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ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014 647 A INFLUÊNCIA DA USINA MONTE ALEGRE NA ORGANIZAÇÃO ESPACIAL DO MUNICÍPIO DE MONTE BELO E SUAS IMPLICAÇÕES Francielly Naves Fagundes 1 Ana Rute do Vale 2 [email protected], [email protected] 1 Mestranda Geografia UNESP - Rio Claro 2 Docente do curso de Geografia da UNIFAL-MG RESUMO O setor sucroalcooleiro vem se expandindo no Brasil, alavancado a partir dos anos 2000 em decorrência da utilização do etanol como combustível automotivo (combustíveis Flex Fuel). A maior concentração do setor está no Centro-Sul do país, tendo o Estado de São Paulo como seu principal representante. Em Minas Gerais, a expansão se destaca mais na mesorregião Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, mas vem se intensificando, na última década no Sul/Sudoeste também. Nesse sentido, buscou- se, analisar o processo de territorialização da cana-de-açúcar e expansão do setor sucroalcooleiro no Sul/Sudoeste de Minas Gerais de maneira geral e mostrar a forma como a usina Monte Alegre reordena o espaço agrícola do município sul mineiro de Monte Belo e suas consequências sócio-espaciais. Palavras- chaves: setor sucroalcooleiro; transformações espaciais; consequências. ABSTRACT: The alcohol sector has been expanding in Brazil, driven from the 2000s due to the use of ethanol as an automotive fuel (fuel Flex Fuel). The highest concentration of the industry is in the center-south of the country, and the State of São Paulo as its principal representative. In Minas Gerais, the stands out most the mesorregion Triângulo Mineiro / Alto Parnaiba, but has intensified in the last decade in the South / Southwest, too. Accordingly, we sought to analyze the process of territorialization of cane sugar and alcohol sector expansion in the South / Southwest of Minas Gerais in general and show how the Monte Alegre mill reorders the agricultural areas of southern mining city Monte Belo and it’s socio -spatial. Keywords: sugarcane sector; spatial transformations; consequences.

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A INFLUÊNCIA DA USINA MONTE ALEGRE NA ORGANIZAÇÃO

ESPACIAL DO MUNICÍPIO DE MONTE BELO E SUAS IMPLICAÇÕES

Francielly Naves Fagundes1 Ana Rute do Vale2

[email protected], [email protected]

1 Mestranda Geografia UNESP - Rio Claro

2 Docente do curso de Geografia da UNIFAL-MG

RESUMO

O setor sucroalcooleiro vem se expandindo no Brasil, alavancado a partir dos anos

2000 em decorrência da utilização do etanol como combustível automotivo

(combustíveis Flex Fuel). A maior concentração do setor está no Centro-Sul do país,

tendo o Estado de São Paulo como seu principal representante. Em Minas Gerais, a

expansão se destaca mais na mesorregião Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, mas vem

se intensificando, na última década no Sul/Sudoeste também. Nesse sentido, buscou-

se, analisar o processo de territorialização da cana-de-açúcar e expansão do setor

sucroalcooleiro no Sul/Sudoeste de Minas Gerais de maneira geral e mostrar a forma

como a usina Monte Alegre reordena o espaço agrícola do município sul mineiro de

Monte Belo e suas consequências sócio-espaciais.

Palavras- chaves: setor sucroalcooleiro; transformações espaciais; consequências.

ABSTRACT: The alcohol sector has been expanding in Brazil, driven from the 2000s

due to the use of ethanol as an automotive fuel (fuel Flex Fuel). The highest

concentration of the industry is in the center-south of the country, and the State of São

Paulo as its principal representative. In Minas Gerais, the stands out most the

mesorregion Triângulo Mineiro / Alto Parnaiba, but has intensified in the last decade in

the South / Southwest, too. Accordingly, we sought to analyze the process of

territorialization of cane sugar and alcohol sector expansion in the South / Southwest of

Minas Gerais in general and show how the Monte Alegre mill reorders the agricultural

areas of southern mining city Monte Belo and it’s socio-spatial.

Keywords: sugarcane sector; spatial transformations; consequences.

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EIXO: Geografia Agrária

INTRODUÇÃO

A mesorregião do Sul/Sudoeste de Minas Gerais vem tornando-se um novo

território da cana-de-açúcar (pequena expansão se comparada ao Triângulo

Mineiro/Alto Parnaíba mesorregião líder em produção da matéria-prima), com o

avanço do cultivo (expansão da área agrícola e quantidade produzida) acoplado ao

processo de modernização, via adição de novos maquinários e melhoramento

genético. A partir disso, há um processo de (re) arranjo das bases agrícola e de

transformação nas cadeias produtivas, em que outras culturas (antes tradicionais da

região) deixam de ser produzida para dar lugar à produção de cana-de-açúcar.

A área destinada à produção sucroalcooleira na mesorregião cresceu nos

últimos anos, tendo em vista principalmente série de fatores, entre eles destacam-se

os incentivos governamentais, a fertilidade dos solos e a oferta de mão de obra para

essa atividade.

Essa afirmativa pode ser comprovada a partir dos dados do gráfico 1, que

mostra que após a safra 2005/2006 esse crescimento se faz presente na mesorregião,

pois a área cultivada da cana-de-açúcar dobrou entre essa safra e a de 2011/2012.

Gráfico 1: Área cultivada com cana-de-açúcar na mesorregião geográfica do

Sul/Sudoeste de Minas Gerais em hectares.

Fonte: Elaborado pela UNICA a partir de dados do CANASAT (2013) e organizado por

Fagundes (2013).

Inserido na mesorregião do Sul/ Sudoeste de Minas Gerais, o município de

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nosso estudo, Monte Belo possui população total de 13.061 habitantes, sendo 9.058

urbanos (69%) e 4.003 rurais (31%) e uma área de 421 km² (IBGE, 2010). Em termos

agrícolas o destaque é para o cultivo de café no quadro de culturas permanentes,

seguido da fruticultura da banana, já em termos de culturas temporárias, predomina a

cana-de-açúcar, seguida pelo milho, feijão e arroz, segundo a variável área colhida,

considerando aquelas que se apresentaram em todas as safras do recorte-temporal

utilizado (gráfico 2).

Gráfico 2: Área plantada (em hectares), das principais culturas agrícolas temporárias

e permanentes do município de Monte Belo nas safras 2000 a 2012.

Fonte: IBGE - Banco de dados do SIDRA (Valor da produção - Produção Agrícola

Municipal) e organizado por Fagundes (2013).

OBJETIVOS

Nosso trabalho pretende analisar o processo de territorialização da cana-de-

açúcar e expansão do setor sucroalcooleiro no Sul/Sudoeste de Minas Gerais, a partir

da forma como a usina Monte Alegre reordena o espaço agrícola do município de

Monte Belo e suas consequências sócio-espaciais.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

No final do século XX, a dinâmica agroindustrial brasileira e a produção de

commodities agrícolas, de maneira geral, foram sofrendo mudanças, tornando-se cada

vez mais voltada ao mercado externo.

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Elias (2000) afirma que a maioria da produção agrícola torna-se intensiva em

capital, tecnologia e informação, ampliando a produtividade e respondendo

positivamente a competitividade do capitalismo globalizado.

No cenário atual, globalizado alguns atores emergem atuando na esfera

econômica e política. O papel das grandes empresas, nacionais e multinacionais vem

expandindo, sob a lógica do dinheiro, da competitividade, que faz com que cada

empresa tornada global busque aumentar a sua esfera de influência e de ação, para

poder crescer. Os últimos anos tornaram-se o teatro das grandes fusões tanto no

domínio da produção material como no da produção de informação (SANTOS 1999).

Conforme assinala Oliveira (2009), o desenvolvimento do capitalismo no pós-

guerra precisa ser entendido como um processo de consolidação dos oligopólios

internacionais que deram origem à formação das empresas multinacionais: estas

tornaram a expressão mais avançada do capitalismo. Esse processo foi possível em

decorrência dos movimentos internacionais do capital, da produção e de ações do

Governo visando à escala, o mercado internacional.

As mudanças no modelo atual de organização, a partir da globalização e dos

territórios em redes, levam a uma especialização agrícola baseada na ciência e na

técnica, incluindo o campo modernizado em uma lógica competitiva que acelera a

entrada da racionalidade em todos os aspectos da atividade produtiva, desde a

reorganização do território aos modelos de intercâmbio e invade até mesmo as

relações interpessoais. A participação nas atividades econômicas a partir da lógica

atual considera primeiramente a competitividade e leva ao aprofundamento das novas

relações técnicas e das novas relações capitalistas (SANTOS 2006).

A partir disso, com as políticas de modernização da agricultura e o advento da

economia global, um maior aporte tecnológico é oferecido ao campo, alicerçado pela

atuação de grupos multinacionais o que vem formando novas territorializações. Esse

processo de internacionalização, pela atuação das grandes empresas, segundo

Santos (2006), forma um processo de corporatização do território, com a destinação

prioritária de recursos para atender às necessidades geográficas destas, em

detrimento de toda a sociedade, já que há o desfavorecimento da resolução de

problemas sociais e locais na dinâmica atual.

Vem ocorrendo no Brasil, então, a dinâmica de reestruturação produtiva da

agropecuária com a intensificação do capitalismo no campo a partir da revolução

tecnológica, da modernização agrícola. De forma dialética esse processo privilegia

apenas alguns segmentos econômicos, configurando-se de forma socialmente

excludente, espacialmente seletiva e mantendo intocáveis algumas estruturas sociais

(ELIAS, 2012). O modelo de produção, processamento e distribuição agrícola no

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século XXI, denominado agronegócio é a expressão econômica da inserção capitalista

no campo.

Com o agronegócio a produção de commodities agrícolas para o mercado

mundial tornou-se o objetivo da produção mundial de alimentos, ou seja, produz para

quem tem poder de compra, esteja ele onde estiver no mundo, à produção de

alimentos não tem mais o objetivo primeiro de abastecer a população do estado

nacional (OLIVEIRA, 2009).

Sobre a difusão do agronegócio, Elias (2012) evidencia outras consequências

no país, como acentuação das desigualdades históricas sociais e territoriais, a

reconcentração da estrutura fundiária, uma nova dinâmica econômica no mercado de

terras e mudanças nas relações de trabalho.

Sobre as novas relações de trabalho na agricultura científica atual

(procedimentos e métodos científicos incorporados na produção) e no agronegócio

utilizam grande contingente de mão-de-obra especializada, apresentando uma nova

divisão social do trabalho no setor (ELIAS, 2012). Por outro lado, no campo existe o

trabalhador agrícola temporário, sem muita qualificação, que em sua maioria mora na

cidade e trabalha na área rural.

Essa agricultura que se moderniza, portanto,

[...] através da extensão do mercado de dinheiro, de máquinas e insumos industriais para os setores agrícolas, foi alterada passando de tradicional para industrializada, convertendo o campo em mercado para a indústria, ocorrendo uma dissolução do rural tradicional e a concomitantes transformações do rural moderno (MULLER, 1989, p. 60).

No caso do agronegócio sucroalcooleiro, houve um salto expansionista no país,

a partir de 2000, em decorrência do aumento da demanda de bicombustíveis (em

especial para a produção de etanol), a com a disseminação dos carros com motores

flex Fuel (combustível a álcool ou gasolina), alavancando a modernização e expansão

das agroindústrias neste período. Para adquirir uma posição competitiva, o setor

investe no melhoramento genético da cana-de-açúcar, em inovações no campo da

agronomia, engenharia, processamento industrial, biotecnologia, e aumento da

produção com técnicas de irrigação, agricultura de precisão, entre outros.

Hoje a indústria canavieira brasileira encontra-se em novo ciclo de expansão, com expectativas de crescimento sem precedentes da produção tanto de açúcar como de etanol. Ao grande e consolidado mercado interno, somam-se as novas

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forças de expansão da produção representadas pelos motores bicombustíveis e pelo mercado internacional, hoje caracterizado pela ascensão dos preços do petróleo, pelos compromissos de redução das emissões de CO2 assumidos pelos países desenvolvidos junto ao Protocolo de Quioto e pela queda nos subsídios agrícolas para o açúcar (RODRIGUES; ORTIZ, 2006, p. 5).

Sobre o território, este é o palco onde ocorrem as manifestações de caráter

econômico, social, cultural, formando diferentes territorialidades e identidades com os

lugares. Para Santos (1999), o território nos moldes da globalização mudou seu

conteúdo demográfico, econômico, fiscal, financeiro e político, ou seja, o conteúdo de

cada fração do território muda rapidamente diante da atual conjuntura econômica.

Sob o ponto de vista de Oliveira (2006, p.7) existem dois processos

monopolistas que ocorrem nos territórios e que comandam a produção agrícola

mundial, através do capitalismo, são eles: a territorialização dos monopólios e a

monopolização do território. A territorialização dos monopólios

é um processo que atua simultaneamente, no controle da propriedade privada da terra, do processo produtivo no campo e do processamento industrial da produção agropecuária, o exemplo é o setor sucroalcooleiro e o setor de produção de celulose. Neste caso de fato a produção comanda a circulação das mercadorias.

Já o processo de monopolização do território é definido pelo mesmo autor

como

a maneira que o capital monopolista encontrou para se reproduzir através de formas não-capitalistas de produção. Isso ocorre através da redefinição de relações de produção, na qual o próprio capital cria as condições para o campo produzir as matérias-primas para as indústrias capitalistas. Esse processo mostra que o capital sujeitou a renda da terra produzida pelos camponeses à sua lógica, ou seja, está-se diante da transformação da renda da terra em capital sem a necessidade de sua territorialização de maneira concreta. (OLIVEIRA, 2007, p.8).

Com a tendência de expansão do setor sucroenergético1, visando aumentar a

produtividade para sua comercialização no exterior e no país, nos últimos anos, foram

1 O setor sucroalcooleiro passa a ser denominado de sucroenenergético, pois as agroindústrias, além de

produzir álcool e açúcar, produzem bioenergia, parte destinada ao próprio consumo do setor industrial e

outro para comercialização com as centrais energéticas estaduais.

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instaladas novas usinas e as antigas se modernizaram. O eixo geográfico de

expansão destas novas usinas é o Centro-sul do país, com destaque para o estado de

Goiás (principalmente áreas ao Sul), Minas Gerais (com grande força no Triângulo

Mineiro/Alto Paranaíba), Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. (PROGRAMA DE

AGRICULTURA E MEIO AMBIENTE, 2008).

No estado de Minas Gerais, segundo UDOP (2013) a mesorregião do Triângulo

Mineiro/Alto Parnaíba é a maior produtora de cana-de-açúcar do estado de Minas

Gerais, sendo responsável por cerca de 60% de toda a colheita do produto no estado.

Nesse sentido, nessa mesorregião vem ocorrendo a reconfiguração do quadro

agrícola, com áreas de culturas tradicionais sendo substituídas por plantações de

cana-de-açúcar, para o abastecimento das usinas implantadas (GOMES, 2012).

METODOLOGIA

O procedimento metodológico que envolveu a realização dessa pesquisa

consistiu na realização de: a) levantamento teórico-conceitual sobre os seguintes

temas: modernização agrícola, território, reestruturação produtiva, no espaço através

da consolidação do setor canavieiro; b) coleta de dados secundários, a partir da base

SIDRA, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio do Censo

Agropecuário Municipal (área plantada, área colhida, quantidade produzida), e União

da Indústria de cana-de-açúcar (UNICA) c) coleta de dados primários, por meio de

pesquisa de campo e entrevistas com representante da usina Monte Alegre e no

sindicato de trabalhadores rurais do município de Monte Belo.

RESULTADOS

Atualmente, um dos novos territórios da cana-de-açúcar em Minas Gerais que

vem apresentando um significativo avanço do setor, é a mesorregião geográfica

Sul/Sudoeste, na qual, embora a cultura agrícola predominante seja a cafeicultura,

essa vem perdendo área para a cultura da cana-de-açúcar em alguns municípios. O

principal motivo dessa expansão advém de sua proximidade com a divisa do Estado

de São Paulo – sobretudo os municípios de Sertãozinho e Ribeirão Preto, que são

referências em termos de processamento e beneficiamento da cana-de-açúcar.

Explicando melhor, essa localização pode trazer vantagens em termos de logística

para a instalação das usinas sucroalcooleiras na mesorregião, uma vez que facilita o

escoamento da produção gerada pelas usinas mineiras em direção ao estado de São

Paulo, criando vantagens competitivas, dentre outras pontos positivos.

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Nesse contexto, o município de Monte Belo vem se destacando no setor

sucroalcooleiro da mesorregião por ser sede da usina Monte Alegre, que pertencente

ao grupo multinacional Adecoagro, cujo espaço de atuação se estende sobre o Brasil,

a Argentina e o Uruguai, produzindo grãos, café, leite, arroz, açúcar, energia elétrica.

Também comercializa produtos com sua marca, como é o caso do açúcar Monte

Alegre fabricado na usina Monte Alegre.

Convém ressaltar que as informações que apresentaremos sobre a usina foram

obtidas por meio de entrevista com um de seus representantes, do cargo da gerência

industrial.

O cultivo e a produção de cana-de-açúcar iniciaram no município em 1933,

com a família Vieira (Jorge Vieira dono da antiga Fazenda Monte Alegre), que

anteriormente dedicavam-se ao cultivo do café. A primeira moenda foi criada em 1950

e a constituição da usina foi posteriormente no ano de 1953. No início ela se dedicava

à produção de aguardente, rapadura e açúcar mascavo. A produção do álcool foi

alavancada no período do Proálcool como alternativa econômica que prosperou. Em

2006, houve abertura a participação do capital internacional, com a compra da Usina

Monte Alegre pelo grupo Adecoagro (foto 1).

Foto 1: Entrada da Usina Monte Alegre, em destaque nomenclatura do Grupo

Multinacional Adecoagro, atual responsável pela gerenciamento da usina.

Fonte: FAGUNDES (2013).

No período de 2006 a 2008, que correspondeu à fase de aquisição da usina

pelo referido grupo, ocorreu à expansão da produção de cana-de-açúcar não apenas

em Monte Belo, mas também nos municípios vizinhos (Areado, Divisa Nova, Alfenas)

e outros mais distantes do Sul/ Sudoeste de Minas Gerais, como Carmo do Rio do Rio

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Claro. A partir disso, os investimentos foram maiores, aumentando a capacidade de

moagem, processamento e beneficiamento da matéria-prima na usina, além da

ampliação de acordos com fornecedores e arrendatários. Dessa forma seu parque

industrial vem sendo cada vez mais incrementado (foto 2).

Foto 2: Parque industrial da usina Monte Alegre.

Fonte: Ana Rute do Vale (2012).

Em 2013, a usina Monte Alegre apresentava produção baseada em açúcar,

etanol e energia elétrica (60 % de açúcar Cristal e 40 % e etanol hidratado). Exporta-

se o açúcar Cristal (Monte Alegre) branco e VHP (açúcar bruto). Com relação à

produção de energia elétrica (bioeletricidade)2, esta se destina para o consumo interno

pela indústria quanto para a comercialização com as Centrais Energéticas Estaduais,

(setor canavieiro, setor sucroenergético). Atualmente, a usina é autossuficiente em

energia elétrica o que produz, consome e vende não necessitando por sua vez de

adquirir energia de outras centrais.

Como confirmação dessa expansão da cana-de-açúcar no Sul/Sudoeste de

Minas o sistema de aquisição de terra para este cultivo é voltado para o arrendamento.

As usinas canavieiras não compram terras, em sua maioria utilizam o sistema de

aluguel de terras (contrato envolvendo cinco ou seis anos com de pagamento anual), o

que totaliza cerca de 15.000 hectares de área plantada. Essas terras são escolhidas a

2 A bioeletricidade é a geração de energia elétrica através do bagaço e da palha da cana-de-açúcar. Antes

era um subproduto descartado, atualmente tornou-se reutilizado como matéria-prima (transformação da

biomassa em energia elétrica) para abastecer o parque industrial das usinas (maquinas, caldeiras) e em

alguns casos comercializados com as centrais energéticas.

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partir da localização, acesso e topografia. Quando opta por alugar terras em lugares

distantes priorizam-se grandes extensões, áreas com muitos hectares disponíveis e

com um terreno menos acidentado que possa ser mecanizado. De propriedade da

Usina Monte Alegre pertencem apenas às terras onde se encontra a instalação

industrial e as áreas do entorno pertencentes aos antigos proprietários.

Vale ressaltar que essa é uma estratégia utilizadas em sua maioria, pelos

grupos internacionais que comandam a grande maioria de usinas sucroalcooleiras no

Brasil, visando à mobilidade, o menor enraizamento e mínimo envolvimento com os

municípios. Os interesses financeiros são levados em consideração no momento da

escolha para instalar as filiais dessas usinas, ou seja, lugares onde há incentivos e

subsídios por parte de prefeituras municipais. Se, todavia, surgir à possibilidade de

deslocamento para outro município, estado ou região onde esses incentivos são

melhores, elas o fazem com maior facilidade do que se fossem donos das terras.

Sobre essa questão do menor enraizamento das grandes empresas com os

municípios em que se instalam e sua estratégia de mobilidade, Haesbaert (2006, p.

15) destaca:

O argumento de empresa desterritorializada gira em torno de uma produção apoiada pelas técnicas da informação e comunicação e pela automação no processo de fabricação, fatores que não eliminam o fato dos produtos terem que chegar e sair da fábrica, bem como os funcionários, mesmo que sejam poucos. Por isso, esta "nova" fábrica vai se apoiar basicamente na logística como um elemento de destaque, que não deixa de ser uma forma específica de apropriação do território.

Em termos de políticas ambientais, a usina Monte Alegre adota projetos como a

implantação de viveiro de mudas (como a espécie arbórea Ipê), além do tratamento da

água e reaproveitamento da matéria-prima, o bagaço da cana-de-açúcar para

cogeração de energia. Atualmente a Usina Monte Alegre, é auto-suficiente em energia

elétrica, ou seja, sua produção é utilizada no seu parque industrial e o restante

vendido para a Central Energética do Estado de Minas Gerais (CEMIG). Sua produção

está em torno de 12 a 13 megabytes e comercializa para a CEMIG entre 8 a10

megabytes.

Há também programas de responsabilidade social como parcerias com

hospitais, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), asilo e outras

entidades do município de Monte Belo.

No que se refere às relações de trabalho do setor sucroalcooleiro no município,

o representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais Assalariados e Agricultor

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Familiar de Monte Belo nos informaram que a mão de obra da lavoura destinada ao

corte da cana é temporária e originária da região Norte de Minas Gerais. No período

da safra, que tem duração de abril a dezembro, eles permanecem no alojamento

pertencente à usina Monte Alegre localizado a cerca de 2 km da mesma. Os

alojamentos são: Boa Vista, que não está mais em funcionamento, e o Muqueca, que

continua abrigando esses trabalhadores durante a época da colheita.

Uma questão intrigante acerca dos alojamentos sempre nos remete as suas

condições básicas para abrigar esses dos trabalhadores, já que banheiros, refeitórios,

dormitórios e lugares para armazenamentos dos condimentos alimentares sempre são

alvos de fiscalização. Se comparado aos alojamentos nas sedes de grandes fazendas

de café que são comuns no Sul/Sudoeste de Minas no período da colheita a

fiscalização é mais intensa nos referentes ao cultivo da cana-de-açúcar. Isso se

explica pelo fato de que, segundo o representante do sindicato a usina tem cumprido

as leis mantendo os alojamentos em boas condições, sendo possível contatá-las em

visitas realizadas por eles e em conversa com os migrantes por sua vez não reclamam

das condições dos alojamentos.

A atividade sucroenergética gera empregos diretos na economia da região.

Para o setor agrícola os trabalhadores vêm do município de Monte Belo e para o setor

industrial e administrativo eles são do município de Areado. Segundo o sindicato, a

usina Monte Alegre possui um o relacionamento mais estreito com a prefeitura

municipal de Areado é do que com a de Monte Belo.

No total são cerca de 2.000 funcionários contratados pela na usina Monte

Alegre, atualmente, que trabalham na área agrícola (preparo da terra, cultivo, corte,

transporte), administração, indústria. Segundo informações da usina Monte Alegre a

jornada de trabalhos dos empregados fixos da usina totalizam 44 horas semanais com

três jornadas (6:00 -15:00; 15:00-23:45 e 23:45- 6:00 e o horário administrativo por sua

vez é compreendido das 7:00 as 17:00).

Uma informação importante diz respeito ao fato de que com a compra da usina

Monte Alegre pelo grupo Adecoagro houve uma redução dos empregos braçais, mas,

por outro lado, aumentaram os investimentos e compras de equipamentos e

maquinários agrícolas. Na realidade, a usina tem buscado cada vez mais mecanizar o

corte da cana e reduzir as queimadas, procurando terrenos mais planos para o plantio.

Entretanto, isso tem refletido no mercado de trabalho agrícola da região. Para se ter

uma ideia, de acordo com o representante do sindicato, em 2009, era 509

trabalhadores no setor do corte da cana-de-açúcar da usina, sendo que em 2010 caiu

para 380, em 2011 para 222, em 2012 para 120 e em 2013 para apenas 127.

Sobre o processo de mecanização e suas implicações, o representante do

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Sindicato nos relatou.

Com a mecanização só permanecem os trabalhadores considerados mais resistentes, os que menos reclamam e mais produzem, “são catados a dedo”. Cada máquina da colheita desemprega 90 trabalhadores e a usina Monte Alegre conta com oito máquinas, na safra 2013/14. Deveria haver mais parcerias da usina com a prefeitura, para qualificação dos trabalhadores da lavoura para serem operadores de máquinas.

Além disso, a consolidação do grupo Adecoagro no comando da usina Monte

Alegre mudou a estrutura fundiária e produtiva do município e dos municípios

próximos, dinâmica denominado de reestruturação produtiva. Acerca desta questão o

representante do Sindicato destaca como mudanças.

Com a expansão da cana-de-açúcar o agricultor familiar sai da roça vem para a cidade e arrenda a terra, aluga com essa ilusão. O contrato de arrendamento é de seis anos. A usina prefere arrendar a comprar terras. Alguns cafezais estão sendo substituídos pela plantação de cana. Onde a cana expande vira “deserto”, não há como plantar depois. Depois que arrenda a terra e acaba o contrato o solo está compactado demais, compensaria colocar dois bezerros e produzir leite neste período.

Nas rodovias próximas a usina Monte Alegre é notório na paisagem o cultivo de

cana-de-açúcar, sendo muitos hectares de produção arrendados para a Usina. A foto

3 mostra em um recorte a transição do cultivo de café (principal cultura agrícola do

Sul/Sudoeste de Minas Gerais) ao lado da cultura agrícola da cana-de-açúcar,

mostrando que a consolidação da usina na região acarreta um reordenamento das

práticas agrícolas, em razão de necessidade de fornecedores, arrendatários que

alugam suas terras para a usina que fica responsável pelo plantio e manejos durante o

contrato de tempo.

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Foto 3: Transição do café e cana-de-açúcar, principais cultivos

agrícolas da mesorregião geográfica do Sul/Sudoeste de Minas Gerais, próximo à usina Monte Alegre no município de Monte Belo. Fonte: Fagundes (2013).

Portanto, acerca do sistema de arrendamento comum, nas estratégias de

atuação das agroindústrias canavieiras, as dificuldades e problemas desse processo

são percebidos em longo prazo quando ao final do contrato o agricultor que arrendou

suas terras (por 5 anos, em geral), resolve plantar outras culturas agrícolas e a

qualidade do no solo não é a mesma apresentada anteriormente devido a processos

de exaustão e compactação ocorridos durante os anos anteriores de cultivo da cana-

de-açúcar. Além disso, na visão do representante do sindicato, a presença de usinas

no município tende a tornar esse agricultor familiar mais “acomodado”, pois prefere

receber o dinheiro do arrendamento a se arriscar no cultivo da terra, diante da

instabilidade dos preços agrícolas no mercado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi possível constatar que a expansão das áreas de cultivo de cana-de-açúcar

na mesorregião do Sul/Sudoeste de Minas Gerais está estrategicamente próxima as

usinas canavieiras, ou seja, a territorialização do setor sucroalcooleiro se dá a reboque

da presença dessas agroindústrias e de suas demandas produtivas, a partir da

ascensão do setor nas ultimas décadas no mercado nacional e internacional.

No município de Monte Belo e nos municípios vizinhos, vem ocorrendo, um

processo de reestruturação produtiva, na qual a pecuária leiteira e cultivos agrícolas

variados, sobretudo o café, atividades executadas pelos próprios proprietários rurais

são substituídas pelo arrendamento pelas usinas de terras para o plantio de cana-de-

açúcar. Essa estratégia utilizada pela usina Monte Alegre e pela grande maioria das

usinas do país, além de garantir seu abastecimento de matéria-prima, permite ampliar

sua mobilidade pelo território brasileiro, uma vez que vencido os contratos de

arrendamento, ela pode mudar-se para outro município, estado, região, considerando

que não é proprietária das terras cultivadas.

Outra característica observada na usina Monte Alegre é a presença do capital

internacional em sua gestão, através do grupo multinacional Adeagro. Esse processo é

recorrente, em vários estados, na qual os grandes grupos corporativos, principalmente

do capital estrangeiro vão adquirindo pequenas usinas e destilarias, expandindo sua

cadeia produtiva através de diversas cidades (territorializando), ascendendo seus

investimentos e eliminando possíveis concorrentes no mercado do setor

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sucroalcooleiro, ou seja, tornando-se mais competitivos.

Portanto a presença da agroindústria açucareira, para Monte Belo acarreta

alguns aspectos pontuais: no quadro econômico; empregos diretos (emprega

trabalhadores do município, principalmente destinados ao setor rurícola), no quadro

agrário; dinâmica da reestruturação produtiva (em relação aos cultivos agrícolas a

consolidação e ascensão usina acarreta um reordenamento das práticas, modificando

a estrutura fundiária e produtiva do município e da microrregião) e inserção de novos

acordos contratuais (como as Usinas não compram terras para plantar cana-de-

açúcar, esta adquire grande parte da matéria-prima através de fornecedores,

arrendatários que alugam suas terras para a Usina durante o contrato de tempo, em

sua maioria de cinco anos em que esta fica responsável pelo plantio e manejo

agrícola).

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