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1 INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA IBRATI SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA SOBRATI MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA LEILA PEREIRA DE SOUZA SEGURANÇA DO PACIENTE ACOMETIDO POR CONVULSÕES

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INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA – IBRATISOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA – SOBRATIMESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA

LEILA PEREIRA DE SOUZA

SEGURANÇA DO PACIENTE ACOMETIDO POR CONVULSÕES

JOÃO PESSOA/PB2015

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LEILA PEREIRA DE SOUZA

SEGURANÇA DO PACIENTE ACOMETIDO POR CONVULSÕES

Artigo apresentado à Coordenação do

Curso de Mestrado Profissionalizante em

Terapia Intensiva pelo Instituto Brasileiro de

Terapia Intensiva, para obtenção do título de

Mestre em Terapia Intensiva.

Orientador: Dr. Douglas Ferrari Carneiro

Co-orientadora: MS. Suzana Araújo de Macêdo.

JOÃO PESSOA/PB2015

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RESUMO

Segurança do paciente é um componente crítico de melhoria da qualidade do

cuidado em saúde, tornando indispensável ao paciente diante de episodio

convulsivo. Este estudo tem como objetivo, apresentar por meio de uma revisão na

literatura brasileira, o discurso sobre a segurança do paciente/cliente, enfocando na

assistência direcionada a ocorrência de crises convulsivas. Estudo de caráter

descritivo com abordagem qualitativa, através de artigos, livros e documentos de

organizações, entre janeiro de 2014 a fevereiro de 2015, tendo como critérios de

inclusão: disponibilidade dos textos na integra em suporte eletrônico e bibliotecas,

publicado em periódicos nacionais e redigido em português com delimitação

temporal de 2010 a 2015. Após o levantamento, procedeu-se a análise dos dados de

maneira cuidadosa. A pesquisa não ofereceu riscos à população, conforme

determina a Resolução n° 466/2012. Foi possível evidenciar que a implantação dos

protocolos de segurança do paciente e o Sistema de Manchester de Classificação

de Risco contribuem na profilaxia de ocorrência dos eventos adversos, possibilitando

a eliminação de confusão em relação algumas condutas exercidas pelos

profissionais de saúde. Conclui-se, que é indispensável que os profissionais de

saúde conheçam e aplique na assistência os protocolos, possibilitando o

estabelecimento de metas para melhoria contínua da qualidade na assistência.

Palavras-Chave: Segurança do paciente. Assistência. Convulsão.

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ABSTRACT

Patient safety is a critical component of improving the quality of health care, making it

essential to the patient before convulsive episode. This study aims to present through

a review of the Brazilian literature, speaking about the safety of the patient / client,

focusing on targeted assistance the occurrence of convulsion. Descriptive study with

a qualitative approach, through articles, books and organizations documents, from

January 2014 to February 2015, with the inclusion criteria: availability of texts in full in

electronic media and libraries, published in national journals and written in

Portuguese with temporal delimitation 2010-2015. After the survey, we proceeded to

the analysis of data with great care. The survey did not offer risks to the population,

as required by Resolution No. 466/2012. The results showed that the implementation

of patient safety protocols and Manchester System Risk Rating contribute to the

occurrence of prophylaxis of adverse events, allowing to eliminate confusion

regarding certain behaviors practiced by health professionals. It follows that it is

essential that health professionals know and apply to the care protocols, enabling the

establishment of targets for continuous improvement of quality of care.

Keywords: Patient safety. Assistance. convulsion.

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SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO...........................................................................................................................6

2 MÉTODO...........................................................................................................................................7

3 ANÁLISE E DISCUSSÃO...............................................................................................................8

3.1 Políticas de segurança do paciente como dimensão da qualidade do cuidado em Saúde....................................................................................................................................................8

3.2 Segurança do paciente..............................................................................................................9

3.2.1 Identificar corretamente o paciente....................................................................................9

3.2.2 Melhorar a comunicação entre os profissionais de saúde.........................................10

3.2.3 Melhorar a segurança na prescrição, no uso e na administração de medicamento....................................................................................................................................11

3.2.4 Assegurar a cirurgia em local de intervenção, procedimento e paciente correto.12

3.2.5 Higienizar as mãos para evitar infecções........................................................................12

3.2.6 Reduzir o risco de quedas e úlceras por pressão.........................................................13

3.3. Estabilização do paciente na emergência.........................................................................13

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................................17

REFERÊNCIAS.................................................................................................................................18

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1 APRESENTAÇÃO

O cuidado em saúde é um elemento determinante para assegurar a redução e

o controle dos riscos e requer dos profissionais a preocupação com a qualidade na

assistência, com a finalidade de assegurar o contentamento de todos que estão

envolvidos no cuidar.

A segurança do paciente é um componente crítico de melhoria da qualidade

do cuidado de saúde em todo o mundo, visto que constitui globalmente um grave

problema de saúde pública. Estimativas de países desenvolvidos indicam que pelo

menos um em cada dez pacientes que recebem cuidados assistenciais hospitalares

sofre danos ou lesões decorrentes dos mesmos, denominados eventos adversos

(REIS, 2013).

Ao refletir sobre a segurança do paciente e a assistência nos serviços de

urgências, foi evidenciado a importância deste estudo abordando as convulsões por

apresentarem sinais de mau funcionamento no sistema neurológico que resultam da

descarga neuronal excessiva e não sincronizada, podendo ocorrer de maneira sutil

ou súbita, dependendo da gravidade da lesão, podendo também ser agudas,

recorrentes ou crônicas (TAMEZ, 2013).

Diante deste contexto foi despertado o desejo de compreender através da

literatura uma abordagem geral sobre a segurança do paciente/cliente acometido por

convulsões, que tanto requer ponderação imprescindível para identificar

precocemente a ocorrência de eventos que afetam a segurança, reduzir o dano e

evitar riscos futuros na assistência intensivista.

Tendo em vista a preocupação pelo cuidar seguro, procedendo às políticas e

intervenções que aumentem a segurança e a qualidade dos serviços de saúde, este

artigo tem como objetivo apresentar, por meio de uma revisão na literatura brasileira,

o discurso sobre a segurança do paciente/cliente, enfocando na assistência

direcionada a ocorrência de crises convulsivas, oferecendo aos profissionais de

saúde, bem como aos familiares e aos pacientes/clientes informações capazes de

gerar reflexões e ações transformadoras, tornando tal cuidado o mais livre possível

de danos, colaborando para a manutenção de uma assistência de qualidade, segura

e adequada.

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2 MÉTODO

Este é um estudo de revisão sistemática da literatura brasileira de caráter

descritivo com abordagem qualitativa, buscando expor as características

concernentes às políticas e intervenções de segurança do paciente em convulsão,

através de produção científica indexada nas seguintes bases eletrônicas de dados:

SciELO Brasil - (Scientific Electronic Library Online); LILACS (Centro Latino-

Americano de Informação em Saúde) e BVS (Biblioteca Virtual em Saúde. Foram

incluídas também na revisão as referências de artigos capturados pela busca

eletrônica, livros e documentos de organizações, obtidos em sítios da internet. O

período de busca procedeu-se entre janeiro de 2014 a fevereiro de 2015.

Selecionamos referências que buscassem alcançar os objetivos da pesquisa, tendo

como critérios de inclusão: disponibilidade do texto na integra em suporte eletrônico

e bibliotecas, publicado em periódicos nacionais e redigido em português.

Determinamos, então, a delimitação temporal de 2010 a 2015. Os critérios de

exclusão foram: referências cujo objeto não apresentava especificidade com o tema

e a problemática do estudo.

Após o levantamento, procedeu-se a análise dos dados, todos os artigos,

documentos e capítulos de livros selecionados, foram lidos na íntegra, de maneira

cuidadosa, uma vez que a amostra assume papel de indicador de uma pesquisa na

busca de entendimento dos benefícios dos pacientes em situação de emergência.

Portanto, por se tratar de revisão de literatura e não oferecer riscos, não foi

necessário submeter o projeto à avaliação de Comitê de Ética em Pesquisa com

Seres Humanos, conforme determina a Resolução n. 466/2012 do Ministério da

Saúde.

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3 ANÁLISE E DISCUSSÃO

A análise do material bibliográfico direcionou a organização do artigo por

temas e tomou as definições, as metodologias e os achados descritos nos livros,

manuais e artigos lidos integralmente por um dos autores deste estudo como

aspectos importantes a serem avaliados na revisão.

3.1 Políticas de segurança do paciente como dimensão da qualidade do cuidado em Saúde

Foi instituída no Brasil pelo Ministério da Saúde (MS) a portaria nº 529, de 1º

de abril de 2013 que Institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente

(PNSP), expressando o comprometimento governamental contribuindo para a

qualificação do cuidado em saúde em todos os estabelecimentos de saúde do

território nacional, e promovendo maior segurança para pacientes, profissionais de

saúde e ambiente de assistência à saúde.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) vem acrescentando o

tema “Segurança do Paciente” de modo sistemático desde sua criação, cooperando

com a missão da vigilância sanitária de proteger a saúde da população e intervir nos

riscos advindos do uso de produtos e dos serviços a ela sujeitos, por meio de

práticas de vigilância, controle, regulação e monitoramento sobre os serviços de

saúde e o uso das tecnologias disponíveis para o cuidado (BRASIL, 2014).

Entre as regulamentações criadas pela ANVISA relacionadas à segurança do

paciente, merece destaque a publicação da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC)

nº 36, de 25 de julho de 2013, que institui ações para a segurança do paciente em

serviços de saúde. Ainda em 2013, foi publicado a RDC nº 53, de 14 de novembro

de 2013, que alterou o artigo 12 da RDC nº 36/2013, prorrogando os prazos para a

estruturação dos Núcleos de Segurança do Paciente (NSP), elaboração do Plano de

Segurança do Paciente em Serviços de Saúde (PSP) e notificação mensal dos

eventos adversos (EAs).

O desenvolvimento de estratégias para a segurança do paciente no Brasil

depende do conhecimento e do cumprimento do conjunto de normas e regulamentos

que regem o funcionamento dos estabelecimentos de Saúde, condição básica para

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que estes estabelecimentos possam dar novos passos, como a elaboração de

planos locais de qualidade e segurança do paciente, com ações monitoradas por

indicadores, gerido por uma instância responsável e de uma política de estímulo à

utilização rotineira de protocolos e diretrizes clínicas (BRASIL, 2014).

3.2 Segurança do paciente

A segurança é o primeiro domínio da qualidade na assistência à saúde,

atualmente a temática relacionada à segurança do paciente vem sendo discutida

nos âmbitos internacional e nacional por profissionais, organizações

governamentais, órgãos acreditadores ou representantes de entidades vinculadas à

saúde.

A portaria nº 1.377, de 9 de julho de 2013 aprova os protocolos de segurança

do paciente (protocolos de cirurgia segura; prática de higiene das mãos e ulcera por

pressão) e a portaria nº 2.095, de 24 de setembro de 2013 aprova os protocolos

básicos de segurança do paciente (o protocolo de prevenção de quedas; o protocolo

de identificação do paciente e o protocolo de segurança na prescrição e de uso e

administração de medicamentos), visando instituir as ações para segurança do

paciente em serviços de saúde e a melhoria da qualidade em caráter nacional e

deve ser utilizado em todas as unidades de saúde do Brasil.

3.2.1 Identificar corretamente o paciente

O protocolo de identificação do paciente tem por finalidade garantir a correta

identificação do paciente, a fim de reduzir a ocorrência de incidentes. O processo de

identificação do paciente deve assegurar que o cuidado seja prestado à pessoa para

a qual se destina. As intervenções inclui usar pelo menos dois identificadores em

pulseira branca padronizada, colocada num membro do paciente para que seja

conferido antes do cuidado, é necessário que sejam explicados os propósitos dos

dois identificadores da pulseira, confirmar a identificação antes do cuidado com

orientação da administração de medicamentos, do sangue e de hemoderivados, da

coleta de material para exame, da entrega da dieta e da realização de

procedimentos invasivos (BRASIL, 2013. B).

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Para a identificação do paciente é importante à adequação do conteúdo

necessário, como o tamanho das etiquetas utilizadas, bem como o estabelecimento

de normas para o registro de nome, abreviação desses, quando necessário, as

situações envolvendo pessoas homônimas e a presença de gemelaridade, entre

outras (QUADRADO; TRONCHIN, 2012).

No que tange à questão segurança do paciente, a primeira prioridade é

identificar corretamente o paciente, processo este que envolve fatores referentes ao

estado clínico, à adequação do material para as medidas antropométricas, à

conferência do quantitativo de meios de identificação pelos profissionais de saúde,

assim como à colaboração dos familiares e/ou acompanhantes, sendo uma das

atribuições e responsabilidade da enfermagem à identificação do paciente por atuar

diretamente na assistência, mas, deveria ser entendida como uma atividade

multidisciplinar.

Um estudo realizado recentemente por Quadrado e Tronchin (2012),

identificou que a causa mais comum de erro na identificação relacionou-se à

semelhança existente entre os nomes ou números de registros hospitalares,

podendo decorrer do material empregado na etiqueta para a confecção da pulseira

ou da tinta de impressão.

3.2.2 Melhorar a comunicação entre os profissionais de saúde

O papel da enfermagem torna-se evidente, pois o paciente será submetido a

vários procedimentos, dos quais geram situações de desconforto e ansiedade. Desta

forma, a inter-relação enfermeiro e paciente é necessária, pois o profissional de

saúde, além da competência técnica e do saber científico, deve ser capaz de

dialogar, escutar, tocar e ficar com o paciente apoiando-o (PERRANDO et al, 2011).

A falha de comunicação entre médicos assistentes e rotineiros pode aumentar

a mortalidade dos pacientes, principalmente devido ao atraso no início de

antibióticos, ao atraso no início do desmame da ventilação mecânica e a não

prescrição médica de profilaxia para trombose venosa profunda (TEIXEIRA et al,

2010).

Os problemas de comunicação ocorrem mesmo em ambientes fechados,

principalmente quando são avaliados momentos de: passagem de plantão,

apresentação de casos e impressões clínicas fornecidas por residentes e

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consultorias médicas fornecidas por outras especialidades médicas (TEIXEIRA et al,

2010).

Considerando-se que os profissionais de saúde tem uma expressiva

influência no processo de desenvolvimento da qualidade de vida individual e

coletiva, contribuindo para que indivíduos adotem comportamentos saudáveis, é

necessário que também sejam oferecidas condições dignas no desenvolvimento de

suas funções, o que pressupõe boas condições de trabalho, seja de ambiência física

e/ou social, seja de autonomia e respeito.

3.2.3 Melhorar a segurança na prescrição, no uso e na administração de medicamento.

O protocolo de segurança na prescrição, uso e administração de

medicamentos foi implantado, tendo em vista, os eventos adversos no processo de

assistência à saúde, devendo ser aplicado em todos os estabelecimentos que

prestam cuidados à saúde, em todos os níveis de complexidade, em que

medicamentos sejam utilizados para profilaxia, exames diagnósticos, tratamento e

medidas paliativas (BRASIL, 2013. B).

A verificação para a prescrição segura de medicamentos de vê seguir

corretamente a identificação do paciente, do prescritor na prescrição, da instituição

na prescrição, da data de prescrição, legibilidade, recomenda-se que os

medicamentos sejam prescritos sem o uso de abreviaturas, caso seja indispensável

em meio hospitalar, a instituição deve elaborar, formalizar e divulgar uma lista de

abreviaturas padronizadas; denominação dos medicamentos comum brasileira e em

sua ausência a denominação comum internacional; prescrição de medicamentos

com nomes semelhantes devem ser prescritos com destaque na escrita da parte do

nome que os diferencia; o sistema métrico deverá ser adotado para expressar as

doses desejadas (BRASIL, 2013. B).

Para o adequado cumprimento da prescrição, todas as informações deverão

estar claras e completas, em cada item prescrito. Recomenda-se que os

medicamentos devam ser prescritos conforme estrutura a seguir: Nome do

medicamento + concentração + forma farmacêutica + dose + posologia + via de

administração + orientações de uso (BRASIL, 2013. B).

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3.2.4 Assegurar a cirurgia em local de intervenção, procedimento e paciente correto.

A finalidade do protocolo para cirurgia segura é determinar as medidas a

serem implantadas para reduzir a ocorrência de incidentes e eventos adversos e a

mortalidade cirúrgica, possibilitando o aumento da segurança na realização de

procedimentos cirúrgicos, no local correto e no paciente correto, por meio do uso da

Lista de Verificação de Cirurgia Segura desenvolvida pela Organização Mundial da

Saúde – OMS que divide a cirurgia em três fases: antes da indução anestésica;

antes da incisão cirúrgica; e antes do paciente sair da sala de cirurgia. Uma única

pessoa deverá ser responsável por conduzir a checagem dos itens (BRASIL, 2013.

A).

O protocolo para Cirurgia Segura deverá ser aplicado em todos os locais dos

estabelecimentos de saúde em que sejam realizados procedimentos, quer

terapêuticos, quer diagnósticos, que impliquem em incisão no corpo humano ou em

introdução de equipamentos endoscópios, dentro ou fora de centro cirúrgico, por

qualquer profissional de saúde (BRASIL, 2013. A).

Os fatores que concorrem para que um procedimento cirúrgico seja realizado

de forma segura envolve os profissionais capacitados, ambiente, equipamentos e

materiais adequados para a realização do procedimento, conformidade com a

legislação vigente, entre outros.

3.2.5 Higienizar as mãos para evitar infecções

O protocolo para a prática de higiene das mãos em serviços de saúde tem por

finalidade, instituir e promover a higiene das mãos nos serviços de saúde do país

com o intuito de prevenir e controlar as infecções relacionadas à assistência à saúde

(iras), visando à segurança do paciente, dos profissionais de saúde e de todos

aqueles envolvidos nos cuidados aos pacientes (BRASIL, 2013. A).

Os eventos adversos em pacientes são objeto de interesse crescente e um

dos meios de prevenção é o trabalho dos profissionais de saúde que envolve um

conjunto de ações que visam evitar os mesmos.

Para o combate à transmissão de doenças e a redução do risco de infecção a

segurança do paciente depende diretamente das ferramentas de trabalho dos

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profissionais de saúde a realização frequente e correta prática de a higienização das

mãos, sendo a higienização das mãos uma medida simples que deve ser

amplamente utilizada pelos profissionais da saúde, diminuindo os riscos ao paciente

e os custos globais relacionados à assistência à saúde, resultando em um maior

nível de segurança ao paciente (SILVA et al, 2013).

3.2.6 Reduzir o risco de quedas e úlceras por pressão

O protocolo prevenção de quedas tem por finalidade reduzir a ocorrência de

queda de pacientes nos pontos de assistência e o dano dela decorrente, por meio da

implantação e implementação de medidas que contemplem a avaliação de risco do

paciente, garantam o cuidado multiprofissional em um ambiente seguro, e

promovam a educação do paciente, familiares e profissionais. As recomendações

deste protocolo aplicam-se aos hospitais e incluem todos os pacientes que recebem

cuidado nestes estabelecimentos, abrangendo o período total de permanência

(BRASIL, 2013. B).

Já o protocolo para prevenção de úlcera por pressão tem por finalidade

Promover a prevenção da ocorrência de úlcera por pressão (UPP) e outras lesões

da pele, por ser as consequências mais comuns, resultante de longa permanência

em hospitais (BRASIL, 2013. A).

3.3. Estabilização do paciente na emergência

Nas urgências e emergências são frequentes os casos de convulsão, a

tomada de decisões é parte importante da prática médica e de enfermagem. A

avaliação clínica sólida de um paciente requer tanto raciocínio como intuição e

ambos devem estar baseados em conhecimentos e aptidões profissionais (JONES;

MARSDEN; WINDLE, 2010).

O grupo brasileiro de classificação de risco criou um fluxograma, descrito a

seguir, para priorizar rapidamente pacientes que estão convulsionando ou que

estiverem em crise (JONES; MARSDEN; WINDLE, 2010).

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CONVULSÕES

Obstrução de vias aéreasRespiração inadequada

ChoqueCriança não reativa

ConvulsionandoHipoglicemia

NÃO

Alteração súbita da consciência Déficit neurológico agudo

Sinais de meningismoHistória overdose ou envenenamento

Erupção cutânea fixaPúrpura

Criança quenteAdulto muito quente

Limite de risco

História de trauma cranioencefálicoHistória discordante

Déficit neurológico novoAdulto quente

História de convulsão

SIM

FebrilCefaleia

Dor leve recente

Azul

Laranja

Verde

Vermelho

Amarelo

NÃO

NÃO

NÃO

SIM

SIM

SIM

SISTEMA MANCHESTER DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

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Triagem ou classificação de risco é uma ferramenta de controle clínico de

risco, empregada nos serviços de saúde, ao dar entrada em um serviço de urgência,

o paciente é classificado recebendo uma prioridade que determina o tempo alvo

para o primeiro atendimento médico, efetuando a construção de fluxos quando a

necessidade clínica excede a oferta.

O maior risco de recorrência após uma convulsão não provocada ocorre

durante o primeiro ano em aproximadamente 40% dos casos, enquanto que depois

do primeiro ano livre de convulsões essa taxa cai drasticamente (BOWDEN;

GREENBERG, 2013).

Uma das prioridades em emergências é a estabilização do paciente com

convulsão atentando para a função cardiorrespiratória (vias aéreas, respiração,

circulação) e para as possíveis complicações da convulsão ou da sua terapêutica,

como hipotensão, arritmias e depressão respiratória. Entre as medidas a serem

tomadas estão verificar a permeabilidade das vias aéreas e fornecer oxigênio por

cateter nasal ou máscara; avaliar a necessidade de intubação; posicionar a criança

para evitar aspiração; instalar monitor cardíaco para identificar arritmias; controlar

saturação de oxigênio; verificar glicemia capilar; verificar os sinais vitais; e

administrar medicamentos (PORTELA; PIVA, 2011).

Intervenções de enfermagem diante de uma acometida por convulsão:

Colocar o paciente em decúbito lateral para facilitar a drenagem da saliva; observar

e registrar os sinais e sintomas na crise convulsiva; aspirar às secreções da

cavidade oral; afastar objetos possíveis de machucar; higienizar o paciente se

ocorrer liberação de esfíncter; proteger a cabeça, colocando se necessário,

travesseiro na cabeceira (NOBREGA; NOBREGA; SILVA, 2011).

Os fármacos para atingir seu sítio de ação precisa atravessar uma serie de

membranas e igual processo deve ocorrer para que seja eliminado. As principais

vias de administração de fármacos são: oral, intravenosa, intramuscular, subcutânea

e retal, sendo que cada uma possui características peculiares que influenciam,

principalmente, na absorção dos medicamentos (OLIVEIRA JÚNIOR, 2012).

Decorreu nos últimos anos uma serie de avanços para tratamento das crises

convulsivas e os benzodiazepínicos são os medicamentos de primeira linha e,

dependendo da disponibilidade e experiência, são usados diazepam, midazolam ou

lorazepam. Não havendo acesso intravenoso disponível, há possibilidade de

administração dos benzodiazepínicos por via IM, bucal ou nasal pode ser a

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alternativa, no tratamento de convulsões em emergência, devido à facilidade de

administração e rapidez de ação (PORTELA; PIVA, 2011).

TAMEZ (2013) relata que o fenobarbital e a fenitoína são as medicações

utilizadas com mais frequência no tratamento da convulsão nos neonatos. Afirma

também que alguns fatores etiológicos da convulsão, como alterações metabólicas

que podem ser prevenidas por meio de observação cuidadosa, sendo possível o

pré-tratamento das possíveis causas maternas que podem predispor o neonato a

convulsão no período neonatal.

A avaliação inicial e a verificação da historia para uma primeira crise

convulsiva não provocada são fundamentais para determinação do funcionamento

basal e para a seleção da modalidade diagnóstica. Na maioria dos casos, o que

desencadeia o episódio convulsivo é a falta de adesão ao tratamento da medicação

anticonvulsivante (BOWDEN; GREENBERG, 2013).

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nos últimos anos ocorreu um grande avanço no que se refere à segurança do

paciente e o tratamento das crises convulsivas, o conhecimento dos eventos

adversos e das complicações é fundamental para o manejo adequado do paciente.

A implantação dos protocolos ajuda a prevenir a ocorrência de eventos adversos,

pois elimina a confusão em relação algumas condutas exercidas pelos profissionais

de saúde facilitando a comunicação entre os membros da equipe e os

procedimentos realizados com foco na profilaxia de erros e eventos adversos

relacionados à assistência em saúde.

O presente estudo evidenciou a complexidade que envolve a segurança dos

pacientes em situação de crise convulsiva e, também, permitiu identificar o

fluxograma do Sistema de Manchester de classificação de risco para priorizar

rapidamente os pacientes que estão convulsionando ou que esteve em crise,

situação que ocorre com frequência nos serviços de urgência.

Nesse sentido, traz indicativo para que os profissionais de saúde conheçam e

aplique na assistência os protocolos de segurança do paciente, cabe destacar que a

segurança é uma das principais maneiras universal de qualidade do cuidado de

saúde.

Ao concluir essa investigação, ratifica-se a magnitude que envolve as

dimensões da qualidade e segurança em saúde, porém, são necessários outros

estudos para condução adequada da temática e considerar as medidas avaliativas

nos serviços de saúde, possibilitando o estabelecimento de metas para melhoria

contínua da qualidade na assistência.

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REFERÊNCIAS

BOWDEN, Vicky R; GREENBERG, Cindy Smith. Procedimentos de enfermagem pediátrica. Tradução de Mariângela Vidal Sampaio Fernandes et al. 3ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde A. Portaria nº 1.377, de 9 de julho de 2013. Disponível em: http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/file/0seguranca_do_paciente/portaria1377_2013.pdf. Acesso em: 12 de jan. 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde B. Portaria nº 2.095, de 24 de setembro de 2013. Disponível em: <http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/0SEGURANCA_DO_PACIENTE/portaria_2095_2013pdf>. Acesso em: 12 de jan. 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0529_01_04_2013.html. Acesso em: 20 de dez. 2015.

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