fi lhos.

    Aps morar em Guaraciama sua famlia retorna para Glau-cilndia, indo morar na casa do av, e nessa poca que seus avs passam a ter convico do chamado ministerial de Altemar, mesmo ele sendo ainda criana. No entanto, es-tando todos imergidos no catolicismo acreditavam que esse chamado era pra Altemar se tornar padre.

    Nas idas e vindas, o que sempre foi acentuado na vida do jovem Altemar Freitas Cardoso, foi uma vida de sofrimento, uma vida precria, com poucas condies fi nanceiras. Essa era a realidade que sempre permeou a vida de sua famlia.

    Aos seis anos de idade sua famlia vem para Montes Claros, motivado pelo trabalho que o pai havia conseguido por in-termdio do av na ento Rede Ferroviria. Nessa poca em Montes Claros, chegou a morar no bairro So Judas, Vila Guilhermina, porm aps um tempo sua famlia muda para as casas que a empresa onde o pai trabalhava disponibilizava aos funcionrios, na regio do atual bairro Vila Tiradentes. Esse conjunto de casas era mais conhecido como turma. Ao redor das casas havia muito mato.

  • 71

    Os estudos de Altemar, de 1 4 srie foram realizados na Escola Estadual Filomeno Ribeiro. Nesse perodo sua fam-lia muda-se para o bairro Antonio Pimenta, sendo a quarta famlia a residir naquele bairro. A 5 srie do pastor inicia-da no Colgio So Norberto, porm aps reprovao ele transferido para a Escola Estadual Felcio Pereira de Arajo, onde ele fi cou at concluir os estudos.

    Aproximadamente aos 8 anos de idade de Altemar, sua me costumava ir festas religiosas como as de Cosme e Damio, perodo em que ele e sua irm aproveitavam para ir escon-dido Igreja Quadrangular do ento pastor Delfi no. Nesse perodo Altemar teve que ajudar na renda familiar traba-lhando limpando lotes, auxiliando na abertura de cisternas, uma vida bastante sofrida. Com a converso de sua me dia 10 de setembro de 1981 a vida deles comea a mudar. Pos-teriormente converso da me ocorre a de seu pai. Diante disso, Altemar tambm se converte na Igreja Pentecostal Deus Amor. A converso exigiu dele grandes mudanas de hbitos e costumes que at ento estavam relacionados sua origem catlica.

    Com 12 anos ele foi batizado com o Esprito Santo, certeza que o tomou mesmo sendo criana, j que alcanou uma dimenso inimaginvel. Foi algo sobrenatural, falou outra lngua que ele desconhecia, levou-o a entrar em pranto, o que resultou em amadurecimento espiritual e o desejo de ser padre foi substitudo pelo de ser pastor.

    Dia 20 de outubro de 1985 Altemar foi batizado na lagoa do Parque Municipal, ao mesmo tempo em que assume o cargo de Presidente dos Jovens da Igreja Deus Amor. A partir da ele realiza cultos e evangelismos, vai viglias em vrias cidades e povoados e inaugura igrejas desse ministrio em Traadal e Nova Esperana.

  • 72

    Em uma ocasio ele recebe uma profecia de uma irm cha-mada Zuz Gusmo, que diz que Deus tinha uma obra em sua vida nessa cidade e que Ele colocaria um povo em sua mo, e quando isso acontecesse, ele choraria lgrimas de sangue, mas que Deus o honraria em sua ptria.

    Quanto mais o tempo passava maior era o seu desejo de ser-vir a Deus. Aos 16 anos um pregador da Venezuela chamado Carlos Silvan, passou uma profecia Altemar relatando que, do mesmo jeito que eu sou usado voc tambm ser, e nesse momento o pregador Carlos Silvan estende a mo e comea a curar e libertar as pessoas que estavam presentes naquele local.

    O Pastor Altemar, durante seu perodo na Igreja Deus Amor, realizou vrios congressos de jovens, programas de rdio e viajou pelo Brasil. Um dos motivos que o levou a sair dessa igreja foi sua falta de nfase nos dzimos e ofertas. Para os seus lderes na igreja os cultos cheios eram importantes, mas devia-se dar nfase aos dzimos. Segundo Altemar essa nfase aos dzimos era uma prtica comum em seu pero-do na Igreja Deus Amor. Nessa poca ele chegou a ouvir que sua arrecadao nos cultos no dava nem para pagar as contas, o que para seus lderes era um contra-senso, j que os cultos que ele celebrava geralmente lotavam o templo. Como ele no quis dar ouvidos e seguir a essa orientao de seus lderes, isso acabou culminando em sua sada da Igreja Deus Amor. Isso o levou a visitar a Igreja Assemblia de Deus e El Shaday, apesar de ter gostado dessas igrejas no se adequou s suas regras e doutrinas. Com isso ele visita a Igreja Crist no Brasil, porm no gostou dos cultos, doutri-nas e ritos que compem a liturgia da mesma. Para ele era incomum, em relao s demais igrejas evanglicas que ele conhecia, j que na Congregao Crist no Brasil existe um

  • 73

    distanciamento dos paradigmas cristos pentecostais, aos quais Altemar habituara-se, alm do que ele no concordava com os mesmos.

    A Congregao Crist no Brasil tem prticas e costumes que adicionados a algumas doutrinas lhe tiram o carter evan-glico e lhe colocam margem em relao s denominaes evanglicas [...], que causa estranheza o fato de muitos adep-tos dessa seita se preocuparem com pormenores da natureza do que vimos acima, e em contraposio fumarem, beberem at fi carem embriagados e darem mau testemunho em suas comunidades. CABRAL (1993, p.244)

    Alm dessa transio da Igreja Deus Amor, bem como uma tentativa frustrada de adequar-se a outras igrejas, leva-ram Altemar a ir morar em Belo Horizonte, Curitiba, Bras-lia Distrito Federal e at mesmo So Paulo. Morou em So Paulo por 5 anos. Durante esse perodo, um dia ele subiu ao Pico do Jaragu ou monte (denominao dada a um lugar onde comumente os cristos se dirigem para orar e se consagrarem, prtica comum na vida de seu lder maior Jesus Cristo) com um amigo e no caminho eles se depara-ram com um homem desconhecido que se dirigiu a Altemar e falou: Altemar, eis que chegada a hora, seu lugar no aqui, levarei voc de volta para sua tenda, sua terra l, esta-rei colocando um povo em suas mos. hora de voltar para sua terra, onde voc chorar lgrimas de sangue. O que lhe causou espanto foi um homem desconhecido se dirigir a ele e mencionar o seu nome, passando uma profecia que por vrias vezes j havia sido passada.

    Porm Altemar continuou a morando alguns meses em So Paulo, nesse perodo ele recebeu um convite para realizar

  • 74

    intercmbio e trabalhar nos EUA. Resolveu aceitar o convi-te, tirou o passaporte e comprou a passagem. Curiosamente sua me chega no dia de Altemar viajar, dizendo que havia ido para l pra pedir que ele no viajasse. Ela no queria que ele fosse para os EUA, afi nal, morando em So Paulo ele j estava longe e se fosse para l iria fi car mais difcil de v-lo. E que ela brevemente partiria e quem iria cuidar de seus irmos seno ele. Isso impactou Altemar, o que o levou a desistir de viajar.

    Vale ressaltar que nesse perodo ele recebeu algumas cartas de sua me, onde ela o chamava de Tema. Alguns trechos dessas cartas foram disponibilizados:

    Montes Claros 13 de outubro de 1994

    Tema, eu estava ansiosa para contar um sonho que tive, no sei dizer se foi uma revelao s sei dizer que foi noite toda, foi coisas maravilhosas, e no fi nal de tudo o Senhor Jesus dizia: no se preocupe porque eu estou com voc, eu tambm fui jovem como voc e passei por gran-des afl ies e venci o mundo, e que todas essas lutas que voc esta passando voc tambm vencer, pois para isso tem que ser como Davi, [...] Tema, so coisas maravilho-sas, vi voc recebendo buqus de fl ores. O primeiro foi de fl ores vermelhas, depois fl ores coloridas. Eram espirituais. As vermelhas eram metade espirituais e a outra metade materiais. No tenho tempo de contar tudo porque mui-ta coisa, mas se Deus me der a oportunidade para que eu possa contar a voc, eu falarei tudo, pois algo tremendo vindo da parte de Deus.

  • 75

    Montes Claros 24/05/94

    Olha Tema, eu sei que voc precisa ganhar a sua vida, mas voc sendo um servo de Deus ele te abenoar aqui mes-mo, faa seu curso e no pense ir para mais longe, pense que voc deixou uma famlia que te ama muito, meu fi lho. Parece que meus olhos tm um minador de gua, porque no sei de onde sai tantas lgrimas que j no consigo mais contemplar a bblia; Tema, acho que nem quando eu estava esperando voc, que eu passava at fome, eu no fi cava triste, por saber que iria dar luz a um fi lho to maravilho-so como voc, no desfazendo dos outros que tanto amo, porm voc mais amoroso comigo.

    Montes Claros 22/01/95Tema ore por mim, vejo que Deus fala com voc, porque eu estou vivendo com os ps muito inchados, acho que j a hora, s que no quero ir agora... Mas creio que a vontade de Deus, fazer o qu. Termino com um forte abrao de todos de casa, principal-mente de sua me que guarda voc no fundo do corao.

    Contudo ele fi cou por mais uns 8 meses por l. Quando resolveu voltar defi nitivamente para Montes Claros ele tinha aproximadamente 24 anos. O que o motivou a retornar foi a saudade da famlia e um motivo de sade, o que s corrobo-rou para o cumprimento das profecias que haviam sido pas-sadas a ele. Mesmo voltando para sua cidade ele no rompe o seu noivado com a paulistana Ana Paula.

    Nesse retorno ele tenta ir Igreja Deus Amor, mas no conseguiu se adaptar. Tambm no obteve xito na visita a Igreja Poo de Jac, perodo em que tinha uma doutrina

  • 76

    mais rgida. Nessa busca por encontrar uma igreja que pu-desse se adaptar de fato, ele foi solicitado para orar por uma senhora que no podia ter fi lhos. Aps orar, Deus respon-deu sua orao, levando a mulher a ter fi lhos. Depois desse milagre ocorrido o nmero de pessoas que se dirigiam a ele para que receber oraes era cada vez maior. Diante disso ele comeou a orar em sua casa, com msicas evanglicas e sempre trazendo uma mensagem. Orava por libertao, e tudo isso ocorria em sua antiga casa no bairro Antonio Pimenta, ofi cialmente no dia 8 de maro de 1996.

    Nessa poca ele comea a trabalhar em uma tradicional loja de Roupas em Montes Claros, a conhecida LOJA ROKA. Mesmo trabalhando ele continuou a orar por vrias pessoas em sua casa. Perodo em que ele convidado a celebrar cul-tos s teras-feiras na casa da Irm Josefi na da Igreja Batista Renascer. Ali ele veio a conhecer a ngela Cristina (Kika). Diante da distncia e outros fatores ele rompe seu noivado com a paulistana. Depois de um tempo ele comea a orar com a Kika, que veio a se tornar sua atual esposa.

    Paralelamente ao noivado, ele convida um pastor assembleia-no para pastorear as pessoas que freqentavam os cultos em sua casa. Porm ao apresentar o pastor s pessoas no culto, uma senhora catlica que costumava freqentar os cultos, levantou-se e disse: porque ao invs de colocar um pastor para assumir os cultos voc no deixa o Senhor aperfeioar a obra que Ele comeou em sua vida?. O pastor que estava no culto concordou com a indicao. Sendo assim, Altemar resolve assumir a igreja ofi cialmente, j que antes ele assumia os cultos de maneira informal.

    Aps o culto, como de costume, Altemar vai ao monte orar. Na descida do monte, ele encontra um jovem da quadrangu-

  • 77

    lar que disse que era chegado o momento de Deus na sua vida, que Deus estaria colocando um povo para ele cuidar, mas que ao mesmo tempo ele choraria lgrimas de sangue.

    No outro dia (segunda-feira), Altemar se vai comprar as ca-deiras e materiais que eram necessrios para colocar no tem-plo. Ao consolidar a compra, o irmo Humberto foi e efe-tuou o pagamento sem que Altemar soubesse inicialmente.

    O primeiro culto na igreja foi realizado ofi cialmente em sua casa. Depois ele foi para o primeiro templo fi xo na anti-ga Rua G, atual Rua Julieta, no nmero 347; momento em que foi consolidado com a converso de aproximadamente 100 pessoas; convertendo ou aceitando a Cristo. Era um local prximo atual sede, onde comeou um trabalho de libertao espiritual e das drogas. Um trabalho maravilho-so na viso de Altemar. Curiosamente o estilo de mensa-gem, liturgia ou trabalho continuou at hoje com nfase na libertao e converso de pessoas.

    Posteriormente ele foi convidado pelo pastor Carlos Fernan-des Silva Filho, da Igreja de Deus Avivamento Bblico, para ser consagrado ao ministrio pastoral. Mesmo achando que no era o momento, sob a orientao de sua me, ele aceita o pedido. Ele foi consagrado a pastor junto a outras pessoas no dia 23 de fevereiro de 1997. Estavam presentes autoridades religiosas como, o pastor Jacinto Ferreira, Carlos da Igreja Ba-tista, pastor Antonio Alkimim e a pastora Terezinha Mendes.

    Nesse perodo ele resolveu registrar o ministrio com o nome revelado por Deus, Igreja Comunidade Crist Pen-tecostal, em outubro de 1997. poca em que o ento con-sagrado Pastor Altemar sentiu-se no auge, certo do apoio de Deus e secundariamente de sua me, que ao mesmo tempo era presena constante ou peridica no seu ministrio.

  • 78

    Logo depois de sua consagrao o Pastor Altemar teve sua primeira grande experincia com as grandes lutas ou mo-tivadores das lgrimas de sangue, termo usado nas pro-fecias que a ele foram dirigidas. Conciliar o trabalho com o ministrio na igreja foi difcil. Nesse instante o Pastor re-solve pedir conta do seu servio e dedicar-se integralmente ao ministrio, mesmo ciente de que ele era um dos melhores vendedores. Contudo, ao pedir conta do servio, Altemar foi chamado pelo gerente (dicono de outra igreja), que pergun-tou a ele: como ele pretendia ser pastor de uma igreja sem formao acadmica? Qual estrutura ele tinha para assumir tal cargo? Se caso ele errasse quem o corrigiria? Essas per-guntas em vez de desanim-lo, o levou a refl etir.

    Como era fi nal de ano e as atividades no comrcio eram intensas e costumavam ir at mais tarde, o Pastor Altemar acabou chegando igreja mais tarde. Nesse dia quem esta-va pregando era o Pastor George, da Igreja Assemblia de Deus. Ambos no se conheciam (o convite para que o pas-tor George pregasse foi feito pela me do pastor Altemar). J ao fi nal da pregao, o pastor George tomado pelo po-der de Deus, em meio a uma multido de pessoas, se dirige ao pastor Altemar e diz: servo, estais triste, preocupado com o que diz o homem, deixe o homem com seu conhe-cimento e sabedoria humana, abrace com minha palavra, pois eu sou contigo.

    Diante de um culto poderoso que levou a uma renovao, uma resposta ou mesmo um contato imediato com o Sagra-do, o Pastor Altemar Freitas dirige-se a sua casa, ciente de que ao amanhecer sua deciso deveria ser tomada.

    Mas durante o percurso ele sentiu que a noite estava diferen-te, era uma noite calma com as nuvens claras pelo luar. Ele

  • 79

    entendeu que isso expressava a glria do altssimo, transmi-tindo-lhe uma sensao de renovo espiritual.

    Ao amanhecer e chegando ao servio ele pede conta ou declara a partir daquele instante, que ele estava desligado da empresa. Decidiu dedicar-se integralmente ao ministrio que o Senhor havia delegado a ele.

    Nesta ocasio que sua me comea a organizar um congres-so na igreja. Entretanto, ela diz ao Pastor Altemar que sente que brevemente iria partir ou morreria. (Ao mencionar esse momento a voz do pastor pausa, seus olhos comeam a lacrimejar. Aps um instante de introspeco ele diz que sente a falta de sua me. Como que impactado pela lembran-a, ele pede um momento para se recompor; olhando para o alto... ele retorna o olhar e continua...) Aps se recompor ele diz que em 1997 sua me faz uma cirurgia, porm alguns dias depois ela morre.

    As provaes comearam a marcar a vida do jovem Pastor Altemar Freitas. Em uma das campanhas que ele realizou em sua igreja, ele distribuiu alguns saquinhos de farinha de mandioca, como forma de levar o fi el a direcionarem seus vcios para aquele elemento. O objetivo era que ao lana-rem mo da farinha de mandioca eles estivessem se des-vencilhando do vcio. At ento os vcios subjugavam vrios visitantes da igreja. O resultado mostrou que Deus estava na campanha, propiciando libertao a muitos. Porm algumas pessoas com interesse de que o ministrio acabasse, reali-zaram denncias alegando que o Pastor Altemar estava dis-tribuindo cocana na igreja. A denncia foi apurada pelo militar em funo, que constatou que era uma denncia sem fundamento, j que a farinha que estava sendo distribuda era de mandioca. No mesmo instante o militar elogiou o

  • 80

    trabalho que o Pastor Altemar estava realizando - a recupe-rao e acompanhamento de ex-usurios de droga.

    Cinco meses aps a morte de sua me ele se casa com nge-la Cristina, momento de muitas difi culdades. A igreja, ainda pequena, no possibilitava uma remunerao, culminando no atraso do aluguel. As perseguies aumentam, vindo de vrias partes, at mesmo de lideranas religiosas. Ele foi ame-aado, humilhado, achincalhado por pessoas que deveriam estar contribuindo para a obra de Deus. Mas o Pastor Al-temar continua a obra. Agora a Igreja Comunidade Crist Pentecostal passa a ser apelidada de a Igreja do Cai-Cai, e at mesmo a Igreja dos Ex (ex-ladro, ex-bandido, ex-viciado...). Rindo o Pastor Altemar relembra uma previso que foi feita por algumas pessoas que no gostavam dele, que dizia que ele morreria dia 5 de novembro de 1999.

    Mesmo diante de vrios levantes e calnias a igreja come-ou a crescer, mudando para atual sede. Ela comeou sua expanso abrindo a 2 Igreja Comunidade Crist Pentecos-tal, sendo seguida pela abertura da 3 e 4 igreja, com um nmero de membros superior a 700. Perodo em que nas-ceram seus dois fi lhos.

    preciso ressaltar que a Igreja Comunidade Crist Pente-costal j passou por algumas cises, dentre elas se destaca uma que ocorreu em 1997, resultando na sada de aproxima-damente 60 fi is. Alguns deles j retornaram a igreja. Essas cises no comprometeram a estrutura da Igreja.

    Desde o incio de seu ministrio o Pastor Altemar lida com dependentes qumicos, chegando a levar vrios deles para sua prpria casa. No ano de 2006 ele adquiriu um stio onde inaugurou a Clinica da Alma, onde geralmente trata de

  • 81

    dependentes qumicos. Esse tratamento realizado sem o auxlio de mdicos e de medicamentos, sendo um dos mo-tivos alegados a falta de apoio. O gasto com mdicos e medicamentos oneraria ainda mais. Ainda assim a clnica costuma tratar cerca de 580 pessoas. O xito perceptvel com o uso de tcnicas de auxlio espiritual, que o depen-dente recebe na busca pela sua recuperao.

    Neste mesmo ano de 2006 o Pastor busca refgio em um stio, onde atualmente mora, na busca por um contato cada vez maior com Deus. Altemar v nessa mudana uma possibilidade maior para meditar, refl etindo cada vez mais em seus projetos. Contudo ele no esconde o desejo de voltar para a cidade em virtude da proximidade do trabalho.

    Na tentativa de criar leis que possibilitassem ao povo norte-mineiro uma sociedade mais justa e igualitria, executando funes que outrora parecem terem sido esquecidas, como a fi scalizao de oramentos e verbas que so executadas pelo municpio, o pastor Altemar decide se candidatar a vereador de Montes Claros, uma cidade que o mesmo declara ser a sua cidade querida.

    Ao divulgar para algumas pessoas seu interesse em candida-tar-se, o Pastor Altemar, por vrias vezes, ouviu dizerem que ele iria se corromper. Sua resposta era sempre a mesma, que o poder no corrompe, mas revela como verdadeira-mente as pessoas so. Em 2008 ofi cializa sua candidatura pelo partido PSC a convite do prprio partido. Manoel Frei-tas (2008), descreve a fora da candidatura do pastor antes das eleies:

  • 82

    Parece ser voz corrente entre os articulistas pol-ticos de planto que o pastor Altemar Freitas, da Comunidade Crist Pentecostal, caminha a passos de Golias na direo de ser o fenmeno das eleies deste ano. o candidato a vereador mais forte do PSC [...], que trabalha com a possibilidade de con-quista de duas a trs cadeiras no parlamento [...].

    Mesmo diante de vrias tentativas de impugnao da candi-datura, Pastor Altemar foi eleito com 1.837 votos. Em 2009 ele toma posse como vereador da cidade de Montes Claros, enquanto representante poltico do Norte de Minas Gerais com vrias metas e planos a serem desenvolvidos.

    Ao falar da sua polmica candidatura perceptvel a frus-trao de Altemar, pelo afastamento de vrios amigos que deixaram de freqentar a igreja, por no compreenderem o relacionamento do pastor com a poltica.

    O jornalista Samuel Nunes (2008), descreve o momento da eleio e o objetivo do Pastor Altemar enquanto represen-tante poltico:

    Pastor Altemar Freitas Cardoso, da igreja Comuni-dade Crist Pentecostal, do PSC eleito com 1.837 votos, demonstrando autenticidade e vontade de desenvolver um mandato de alcance social, afi r-ma que no enxerga este mandato somente como lder religioso, mas como algum preocupado com os assuntos que diz respeito s necessidades do ser humano. [...] Pastor Altemar diz acreditar na fora evanglica, mas que o preconceito ainda grande. - Um exemplo, a lei do silncio, esta no pode pre-valecer apenas para os evanglicos; e como fi ca a

  • 83

    situao dos bares? - questiona. Frisa que no pas-tor de gabinete e no ser vereador de gabinete, mas sim algum disposto a colocar importantes projetos em pauta de alcance das comunidades.

    Para Altemar a campanha eleitoral demonstrou algo que at ento ele desconhecia: no se tem amigos na poltica. En-volve tantas coisas que constantemente so ventiladas pela mdia. Ele entende que Deus est na poltica, porm no est na politicagem. Em sua viso piedade, justia, co-ragem e moderao, constituem elementos que esto cor-relacionados essncia da verdadeira poltica. Entende que nesse contexto torna-se importante a eleio de verdadeiros representantes, homens de Deus sinceros, que realmente venham a representar a sociedade.

    Durante toda sua jornada o pastor Altemar p