a narrativa

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Ficha Informativa Narrativa Autor — Pessoa que inventa a história. Narrador — Ser imaginário, existente no texto e criado pelo autor. Encarregado de contar (narrar) a história. Se o narrador, além de contar a história, é também personagem principal ou secundária, o narrador é participante . Neste caso, a narração é feita na 1ª pessoa. Se o narrador só se limita a contar a história, o narrador é não participante . Neste caso, a narração é na 3ª pessoa. Acção — Acontecimentos inventados pelo autor e contados pelo narrador. Estes acontecimentos são principais ou secundários conforme o seu grau de importância. Personagem — Ser que participa na história e imaginado pelo autor. É personagem principal ou protagonista se desempenha o papel de maior importância Secundária se tem um papel menos evidente no desenrolar da história. Figurante se não desempenha qualquer papel específico, embora a sua existência seja importante para a compreensão da história. Espaço — Os acontecimentos passam-se sempre em qualquer sítio, espaço (casa, rua, floresta,...). Tempo — Os acontecimentos decorrem em qualquer altura (manhã, tarde, noite,...) e podem ter duração variada (minutos, dias, meses,...). Retrato — Conjunto de características que o leitor encontra no texto e que ajudam a imaginar como seria a personagem se ela existisse na realidade. As características podem ser fornecidas ao leitor, pela fala do narrador ou das personagens. O retrato pode ser físico e psicológico . História completa — Geralmente a história começa por preparar o leitor para o que se vai passar em algumas linhas iniciais (introdução ou princípio). Só então se narram os acontecimentos

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Ficha Informativa Narrativa

Autor — Pessoa que inventa a história.

Narrador — Ser imaginário, existente no texto e criado pelo autor. Encarregado de contar (narrar) a história.

Se o narrador, além de contar a história, é também personagem principal ou secundária, o narrador é participante . Neste caso, a narração é feita na 1ª pessoa.Se o narrador só se limita a contar a história, o narrador é não participante . Neste caso, a narração é na 3ª pessoa.

Acção — Acontecimentos inventados pelo autor e contados pelo narrador. Estes acontecimentos são principais ou secundários conforme o seu grau de importância.

Personagem — Ser que participa na história e imaginado pelo autor.

É personagem principal ou protagonista se desempenha o papel de maior importância Secundária se tem um papel menos evidente no desenrolar da história. Figurante se não desempenha qualquer papel específico, embora a sua existência seja importante para a compreensão da história.

Espaço — Os acontecimentos passam-se sempre em qualquer sítio, espaço (casa, rua, floresta,...).

Tempo — Os acontecimentos decorrem em qualquer altura (manhã, tarde, noite,...) e podem ter duração variada (minutos, dias, meses,...).

Retrato — Conjunto de características que o leitor encontra no texto e que ajudam a imaginar como seria a personagem se ela existisse na realidade. As características podem ser fornecidas ao leitor, pela fala do narrador ou das personagens. O retrato pode ser físico e psicológico.

História completa — Geralmente a história começa por preparar o leitor para o que se vai passar em algumas linhas iniciais (introdução ou princípio). Só então se narram os acontecimentos (desenvolvimento ou meio) e, finalmente, também em poucas linhas, o leitor sente, através de uma conclusão, opinião ou parecer, que termina a história (conclusão ou final). Narrativa fechada — A este tipo de narrativa com introdução, desenvolvimento e conclusão, damos o nome de narrativa fechada porque sabemos a sorte final das personagens.

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Texto

O Bule Encantado

A princesa Luísa era muito vaidosa, pois sentia-se muito satisfeita por ser a filha de um rei

poderoso.

Um dia, o embaixador de um remoto país ofereceu à bonita e orgulhosa princesa um esquisito

bule da mais fina porcelana.

A princesa recomendou aos seus servidores que tivessem muito cuidado com o bule, uma vez

que se tratava de um bule encantado do qual nunca se esgotava o chá, sem que tivessem de o encher.

- Só tu poderás beber esse chá desse bule – avisou-a o embaixador – porque, se uma outra

pessoa beber chá dele, ficarás sujeita à sua vontade.

Um dia, oriundos de longínquas terras, chegaram dois príncipes que procuravam cada um, uma

princesa para se casarem.

- A princesa Luísa é muito bonita, irmão – disse o príncipe que montava o cavalo negro. Porque

não paramos e a vamos cumprimentar?

- Desculpem-me por não lhes oferecer uma chávena de chá, príncipes – disse a princesa ao

recebê-los – mas este bule está encantado e só eu me posso servir dele.

Os dois príncipes, muito desgostosos pela descortesia da princesa, despediram-se

apressadamente. Quando os príncipes se foram embora, o bule encheu-se de vida e disse à

surpreendida princesa:

Page 3: a narrativa

- Com medo de ficares sujeita à vontade dos demais, mostraste-te egoísta e pouco generosa. A

partir de agora ninguém quererá beber o teu chá.

Sim, amigos, ninguém quis provar o chá do bule encantado, pois a princesa tinha-se

transformado numa mulher feia e de aspecto desagradável, que assustava todos.

- Não! Não queremos o chá do teu bule – diziam-lhe todos. Temos medo de nos aproximarmos

de ti.

- Oh! - Chorou a princesa. – Ninguém se aproxima do meu palácio e todos rejeitam o chá que

lhes ofereço.

- Segundo dizem – comentou um dos passarinhos com os seus companheiros – a princesa só

recuperará a sua aparência normal se alguém aceitar o chá do bule encantado.

Aconteceu que um cão e um burro, que por ali passavam, pararam um pouco em frente do

palácio da princesa Luísa.

- Não sabes? – disse o burro ao seu ocasional companheiro. Aqui vive a princesa que tem um

bule encantado. Tenho sede, e se me atrevesse, pedir-lhe-ia um pouco de chá.

Mas quando a princesa Luísa apareceu à porta do seu palácio, o burrinho, ao vê-la tão feia,

fugiu a toda a pressa, dizendo:

-Vou mas é beber ao rio! Prefiro presenciar a minha própria imagem, ao beber a água, do que a

dessa princesa tão feia.

Mas o cãozinho, com pena da tristeza que os olhos da jovem revelavam, aceitou uma chávena

de chá do bule encantado.

- Obrigado, amigo! – disse-lhe a princesa. – És um cão muito bom e amável.

Assim que o cão provou o chá, a princesa Luísa recuperou a sua beleza e o animal transformou-

-se num elegante príncipe.

- O líquido do teu bule encantado fez com que eu voltasse à minha verdadeira aparência e a ti

devolveu-te a tua beleza – disse o jovem.

A princesa Luísa casou-se com o príncipe desencantado e deixou de ser vaidosa e egoísta, para

apenas pensar na felicidade dos demais.

Ah, é verdade! O bule encantado desapareceu e nunca mais se voltou a saber nada dele

GRIMM.

Page 4: a narrativa

Escola _____________________________Ficha Formativa

Língua Portuguesa

Nome: _________________________________________ Ano____ Turma ____ Número____

Lê atentamente o texto e responde de forma clara e completa às seguintes questões

1.1- O narrador deste texto é participante ou não participa?

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1.2- Justifica a tua resposta transcrevendo dois exemplos do texto.

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2 - Situa esta história no espaço.

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3 - Identifica a personagem principal e as personagens secundárias.

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4 - No texto há elementos que permitem fazer o retrato psicológico da princesa Luísa. Transcreve-os.

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5 - Que objecto ofereceu o embaixador à princesa?

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5.1- Quais foram as recomendações que lhe fez?

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6 - A princesa cumpriu a sua promessa, mas foi descortês para com os príncipes. Que castigo recebeu?

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7 - Repara que o autor imagina a história contada por um passarinho aos seus amigos pássaros. Que

nome dás a este processo que consiste em atribuir características humanas a seres que o não são?

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7.1- Quais são as outras personagens para quem o mesmo processo foi utilizado?

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8 - Luísa estava muito infeliz porque a partir daquele momento ninguém se aproximava dela. Quem a

ajudou a recuperar o seu aspecto normal?

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8.1 – Que qualidades revelou o animal ao querer ajudá-la?

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9– Qual foi a recompensa por essa ajuda?

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10 – Neste conto maravilhoso o bule é um instrumento de magia. Que poderes mágicos possui?

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11 - Vais agora delimitar as partes desta narrativa.

Estrutura da narrativa

Apresentação das personagens.

I - Introdução: Indicação de um problema a resolver.

Localização espacial da acção.

Delimita-a. Vai desde:__________________________________________

Até:___________________________________________

As personagens actuam de forma diferente,

II- Desenvolvimento: Quando a princesa aparece.

O encantamento desfaz-se mercê da acção

do cão. Suas consequências.

Delimita-a. Vai desde: ________________________________________________

Até:__________________________________________________

III- Conclusão: Desenlace feliz da história.

Delimita-a. Vai desde: __________________________________________________

Até:___________________________________________________

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12 - Vais inventar uma conclusão diferente da do « Bule Encantado».

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Escola _______________________________________

Ficha de Trabalho de Grupo (três alunos)

Língua Portuguesa

Nome: ______________________________________ Ano:____ Turma:____ Número: _____

Conto Maravilhoso

1 - Escreve um conto, escolhendo em cada uma das tiras de opções que se seguem, um herói ou

heroína, algo que ele deseja, alguém ou alguma coisa que o ajude, etc., e assim sucessivamente até à

conclusão feliz do conto.

Escolhe o herói

(heroína) do conto

que vais escrever.

Ou uma personagem inventada por ti

Escolhe a coisa

que essa

personagem

procura.

Ou outra coisa inventada por ti.

Page 8: a narrativa

Alguém ou alguma

coisa, auxilia o herói

(a heroína) que

escolheste,

na sua procura:

Ou alguém ou alguma coisa à tua escolha

O herói (a heroína)

tem de partir para

conseguir o seu

objectivo. Usa

como meio de

transporte:

Ou outro meio escolhido por ti

Na sua viagem

encontra perigos

que deve vencer.

Escolhe- os:

Ou outros perigos imaginados por ti

Chega finalmente

ao local onde está

o que procura:

Ou outro local escolhido por ti.

Page 9: a narrativa

Mas nesse lugar

encontra um

adversário.

Ou outro adversário escolhido por ti.

E o herói (a heroína) 1. ferido(a)

corre grave risco, 2. feito(a) prisioneiro(a)

porque é: 3. condenado(a) à morte

Ou outro risco escolhido por ti

1. Alguém que o/a trata ou a liberta;

Mas tudo acaba 2. utilização de uma arma secreto

bem, graças: 3. utilização de um objecto mágico;

4.um milagre

Ou outra solução escolhida por ti.

E o final é feliz.

Ficha informativa

Conto maravilhoso

Narrativa curta, imaginada e contada pelas pessoas com o fim de entreter e dar prazer.

Page 10: a narrativa

O conto maravilhoso transmite sempre uma lição, ou seja, um ensinamento que ajuda a corrigir

os defeitos.

No conto maravilhoso inserem-se as fábulas (A cigarra e a formiga, O corvo e a raposa, A lebre

e a tartaruga, etc.), as lendas (A lenda das amendoeiras, a lenda de Timor, etc.) e os contos (A Gata

Borralheira, Branca de Neve e os sete anões, A fada Oriana, etc.).

No conto maravilhoso há seres, objectos sobrenaturais que têm o poder de mudar o destino das

outras personagens, revelando assim, poderes inatingíveis pelos humanos.

Há seres bons que ajudam o herói a conquistar o seu objectivo e há os maus que procuram, a

qualquer preço, impedir essa realização.

De entre os seres bons destacam-se as fadas, embora existam fadas más.

As fadas são figuras femininas que usam uma varinha de condão, têm o poder de transformar as

pessoas e as coisas de forma a satisfazerem todos os desejos.

As fadas boas têm o papel de anjo da guarda, protegendo e amparando os desprotegidos (a

madrinha da Gata Borralheira, a fada boa da fada Oriana, etc.). As fadas más são seres cheios de ódio e

desejo de vingança quando se vêem perante alguma coisa que as contraria, ou até, fazendo mal por

prazer (a fada má da fada Oriana e tantas outras.).

O mundo das fadas contribui para transmitir às crianças valores sociais e morais.

A figura da bruxa opõe-se à da fada boa e ajuda a distinguir a ideia entre o bem e o mal.

A bruxa apresenta-se com um aspecto medonho: rosto feio, nariz longo e pontiagudo, dentes

enormes, queixo saliente e aguçado, vestida de negro e envolvida num xaile preto, trazendo na mão

uma vassoura. Esta figura assustadora está presente nos contos: A Branca de Neve e os sete anões, O

Feiticeiro de Oz, A Sereiazinha, etc.

Quanto à estrutura, o conto maravilhoso é uma narrativa fechada com: introdução,

desenvolvimento e conclusão.

Caracteriza-se por haver sempre alguém ou alguma coisa que ajuda o herói a ultrapassar os

obstáculos e a realizar os seus desejos mas, há os que se opõem a essa realização e tudo fazem para

dificultar a vida do herói no entanto, tudo acaba em bem e o conto tem um final feliz.

Fim