A percepção critica pelo olhar de Eça de Queirós

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ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR JOÃO CRUZ Titulo: A percepção critica pelo olhar de Eça de Queirós. Disciplina: Língua Portuguesa Professor: Maria Piedade Teodoro da Silva Alunos: Aline de Mello Cavalcante nº 1 Laryssa Prudencio Cruz nº 13 Nicole Gonçalves Pintor nº 27 Série: 2º ano do Ensino Médio D Jacareí 2014

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ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR JOÃO CRUZ

Titulo: A percepção critica pelo olhar de Eça de Queirós.

Disciplina: Língua Portuguesa

Professor: Maria Piedade Teodoro da Silva

Alunos: Aline de Mello Cavalcante nº 1

Laryssa Prudencio Cruz nº 13

Nicole Gonçalves Pintor nº 27

Série: 2º ano do Ensino Médio D

Jacareí

2014

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1. INTRODUÇÃO

O trabalho visa expor o Movimento Literário Realismo no Brasil e, principalmente,

em Portugal com foco no romancista Eça de Queirós. Uma das principais

características do Realismo é expor em suas obras “a vida como ela é”, mostrando

em pinturas, poesias, musicas a realidade do povo. Essa característica diverge do

Movimento Literário Romantismo, por exemplo, que idealizava a vida e a mostrava

da forma que queriam e não como realmente era. A pesquisa, então, centra-se no

tema O reflexo da sociedade expressa por Eça de Queirós e sua importância para o

Movimento Literário Realismo em Portugal. Com intuito de expor a importância do

Movimento. Ao longo do trabalho, portanto, o grupo buscará respostas aos

questionamentos relacionados às contribuições e ao estilo marcante de Eça de

Queirós dentro do Movimento Literário Realismo.

O intuito dessa pesquisa, então, é apresentar a importância do Movimento

Literário em Portugal com foco no porta voz de sua geração Eça de Queirós, pois

que o autor em questão ainda não fazia parte do centro de interesse do grupo de

pesquisa. Espera-se que no final desse estudo essa deficiência seja amenizada não

só pelo grupo, mas também por possíveis leitores.

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2. A OBRA DE EÇA DE QUEIRÓS DENTRO DO CONTEXTO DO

MOVIMENTO LITERÁRIO REALISMO

2.1 Origens do Realismo português

Por volta do século de 1860, inicia-se em Portugal uma revolução nos

aspectos estéticos, realizado por um grupo de jovens portugueses. O inicio deste

movimento se da quando estes jovens se contrapõem ao Movimento Literário

Romantismo, que tinha como característica marcante o egocentrismo, mundo

idealizado, e ênfase em obras que tinha como inspiração a área rural, eles também

criticavam a corrupção de instituições e à sociedade burguesa portuguesa.

A Revolução em Portugal se deu, principalmente, pela denuncia destes escritores

que mostraram a sociedade que um país pode ser melhor quando se tem

industrialização, ou seja, troca do trabalho de manufatura por maquinas que iria

facilitar a igualação ao resto da Europa. A democracia e o socialismo foram pontos

discutidos para ascensão e progresso social do país.

A oposição entre alguns poetas do Romantismo, como Antônio Feliciano de

Castilho, e os jovens que defendiam a “Nova Ideia”, como Teófilo Braga e Eça de

Queirós, marcou a introdução ao Movimento Literário Realismo em Portugal. Ao lado

do Movimento Literário Romantismo, Castilho pregava o egocentrismo,

sentimentalismo, morbidez e o estremo subjetivismo. Em oposição, Eça e Teófilo

denunciavam uma sociedade burguesa corrupta Essa iniciativa realista se deu com

objetivo de reorientar caminhos políticos, sociais e econômicos para se adaptar ao

restante da Europa. A polêmica entre os românticos e realistas ficou conhecida

como “A Questão Coimbrã”.

Eça de Queiros, grande defensor e porta-voz da geração realista, defende que a arte

tem de ser produzida com intuito de expressar o momento atual em que se vive na

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sociedade, sem idealizações. Gêneros jornalísticos e também literários foi base para

a produção das prosas realistas, mostrando e denunciando a realidade estética.

Eça, o reflexo dos fatos que estavam acontecendo.

2.2.1 Quem é José Maria Eça de Queirós?

José Maria de Eça de Queirós nasceu em 25 de novembro de 1845, numa

casa da Praça do Almada na Póvoa de Varzim, no centro da cidade; foi batizado

na Igreja Matriz de Vila do Conde. Filho de José Maria Teixeira de Queirós, nascido

no Rio de Janeiro em 1820, e de Carolina Augusta Pereira d'Eça, nascida

em Monção em 1826. O pai de Eça de Queirós, magistrado e par do reino, convivia

regularmente com Camilo Castelo Branco, quando este vinha à Póvoa para se

divertir no Largo do Café Chinês.

Eça de Queirós foi batizado como filho natural de José Maria d'Almeida de

Teixeira de Queirós e a mãe era Carolina Augusta Pereira de Eça.

Eça de Queirós (1845-1900) é, sem duvida, o nome mais significativo do

romance realista português; sua obra repercutiu, inclusive, entre os autores da

época, como Machado de Assis e Aluísio de Azevedo.

Na melhor fase de sua produção, Eça de Queiros dedica-se a montar um vasto

painel da sociedade portuguesa, retratada em seus múltiplos aspectos: a cidade

provinciana, a influencia do clero, a pequena e media burguesia de Lisboa, os

intelectuais, a aristocracia, a alta burguesia. A trilogia responsável por fixar essas

diversas cenas da vida portuguesa é formada por O crime do padre Amaro, O primo

Basílio e Os Maias.

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2.2.2 Estilo e características das obras de Eça

Eça de Queiros, grande defensor e porta-voz da geração realista, defende

que a arte tem de ser produzida com intuito de expressar o momento atual em que

se vive na sociedade, sem idealizações. Gêneros jornalísticos e também literários foi

base para a produção das prosas realistas, mostrando e denunciando a realidade

estética. Eça, o reflexo dos fatos que estavam acontecendo. Para ele, a literatura

deve refletir seu tempo, isto é, deve atrelar-se ao mundo que retrata, tomando como

matéria a vida na sociedade.

Apresenta uma visão mais crítica da sociedade, diferente do romantismo que

precedeu o movimento. Eça de Queirós fugiu do estilo clássico de escrita, apostando

em uma maior liberdade na elaboração do texto.

2.2.3 Obras de Queirós

O crime do padre Amaro, obra mais representativo do movimento realista, nota-

se que Eça era anticlerical e criticava a violação dos costumes. Na obra, um jovem

padre, Amaro, se envolve em um relacionamento amoroso com Amélia que acaba

engravidando. Amaro, contrata uma mulher para interromper a gestação o que

resulta na morte de Amélia.

A obra O crime do padre Amaro impactou a sociedade da época pelo fato de

Amaro não expressar nenhum remorso ou culpa ao provocar, indiretamente, a morte

de Amélia. O sarcasmo de Eça esteve mais presente no final da obra, quando

depois de todo o acontecido com Amélia, Amaro sai impune e sem o mínimo

remorso. No fragmento a seguir notamos o sarcasmo de Queirós:

A verdade, meus senhores, é que os estrangeiros invejam-nos... Eu

que vou dizer não é para lisonjear a Vossas Senhorias; mas enquanto

neste país houver sacerdotes respeitáveis como Vossas Senhorias,

Portugal há de manter com dignidade o seu lugar na Europa! Porque a

fé, meus senhores, é à base da ordem! (QUEIRÓS, 2001).

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A trilogia responsável por fixar diversas cenas da vida portuguesa é formada

por O crime do padre Amaro, O primo Basílio e Os Maias.

Em seguida o nome de algumas das outras obras mais representativas de

Eça de Queirós para o Movimento Literário Realismo:

“O Crime do Padre Amaro” e “O Primo Basílio” com temática crítica, o autor causou

polêmica na sociedade portuguesa da época e foi condenado pela Igreja Católica.

O Mistério da Estrada de Sintra (1870)

O Crime do Padre Amaro (1875)

A Tragédia da Rua das Flores (1877-78)

O Primo Basílio (1878)

2.3 Contribuição de Eça de Queirós para a literatura Portuguesa

Eça de Queirós é o representante maior da prosa realista em Portugal, para o

presidente do Instituto Camões "A literatura portuguesa não teria alcançado a

importância internacional de que desfruta sem a contribuição determinante da obra

de Eça de Queirós". Grande renovador do romance abandonou a linha romântica, e

estabeleceu uma visão critica da realidade. Afastou-se do estilo clássico, que

pendurou por muito tempo na obra de diversos autores românticos, deu a frase uma

maior simplicidade, mudando a sintaxe e inovando na combinação das palavras.

Evitou retorica tradicional e os lugares comuns, criou novas formas de dizer,

introduziu neologismos, principalmente utilizou o adjetivo de maneira inédita e

expressiva.

Esse novo estilo só teve antecessor Almeida Garrett e valeu a Eça a acusação de

galicismo e estabeleceu os fundamentos da prosa moderna da Língua Portuguesa.

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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Realizamos a pesquisa com facilidade e parceria, já que todo grupo participaram

empenhando a favor do êxito para se conseguir responder as perguntas de

pesquisa, assim atingir os objetivos estabelecidos; para isso foi feito leitura do livro

didático de Língua Portuguesa Ser Protagonista, de Ricardo Gonçalves Barreto.

Podemos concluir que o Movimento Literário Realismo em Portugal foi uma

revolução em todo o meio artístico (teatro, literatura, músicas) e também uma

revolução que marcou o inicio da industrialização.

Este movimento contou com a presença de diversos poetas, mas como

representante principal ou porta-voz dessa geração Eça de Queiros, que por meio

de suas obras pode expressar toda a realidade de uma sociedade revoltada com a

situação atual da época, que era de desigualdade e fantasia da realidade.

O grupo pôde perceber que Eça de Queirós era e ainda é um ícone para o

Movimento Literário Realismo, pois, foi o primeiro a ir contra o “padrão”, suas criticas

eram escancaradas, como sua “língua felina”, e em suas obras não podem faltar um

pouco de sacarmos, criticas sociais e claro liberdade de expressão.

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4 REFERÊNCIAS

BARRETO, Ricardo Gonçalves. Português ensino médio Ser Protagonista, São

Paulo: editora SM, 2010.

VANANTTE / MELLO, Lenita / Rosane. Língua e Literatura, São Paulo: editora do

Brasil S/A, 1987.

ERNANI / NICOLA, Ernani / José. Curso prático de Língua, Literatura e Redação,

São Paulo: editora Scipione 1997.