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A RAPOSA DIFERENTE

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1.ª edição

Giusone Ferreira Rodrigues

A RAPOSADIFERENTE

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Esta obra é uma publicação da

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Créditos

Editor-responsávelZeca Martins

Controle editorialManuela Oliveira

Projeto gráfico e diagramaçãoRafael Molotievschi

CapaZeca Martins

RevisãoTiago Soriano

ISBN – 978-85-62426-84-1

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP

R696r

Rodrigues, Giusone Ferreira

A raposa diferente / Giusone Ferreira Rodrigues. -- São Paulo: Livronovo, 2011.

1. Contos brasileiros. 2. Contos regionais brasileiro. I. Título.

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À minha esposa:Cleodomira Guedes Rodrigues

A meus filhos:Arquimedes, Gilson, Miraídes e Sandra Guedes Rodrigues.

A meus netos:Arthur, Gabriel, Aimée, Lívia, Tayná, Marina e Hannah.Ao meu irmão Salatiel, pelo muito que me incentivou e

colaborou na publicação desta obra.

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SUMÁRIO

Apresentação ......................................................................................... 9

Capítulo I .............................................................................................. 13

Capítulo II ............................................................................................. 19

Capítulo III ........................................................................................... 25

Capítulo IV ........................................................................................... 33

Capítulo V ........................................................................................... 41

Capítulo VI ........................................................................................... 49

Capítulo VII ........................................................................................ 57

Capítulo VIII ....................................................................................... 65

Capítulo IX .......................................................................................... 73

Capítulo X ............................................................................................. 79

Capítulo XI .......................................................................................... 87

Capítulo XII .......................................................................................... 93

Capítulo XIII ....................................................................................... 101

Capítulo XIV ........................................................................................ 109

Capítulo XV .......................................................................................... 115

Capítulo XVI ....................................................................................... 123

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Capítulo XVII ....................................................................................... 135

Capítulo XVIII .................................................................................... 143

Capítulo XIX ......................................................................................... 153

Capítulo XX .......................................................................................... 159

Capítulo XXI ....................................................................................... 167

Capítulo XXII ....................................................................................... 179

Capítulo XXIII ...................................................................................... 185

Capítulo XXIV ..................................................................................... 193

Capítulo XXV ....................................................................................... 201

Capítulo XXVI...................................................................................... 209

Capítulo XXVII ................................................................................... 217

Capítulo XXVIII ................................................................................... 223

Capítulo XXIX ...................................................................................... 231

Capítulo XXX ....................................................................................... 239

Leia do mesmo autor .......................................................................... 243

Sobre o autor ........................................................................................ 245

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APRESENTAÇÃO

A Raposa Diferente é uma história verdadeira, à ótica da época. Na compreensão das pessoas perante as quais aconteceu, tudo se passou exatamente como se encontra narrado neste livro. As regiões citadas existem ou existiram realmente e, na época dos fatos narrados, eram da forma como foram descritas, pujantes e habitadas pelas personagens citadas na história, em grande parte pelos seus próprios nomes. As pessoas referidas também existiram e tinham por hábito tudo quanto se diz delas. Joaquim Amâncio era, verdadeiramente, um fazendeiro engenhoso e criativo, autor de muitos inventos e pioneiro nas experiências de barragens do rio Taperoá. Tinha, de fato, a fama de matador de cachorros. Fazia-o por medida profilática, nos meses que antecediam agosto, considerado o mês do pique da raiva canina. Dizia ele que, se diminuísse o número de cachorros, quando a raiva viesse corriam menos hidrófobos por ali.

Seu Gil Ferreira Rodrigues e Dona Maria Anália, de sau-dosa memória, realmente existiram e foram os pais dos filhos referidos na história. O primeiro fora líder da região. Homeo-pata leigo curou muitas crianças e até adultos doentes de gripe, sarampo, catapora, caxumba, reumatismo, picadas de serpentes, e muitos outros males. Fora homem respeitador e respeitado, benquisto até nos lugares circunvizinhos do município. Os fi-lhos citados no conto também existiram e têm ou tiveram os temperamentos que lhes são atribuídos, especialmente à força, a coragem, a inteligência, o altruísmo, o espírito de luta, e foram realmente protagonistas das façanhas que lhes atribui o conto.

Os guaxinins sempre infestaram as margens do rio e, se não eram tão numerosos quanto se podia calcular, eram, mesmo

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assim, muito ronhentos, intrépidos e sebosos. Andavam em bandos e metiam medo, mormente quando estavam de crias recentes. Sujavam as águas dos reservatórios, rasgavam sapos que nelas se encontravam, urinavam nelas e faziam muitas outras estripulias. Eram parecidos com as raposas, mas eram maiores e mais afoitos. O estrago maior que faziam era nas mangueiras, onde atacavam quase sempre as mangas espadas amadurecidas no pé. Comiam e estragavam.

O encontro de Giusone com um guaxinim aconteceu e houve o enfrentamento, senão nos moldes da narração, afetado pela paixão da época e o medo sofrido, mas certamente ocorreu e não foi nada agradável. O animal não respeitou nem temeu o rapaz e passou por ele, esfregando-se entre suas pernas e as barreiras do rebaixo da cacimba, esgueirando-se até alcançar o plano do baixio, que aproveitou para correr, levantando poeira.

Também é verdadeiro o encontro de Sebastião com um guaxinim, na cacimba de gado, onde fizera uma tocaia para matar juritis, na bebida. Pelo menos algumas pombas abatidas foram roubadas pelo afoito animal. Sebastião atirou nele de espingarda e de revólver, mas não se sabe se errou o alvo ou se o animal não demonstrou ter sido atingido. Daí nasceu a crença de que ele era velho e tinha o couro grosso, a ponto de não poder ser perfurado pelo chumbo contra ele atirado. Na-quela oportunidade, o medo também fez a cabeça de Sebastião e não se pode afirmar, com certeza, que o bicho fosse tão feroz quanto lhe pareceu.

O encontro de Agripino com um mão-pelada é história que não bebe água em todo canto. O nosso querido magarefe gostava de fantasiar suas aventuras para torná-las mais engra-çadas, e era de uma criatividade que não dava para se confiar no que ele contava. Tinha-se por certo que ele se encontrou, de fato, com o bicho, mas não se pode crer no tamanho que dizia ter aquele animal. A forma como o enfrentou, os golpes

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que desferiu contra ele, o pulo sobre a cerca de avelós e o fato de sopesá-lo na ponta da cauda são, pelo menos, duvidosos.

A história de Zé Zuzu é verdadeira, no que diz respeito às lorotas que ele ensaiava e à capacidade de contar aventuras fantasiosas. Ele era muito conhecido na região central de (Qui-xabas) e até nas redondezas. Tinha boas amizades, mas todos os seus amigos, quando contavam histórias que tinham ouvido dele, costumavam dizer: “Se for mentira botem na conta de Zé Zuzu”. Pelo menos a da raposa com dois metros e meio de rabo, que dizia ter visto, salvo prova em contrário, é puramente fantasiosa.

Os demais fatos narrados no nosso conto e os animais nele referidos existiram realmente e marcaram época, por suas características próprias ou até por seu temperamento e astúcias. O cachorro “Violente” e o jumento branco tiveram lugar de destaque no meio daquela gente. Chico Potoca era realmente oleiro e tinha caieiras nas margens do Riacho Grande, terras que sempre eram alagadas pelas enchentes daquele córrego. As personagens que Hermenegildo vira nas redondezas de sua carvoeira talvez só tenham existido na sua mente deturpada pela bebida que tomara na noite em que se deu o fato. Ele que, segundo sua mãe, já gostava de contar mentiras, com um litro de pinga na cabeça, pode ter vislumbrado coisas que não existiam.

O fuzil de Cícero Morcego, a sua origem, o seu enterramento para não ser apreendido, a visita do soldado David e a venda dos cartuchos, o tiro que Zé Souto inventou de dar com a arma e a queda que levou com seu coice, tudo se passou realmente.

Finalmente, o encontro de Dália com o guaxinim, a sua luta com ele, enfrentando-o como se estivesse brigando contra uma raposa, é um fato verdadeiro. Ela realmente se encontrou com o animal, acuado no tronco de um jucuri, olhando mal-dosamente para seu cão. Pensou que se tratava de uma raposa e, como o cachorro não desse conta dele sozinho, participou

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da luta e acabou por matá-lo. Depois levou o morto até o terreiro da casa-grande da fazenda e lá seu irmão Gilberto o identificou: era um guaxinim. Aí a moça valente, que o tinha matado a pau, desmaiou de medo, mesmo depois de o bicho ter morrido. Se a luta não foi tão grandiosa quanto se encontra neste conto, deve-se a afetação ao fato de o narrador contá-la como fora vista no tempo em que aconteceu.

No mais, se o leitor não conseguir acreditar no que leu, tem o nosso perdão. Essa dúvida contaminou as personagens de nossa história, em diversas ocasiões. Giusone, Sebastião, Agri-pino, Dália também tiveram medo de contar o que se passou com eles, temendo que não fossem acreditar no que diziam. E, se eles que vivenciaram os fatos foram vítimas de tal dúvida, quanto mais o leitor, que não experimentou a dura realidade dos acontecimentos.

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I

O rio Taperoá, quando alcançava a cidade, despedia-se do curso violento que traçava das nascentes até ali. Depois da ponte antiga, que era a única da época, estendia-se, mansamente, na direção do nascente, dando a impressão de que havia atingido o curso sonhado e, por isso mesmo, não tinha mais pressa. Suas águas corriam de forma tranquila e vagarosa, com remansos regulares e torvelinhos cadenciados, que denunciavam alguma pedra existente no seu leito ou moitas de azevém submersas. Estendia-se por quilômetros e quilômetros, em reta ou lance-adas curvas, refletindo o sol e exalando o cheiro característico de águas novas, turvas e baldeadas. Comumente levava consigo blocos de espuma parda, compacta e esvoacenta que boiavam, subindo e descendo, acompanhando as elevações e declives da remansosa correnteza. A população ribeirinha chamava tais formações de cachorros ou carneiros de espuma.

Ao chegar às primeiras terras (de) (Quixabas), propriedade do senhor Gil Ferreira Rodrigues, ali o rio tinha uma inacredi-tável recaída. Voltava a se tornar violento e perigoso, levantando remansos enormes e fazendo redemoinhos de arrepiar cabelos. A água revolta abria-se, formando depressões profundas na própria correnteza, e as que vinham atrás se precipitavam nas aberturas, fazendo rumor estranho e infinitamente repetido. O movimento inexplicável das águas jogava salpicos à distância, molhando as margens secas do rio. Era um espetáculo bonito, e muito perigoso. Ninguém queria se aproximar dele quando estava cheio, porque era demasiadamente arriscado. Se alguém caísse no seu leito, tinha poucas chances de sair com vida. Segundo

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contavam, muitas foram as pessoas que tiveram o infortúnio de ser colhidas pelo caudal e nele morreram afogadas.

Logo que atingia a fazenda (Quixabas), o rio se tornava irreconhecível. Arremetia contra as margens, derrubando bar-reiras altas e sólidas, que em pouco tempo se diluíam e formavam inconsistente bloco de lama, facilmente removível. O choque das águas contra as barreiras enlouquecia o curso da correnteza e ela se voltava para o lado oposto, investindo violentamente contra as terras do senhor Efigênio Carneiro, conhecido por Nozinho Carneiro. Tanto de uma fazenda quanto da outra, levava plantações inteiras, fruteiras e terras, fazendo leito por campos de plantações de milho e de feijão. O que escapava da sanha destruidora das águas ficava em estado deplorável, enlameado e estirado pela areia lavada em que se transformavam as terras agricultáveis das margens.

A região de (Quixabas) era muito extensa. Começava três ou quatro quilômetros abaixo da cidade, com as terras de Seu Gil, e ia até as terras de Joaquim Amâncio, nas divisas com Riacho Escuro e Malhada Alegre.

Os dois fazendeiros ocupavam os extremos opostos da localidade, o primeiro ao poente e o último ao nascente, e se destacavam por características notáveis. Apesar de serem bas-tante diferentes eram, no entanto, amigos um do outro e ambos trabalhadores incansáveis que se notabilizavam por motivos singulares: Gil exercia a prática da medicina homeopática, re-ceitando pluméria para picados de cobra; beladona, camomila, arsênico, anis, mercúrio, milona, noz-vômica, acônito, arnica, sulfa, ipecacuanha etc., para toda sorte de doenças. Tinha um livro de medicina, escrito por um médico chamado Brucani Costa, que costumava ler para melhor receitar seus clientes, criaturas de quem jamais recebera um tostão, porquanto nunca pretendeu ganhar dinheiro com seu receituário. Generosamente, até fornecia os remédios receitados, caso estivessem disponíveis

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em seu estoque. Muitas crianças foram salvas pela medicina homeopática de Seu Gil, e muitos pais ficaram eternamente gratos pelo que ele fez por seus filhos. Diziam que, para cuidar de suas famílias, não queriam médico melhor do que o amigo fazendeiro.

Contavam que, certa vez, ele prescreveu para um dos seus clientes “Sulfato de cobre”, remédio que não tinha em seu estoque, para complemento da obra de caridade. Por essa razão recomendou ao paciente que fosse a farmácia de Ageu Lélis e comprasse o medicamento. Depois soube que o cliente tinha chegado à farmácia procurando por “sovaco de cobra”, o que levou os balconistas a rirem da procura.

Seu Gil, além de servir como médico do lugar, era homem honesto, trabalhador e de seu lar, servidor e compreensivo, qualidades que o faziam estimado de todos os vizinhos e das pessoas com quem trabalhava ou que o conheciam. Casou-se duas vezes. A primeira, com certa moça da família Braga, de Taperoá, chamada Emília, conhecida por Dona Moça ou Dona Mocinha, nascendo da união três filhos, dos quais apenas se criou Maria Emília. Enviuvou e se casou novamente, com Dona Maria Anália, vinte e sete anos mais moça do que ele. Das segundas núpcias nasceram e se criaram onze filhos, sendo, na ordem decrescente de idade: Gilberto, Sebastião, Dália, Emília, Eulália, Gil-Braz, Terezinha, Vicente, Giusone, Maria Salomé e Salatiel. Gilberto destacou-se por seu grande coração: era generoso e leal; Sebastião, pelo tino comercial e inteligência; Dália, pela disposição para trabalhar e pelo seu espírito de luta; Emília, pela inteligência e calma; Eulália por sua generosidade e apego à família; Gil-Braz, pela capacidade de inventar e construir, generosidade e fraternidade; Terezinha, pela fé, pelo coração generoso e facilidade de fazer amigos; Vicente, pela capaci-dade de enfrentar a vida, pela arte e visão comercial; Giusone, pela vontade de estudar e vencer na vida; Maria Salomé, pela