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1 A QUESTÃO REGIONAL BRASILEIRA E AS POLÍTICAS INDUSTRIAIS RECENTES NO TERRITÓRIO ESTRATÉGICO DE GOIANA-PE ALMIR CLÉYDISON JOAQUIM DA SILVA 1 MAURÍCIO SARDÁ DE FARIA 2 Resumo: Em período recente, o Nordeste brasileiro tem sido alvo de grandes investimentos com impactos e transformações na dinâmica de sua economia. No Estado do Pernambuco, especialmente em Goiana-PE, grandes unidades industriais se instalaram nos últimos anos, configurando novos polos industriais como o farmacoquímico, vidreiro e automotivo. Esses investimentos materializam, de alguma maneira, a nova orientação da política industrial do país implantada a partir do início dos anos 2000, denominada de neodesenvolvimentismo, no qual o Estado passa a assumir um papel estratégico na condução de grandes projetos de infraestrutura, logística e de investimentos em programas na área social. A convergência de grandes investimentos industriais em Goiana trás a tona a questão regional brasileira, onde setores têm sido priorizados na agenda de desenvolvimento do país, além de apresentar profundas transformações na dinâmica econômica local, saindo de uma economia de base agrícola para atividades industriais. Nesta perspectiva, busca-se apresentar uma discussão da questão regional brasileira a partir da observação das políticas industriais recentes direcionadas para o Nordeste brasileiro, especialmente no território estratégico de Goiana-PE. Para tanto, utiliza-se informações secundárias, a exemplo da evolução histórica do PIB, população, valor da transformação industrial, desembolsos do BNDES por região, evolução do emprego por setores de atividade econômica, além de observação participante em visita a plantas industriais na região em questão. Palavras-chave: Neodesenvolvimentismo. Políticas Industriais. Desenvolvimento Regional. Nordeste. Polo automotivo de Goiana - PE. INTRODUÇÃO A recente concentração de grandes polos e projetos industriais em algumas regiões do Estado do Pernambuco e em outros Estados da região Nordeste, ao tempo em que apontam para uma nova orientação da política industrial no país e de tentativas de desconcentração regional, trás a tona um ambiente marcado por rearranjos constantes, deslocamentos recentes, formas de contestação social, novas possibilidades econômicas e problemas sociais. Nesta perspectiva, algumas questões ganham destaque no que concerne à formulação e conformação de problemas que são inseridos na agenda de políticas públicas, as formas em que os atores se relaciona no âmbito das articulações de projetos industriais e sociais, e consequentemente na 1 Economista pela UFPB e Mestrando em Políticas Públicas pela UFPR, Brasil. E-mail: [email protected]. 2 Doutor em Sociologia Política pela UFSC e professor do Departamento de Tecnologia e Gestão da UFPB, Brasil. E-mail: [email protected].

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A QUESTÃO REGIONAL BRASILEIRA E AS POLÍTICAS INDUSTRIAIS

RECENTES NO TERRITÓRIO ESTRATÉGICO DE GOIANA-PE

ALMIR CLÉYDISON JOAQUIM DA SILVA1

MAURÍCIO SARDÁ DE FARIA2

Resumo: Em período recente, o Nordeste brasileiro tem sido alvo de grandes investimentos

com impactos e transformações na dinâmica de sua economia. No Estado do Pernambuco,

especialmente em Goiana-PE, grandes unidades industriais se instalaram nos últimos anos,

configurando novos polos industriais como o farmacoquímico, vidreiro e automotivo. Esses

investimentos materializam, de alguma maneira, a nova orientação da política industrial do

país implantada a partir do início dos anos 2000, denominada de neodesenvolvimentismo, no

qual o Estado passa a assumir um papel estratégico na condução de grandes projetos de

infraestrutura, logística e de investimentos em programas na área social. A convergência de

grandes investimentos industriais em Goiana trás a tona a questão regional brasileira, onde

setores têm sido priorizados na agenda de desenvolvimento do país, além de apresentar

profundas transformações na dinâmica econômica local, saindo de uma economia de base

agrícola para atividades industriais. Nesta perspectiva, busca-se apresentar uma discussão da

questão regional brasileira a partir da observação das políticas industriais recentes

direcionadas para o Nordeste brasileiro, especialmente no território estratégico de Goiana-PE.

Para tanto, utiliza-se informações secundárias, a exemplo da evolução histórica do PIB,

população, valor da transformação industrial, desembolsos do BNDES por região, evolução

do emprego por setores de atividade econômica, além de observação participante em visita a

plantas industriais na região em questão.

Palavras-chave: Neodesenvolvimentismo. Políticas Industriais. Desenvolvimento Regional.

Nordeste. Polo automotivo de Goiana - PE.

INTRODUÇÃO

A recente concentração de grandes polos e projetos industriais em algumas regiões do

Estado do Pernambuco e em outros Estados da região Nordeste, ao tempo em que apontam

para uma nova orientação da política industrial no país e de tentativas de desconcentração

regional, trás a tona um ambiente marcado por rearranjos constantes, deslocamentos recentes,

formas de contestação social, novas possibilidades econômicas e problemas sociais. Nesta

perspectiva, algumas questões ganham destaque no que concerne à formulação e conformação

de problemas que são inseridos na agenda de políticas públicas, as formas em que os atores se

relaciona no âmbito das articulações de projetos industriais e sociais, e consequentemente na

1 Economista pela UFPB e Mestrando em Políticas Públicas pela UFPR, Brasil. E-mail:

[email protected]. 2 Doutor em Sociologia Política pela UFSC e professor do Departamento de Tecnologia e Gestão da UFPB,

Brasil. E-mail: [email protected].

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dinâmica das transformações no convívio social e econômico, a partir de desdobramentos em

termos da temática do desenvolvimento.

Ao tempo em que a perspectiva neodesenvolvimentista tem apontado para uma nova

orientação da política de desenvolvimento do país, aponta também para tentativas de

desconcentração regional de políticas industriais. Nesta agenda, as políticas de investimento

industriais, direcionadas e estimuladas pelo Estado, estão fortemente ligadas ao setor privado

e a fatores externos a região foco de atenção da política.

Os investimentos recentes direcionados para o Nordeste brasileiro têm provocado

impactos e transformações na dinâmica de sua economia. No Estado do Pernambuco, novas

atividades econômicas têm-se configurado, como petróleo e gás, construção naval,

automobilística, petroquímica, assim como a redefinição de segmentos tradicionais, como

metal mecânica, produtos alimentares, bebidas, têxtil e material elétrico. Estudo realizado pela

Fecomércio-PE e Sebrae-PE (2015) apontam para um conjunto de investimentos recentes e

previstos em torno de 17 bilhões de reais na Mata Norte pernambucana, com destaque para os

polos fármaco-químico, vidreiro, automotivo, bebidas e aos projetos imobiliários, de

infraestrutura e logística. Grande parte do volume destes investimentos estão localizados e em

fase de instalação no município de Goiana-PE, cidade historicamente marcada pelas bases de

ocupação colonial e de uma economia tradicionalmente vinculada às atividades

sucroalcooleira. Goiana tem, agora, se adaptado constantemente a uma nova dinâmica

econômica local, a partir da construção da planta industrial mais moderna da montadora

multinacional de veículos do grupo Fiat Chrysler Automobiles (FCA), da Empresa Brasileira

de Hemoderivados e Biotecnologia (HEMOBRÁS) e da Companhia Brasileira de Vidros

Planos (CBVP, também conhecido por VIVIX).

Dado o cenário supracitado, busca-se apresentar uma discussão da questão regional

brasileira a partir da observação das políticas industriais recentes direcionadas para o

Nordeste brasileiro, especialmente no território estratégico de Goiana-PE. Utiliza-se de

informações secundárias, a exemplo da evolução histórica do PIB, população, valor da

transformação industrial, desembolsos do BNDES por região, e evolução do emprego por

setores de atividade econômica.

A QUESTÃO REGIONAL: DESENVOLVIMENTO, INDUSTRIALIZAÇÃO E

NEODESENVOLVIMENTISMO

Os conceitos de desenvolvimento e crescimento econômico aparecem geralmente

associados na literatura econômica. Entretanto, ainda que lentamente, esta visão tem mudado

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e os indicadores sociais têm ganhado importância ao refletir a verdadeira mudança da

qualidade de vida da população. Bresser-Pereira (2006a) associa o desenvolvimento

econômico ao aumento da renda per capita, na medida em que os países promovem suas

revoluções capitalistas. Considera ainda que o desenvolvimento é uma construção histórica

que apresenta como características a acumulação de capital, a incorporação de tecnologia e o

aumento da produtividade, por conta disso tende a se auto-sustentar, quando iniciado.

Prebisch (1949) destaca a importância da industrialização para o processo de

desenvolvimento dos países periféricos, o que não impede o desenvolvimento do setor

agrícola, pois este é fornecedor de divisas. Contudo, alerta que a industrialização não é um

caminho fácil, pois se faz necessário a elevação do padrão de vida da população e da renda

per capita. Foi apenas no decorrer do primeiro e do segundo conflito mundial que os países da

América Latina se industrializaram com a finalidade de não depender das economias centrais.

As experiências históricas próprias dos países latino-americanos têm colocado o Estado

como uma importante instituição responsável pela promoção e condução de estratégias

nacionais de desenvolvimento, ampliando sua participação na segunda metade do século XX

como forma de correção das distorções provocadas pós conflitos mundiais.

O desenvolvimentismo, ou nacional-desenvolvimentismo, surgiu no período

compreendido entre os anos de 1930 a 1970, quando emergiram as estratégias nacionais de

desenvolvimento que apontavam para a necessidade de constituir e fortalecer o Estado

nacional. Trata-se, portanto, das estratégias que os próprios países dependentes passaram a

traçar para impulsionar seu processo de industrialização, ainda que de forma atrasada,

especialmente na América Latina (BRESSER-PEREIRA, 2006b).

Com a crise mundial do Petróleo, em 1973, observou-se a difusão das idéias

econômicas neoliberais no país, opondo-se as idéias intervencionistas keynesianas e da

corrente estruturalista latino-americana, formado principalmente pelos economistas Celso

Furtado, Raul Prebisch e Ignácio Rangel. Com o chamado consenso de Washington, em 1989,

expressão da hegemonia neoliberal, diversos países latino-americanos seguiram firmemente

as medidas neoliberais propostas pelos países ricos, o que só corroborou para as oscilações

políticas e econômicas nos país em desenvolvimento. Isso aponta para a fase de substituição

de uma estratégia nacional de desenvolvimento para uma estratégia externa.

No Brasil, essas idéias neoliberais foram bastante sentidas durante a década de 1990,

com a privatização de empresas estatais, abertura da economia através da difusão da

globalização, obtenção de poupança externa para estimular o crescimento econômico e a

concepção da redução da participação do Estado na economia.

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Os anos iniciais da década de 2000 caracterizam a retomada da discussão do tema do

desenvolvimento no Brasil e na América Latina, bem como o surgimento de uma nova

orientação da política de desenvolvimento no país, o chamado neodesenvolvimentismo, que,

de acordo com Alves (2013), reconhece duas funções importantes para o Estado: investidor e

financiador. O neodesenvolvimentismo atribui assim tanto uma maior participação no

financiamento de investimentos privados através de fundos públicos, quanto a priorização no

investimento em infraestrutura no país. Isso também inclui investimentos na área social e

sobretudo na desconcentração regional de políticas industriais. No que se refere a vertente das

políticas sociais, em muitos casos, verifica-se que as mesmas não têm acompanhado o mesmo

ritmo de crescimento industrial, corroborando para o fato de Alves (2013) referir-se tanto a

política neoliberal quanto ao neodesenvolvimentismo como projetos burgueses, uma vez que,

em contextos e realidades diferentes, estão voltados para a organização do capitalismo

brasileiro.

No âmbito do debate sobre subdesenvolvimento, atrelado este às rígidas estruturas

sociais no Nordeste, saldo negativo da decadência da economia açucareira no século XVII,

Furtado (1984a) considera que existe um impasse estrutural ao se pensar desenvolvimento

para a região a partir de uma lógica importada do exterior, de maneira que esse impasse

somente poderá ser superado por dois fatores: elevação da homogeneidade da sociedade e

abertura para a realização das potencialidades da cultura interna. Ao pensar uma política

alternativa de desenvolvimento para o Nordeste, Furtado (1984) destaca o papel das

universidades no aprofundamento de estudos dos problemas complexos da região, assim

como para disseminar o conhecimento a um público que, em geral, encontram-se excluídos

dos centros de poder.

Para Furtado (1984) é fundamental que exista um centro dinâmico para impulsionar o

desenvolvimento. No caso do Nordeste, esta função foi forjada pela demanda externa, através

da economia primário-exportadora e, recentemente, pelos investimentos financiados em

infraestrutura e aos investimentos industriais, muitas vezes subsidiados. Entretanto, considera

que o crescimento gerado por esses centros dinâmicos pouco se vincula com a demanda

regional interna, motivo pelo qual as transformações sociais geralmente não recebem a devida

atenção, quando comparado com os investimentos industriais, nos centros dinâmicos.

Considerando que a alternativa para o desenvolvimento do Nordeste seria por meio da

industrialização, Furtado (1984) questiona sobre qual tipo de industrialização a região deve

seguir para gerar as bases de uma política de desenvolvimento, “pois sabemos de experiência

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que a tendência natural é para favorecer indústrias sem qualquer vínculo direto com o

mercado regional” (FURTADO, 1984b, p. 74-75).

A decisão de instalação de indústrias em determinada localidade provoca diversos

efeitos desencadeadores de problemas e conflitos sociais em um território. Essas indústrias,

habitualmente, são atraídas por benefícios concedidos em determinadas localidades, a

exemplo de redução de tributos locais e/ou isenções fiscais. É importante destacar que este

tipo de situação limita o governo no fornecimento de serviços públicos a uma população que

cresce descontroladamente devido às oportunidades que serão geradas. Portanto, é um

processo que, consequentemente, influencia a mudança do quadro social e econômico, com

custos superiores aos retornos sociais.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

O território estratégico de Goiana-PE está localizado na Mesorregião da Mata

Pernambucana, na Microrregião da Mata Setentrional e compreende a Região Estratégica de

Desenvolvimento da Mata Norte. Sua posição geográfica estratégica é visualizada a partir da

distância com a capital pernambucana e paraibana, ficando a 62,8 km e 57 km,

respectivamente. Apresenta uma área de 445.814 km², com densidade demográfica de 150,72

habitantes por km². Com uma população estimada pelo IBGE, em 2015, de 78.618 habitantes,

é o 20º município mais populoso do Pernambuco, o 3º da Mesorregião da Mata Norte e o 2º

da Microrregião da Mata Setentrional. Em 2007 foi classificado pelo IBGE como centro de

zona A, por possuir influência em um contexto microrregional e desempenhando função

estratégica para municípios de seu entorno (IBGE, 2015).

O potencial econômico de Goiana esteve, por muito tempo, atrelado a usinas e engenhos

de cana-de-açúcar. Atualmente as atividades econômicas estão relacionadas ao comércio,

agropecuária e indústria de transformação. Em 2012, Goiana alcançou um PIB de R$

872.238.000,00 e um PIB per capita de R$ 11.491,63 (IBGE, 2015).

As recentes políticas industriais têm possibilitado um processo de aglomeração

industrial, desde o ano de 2009, no município de Goiana-PE e se constituem como questões

que inevitavelmente transcorrem nas agendas políticas dos três níveis de governo. Destacam-

se a construção de três grandes polos industriais que tem sido responsáveis por impulsionar o

dinamismo de crescimento econômico de Goiana e de um conjunto de municípios que estão

em seu entorno, tanto da Zona da Mata Norte de Pernambuco quanto da Zona da Mata Sul da

Paraíba. Estes polos compreendem a construção da planta industrial mais moderna da

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montadora multinacional de veículos do grupo Fiat Chrysler Automobiles (FCA), da Empresa

Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (HEMOBRÁS) e da Companhia Brasileira de

Vidros Planos (CBVP, também conhecido por VIVIX). Cabe ressaltar que a instalação desses

empreendimentos atrai para a região uma quantidade expressiva de empresas fornecedoras de

matérias-primas e serviços para expansão da produção dos polos industriais.

O polo automotivo de Goiana-PE, por exemplo, compreende a montadora de veículos

do grupo Fiat Chrysler Automobiles (FCA), inaugurada em abril de 2015, e mais 16 empresas

fornecedoras que juntas compreendem investimentos de 7,1 bilhões de reais – que, quando

atingir a capacidade máxima, produzirá 250 mil veículos por ano e irá gerar cerca de 8 mil

oportunidades de empregos de forma direta e outros milhares de forma indireta

(FECOMÉRCIO-PE, SEBRAE-PE, 2015; JORNAL DO COMMERCIO, 2015).

A partir das discussões realizadas até aqui, pode-se apresentar algumas considerações

sobre alguns dados e indicadores econômicos e sociais do município de Goiana-PE.

Primeiramente, cabe destacar a tendência de crescimento para a população total e estimada

residente. Pela taxa de crescimento simples, verifica-se uma taxa maior para o período de

2012-2015 do que para o período de 2008-2011, 3,58% e 2,43%, respectivamente. Isso pode

ser justificado pelo início das obras civis dos polos industriais em Goiana. Já pela taxa de

crescimento composta, tem-se um crescimento em média ao ano de 13,25%, conforme pode

ser verificado pelo gráfico I, abaixo.

Gráfico I – População total e estimada de Goiana-PE (2008-2014)

Fonte: Elaboração própria, com base em informações do IBGE (2016).

Pela série histórica do Produto Interno Bruto em valores constantes, correspondente ao

período de 2002 a 2012, evidencia-se que o Estado do Pernambuco apresentou um

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crescimento de 88,48%, índice superior ao crescimento do Nordeste (75,96%), do Brasil

(68,29%) e do município de Goiana-PE (38,80%), conforme tabela I.

Já a participação relativa do Nordeste no PIB nacional apresentou uma tendência

crescente ao longo de toda a série, com uma média de 17,83%. A participação do Pernambuco

no PIB regional registrou queda de 2002 a 2005, algumas oscilações entre 2006 e 2008, com

posterior variação positiva até 2012, sendo que a maior variação positiva observada foi em

2010. Já a participação de Goiana tanto no PIB estadual quanto no PIB regional foi de

oscilações predominantemente nulas, mesmo com o inicio de obras civis de algumas empresas

ligadas aos polos vidreiro e fármaco-químico entre 2010 e 2011 e o início das obras civis do

polo automotivo, no final do ano de 2012.

Tabela I – Brasil, Nordeste, Pernambuco e Goiana-PE: Produto Interno Bruto a preços

constantes (ano base: 2012) – 2002 a 2012 (em R$ 1.000).

Ano PIB a preços constantes (2012=100) Participação relativa (%)

Brasil Nordeste Pernambuco Goiana NE/BR PE/NE GO/PE GO/NE

2002 2.609.900.314,68 338.359.466,25 62.255.550,20 628.429,49 12,96 18,40 1,01 0,19

2003 2.746.738.198,13 350.684.312,69 63.513.698,06 565.819,52 13,44 18,11 0,89 0,16

2004 2.915.454.758,40 370.971.864,97 66.089.060,02 563.172,14 14,21 17,82 0,85 0,15

2005 3.050.814.821,94 398.600.665,68 70.929.214,79 566.605,53 15,27 17,79 0,80 0,14

2006 3.264.089.921,17 428.562.421,58 76.445.037,83 609.863,40 16,42 17,84 0,80 0,14

2007 3.509.613.780,87 458.652.863,91 82.098.884,77 601.836,13 17,57 17,90 0,73 0,13

2008 3.775.901.229,51 494.993.192,61 87.717.637,09 698.157,49 18,97 17,72 0,80 0,14

2009 3.867.243.589,87 522.555.627,86 93.628.756,07 729.748,21 20,02 17,92 0,78 0,14

2010 4.249.624.587,43 572.053.781,03 107.294.083,38 832.700,26 21,92 18,76 0,78 0,15

2011 4.384.965.315,39 587.756.327,37 110.490.588,86 838.376,63 22,52 18,80 0,76 0,14

2012 4.392.093.997,51 595.382.228,16 117.340.091,50 872.238,00 22,81 19,71 0,74 0,15

Fonte: Elaboração própria a partir de dados do IPEADATA – Contas Regionais / IBGE Cidades.

Nota: Valores correntes deflacionados a partir do IPCA, com base fixa em 2012.

Legenda: BR (Brasil); NE (Nordeste); PE (Pernambuco); GO (Goiana-PE).

A Tabela II remete para a questão regional brasileira e a consequente concentração da

atividade industrial nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, o que contribui

para o fortalecimento do padrão da divisão inter-regional evidenciada na participação das

regiões Sul e Sudeste no valor da transformação industrial do país3.

Os resultados da tabela II também apontam para a ausência de uma melhor definição da

estratégia nacional de desenvolvimento. O que se tem observado, nos últimos anos, é a

priorização de alguns setores na agenda do país. Esse forte componente setorial nas políticas

públicas, a exemplo de atividades ligadas aos setores de construção naval, automobilística e

petroquímica, induz a utilização de políticas compensatórias para regiões pobres. Isso também

3 Valor da Transformação Industrial corresponde a “diferença entre o valor bruto da produção industrial e os

custos das operações industriais” (IBGE, 2015).

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pode ser corroborado pela ausência de preocupações com as transformações e alterações na

dinâmica econômica e social local, puxado pelos investimentos setoriais.

Por meio da taxa de crescimento simples, verifica-se que, ao longo de todo o período

2002 a 2013, o maior crescimento do valor da transformação industrial foi para o Estado do

Pernambuco (33,5%), seguido de Minas Gerais (17,3%), Rio de Janeiro (9,3%) e crescimento

negativo para São Paulo (-19,4%). Pela taxa de crescimento em média ao ano, taxa de

crescimento composta, o Estado do Pernambuco (11,1%) também apresentou o maior

crescimento, seguido de Minas Gerais (9,8%), Rio de Janeiro (9,1) e São Paulo (6,7%). Em

nível regional, Centro Oeste, Norte e Nordeste obtiveram as maiores taxas de crescimento,

simples e composta.

Os dados também evidenciam que tanto Pernambuco quanto o Nordeste conseguiram

ampliar suas participações relativas no valor da transformação industrial do país. Entretanto,

em 2013, os três Estados do Sudeste (Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo) ainda

concentravam 56,6% de participação na transformação industrial, enquanto que as regiões Sul

e Sudeste, juntas, concentraram 78,8% no mesmo ano. Portanto, mesmo apresentando bom

desempenho nas taxas de crescimento, as regiões Centro Oeste, Norte e Nordeste

permanecem aquém das participações das regiões Sul e Sudeste, conforme pode ser visto na

tabela abaixo.

Tabela II - Valor da Transformação Industrial (% sobre o total do país / 2002-2013) Estados selecionados

e Regiões

brasileiras

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Tx. Crescimento

(%)

Simples Composta

Minas Gerais 10,0 9,7 10,6 10,4 10,4 10,9 11,5 10,1 11,9 11,8 11,2 11,7 17,3 9,8 Rio de

Janeiro 9,6 10,4 10,4 10,5 10,9 10,1 10,6 10,5 10,4 10,5 11,3 10,5 9,3 9,1

São Paulo 42,6 41,0 40,0 40,2 39,3 39,3 37,4 37,9 36,2 35,6 35,0 34,3 -19,4 6,7 Pernambuco 1,3 1,4 1,1 1,1 1,1 1,2 1,2 1,5 1,5 1,5 1,7 1,7 33,5 11,1

Norte 4,9 4,9 5,6 5,8 6,0 5,9 6,2 5,9 7,0 6,8 6,2 6,5 32,7 11,1 Nordeste 8,8 9,0 8,9 9,3 9,9 9,5 9,7 10,0 9,3 9,3 9,5 9,4 6,9 8,9

Sudeste 64,1 63,2 63,3 63,5 63,1 62,7 62,2 60,5 61,0 60,7 60,3 59,2 -7,7 7,7

Sul 19,2 19,5 18,8 17,7 17,6 18,5 18,3 19,1 18,2 18,7 18,9 19,6 1,8 8,5 Centro Oeste 3,0 3,4 3,5 3,7 3,4 3,5 3,7 4,4 4,5 4,5 5,1 5,3 78,5 14,9

Brasil 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 - -

Fonte: Elaboração própria com base em dados do IBGE – Pesquisa Industrial Anual Empresa.

O cenário de novas oportunidades de emprego e de mudança na percepção do trabalho

em Goiana-PE pode ser evidenciado no gráfico II a seguir. Grandes quedas na evolução do

emprego do setor agropecuário são observadas em 2009 e 2011, que dão lugar para uma

tendência crescente para os setores de indústria de transformação, construção civil e serviços

em anos subsequentes.

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Gráfico II - Goiana: Evolução do emprego por setores selecionados de atividade econômica

(saldo do nº de pessoas)

Fonte: Elaboração própria, com base em dados do MTE / Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).

Nota: A evolução do emprego por setores de atividade econômica corresponde ao saldo anual (admissões-desligamentos).

No que diz respeito às contrapartidas e financiamentos concedidos para implantação do

polo automotivo de Goiana, os principais financiamentos foram concedidos por órgãos e

bancos de desenvolvimento públicos, como o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Banco

Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Superintendência do

Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), os quais representam em torno de R$ 4,7 bilhões.

Já o Governo do Estado do Pernambuco entrou com contrapartidas na preparação do

terreno para construção civil da fábrica da Fiat Chrysler e do Supply Park 1, além da

realização (em parceria com Sesi, Senai, Fiat e prefeituras do entorno de Goiana) de um

amplo programa de qualificação profissional destinado as obras civis da montadora. Ao

considerar os financiamentos públicos e as contrapartidas do Governo do Estado obtém-se um

valor entorno de R$ 4,8 bilhões concedidos para formação do polo automotivo de Goiana.

Com essa cifra, fica evidente que, em conjunto, os incentivos ofertados superaram o anúncio

de investimentos divulgado pela Fiat, no valor de R$ 4 bilhões, e põe em questão a

dependência, ainda existente, de recursos governamentais para impulsionar empreendimentos

na região Nordeste.

Os desembolsos do BNDES por região confirmam o forte componente setorial nas

políticas públicas, sem, contudo, mostrar evidências de integração e de potencial condução de

programas de desenvolvimento regional contínuo. Pela tabela III, verifica-se que, em 2009 e

em menor variação em 2011, a participação dos desembolsos do BNDES destinados para a

região Nordeste e para o Estado do Pernambuco, sobre o total do país, sofreu forte elevação,

podendo ser justificado pelos investimentos em setores priorizados pela agenda do país.

Como exemplo tem-se os investimentos em atividades ligadas a construção naval,

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petroquímica, indústria químico-têxtil e metal mecânica, concentrados na região estratégica

do Complexo Portuário de SUAPE na zona da mata sul pernambucana, e aos polos fármaco-

químico e automotivo da Fiat Chrysler, na mata norte do Pernambuco.

Verifica-se, também, que os três Estados da região Sudeste (Minas Gerais, Rio de

Janeiro e São Paulo) continuam a concentrar a maior fatia dos desembolsos do BNDES, que

em 2014 somaram 46%, enquanto que as regiões Sul e Sudeste concentram 68% dos

desembolsos do BNDES.

Tabela III - Desembolsos do BNDES por região (% sobre o total do país / 2002-2014) Estados

selecionados e

Regiões

brasileiras

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Minas Gerais 5,4 9,3 6,0 6,3 7,9 9,2 9,0 6,5 7,9 9,5 8,1 9,1 8,1

Rio de Janeiro 11,3 10,0 7,7 9,1 10,2 12,6 11,4 18,4 21,3 11,4 13,3 10,6 13,9

São Paulo 42,6 39,4 38,5 43,3 39,9 33,9 33,9 26,3 27,3 26,1 23,0 24,0 24,0

Pernambuco 1,2 1,0 0,8 1,6 1,2 2,0 1,8 9,6 2,5 3,3 2,1 1,9 3,1

Norte 5,0 2,1 4,9 3,4 3,2 5,3 5,4 8,2 7,0 7,8 8,6 7,2 7,5

Nordeste 10,1 9,3 6,9 8,1 9,4 8,2 8,4 16,2 10,2 13,5 13,5 13,5 13,0

Sudeste 61,7 59,7 53,5 61,2 61,2 57,9 56,1 52,6 58,2 49,1 46,4 45,7 47,6

Sul 16,3 20,4 21,8 20,3 19,1 19,7 19,2 15,2 17,9 21,4 18,6 22,6 20,4

Centro Oeste 6,9 8,4 13,0 7,0 7,1 8,9 10,9 7,9 6,7 8,2 12,9 11,0 11,5

Brasil 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

Fonte: Elaboração própria com base em dados do BNDES, 2016.

Mesmo que o Nordeste tenha apresentando uma taxa de crescimento de 28,35% ao

longo da série, esse valor revela-se pouco diante da necessidade de redução das desigualdades

regionais, via desembolsos do principal instrumento de estímulo ao desenvolvimento regional

do país, o BNDES.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho buscou apresentar uma discussão sobre as recentes políticas federais

de desenvolvimento e crescimento econômico regional, a partir da observação da dinâmica de

aglomeração industrial em curso no território estratégico de Goiana-PE. Para isso, procurou-

se contextualizar um debate entorno das temáticas do desenvolvimento, crescimento

econômico, industrialização e neodesenvolvimentismo, além de dados secundários sobre a

evolução histórica do PIB, população, valor da transformação industrial, desembolsos do

BNDES por região, e evolução do emprego por setores de atividade econômica.

Com o chamado neodesenvolvimentismo, desencadeia-se uma nova orientação na

política de desenvolvimento industrial do país, atribuindo ao Estado uma maior participação

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no financiamento e investimento de obras estruturadoras e de programas sociais. É na região

Nordeste, e em especial no Pernambuco, que as políticas de desconcentração regional de

investimentos industriais têm ganhado força e gerado expectativas em uma população que,

historicamente, esteve a margem das demais regiões do país e que carregou a herança

histórica do convívio com secas cíclicas e em meio a indicadores sociais, de renda e

infraestrutura não satisfatórios. Em período recente, decisões políticas têm contribuído para a

alteração desse cenário e possibilitado a localização de grandes empreendimentos, antes

direcionados para a região Sudeste do país.

Em Goiana, a localização do polo automotivo foi direcionada por motivações políticas e

empresariais, e que no decorrer das negociações surgiram diversos acordos, incentivos e

financiamentos que estiveram embasados no discurso de justificativa da geração de empregos

diretos e indiretos para a região, assim como ao grande efeito indutor e de desenvolvimento

que o grupo FCA possibilitaria para o conjunto de municípios do entrono de Goiana.

Os rumos do desenvolvimento para o Nordeste e em Goiana estão fortemente ligados tanto a

superação de questões estruturais e logísticas, tendo em vista que muitos projetos são pioneiros na

região, quanto aos projetos sociais a ser incorporado a partir de um planejamento sistêmico e que

priorizem a melhoria da qualidade de vida da população, o que continuará a demandar e depender

de investimentos públicos e de uma vontade política para atender aos anseios históricos do

Nordeste.

Por fim, o valor da transformação industrial e os desembolsos do BNDES por região

indicam para a concentração da atividade industrial no Sudeste do país e a priorização de alguns

setores nas políticas públicas. Entretanto, os investimentos setoriais na região Nordestes,

especificamente em Goiana-PE, ainda não têm demonstrado evidências de integração e de

potencial condução de programas de desenvolvimento regional contínuo.

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