A Semente nº 41

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Notícias dos Irmãos Missionários, das Irmãs do Campo e seus Amigos Nº 41– Dezembro 2012 Não fostes vós que me escolhestes; fui Eu que vos escolhi a vós e vos destinei a ir e a dar fruto, e fruto que permaneça...” Jo 15, 16

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Semente nº 41

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Notícias dos Irmãos Missionários, das Irmãs do Campo e seus Amigos

Nº 41– Dezembro 2012

“ Não fostes vós que me escolhestes; fui Eu que vos escolhi a vós e vos destinei a ir e a dar fruto, e fruto

que permaneça...” Jo 15, 16

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E D I T O R I A L

Os Irmãos e as Irmãs par ram vão já 10 anos deixando-nos:

- uma forte saudade da sua presença amiga, acolhedora, for ficante, uma vida simples, hu-milde e dedicação profunda à missão, com atenção especial ao serviço dos mais desfavoreci-dos;

- uma grande confiança, que nos anima na Construção da Igreja de Jesus Cristo nesta Terra, assumida no ano jubilar 2000;

- ânimo no trabalho no, na aventura missionária fortalecida pelas frequentes visitas, breves, mas reconfortantes dos Irmãos e Irmãs a Portugal;

- no acolhimento que nos fazem nas nossas idas a terras de França e do Brasil.

A semente que cá deixaram perdura:

- a casa de Lagameças doada à “Associação dos Amigos de Lagameças”, para o serviço dos mais fragilizados e da missão, onde vive dignamente a Sabina com os seus dois filhos, funcio-na a catequese das crianças de Lagameças e reúne quinzenalmente o grupo bíblico, criado pelos Irmãos há cerca de 40 anos;

- o grupo de reflexão e oração dos “Amigos em Comunhão”, formado com os Irmãos, Irmãs e leigos, há mais de 40 anos , con nuando vivo e reunindo com um periodicidade mensal;

- intercâmbios de visitas, sendo as mais recentes do Ir. Raimundo, Ir. Sylvie e Claire Sourice a Portugal, Sofia Delgadinho a França, Lili e Sofia juntamente com a Ir. Sylvie e Claire ao Brasil;

- no “encontro” de oração, todas as 2ªs feitas pela Internet;

- germina o projeto do grupo de jovens de Lagameças, fruto da catequese das crianças e que pretende manter viva “a semente” deixada pelos Irmãos e Irmãs. É animado pela Sofia/Lili em Portugal e em ligação com a Ir. Sylvie e Claire em França.

Miguel Simas

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Visite na Internet a página dos Irmãos Missionários e das Irmãs do Campo, agora com uma secção dedicada a Portugal, onde também poderá visualizar A Semente:

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Como é possível que já tenham de-corrido 10 anos desde que par ram os Irmãos?

Faço esta pergunta a mim mesma, muitas vezes, pois estão ainda bem vivos em mim os momentos da des-pedida em Lagameças: entrega do crucifixo pessoal, a entrega das cha-ves da casa ... a entrega da Missão à comunidade e aos amigos em Comunhão.

Como ficar indiferente a tanto ardor apostólico e aos gestos qual sacramentos marcados com o amor a Cristo e a todos e a cada um de nós!

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Uma atitude de serviço e comunhão...

“Como os apóstolos conheceram Jesus. Um dia batem-me à porta 3 amigos…”

Alimenta-me espiritualmente e liga-me cada vez mais à Igreja esta a tude de serviço e comunhão que os Irmãos têm e que os caracteriza. Volto agora à primeira questão co-locada pela Semente: "como os conheci? Como os apóstolos co-nheceram Jesus. Um dia batem-me à porta 3 amigos da Acção Católica Rural, iam a caminho de Albacete, em Espanha a um Congresso da FIRMARC e precisavam de aloja-mento para essa noite. Com eles vinha a Irmã Honorine! Foi apenas o início de uma grande amizade e colaboração aos Irmãos, às Irmãs e aos amigos em Comunhão.

Fátima Piteira

Escrever algo sobre alguém que nos marcou a vida, é sempre di cil, mas não é impossível, sobretudo se ain-da hoje passados alguns anos não se consegue resis r sem frequentar a mesma casa, olhando à nossa vol-ta, e ver que embora de uma ma-neira diferente, vimos e sen mos o mesmo espírito dos que cá viveram.

É por eles, pelos Irmãos do Campo que con nuo como catequista e amiga, levando a palavra e o Amor do Senhor a todas as crianças e jo-vens que ainda hoje procuram aquela casa.

Foi com eles que aprendemos a vi-

É dando que se recebe...

“Foi com eles que aprendemos a viver o dom da amizade, humildade …”

ver o dom da amizade, humildade disponibilidade e amor pelo próxi-mo.

Foi deles que ouvi as palavras cer-tas nos momentos certos, e en-quanto ver nas minhas mãos as chaves que o Irmão Raimundo me entregou, e olho para o Cristo que ele com tanta meiguice pôs ao meu pescoço, que eu tentarei fazer um pouco do que aprendi com eles e olhar por aqueles que lá vivem como eles lhes faziam.

Pois é dando que se recebe… e é esta homenagem que mesmo lon-ge lhes presto. Bem hajam Irmãos e Irmãs do Campo.

Alzira Gonçalves

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A amizade, a confiança, o amor cristão sempre

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Faz 10 anos que os Irmãos saíram de Portugal, mas eu faz 20 anos que sai. Cheguei lá em julho de 1974 e fui logo a Palmela. Fiz as minhas primei-ras vindimas no Monte Claro do Po-ceirão quando um certo Luís Pato era ainda um jovem brincalhão. Depois es ve sempre trabalhando no campo onde fiz belas amizades. Não é cama-radas do Rancho do Aníbal Sanheiro?

Fui de novo a Portugal em 2003 mas nha tudo mudado: as pessoas, as

casas, as estradas, as pontes, o Po-ceirão já não era uma aldeia.

Mas uma coisa importante não mu-dou: o que nós construímos juntos ,

a amizade, a confiança, o amor cristão sempre ficará.

A Internet e Facebook podem aju-dar a manter estas boas relações.

Agora, desde 2004 estou no Brasil, falando um português um pouco diferente do de Portugal, feliz de poder ainda viver a aventura mis-sionária,

Não esqueço o que foi vivido com tantos jovens em Portugal: reuni-ões, campo de férias, etc..

Um grande abraço a todos. Paro por aqui para deixar espaços aos outros

Irmão Pedro

O espírito da primeira evangelização do tempo

A passagem por Portugal marcou-me muito: a par da do Irmão Julião; a catequese e a preparação dos adul-tos para o ba smo, fez-me viver o espírito da primeira evangelização do tempo dos Apóstolos. Mas tam-bém a par lha de vida:

- com os operários;

- com toda a população, os pobres e os menos pobres;

- com os católicos e outros: como o pessoal da junta de freguesia;

- a fé par lhada com o vosso grupo

de par lha é para mim a universa-lidade da mensagem de Jesus.

Hoje, vivo numa comunidade de 5 irmãos na região de Toulouse. So-mos 4 franceses e um Africano de Burkina Faso. Os Irmãos Francisco e Victor estão, desde setembro, numa casa de repouso a 8 km da-qui. Vivemos a nossa vida quo di-ana, no mesmo espírito que os mais pobres de Portugal.

Um grande Abraço

Irmão Michel

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Ao longo dos dez anos passados no distrito de Setúbal, no Concelho de Palmela (“foi bom viver neste concelho” !) ... descobri valores huma-nos : - nos grupos de animação para as festas popula-res (vindimas, marchas, santos populares ...) Foi em Lagameças a 15 de fevereiro de 1995 que nasceu o “Grupo musical dos Amigos de Laga-meças” ! - nos grupos folclóricos que animaram os en-contros no Centro Cultural do Poceirão ... - no grupo Coral de Palmela (“os Loureiros”) que permi u encontros inter-culturais (na Madeira, nos Açores, em Pau, Amsterdam, Viena ...) - A seguir nas Aldeias do “Comminges” (Boulogne sur gesse) onde en-contrei quase a mesma convivência, foram mais dez anos de par lha com o povo rural ... no grupo Coral de Pégui-lhan, no Sindicato dos Reformados, no “Arco-Iris”, o Coral que dava animações nas Casas de

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Saudade, vou ter saudade, saudade de Portugal !

Os Irmãos Francisco e Vítor na casa de repouso

repouso ... - Afinal, mais dez anos (?) numa Casa de repou-so pública em Rabastens “les Terrasses” du Tarn - onde comigo estão os três irmãos de Lombez (dois de entre nós num serviço com mais assis-tência e os outros dois, o Vitor e o Clement, au-tónomos em alojamentos independentes mas dentro da mesma estrutura), o que nos permite uma vida em conjunto (almoço, juntar, conví-vios com os utentes) e auxilio mútuo: esta pro-ximidade facilita a vida em conjunto : refle r, tomar café, rezar... Assim temos saudade, saudade de Portugal ! Não podemos esquecer !

Irmão Francisco, Vítor e Maria

Portugal, a minha outra Pátria...

A primeira vez que pisei as ruas e as vinhas de Poceirão e arredores foi em 1968.

Cheguei em Setúbal. O Padre João Alves, que será mais tarde bispo de Coimbra, me abriu a sua porta, mas estranhou de eu não ter telefonado. Pedi desculpa dizendo “Não sei telefonar... “. Também não sabia falar. Eu era como os numerosos Portugueses que chegavam nesse mesmo

tempo na França como Voltei para ficar em Portugal em 1992. Foi o tempo das Ferrovias, do Centro Cultural, do Grupo Musi-cal de Lagameças... Terra cheia de vida. Pensava terminar lá a minha vida terrestre. Não foi as-sim o meu des no. Mas bastou para considerar Portugal como a minha outra Pátria. Hoje, no Bra-sil, “estou longe dos olhos, mas perto do coração” 1Tes. 2

Irmão Raimundo

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Ecos de Comunhão

Visita a Portugal - de 17 a 22 de fevereiro de 2012

Chegamos na noite do dia 17. Antó-nio, um amigo de Lisboa foi-nos bus-car ao aeroporto e demos uma pe-quena volta por Lisboa. Ficámos par-

cularmente impressionadas com a nova construção em torno do local da Expo 1998. Em seguida chegámos a sua casa, onde foi realizada a reu-nião dos Amigos em Comunhão com Miguel, Milu e Mariana, João e Ma-nuela, o irmão Henry, P. Zé Maria...

Sen mos que todos estão profunda-mente marcados pela crise económi-ca em Portugal.

Na manhã de sábado, com Rosa, que nos acolheu em sua casa, visitámos o an go local dos bombeiros, agora transformado em sala da Cáritas.

Depois de almoço, fomos até casa dos Irmãos em Lagameças, onde nos encontrámos com Lili, 3 jovens de 18-19 anos, João Freire e sua mulher Isa com os seus netos, Miguel, Sofia e nós as duas.

Pediram-me para apresentar um pouco os Irmãos e Irmãs do Campo. Falou-se que são os jovens que fre-quentam a casa dos Irmãos todos os sábados, que são herdeiros de tudo o que foi vivido nesta casa com os Irmãos e Irmãs. Os jovens expressa-ram que gostaram de conhecer tudo isto. A par r daí surgiu a ideia do in-tercâmbio Franco/Português em 2013, para descobrir mais sobre os

Gostaria de, nas linhas que se seguem, dar-vos alguns ecos da experiência que vivi com Claire Sourice em Portugal. Há 11 anos que não visitava Portugal... e muitas coisas mudaram ! ...

Irmãos e Irmãs.

Daqui, fomos jantar a casa de Sílvia e Alexandre. Eu co-nheci a Sílvia num intercâmbio franco/português com os jovens do MRJC de Tarn e Garonne.

Grupo dos Amigos em Comunhão

No domingo, o Pe. António levou-nos à missa no Poceirão. Um domin-go por mês, no momento do ofertó-rio, além dos dons, as pessoas da comunidade são convidadas a dar alimentos para a Cáritas. Em Águas de Moura foi a missa de ação de graças a propósito da par da do Pe. António, depois de 8 anos vividas na diocese e 3 na paróquia. Foi uma refeição muito par cipada que reuniu mais de 100 pessoas no an-

go quartel dos bombeiros.

Ao jantar, foi a mãe de Sofia que nos acolheu, a nós e também Rosa. Na segunda-feira demos uma vol-ta à beira-mar pela Arrábida. Tivé-mos um bom tempo de oração nas rochas, rodeadas pelo mar e pelas ondas. Um momento forte de comunhão na presença de Deus.

Depois, fomos até Quinta do Anjo visitar o local onde eu trabalhava,

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A Despedida do Pe. José Mombo António

que foi adquirida pelo município de Palmela. Ao entrar imediatamente ouvi uma pessoa dizer "Sylvie". Foi Pedro, um dos meus colegas. Estava lá também, na entrada, Lourdes. A situação mudou muito. Não são mais de 6 pintores e o restaurante tem muito mais espaço que antes. De lá fomos ver o pôr do sol no alto do castelo de Palmela, onde Fá ma e o seu pai se juntaram a nós. Quarta-feira: Visita ao tumulo do Irmão Julião, no cemitério de Poceirão. Depois Fomos a Alcochete para descobrir a vista sobre Lisboa e a grande ponte Vasco da Gama. Sofia Freire que nha acabado de chegar da Venezuela veio ter connosco por um pequeno momento. Estamos muito impressionadas pelo acolhimento que recebemos de uns e de outros (de pessoas da comunidade e de pessoas de mais longe). Sen mos a importância deste po de reencontros para ali-mentar a Comunhão. Projetos para o futuro parecem trazer esperança: - Brasil em agosto. - Os intercâmbios Franco / Portugueses: Parece que poderá acontecer no verão de 2013. - A oração de segunda-feira Luso / Francesa. Começámos na segunda-feira, após a estadia com Sofia,

Claire e eu. E con nuou. Hoje muitas pessoas a recebem. Ir. Sylvie

Decorreu nos dias 12 e 19 de Fevereiro em Poceirão e Águas de Moura uma celebra-ção e Acão de Graças por to-do o trabalho realizado pelo Padre José António ao longo de 3 anos na nossa Paróquia. A Eucaris a do dia 12 em Po-ceirão foi celebrada pelo Bis-po de Setúbal, D.Gilberto que afirmou na sua homilia que a comunidade tem crescido bastante com o Pe. António e enalteceu algumas das suas qualidades, entre elas uma relação humana muito forte, dedicado ao serviço Pastoral, com um enorme respeito pe-las pessoas e com um grande

sen do de Igreja. O Pe. António é sacerdote há 15 anos, esteve em São Tomé 6 anos e está na diocese de Setú-bal há 8 anos. Foi pároco em Alcochete e também capelão no Mon jo. Chegou à nossa comunidade em 2009 e depres-sa mostrou ser um sacerdote atento às principais fragilida-des.

Na sua intervenção, o Pe. Antó-nio também agradeceu a todos o apoio que teve ao longo deste três anos em Poceirão e Águas de Moura e afirmou que “ o tempo vai mostrar que não é uma amizade de apenas 3 anos. A semente que outros missioná-rios já lançaram irá de certeza con nuar a crescer…” O Pe. António viajou até Angola no dia 2 de Março entusiasmado com futuros projetos que pos-sam acontecer entre Portugal, França, África e Brasil, e com a promessa de que os laços de amizade con nuarão…

Sofia Delgadinho

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Grupo Sociocaritativo de Poceirão e Águas de Moura

A Paróquia de S. Pedro de Marate-ca com cer-ca de 9000 habitantes e 283 km2

abrange duas freguesias, S. Pedro de Marate-ca (Águas de Moura) e Poceirão. Tem caracte-rís cas picamente rurais, situando-se na transição entre as zonas urbanas ribeirinhas dos rios Tejo e Sado e Alentejo Rural. Força da crise que se vive, forte desemprego em todos os setores de a vidade, tendo como consequência a existência de uma população significa va, muito carenciada, vivendo na pobreza, com um número elevado de idosos. O grupo sociocarita vo é a expressão da Cári-tas Diocesana na paróquia, tendo a missão de, por um lado, ajudar as pessoas mais carencia-das, e por outro, a educação na par lha e na

A alegria do encontro... no Brasil

solidariedade ao mais próximo. Trabalha em parceria com a Cáritas Diocesa-na, centro Cáritas de S. Pedro (polo da Cáritas Diocesana na paróquia), e Banco Alimentar Contra a Fome de Setúbal. Atende cerca de 100 agregados familiares cuja composição vai de 1 a 7 pessoas, num total de 300. Apesar do esforço feito por um pequeno número de vo-luntários, o seu trabalho nem sempre é bem compreendido pela comunidade das pessoas instaladas. Funciona com dois polos, um na freguesia de Poceirão e outro na freguesia de S. Pedro de Marateca (Águas de Moura). Faz a distribui-ção de alimentos e roupas um dia por semana – 5ª feira. Ao 3º domingo de cada mês faz-se uma reco-lha de dona vos na Eucaris a Dominical, que se junta aos recebidos do Banco Alimentar Contra a Fome.

O Grupo Sociocaritativo

Há alguns anos atrás a Ir. Sylvie lançou-me o desafio de vivermos juntas uma experiência com os Irmãos no Brasil… Após algum tempo de conversas, de par -lhas, Claire Sourice soube deste

projeto e rapidamente se juntou a nós, e após uma visita de Claire e da Ir. Sylvie a Portugal no pas-sado mês de Fevereiro também Lili manifestou o desejo de par -cipar. E eis que par mos as qua-

tro para vivermos juntas uma experiência de par lha com os Irmãos do Campo. A nossa estadia começou em Coquelândia (estado do Mara-nhão). Não é propriamente

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fácil lá chegar, mas depois de lá estar vale bem a pena! Que alegria reencontrar os Irmãos após precisamente 10 anos da sua par da de Portu-gal. O acolhimento dos Irmãos foi fantás co, par-

lhámos com eles a sua vida do dia-a-dia e fize-ram-nos descobrir a região, proporcionando-nos momentos de par lha e descoberta dos habitan-tes da Coquelândia. A paisagem é soberba… fa-zendas e palmeiras babaçus a perder de vista!

Também o acolhimento de todas as pessoas foi extraordinário, receberam-nos de braços abertos em suas casas, e par lharam connosco as suas preocupações, as suas alegrias… Depois da comunidade de Coquelândia par mos à descoberta da comunidade de Pales na (estado do Pará). A propósito da Assembleia Ge-ral, os irmãos das duas comunidades reuniram-se durante cerca de três dias na comunidade de Pa-les na. Que alegria pertencer a esta grande fa-mília! A realidade na Pales na do Pará é um pouco di-ferente, mas o acolhimento dos irmãos e de to-das as pessoas que nos receberam foi igualmen-te fantás co! Com Ir. Basílio visitámos a Comissão Pastoral da Terra em Marabá (a cerca de 100km de Pales -na), aqui descobrimos um pouco das dificuldades do estado do Pará, os problemas com os “sem terra”, a exploração de minérios e ainda a exis-tência de escravidão em algumas fazendas do Brasil… Tivemos também a oportunidade de visitar com o Ir. António um acampamento onde vivem cer-ca de 75 famílias em condições muito di ceis, em pequenas cabanas de palha, sem água e a eletri-

cidade é fornecida por um pequeno gerador, apenas das 18h às 22h. As crianças são trans-portadas para a escola por um camião às 6h da manhã e regressam ao acampamento cerca das 12h. Grande parte destas famílias vivem nestas condições há cerca de 6, 7 meses na esperança de receberem um pequeno pedaço de terra pa-ra cul varem…

Foram muitos os encontros onde pudemos par-lhar a cultura, as experiências… numa noite

reunimos com os Irmãos e amigos, de forma a darmos a conhecer um pouco a realidade dos Amigos em Comunhão de Portugal e de França. Ainda houve tempo para ajudar os Irmãos com algumas questões informá cas… Os Irmãos Mis-sionários do Campo do Brasil já estão no Face-book e a sua página h p://brasil.fmc-sc.org/ já tem algumas novidades! É verdadeiramente di cil descrever em palavras tudo aquilo que se descobriu, tudo aquilo que se viveu… mas acima de tudo sen mo-nos em família, par lhámos momentos de oração, de fraternidade, de comunhão com os Irmãos e amigos. Testemunhámos a maneira disponível e simples de viver dos Irmãos e a forma como estão próxi-mos das pessoas, próximos dos seus problemas e das suas dificuldades. É de facto um testemu-nho vivo do Evangelho, o que os Irmãos trans-mitem a todos os quanto os rodeiam… Esta viagem, foi sem dúvida uma verdadeira experiência fraterna entre nós as quatro, com

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os Irmãos e com todas as pessoas com quem nos cruzámos. De uma maneira geral, os laços entre Portugal, França e Brasil ficaram mais fortes… Depois desta experiência, serão muitas as situações na minha vida que verei com “outros olhos”... Obrigada meus Irmãos, por me con nuarem a ajudar a crescer na fé…

Sofia Delgadinho

Comunidade de Coquelândia

Comunidade de Palestina do Pará

O grupo dos Irmãos Missionários do Campo

do Brasil, das comunidades de Coquelândia

e Palestina

No passado dia 13 de Outubro, o Agrupamento 1269-Poceirão ini-ciou as suas a vidades escu stas do ano 2012/2013. Com uma nova direção de Agru-pamento, novos chefes e outros an gos que reingressaram ao a vo, o Agrupamento está cheio

Agrupamento de Escuteiros 1269 - Poceirão

de força para mais um ano de a vidades escu stas, muitos raids, jogos de cidade, almoços, a vidades de serviço e muito mais! O novo chefe de Agrupamento, Luís Pato, com a ajuda de toda a direção, voltou cheio de força

para con nuar a impulsionar este Agrupamento que celebra este ano o seu 9º aniversário. Também com o nosso novo assistente de Agrupamento Pe. Geraldo Kalemesa, estamos, com certeza preparados para receber formação e apoio espi-

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Paróquia de Marateca com novo pároco

O Pe. Geraldo Kalemesa é natural de Benguela, Angola e é padre há 8 anos. Chegou a Portugal em Abril de 2012 diretamente para a nossa Paróquia. Neste momento vive em Pegões. Assumiu a Paróquia de Marateca em Abril, após a saída do Pe. José António. Para a Paróquia o Pe. Geraldo tem como principais projetos: - organizar o Conselho Pastoral Paroquial, incluindo a juventude; - organizar as missas dominicais em Cajados e Forninho – Vesper-

nas; - tentar ao impossível encontrar as condições para pôr uma Igreja entre Cajados e Lagameças devi-do à distância que assombra aquela parcela entre ou com a Igreja matriz; - formação de catequistas, de-pendentemente do tempo e da disponibilidade de todos; - catequese de adultos, etc.

Quando ques onado sobre que caminhos percorrer para cons-truir a Igreja de Jesus Cristo nesta Terra, o Pe. Geraldo deixa-nos com as seguintes palavras: - LEVAR TODOS A CRISTO. A Igre-ja de Cristo é aquela assente no amor de Deus e amor ao próxi-mo. “Quem diz que ama Deus e não ama o próximo é men roso e também que diz ama o próximo e não ama a Deus é men roso”. O nosso desejo é levar todos os homens a Cristo; com a ajuda de todos, procurar incen var o pa-drão cultural no seio da Comuni-dade (ir à missa aos domingos, este sacramento eucarís co: me-morial perene da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo). Aproximar todos aos sacramen-tos, de forma a não apenas re-cebê-los, mas também Os viver. Amor ao próximo “que vos ameis uns aos outros como eu vos amei”.

Incen var a caridade, solida-riedade e unidade entre to-dos, coesão da comunidade. Tudo passa pela pregação; estudo bíblico; catequese sobre doutrina da igreja ca-tólica; formação litúrgica, etc… quer dizer viver o Evan-gelho de Cristo pela prega-ção, par lha e escuta da Pa-lavra… São caminhos para edificar a Igreja de Cristo nesta Terra. Acredito que todos os outros obreiros que por aqui passa-ram trilharam nos mesmos, e pela experiência, com mais pormenores…

ritual da sua parte e irá ser muito importante e indispensável. Na manhã do dia 13 os escuteiros chegaram ao jardim Ferreira da Costa em Poceirão para dar início ao salto da corda, uma a vidade onde cada elemento, a ngindo a idade prevista, transita de uma secção para a seguinte. Foram 6 os Lobitos que transitaram para os exploradores, 4 Exploradores que por sua vez passaram para os Pioneiros, 1 Pioneiro que ingressou na secção dos Caminheiros e também 3 os Ca-minheiros que voltaram ao Agrupamento. A parte da tarde serviu para organizar todas as secções, conhecer os novos elementos, atribuir cargos e funções, fazer jogos e um sem fim de outras a vidades importantes. Deu-se por terminada a a vidade com a celebração da Eucaris a na nossa bela Igreja de Nossa senhora das Graças-Poceirão. Com a ajuda de Deus será com certeza um ano muito posi vo e cheio de alegrias e boas no cias para festejar!

Sempre alerta para servir

Luís Manuel Paciência Pato (IMPISA)

Chefe de agrupamento

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Contactos

Soeurs des Campagnes 45700 Lombreuil FRANÇA Irmãos Missionários do Campo C. P. 474 65900970 IMPERATRIZ MA

BRASIL

Um Elo

«Eram assíduos ao ensino dos apóstolos, à união fraterna, à Fração do PÃO e às Ora-

ções». Act 2, 42.

Assim recordo a convivência com «os nossos Apóstolos», os Irmãos e as Irmãs do Campo,

que passaram por estas terras e estiveram fisicamente connosco cerca de 30 anos.

Após 10 anos passados da sua partida para outras missões e outras terras, a Comunhão

continua nos laços que criámos, porque a fonte que jorra e nos alimenta é Deus: Pai, Filho

e Espírito Santo.

Estes laços atravessam barreiras e fronteiras e continuamos em Comunhão de Oração e

de Vida, todos bem presentes no nosso Coração e na nossa mente.

«Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida» Jo. 14, 5-6

E o testemunho d’Ele que os(as) Irmãos(ãs) realizaram aqui, com a sua vivência e as suas

obras, continua a ser “Semente”, através da nossa comunidade, na celebração da Eucaris-

tia, na Oração, no convívio fraterno e no espírito de serviço e doação, em especial aos que

mais precisam.

Para os que vivem esta União “não há longe nem distância” e mantemos e alimentamos

este elo, sentindo a Força do Espírito Santo que habita em nós e nos incentiva, impele e

anima a ser portadores da paz, bondade, perdão, acolhimento, compaixão... Em resumo,

viver o mandamento que Jesus nos deixou:

«Dou-vos um mandamento novo, que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei tam-

bém, nisto conhecerão todos que são meus discípulos», Jo 13, 34-35.

Jesus é a seiva (Jo 15, 5) e os frutos nascerão…

Milu

Frères Missionnaires des Campagnes 49, rue Jodelle 77610 La Houssaye-en-Brie FRANÇA Sofia Delgadinho C.C.I. 402 Forninho 2965 - 241 Poceirão PORTUGAL

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