A Luta Democrática Contra o Regime Militar Na Década De

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A Luta Democrática Contra o Regime Militar Na Década de !970 *Falarei sobre a luta democrática contra o regime militar A luta democrática luta "ol#tica em"reendida "or am"los setores da sociedade brasileira$ com um grande "eso da atua%&o das or%as "ol#ticas de es'uerda$ entre meados da década de 70 e meados da década de (0 )ou discutir algumas das caracter#sticas e o conte do desta luta a "artir da análise$ em um "rimeiro momento de documentos e "ublica%+es clandestinas "rodu,idas "elas organi,a%+es de es'uerda e num segundo momento de -ornais da im"rensa alternati.a */ conte to da luta democrática se de1niu a"2s a derrota da luta armada$ 'ue im"3s as es'uerdas brasileiras a necessidade de se reorgani,arem "ara a de1ni%&o de um no.o cam"o de atua%&o "ol#tica$ 'ue oi a luta "elas liberdades democráticas No mesmo ano$ em 74 5eisel assumiu a "resid6ncia e deu inicio a disten%ao "ol#tica$ com o seu "ro-eto de 8abertura lenta$ gradual e segura88$ esse "ro- de abertura res"ondia em "artes a con itos internos ao go.erno$ e também te.e uma grande in uencia da "ressao reali,ada "ela sociedade e as or%as "ol#ticas de o"osi%&o :ntao se estabeleceu um "rocesso de luta "ol#tica$ onde de um lado ;a.ia o "ro-eto do go.erno o erecendo uma abertura 8lenta$ gradual e segura88 e de outro a atua%ao de um mo.imento "ol#tico de o"osi%&o 'ue "rocura.a e "andir os limites do "ro-eto$ criando uma es"écie de 8'ueda de bra%o88 *:sse "rocesso de autocr#tica da luta armada$ em 'ue se .iu a necessidade de rede1ni%&o do cam"o de atua%&o "ol#tica te.e inicio com "ublica%+es da re.ista <rasil =ocialista A re.ista <rasil =ocialista era uma "ublica%&o clandestina reunia organi,a%+es criticas ao >C< e ? sua estratégia "ara a re.olu%&o brasil @o >C< "reconi,a.a uma re.olu%&o democrática e nacional Da re.ista <rasil =ocialista a,im "arte a A%ao >o"ular Mar ista Leninista@A>ML $ o Mo.imento Re.olucionário ( de outubro@MR( e a organi,a%ao >ol#tica /"erária@>/L/> / artigos "ublicados "ela re.ista in uenciaram o Mo.imento :studantil 'ue "assou a com"artil;ar as "osi%+es "reconi,adas "ela re.ista e a"resentou uma "lata orma de lutas democráticas $ 'ue oramB anistia A5 $ 1m da re"ress&o$ elei%+es li.res e diretas$ direito de gre.e$ liberdade de organi,a%&o$ e "res mani esta%ao "ol#tica**** Nesse mesmo "er#odo$ muitas organi,a%+es de es'uerda$ também in uenciadas "ela re.ista se reorgani,aram$ e "assaram a ocar seus es or%os em torno da lut "or liberdades democráticas$ "ermitindo 'ue a es'uerda se somasse e em muitos casos liderasse o mo.imento ci.il contra a ditadura militar A "artir da#$ come%ou a se delinear uma cena "ol#tica legal$ 'ue "rocura.a dei a clandestinidade e tornar o mo.imento .is#.el >orém esse "rocesso n&o oi se bai as$ a legalidade era con'uistada com risco e mortes

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A Luta Democrtica Contra o Regime Militar Na Dcada de !970

*Falarei sobre a luta democrtica contra o regime militar. A luta democrtica foi a luta poltica empreendida por amplos setores da sociedade brasileira, com um grande peso da atuao das foras polticas de esquerda, entre meados da dcada de 70 e meados da dcada de 80. Vou discutir algumas das caractersticas e o contedo desta luta a partir da anlise, em um primeiro momento de documentos e publicaes clandestinas produzidas pelas organizaes de esquerda e num segundo momento de jornais da imprensa alternativa.*O contexto da luta democrtica se definiu aps a derrota da luta armada, que imps as esquerdas brasileiras a necessidade de se reorganizarem para a definio de um novo campo de atuao poltica, que foi a luta pelas liberdades democrticas. No mesmo ano, em 74 Geisel assumiu a presidncia e deu inicio a distenao poltica, com o seu projeto de abertura lenta, gradual e segura, esse projeto de abertura respondia em partes a conflitos internos ao governo, e tambm teve uma grande influencia da pressao realizada pela sociedade e as foras polticas de oposio.Entao se estabeleceu um processo de luta poltica, onde de um lado havia o projeto do governo oferecendo uma abertura lenta, gradual e segura e de outro a atuaao de um movimento poltico de oposio que procurava expandir os limites do projeto, criando uma espcie de queda de brao*Esse processo de autocrtica da luta armada, em que se viu a necessidade de redefinio do campo de atuao poltica teve inicio com publicaes da revista Brasil Socialista. A revista Brasil Socialista era uma publicao clandestina que reunia organizaes criticas ao PCB e sua estratgia para a revoluo brasileira (o PCB preconizava uma revoluo democrtica e nacional). Da revista Brasil Socialista fazim parte a Aao Popular Marxista Leninista(APML), o Movimento Revolucionrio 8 de outubro(MR8) e a organizaao Poltica Operria(POLOP). Os artigos publicados pela revista influenciaram o Movimento Estudantil que passou a compartilhar as posies preconizadas pela revista e apresentou uma plataforma de lutas democrticas , que foram: anistia AGI, fim da represso, eleies livres e diretas, direito de greve, liberdade de organizao, expresso e manifestaao poltica.****Nesse mesmo perodo, muitas organizaes de esquerda, tambm influenciadas pela revista se reorganizaram, e passaram a focar seus esforos em torno da luta por liberdades democrticas, permitindo que a esquerda se somasse e em muitos casos liderasse o movimento civil contra a ditadura militar. A partir da, comeou a se delinear uma cena poltica legal, que procurava deixar a clandestinidade e tornar o movimento visvel. Porm esse processo no foi sem baixas, a legalidade era conquistada com risco e mortes.Neste novo cenrio alguns atores passaram a se destacar. Sendo eles: a Igreja Catlica, o Movinto Estudantil e o MDB. O MDB, vitorioso nas eleies de 74, canalizava o descontentamento da sociedade em relao ao regime. A Igreja teve enorme papel na luta pelos direitos humanos, e o Movimento Estudantil recuperava as ruas realizando passeatas e foram responsveis pela criao do Comit 1 de Maio pela Anistia, que foi o primeiro passo para campanha pblica pela anistia no pas.Alm da Igreja, do MDB e do Movimento Estudantil, setores da classe mdia passaram a expressar pblicamente seu repdio aos militares. Foram eles:OAB, ABI, IAB e Sindicato dos Professores. Resurgiram no pas os movimentos das minorias polticas, engrossando a oposio ao regime. O movimento sindical tambm foi retomado, relizando greves e campanhas saleriais.*Agora falarei da segunda fonte para a anlise da luta democrtica, a Imprensa Alternativa. Que eram jornais de formato tabloide, muitas vezes de tiragem irregular, alguns vendidos em bancas, outros de circulao restrita, sempre de oposio. Esses jornais cumpriram um papel importante: questionaram o regime, denunciaram a violncia e a aritrariedade e expressaram uma opinio de esquerda num pas que havia suprimido quase todos os canais de expresso da oposio.A Imprensa Alternativa congregava jornais de vrios tipos, como:1) jornais de esquerda 2) revistas de contra-cultura e 3) publicaes de movimentos sociais como o movimento estudantil e os jornais das minorias polticas(negros, mulheres, homossexuais e ndios).A Imprensa Alternativa cumpriu um importante papel na luta contra o regime militar. Este papel pode ser sintetizado em alguns pontos:#o da rearticulao de foras e militantes polticos aps a derrota da luta armada;#o da possibilidade de ao poltica legal para uma boa parte da esquerda na poca, que atravs destes jornais, podia expor amplamente suas posies polticas;#o de ajudar a forjar um pblico anti-ditadura militar, criando uma opinio pblica cada vez mais favorvel ao Estado de Direito e s liberdades democrticas;#o de ajudar a difundir uma cultura de esquerda`` que divulgava no apenas posies poltcas, mas tembm livros, filmes, msicas e peas de teatro.#o de funcionar, atravs de jornais especficos, como espao privilegiado na construo da identidade poltica de movimentos como o movimento feminista, o movimento negro e o movimento gay.Mas o papel mais importante desempenhado pela Imprensa Alternativa foi a propaganda e a divulgao das grandes campanhas poltcas contra a ditadura militar, foram elas: a campanha contra a carestia, pela constituinte, e a grande campanha nacional pela anistia, que foi o carro chefe da luta pelas liberdades democrticas.Alguns desses jornais foram: O Pasquim(pioneiro), Opinio, Movimento, Versus, Em Tempo*Apartir desta anlise das caractersicas e do contedo da luta democrtica a autora conclui que a luta democrtica foi uma rica experincia devido a: multiplicidade de formas de enfrentamento e de resistncia ditadura e a pluralidade de atores polticos, esta multiplicidade aponta segundo a autora, para uma sociedade plural, criativa, dinmica e potente. Caractersticas positivas, que contrapem ao conjunto de traos negativos ainda fortemente presentes em nossa democracia, como a enorme desigualdade social, autoritarismo, carrupo.