A Nova Perspectiva Sobre Paulo
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![Page 1: A Nova Perspectiva Sobre Paulo](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022082423/55cf9c58550346d033a984bb/html5/thumbnails/1.jpg)
A Nova Perspectiva sobre Paulo
Em primeiro lugar, o que é essa "Nova Perspectiva sobre Paulo"?
Em resumo seria o seguinte: É uma abordagem até mesmo popular nos meios acadêmicos, com
respeito a compreensão do Novo Testamento. Geralmente envolve mudanças significativas na
concepção protestante da doutrina da justificação pela fé (e por isso ela é tão perigosa).
Quem são seus propagadores?
São vários. Mas os "iniciadores", e por isso os mais destacados, são E. P. Sanders (que lançou, em
1977, um livro chamado "Paul and the Palestinian Judaism" (Paulo e o Judaísmo Palestino)), e que
foi o iniciador dessa perspectiva. James D. G. Dunn "refinou" a perspectiva, e nenhum dos dois
confessava a fé evangélica. Agora, ela foi popularizada mesmo por N. T. Wright, um arcebispo
anglicano, que lançou o livro "O que São Paulo realmente disse" (What Saint Paul Really Said). Os
propagadores dessa persperctiva afirmam que são os primeiros desde os primeiros pais da igreja a
entenderem corretamente as epístolas paulinas! ( )
Obs: como já era de se esperar, suas fontes não são bíblicas, mas são rabínicas extra bíblicas.
O que essa perspectiva ensina?
Vários absurdos! Vou apenas listar sem me aprofundar muito. Me aprofundarei um pouco mais
apenas na questão da Justificação pela fé.
1-Paulo não lutava contra o legalismo.
Dizem eles que os fariseus ou judaizantes daquela época não ensinavam salvação pelas obras, mas
que acreditavam na Graça Divina na Salvação.
2-A luta de Paulo era contra a "separação" Judeus/Gentios, e não contra doutrinas teólogicas.
Paulo, na verdade, estava buscando uma "harmonia racial" e diversidade na comunidade da Aliança.
Portanto a reclamação de Paulo era contra o exclusivismo racial e cultural dos líderes judaicos, e
nada tinha a ver com Salvação!
3-O Evangelho é apenas (e tão apenas) uma declaração de vitória.
O Evangelho seria apenas o anúncio do Senhorio de Jesus, e nada além disso.
Segundo eles, não é uma mensagem de redenção individual e pessoal da culpa e condenação do
pecado. Apenas uma declaração que Jesus foi exaltado por Deus como Senhor sobre tudo.
![Page 2: A Nova Perspectiva Sobre Paulo](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022082423/55cf9c58550346d033a984bb/html5/thumbnails/2.jpg)
4-Eles redefinem a Justificação pela Fé!
É nesse ponto que quero me aprofundar pelo menos um pouco a mais, por ser de extrema
importancia.
Segundo eles, quando Paulo escreve sobre "Justificação pela Fé", sua preocupação era "corporativa,
nacional, racial e social", e não individual e soteriológica (Salvação). Teria mais a ver com a
eclesiologia (doutrina da igreja) do que soteriologia (salvação).
Como assim?
Trechos de Wright: "O que Paulo quis dizer com justificação... não era 'como você se torna um
cristão', e sim 'como você pode saber quem é membro da família da aliança'" (p. 122). (ênfase
minha)
"'Justificação', no século 1, não se referia à maneira como alguém podia estabelecer um
relacionamento com Deus. A justificação se referia à definição escatológica de Deus, tanto futura
como presente, de quem era realmente membro do seu povo" (p. 119). (ênfase minha)
"Apesar de uma longa tradição no sentido contrário, o problema ao qual Paulo se reporta em
Gálatas não é uma questão de como exatamente alguém se torna um cristão ou alcança um
relacionamento com Deus. [...] O problema ao qual ele se reporta é: os ex-pagãos convertidos
deveriam ser circuncidados ou não?
Ora, esta questão não está, de maneira alguma, relacionada às questões enfrentadas por Agostinho e
Pelágio, Lutero e Erasmo. À luz da leitura de qualquer pessoa, especialmente no contexto do século
1, está ligado, obviamente, à questão de como definimos o povo de Deus. Ele vede ser definido
pelos símbolos do povo judeu ou de alguma outra maneira?" (p. 120). (ênfase minha)
E ele conclui:
"A justificação, em Gálatas, é a doutrina que insiste em que todos quantos compartilham a fé em
Cristo pertencem à mesma família, não importando suas diferenças raciais, visto que esperam juntos
pela nova criação final." (p. 122)
Segundo Wright, os "obras da Lei" a que Paulo se refere ("Concluímos, pois, que o homem é
justificado pela fé sem as obras da lei" Rm 3.28), diz respeito aos "distintivos da observância da Lei
judaica", tais como circuncisão, leis alimentares e sacerdócio. Apenas os aspectos cerimoniais da lei
de Moisés.
![Page 3: A Nova Perspectiva Sobre Paulo](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022082423/55cf9c58550346d033a984bb/html5/thumbnails/3.jpg)
O que eles declaram é que a justificação pela fé é simplesmente "o povo de Deus é reconhecido por
crer em Jesus, e não por aparência externa", e tão somente isso!
Logicamente, por ter essa visão distorcida da Justificação, Wright e a perspectiva distorcem todos
os demais selos da fé cristã.
A noção de "Justiça de Deus" deixa de ser "algo que Deus leva em conta ou que tenha vantagem
diante dEle", pra ser "sua fidelidade à Aliança".
Também negam a Imputação!
"Se usamos a linguagem de um tribunal, não faz sentido dizer que o juiz imputa, concede,
transmite, lega ou, de algum modo, outorga sua justiça tanto à vítima quanto ao réu. A justiça não é
um objeto, uma substância ou um gás que pode ser transmitido pelo tribunal".
"Se aceitamos a noção de 'justiça' como uma metáfora de tribunal, como tantos o fizeram no
passado, isso dá a impressão de uma transação legal, uma operação comercial fria, quase um
embuste realizado por um Deus racional e correto, mas que dificilmente desejaríamos adorar".
Para eles, um Deus que justifica o ímpio não é digno de adoração! Como eles esperam ser
justificados? ? ? ?
Mais coisas poderiam ser ditas, mas acho que o que já foi dito aqui é o fundamental para podermos
detectar o quão perniciosa e diabólica é essa “nova perspectiva.”
Os autores chegam a usar a Bíblia pra defender suas teorias (como sempre), mas estão longe de
enxergarem o real sentido do que Ela diz, exatamente por não tê-la como fonte primaria, mas a
submetem ao que a tradição rabínica diz, e ao que suas próprias idéias dizem.
Mas o mais pernicioso mesmo, é que os autores assumidamente tem uma "missão ecumênica". O
objetivo deles é o ecumenismo. Esse é o alvo! Por isso, eles leram todas as epístolas Paulinas com
essa visão, e com essa "lente", e exatamente por isso distorceram toda a Palavra de Deus.
O autor declara:
"A doutrina de Paulo sobre a justificação pela fé impele as igrejas, em seu atual estado de
fragmentação, ao dever ecumênico. Não é certo que a mesma doutrina que declara: todos os crentes
![Page 4: A Nova Perspectiva Sobre Paulo](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022082423/55cf9c58550346d033a984bb/html5/thumbnails/4.jpg)
em Jesus pertencem à mesma família (Gálatas 2) seja usada como maneira de dizer que alguns, que
definem de outro modo a doutrina da justificação, pertencem a uma família diferente. Em outras
palavras, a doutrina da justificação não é meramente uma doutrina a respeito da qual católicos e
protestantes possam concordar após árduo empenho ecumênico. A justificação é uma doutrina
ecumênica, a doutrina que reprova todos os nossos agrupamentos de igrejas triviais e mundanos e
que declara que todos os crentes em Jesus pertencem à mesma família... A doutrina da justificação
é, de fato, a grande doutrina ecumênica." (p. 158) (enfase minha)
Isso já mostra para o que esses caras vieram.
Refutando
Apenas uma leve leitura de algumas epístolas de Paulo, ou dos Evangelhos, já desmontam toda essa
doutrina enganadora.
Por exemplo, eles dizem que a religião judaica da época não era legalista. É isso o que a Bíblia diz?
Em Lucas 18.9-14, Jesus conta a parábola do fariseu e do publicano. Jesus disse que o Publicano,
que se considerou e confessou pecador e apelou à misericórdia de Deus, saiu "justificado". Já o
fariseu, que se auto-justificava, saiu da mesma forma que entrou.
E pra quem Jesus contou essa parábola? "...a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram
justos, e desprezavam os outros". Isso já destrói esse argumento.
Agora um ataque ao “centro” da nova perspectiva:
Eles dizem que os "obras da lei" se referem às cerimônias e ao que diferenciavam os judeus dos
demais povos, como por exemplo a circuncisão. Assim, as "obras da lei" não se referiam à
obediência à lei de Deus (Lei essa que condena todo homem), e ao pecado propriamente dito.
Mas o que a Bíblia diz?
"Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca
esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus. Por isso nenhuma carne será
justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado." Rm 3.19
e 20
Ora, pela lei cerimonial vem o "conhecimento do pecado"? É para rir!
Adicionando:
Romanos 2.14 ao 16 diz:
![Page 5: A Nova Perspectiva Sobre Paulo](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022082423/55cf9c58550346d033a984bb/html5/thumbnails/5.jpg)
"Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo
eles lei, para si mesmos são lei; Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações,
testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer
defendendo-os; No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo
o meu evangelho."
Quem vai crer que um índio tem "escrito em seu coração" as cerimonias judaicas? É para rir mais
ainda!