A litíase urinária ou cálculo renal

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A litíase urinária ou cálculo renal, mais conhecida pelas pessoas como “pedras nos rins”, é um problema de saúde muito comum entre a população. Quem sofre de ‘pedras nos rins’ pode apresentar um quadro de sintomas variável que se relaciona diretamente com o tamanho e a localização do cálculo. “É possível fazer o diagnóstico tanto nos episódios de cólica renal, como durante exames de rotina através de ultrassonografia e tomografias computadorizadas”. A litíase renal afeta 3% da população com predomínio no sexo masculino e principalmente com história familiar. Trata-se de uma doença crônica, pois a taxa de recidiva na formação de novos cálculos é elevada. A formação de um cálculo (litíase) no trato urinário pode resultar de muitas doenças. Em geral, as litíases renais são compostas de sais de cálcio (mais comum), ácido úrico, cistina ou estruvita (cálculos de infecção). Cada tipo de litíase tem seu próprio grupo de causas, de forma que o tratamento de cada entidade deve ser específico. Contudo, todos os quatro tipos de cálculos partilham uma patogênese comum, que é essencialmente baseada numa supersaturação excessiva da urina por um material de pobre solubilidade.

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A litíase urinária ou cálculo renal, mais conhecida pelas

pessoas como “pedras nos rins”, é um problema de saúde muito comum entre a população.

Quem sofre de ‘pedras nos rins’ pode apresentar um

quadro de sintomas variável que se relaciona diretamente

com o tamanho e a localização do cálculo. “É possível fazer

o diagnóstico tanto nos episódios de cólica renal, como

durante exames de rotina através de ultrassonografia e tomografias computadorizadas”.

A litíase renal afeta 3% da população com predomínio no

sexo masculino e principalmente com história familiar.

Trata-se de uma doença crônica, pois a taxa de recidiva na

formação de novos cálculos é elevada. A formação de um

cálculo (litíase) no trato urinário pode resultar de muitas

doenças. Em geral, as litíases renais são compostas de sais

de cálcio (mais comum), ácido úrico, cistina ou estruvita

(cálculos de infecção). Cada tipo de litíase tem seu próprio

grupo de causas, de forma que o tratamento de cada

entidade deve ser específico. Contudo, todos os quatro

tipos de cálculos partilham uma patogênese comum, que é

essencialmente baseada numa supersaturação excessiva da urina por um material de pobre solubilidade.

Normalmente as pessoas expelem pela

urina grandes

quantidades de vitaminas, proteínas, minerais, oxalatos, sais de

cálcio, ácido úrico, cistina e, eventualmente, outras substâncias

como penicilina e diuréticos. Em algumas condições a urina pode

ficar saturada dessas substâncias e como consequência formar

cristais que posteriormente tornam-se as conhecidas pedras nos

rins. Os cálculos em geral crescem ao longo das superfícies das papilas

renais (conforme é possível observar na foto acima), desprendem-

se e seguem o fluxo urinário em direção aos ureteres (conforme pode se observar na figura abaixo). Uma vez que muitos desses cálculos são muito grandes para

atravessarem os estreitos condutos do sistema coletor, eles levam

a obstrução do fluxo urinário, o que leva frequentemente a dor

intensa. Desta forma então eles podem atingir grandes volumes e

até mesmo ocupar todo o rim com aspecto de coral ou chifre de

veado, ou descer pelo ureter (canal estreito que sai do rim até a

bexiga, que conduz a urina) causando a cólica renal. Vale lembrar

que o tamanho, posição, densidade do cálculo e também

características do paciente levam a decisão por qual método

escolher para o tratamento.

Acima podemos ver a anatomia do trato urinário ilustrado e

também em um exame normal de urografia excretora.

Perceba que o ureter (canal que conduz a urina a bexiga)

possui poucos milímetros. Desta forma você pode entender

como uma pequena pedra pode obstruir o canal levando a

dor, dilatação do ureter e rim (hidronefrose), infecções e

até mesmo a perda do rim.Toda vez que o ureter é

bloqueado, isto eleva a pressão no trato urinário superior

(rim) destruindo os glomérulos, que são as estruturas que filtram o sangue e produzem a urina.

Classificação das Litíases Urinárias

Cálculos de CÁLCIO = 70 a 90% Cálculos de INFECÇÃO ou ESTRUVITA = 10 a 20% Cálclulos de ÁCIDO ÚRICO = 5 a 10 % Calculos de CISTINA = 2 a 3%

Quadro Clínico

Os cálculos renais podem permanecer sem sintomas por um

bom tempo, até que, ao se desprenderem dos cálices e da

pelve renal e impactarem-se ao nível ureteral ou na bexiga,

ocasionam dor intensa (uma das piores dores humanas) e

súbita (pode acordar o paciente que esteja dormindo), em

cólica, habitualmente nos flancos abdominais, mas que

pode irradiar-se para a região escrotal ou grandes lábios e

períneo. Náuseas e vômitos frequentemente estão

associados. Nesse momento, é importante desfazer um

mito popular: as litíases que provocam obstrução ureteral

são aquelas pequenas, capazes de ocluir o ureter – os

grandes cálculos geralmente permitem a passagem de

urina por suas faces laterais.

Caso haja impactação do cálculo perto da bexiga, podem

ocorrer aumento da frequência urinária e urgência

miccional. Hematúria (sangue na urina) é comum, e deriva

da lesão do uretélio (camada de tecido que recobre a luz do

ureter) à medida que o cálculo migra e o "arranha".