A mulher ideal

A mulher ideal pode ser a minha. Pode ser a tua. Ou o que tu pensas da minha. Pode ser o que eu imagino da tua.

Tem que mexer com a imaginação, ser motivo de excitação!

E não pode acabar aí. Tem que continuar em ternura, com todo o cansaço do ato.

Tem que ser apoio prá perna. Tem que ser quentinha. E até pode ter os pés frios!

A mulher é aquela que, com suas virtudes, não amarrota nossos defeitos.

Alimenta nosso ego sem saber cozinhar. Dá de comer à nossa paixão.

Gosta de Brahms, Rachmaninoff e de Roberto Carlos.

É suficientemente inteligente para se fazer de burra.

E que a língua seja cortante para ironizar à altura.

É ideal que seja pequenininha para caber no bolso da camisa.

Aí a gente guarda ela ali, e tira de vez em quando para dar uns beijinhos.

Mas, às vezes, tem que ser grande. Grande de fazer sombra prá gente descansar com água fresca.

Tem que ser objeto de uso pessoal, exclusivo e intransferível!

É aquela que a gente mostra, orgulhoso, para os amigos.

Ou porque é bonita, ou porque é inteligente, ou porque é as duas coisas – e aí a gente não mostra.

Tem que ser extremamente livre prá prender a gente. Mas não pode voar além da nossa capacidade de suportar.

Tem que fazer com a gente tudo o que sempre fez sozinha. Sem vergonha.

Tem que ser bandeidi para nossos arranhões e faixa prás nossas costelas quebradas.

Tem que ser amiga, companheira e até o homem da casa! ...porque esse papel cansa ...

Texto de autor desconhecido

Apresentação por Renato Cardoso

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