A Teologia do Outro.doc

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Antonio Walter R. Almeida 1 Introdução. Até este ponto do texto a discussão girou em torno de argumentações teóricas, abstratas e históricas. Entretanto, a partir deste terceiro tópico pretende-se discorrer sobre temas mais práticos. Evidentemente que o aspecto histórico não pode ser abandonado totalmente visto que as referências são a escritos que datam de centenas de anos atrás. Quanto à teoria, também não tem como ser excluída por uma razão muito simples: toda prática, antes do seu momento presente, teve sua origem em uma teoria, portanto, procurar-se-á lidar com a história e a teoria construindo pontes para um presente prático. Esta argumentação levanta algumas indagações. Uma delas é: qual o âmago, o coração, a alma do cristianismo? Muitos cristãos passam a vida sem nunca questionarem a razão de ser de sua religião, não desenvolvem uma análise crítica; 1 Antonio Walter Rocha Almeida é mestrando em Teologia Bíblica com Concentração em Desenvolvimento de Igrejas pelo BETEL – Seminário Betel Brasileiro; Especializado em Teologia Bíblica pelo Centro de Pós-graduação Andrew Jumpter da Universidade Mackenzie; Bacharel em Teologia pelo STBINE – Seminário Teológico Batista Independente do Nordeste; Bacharel em Teologia pela Faculdade Hokemãh; Professor da ESTEADAR – Escola Teológica das Assembléias de Deus em Alagoinhas e Região; Palestrante especializado nas áreas de Família, com o seminário: Família – Projeto de Deus, Liderança Estratégica e Projeto Integração e Desenvolvimento; Graduado em Gestão de Varejo pela UNIFACS – Universidade Salvador; Pós-graduado em Marketing de Varejo pela FGV – fundação Getulio Vargas; Gestor das empresas Farmácias Salvador. Secretário do CEED – Conselho de Ética e Disciplina da CEADEB. E-mail: [email protected] Objetivo dos dons – A teologia paulina do outro e o objetivo dos dons

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Antonio Walter R. Almeida1

Introdução.

Até este ponto do texto a discussão girou em torno de argumentações teóricas, abstratas e históricas. Entretanto, a partir deste terceiro tópico pretende-se discorrer sobre temas mais práticos. Evidentemente que o aspecto histórico não pode ser abandonado totalmente visto que as referências são a escritos que datam de centenas de anos atrás. Quanto à teoria, também não tem como ser excluída por uma razão muito simples: toda prática, antes do seu momento presente, teve sua origem em uma teoria, portanto, procurar-se-á lidar com a história e a teoria construindo pontes para um presente prático.

Esta argumentação levanta algumas indagações. Uma delas é: qual o âmago, o coração, a alma do cristianismo?

Muitos cristãos passam a vida sem nunca questionarem a razão de ser de sua religião, não desenvolvem uma análise crítica; outros em razão de sua formação cultural, acadêmica ou psicológica são críticos de outras áreas, mas, no que concerne à religião levantam comportas em suas mentes e, preferem não “pensar criticamente” suas convicções.

Entretanto, existem aqueles que buscam respostas para questões importantes como esta. Alguns afirmam que o âmago do cristianismo é trazer á luz a revelação progressiva de Deus para a humanidade; outros

1 Antonio Walter Rocha Almeida é mestrando em Teologia Bíblica com Concentração em Desenvolvimento de Igrejas pelo BETEL – Seminário Betel Brasileiro; Especializado em Teologia Bíblica pelo Centro de Pós-graduação Andrew Jumpter da Universidade Mackenzie; Bacharel em Teologia pelo STBINE – Seminário Teológico Batista Independente do Nordeste; Bacharel em Teologia pela Faculdade Hokemãh; Professor da ESTEADAR – Escola Teológica das Assembléias de Deus em Alagoinhas e Região; Palestrante especializado nas áreas de Família, com o seminário: Família – Projeto de Deus, Liderança Estratégica e Projeto Integração e Desenvolvimento; Graduado em Gestão de Varejo pela UNIFACS – Universidade Salvador; Pós-graduado em Marketing de Varejo pela FGV – fundação Getulio Vargas; Gestor das empresas Farmácias Salvador. Secretário do CEED – Conselho de Ética e Disciplina da CEADEB. E-mail: [email protected]

Objetivo dos dons – A teologia paulina do outro e o objetivo dos dons

Pr. Walter, 25/07/13,
OBS. A TEOLOGIA DO OUTRO entra em colisão com a Sociedade do Consumo tratada por Bauman em sua obra “Vida para Consumo”, principalmente na pagina 68. Acredito que podemos tecer um bom diálogo entre a exposição de Bauman (na obra citada) e o presente texto, mostrando como a Sociedade de Consumo é refratária à Teologia do “Outro” defendia pelo Apóstolo Paulo. Mas, devemos considerar, nesta discussão, a questão do “espírito voluntário”. Precisamos ter o cuidado para não darmos a entender que o “espírito voluntário” já morreu.
Pr. Walter, 10/07/13,
Refere-se a questão acima.
Pr. Walter, 10/07/13,
É necessário verificar os outros dois tópicos para entender esta introdução
Pr. Walter, 10/07/13,
Sendo este o terceiro tópico, onde estão os outros dois?
Pr. Walter, 10/07/13,
Esta introdução demonstra que eu estou partindo de um texto que escrevi anteriormente, mas, qual foi este texto?
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defendem que é o ensino da Palavra de Deus a razão de ser da religião; outros dizem ser o discipulado a alma do cristianismo.

Entretanto, em que pese a importância das razões acima mencionadas, o âmago do cristianismo é o amor! Este núcleo é o ponto gerador e difusor de todas as outras ações. Mas, a conceituação de amor neste contexto não é algo teórico, passivo ou incipiente. É uma ação ativa no gerúndio, isto é, uma ação que está constantemente e interruptamente indo em busca do seu alvo.

Qual seria este alvo? Por certo não é o amor em si mesmo; tampouco é a fonte geradora do próprio amor. O amor tem o seu fruto ao alcançar o seu objetivo: o outro!

A TEOLOGIA DO OUTRO

Iahweh (יהּוה) é o “Deus que busca”. Logo no início do livro do Gênesis temos os fundamentos criacionistas que norteiam nossas concepções. Céus, terra, mares, árvores, relvas, sol, lua, estrelas, noite, dia e animais são criados pelo Deus de Israel.

Como coroa de sua criação Deus “forma” o homem conforme à sua “imagem e semelhança”. Foram criados, homem e mulher, santos, justos e puros, entretanto, após um período de convivência, este casal é ludibriado por Lúcifer, que os leva a pecar. Neste momento desastroso na história da humanidade, nossos pais se escondem da presença do Santo dos Santos (Gn. 3:8). A partir daquele momento o homem estabelecia uma separação entre ele e o seu Deus; surge um abismo intransponível entre o ser humano e Iahweh.

Mas, o Eterno, resolve colocar seu plano em ação com o objetivo de resgatar o homem e toda sua criação do pecado e, a primeira ação do Divino é ir “em busca” do homem que havia quebrado sua aliança.

Esta característica de Iahweh é encontrada praticamente em todos os livros que compõem a Bíblia Sagrada.

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Pr. Walter, 10/07/13,
Será que está correta esta palavra?
Pr. Walter, 10/07/13,
Este raciocino não esta muito legal. Acredito que podemos tratar não de Deus haver “resolvido colocar o plano em ação” mas, mostrar que “já existia um plano em andamento” até porque Deus não pode ser pego desprevenido e, me parece que este texto da a seguinte impressão: Deus tinha um plano para, “caso” o homem fraquejasse, Ele o colocaria em andamento.
Pr. Walter, 10/07/13,
Aqui podemos nos reportar ao texto de Isais que diz “...mas os vossos pecados fazem semparação entre vós e vosso Deus”
Pr. Walter, 10/07/13,
Podemos ampliar aqui conduzindo o arhumento no sentido de “desobediência” e não de “pecado”. Porque “pecado” fecha mais o argumento.
Pr. Walter, 10/07/13,
Precisamos embasar esta afirmativa na Bíbia
Pr. Walter, 10/07/13,
Podemos ampliar mais esta afirmativa.
Pr. Walter, 10/07/13,
Entendo que neste ponto podemos ampliar um pouco mais a argumentação.
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A motivação que leva o Deus Onipotente a “buscar” o homem rebelde é apenas uma: seu amor!

Este fato é comprovado logo nos próximos capítulos de Gênesis. No capítulo seguinte encontra-se outra narrativa onde Deus “busca” o homem. Afirma a Escritura que Deus disse a Caim: “Onde está teu irmão Abel?”. Evidentemente que Deus sabia do ocorrido, ele era e é Onisciente, mas, Ele não queria encontrar Abel, seu objetivo era “buscar” Caim.

Dois capítulos depois, capítulo seis, o estudante depara-se pela primeira vez com a “tristeza” de Deus. O pecado da humanidade havia tomado proporções tão grandes que Ele resolve desfazer o que havia criado.

Iahweh viu que a maldade do homem era grande sobre a terra, e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração. Iahweh arrependeu-se de ter feito o homem sobre a terra, e afligiu-se o seu coração. E disse Iahweh: “Farei desaparecer da superfície do solo os homens que criei – e com os homens os animais, os répteis e as aves do céu -, porque me arrependo de os ter feito (Gn. 6: 5-7 grifo nosso).

Foi um momento muito triste na história do homem; época em que as ações dos homens desconsideravam todas as leis morais, éticas, sociais e humanas então conhecidas, o homem estava totalmente deformado em sua alma e caráter. Entretanto, ainda assim Iahweh “buscou” entre eles alguém que estivesse desejoso de ser encontrado por Ele.

O versículo oitavo nos mostra mais uma vez que mesmo em meio a um profundo caos Deus busca o homem para reconduzi-lo à ordem, ao equilíbrio e á harmonia com seu ser. Através de Noé o SENHOR estabelece mais uma aliança com a humanidade: a aliança da preservação!

Capítulo décimo segundo e, mais uma vez Deus mostra que seu objetivo de “buscar” o homem é movido exclusivamente por seu amor. De uma grande nação, Deus escolhe um clã e, deste, elege uma família: Abrão e sua esposa.

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Pr. Walter, 10/07/13,
É necessário discorrer sobre o fato de que Abrão não vivia num lugar onde se adorava a Deus. A bíblia mostra que Abrão era arameu. Qual era a pratica religiosa dos contemporâneos de Abrão antes da sua chamada?
Pr. Walter, 10/07/13,
Discorrer sobre esta aliança.
Pr. Walter, 10/07/13,
“mais uma aliança...”. Se faz necessário falar das alianças anteriores
Pr. Walter, 10/07/13,
Abordar a questão sobre esta “trsiteza”. Linguagem antropomórfica, o que é isto?
Pr. Walter, 10/07/13,
Acredito que posso melhorar este argumento, procurando colocá-lo como uma pergunta e uma resposta, tipo: O que motivaria um Deus Onipotente ir em busca do homem? Aqui também podemos citar o texto bíblico.
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Deus resolve mostrar de forma mais clara seu objetivo: abençoar a Abrão e, através dele a todos os outros. Toda a história de Abrão é permeada por esta tônica: abençoar o outro. O capítulo vinte e dois registra um relato que ratifica este fato. Após Iahweh ter provado Abraão pedindo que ele oferecesse seu filho em sacrifício ao SENHOR, e, impedindo-o no momento em que ia imolá-lo, Deus afirma:

O Anjo de Iahweh chamou uma segunda vez a Abraão, do céu, dizendo: “Juro por mim mesmo, palavra de Iahweh: porque me fizeste isso, porque não me recusaste teu filho, teu único, eu te cumularei de bênçãos, eu te darei uma posteridade tão numerosa quanto as estrelas do céu e quanto a areia que está na praia do mar, e tua posteridade conquistará a porta de seus inimigos. Por tua posteridade serão abençoadas todas as nações da terra, porque tu me obedeceste.” (Gn. 22:15-18 grifo nosso).

Esta afirmativa: “por tua posteridade serão abençoadas”, explica que o objetivo de Iahweh é “buscar” o homem e abençoá-lo para que ele abençoe a outros. Isto é, a benção de Deus não é dada para que seja represada no dique do individualismo.

Com o passar dos anos o objetivo de Deus continua inabalável. Dando continuidade a seu plano de “buscar” o homem desgarrado, o SENHOR, no momento propício envia o Emanuel prometido desde o jardim do Éden. Já no anúncio do seu nascimento a Maria, o emissário de Iahweh define qual a missão do Messias: buscar o homem (Mt. 1:21) “Ela dará à luz um filho e tu o chamarás com o nome de Jesus, pois ele salvara o seu povo dos seus pecados”.

Portanto, a missão de Jesus era buscar e abençoar o outro. Em seu primeiro discurso, no evangelho segundo escreveu São Mateus, o Mestre traz um ensinamento até então desconhecido na prática do dia-a-dia dos judeus: a Teologia do outro. Assim Ele se expressa:

Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se torna insosso, com que o salgaremos? Para nada mais serve, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens.Vós sois a luz dos homens. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte. Nem se ascende uma lâmpada e se coloca debaixo do alqueire, mas no candelabro, e assim ela brilha para todos os que estão na casa. Brilhe do mesmo modo a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas

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Pr. Walter, 10/07/13,
Não está bom
Pr. Walter, 10/07/13,
Este inicio do texto precisa ficar mais “bonito academicamente”
Pr. Walter, 10/07/13,
Necessito “diminuir” este distanciamento do próximo capítulo
Pr. Walter, 10/07/13,
Aqui cabe 12:1 a 3
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obras, eles glorifiquem vosso pai que está nos céus (Mt. 5:13-16)

Tal ensinamento ministrado por Jesus nos leva a levantar algumas indagações ao analisarmos o texto a partir da perspectiva da teologia do outro. A primeira indagação é sobre a utilidade do sal naqueles dias e em nossos dias.

Segundo o comentário do evangelho de Mateus escrito por R.V.G. Tasker (1980:50), “... a função primária do sal é preservar, deter a decomposição, agir como um antisséptico, de forma que os germes latentes, por exemplo, na carne, possam ser neutralizados ao contacto com ele”. Logo, fica fácil compreender que o sal só alcança seu objetivo ao beneficiar o outro. Isto é, o sal não tem nenhuma razão de existir se não for para servir o outro.

Em nossos dias não houve muita modificação na utilização do cloreto de sódio. Na culinária ele continua sendo adicionado aos alimentos para dar o sabor no ponto certo; com relação à preservação, apesar dele não ter perdido esta característica, deixou de ser utilizado em razão das novas tecnologias de preservação dos alimentos.

Talvez alguns dos leitores não consigam compreender com exatidão a expressão do Mestre ao afirmar: “Nem se ascende uma lâmpada e se coloca debaixo do alqueire, mas no candelabro, e assim ela brilha para todos os que estão na casa”. Mas, para aqueles que tiveram o privilégio de nascer e ser criado na zona rural, numa época em que não existia energia elétrica (como ocorreu comigo), sabem exatamente o que é “ascender uma lâmpada” que, em alguns lugares é conhecido como candeeiro ou fifó. Geralmente uma vasilha de zinco ou vidro, contendo querosene e um pavio de algodão. Este é acesso no inicio na noite e apagado quando o último membro da família se recolhe ao seu aposento de dormir.

As pessoas que já tiveram esta experiência compreendem perfeitamente que não se coloca o candeeiro em um lugar baixo, mas, em um local que facilita a luminosidade para todos da casa, até porque

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Pr. Walter, 10/07/13,
Retirar o aspecto pessoal, Não podemos escrever um livro com exemplos pessoais. ´}E necessário buscar algum autor, poema ou qualquer literatura que exemplifique a vivencia rural sem energia elétrica.
Pr. Walter, 10/07/13,
Buscar algum embasamento de nutricionista,
Pr. Walter, 10/07/13,
Embasar com outro autor
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normalmente as famílias pobres não dispõem de muitos candeeiros e, nem tampouco de dinheiro para comprar querosene com sobra.

Portanto, o candeeiro é colocado num local estratégico para que se possa tirar o máximo de proveito possível da luminosidade.

Moradores da zona rural compreendem com mais facilidade quando se afirma que a luz só alcança seu objetivo quando serve ao outro. Isto é, o “fruto” da luz se revela no serviço ao próximo.

Analisando a expressão de Jesus a partir da perspectiva da teologia do outro, pode-se afirmar que se o indivíduo é alcançado pela graça de Deus e, não busca repartir esta graça no servir ao próximo jamais alcançará a maturidade cristã.

Ainda neste contexto Jesus afirma: “Brilhe do mesmo modo a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, eles glorifiquem vosso pai que está nos céus”. Nesta frase temos alguns aspectos que devem ser vistos atentamente.

1) “Brilhe do mesmo modo a vossa luz diante dos homens” – É um imperativo, uma ordem para seus discípulos, que eles façam sua luz brilhar do mesmo modo do candeeiro, isto é, a luz do servo deve brilhar de tal forma que todos aqueles que estiverem nas proximidades sejam alcançados por esta luminosidade; sejam “servidos” pela luz. Portanto, o discípulo encontra sua razão de ser quando está servindo ao próximo.

2) “Para que, vendo as vossas boas obras” – Jesus explica o que é a “luz” que deve brilhar no cristão: as boas obras. Ou seja, a única forma do cristão fazer sua luz brilhar, ter utilidade, é fazendo boas obras.

Quando uma ação pode ser considerada “boa obra” no sentido da expressão neste contexto? Será que quando o indivíduo faz uma obra para si mesmo ele esta realizando uma “boa obra”?

“Boa obra”, no sentido que está sendo analisado aqui só é entendida assim quando se trata de uma boa ação dirigida ao próximo. Ou seja, a

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Pr. Walter, 11/07/13,
Esta segunda indagação deverá ser melhor formualda. (mais academicamente)
Pr. Walter, 11/07/13,
Posemos “pensar” um pouco mais objetivando ampliar este parágrafo.
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“boa obra” só existe se o motivo para sua realização for o servir ao outro.

Quando a “boa obra” é realizada ela leva em seu bojo um toque de missão. Conforme Jesus ensina, a realização de “boas obras” alcança também o objetivo da glorificação a Deus e, o ato de levar o indivíduo glorificar a Deus, é um ato de proclamação do amor de Deus.

É importante atentar para outro aspecto deste ensinamento (sob o ponto de vista da teologia do outro), é a distinção entre o conteúdo e o objeto. Jesus, no início do versículo 14 afirma: “vos sois a luz do mundo”. Mas, um pouco mais adiante ele separa a luz daquele que é o portador dela. Ou seja, o discípulo é o sujeito que leva em seu interior a luz e, esta luz são as boas obras.

O portador das boas obras pode ser comparado a uma vela. Ao ascender a luz da vela em um local escuro imediatamente os móveis podem ser identificados, as cores são percebidas e as pessoas podem transitar no ambiente sem grandes preocupações. Mas, ocorre também outro fato: a vela inicia um processo de desgaste e, quanto mais ela brilha, mais se desgasta. O servir ao próximo demanda a necessidade de utilização dos recursos disponíveis.

O capítulo sétimo do evangelho de Mateus encerra o Sermão do Monte e, logo após ter acabado de proferir seu discurso Jesus se dirige a Cafarnaum, no meio da jornada ele encontra-se com um marginalizado pela sociedade. Um indivíduo que havia sido excluído da convivência com os familiares e amigos e, qualquer pessoa que se aproximasse dele seria considerado imundo pelos judeus. Entretanto, o Mestre, mesmo sendo conhecedor das normas sociais, estendeu seu amor ao próximo.

O toque da mão de Jesus naquele leproso não era um ato impensado de um revolucionário que estava colocando-se em oposição às leis culturais da época, mas, se tratava da compaixão de Deus que ia ao encontro do outro. Era o amor de Deus sendo materializado numa boa

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Pr. Walter, 11/07/13,
Porque ele era considerado imundo? Citação e comentário sobre a Lei
Pr. Walter, 11/07/13,
Citação bíblica
Pr. Walter, 11/07/13,
Aqi cabe uma citação bíblica e um comentário sobre a cidade de Cafarnaum: sua topografia, geografia, economia, história, etc.
Pr. Walter, 11/07/13,
Falar sobre recursos: quais recursos e como devem ser disponibilizados no ato de servir?
Pr. Walter, 11/07/13,
Uais são seus compostos?
Pr. Walter, 11/07/13,
Se achar conveniente falar da composição da vela. Como ela é feita, q
Pr. Walter, 11/07/13,
Em que lugar do texto podemos colocar o portador da luz como “vaso de barro”. Isto é, devemos conduzir como dentro de um vaso de barro. Quem trata desta questão é Paulo, mas, não sei se pode ser “encaixado”.
Pr. Walter, 11/07/13,
Tecer um comentário no sentido de que a realização da boa obra em si é também um ato de missão.?
Pr. Walter, 11/07/13,
Será que poderia
Pr. Walter, 11/07/13,
Reformular este resposta, inclusive dando a ela uma fundamentação bíblica e histórica. Isto é, buscar entre os grandes personagens (Madre Tereza de Calcutar, Calvino, Lutero, etc) alguém que trte desta quesão.
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obra que levaria não apenas seu objeto, mas, todos os que estavam próximos a glorificar a Iahweh! Esta glorificação ao Deus Triuno perpassou os séculos e até hoje continuamos a glorificar ao Eterno pelo seu amor derramado entre os homens. Solo Dio Glória!

Em todo o capítulo oito e nove vemos Jesus a serviço do outro. No capítulo décimo o Mestre chama para perto de si os doze discípulos que ele havia escolhido e os envia a uma árdua missão. Para a realização da mesma, haveria necessidade de utilizarem os recursos dos quais dispunham. Eles iriam deixar seus afazeres normais, abdicar de dormir com sua família, arriscar a não encontrar comida no caminho. Eles iam partir exclusivamente pela fé para lugares distantes arriscando a própria vida, pois na época era comum o ataque de salteadores.

Qual o objetivo deles? O que iriam fazer? É normal homens e mulheres arriscarem tanto para conseguirem fama, poder e riquezas. Mas, a ordem para aqueles homens era: “Não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de cobre nos vossos cintos”(v.9). O que eles iam realizar com todo o empenho de suas vidas era apenas servir ao outro!

Deste momento em diante tudo o que Jesus realizaria era com o objetivo de mostrar aos seus discípulos que sua existência só tinha sentido se fosse para servir ao próximo.

O capítulo vinte revela com maestria os “monstros” que povoam nossos corações. Todos os mais próximos do Mestre já o consideravam como Deus. Não era mais um impostor. Eles já tinham presenciado inúmeros milagres que somente Deus poderia realizar e, portanto, tinham convicção que ali estava o Emanuel.

Seu ministério terreno já estava no final. Faltava pouco tempo para a consumação com sua morte no madeiro. Quase todos os ensinos já haviam sido ministrados; já estavam no final do curso intensivo. Neste momento, a mãe de dois dos seus mais queridos discípulos, Tiago e João, se aproxima do Mestre com seus dois filhos e lhe pede que os coloque em lugar de poder no seu reino.

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Pr. Walter, 11/07/13,
Cabe a citação e um profundo comentário embasado em alguns comentaristas.
Pr. Walter, 11/07/13,
Aqui cabe a profecia de Isaias sobre o surgimento do Emauel.
Pr. Walter, 11/07/13,
“Eles já haviam visto e participado de tais e tais demonstrações do poder de Deus.
Pr. Walter, 11/07/13,
Este parágrafo deve se melhorado no sentido de dramatixar mais.
Pr. Walter, 11/07/13,
Dramatizar mais este parágrafo. Buscar informações sobre os perigos da época (ladrõres, salteadores, etc) Para onde Jesus os enviou? Como era a região? Era distante? Quais cidades poderiam fazer parte desta excursão?
Pr. Walter, 11/07/13,
Exemplos
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O coração do homem é inclinado para a maldade desde sua mais tenra idade. O desejo de destaque, de poder; a sede de mandar, dar ordens, ter pessoas ao seu serviço tem sido uma constante na história da humanidade. Entretanto, o alvo do mestre para os seus discípulos não era e não é este.

Então, Jesus, chamando-os, disse: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será o vosso servo; tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos. (Mt. 20: 25-28 – grifo nosso)

Existem palavras e expressões que caem em desuso por causa do tempo. A linguagem é dinâmica e, é natural que muitas palavras usadas no passado não tenham mais o mesmo sentido em nossos dias. Diante da realidade de nossos dias a expressão de Jesus: “quem quiser liderar irá servir aos liderados”, parece destoar totalmente do espírito da época.

Vivemos em uma sociedade capitalista, utilitarista e hedonista. Somos fruto desta cultura e temos com ela uma relação simbiótica, somos alimentados e alimentamos todo o sistema. Portanto, a análise do líder é feita de forma unilateral em relação ao outro. Enquanto na percepção de Jesus só encontrava a razão de ser de seu esforço quando conseguia alcançar o próximo e auxiliá-lo, na interpretação do líder moderno o significado de seu status se realiza quando seus liderados o servem.

Na época de Jesus a sociedade entendia que o líder era para ser servido. Isto não mudou em absolutamente nada. O líder que se dedica ao outro; que tem o outro como alvo de suas boas obras, será tachado de idiota, interesseiro e doido, entre muitos outros adjetivos. Mas, Jesus deixa muito claro que aquele que deseja ser seu discípulo precisa se doar voluntariamente ao próximo. Ser cristão é alcançar o outro em amor que se revela no servir!

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Pr. Walter, 11/07/13,
Falar um pouco sobre capitalismo, utilitarismo e hedonismo para que os leitores entendam seu significado.
Pr. Walter, 11/07/13,
Melhorar.... parece que “época” aí se refere à época de Jesus... deixar mais claro.
Pr. Walter, 11/07/13,
Citar Genesis ou Jeremias
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A multidão de discípulos de Jesus é a mais variada possível. Todas as camadas sociais, níveis culturais, etnias, negros, brancos, amarelos, pardos, índios; a diversidade é muito grande, entretanto a todos que Jesus chamou capacitou com talentos para servir ao próximo.

Encontra-se escrito no capítulo vinte e cinco do evangelho de Mateus, uma parábola narrada por Jesus onde ele ensina o fato acima. Um

homem ausenta-se do país e, antes de viajar distribui talentos para todos os seus servos. Ele, sabendo que seus três empregados tinham competências diferentes um do outro, deu a cada um uma quantidade de talentos especifica.

Do ponto de vista da Teologia do outro o que se destaca nesta passagem da bíblia é o fato de “todos” terem recebido talentos. Portanto, não obstante os discípulos de Jesus serem diversos, todos receberam talentos com os quais podem servir ao seu próximo.

Após Jesus ter oferecido tudo de si aos seus discípulos; ter curado enfermos, libertado endemoniados, ressuscitado mortos, salvado homens e mulheres, pregado o reino de Deus, ensinado as boas novas da salvação, Ele chega à consumação de seu ministério e, neste ato ele realiza a maior de todas as obras: se oferece em sacrifício a Deus para remissão de todo aquele que nele crer! Jesus ofereceu-se pelo próximo!

O Mestre afirmou durante seu ministério que o trigo precisaria morrer para poder brotar, viver e reproduzir. Após seu sacrifício os discípulos foram perseguidos até a morte. As autoridades entenderam que aquela multidão de seguidores de Jesus haviam formado uma nova seita e, como tal, precisavam ser combatidos para não contaminar os judeus adoradores de Iahweh. Entre seus perseguidores estava um homem chamado Saulo.

Saulo viajava para Damasco com o objetivo especifico de prender todo aquele que fosse seguidor da nova seita. Antes de chegar na cidade Saulo tem um encontro sobrenatural com Jesus. Deste momento em diante aquele homem que perseguia os irmãos passa a defendê-los e,

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Pr. Walter, 11/07/13,
Devemos “segurar” Saulo para um pouco mais adiante. Antes, devemos tratar mais dos seguidores de Jesus: onde eles estavam? Qual era o estado psicológico deles? Eles estavam com medo? Por que? Como era esta questão de seita? Como era o governo? Etc.
Pr. Walter, 11/07/13,
Precisa melhorar para poder entrar na sentença seguinte.
Pr. Walter, 11/07/13,
Aqui podemos retornar no tempo, quando Isaque pergunta: onde esá o cordeiro?
Pr. Walter, 11/07/13,
Acho que não. Acreidito que do ponto de vista da teologia do outro, o fato que se destacaria seria a utilização destres talentos recebido no serviço ao “outro”.
Pr. Walter, 11/07/13,
Seria melhor colocar a parábola?
Pr. Walter, 11/07/13,
Estes não são as etnias?
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mais do que isto, ele assume uma posição de vanguarda na disseminação do Evangelho.

O novo discípulo do Mestre passa a ter um único objetivo na vida: agradar a Jesus servindo a seu próximo. Estando ensinando na igreja em Antioquia ele recebe um chamado do Espírito Santo, larga tudo e se lança numa viagem no mundo gentílico para pregar o amor de Deus a todos os homens.

A vida do apóstolo Paulo foi de total dedicação e serviço a todos os que ele podia alcançar. Diante da impossibilidade do servo de Deus estar em todos os lugares que deseja ministrar a Palavra do Senhor, ele buscou investir em homens dedicados ao reino de Deus. Em suas epístolas vê-se com frequência este desejo de reproduzir cada vez mais líderes para servir aos santos.

No encerramento da primeira epístola que se encontra na bíblia sagrada (epístola aos Romanos), o denodado apóstolo roga aos irmãos na igreja de Roma para que intercedam a Deus no sentido de que “este meu serviço em Jerusalém seja aceito pelos santos”. A qual serviço Paulo se referia? Alguns versículos antes o próprio apóstolo responde: eram doações que ele havia arrecadado para os irmãos necessitados em Jerusalém!

Talvez, se ocorresse este fato em nossos dias, de um servo de Deus fazer coletas de donativos ou mesmo de valores monetários em outras igrejas, e, suplicar aos irmãos que orassem ao Senhor para que seus destinatários aceitassem a oferta, alguns iriam considerar que era hipocrisia desta pessoa. Entretanto, não era o caso do apóstolo; para ele, o servir aos irmãos necessitados em Jerusalém, Samaria, Judéia, Ásia, Europa ou qualquer outro lugar era uma questão vital.

Entretanto, este homem que se preocupava mais com a necessidade do outro do que com a sua própria, sabia que existiam ações de manutenção e de sobrevivência. Ele dedicava-se com todo o empenho que lhe era peculiar para manter a obra de Deus, isto é, para salvar,

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Pr. Walter, 13/07/13,
Pensar sobre que tipos de “ações” são estas. O que eu quero dizer com isto? Não está claro.
Pr. Walter, 13/07/13,
Referência biblica
Pr. Walter, 13/07/13,
Citações bíblicas
Pr. Walter, 13/07/13,
Falar sobre as três viagens missionárias de Paulo, abordar um pouco a geografia, o aspecto religioso deste “mundo grego” e a consequente resistência à mensagem do Evangelho, etc.
Pr. Walter, 13/07/13,
Tudo, o que?
Pr. Walter, 13/07/13,
Colocar um vesículo que embase esta afirmativa.
Pr. Walter, 13/07/13,
Se faz necessário ampliar bastante este parágrafo, para em seguida entrar no próximo parágrafo.
Page 12: A Teologia do Outro.doc

curar, batizar, ensinar e levar à maturidade todos aqueles que ele podia alcançar.

Mas também estava ciente que a continuidade da Obra do Senhor dependia dos investimentos que ele podia fazer em novos líderes. No seu coração ardia o desejo de ver uma grande reprodução de líderes a serviço dos santos em todo o mundo.

Mesmo aqueles que estavam distantes dele, a exemplo de Priscila, Áquila, Epêneto, Urbano, bem como os que estavam ao seu lado, a exemplo de Timóteo, o apóstolo investia no discipulado afim de ensinar a homens fiéis todos os desejos de Jesus, os quais só tinham um alvo: servir ao outro.

Nas conclusões de suas epístolas, mesmo aquelas escritas nas prisões, pode ser verificado que o apóstolo tinha sempre discípulos ao seu redor. Nas considerações finais da primeira epístola aos coríntios existe a presença de três homens de Deus enviados pela igreja para estar com Paulo. Eram instrumentos que o Espírito Santo colocava nas mãos do hábil líder afim de que fossem burilados com os ensinos e exemplos do homem de Deus, para que retornassem às suas igrejas com mais habilidade para o serviço: servir aos santos!

Na epístola aos efésios repte-se esta característica do apóstolo. Ao seu lado estava o ministro do Senhor e amigo, Tíquico, a quem o Paulo enviou para a igreja em Éfeso afim de dar notícias dele e consolar os corações dos irmãos.

Esta via de mão dupla onde o denodado líder e as igrejas gentílicas trafegavam (ora o apóstolo enviando missionários já discipulados por ele, ora as igrejas enviando seus líderes para visitá-lo, confortá-lo e ajudá-lo em suas necessidades), é percebido em suas epístolas (Fp. 4:18).

Mais uma epístola, aos colossenses, ratifica este fato. O emissário é o mesmo da epístola aos efésios, isto é, Tíquico é o portador de ambas; entretanto, na missiva enviada aos irmãos em Colossos, o apóstolo

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Pr. Walter, 13/07/13,
Melhorar a linguagem
Pr. Walter, 13/07/13,
Poderiamos nos dedicar a examinar as epistolas sob o viés de treinamento e reprodução de lideres.
Pr. Walter, 13/07/13,
Qui poderíamos abordar o “Evangelho todo para todo o homem”, que é tratado pelos teólogos atuais.
Page 13: A Teologia do Outro.doc

utiliza maior espaço para falar de todos aqueles que estavam com ele na prisão (Col. 4:10-14).

Por se entender apenas como um instrumento nas mãos do Senhor, Paulo buscou ensinar aos seus liderados, bem como aos irmãos nas inúmeras igrejas as quais ele pastoreou diretamente ou indiretamente, que Deus tinha muito mais para eles. Tratava-se de uma capacitação que não podia ser adquirida nos estudos, no exemplo do dia-a-dia, na prática, mas, eram dons que somente podiam ser doados à igreja do Senhor pelo Espírito Santo.

Assim como o fazendeiro, na parábola dos talentos no evangelho de Mateus, viajou, mas não deixou seus servos sem talentos para poderem produzir, igualmente, o Mestre disponibilizava dons para toda sua igreja.

Os dons.

Segundo R.N. Champlin (Champlin, 2002:211), charisma é a palavra que indica os dons do Espírito, as suas graças, gratuitamente conferidas, para a obra do ministério (1 Cor. 12:4,9, 28, 30,31).

Em que pese a importância de uma análise de significado original do termo, este trabalho tem outro objetivo. Toda transação de doação envolve pelo menos três aspectos que devem ser considerados: o doador, o dom e o receptor.

No capítulo quatro, a partir do versículo sete, o escritor sagrado deixa registrado que todos os dons são ofertados por Jesus:

E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo. Por isso diz: Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens. Ora, que quer dizer subiu, senão que também havia descido até às regiões inferiores da terra? Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para encher todas as coisas (Ef. 4:7-10).

Não existe outro lugar onde os homens possam buscar dons senão com o nosso amado Mestre.

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Pr. Walter, 13/07/13,
Citar este e outros versículos que nos mostram que é o doador dos dons.
Pr. Walter, 13/07/13,
Melhorar a linguagem
Pr. Walter, 13/07/13,
Escrever a refer~^encia
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Na comunidade evangélica do Brasil existe o entendimento que os dons que estão á disposição da igreja do Senhor se resumem apenas à quantidade de nove. Entretanto, esta é uma discussão que necessita ser melhor trabalhada, principalmente quando vista a partir da perspectiva do doador. Limitar a quantidade de dons, não seria restringir a ação do nosso Mestre?

Outro aspecto que também necessita ser levando em consideração é o objetivo para o qual é dado o dom à igreja. As necessidades do meu próximo, do outro (objetivo da doação do dom), são as mesmas em todos os tempos? Não evoluem? Não surgem necessidades diferentes?

A seguir estaremos discorrendo sobre os dons distribuídos na igreja e, por questões didáticas estaremos seguindo a estrutura de exposição da obra de R. N. Champlim: O Novo Testamento Interpretado – Vol. 4 (1995:188).

Conforme o autor acima citado, para uma melhor compreensão deste tema, os dons devem ser classificados em dois grupos: dons didáticos e, dons práticos. Os que estão relacionados no primeiro grupo operam diretamente no ensino. Já os relacionados do segundo grupo estão envolvidos na prática ministerial do dia-a-dia, não estão envolvidos diretamente com o ensino. Entretanto, como pode ser visto adiante, nem sempre é fácil identificar a linha divisória da operação de um ou de outro dom. Até porque a vida, a prática, o labor, a comunicação (seja um monólogo ou um diálogo) são constantes momentos de aprendizagem (Dt. 6: 6,7,8).

Considerando o segundo grupo, dons práticos, tem-se:

1) Operação de milagres (1 Cor. 12:10,28,29)

O mundo na época apostólica era eminentemente mágico. Em sua primeira viagem missionária o apóstolo Paulo, juntamente com Barnabé, se dirigiram à cidade de Listra. Nesta cidade, o apóstolo se deparou com um homem que era paralítico desde o nascimento. Olhando para ele, Paulo percebeu que tinha fé e, ato contínuo, o

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Pr. Walter, 13/07/13,
Entendo que este parágrafo deve ser melhor embasado e um pouco mais ampliado.
Pr. Walter, 13/07/13,
E o primeiro
Pr. Walter, 13/07/13,
citar o texto.
Pr. Walter, 13/07/13,
“... são dados os dons...”
Pr. Walter, 13/07/13,
Então, este é o ponto do texto onde podemos nos aprofundar neste tema: LIMITAR A QUANTIDADE DE DONS SERIA LIMITAR A CAPACIDADE DE DOAR DAQUELE QUE OS DÁ?
Pr. Walter, 13/07/13,
Não é na comunidade , mas, em “algumas” comunidades de fé. Não apenas no Brasil, mas, em outros países também.
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apóstolo ordenou que ele se levantasse e andasse. Naquele momento Jesus curou o homem completamente. Os habitantes da cidade vendo aquilo explodiram em um êxtase tão tremendo que atribuíram a Paulo e a Barnabé o status de deuses.

Foi com o dom de operação de milagres que o apóstolo “enfrentou” toda a magia e misticismo dos povos aos quais ele foi enviando para pregar as boas novas de Jesus Cristo. O dom de operação de milagres serviu para que o apóstolo “atestasse” seu ministério. Autenticava seu apostolado com a operação deste dom (2 cor. 12:12).

2) Dons de cura (1 Cor. 12: 9,28,30).

Este é um dom que foi usado com muita frequencia entre os chamados pelo Mestre. No seu ministério Jesus chama seus doze discípulos e os envia com várias tarefas, uma delas era curar os doentes (Mt. 10:5-13). A seguir ele envia os 70 a realizarem as mesmas tarefas (Lc. 10). Entre os sinais que seguirão os discípulos do Mestre está a cura dos enfermos (Mc. 16:18).

O dom de cura é muito utilizado na igreja desde o seu início (At. 5:15; Tg. 5:14).

3) Dons de ajuda (1 Cor. 12:28)

O dia de pentecostes deu o start da igreja do Senhor. Muitas maravilhas foram operadas pelos apóstolos a partir deste momento histórico. A nova comunidade de fé tomou proporções que ultrapassava em muito o pensamento do mais otimista dos apóstolos e, como acontece em todo crescimento, foi necessário constantes ajustes para equacionar os problemas que passaram a existir. Não era mais um grupo com pouco mais de 120 discípulos. Os apóstolos necessitavam administrar uma multidão de milhares de novos fieis.

Um dos grandes problemas que surgiu foi a questão entre as viúvas judias e as gregas (At. 6). As viúvas dos helenistas estavam sendo preteridas no repartir diário da ajuda distribuída às viúvas.

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Pr. Walter, 13/07/13,
Como era as características da viúvas? Pra que recebessem ajuda era necessário que tivessem quais caracterisiticas? Por que tinham estas viúvas “gregas” junto com as viúvas judias em Jerusalém?
Pr. Walter, 13/07/13,
Como ficava a situação daquele que abandonava a “fé” judaica ou as práticas pagãs e se juntava aos cristãos? Será que perdiam empregos, negócios, famílias, etc.? Se isto acontecia então era de se esperar que passassem necessidades
Pr. Walter, 13/07/13,
É necessário citar os versículos e abordar u pouco mais sobre os dons. Por exemplo, deve-se estar fazendo “pontes” sobre o que está escrevendo e a teologia do “outro”, o servir ao “outro”.
Pr. Walter, 13/07/13,
Pr. Walter, 13/07/13,
E o poder do Evangelho? Mas, os dons não fazem parte do mesmo?
Pr. Walter, 13/07/13,
bíblia
Pr. Walter, 13/07/13,
Aprofundar este aspecto do texto bíblico inclusive
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A solução encontrada para o problema foi a escolha dos primeiros diáconos da igreja. Estes teriam a responsabilidade de socorrer os necessitados. A cultura de dar esmolas era uma das principais doutrinas do judaísmo e, esta importância migrou também para o cristianismo. Nas igrejas, haviam membros que eram movidos pelo Espírito Santo para socorrer os mais necessitados, o apóstolo Paulo se dedicou com todo o empenho a arrecadar donativos entre as igrejas gentílicas para socorrer os irmãos em Jerusalém (Rm. 15:31).

4) Dons de governo (1 Cor. 12:28; Rm. 12:8).

Este é um dom “esquecido” pelo mundo pentecostal. A interpretação que se tem é que os dons tidos como “espirituais” são para ser buscado com todo o empenho, mas, outros, a exemplo deste, são tidos como sendo menos importantes. É visto como se pertencesse a uma classificação mais inferior que os outros.

Entretanto, o dom em discussão é da máxima importância na comunidade de fé. Este aspecto de governo, administração, ordenação das coisas, é tão importante que faz parte das características exigidas pela Palavra de Deus para a ordenação do bispo. Este, portanto, é um traço indispensável para o candidato ao episcopado.

Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja. É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento; e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito, pois se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidara da igreja de Deus? (1 Tm. 3:1-5 grifo nosso).

Mesmo na época do apóstolo Paulo quando a igreja não tinha a complexidade administrativa de hoje e, operava no nível bem incipiente de administração eclesiástica, o dom de governo (ou de administração) era relacionado entre aqueles distribuídos à igreja pelo Espírito Santo.

A administração, portanto, não pode ser considerada como de menos valor pela igreja de hoje, até porque, queiramos ou não, ela é uma ferramenta com a qual lidamos diariamente. Assim, continua válida a

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Pr. Walter, 13/07/13,
Acredito que podemos tecer um comentário mais aprofundado deste texto
Pr. Walter, 13/07/13,
Citar versículos
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necessidade de buscarmos ao nosso Mestre suplicando-lhe que continue distribuindo o dom de governo para o bom andamento de sua igreja.

Necessitamos de curas, operação de milagres, socorros, mas, também de um dom que mantenha todo o aparato de apoio aos resultados práticos destes e de outros dons, isto é, precisamos dos dons de governo!

5) Dom da fé (1 Cor. 12:9).

Qual a fé que não provém do dom de Deus? Evidentemente que tanto a fé salvadora como a fé que transporta montanhas são dons de Deus.

Em sua epístola dirigida aos efésios o apóstolo Paulo instrui aos seus destinatários sobre a fé a respeito da salvação. No segundo capítulo e versículo oitavo o apóstolo afirma: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus”. Isto é, a fé através da qual o indivíduo recebe a salvação é um dom de Deus.

Entretanto, o dom de fé que ele aborda na primeira epístola aos coríntios é distinto da fé para salvação. Este é um dom que permite ao servo de Deus realizar obras portentosas tanto na igreja como na sociedade. É este dom que vemos em operação no capítulo onze, onde o escritor sagrado trata sobre a galeria dos heróis da fé.

Foi este tipo de fé que permitiu aos mártires, e ainda hoje permite, sofrer as perseguições, açoites, sofrimentos, escárnios, humilhações das mais diversas autoridades. Um livro que revela um pouco deste momento da igreja é História Eclesiásticas. Eusébio de Cesaréia relata, entre outros tantos exemplos, um fato ocorrido no Egito (Eusébio, 1999:300):

E tal também, foi a severidade da luta enfrentada pelos egípcios que contenderam gloriosamente pela fé em Tiro. Mas só se pode admirar os que sofreram também em sua terra natal, onde milhares, tanto homens como mulheres e crianças, desprezando a vida presente por causa da doutrina do Salvador, foram submetidos à morte de várias maneiras. Alguns, depois de torturados com esfoladuras e em pranchas, e depois dos acoites mais terríveis e outras inúmeras agonias

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com que se pode estremecer só de ouvir, foram finalmente entregues às chamas, alguns jogados e afogados no mar, outros oferecendo voluntariamente a cabeça aos executores, outros morrendo em meio a seus tormentos, alguns definhando de fome e outros, ainda, pregados na cruz. Alguns, de fato, executados como costumavam executar os malfeitores, outros, de modo mais cruel, pregados de cabeça para baixo e mantidos vivos até serem destruídos de fome na própria casa.

Em outro lugar, Eusébio de Cesaréia ( 1999:300), faz uma descrição de sofrimentos tão terríveis, que parece ser humanamente impossível suportar: “Mas excederia toda capacidade descritiva dar uma ideia dos sofrimentos e torturas enfrentados pelos mártires de Tebas. Estes, em lugar de ganchos, tiveram o corpo esfolados com conchas e foram lacerados dessa maneira até a morte”.

A fé, que estes fieis e valorosos soldados de Cristo demonstrava não era apenas uma mera convicção; antes era a certeza de estarem olhando o invisível. Admirando uma cidade cujo artífice e construtor era o príncipe da vida, o cordeiro de Deus que foi morto e ressuscitou para viver eternamente.

Com relação ao primeiro grupo de dons, os dons didáticos, podem ser relacionados na seguinte ordem:

6) Apóstolos (Ef. 4:11).

Existem muitas denominações que defendem ser o apóstolo uma função e não um dom de Cristo. Outras aceitam o fato do dom, mas o limitam à época pós-pentecostes. Entretanto, quando o apóstolo escreve esta epístola aos efésios ele afirma que Cristo, deu uns para apóstolos. Portanto, o apostolado é um dom ao mesmo tempo que o próprio apóstolo é um dom para a igreja.

7) Dom de profecias (1 Cor. 12:10).

A abordagem sobre este dom sempre parte do pressuposto de que o mesmo refere-se à predições de fatos que ocorrerão no futuro, e, realmente, esta é uma verdade encontrada nas páginas do Novo Testamento (At. 11:28; 21:10). Entretanto, este não era o âmago da

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operacionalização deste dom; o objetivo principal era a consolação, exortação, edificação e instrução daqueles que ouviam o profeta.

Este é um dom que é ofertado graciosamente pelo Mestre para o ensino dos seus servos. De modo geral os profetas expõem a Palavra de Deus por intuição, revelação ou inspiração do Espírito Santo. Entretanto, este fato, desde a época da igreja apostólica, tem ocasionado transtornos no seio da comunidade evangélica. Esta foi a razão pela qual o apóstolo Paulo orientou aos tessalonicenses a não desprezarem as profecias. Mas, também, não aceitarem qualquer profecia sem o devido cuidado (1 Ts. 5:20,21).

O dom de profecia possibilita à igreja a solução de problemas que, se tratados através do ensino normal levaria muito tempo para serem resolvidos.

8) Dom de discernimento de espíritos (1 Cor. 12:10).

Como ocorre nos dias atuais, a igreja nos tempos do apóstolo Paulo também foi prejudicada pelas pessoas que, dizendo-se cristãs e desejando se locupletar dos benefícios encontrados no seio da comunidade, se diziam orientados pelo Espírito Santo e “operavam sinais”.

Este dom tem, portanto, a função de discernir quando se trata da operação do Espírito Santo ou de outro espírito.

Atualmente, a igreja de Cristo continua a ser atacada por indivíduos que em sua prepotência e arrogância se dizem “ungidos de Deus” e, que, portanto são “vasos consagrados ao Senhor”. Mas, o resultado das ações de homens e mulheres deste naipe causam grandes estragos no meio da comunidade.

É muito difícil para o servo de Deus, seja ele leigo ou douto, discernir quando determinadas manifestações são provenientes do Espírito Santo ou de doenças psíquicas. As manifestações provenientes de uma mente psicótica, louca ou esquizofrênica são muito semelhantes às

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ocasionadas pelos espíritos enganadores e, mesmo até pelo Espírito Santo.

Tais pessoas, em seu “show busines” tem oferecido à platéia todo o repertório que ela “precisa” para crer piamente que ali está um “enviado” de Deus. Estes são profissionais em “dissimulação” (Jd. 4); são tão “bio-equivalentes” ao original que enganam com facilidade toda uma comunidade. A única forma rápida de identificar tais falsários é através do “discernimento de espíritos”, ou, mais lentamente, através de seus frutos. Mas, na maioria das vezes quando se pode identificar tais frutos, o estrago já ocorreu.

Tais indivíduos encontram eco para sua arrogância na simplicidade e credulidade das ovelhas de Cristo. Muitos são os líderes que não obstante o cuidado, zelo e amor demonstrado no trato com a herança de Deus, tem praticado erros em sua hermenêutica e, com isto ensinado seus liderados a não fazerem nenhum tipo de julgamento, principalmente neste quesito, até porque os falsários geralmente são líderes também.

Entretanto, este não é o ensinamento da Palavra de Deus. O apóstolo João ao escrever sua primeira carta, no capítulo quarto e versículo primeiro exorta seus leitores a: “Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas tem saído pelo mundo a fora”. Também o apóstolo São Paulo, quando escreve sua primeira epístola pastoral a sue filho na fé, Timóteo, ele adverte que a apostasia e a operação de espíritos enganadores já era uma realidade naquela época (1 Tm. 4:1ss)

9) Dom do ensino (1 Cor. 12:28; Rm. 12:7).

Lucas, o escritor sagrado e médico amado, ao escrever o seu segundo tratado a Teófilo, afirma no capítulo treze que “havia na igreja de Antioquia profetas e mestres”. Entre este estavam Saulo e Barnabé; considerando a vida pregressa do jovem Saulo (posteriormente passou

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a ser conhecido pelo nome de Paulo), é de supor-se que o mesmo, além de outros dons, era um dos mestres que servia aquela igreja.

Portanto, quando ele, inspirado pelo Espírito Santo, trata na epístola aos coríntios e aos romanos sobre a aplicação que o mestre deve ter na operacionalização do dom de ensino, não estava falando de algo que não entendia. Fora criado numa família de judeus; pertencia ao partido dos fariseus, conhecidos pela sua dedicação à aprendizagem e ensino.

É o mestre o grande responsável pela existência de uma sociedade mais justa e equilibrada e, em si tratando do mestre que aplica no ensino da Palavra de Deus, esta importância toma proporções eternas; tal servo de Deus está desenvolvendo um ministério de ensino que transcende o temporal e penetra no atemporal. Isto é, se prepara homens e mulheres não apenas para conviver na sociedade mas, para adentrarem na cidade santa pelas portas.

O dom de ensino é de fundamental importância para que a igreja atinja o status que Jesus deseja para a mesma (Ef. 4:12-16).

10) Dom da exortação (Rm. 12:8).

Os profetas, mestres e pastores necessitam deste dom para a realização de um trabalho relevante nos dias atuais. O objetivo deste dom é conduzir o cristão a uma vida de maior intimidade com Deus; uma vida mais frutífera na presença do Senhor.

O momento atual é muito difícil para o líder que deseja ver uma igreja forte, madura e atuante, em razão das muitas ideologias que combatem os ensinos bíblicos. O homem moderno é filho do hedonismo, utilitarismo e capitalismo. Todas estas ideologias destronam Cristo e colocam o homem no centro do poder.

Portanto, as igrejas estão repletas de homens e mulheres advindos desta sociedade doente e, tal como o meio em que foram gerados estão também enfermos. Daí a grande necessidade da operação do

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dom de exortação para estruturar a comunidade de fé, conduzindo-a à maturidade cristã.

11) Dom da palavra da sabedoria (1 Cor. 12:8).

Vivemos um momento na igreja evangélica em que os membros mais antigos, irmãos e irmãs que construíram sua forma de ser e pensar em um contexto muito diferente do atual, não conseguem compreender com facilidade. É o momento dos grandes shows gospel, as técnicas de psicologia aplicada tem substituído a unção do Espírito Santos na exposição da mensagem do evangelho, as batalhas espirituais; os show Mem usam nossos púlpitos e despejam arrogância e prepotência em quantidades cada vez maior.

Encontram um povo simples e temente a Deus; um povo que muitas vezes é liderado por pessoas que não buscam o desenvolvimento, nem deles nem daqueles que o Senhor da Seara colocou sob o seu cuidado. Geralmente, conduzem a herança do Senhor apenas e exclusivamente pelo medo, esquecem-se da exortação da Palavra de Deus para todo líder cristão, que diz:

Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda co-participante da glória que há se ser revelada: pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente com Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho”. (1 Pe. 5: 1-3).

Em muitos casos as ideologias do mundo contemporâneo estão elaborando a teologia destes líderes. A linguagem e os ideais do capitalismo são os mesmos destes homens que estão à frente de comunidades de fé que, para eles servem apenas como um meio de enriquecimento ilícito. Evidentemente, ainda existem, mesmo que poucos, homens sinceros e tementes a Deus.

Interessante é que tal ideologia tem contaminado a todos e, não percebem. A onda do momento é a “exigência” de seus direitos. Isto é,

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a mensagem é sempre conduzida por frase de efeito do tipo: “coloque Deus na parede e exija seus direitos”; “Exija sua benção porque Deus tem obrigação de lhe dar”; “Dê o dízimo e exija que Deus lhe dê o que você precisa”.

Mas, será que estes shows, estas mensagens de efeito tem o poder de edificar servos para Deus? A resposta é negativa. Podem até, por um pouco de tempo criarem um efeito de cortina de fumaça, mas, no final o que de fato edifica a igreja de Cristo é sua Palavra.

Para oferecer à igreja um alimento espiritual que a fortaleça; que sai da profundidade do Espírito Santo, é necessário o dom da palavra da sabedoria. Para discernir os mistérios que Deus tem para revelar à sua igreja é indispensável que o Senhor use homens e mulheres tementes com este maravilhoso dom.

12) Dom da palavra de conhecimento (1 Cor. 12:8).

Este é o dom por excelência do mestre. O apóstolo Paulo, quando fala sobre o ensino na epístola aos romanos, afirma que aquele que ensina deve se dedicar com muita persistência e atenção ao ensino.

Esta dedicação na aquisição e aplicação do ensino pode ser realizado por meios naturais, isto é, o mestre que busca conhecer o assunto que ensina; assim como também por meios divinos. Quando o mestre é aplicado ao estudo e usado por Deus na exposição do conhecimento revelado pelo Espírito Santo, se torna um poderoso instrumento nas mãos do Senhor para a edificação da igreja.

13) Dom de línguas (1 Cor. 12: 10,28).

R. N. Champlin, em seu comentário do capítulo dois de Atos dos Apóstolos afirma que as línguas faladas pelos discípulos em Jerusalém, forma idiomas estrangeiros. Estes idiomas foram entendidos por todos

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aqueles que se encontravam naquela localidade por razão da festa do Pentecostes (At. 2:7-11).

Entretanto, conforme pode ser verificado na Palavra de Deus, o dom de línguas não se restringiu ao falar em outros idiomas humanos, mas, também o falar em línguas de anjos (1 Cor. 13:1).

O dom de línguas tem por objetivo a edificação daquele que fala (1 Cor. 14:14-17).

14) Dom de interpretação de línguas (1 Cor. 12:10,30) e o louvor a Deus.

Não obstante ser uma finalidade do dom de línguas a edificação daquele que fala, pois mesmo não entendo o que fala está sendo edificado pelo Espírito Santo, é muito relevante outro aspecto do dom de línguas, isto é, a edificação da comunidade através de mensagens espirituais e profundas que muitas vezes o Senhor que dar a sua igreja.

Como poderia entender o que se fala em mistério, em línguas de anjos, senão pela interpretação desta língua? Daí a importância do dom de interpretação de línguas. Esta interpretação de línguas não é adquirida pelos estudos em cursos, seminários ou universidades. Não há como entender a língua dos anjos mediante os conhecimentos adquiridos de forma humana; a única forma é através do próprio Espírito Santo.

Assim, o apóstolo Paulo busca ordenar o uso dos dons na igreja em Corinto. Todos podiam falar em línguas, mas, se não houvesse interprete, então, que o irmão falasse para si mesmo. Tudo deveria ser feito com ordem e decência (1Cor. 14:40).

Como tudo na vida, também os dons que o Senhor dá a sua igreja tem uma finalidade específica. A utilização de qualquer dom sem entender o seu objetivo é caminho para a desordem, é, exatamente sobre isto que o apóstolo Paulo exorta aos irmãos coríntios.

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Os objetivos dos dons.

Conta-se uma história que explica muito bem a discussão sobre os objetivos dos dons e que retrata o que muitas vezes ocorre conosco:

De uma grande montanha descia um rio que em determinado pondo se dividia em dois, estes dois braços do rio em seu percurso de descida recebiam águas de outras nascentes e, se tornavam muito volumosos. As primeiras terras que o do lado esquerdo banhavam eram de um fazendeiro que, um belo dia decidiu construir um grande dique para transformar tudo aquilo numa área de lazer, onde iria se reunir com amigos em finais de semana. Seria para o seu próprio prazer e descanso.

No lado oposto, o rio também banhava as terras de um grande fazendeiro que, como seu colega, decidiu construir um grande dique para transformar tudo aquilo em um lugar de lazer. Entretanto, ele pensou que não tinha sentido se sua obra não pudesse de alguma forma servir aos sítios vizinhos. Então, convocou todos os vizinhos e, quando a água chegou num determinado limite, ele, em parceira com os amigos, abriu valas para que as águas pudessem passar e ir regar os sítios dos vizinhos. Resultado: ele se serviu e abençoou todos os que estavam ao seu redor.

A pergunta que se faz é: se você fosse o dono da montanha, daria o rio a qual dos dois fazendeiros?

Assim, existem muitos servos do Senhor que entendem que os dons de Deus são apenas para seu próprio deleite. Utilizam os dons para se tornarem cada vez mais arrogantes e prepotentes, pois, pensam eles que receberam um dom porque “são mais santos que os outros”. Deus tenha misericórdia de nós, pois somos miseráveis, cegos e nus!

Jesus foi interpelado por um interprete da Lei que desejava colocá-lo à prova. Aquele judeu conhecia a Lei e o que ela falava sobre salvação, amor a Deus e ao próximo, entretanto, ele deseja expor Jesus ao

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ridículo. Sua primeira pergunta foi sobre o que deveria fazer para herdar a vida eterna (Lc. 10:25).

O Mestre responde-lhe com outra pergunta: Que está escrito na Lei? O homem resumiu a resposta mostrando a base sobre a qual toda Lei repousa: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo teu coração, de toda tua alma, de todas tuas forças e de todo teu entendimento; e: amarás ao teu próximo com a ti mesmo”. Jesus mostra que a vida eterna depende apenas do cumprimento deste mandamento.

Mas, o rapaz continua a indagá-lo, desta feita perguntando que é seu próximo que seria o alvo do seu amor. O “amar o próximo como a si mesmo” transcende o amor teórico e se materializa no cuidado e amparo do “outro”. Portando, o entendimento de Jesus sobre este aspecto da Lei era o de doar-se ao seu próximo sem esperar nenhuma recompensa. Quem o homem deveria considerar como seu objeto de cuidado? Os de sua família? Seus conterrâneos? Judeus? Religiosos?

Quem são nossos próximos? Os irmãos que congregam conosco na mesma denominação? Os de outra denominação? Os de nossa família? Nosso amor encontra eco em nossas ações ou se circunscreve apenas ao mundo teórico?

Através de uma parábola, o Mestre, diz àquele rapaz que é seu próximo.

- Um homem descia de Jerusalém para Jericó, no meio do caminho foi roubado. Tomaram-lhe tudo que tinha e espancaram-lhe até a quase morte. O homem ficou estendido no chão empoeirado, sujo e exposto aos olhares dos transeuntes. Passava um sacerdote por aquele caminho.

A quem poderia ser comparado este sacerdote em nosso contexto? Alguém que é abençoado pelos benefícios da igreja; que utiliza-se de espaços na comunidade de fé para ensinar sobre muitas coisas, inclusive o amor; alguém que ao dobrar seus joelhos dedica tempo

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intercedendo pelas pessoas; líderes de congregações; dirigentes de circulo de oração, etc.

O sacerdote passou a largo. Viu o indivíduo, mas não entendeu que ele era seu próximo, e, portanto objeto dos dons que Deus havia lhe confiado.

Em seguida passa um levita e vê o quadro. Em nossa contextualização poderíamos comparar este levita a qualquer crente. Mas, é importante observar que a tribo de Levi (levitas) era mantida pelo amor do restante das tribos. Eles recebiam uma parte de toda oferta e sacrifício que os israelitas traziam ao Senhor.

Ali estava um ser humano esperando que alguém pudesse usar de misericórdia e se dispusesse a repartir um pouco da água que descia da montanha e abastecia abundantemente todos os diques, enchia os tanques e alimentava o grande rio. Isto é, os dons de Deus que haviam sido distribuídos com as pessoas.

O homem que resolve exercitar o dom de ajuda foi exatamente um inimigo étnico. Um samaritano, visto pelos judeus como parias, é comovido pela situação do seu próximo (também inimigo) e, pega aquele homem sujo e fedorento, coloca-o no seu veículo e o lava para um local onde pudesse cuidar dos seus ferimentos.

Naquele pronto-socorro ele próprio se dedica a cuidar com toda atenção e amor. No dia seguinte providencia recursos financeiros para pagar todos os custos que surgiram em razão do ocorrido. Após efetuar o pagamento, deixa o seu próximo aos cuidados do profissional e, garante que pagaria qualquer outro custo que porventura viesse a ser necessário.

O samaritano utilizou os recursos (dons) que tinha à sua disposição para praticar o “amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

Afinal, para que o Senhor nos dá dons? Qual o objetivo? É para ficarmos mais crentes? Mais Santos? Mais fieis? É para garantir nossa entrada

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nos céus? É para nos diferenciar dos não crentes? É apenas por que somos seus filhos?

Dons de operação de milagres, dons de cura, dons de ajuda, dom de fé, dons de governo, apóstolos, dons de profecias, dom de discernimento de espírito, dom de ensino, dom de exortação, dom da palavra de sabedoria, dom de línguas, dom de interpretação de línguas e tantos outros dons que não estão alistados aqui, seriam dados com qual objetivo?

Jesus nos da a primeira resposta através de sua própria vida: os dons é para serem usados a serviço do seu próximo. Qual outro sentido haveria do crente receber os dons de curar, senão para servir seu próximo.

Por que nosso modus faciendi é de senhores e não de servos? Por que desejamos muito mais sermos servidos do que servir? Vivemos numa cultura que endeusa o utilitarismo e o hedonismo. O homem moderno visa seus próprios interesses, existem alguns ditados populares que revelam nossos pensamentos: “é tempo de murici, cada um cuide de si”; “leve vantagem você também”.

Por causa disto, delegamos a criação de nossos filhos aos colégios, nossos velhos são menosprezados, nos tornamos escravos do consumismo, criamos asilos onde depositamos nossos idosos e esquecemos-nos deles!

Somos servos ou senhores?

O escritor sagrado nos exorta com palavras que falam diretamente á nossa alma:

Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes a si mesmo si esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo si humilhou, tornando obediente até à morte e morte de cruz. (Fp. 2:5-8).

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Como estamos distante disto! Poderíamos gritar muito mais alto do que o apóstolo Paulo: “MISERAVÉIS HOMENS QUE SOMOS!”. Pecadores que não conseguem se libertar dos grilhões das ideologias da cultura, mesmo sendo fieis depositários dos dons de Deus para o serviço à humanidade.

Outro objetivo do Senhor em dar dons aos seus servos é a utilização dos mesmos na edificação de sua igreja. Nos afirma o apóstolo Paulo que este é o desejo de Jesus: “com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo” (Ef. 4:12). Isto é, o Senhor tem capacitado homens e mulheres com o objetivo de servir aos irmãos.

Ou seja, aqueles capacitados pelo Senhor deverão capacitar seus irmãos para que “não sejam como meninos, inconstantes e levados por ventos de doutrinas”. Porém, estes que estão sendo capacitados deverão “desempenhar o serviço”. A todos quantos o Senhor chamou deu-lhes a responsabilidade de realizar a obra de Deus: ser luz e sal neste mundo!

Conclusão

O próximo ao qual Jesus se dedicou desde o inicio ao renunciar ao status de Deus e assumir a forma humana e, durante este período curando, ensinando, libertando, se doando completamente, deve ser hoje o nosso principal motivo de exercermos os dons que Ele nos confiou. Este próximo é visto nas epístolas do apóstolo São Paulo como o “outro”; alguém que pode ser alcançado direta ou indiretamente pelo servo do Senhor.

Mesmo aqueles que foram alcançados pela graça do Senhor e, ingressaram na comunidade de fé, são considerados como o “próximo”. Portanto, eis ai o objetivo pelo qual nós nos tornamos fieis depositários dos dons do Senhor.

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