A Princesa Doente

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Literatura infantil

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A Princesa Doente

Era uma vez um pobre rapaz que vivia - com umamadrasta cruel, malvada e horrenda como umafeiticeira. No lugar, todos tinham compaixãodaquele pobre menino que emagrecia a olhos vistosdevido aos inauditos sofrimentos a que estavaexposto.Uma noite, cansado de suportar aqueles maustratos, resolveu fugir, para dirigir-se à Varsóvia,onde esperava encontrar trabalho para ganhar avida.Para sair da casa tinha de atravessar o quarto dabruxa e, quando teve a certeza de ,que ela estavabem adormecida, vestiu-se às pressas, abriudevagar a porta que comunicava com o quarto damalvada madrasta e, com o coração palpitante deemoção, dispôs-se a abandonar aquela casa ondenão conhecera senão a dor e os sofrimentos.A velha não percebeu coisa alguma e o rapaz pôdechegar são e salvo a Varsóvia. Atravessando a praçaonde se erguia o palácio dos soberanos, notou umgrande ajuntamento de pessoas que falavam em

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voz baixa entre si. Muitas mulheres choravam.- Aconteceu alguma desgraça? - perguntou omenino, voltando-se para um velhinho queenxugava os olhos e parecia muito magoado.- A filha do rei está para morrer. Se alguma boafada não quebrar o encanto, o país vai perder a suaamada princesinha.� Está doente?- perguntou o rapaz, cheia decuriosidade.- Sim - respondeu-lhe o velhinho - está de cama eenfraquece cada vez mais. Os sábios declararamnada poderem fazer, porque se acham em face deum malefício provocado por alguma malvadafeiticeira.- E de que doença se trata?- A infeliz princesinha morre porque nas suas veiasnão corre mais a quantidade de sangue necessáriapara manter a vida.E o velho desatou em soluços.O menino afastou-se alguns passos e, justamentenaquele momento, percebeu que era seguido porum cachorro barbudo, que o olhava com insistência,como se quisesse dizer-lhe alguma coisa.O menino parou para acariciá-lo, e então o animalaproximou o focinho do seu ouvido, murmurando :- Não te espantes de me ouvir falar, caro menino.Quero sugerir-te a maneira de salvar a princesinha.Mas será preciso não perderes tempo, do contrárioela morrerá.- Que devo fazer? perguntou o menino.- Escuta-me: a bruxa que fez a filha do rei ficardoente é a tua malvada madrasta. Ela tirou à pobreprincesinha uma garrafa de sangue, que tem

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escondida no seu quarto. Restituindo aquele sangueà doente, ela ficará boa.E o cachorro afastou-se, abanando a cauda.O rapaz começou a refletir e, de repente, veio-lhe àmente que a madrasta conservava uma garrafinhacheia de um líquido vermelho em um armárioatulhado de recipientes estranhos e de pacotes deervas.Sem pensar duas vezes, dirigiu-se de corrida para olugar de onde acabava apenas de fugir e, chegandodefronte da casa da madrasta, entrou pé ante pé,resolvido a apoderar-se da preciosa garrafinha.A feiticeira dormia ainda e ressonava como um folede ferreiro.Caminhando nas pontas dos pés, o meninoaproximou-se do armário e abriu-o, procurandoansiosamente entre os objetos que ali estavamguardados.De repente descobriu a garrafinha cheia de umlíquido vermelho, e apoderou-se dela. Masexatamente naquele instante a velha despertousobressaltada, soltando um grito de terror.Assaltado por um medo louco, o menino tratou defugir, apertando de encontro ao peito a garrafinha.A feiticeira quis segui-lo, uivando e gesticulandocomo uma louca, porém mal transpôs o limiar daporta, caiu por terra pesadamente, contorcendo-seem furiosas convulsões.- Estou perdida! - gemia -. Se a princesa recuperar oseu sangue e viver, eu morrerei.Antes que despontasse o dia, o menino chegara denovo diante do palácio real. Os guardas não oqueriam deixar passar, mas quando o ouviram dizer

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que trazia a salvação da filha do rei,acompanharam-no sem mais à câmara onde a pobreprincesinha estava para entregar a alma a Deus.O rapaz aproximou-se do leito e, incapaz depronunciar uma palavra por causa da emoção que osufocava, apresentou a garrafa à moribunda, que atomou entre as mãos, arregalando os olhos desurpresa, e sentando-se na cama, como se a vidativesse voltado subitamente ao seu organismo.Depois, levou a garrafinha aos lábios e bebeu o seuconteúdo, exclamando- Estou salva! . . . A fada boa me tinha dito que eusó poderia sarar bebendo o sangue que me foraroubado por uma feiticeira malvada!De fato, alguns minutos depois, levantou-se dacama, completamente restabelecida, entre a alegriados soberanos e o contentamento de todos.Alguns anos depois, tornou-se esposa do seusalvador, com o qual viveu contente e feliz.

FIM