A LITURGIA como ESCOLA DE ORAÇÃO e transmissora da FÉ · 2019. 5. 22. · •Através da sua...
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A LITURGIA como ESCOLA DE ORAÇÃO e
transmissora da FÉ
A liturgia é uma grande coisa. É o mais importante órgão do magistério ordinário
da Igreja.
(Papa Pio XI)
• Através da sua relação vital com as Sagradas Escrituras a liturgia é a fonte primeira da fé,
porque nela guardam-se todos os elementos constitutivos da fé cristã. Se a igreja crê como
reza, cada liturgia é profissão de fé.
• Existe um vínculo indivisível entre a liturgia e a transmissão da fé, a ponto tal que o celebrar a
liturgia seja também a realização do mais importante ato de transmissão da fé
Celebração da Eucaristia do Primeiros Cristãos,
ilustração provavelmente do séc. II
I. Como a liturgia de Hoje transmite a fé
• Apesar do bem operado pela reforma litúrgica, um dos problemas mais difíceis hoje na Igreja é “a
transmissão do verdadeiro sentido da liturgia cristã”.
• Termômetro: educação juvenil
• O verdadeiro sentido da liturgia não se transmite principalmente através de ensinamentos sobre a
liturgia, mas se adquire, em primeiro lugar, pelas liturgias que se vivem e se celebram
costumeiramente, domingo após domingo, nas comunidades cristãs de pertença.
A tentação de voltar aos velhos formalismos
• Sentimentro de tédio, que se manifesta numa espécie de rotina, de um fazer pelo fazer, quando muito, sem convicção e paixão.
• Reação ao tédio: a tentação de voltar a velhos formalismos que a reforma litúrgica, desejada pelo Concílio Vaticano II quis superar
• Sinal de que alguma coisa fundamental talvez tenha faltado na transmissão e na recepção da reforma litúrgica conciliar
• Alguma coisa hoje dificulta o modo de viver, celebrar e compreender a liturgia e também a vida
A busca ingênua do espetacular
• Liturgias espetaculares, liturgias de massa, emocionantes e exaltantes, certamente cristãs na substância, mas não no estilo e na forma
• Na liturgia, aquilo que é espetacular encanta os olhos de todos, mas não converte o coração de ninguém. No cristianismo, o essencial é e permanece invisível aos olhos.
• Redescoberta da seriedade, da simplicidade e da beleza da liturgia
II. Como a liturgia de SEMPRE transmitiu a fé
1. Liturgia e transmissão da fé no mistério da Igreja
• A liturgia não descreve a Igreja, mas a dá a viver e experimentar, antes de tudo, na concreta assembleia litúrgica da própria comunidade cristã de pertença.
• A comunhão nasce daquilo que junto se recebe no interior da assembleia santa.
• A concreta reunião de fiéis é a verdadeira manifestação da santa Igreja de Deus, constituída por pessoas de várias idades, de diferentes condições sociais, de diversos níveis culturais, com escolhas políticas distintas e às vezes opostas
• Esta assembleia formada por pessoas assim tão diversas umas das outras é o reflexo não só da Igreja em abstrato, mas, sobretudo, da comunidade cristã à qual se pertence há décadas e da qual tudo se conhece, e com a qual se deseja formar a comunhão (Koinonia)
• Paz de Cristo
• Aquela assembleia muito concreta, na qual encontras pessoas que tu não escolheste, te diz o que é a Igreja.
• Na assembleia da Igreja, não estamos reunidos em nome de simpatias humanas e afetivas, mas nos reunimos "em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo”
A liturgia parece dizer:
“ Queres conhecer, aprender, guardar e transmitir o mistério da Igreja? Toma parte à assembleia da tua paróquia e aí aprenderás o
que é a Igreja, o que é, na realidade, o corpo de Cristo. Enquanto não compreenderes e aceitares
esta assembleia assim como ela se apresenta, não terás compreendido e aceitado plenamente o mistério da Igreja, porque aí e não em outro
lugar encontrarás, conhecerás aquela humanidade pela qual Cristo deu sua vida”.
1. Liturgia e transmissão da fé no mistério da Eucaristia
A fé eucarística é transmitida na liturgia na maneira como se celebra a própria Eucaristia
Passo a passo...
1. Levantar-se do seu lugar: Eucaristia é alimento para o homem a caminho
2. Juntar-se aos outros na fila: somos irmãos. É a humanidade que vai a Deus, cada um na sua condição
3. Estar de pé com braços estendidos: estar indefeso e incapaz de prejudicar o outro
4. Estender os braços e abrir a mão para receber a comunhão: disponibilidade para acolher o DOM da Eucaristia (não tomar por si mesmo, como Adão e Eva no paraíso):a salvação de Cristo é dom gratuito do Pai
5. “Corpo de Cristo”: “Sede aquilo que vedes e recebei aquilo que sois” (S. Agostinho)
6. Amém: Sim, eu aceito, tenho fé que se trata do corpo do Senhor e eu assumo ser corpo de Cristo!
II. Como a liturgia de AMANHÃ transmitirá a fé
• A necessidade frequentemente manifestada é a de encontrar, na liturgia, uma atmosfera mais orante e mais meditativa.
• uma liturgia contemplativa que harmonize a primazia à interioridade e à interiorização, ou seja, a vontade da apropriação pessoal por parte do cristão daquilo que se diz e se faz na ação litúrgica
• uma liturgia mais espiritual e menos convival. Mais contemplativa e menos festiva. Na qual existam menos palavras e mais Palavra
• Particpação ativa: rever a compreensão
• A celebração litúrgica deverá sempre mais se tornar para o cristão espaço de contemplação, tempo de interiorização, ou seja, experiência da liturgia como escuta da Palavra, oração, adoração e como verdadeiro encontro com Deus. Ao término de uma celebração eucarística dominical, o fiel deveria dizer em seu coração
• Os fáceis sentimentos e os afetos superficiais por longo tempo não alimentam a vida do fiel que, ao contrário, tem necessidade do alimento sólido da Palavra de Deus e da Eucaristia, os quais desde sempre constituem o único alimento sólido e substancial do cristão.
“Não só pela riqueza de seu conteúdo bíblico, mas pela sua natureza de síntese e cume de toda a vida cristã, a Liturgia é fonte inesgotável de
Catequese. Nela se encontram a ação santificadora de Deus e a expressão orante da fé da comunidade. As celebrações litúrgicas, com a riqueza de suas palavras e ações, mensagens e sinais, podem ser consideradas uma ‘catequese
em ato’. Mas, por sua vez, para serem bem compreendidas e participadas, as celebrações
litúrgicas ou sacramentais exigem uma catequese de preparação ou iniciação”. (CR 89)
Referência bibliográfica
• BOSELLI, G. O sentido espiritual da liturgia. Brasília : CNBB, 2014, pp.183-196.