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A INOVAÇÃO ABERTA NAS PME’S DA EURO–REGIÃO GALIZA–NORTE DE

PORTUGAL

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ÍNDICE

SECÇÃO 1 INTRODUÇÃO E OBJETIVOS DA CONSULTA 5

SECÇÃO 2 ENQUADRAMENTO E CARACTERÍSTICAS DAS EMPRESAS 11

SECÇÃO 3 RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO 13

SUBSECÇÃO 3.1 INOVAÇÃO NA EMPRESA 13

SUBSECÇÃO 3.2 RECURSOS HUMANOS 18

SUBSECÇÃO 3.3 PARTICIPAÇÃO NO PROCESSO DE INOVAÇÃO, MÉTODOS E FERRAMENTAS 18

SECÇÃO 4 CONCLUSÕES 23

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Modelo de Inovação Aberta segundo Chesbroug .......................................................... 8

Figura 2: Percentagem de empresas em função da faturação em 2013 .................................... 12

Figura 3: Classificação das empresas por número de trabalhadores.......................................... 12

Figura 4: Inovações por vertente ................................................................................................. 14

Figura 5: Número de tipo de inovações ....................................................................................... 14

Figura 6: Fonte da inovação ........................................................................................................ 15

Figura 7: Tipos de inovação a realizar nos próximos dois anos .................................................. 15

Figura 8: Barreiras à inovação .................................................................................................... 17

Figura 9: Inovação sistemática .................................................................................................... 19

Figura 10: Cultura inovadora por tamanho de empresa ............................................................. 19

Figura 11: Conhecimento da Inovação Aberta por tamanho de empresa .................................. 20

Figura 12: Publicação dos desafios de forma aberta .................................................................. 20

Figura 13: Tipo de compensação ................................................................................................. 21

Figura 14: Colaboração com outros agentes de inovação .......................................................... 22

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Classificação das empresas por tamanho ..................................................................... 9

Tabela 2: Distribuição das empresas por área geográfica e pertença a grupos empresariais ... 11

Tabela 3: Distribuição das empresas por CNAE .......................................................................... 13

Tabela 4: Departamento de I+D .................................................................................................. 18

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Secção 1 INTRODUÇÃO E OBJETIVOS DA CONSULTA

Este relatório reflete os resultados da consulta realizada a pequenas e médias empresas da

Euro-região Galiza-Norte de Portugal. O objetivo da consulta é conhecer melhor a estrutura da

inovação entre estas empresas da Euro-região.

A inovação é reconhecida atualmente como um dos fatores mais influentes na competitividade

das empresas para enfrentar os desafios do mercado globalizado. As empresas recorrem à

inovação para melhorar os seus resultados, através do aumento da oferta de produtos e

serviços (tanto os novos lançamentos como os produtos existentes no portfólio da empresa,)

assim como através da redução de custos internos. Dada a sua importância estratégica, é um

processo que não pode ser ignorado.

O paradigma de como as organizações encaram o processo de inovação está a mudar. À

medida que os mercados se tornam mais dinâmicos, estudos sobre inovação, os seus processos

e gestão dos mesmos despertam mais interesse; os estudos de Adam Smith (1776), Schumpeter

(1934), e Solow (1957) sobre investigação e inovação evoluíram rapidamente com novos

contributos e estudos.

A inovação, segundo a OCDE e Eurostat publicada no Manual de Oslo1, pode definir-se como:

“ Uma inovação é a introdução de um novo, ou significativamente melhorado, produto (bem ou

serviço), de um processo, de um novo método de comercialização ou de um método

organizativo, nas práticas internas da empresa, organização do espaço de trabalho ou relações

externas”.

O conceito-chave desta definição é “introdução”, é decidir; apenas quando a novidade está

implantada no mercado e nos processos internos da empresa é que se pode considerar que fez

inovação. Claro está que esta pode ser bem sucedida tal como pode acabar num fracasso, dado

que toda a inovação implica uma incerteza acerca do resultado final. Por exemplo, a

introdução de um novo produto no mercado pode não obter o retornos esperado por vários

motivos, entre os quais uma baixa aceitação do consumidor, levando ao fracasso da introdução

da inovação. Mas também pode ter sucesso e superar até as expectativas.

O Manual de Oslo também classifica a inovação em quatro categorias:

1. De produto, tanto bem como serviço. Este pode ser novo ou sensivelmente melhorado

nas suas características técnicas, ou um novo conceito de uso para o qual não tinha

sido desenhado inicialmente.

1 OCDE e Eurostats, “Manual de Oslo. Orientações para a recolha e interpretação de dados sobre

inovação”.3ª edição (2006)

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2. De processo, com a introdução de um novo, ou sensivelmente melhorado, processo de

produção ou distribuição. É uma atividade fundamentalmente de organização interna.

3. De comercialização, que é a aplicação de um “novo método de comercialização que

implique mudanças significativas ao desenho do produto, ao seu posicionamento,

promoção ou preço”.

4. De organização, que é a “introdução de um novo método organizativo nas práticas,

organização do posto de trabalho ou relações externas da empresa”. Está

habitualmente relacionada com a redução dos custos internos ou com a produção de

novos produtos. Em qualquer caso, para que se considere realmente uma inovação,

este novo método teria que já ter sido utilizado previamente pela empresa.

A inovação tem associado, na maioria dos casos, um risco, dada a incerteza do resultado final,

tanto de tempo como de recursos (logo, de capital). Frequentemente, também tem associada a

necessidade de fazer uma investigação e um desenvolvimento experimental prévio. Por isso,

cada vez mais se incluem as siglas I+D+I nos programas de apoio ou nas medições dos

processos inovadores.

A definição de Investigação e Desenvolvimento Experimental mais comum é a proposta pelo

Manual de Frascati2:

“A investigação e o desenvolvimento experimental (I+D) compreendem o

trabalho criativo levado a cabo de forma sistemática para incrementar o

volume de conhecimentos, incluindo o conhecimento do homem, da

cultura e sociedade e o uso desses conhecimentos para criar novas

aplicações”.

O objetivo destas atividades está, portanto, associado à geração de novos conhecimentos e,

em alguns casos, a aplicação posterior. Nesta aplicação é onde se liga a inovação, fazendo esta

a última ligação entre a criação de conhecimento e benefício final para a sociedade. Claro que

entre a geração do conhecimento e a sua aplicação e introdução no mercado pode passar

muito tempo, anos ou até dezenas de anos.

A OCDE distingue três tipos de atividades:

1. A investigação básica, que consiste em “trabalhos experimentais ou teóricos que

servem principalmente para obter novos conhecimentos acerca dos fundamentos dos

fenómenos e dados observáveis, sem pensar em dar-lhes nenhuma aplicação ou

utilização determinada.”

2 OCDE, “Manual de Frascati. Proposta de práticas exemplares para inquéritos sobre investigação e

desenvolvimento experimental” (2003).

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2. A investigação aplicada, que compreende “trabalhos originais realizados para adquirir

novos conhecimentos, está dirigida fundamentalmente para um objetivo prático

específico”.

3. O desenvolvimento experimental, que consiste em “trabalhos sistemáticos que

aproveitam os conhecimentos existentes obtidos da investigação e/ou experiência

prática e está dirigida à produção de novos materiais, produtos ou dispositivos, a

colocação em marcha de novos processos, sistemas e serviços, ou a melhoria

substancial dos existentes”.

Do ponto de vista deste trabalho, apenas as últimas duas atividades são relevantes, dado que

se procura conhecer qualitativamente o grau de implantação da inovação no tecido produtivo

da região Galiza-Norte de Portugal. É possível que, por política de imagem corporativa ou por

outros motivos, a empresa financie direta ou indiretamente a investigação básica. Assim, este

conceito não foi incluído no presente estudo por não estar ligado de forma direta aos processos

de inovação.

Uma das mais recentes evoluções neste domínio é o conceito de “Open Innovation” que surgiu

pela primeira vez em 2003 pelo professor Henry Chesbroug, no seu livro “The New Imperative

for Creating And Profiting from Technology”. Neste livro, analisa diversos casos em grandes

empresas americanas e como estas mudaram os seus processos de inovação e sua execução

para a obtenção de benefícios a partir dos resultados obtidos, passando a um conceito de

“inovação aberta”. A definição que propõe posteriormente é:

“Inovação Aberta é o uso das entradas e saídas intencionais de

conhecimento para acelerar a inovação interna e ampliar o mercado

para uso externo da inovação.”3

Este novo conceito assenta no facto de as organizações poderem e deverem usar contributos

externos às suas próprias organizações, como o fazem com o I&D&I interno, com o objetivo de

acelerar o processo de inovação e de o tornar mais eficiente.

Assim, o conceito de Open Innovation, apresentado por Henry Chesbrough, quebra com o

modelo tradicional de inovação (inovação fechada).

3 Em “Open Innovation. Researching a New Paradigm.” Oxford University Press (2006)

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Figura 1: Modelo de Inovação Aberta segundo Chesbroug

No modelo de closed innovation, uma organização é considerada auto-suficiente, integrando

verticalmente todas as fases do processo de inovação. Para isso, as organizações têm de

recrutar e manter os melhores colaboradores, o conhecimento desenvolvido dentro da

organização e o que se reflecte no exterior é considerado uma consequência normal do

processo, que se tenta minimizar através restrições legais e sigilo.

A inovação aberta implica tanto a utilização de ideias internas como externas de forma

intencional, assim como novos caminhos para a exploração dos resultados ou para a obtenção

dos mesmos. Estes novos mecanismos podem estar ligados a obtenção da tecnologia ou

conhecimentos externos (através do licenciamento da tecnologia, a colaboração com outras

empresas para o seu desenvolvimento, a compra da mesma ou até a integração ou aquisição

com terceiros) ou a exploração dos resultados obtidos com a exteriorização, sem uma

intervenção direta por parte da empresa (por exemplo através de licenciamento a terceiros, a

criação de novas campanhas ou a cedência a utilizadores para a criação dos próprios

negócios).

Além dos mecanismos identificados por Chesbrough, existem também numerosos exemplos de

inovação aberta onde o cliente final encontra novos usos para os produtos ou serviços

desenvolvidos pela empresa que, convenientemente identificados, podem gerar novas linhas de

negócio ou produto. Por outro lado, a empresa inovadora, que pode não encontrar solução

para um problema na sua cadeia de inovação, pode abrir o problema à comunidade mundial

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na busca de uma proposta de solução. Assim, apareceram serviços como Innocentive, onde se

colocam problemas e se procuram respostas para os mesmos, sempre com uma recompensa

caso seja utilizada a proposta, que pode ser gratificação económica ou um contrato para

desenvolvimento da mesma.

Utilizando inovação aberta ou fechada, a classificação de uma pequena ou média empresa

como inovadora também requer algum critério. O manual de Oslo define, de forma

simplificada, uma empresa inovadora como:

“Uma empresa inovadora é aquela que introduziu uma inovação

durante o período de tempo analisado”

Neste estudo, o período no qual se consideram inovações é de 2 anos. Também se planeia a

possibilidade de introduzir novas inovações nos 2 anos seguintes.

Uma segunda classificação importante para este estudo é a de pequena ou média empresa, já

que se excluem deste estudo tanto organismos de investigação como empresas grandes. Para a

inclusão como PME foi considerada a classificação da Comissão Europeia4, tendo em conta a

associação ou vinculação com um grupo de empresas pela dificuldade posterior de

classificação ou até identificação por parte do participante no estudo. Em resumo, segue a

classificação utilizada:

Categoria Funcionários Facturação

Média < 250 ≤ € 50 m

Pequena < 50 ≤ € 10 m

Micro < 10 ≤ € 2 m

Tabela 1: Classificação das empresas por tamanho

No estudo, as empresas médias foram divididas em duas categorias, aquelas com menos de

100 trabalhadores e aquelas com mais.

Ainda que a inovação se considere, como dito anteriormente, uma ferramenta fundamental

para a competitividade da empresa num mundo globalizado e em constante mudança, não

está livre de barreiras e dificuldades. É necessário conhecê-las para poder atuar sobre elas. A

identificação das barreiras mais comuns que se incluíram no estudo foi realizada através de

busca na literatura científica5, agrupando posteriormente aquelas que eram comuns entre os

4 Recomendação 2003/361/CE da Comissão, de 6 de Maio de 2003, sobre a definição de micro, pequenas

e médias empresas [Diario Oficial L 124 de 20.5.2003]. 5 Madrid-Guijarro, et al. “Barriers to Innovation among Spanish Manufacturing SMEs. Journal of Small

Business Management 2009 47(4), pax. 465-488

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diferentes estudos. Assim, a lista de vinte e cinco barreiras identificadas com que as empresas

se defrontam são:

1. Dificuldade na utilização e custo da tecnologia

2. Clima interno competitivo por desconfiança da equipa

3. Custo alto em relação ao benefício

4. Estratégia de implementação não muito bem definida ou comunicada à equipa

5. Falta de apoio da direção

6. Dificuldade de implantação/encontrar ferramentas eficazes

7. Falta de pessoal qualificado

8. Alto custo da inovação

9. Dificuldade para controlar o custo da inovação

10. Perceção de um risco excessivo do processo de inovação

11. Falta de pessoal qualificado no mercado

12. Problemas para reter o pessoal qualificado

13. Resistência dos funcionários à mudança

14. Resistência da direção à mudança

15. Apoio insuficiente do governo

16. Instabilidade económica

17. Falta de informação sobre o mercado

18. Falta de infraestruturas regionais de apoio à inovação

19. Falta de informação sobre as tecnologias

20. Falta de possibilidades de colaboração com sócios externos

21. Falta de conhecimento sobre a gestão da inovação

22. A cultura da empresa não favorece a inovação

23. A burocracia da empresa não favorece a inovação

24. O estilo da direção não favorece a inovação

25. Resistência a partilhar conhecimento ou resultados com colaboradores

O inquérito realizado às empresas da Euro-região pretendeu abordar o tema “Open

Innovation”, e referindo o que é dito no início do inquérito, os principais objetivos deste são:

- Identificar o volume de empresas que fazem Inovação;

- Identificar o modelo de Inovação que aplicam (fechado, aberto ou ambos);

Parida, V. el al., “Inbound Open Innovation Activities in High-tech SMEs: The Impacto n Performance”

Journal of Small Business Management 2012 50(2), pp 283-309

Tabas, et al. “Barriers to developement of the innovation potential in the small and médium-sizes

enterprises”, Acta uniersitatis er silviculturae mendelianae brunensis, volumen LIX (7) 2011

Eelko K.R.E. Huizingh, “Open innovation: State of the art and future Perspectives”, Technovation 31 (1)

2001, pp 2-9

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- Conhecer melhor os processos de Inovação das empresas.

Secção 2 ENQUADRAMENTO E CARACTERÍSTICAS DAS EMPRESAS

O inquérito foi pensado para ser respondido pela direção da empresa ou pelo responsável pelo

desenvolvimento de novos produtos, processos e serviços.

A ferramenta usada foi a plataforma livre Lime Survey e decorreu entre 17/03/2014 e

30/04/2014.

O número total de empresas inquiridas foi 160, no entanto serão apresentados os dados

relativos aos inquéritos respondidos na totalidade. Sendo assim, o número de inquéritos válidos

é de 52.

As empresas participantes são portuguesas e espanholas, pertencentes ou não a grupos

empresariais.

País

Espanha 86.5%

Portugal 13.5%

Pertence a um Grupo de empresas?

Sim 32.7%

Não 67.3% Tabela 2: Distribuição das empresas por área geográfica e pertença a grupos empresariais

Alguns dados acerca das empresas inquiridas:

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Figura 2: Percentagem de empresas em função da faturação em 2013

Figura 3: Classificação das empresas por número de trabalhadores

Classificação CNAE 2009 Percentagem

14-Indústria do vestuário 1.92%

24-Metalurgia, fabrico de produtos de ferro, aço e ligas 15.38%

25-Fabrico de produtos metálicos, exceto maquinaria e equipamentos 17.31%

28-Fabrico de maquinaria e equipamentos 9.62%

Percentagem de empresas por facturação em 2013

Menos de 2 Milhões de Euros Mais de 50 Milhões de Euros Entre 2 e 10 Milhões de Euros Entre 10 e 50 Milhões de Euros

Distribuição das empresas em função do número de trabalhadores

Entre 1 e 9 trabalhadores Entre 10 e 49 trabalhadores Entre 50 e 99 trabalhadores Entre 100 e 250 trabalhadores

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29-Fabrico de veículos automóveis, reboques e semirreboques 1.92%

30-Fabrico de outro equipamento de transporte 1.92%

32-Outras indústrias transformadoras 1.92%

33-Reparação, manutenção e instalação de máquinas e equipamento 3.85%

36-Captação, tratamento e distribuição de água 1.92%

52-Armazenamento e atividades auxiliares dos transportes 1.92%

59-Atividades cinematográficas, de vídeo, de produção de programas de televisão, de gravação de som e de edição de música

1.92%

62-Consultoria e programação informática e atividades relacionadas 21.15%

63-Atividades dos serviços de informação 1.92%

71-Atividades de arquitetura, de engenharia e técnicas afins, atividades de ensaios e de análises técnicas

1.92%

72-Atividades de investigação científica e de desenvolvimento 3.85%

73-Publicidade, estudos de mercado e sondagens de opinião 1.92%

74-Outras atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares 5.77%

86-Atividades de saúde humana 1.92%

9- Atividades dos serviços relacionados com as indústrias extrativas 1.92%

Total 100.00% Tabela 3: Distribuição das empresas por CNAE

A variedade de áreas é elevada, havendo algumas que se destacam, como as de consultoria e

programação e outras relacionadas com a informática (21%), a metalurgia, fabrico de

produtos de ferro, aço e ligas (15%) ou o fabrico de produtos metálicos, exceto maquinaria e

equipamentos (17%).

Secção 3 RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO

Subsecção 3.1 INOVAÇÃO NA EMPRESA

94% das empresas participantes são inovadoras, tendo feito pelo menos um tipo de inovação

nos últimos anos, com uma grande maioria delas tendo feito 3 e 4 modos de inovação (Figura

5). No futuro, 88% delas tem planeado fazer novas inovações nos próximos anos. A inovação de

produtos e serviços (Figura 4 e Figura 7) tem maior percentagem, mas não há uma clara

vantagem frente a outro tipo de inovação.

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Figura 4: Inovações por vertente

Figura 5: Número de tipo de inovações

Os mecanismos para identificar as inovações são fundamentalmente internos, provenientes da

necessidade de encontrar uma solução para um produto, serviço ou processo. A vigilância,

Nos últimos dois anos a sua empresa introduziu mudanças em alguma das vertentes

que se seguem?

Inovação nos produtos Inovação no processo

produtivo ou serviços

Inovação na gestão

organizativa

Outros aspetos

Não sei

Não

Sim

Número de tipo de inovação

Dois últimos anos Próximos dois anos

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fundamentalmente técnica, também contribui de forma significativa para a identificação da

necessidade de inovar.

Figura 6: Fonte da inovação

Figura 7: Tipos de inovação a realizar nos próximos dois anos

As barreiras à inovação (Figura 8) estão basicamente concentradas nos custos e incertezas,

sendo a atual crise económica a maior barreira para inovar. Outros fatores associados ao

Como surgiram as inovações realizadas?

Não sei

Não

Sim

Proposta interna: Ideias surgidas dos funcionários

Proposta interna: busca de uma solução para um

problema num produto, serviço ou processo

Vigilância competitiva: evolução dos competidores

Vigilância comercial: evolução dos produtos e

mercados, contactos com clientes ou outras empresas

Vigilância Socioeconómica: evolução normativa e

aspetos socioeconómicos

Vigilância tecnológica: evolução de novas tecnologias

Inovação nos produtos Inovação no processo

produtivo ou serviços

Inovação no na gestão

organizativa

Outros aspetos

Nos próximos dois anos a sua empresa prevê introduzir mudanças em alguma das

vertentes que se seguem?

Sim

Não sei

Não

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pessoal ou a questões técnicas não são vistos atualmente como uma dificuldade. Portanto, é

possível supor que a colaboração com outras empresas compartilhando todos os riscos é uma

possibilidade para fomentar a inovação.

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Figura 8: Barreiras à inovação

Valorize em que medida as seguintes opções seriam uma barreira ou obstáculo à Inovação

na sua organização

Dificuldade da utilização da tecnologia

Clima interno competitivo por desconfiança da

equipa

Custo alto em relação ao benefício

Estratégia de implementação não muito bem

definida nem comunicada à equipa

Falta de apoio da direção

Dificuldade de implementação /encontrar

ferramentas eficazes

Falta de pessoal qualificado na empresa

Alto custo da Inovação

Dificuldade para controlar o custo da Inovação

Perceção de um risco excessivo do processo de

inovação

Falta de pessoal qualificado no mercado

Problemas para reter o pessoal qualificado

Resistência dos colaboradores à mudança

Resistência da direção à mudança

Insuficiente apoio do estado

Incerteza económica

Falta de informação sobre o mercado

Falta de infraestruturas regionais de apoio à

inovação

Falta de informação sobre as tecnologias

Falta de possibilidades de colaboração com

parceiros externos

Falta de conhecimento sobre a gestão da Inovação

A cultura da empresa não favorece a Inovação

A burocracia da empresa não favorece a Inovação

O modelo de direção não favorece a Inovação

Resistência na partilha do conhecimento ou

resultados com os colaboradores

Me

dian

a M

od

a

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Subsecção 3.2 RECURSOS HUMANOS

As próximas questões relacionam-se com os departamentos de Inovação ou I+D presentes nas

empresas e perceber a eventual influência ao longo do tempo. 58% das empresas participantes

têm um departamento dedicado a I+D, com uma média de 3.8 pessoas, tipicamente duas

pessoas. 90% das empresas têm uma pessoa que lidera o processo de inovação.

Dispõe de um departamento de Inovação ou I+D?

Sim 58%

Não 42%

Quantas pessoas dispõe? Média 3.8 Tabela 4: Departamento de I+D

Subsecção 3.3 PARTICIPAÇÃO NO PROCESSO DE INOVAÇÃO, MÉTODOS E

FERRAMENTAS

Uma elevada percentagem das empresas já fazem inovação de forma sistemática (Figura 9).

No futuro, é possível que esta percentagem aumente devido a uma elevada percentagem das

restantes empresas que preveem fazê-lo (37% da amostra total). De facto, 63% das respostas

considera que a empresa tem uma atividade inovadora, o que reforça a previsão anterior. De

realçar que as microempresas têm uma atitude mais proativa à inovação (Figura 10). No

entanto, o conhecimento da inovação aberta é escasso entre as empresas participantes

(apenas 38% conhecem este conceito), exceto, de novo, as microempresas (Figura 11). Da

escassa percentagem de empresas que conhecem este modo de inovação, 60% já o terá

praticado pelo menos uma vez. Além disso, 90% das empresas participantes declaram que

estariam interessados em participar em alguma atividade deste tipo (o que coincide com as

empresas participantes serem maioritariamente inovadoras, ainda que pessimistas em relação

à atitude inovadora interna).

No entanto, a maior parte delas são reticentes a aplicar um tipo de inovação completamente

aberta, estando apenas dispostas a lançar pedidos ou buscas de soluções a redes de peritos,

mas não a abrir esses pedidos ao público em geral (Figura 12), apesar de esta possibilidade se

ter revelado altamente eficiente em muitos casos. A forma de compensação preferida, no caso

de haver uma solução, é um contrato de colaboração (Figura 13), ainda que cerca de 50% das

empresas aceitaria também a gratificação económica direta. Entre outros mecanismos de

gratificação, foi proposta a entrega de bens em espécie ou patrocínios, não necessariamente

monetários; a atribuição de meios técnicos para desenvolver o projeto, a participação em start-

ups (mecanismo de inovação aberta descrito por Chesbourg); a ajuda à comercialização de

resultados ou acordos de comercialização; a participação empresarial em projetos; ou a

comparticipação de benefícios do projeto durante um tempo determinado.

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Figura 9: Inovação sistemática

Figura 10: Cultura inovadora por tamanho de empresa

Houve propostas para desenvolver projetos inovadores/ Inovações de forma sistemática e

sustentável ao longo do tempo?

Sim Não Já o fazemos Não sei/Não respondo

Entre 1 e 9 trabalhadores Entre 10 e 49 trabalhadores Entre 50 e 99 trabalhadores Entre 100 e 250 trabalhadores

Diria que a sua empresa tem uma cultura inovadora?

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Figura 11: Conhecimento da Inovação Aberta por tamanho de empresa

Figura 12: Publicação dos desafios de forma aberta

Conhece a Inovação Aberta ou Open Innovation?

Não

Sim

Entre 1 e 9 trabalhadores Entre 10 e 49 trabalhadores Entre 50 e 99 trabalhadores Entre 100 e 250 trabalhadores

Na Open Innovation, a ideia básica é aproveitar a inteligência coletiva do público em geral. A

sua empresa estaria disposta a publicar/ lançar desafios ou problemas de forma aberta?

A uma rede de peritos, sem identificar o

nome da sua empresa

A uma rede de peritos, identificando o

nome da sua empresa

Ao público em geral, sem identificar o

nome da sua empresa

Ao público em geral, identificando o

nome da sua empresa

Sim

Não

Incerto

Sem resposta

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Figura 13: Tipo de compensação

Em relação à questão de com quem colaborar, no geral as empresas não têm grandes

reticências a colaborar, sem grandes diferenças entre os diferentes atores da inovação (Figura

14). Destaca, isso sim, a predisposição para o fazer com os seus clientes (o que é bastante

lógico) e provedores. Outras empresas do setor, ainda que não se oponham diretamente, são

menos abertas para realizar processos de inovação.

Sim

Não

Incerto

Que tipo de compensação?

Económica Contrato colaboração Outros

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Figura 14: Colaboração com outros agentes de inovação

Mantém uma visão aberta e recetiva para colaboração?

Incerto

Não

Sim

Outras empresas do setor Clientes Fornecedores Centros

Tecnológicos Universidades

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Secção 4 CONCLUSÕES

As conclusões que se podem obter dos resultados anteriores são:

De forma geral, as empresas inquiridas já possuem processos de I+D, havendo uma

tendência de aumento para o número de empresas que o fazem a breve prazo, por

exemplo, a nível de produtos e serviços.

As soluções têm surgido através de processos internos, mas também fruto da vigilância

competitiva, socioeconómica e tecnológica, havendo componentes de Inovação Aberta

e Fechada.

Na tentativa de apurar eventuais barreiras a aplicação de medidas de Inovação, as

respostas apontam para uma confiança nas capacidades dos meios que as empresas

possuem, no que o mercado tem para oferecer, e na organização/apoio interno.

Por outro lado a relação custo/benefício e a incerteza económica são sempres fatores

importantes e a considerar.

A maior parte das empresas possui um departamento especializado no I+D,

departamentos com um número reduzido de pessoas e na grande maioria com alguém

a liderar.

Concretamente em relação a Open Innovation, a maioria dos inquiridos afirmou

desconhecer o conceito. De realçar que quase a totalidade afirma estar disponível para

participar em iniciativas.

Questionadas sobre a possibilidade de lançar desafios de forma aberta, os resultados

demonstram alguma incerteza, havendo mais confiança quando se propõe fazê-lo

dentro de um grupo de peritos.

Como forma de compensar quem apresente soluções ou ideias, além de gratificações

económicas, há uma forte tendência para acordos e contratos dependentes dos

resultados das medidas aplicadas.

Como parceiros de colaboração, a abertura é grande perante as hipóteses dadas,

principalmente com clientes, provedores e centros tecnológicos.