A onça está de volta · por lá. Memes a parte, a verdade é que a onça reluta em permanecer na...

4
A onça está de volta O bicho é poderoso, capaz de interditar lago e aeroporto E viabilizar o aeroporto local era cláusula pétrea para Bueno, que nunca acreditou na “lenda do ae- roporto regional”. Na recente visita da governadora, quando apareceu um extrato comprovando o depó- sito de R$ 10,5 milhões para desa- propriação do regional, Paranhos pediu a palavra. E disse que gente de Cascavel fez tudo para impedir aquele momento. Suspeita-se que o prefeito se referia ao ex. Bem na hora da onça beber água, ficou a dúvida no ar: quem colocou o bicho no noticiário novamente? Edgar teria largado a parda na cidade para criar uma cortina de fumaça no aeroporto regional? Lógico que não! Apesar do ex aparecer nesta foto paparicando um simpático filhote, não há nenhuma pegada que ligue o buenismo a onça que interditou o lago. Em tempo: Se a onça tivesse encontrado o Beto Guilherme na Acesc, ele seria nome de rua e herói cascavelense, pois a bichana estaria alimentada por pelo menos meio ano, tornando-se inofensiva por longo período... Calma Beto, entorne uma garrafa de caninha Oncinha e relaxe, não foi desta vez... A frase que mais repercutiu na página do Pitoco no Facebook, no mês de julho, foi essa: “onças tem muito poder em Cascavel, uma interditou o lago, outra o aeroporto”. A tirada vinha no calor de uma decisão ema- nada minutos atrás, na tarde de quarta-feira, quando o secretário de Meio Ambiente, pastor Romulo Quintino, tentou evitar o lançamento de cristãos aos leões, interdi- tando uma das áreas mais frequentadas da cidade, o Lago Municipal. Romulo tinha seus motivos: uma onça parda estava no noticiário desde que se permitiu filmar no calçadão da Acesc, na madrugada de terça-feira, rumo à região do Lago. Da última vez que negligenciamos com felinos do topo da cadeia alimentar, um menino perdeu o braço para o lendário tigre Wu, no Zoológico Municipal. E o pastor não aspira entrar para a história como tratador de onças. Até o fechamento desta edição, na quinta- -feira (12), o bicho permanecia solto, apesar das inúmeras arapucas montadas na região do lago, providas de apetitosos pedaços de carne crua, iguaria predileta da bichana ago- O Paço adquiriu seis motoniveladoras por quase R$ 3 milhões. O argumen- to do prefeito para ampliar a frota é o comparativo com o valor pago em 2016, quando, no período de quatro meses de readequação terceirizada de estradas, devorou-se R$ 1,4 milhão, o equivalente a três “patrolas” zero. A conta das “amarelas” parece convin- cente. Porém é preciso desenvolver fer- ramentas gerenciais para a crescente frota da Prefeitura em tempos de con- cessões e terceirizações desmoralizadas por picaretas e corruptos. Afinal, a his- tória de Cascavel é recheada de assaltos na mão grande e a luz do dia no parque de máquinas. Olho vivo, Mattei! ra urbanizada. Suspeita- -se que o felino tenha, em algum momento, confiado demais no Goo- gle Maps, e perdeu-se de seu habitat natural, o Parque Nacional do Iguaçu. Outra hipótese é a eventual fuga de algum circo. A turma daquele picadeiro lá no Centro Cívico refuta esta hipó- tese. “Aqui só tem gato escaldado e tigre des- dentado” , teriam dito por lá. Memes a parte, a verdade é que a onça reluta em permanecer na pauta da im- prensa cascavelense e em todas as rodinhas de conversa. Trata-se de um retorno. O bafo da onça se fez presente na licitação do início de 2014, quando a Construtora Onça venceu o certa- me para construir o terminal de passageiros do aeroporto. Naquela ocasião, o então pre- feito, Edgar Bueno rugiu rouco. Ele disse que a Onça enfiaria o projeto do aeroporto no buraco, pois o desconto concedido para ganhar a licitação era inexequível. Cascavel, sexta-feira, 13 de julho de 2018 - Ano XXII - Nº 2155 - Clipping News Agência de Notícias - (45) 3037-5020 - Editor: Jairo Eduardo Porta fechada O sindicato que representa os gráficos de Cascavel e região vai fechar até o final do ano, consequência da reforma trabalhista. Outras entida- des locais seguirão o mesmo caminho. “Uma das coisas de que eu não gosto é o programa ‘Minha Casa, Minha Vida, Meu Fim de Mundo.” (Jaime Lerner, ex-governador, sobre a vitrine social da era lulo-peƟsta, na revista Topview) www.historiascooperativas.com.br André Sanches Pão quente Nem bem a igreja do Macedo rescindiu o contrato de locação, e Jaci Scanagatta já alugou a sede do antigo Cine Delfim. Uma varejista de São Paulo vai refor- mar radicalmente o local e pagar cerca de R$ 30 mil de aluguel.

Transcript of A onça está de volta · por lá. Memes a parte, a verdade é que a onça reluta em permanecer na...

Page 1: A onça está de volta · por lá. Memes a parte, a verdade é que a onça reluta em permanecer na pauta da im-prensa cascavelense e em todas as rodinhas de conversa. Trata-se de

A onça está de voltaO bicho é poderoso, capaz de interditar lago e aeroporto

E viabilizar o aeroporto local era cláusula pétrea para Bueno, que nunca acreditou na “lenda do ae-roporto regional”. Na recente visita da governadora, quando apareceu um extrato comprovando o depó-sito de R$ 10,5 milhões para desa-propriação do regional, Paranhos pediu a palavra. E disse que gente de Cascavel fez tudo para impedir aquele momento. Suspeita-se que o prefeito se referia ao ex.

Bem na hora da onça beber água, fi cou a dúvida no ar: quem colocou o bicho no noticiário novamente? Edgar teria largado a parda na

cidade para criar uma cortina de fumaça no aeroporto regional? Lógico que não! Apesar do ex aparecer nesta foto paparicando um simpático fi lhote, não há nenhuma pegada que ligue o buenismo a onça que interditou o lago.

Em tempo: Se a onça tivesse encontrado o Beto Guilherme na Acesc, ele seria nome de rua e herói cascavelense, pois a bichana estaria alimentada por pelo menos meio ano, tornando-se inofensiva por longo período... Calma Beto, entorne uma garrafa de caninha Oncinha e relaxe, não foi desta vez...

A frase que mais repercutiu na página do Pitoco no Facebook, no mês de julho, foi essa: “onças tem muito poder em Cascavel, uma interditou o lago, outra o aeroporto”. A tirada vinha no calor de uma decisão ema-nada minutos atrás, na tarde de quarta-feira, quando o secretário de Meio Ambiente, pastor Romulo Quintino, tentou evitar o lançamento de cristãos aos leões, interdi-tando uma das áreas mais frequentadas da cidade, o Lago Municipal.

Romulo tinha seus motivos: uma onça parda estava no noticiário desde que se permitiu fi lmar no calçadão da Acesc, na madrugada de terça-feira, rumo à região do Lago. Da última vez que negligenciamos com felinos do topo da cadeia alimentar, um menino perdeu o braço para o lendário tigre Wu, no Zoológico Municipal. E o pastor não aspira entrar para a história como tratador de onças.

Até o fechamento desta edição, na quinta--feira (12), o bicho permanecia solto, apesar das inúmeras arapucas montadas na região do lago, providas de apetitosos pedaços de carne crua, iguaria predileta da bichana ago-

O Paço adquiriu seis motoniveladoras por quase R$ 3 milhões. O argumen-to do prefeito para ampliar a frota é o comparativo com o valor pago em 2016, quando, no período de quatro

meses de readequação terceirizada de estradas, devorou-se R$ 1,4 milhão, o equivalente a três “patrolas” zero. A conta das “amarelas” parece convin-

cente. Porém é preciso desenvolver fer-ramentas gerenciais para a crescente frota da Prefeitura em tempos de con-

cessões e terceirizações desmoralizadas por picaretas e corruptos. Afi nal, a his-tória de Cascavel é recheada de assaltos na mão grande e a luz do dia no parque

de máquinas. Olho vivo, Mattei!

ra urbanizada. Suspeita--se que o felino tenha, em algum momento, confi ado demais no Goo-gle Maps, e perdeu-se de seu habitat natural, o Parque Nacional do Iguaçu.

Outra hipótese é a eventual fuga de algum circo. A turma daquele picadeiro lá no Centro Cívico refuta esta hipó-tese. “Aqui só tem gato escaldado e tigre des-dentado”, teriam dito por lá. Memes a parte, a verdade é que a onça reluta em permanecer na pauta da im-prensa cascavelense e em todas as rodinhas de conversa.

Trata-se de um retorno. O bafo da onça se fez presente na licitação do início de 2014, quando a Construtora Onça venceu o certa-me para construir o terminal de passageiros do aeroporto. Naquela ocasião, o então pre-feito, Edgar Bueno rugiu rouco. Ele disse que a Onça enfi aria o projeto do aeroporto no buraco, pois o desconto concedido para ganhar a licitação era inexequível.

Cascavel, sexta-feira, 13 de julho de 2018 - Ano XXII - Nº 2155 - Clipping News Agência de Notícias - (45) 3037-5020 - Editor: Jairo Eduardo

Porta fechadaO sindicato que representa os

gráfi cos de Cascavel e região vai fechar até o fi nal do ano,

consequência da reforma trabalhista. Outras entida-

des locais seguirão o mesmo caminho.

“Uma das coisas de que eu não gosto é o programa ‘Minha Casa, Minha

Vida, Meu Fim de Mundo.”(Jaime Lerner,

ex-governador, sobre a vitrine social da era lulo-pe sta, na revista Topview)

www.historiascooperativas.com.br

André

Sanches Pão quente

Nem bem a igreja do Macedo rescindiu o contrato de locação,

e Jaci Scanagatta já alugou a sede do antigo Cine Delfi m. Uma

varejista de São Paulo vai refor-mar radicalmente o local e pagar

cerca de R$ 30 mil de aluguel.

Page 2: A onça está de volta · por lá. Memes a parte, a verdade é que a onça reluta em permanecer na pauta da im-prensa cascavelense e em todas as rodinhas de conversa. Trata-se de

O número21 mil, é o número de

brasileiros que o Partido Novo convenceu a pagar quase R$ 30 mensais, em média. A aposta na con-tribuição dos fi liados é um contraponto ao Fundo Par-tidário, verba que o partido recusa por se tratar de di-nheiro público. Somadas, as contribuições voluntárias já passam de meio milhão de reais mensais.

AgendaO McDia Feliz será em 25

de agosto. A meta é vender 15 mil sanduíches para am-pliar de dois para sete o nú-mero de leitos de UTI pediá-trica da Uopeccan. A meta é audaciosa, se obtida, repeti-rá a façanha de Cascavel, ci-dade com melhor desempe-nho neste evento no Brasil.

The endRolou no zap: “Daqui para

frente só vou torcer para meus boletos. Eles vencem sempre...”

02 | [email protected]

A secretaria de Finanças da Prefeitura de Cascavel, fechou, na última terça-feira, um ba-lanço do primeiro semestre de 2018. Entre janeiro e junho deste ano, a receita foi R$ 433,5 milhões, 7,66% mais que igual período do ano passado.

Na contramão da maioria de estados e municípios, a receita cresceu R$ 30,8 milhões. Em valores absolutos, foi importan-te para o desempenho a receita de R$ 54,5 milhões obtida com IPVA (R$ 2,5 milhões a mais que no primeiro semestre de 2017), e do IPTU, que na mes-ma comparação resultou em R$ 5 milhões adicionais este ano, para R$ 37,7 milhões.

Já nos tributos mais vincu-lados ao desempenho da eco-nomia nacional, como ICMS e ISS, houve queda de receita. De outro lado, o termômetro do mercado imobiliário, o ITBI, re-gistrou crescimento de R$ 11,8 milhões para R$ 13 milhões.

O curioso é que a taxa de cole-ta de lixo foi de R$ 16,9 milhões para R$ 18,7 milhões. No mes-mo período, a Prefeitura pagou

no contrato de coleta de lixo R$ 16,8 milhões.

Quer dizer então que a ope-ração lixo é superavitária? Não, receitas como IPTU, IPVA e taxa de lixo estão concentradas na primeira metade do ano. Na segunda metade, o contrato continua rendendo R$ 2,8 mi-lhões e a receita com a taxa qua-se desaparece.

No fi m das contas a maior evolução na receita veio da dí-vida ativa, composta majori-tariamente de débitos antigos, alguns deles tidos como perdi-dos. O refi nanciamento (Refi c) deste ano “cavocou” estes débi-tos. Foram arrecadados R$ 14,3 milhões com o estímulo, 74,6% a mais que igual período do ano passado.

Receita cresce R$ 30,8 miLixo é superavitário no primeiro semestre

45 3038-2255nutricard.com.brO seu cartão de benefícios. OOOOO seu cartão de benefíífí icios

Aquele abraçoPara os assinantes Jack

Szymanski, Paulo Sergio Cordeiro Bini, Daury Au-gusto, Fernando Luiz Motter, Julio Augusto Bo-zza, Elder Schroder, Valmor Pietsch, Claudino de Olivei-ra, Celso Padovani e Loraine Heisler Alcantara.

ARRECADAÇÃO

Page 3: A onça está de volta · por lá. Memes a parte, a verdade é que a onça reluta em permanecer na pauta da im-prensa cascavelense e em todas as rodinhas de conversa. Trata-se de

06 de julho de 2018 | 03

O caminhão elétrico da BYD desliza

silencioso pelas ruas de Indaiatuba: 1/3 do

custo operacional

O próximo dia 21 reserva um ato importante envolvendo bra-zucas no “Planeta China”. Será assinado o contrato de aquisi-ção da maior frota elétrica para coleta do lixo do mundo ociden-tal. A Corpus, gigante da limpe-za pública paulista, irá formali-zar a compra de 200 caminhões 100% elétricos.

A fornecedora é a BYD, em-presa chinesa que tem entre seus sócios o bilionário ameri-cano Warren Buffett (volta-mos a ele, depois). A Corpus porá a frota em operação na cidade de Indaiatuba, região de Campinas, cidade de 240 mil almas, distante 882 km de Cas-cavel.

A encomenda é grande e a en-trega vem escalonada. Quando setembro chegar, chegam tam-bém as primeiras 21 unidades ao interior de São Paulo. Mais que uma ação ambientalmen-te correta (em harmonia com a missão de uma empresa desta natureza), o gesto da Corpus é a sinalização da virada.

Os velhos, fumacentos, ba-rulhentos e onerosos motores

movidos a fósseis estão a cami-nho do museu. Antes de assinar a encomenda, os executivos da Corpus colaram os ouvidos em uma amostra adquirida junto a BYD. Desde 2016, os paulistas trabalham com um caminhão elétrico na frota.

Aos resultados: zero de baru-lho, zero de fumaça (assista o ví-deo no portal www.pitoco.com.br). R$ 15 mil de economia/mês com combustível por caminhão. Ao tirar o pé do acelerador, o veículo freia, e gera energia pelo kers, sistema desenvolvido na Fórmula 1. Assim, o sistema de freios que exige onerosos repa-ros a cada 20 mil km, agora du-ram mais de 80 mil km.

Até a vida útil dos pneus cres-ceu 30%. Cada caminhão deixa de emitir 14 toneladas/mês de CO2, vilão do efeito estufa, do câncer de pulmão e doenças respiratórias que custam 3,3 milhões de vidas no planeta todo ano.

Se o ganho ambiental não co-move todos, vamos ao vil metal: o motor a combustão tem cerca de 1,2 mil componentes, en-

TÁ LIMPO!

Revolução silenciosaSem fumaça e sem ruído, empresa coloca 200 caminhões elétricos na frota

quanto o caminhão elétrico fun-ciona com 20. O custo de manu-tenção do elétrico é equivalente a 1/3 do custo do convencional.

Lógico, tem o fator custo. O preço de um caminhão elétrico é até cinco vezes maior que o fu-macento, embora esta diferença venha caindo ano a ano. O re-torno sobre o investimento vem a médio prazo. Mas o ar mais limpo e o silêncio são entregues à vista.

Em tempo: O que o chinês e o indaiatubense estão fazendo no jornal de Cascavel? É só para lembrar que aqui a frota de ôni-bus do transporte coletivo e os 18 caminhões da coleta do lixo

são 100% movidos pelo líquido negro extraído de dinossauros sepultados no período triássico, cretáceo e mesozoico.

Em tempo 2: A Corpus está implementando a obtenção da energia a partir do aterro sa-nitário, ou seja, o lixo vai virar combustível para tocar a fro-ta elétrica. Ah, sobre o sócio americano na BYD, fabricante de carros, ônibus e caminhões elétricos, vale dizer: Warren, sempre listado no “top 3” dos ri-caços do planeta, é considerado o mais bem sucedido investidor do século XX, conhecido como “O Oráculo”. Ele não jogaria di-nheiro no lixo? Ou jogaria?

Page 4: A onça está de volta · por lá. Memes a parte, a verdade é que a onça reluta em permanecer na pauta da im-prensa cascavelense e em todas as rodinhas de conversa. Trata-se de

Ouvindo atentamente as entre-vistas do Tite e outros técnicos na Copa do Mundo, ouvi complexas explicações táticas para o espor-te que põe 22 homens correndo atrás de uma esfera. Era um tal de “terço fi nal do campo”, “compac-tação”, “bola no ponto futuro”, “linhas de defesa e meio de cam-po espremidas em dez metros”.

Em certo momento da entre-vista, eu já começava a enten-der o futebol como uma ciência exata. Tudo poderia vir para o campo do previsível, desde que compactasse aqui, espremesse o adversário em dez metros ou de-sempenhássemos bem no terço fi nal do campo.

Visitou minha memória um gol antológico que fi z no churrascão de 1º de maio, nos anos 80, lá no Seminário São José. Fui isolar uma bola que saia pela lateral do campo com a perna de subir no ônibus, a esquerda, e acabei pe-gando mal na redonda. Tão mal, que ela ganhou outra direção e encobriu o goleiro adversário. Chamaram aquilo de “gol espíri-ta”, logo ali, no terreiro do cato-licismo.

ANÁLISE

A bola escorregadia e com efeito do imponderável

Acaso Futebol Clube

Será que o local em que a bola entrou seria o ponto futuro do pretérito? Respeito esses milha-res de comentaristas, com recur-sos de avatares se movendo na tela mostrando incríveis siste-mas táticos. Por serem dedica-dos estudiosos do tema, mere-cem meu respeito.

Porém, o futebol é um jogo. E jogo (seja de cartas, dominó ou futebol) sempre irá escalar alguns atletas invisíveis: acaso, sorte, azar. O jogo que eliminou o Brasil foi assim. Ao acaso, a bola bateu no Thiago Silva, no início da partida, e beijou a trave. Mas não entrou.

No lance seguinte, também por obra do acaso e com zero de mérito da Bélgica, a bola desviou no braço do Fernandinho e mu-

Thiago, de joelhos, implora para a

bola entrar. O acaso disse não

dou a história do confronto. É injusto culpar o volante. Sim, o Brasil sentiu a falta de Casemiro, gigante no desarme, mas culpar o Fernandinho é ignorar os po-deres mágicos do imponderável.

Fernandinho, Tite, quem quer que seja, não tem ascensão, nem poderes sobrenaturais, para marcar o craque chamado acaso. Ele é capaz de driblar um time inteiro de galácticos. Insufi cien-te argumentar que fi nalizamos 26 vezes, contra oito dos belgas. Ou que obtivemos 70% de posse de bola.

Esses argumentos não co-movem o acaso. E pior: nem o árbitro de vídeo pode conter o espírito arbitrário do futebol. O vencedor sempre será o Acaso Futebol Clube.

04 | [email protected]