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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
NÚCLEO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
A influência do exercício físico em parâmetros
cardiovasculares e ingestivos de animais com hipertensão
renovascular (2R1C)
Marcone Rodrigues da Silva
Ouro Preto - MG
2017
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
NÚCLEO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
A influência do exercício físico em parâmetros
cardiovasculares e ingestivos de animais com hipertensão
renovascular (2R1C)
Autor: Marcone Rodrigues da Silva
Orientadora: Profa. Dra. Lisandra Brandino Oliveira
Coorientador: Prof. Dr. Leonardo Maximo Cardoso
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação do Núcleo de Pesquisas em
Ciências Biológicas da Universidade Federal
de Ouro Preto, MG, como parte integrante
dos requisitos para obtenção do título de
Mestre em Ciências Biológicas, área de
concentração: Bioquímica Metabólica e
Fisiológica.
Ouro Preto - MG
2017
Catalogação: www.sisbin.ufop.br
S586i Silva, Marcone Rodrigues. A influência do exercício físico em parâmetros cardiovasculares e ingestivosde animais com hipertensão renovascular (2R1C) [manuscrito] / MarconeRodrigues Silva. - 2017. 81f.: il.: color; grafs; tabs; Figuras.
Orientador: Profa. Dra. Lisandra Brandino Oliveira. Coorientador: Prof. Dr. Leonardo Maximo Cardoso.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Pró-Reitoria dePesquisa e Pós-Graduação. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas.Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Área de Concentração: Bioquímica Metabólica e Fisiológica.
1. Hipertensão renovascular. 2. Esforço Físico. 3. Prevenção de Doenças . I.Oliveira, Lisandra Brandino. II. Cardoso, Leonardo Maximo. III. UniversidadeFederal de Ouro Preto. IV. Titulo.
CDU: 577.12
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iv
Este trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Fisiologia Endócrina e
Cardiovascular em parceria com o Laboratório de Hipertensão, ambos do
Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Ouro Preto, com
auxílio da FAPEMIG e UFOP.
v
A formação não se faz apenas pela técnica aprendida, mas sim pelas interações
vivenciadas no ambiente de aquisição da técnica.
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Dedico este trabalho à minha Mãe,
Margarida, a flor mais linda da minha vida
e a minha eterna namorada Maria
Tatiana, por acreditarem sempre em mim,
e vibrarem com as minhas conquistas.
Aos meus irmãos, Maycon e Mariane pelo
apoio.
Ao minha avó Alice, pelos incentivos e
mimos.
Ao meu avô José Pereira Vaz, pela
presença constante.
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Agradecimentos
Afirmo que esta realização não seria possível sem as bênçãos de Deus e de
pessoas altamente especiais que estiveram e estarão sempre presentes em minha
vida.
À minha orientadora Profa. Dra. Lisandra Brandino Oliveira, pela confiança,
pelo aprendizado e oportunidade, por ser uma das principais referências
profissionais no processo de ensino/aprendizado.
Ao Prof. Dr. Leonardo Máximo Cardoso pela ajuda, disponibilidade.
A Profa. Dra. Maria Cristina Rosa, por me fazer reconhecer que todos os
momentos, independente de qual seja, são de rendimento e de aprendizado.
A Profa. Dra. Lenice Kappes Backer por amar todos os dias a profissão de
Educação Física, e por estimular os sonhos.
Aos amigos do Laboratório de Fisiologia Endócrina e Cardiovascular em
especial Paula, Renato, por fazerem parte do processo.
Aos funcionários do Centro de Ciência Animal (CCA) da Universidade Federal
de Ouro Preto, MG, em especial a Lílian e Estela, pela diversão e apoio nos longos
momentos de protocolos experimentais.
Digo-lhes que não seria possível sem vocês.
Imensamente obrigado!
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RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do exercício físico, sobre os parâmetros cardiovasculares e ingestivos durante o desenvolvimento da hipertensão renovascular 2R1C. Ratos Fischer com 180-200 g após adaptação ao meio aquático foram submetidos ao teste de carga até exaustão. 24h depois realizou-se a cirurgia fictícia e a de hipertensão renovascular 2R1C e, em seguida foram divididos nos grupos normotenso sedentário (NS), normotenso treinado (NT), hipertenso sedentário (HS) e hipertenso treinado (HT). Ao final de 4 semanas, foram submetidos a canulação e registrados após 48h. Avaliaram-se ao final da 4ª semana os parâmetros cardiovasculares basais, os reflexos cardiovasculares; a frequência cardíaca intrínseca; o peso; a ingestão de água, ração e o volume urinário. Animais HS, apresentam menor tempo até exaustão, ganho de peso corporal, peso corporal total, ingerem menor quantidade de ração, maior volume de água e excretam maior volume urinário; apresentam maiores níveis pressóricos basais e FC; maior FCI (HS: 429±3mmHg vs NS: 401±3mmHg); maior banda LF; menor HF e maior relação LF/HF. Além disso, menores respostas bradicardicas e taquicardicas. Ao final da 4ª semana animais HT aumentaram o tempo no teste até exaustão; reestabeleceram o ganho de peso corporal; aumentaram a ingestão de ração e de água; reduziram os parâmetros cardiovasculares basais, reduziram FCI de animais HT e NT (HT: 362±31 mmHg vs HS: 429±3 mmHg; NT: 361±7 mmHg vs NS: 401±3 mmHg); reduziram banda LF e aumentou a HF da variabilidade do intervalo sistólico; reduziu a relação de LF/HF; aumentou a sensibilidade bradicardica (HT: 0,17±0,006 ms/mmHg vs HS: 0,04±0,002 ms/mmHg; NT: 0,19±0,009 ms/mmHg vs NS: 0,13±0,012 ms/mmHg) e taquicárdicas (HT: 0,26±0,02 ms/mmHg vs NT: 0,2±0,01ms/mmHg) e (HT: 0,26±0,02 ms/mmHg vs HS: 0,06±0,008 ms/mmHg). Conclui-se que a hipertensão renovascular 2R1C compromete os parâmetros cardiovasculares e ingestivos e que o exercício físico melhora os mesmos. Palavras chaves: hipertensão renovascular, esforço físico, prevenção de doenças.
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ABSTRACT
The objective of this study was to evaluate the effects of physical exercise on cardiovascular and ingestive parameters during the development of renovascular hypertension 2R1C. Fischer rats with 180-200 g after adaptation to the aquatic environment were submitted to the load test until exhaustion. 24 h later, the fictive surgery and the renovascular hypertension 2R1C were performed and then divided into the sedentary normotensive (NS), trained normotensive (NT), sedentary hypertensive (HS) and trained hypertension (HT) groups. At the end of 4 weeks, they were submitted to cannulation and recorded after 48h. The baseline cardiovascular parameters, the cardiovascular reflexes, were evaluated at the end of the 4th week; intrinsic heart rate; the weight; the intake of water, feed and urinary volume. HS animals present less time to exhaustion, gain of body weight, total body weight, ingest less amount of feed, higher volume of water and excrete greater urinary volume; Have higher basal blood pressure and HR; Higher FCI (HS: 429 ± 3mmHg vs. NS: 401 ± 3mmHg); Larger LF band; Lower HF and higher LF / HF ratio. In addition, minor bradycardic and tachycardic responses. At the end of the 4th week HT animals increased the test time until exhaustion; Reestablished body weight gain; Increased feed and water intake; Reduced baseline cardiovascular parameters, reduced IGF of HT and NT animals (HT: 362 ± 31 mmHg vs HS: 429 ± 3 mmHg; NT: 361 ± 7 mmHg vs. NS: 401 ± 3 mmHg); Reduced LF band and increased HF of systolic interval variability; Reduced LF / HF ratio; Increased the bradycardic sensitivity (HT: 0.17 ± 0.006 ms / mmHg vs HS: 0.04 ± 0.002 ms / mmHg; NT: 0.19 ± 0.009 ms / mmHg vs NS: 0.13 ± 0.012 ms / mmHg); Tachycardia (HT: 0.26 ± 0.02 ms / mmHg vs NT: 0.2 ± 0.01ms / mmHg) and (HT: 0.26 ± 0.02 ms / mmHg vs HS: 0.06 ± 0.008 ms / mmHg). It was concluded that renovascular hypertension 2R1C compromises the cardiovascular and ingestive parameters and that physical exercise improves them. Keywords: renovascular hypertension, physical exertion, disease prevention.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Danos causados pela hipertensão arterial e hipertensão renovascular
(2R1C) ao organismo. Efeitos do exercício sobre a hipertensão. Sistema nervos
central (SNC); Sistema renina-angiotensina (SRA) Frequência cardiaca (FC);
Frequência cardíaca intrínseca (FCI); Pressão arterial sistólica (PAS); LF (low
frequency) e HF (higth frequency) Fonte: próprio autor. ........................................... 14
Figura 2 - Protocolo experimental: adaptação, exaustão, cirurgia fictícia e 2R1C,
protocolo de treinamento físico. ................................................................................ 17
Figura 3 - Representação esquemática dos equipamentos utilizados para a
aquisição de dados cardiovasculares. O cateter exteriorizado no dorso do animal foi
conectado a um transdutor de pressão (ML141Spirometer, 1), ligado a um pré-
amplificador analógico (2), a um conversor de sinal analógico (ADInstruments Pty
Ltd, Austrália) (3) e a um computador equipado com o software LabChart® Pro 7.0 (4)
(Adaptado de Sá 2015). ............................................................................................ 20
Figura 4 - Protocolo experimental desenvolvido para aquisição dos dados
cardiovasculares ....................................................................................................... 22
Figura 5 - Valores da pressão arterial média (mmHg) obtidos pelo método de
pletismografia de cauda no tempo 0, ou seja, antes da cirurgia e ao final da 4ª
semana em animais normotensos (N: n=11) e hipertensos (H: n=13), sedentários (S:
n=13) e treinados (T: n=15). Os dados estão expressos como média ± erro padrão
da média. a;b;cP0,05, letras iguais não se diferem entre si, ANOVA de duas vias
seguida pelo pós-teste de Bonferroni. ....................................................................... 26
Figura 6 - Tempo até exaustão antes e após 30 dias da realização da cirurgia
fictícia ou de indução da hipertensão renovascular em animais dos grupos
normotensos (N: n=15) e hipertensos (H: n=15), sedentários (S: n=15) e treinados
(T: n=15). Os dados estão expressos como média ± erro padrão da média. a;b;cP0,05,
letras iguais não se diferem entre si, ANOVA de duas vias seguida pelo pós-teste de
Bonferroni. ................................................................................................................. 29
xi
Figura 7 - Peso corporal (g/semana) (A), ganho de peso corporal (g) (B) em animais
normotensos (N: n=11) e hipertensos (H: n=13), sedentários (S: n=13) e treinados
(T: n=15). O peso corporal na semana 0 (figura 5A) equivale à massa corporal no dia
da cirurgia fictícia ou de hipertensão renovascular. Os dados estão expressos como
média ± erro padrão da média. a;b;c;P0,05, letras iguais não se diferem entre si,
ANOVA de duas vias seguida pelo pós-teste de Bonferroni. .................................... 31
Figura 8 - Ingestão de ração (g/100g peso corporal/24h, figura A), água (mL/100 g
de peso corporal/24h, figura B) e volume urinário (mL/100 g de peso corporal/24h,
figura C) ao final de cada semana em animais normotensos (N: n=6) e hipertensos
(H: n=6), sedentários (S: n=6) e treinados (T: n=6) obtidos na gaiola metabólica. Os
dados estão expressos como média ± erro padrão da média. a;b;cP0,05, letras iguais
não se diferem entre si, ANOVA de duas vias seguida pelo pós-teste de Bonferroni.
..................................................................................................................................33
Figura 9 - Valores médios da pressão arterial sistólica (PAS: mmHg, figura A)
diastólica (PAD: mmHg, figura B) média (PAM: mmHg, figura C) e frequência cardíaca
(FC: bpm, figura D) dos animais normotensos (N: n=11) e hipertensos (H: n=13),
sedentários (S: n=13) e treinados (T: n=15). Os dados estão expressos como média
± erro padrão da média. a;b;c;dP0,05, letras iguais não se diferem entre si, ANOVA
de duas vias seguida pelo pós-teste de Bonferroni. .................................................. 35
Figura 10 - Frequência cardíaca intrínseca (bpm) dos animais normotensos (N: n=10)
e hipertensos (H: n=10), sedentários (S: n=11) e treinados (T: n=9). Os dados estão
expressos como média ± erro padrão da média. a;b;c;P0,05, letras iguais não se
diferem entre si, ANOVA de duas vias seguida pelo pós-teste de Bonferroni. 37
Figura 11 - Valores absolutos do pico da potência das bandas LF (ms2) (A) HF
(ms2) e a relação entre as bandas de alta e baixa frequência LF/HF() para o coração
em animais normotensos (N: n=12) e hipertensos (H: n=13), sedentários (S: n=13) e
treinados (T: n=15). Os dados estão expressos como média ± erro padrão da média.
a;b;cP0,05, letras iguais não se diferem entre si, ANOVA de duas vias seguida pelo
pós-teste de Bonferroni. ............................................................................................ 39
xii
Figura 12 - Variação do intervalo de pulso ( IP,ms) em resposta a variações na
pressão arterial média ( PAM, mmHg) produzidas por doses crescentes de (A)
fenilefrina (FE: 2,5; 5; 10 e 20μg/kg de animal) e (B) nitroprussiato de sódio (NPS:
10; 20; 30; 40 μg/kg por animal) em animais normotensos (N: n=11) e hipertensos
(H: n=13), sedentários (S: n=13) e treinados (T: n=15). As linhas representam as
retas de melhor ajuste obtida por regressão linear.................................................... 41
xiii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Alterações no peso seco dos rins direito (não clipado) e esquerdo (clipado)
(g/100g de peso corporal) em animais normotensos (N: n=11) e hipertensos (H: n=13),
sedentários (S: n=13) e treinados (T: n=15). Os resultados estão expressos como
média ± erro padrão da média. a;b;c;d;eP0,05, letras iguais não se diferem entre si,
ANOVA de duas vias seguida pelo pós-teste de Bonferroni. 27
Tabela 2 - Valores basais de pressão arterial média (PAM, mmHg), frequência
cardíaca (FC, bpm), índice de correlação de regressão linear e sensibilidade da
bradicardica e taquicardia reflexas de animais normotenso (N) e hipertensos (H),
sedentários (S) e treinados (T). Os dados estão expressos como média ± erro
padrão da média. a;b;c;d;e;f;g;h;i;j;k;l;mP0,05, letras iguais não se diferem entre si,
ANOVA de duas vias seguida pelo pós-teste de Bonferroni. ..................................... 41
xiv
LISTA DE ABREVIATURAS
Ang II - Angiotensina II
BPM - Batidas por minuto
EF – Exercício físico
ECA - Enzima conversora de angiotensina
EPM - Erro padrão da média
FC - Frequência cardíaca
FE - Fenilefrina
HA - Hipertensão arterial
HD - Disco rígido
Hz - Hertz
i.v. – Intravenoso
IS. – Intervalo sistólico
LF – Banda de baixa frequência
HF – Banda de alta frequência
LF/HF – Relação entre LF e HF
M ± EPM - Média ± erro padrão da média
mmHg - Milímetros de mercúrio
NA - Núcleo ambíguo
NPS - Nitroprussiato de sódio
NTS - Núcleo do trato solitário
PAP – Pressão arterial pulsátil
PAM - Pressão arterial média
PAS - Pressão arterial sistólica
PAD - Pressão arterial diastólica
PBS – Salina tamponada com fosfato
RVLM - Região rostro-ventrolateral do bulbo
SRA - Sistema renina-angiotensina
1
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 3
1.1 Pressão arterial .................................................................................................. 3
1.2 O controle autonômico da função cardiovascular .............................................. 4
1.3 Análise da variabilidade ..................................................................................... 5
1.4 Reflexos cardiovasculares ................................................................................. 6
1.5 Hipertensão renovascular .................................................................................. 7
1.6 Exercício físico e hipertensão ............................................................................ 9
1.7 Hipótese........................................................................................................... 13
2 - OBJETIVO ........................................................................................................... 15
2.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 15
2.2 Objetivos específicos ....................................................................................... 15
4 - METODOLOGIA .................................................................................................. 16
4.1 Animais ............................................................................................................ 16
4.1.1 Adaptação ................................................................................................. 16
4.1.2 Protocolo progressivo de carga – protocolo de exaustão .......................... 16
4.1.3 Indução da hipertensão renovascular 2R1C ............................................. 17
4.1.4 Grupo experimental ................................................................................... 18
4.2 Avaliação indireta da PAM por meio da pletismografia de cauda .................... 18
4.3 Medidas de peso corporal, ingestão de água, ração e coleta de urina ............ 18
4.4 Procedimentos de aquisição dos parâmetros cardiovasculares ....................... 19
4.4.1 Canulação ................................................................................................. 19
4.4.2 Avaliação do barorreflexo .......................................................................... 21
4.4.3 Análise dos parâmetros cardiovasculares ................................................. 23
4.4.4 Avaliação da Sensibilidade da Bradicardia Barorreflexa e da frequência
cardíaca intrínseca ............................................................................................. 23
4.4.5 Análise espectral do intervalo sistólico ...................................................... 24
4.5 Coleta de Órgãos ............................................................................................. 24
4.6 Análise estatística ............................................................................................ 25
5. RESULTADOS ...................................................................................................... 26
5.1 Pressão arterial média obtidos por pletismografia de cauda ............................ 26
5.2 Avaliação do peso dos rins .............................................................................. 27
2
5.3 Tempo até exaustão ........................................................................................ 28
5.4 Ganho de peso corporal e peso corporal total ................................................. 30
5.5 Ingestão de ração, água e volume urinário ...................................................... 32
5.6 Parâmetros cardiovasculares basais ............................................................... 34
5.7 Frequência cardíaca intrínseca ....................................................................... 36
5.8 Análise espectral do intervalo sistólico ............................................................ 38
5.9 – Ativação e inibição do barorreflexo arterial ................................................... 40
6. DISCUSSÃO ......................................................................................................... 43
7 – Conclusão ........................................................................................................... 52
8 - REFERÊNCIAS .................................................................................................... 53
3
1 INTRODUÇÃO
1.1 Pressão arterial
O sistema cardiovascular é composto pelo coração, vasos sanguíneos e capilares,
ele é o encarregado de pela circulação sanguínea venosa e arterial no organismo,
distribuindo e removendo substâncias metabólicas para a manutenção da homeostase
corporal. A circulação sanguínea é dependente do gradiente de pressão: força/área
exercido pelo sangue ao longo do organismo, pressão essa denominada PA,
resultante da combinação do débito cardíaco e resistência vascular periférica
(BERNE; LEVY, 2009, p. 289:331: 337).
A manutenção dos níveis pressóricos dentro da normalidade depende das variações
do débito cardíaco, da resistência periférica ou de ambos e, caso ocorra algum
desequilíbrio pressórico resultante de alterações do débito cardíaco ou da resistência
periférica, instala-se uma condição clinica de hipertensão arterial (HA). Uma vez
estabelecida à hipertensão arterial, alguns mecanismos serão acionados para
modular momento a momento não apenas a PA, mas também o calibre, a reatividade
vascular, a distribuição de fluido dentro e fora dos vasos e o débito cardíaco
procurando reestabelecer funcionamento do organismo (IRIGOYEN et al., 2003;
MICHELINI, 1999 p. 88).
A HA é uma condição clinica multifatorial e, pode ser de origem genética, causada
por fatores não modificáveis ou, de origem ambiental, causada por fatores
modificáveis como a obesidade, ingestão excessiva de sal e de álcool, estresse e o
sedentarismo. Caracterizada por níveis elevados, iguais ou acima de 140/90 mmHg,
e sustentados da PA, a HA predispõe o indivíduo ao desenvolvimento de lesões em
vasos sanguíneos e em órgãos alvos (coração, encéfalo e rins) e a alterações
metabólicas. Essas lesões, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS)
acometem milhares de pessoas, favorecendo o aparecimento de doenças crônico-
degenerativas que afetam negativamente a qualidade de vida dos indivíduos e são
as responsáveis por 30% de óbitos no mundo.
4
No Brasil, infelizmente, a HA é um grave problema de saúde pública, pois é uma
doença que afeta 32,5% o que representa 36 milhões da população adulta sendo
que, os homens (40,1%) apresentam maior incidência quando comparados às
mulheres (32,2%) (Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, 2016). Estudos de Kearney
et al., (2005) mostram que a HA na população é proporcional ao envelhecimento, ou
seja, quanto mais velho, mais propício ao aparecimento dessa condição clínica. Os
autores estimam que, em 2025 o número de adultos hipertensos no mundo alcance
60% da população mundial (KEARNEY et al., 2005).
As alterações provocadas pela HA afetam diferentes sistemas do organismo, dentre
eles o sistema nervoso central e humoral, com consequente disfunção de
mecanismos de controle da PA de curto, médio e longo prazo. Adicionalmente, o
comprometimento desses sistemas e mecanismos pode interferir no funcionamento
intrínseco do coração, na modulação autonômica e no barorreflexo arterial, na
ingestão de água e alimento e, portanto, é de suma importância compreender como
esses mecanismos encontram-se durante a hipertensão.
1.2 O controle autonômico da função cardiovascular
O sistema nervoso autônomo, parte do sistema nervoso central, é responsável em
integrar e processar a maioria das funções fisiológicas necessárias para a
manutenção da homeostase cardiovascular, sendo ele o encarregado em modular
de forma tônica e reflexa a atividade elétrica dos nervos simpáticos e
parassimpáticos que se projetam perifericamente ao coração e aos vasos sanguíneos
(BERNE; LEVY, 2009, p. 217-228).
Para o coração, a estimulação do sistema nervoso simpático induz a liberação de
noradrenalina pelas terminações pós-glanglionares simpáticas, e desta forma,
estimulam a contração do músculo cardíaco e do músculo liso, favorecendo a
elevação da PA pelo aumento do débito cardíaco e da resistência vascular periférica
(BARROS et al., 1999; ANGELIS et al., 2004), contrária a essa ação, a estimulação
parassimpática induz a liberação de acetilcolina pelas terminações nervosas
parassimpáticas, favorecendo a diminuição da pressão arterial, por meio da redução
5
do débito cardíaco (OLIVEIRA, 1994; DAMPNEY et al., 2001; STRATTON et al.,
2003).
A HA pode alterar o modo tônico do marca passo cardíaco e a modulação
autonômica. Quadros hipertensivo agudo e crônico geram a intensificação do tônus
simpático e uma redução do vagal para o coração, levando a alterações observadas,
por exemplo, na frequência cardíaca. Uma forma de se analisar o comportamento do
modo tônico do marca passo cardíaco é realizando o bloqueio do sistema nervoso
autônomo, administrando-se atropina (antagonista do receptor muscarínico) e
propranolol (antagonista de receptor β-adrenérgico), teremos individualmente, o
bloqueio dos efeitos parassimpático e simpático, consecutivamente, ou seja,
aumento e diminuição da frequência cardíaca. Quando ambas as divisões são por
completo bloqueadas, a frequência que prevalece é chamada de frequência
cardíaca intrínseca (FCI) do coração (BERNE; LEVY, 2009, p. 371-372).
1.3 Análise da variabilidade
A participação do sistema nervoso autônomo no controle cardiovascular pode ser
quantificada de forma indireta pela análise espectral da variabilidade da PAS e do
intervalo sistólico (IS) (JÚNIOR; SILVA, 2000). Para a realização da técnica de análise
espectral, normalmente utiliza-se um algoritmo matemático denominado transformada
rápida de Fourier (FFT) que por meio de espectro, verifica-se a ocorrência de bandas
de baixa frequência (LF) e de alta frequência (HF) em diferentes espécies de animais,
contidas em séries temporais, que usualmente são atribuídas à modulação da PA e
frequência cardíaca por elementos autonômicos.
A modulação autonômica do sistema nervoso simpático sobre o coração e os vasos
sanguíneos pode ser observada via análise da banda LF (low frequency) da
variabilidade do intervalo sistólico (IS) e da PAS, respectivamente (JÚNIOR; SILVA,
2000; JULIEN, 2006; GOLDSTEIN et al., 2011; CARRASCO-SOSA; GUILLÉN-
MANDUJANO, 2012). Enquanto o efeito da modulação vagal sobre o coração,
relaciona-se a banda HF (hight frequency) nos espectros de ambas as séries
temporais (PARATI et al., 1995). Além disso, tem sido demonstrado a participação
6
de mecanismos humorais, angiotensina II e catecolaminas circulantes, que induzem
o surgimento de ondas de muito baixa frequência VLF (very low frequency) nos
espectros de ambas as séries temporais (LANGAGER et al., 2007).
1.4 Reflexos cardiovasculares
Entre os mecanismos de controle da PA, os reflexos cardiovasculares, barorreflexo,
quimiorreflexo e o cardiopulmonar, são os principais mecanismos de controle rápido
da PA pelo sistema nervoso autonômico, sendo responsáveis por sinalizar aos centros
autonômicos a necessidade de ajuste da PA e/ou da ventilação (MACHADO et al.,
1997; COSTA et al., 2014).
Os pressorreceptores, receptores do controle barorreflexo arterial, são importantes
terminações nervosas responsáveis pelo controle em curto prazo da PA em torno de
um valor pré-estabelecido (SAGAWA et al., 1983). As fibras barorreceptoras
aferentes, localizadas no seio carotídeo e arco aórtico (SVED; GORDON, 1994;
DAMPNEY et al., 2001), se projetam para a região bulbar, no núcleo do trato solitário
(NTS), que integra os sinais periféricos com sinais que chegam de outras regiões:
diencéfalo e telencéfalo (FELDMAN; ELLEMBERGER, 1988) para controlar a
atividade do sistema nervoso autônomo (SNA). Assim, alterações na atividade dos
neurônios barossensíveis no sistema nervoso central podem alterar o ponto
operacional e a PA prevalente, inferindo num envolvimento dos mesmos na
manutenção da PA (DI CARLO; BISHOP, 1992; ROWELL et al., 1986).
Estudos (BLESSING et al., 1982; MURATANI et al., 1993; DAMPNEY, 1994)
descrevem que o tônus simpático basal e o barorreflexo são modulados primariamente
por neurônios bulbares. O bulbo ventro lateral (VLM) influencia as atividades
intrínsecas dos neurônios pré-ganglionares simpáticos e tem um papel crítico no
controle da PA. As áreas rostral e caudal do VLM, RVLM e CVLM, respectivamente,
possuem funções importantes no controle da PAM. A RVLM tem sido caracterizada
como uma região pressora e contém neurônios excitatórios que se projetam
diretamente a região pré-ganglionar simpática motora na medula espinhal, enquanto
a CVLM tem sido caracterizada como uma região depressora.
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As informações periféricas produzidas pelo barorreflexo são processadas e
integradas no NTS que tem projeções para a região CVLM, a qual promove uma
inibição sobre a região pré-motora simpática, RVLM. Existe conexão CVLM, núcleo
ambíguo (NA) e vago permitindo que esta área atue sobre a frequência cardíaca (FC)
(GUERTZEIN; SILVER, 1974; LOEWY et al., 1981; ROSS et al., 1984 a,b;
GUYENET, 1990). Alterações na atividade destas áreas, como uma inabilidade dos
neurônios da CVLM em contrabalancear o aparente aumento da atividade pressora
intrínseca dos neurônios da RVLM levaria a um quadro hipertensivo (CARVALHO et
al., 2003).
Em síntese, os impulsos elétricos originados a partir dos barorreceptores são
conduzidos ao sistema nervoso central por meio dos nervos glossofaríngeo e vago
e, em seguida, são processados de maneira a produzir ajustes apropriados na
atividade eferente do sistema nervoso simpático e parassimpático (IRIGOYEN et al.,
2001).
Campagnole-Santos; Haibara, (2001), Laterza, (2007) relatam que durante a
hipertensão arterial ocorre à diminuição do controle barorreflexo tanto em animais
quanto seres humanos, o que gera menor eficiência dos mecanismos reguladores
da PA. Neste sentido, estudos que apresentem estratégias para melhoria da
sensibilidade barorreflexa arterial são de grande valia no combate a doenças
cardiovasculares e, especialmente, da hipertensão arterial.
1.5 Hipertensão renovascular
Entre os tipos de hipertensão, a hipertensão renovascular (HR) é definida como
hipertensão arterial decorrente de uma isquemia renal, geralmente causada por uma
obstrução parcial ou completa de uma ou ambas as artérias renais. Sua prevalência
atinge 5% dos pacientes com hipertensão arterial (DBH1, 2016).
1 7ª Diretrizes Brasileiras de Hipertensão
8
Segundo o caderno da 7ª Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (2016) a hipertensão
renovascular pode ser causada por aterosclerose, a causa mais comum, com
prevalência em torno de 90%, ou displasia fibromuscular. A estenose aterosclerótica
de artéria renal é geralmente progressiva. Cerca de 40% das obstruções arteriais
acima de 75% evoluem para obstrução total entre um a cinco anos.
Comumente, modelos animais de hipertensão experimental são utilizados para se
estudar os fatores envolvidos na gênese ou na manutenção de um quadro
hipertensivo. Um destes modelos, é o modelo de hipertensão renovascular 2 rins 1
clipe (2R1C) de Goldblatt et al., (1934) que consiste na realização de uma constrição
de uma artéria renal enquanto o rim contralateral é mantido intacto (hipertensão
renal 2 rins 1 clipe de Goldblatt – 2R1C).
Tem sido bem documentado que a hipertensão no modelo experimental 2R1C
depende do aumento da atividade do sistema renina-angiotensina (SRA), tanto
periférico quanto central (DEFORREST et al., 1982; MARTINEZ-MALDONADO, 1991;
NIEDERBERGER et al., 1995; WANG et al., 2005), sendo que o sistema nervoso
simpático também contribui para a hipertensão 2R1C (NYSTROM et al., 2002;
OLIVEIRA-SALES, et al., 2016).
O sistema humoral, renina-angiotensina (SRA), também é responsável pelo controle
da homeostasia cardiovascular e do balanço hidroeletrolítico. Classicamente, esse
sistema em sua definição original atua sobre a PA por meio da angiotensina II (Ang
II), gerada na circulação em uma cascata enzimática iniciada pela renina, que é
secretada pelas células justaglomerulares do rim (DZAU, 1986) e pelo controle
eletrolítico de liberação do NaCl pela mácula densa (MARTELLI, 2010). A renina
cliva o angiotensinogênio produzido no fígado gerando a Ang I que dará origem a
Ang II pela ação da enzima conversora de angiotensina (ECA) (IRIGOYEN et al.,
2001). Esta enzima está presente na superfície vascular e tem ação no leito vascular
pulmonar, o qual recebe 100% do débito cardíaco (PEACH, 1977).
Recentemente o SRA apresenta-se como um agente regulador da PA basal sendo
composto por peptídeos vasoativos com ações hipertensivas e anti-hipertensivas
que agem de modo endócrino, parácrino e autócrino (SIMÕES-E-SILVA et al.,1997;
9
SANTOS et al., 2000) e, portanto, alterações neste sistema tem predisposto as
pessoas ao surgimento de doenças cardiovasculares como a hipertensão, doenças
coronarianas, miocardites e insuficiência cardíaca (DOSTAL et al., 1999).
Além disso, já está estabelecido na literatura que a angiotensina II é um peptídeo
que media muitas das respostas comportamentais e fisiológicas do organismo, tais
como elevação da PA, ingestão de água, sódio, alimento, liberação de aldosterona e
vasopressina e constrição do músculo liso vascular por ações diretas e ativação do
sistema nervoso simpático por atuação periférica e central (REID, 1984; HALL, 1986;
PHILLIPS; SUMNERS, 1998).
Nos animais 2R1C, um aumento na resistência periférica, associada a redução no
índice cardíaco agudo e cronicamente (RUSSEL et al., 1983) também contribui para
a manutenção deste quadro hipertensivo. Em relação à capacidade vascular, ela
está reduzida, embora não pareça haver alteração da complacência (EDMUNDS et
al., 1989; YAMAMOTO; OGINO, 1982). O aumento da resistência vascular periférica
na fase aguda deve estar associado a fatores neuro-humorais, enquanto na fase
crônica existe um reforço produzido pelas alterações estruturais dos vasos (FOLKOW
et al., 1973).
Esse modelo experimental 2R1C é caracterizado pela elevação e aumento da
variabilidade da PA, bem como pela redução da sensibilidade barorreflexa (MOYSES
et al., 1994; WANG et al., 2005; PEOTTA et al., 2007; RODRIGUES et al., 2007).
1.6 Exercício físico e hipertensão
Estudos procuram evidenciar a influência e o efeito do exercício físico agudo e
crônico sobre os parâmetros cardiovasculares em seres humanos e animais, e nesta
perspectiva Nogueira et al. (2012) aponta em seu estudo que o exercício físico (EF)
é uma atividade física planejada, estruturada e repetitiva, que tem como objetivo
10
final ou intermediário aumentar ou manter a saúde e a aptidão física (MORAES et.
al., 2007), podendo propiciar benefícios agudos e crônicos.
Dentre os benefícios destacam-se a melhora no condicionamento físico; diminuição
da perda de massa óssea e muscular; aumento da força, coordenação e equilíbrio;
redução da incapacidade funcional, da intensidade dos pensamentos negativos e
das doenças físicas; promoção da melhoria do bem-estar e do humor,
(FOUNTOULAKIS, et al., 2003) além da redução da PA pós-exercício em relação
aos níveis pré-exercício (PESCATELO et al., 2004; HALLIWILL, et al,. 2001).
O efeito protetor do exercício físico vai além da redução da PA, estando associado à
redução dos fatores de risco cardiovasculares e à menor morbidade e mortalidade,
quando se compara pessoas ativas com indivíduos sedentários o que explica a
recomendação deste na prevenção primária e no tratamento da hipertensão
(FAGARD et al., 2001; MYERS, et al., 2002).
BRUM, et al. (2004), aponta que o exercício físico se caracteriza por uma situação
que retira o organismo de sua homeostase, pois implica no aumento instantâneo da
demanda energética da musculatura exercitada e, consequentemente, do organismo
como um todo. Assim, para suprir a nova demanda metabólica, várias adaptações
fisiológicas são necessárias e, dentre elas, as referentes à função cardiovascular.
Apesar de saber da influência do exercício físico, aeróbico e anaeróbico em seres
humanos e animais, ainda não está completamente esclarecido na literatura qual o
exercício, aeróbico, anaeróbico ou combinados, têm um efeito melhor sobre a PA e
função vascular de seres humanos, uma vez que, PAL et. al (2013) apresentou que
o exercício aeróbico: 30 a 40 minutos em 60% a 85% da frequência cardíaca máxima,
cinco vezes por semana parece melhorar significativamente a PA e reduz índice de
aumento, já o treinamento de resistência: três a quatro séries de 8 a 12 repetições
com 10 repetições máximas, 3 dias por semana parece melhorar significativamente a
PA , enquanto que o treinamento físico combinado: 15 minutos de aeróbico e 15
minutos de resistência, 5 dias por semana é benéfico para a função vascular, mas em
menor escala. O exercício aeróbico parece ser mais benéfico ao controle da PA e
função vascular (PAL et. al, 2013).
11
O exercício físico aeróbio, realizado de forma crônica, é responsável por modificações
no sistema cardiovascular tanto em repouso como durante o exercício físico
(NEGRÃO, et al. 1992; BRUM, 1995; KALIL, 1997). Dentre os principais parâmetros
cardiovasculares que sofrem adaptações ao treinamento físico estão a FC
(NEGRÃO, et al. 1992; KALIL, 1997) e a PA (NEGRÃO, et al. 1992; BRUM,
1995), sendo que um dos principais efeitos do treinamento físico é a diminuição da
FC de repouso. Essa adaptação é observada tanto em animais (NEGRÃO, et al.
1992) como em humanos (KATONA, et al. 1982), principalmente quando o
treinamento físico é realizado em intensidade baixa e moderada (50- 70% do VO2
máx.). De fato, a bradicardia de repouso tem sido considerada como um eficiente
marcador do efeito do treinamento físico aeróbio. Em atletas treinados em
endurance e altamente condicionados, foram descritas frequência cardíaca de
repouso de 28 a 40 batimentos/min (WILMORE; COSTILL, 2001).
O exercício físico é capaz de provocar importantes modificações no controle do
sistema cardiovascular, aumentando a FC, a PA e o débito cardíaco, entre outros
parâmetros hemodinâmicos primariamente dependentes de ativação simpática e
inibição vagal (SOARES; NÓBREGA, 2005). Essas respostas são provocadas por
complexos mecanismos ativadores neurais que envolvem núcleos superiores no
encéfalo e sinais aferentes musculares, que por sua vez modificam os mecanismos
moduladores cardiovasculares, notadamente, o barorreflexo arterial (SOARES;
NÓBREGA, 2005). No entanto, sabe-se que o exercício físico de baixa intensidade
promove uma bradicardia de repouso, além de reduzir a PA de animais e humanos
hipertensos (VÉRAS-SILVA et al, 1997; NEGRÃO et al, 1999; TIPTON, 1999). A
redução da PA promovida pelo exercício físico pode estar relacionada à redução do
tônus simpático e a melhoria do barorreflexo (KRIEGER et al., 1999; NEGRÃO et al.,
1999).
Em relação ao barorreflexo, um importante reflexo cardiovascular, o aumento do
ponto operacional do barorreflexo arterial é consequência do aumento simultâneo da
PA, FC e atividade nervosa simpática tanto durante o exercício quanto na atividade
motora espontânea (DI CARLO; BISHOP, 1992; LUDBROOK; GRAHAM, 1985;
LUDBROOK; POTOCNIK, 1986). Acredita-se que a redução do ponto operacional
12
do barorreflexo poderia estar envolvida nas reduções da PA, FC e tônus simpático
cardíaco após o exercício em ratos hipertensos (CHANDLER; DI CARLO, 1997) uma
vez que, o exercício físico é capaz de melhorar as respostas barorreflexas em
animais hipertensos (KRIEGER et al., 2001).
Outra forma de se verificar uma influência do exercício físico no sistema
cardiovascular pode ser o estudo do comportamento oscilatório da FC e da PA por
meio da análise espectral, pois esta análise tem permitido quantificar o
comportamento dinâmico destas variáveis, tanto no repouso quanto no exercício, de
forma a inferir quanto aos mecanismos autonômicos de controle envolvidos na
homeostase cardiovascular (RIBEIRO; FILHO, 2005; JULIEN, 2006; MONTANO et
al., 2009; SILVA, et al., 2009).
Sabe-se que a modulação autonômica encontra-se prejudicada em animais com
hipertensão renovascular (2R1C) (OLIVEIRA-SALES et al., 2014), mas existem
alguns trabalhos (SANT'ANA, et al., 2001; FARZAN JR, et al., 2005; NOBRE, et al.,
2006; ROSSI, et al., 2008; ABREU, et al., 2009;) na literatura que demonstram em
diferentes modelos experimentais de animais normotensos e hipertensos, que o
exercício físico é capaz de reestabelecer essa condição, no entanto ainda não está
bem claro na literatura os efeitos do exercício físico sobre a modulação autonômica
de animais com hipertensão renovascular dois rins um no clipe.
O exercício de natação em ratos vem sendo amplamente utilizado por ser uma
habilidade inata do rato e pela similaridade das adaptações do exercício em relação
àquelas observadas em humanos (GOBATTO et al. 2001; VOLTARELLI et al., 2002).
Em ratos normotensos foi observada uma atenuação da resposta pressora ao
glutamato, aminoácido excitatório RVLM, uma importante área central envolvida na
regulação simpática, após o treinamento da natação (MARTINS-PINGE et al., 2005).
Em ratos espontaneamente hipertensos (SHR), o treinamento da natação foi capaz
de reduzir os níveis circulantes de angiotensina II (ZAMO et a.l, 2011), além de
suprimir o sistema simpato-adrenal e reduzir a produção de prostaglandinas
vasoconstritoras nos rins (IKEDA et al., 1994), efeitos que poderiam explicar a redução
da PA (IKEDA et al., 1994; ZAMO et al, 2011). Em ratos com hipertensão
desoxicorticosterona-sal (DOCA-SAL), a natação só é eficiente em retardar o
13
desenvolvimento da hipertensão quando realizada antes do início do tratamento com
DOCA (CRITZ; LIPSEY, 1976).
No modelo experimental de hipertensão renovascular (2R1C), o exercício físico de
baixa a moderada intensidade (quatro semanas de natação) realizado durante o
desenvolvimento da hipertensão renovascular, melhorou a bradicardia reflexa dos
ratos hipertensos, além de reduzir a PAM (MACHADO, et al., 2000; RODRIGUES et
al., 2007; SOARES et al., 2011; LOCATELLI, et al., 2014; SOUSA, et al., 2015;
MAIA, et al., 2015) ou seja, melhorou a função cardiovascular neste modelo
experimental. Ademais, o treinamento da natação melhora a resposta da infusão
crônica com ANG 1-7, que só foi capaz de reduzir a PA em ratos com hipertensão
2R1C treinados, mas não sedentários (SHAH et al., 2012). Em resumo, o
treinamento da natação pode trazer melhoras em quadros hipertensivos.
Podemos justificar a realização deste trabalho considerando que: (1) a hipertensão é
um importante problema de saúde pública e desvendar os mecanismos que
poderiam contribuir ou proteger contra um quadro hipertensivo é de grande valia, (2)
possível utilização do exercício físico (natação) na prevenção de doenças como a
hipertensão; (3) embora existam vários trabalhos em relação aos benefícios do
exercício físico num quadro hipertensivo, até onde sabemos, existem poucos
trabalhos que relatam as influências do exercício físico na modulação autonômica,
na ingestão, volume urinário, reflexos cardiovasculares, ou na FCI do animal com
hipertensão renovascular (2R1C).
1.7 Hipótese
A hipertensão renovascular 2R1C é mantida, pelo menos em parte, pelo aumento da
atividade do sistema nervoso simpático e do sistema renina angiotensina, podendo
afetar o sistema cardiovascular e, consequentemente, a PA, FC, FCI, a modulação
autonômica e o barorreflexo. O exercício físico interfere no sistema nervoso
autônomo e no SRA. Portanto, a hipótese do trabalho é que o exercício físico ao
alterar a atividade do sistema nervoso autônomo e do SRA, poderia amenizar os
danos causados pela hipertensão renovascular 2R1C.
14
Alterações dos mecanismos de controle de curto, médio e longo prazo da PA, que envolvem o SNC e mecanismos humorais.
Atividade do SRA
Atividade simpática
Sensibilidade barorreflexa
Variabilidade da FC e da PA
Interferir nos componentes espectrais
( LF e HF) da modulação autonômica
Interfere na FCI e em comportamentos ingestivos.
HIPERTENSÃO
HIPERTENSÃO
2R1C
EXERCICIO FÍSICO
Figura 1 – Danos causados pela hipertensão arterial e hipertensão renovascular (2R1C) ao
organismo. Efeitos do exercício sobre a hipertensão. Sistema nervos central (SNC); Sistema renina-
angiotensina (SRA) Frequência cardiaca (FC); Frequência cardíaca intrínseca (FCI); Pressão arterial
sistólica (PAS); LF (low frequency) e HF (higth frequency) Fonte: próprio autor.
15
2 - OBJETIVO
2.1 Objetivo Geral
Verificar o efeito do exercício físico (natação) realizado durante o desenvolvimento da
hipertensão renovascular nos parâmetros cardiovasculares e comportamentos
ingestivos.
2.2 Objetivos específicos
Em ratos normotensos e hipertensos (2R1C) sedentários e treinados:
Avaliar peso dos rins
Avaliar tempo até exaustão
Avaliar o peso corporal
Avaliar a ingestão de ração, água e o volume urinário.
Avaliar a variação da PA e FC
Avaliar a variação da FCI;
Avaliar o barorreflexo evocado;
Avaliar a modulação autonômica.
16
4 - METODOLOGIA
4.1 Animais
Foram utilizados para este estudo ratos Fisher pesando inicialmente 180g e 200g,
provenientes do Centro de Ciência Animal (CCA) da Universidade Federal de Ouro
Preto em conformidade com o protocolo aprovado pelo Comitê de Ética em Uso de
Animais (CEUA: 2015/27). Os animais foram gerados e mantidos no CCA em caixas
coletivas (máximo de quatro animais por caixa), com água e ração ad libitum. Além
disso, a temperatura (23ºC ±2ºC) e a iluminação (ciclo claro escuro 12h) foram
controladas.
4.1.1 Adaptação
Após receber os animais, os mesmos foram submetidos a um período de adaptação:
10 minutos/dia ao longo de uma semana (5 dias) ao meio aquático.
4.1.2 Protocolo progressivo de carga – protocolo de exaustão
Vinte e quatro após o final do período de adaptação ao meio aquático, os animais
foram submetidos individualmente a um protocolo progressivo de carga: protocolo de
exaustão proposto por Gobatto et al., (2001).
Este protocolo foi realizado em dois momentos: antes e 4 semanas após início do
protocolo experimental de exercício físico aeróbico por 1h/dia 5vezes por semana
sem acréscimo de carga.
O protocolo progressivo de carga foi realizado em uma piscina de 150 cm
cumprimento, 100 cm de profundidade e 60 cm de largura contendo água pré-
aquecida a 31ºC± 2ºC e consistia em acrescentar na cauda do animal 2% do peso
corporal a cada 3 minutos, a exaustão foi considerada quando o animal não tinha
condições de ascender aos limites superiores de água da piscina, ou permanecia por
mais de 5 segundos no fundo da piscina.
17
O treinamento físico de natação foi realizado sem carga durante quatro semanas,
cinco sessões por semana, da seguinte forma: no 1º dia os animais nadaram por 20
minutos, no 2º dia por 40 minutos, no 3º dia por 1h e a partir do 3º dia até o final de
quatro semanas os animais nadaram por 1h. O treinamento foi realizado em uma
piscina com dimensões de 150 cm de cumprimento, 100 cm altura e 60 cm
profundidade, contendo água pré-aquecida a 31ºC± 2ºC. Enquanto os animais que
permaneceram sedentários foram colocados em baldes com água rasa com
aproximadamente 8 cm de profundidade ao longo das 4 semanas.
4.1.3 Indução da hipertensão renovascular 2R1C
Para o desenvolvimento da hipertensão arterial foi utilizado o método descrito por
Goldblatt et al., (1934) denominado 2 rins 1 clipe (2R1C). Os ratos pesando entre (180-
200 g) foram submetidos a jejum de 24 h com livre acesso à água. No dia da cirurgia,
os animais foram anestesiados com uma mistura de cetamina (80mg/kg) com
xilazina (7mg/kg)/100g). Em seguida foi feita uma incisão na lateral esquerda de 4 a 6
cm abaixo do processo xifoide.
Subsequentemente, a artéria renal esquerda foi identificada e isolada com o auxílio
de pinças e hastes flexíveis. Um clipe de prata 950 (que contém 5% de liga de
cobre) apresentando aproximadamente 8 mm de comprimento e 2 mm de largura,
em forma de U, cuja abertura foi previamente fixada por meio do uso de um calibrador
de folga, foi colocado ao redor da artéria renal esquerda. O grau de constrição do
clipe escolhido foi de 0,20 mm de diâmetro interno. Em todos os animais, após
cirurgia, o abdômen foi suturado com pontos contínuos na camada muscular e pontos
descontínuos na pele.
O outro grupo de animais foi submetido à cirurgia fictícia, que consistiu na realização
de todos os procedimentos acima, exceto a colocação do clipe de prata em torno da
artéria renal. Estes animais foram considerados normotensos e utilizados como
controle.
18
Ao final do procedimento cirúrgico, todos os animais receberam injeção
intramuscular (0,1 mL/ rato) de analgésico: cetoprofeno, 4mg.kg−1, 0.1mL
intramuscular e antibióticos, benzilpenicilina benzatina (600.000 UI), benzilpenicilina
procaína (300.000 UI), benzilpenicilina potássio (300.000 UI) e estreptomicina sulfato
(500 mg) 0,1mL por via subcutâneo, para evitar infecção pós-cirúrgica.
4.1.4 Grupo experimental
Vinte e quatro horas após o protocolo de exaustão os animais passaram pela cirurgia
fictícia e pela cirurgia de implantação de um clipe de prata na artéria renal denominada
dois rins um no clipe (2R1C). Em seguida os animais foram divididos aleatoriamente
nos seguintes grupos experimentais: normotenso (N) e hipertenso (H), sedentário (S)
e treinado (T). Quarenta e oito horas após a cirurgia fictícia e de 2R1C os animais
foram submetidos ao protocolo de exercício físico aeróbico de natação.
17
Figura 2 - Protocolo experimental: adaptação, exaustão, cirurgia fictícia e 2R1C, protocolo de treinamento físico.
18
4.2 Avaliação indireta da PAM por meio da pletismografia de cauda
Trata-se de um método utilizado para verificar a PAM indireta dos animais e foi
proposto por Willians et. al. (1939) e modificado por Magaldi (1944). O método
utilizado consistiu em acondicionar os ratos em um tubo cilíndrico de acrílico, no qual
foram aquecidos e ventilados de maneira adequada a realização das medidas de
PAS. Para tal procedimento, a cauda dos animais era conectada a um manguito de
borracha que foi adaptado à região proximal da cauda e ligado ao esfigmomanômetro
para insuflar e desinsuflar automaticamente em intervalos fixos de aproximadamente
15 segundos. Próximo ao manguito foi acoplado um transdutor de pulso (sensor) que
captava os sinais a serem enviados e registrados em software para análise posterior.
4.3 Medidas de peso corporal, ingestão de água, ração e coleta de urina
Para medidas da ingestão de água e ração e coleta de urina, os animais foram
alocados em gaiolas metabólicas Tecnoplast® na 4ª semana após início do protocolo
experimental e lá permaneceram 24 horas para adaptação ao meio. Transcorrido este
período, os parâmetros supracitados foram avaliados por mais 24 horas. A ingestão
de água e ração fora calculada com base na diferença entre o que foi ofertado no dia
anterior menos o que permaneceu no dia seguinte, respeitando- se tempo extra de
24 horas. O volume urinário, o peso corporal e ingestão de ração das 24 horas foram
medidos para posterior análise.
19
4.4 Procedimentos de aquisição dos parâmetros cardiovasculares
4.4.1 Canulação
Para aquisição dos parâmetros cardiovasculares de forma direta, 24h após serem
submetidos ao protocolo de exaustão os animais foram anestesiados com injeção
intraperitoneal de uma mistura de cetamina (80mg/kg) com xilazina (7mg/kg) e cânulas
de polietileno foram implantadas na artéria e na veia femorais esquerdas para
mensuração da PAP e para administração de fármacos.
Para a confecção das cânulas, foram utilizados tubos de polietileno PE-50 (com
dimensões ajustadas de acordo com o tamanho do animal) previamente soldados a
tubos de polietileno PE-10 de 1 cm de comprimento.
Em suma, a cirurgia consistiu de uma incisão ventral da pata traseira esquerda onde
a artéria e a veia femoral foram isoladas e cateterizadas utilizando-se a porção PE-
10 das cânulas. As extremidades PE-50 foram transpassadas subcutaneamente na
região lateral, com o auxílio de um trocater, para a cintura escapular e exteriorizada
no dorso, próximo ao pescoço. Após a cirurgia, analgésico (cetoprofeno, 4mg.kg−1,
0.1mL intramuscular) e antibióticos [benzilpenicilina benzatina (600.000 UI),
benzilpenicilina procaína (300.000 UI), benzilpenicilina potássio (300.000 UI) e
estreptomicina sulfato (500 mg) 0,1mL subcutâneo] foram administrados. Cada
animal se recuperou da cirurgia em gaiolas individuais por um período de 48 horas
com livre acesso a água e comida.
Após 48 horas de recuperação da cirurgia, os animais foram levados à sala de
registro e ali permaneceram por pelo menos uma hora para adaptação às condições
ambientais do laboratório. Imediatamente antes do início do registro, 0,1 mL de uma
solução de heparina em salina isotônica (1000 UI/mL) foi injetada na cânula arterial
(pela extremidade do PE50 exteriorizada) para evitar a formação de coágulos durante
o registro. A cânula arterial foi conectada a um sistema “spin”, desenvolvido e
construído pelo próprio laboratório, e este a um transdutor de pressão (MLT0699)
ligado a um sistema digital de aquisição de sinais biológicos PowerLab
(ADInstruments Pty Ltd, Austrália) (figura 4).
20
O sinal de PA foi adquirido utilizando-se transdutor de pressão acoplado ao pré-
amplificador (BridgeAmp). Os dados analógicos foram convertidos a variáveis
discretas por um conversor analógico para digital (ADInstruments Pty Ltd., Austrália).
Os dados foram registrados pelo software LabChar 8 for Windows e estocados em
arquivos individuais para cada animal. A amplitude (resolução espacial) da janela de
digitalização foi configurada para 20 mV e os dados foram digitalizadas com resolução
temporal de 1 ms (1000 Hz).
Figura 3 - Representação esquemática dos equipamentos utilizados para a aquisição de dados
cardiovasculares. O cateter exteriorizado no dorso do animal foi conectado a um transdutor de
pressão (ML141Spirometer, 1), ligado a um pré-amplificador analógico (2), a um conversor de sinal
analógico (ADInstruments Pty Ltd, Austrália) (3) e a um computador equipado com o software
LabChart® Pro 7.0 (4) (Adaptado de Sá 2015).
21
4.4.2 Avaliação do barorreflexo
Para avaliar as respostas barorreflexas; bradicardicas e taquicardicas foram
utilizadas concentrações crescentes de fenilefrina (FE - 2,5, 5, 10 e 20 μg/kg) e de
nitroprussiato de sódio (NPS – 10, 20, 30 e 40 μg/kg) . A FE quando injetada
endovenosamente possui ação α-adrenérgica, ou seja, produz aumentos da PA
estimulando os pressorreceptores arteriais reflexamente a induzir reduções da FC e
da atividade simpática de um nervo periférico: nervos renal, esplâncnico e
mesentérico; enquanto o NPS é uma substância vasodilatodora que reduz a PA e
induz à taquicardia reflexa e ao aumento da atividade simpática periférica. Um
intervalo mínimo de 3-5 minutos foi respeitado entre cada injeção de FE e NPS.
Após estimulação e inibição barorreflexa foi realizado o bloqueio simpático e
parassimpático para o coração utilizando metil-atropina (3 μg/kg) e propranolol (4
μg/kg). A metil-atropina foi utilizada para avaliar o efeito do bloqueio vagal sobre a
FC e após 15 minutos foi injetado propranolol para determinar a frequência cardíaca
intrínseca (FCI). Em outros animais essa sequência foi invertida propranolol e metil-
atropina seguindo o mesmo 15 minutos para cada fármaco.
As soluções de fármacos foram preparadas usando salina tamponada com fosfato
(PBS), pH 7,20 como veículo. O volume injetado variou de acordo com o peso
corporal de cada rato.
22
Figura 4 - Protocolo experimental desenvolvido para aquisição dos dados cardiovasculares.
23
4.4.3 Análise dos parâmetros cardiovasculares
Os valores de PAS, PAD e PAM, assim como a FC foram registrados durante o
período considerado basal de forma continua por um período de 40 minutos após 20
minutos de adaptação. A sensibilidade do barorreflexo (SBR) espontâneo foi
analisada por meio do método de injeção de bolus descrito por Farah et al., (1999).
O comportamento destas variáveis também foi registrado e analisado em um intervalo
temporal de 3-5 minutos após ativação e inibição do barorreflexo arterial, por um
período de 40 minutos.
4.4.4 Avaliação da Sensibilidade da Bradicardia Barorreflexa e da frequência
cardíaca intrínseca
A sensibilidade da bradicardia reflexa foi avaliada relacionando-se as alterações
reflexas de FC induzidas por alterações transitórias da PAM. O pico das alterações
na FC ocorria durante os primeiros 5 - 10 segundos e correspondiam à máxima
alteração na PAM produzidas pela FE e/ou NPS. A FC foi convertida em intervalo de
pulso (IP, ms) através da fórmula: IP: 60.000/ FC. As respostas cardiovasculares
geradas pela estimulação/inibição do barorreflexo foram quantificadas detectando-se
o pico máximo de variação da PAM e da FC como resultado das injeções de fenilefrina
e nitroprussiato de sódio, respectivamente. O melhor ajuste da regressão linear foi
extraído da média ± EPM das alterações de PAM e FC para cada dose de FE e NPS
em cada animal. A curva de regressão linear foi usada como um índice de
sensibilidade barorreflexa.
O tônus simpático foi avaliado pela diferença entre a maior taquicardia observada
após o bloqueio vagal com metil - atropina enquanto o tônus vagal foi estimado pela
diferença entre a bradicardia máxima obtida após o bloqueio simpático com
propranolol. O duplo bloqueio por atropina e propranolol resulta na FCI.
24
4.4.5 Análise espectral do intervalo sistólico
A variabilidade no domínio do intervalo sistólico (IS) foi avaliada pelo método de
análise espectral de sinal da PA. Para tanto, sequências de valores consecutivo de
IS foram extraídos de segmentos de no mínimo 20 minutos do registro da PAP e
analisados pelo software CardioSeries v2.4. As séries temporais do intervalo
sistólico (IS) foram redimensionadas para 10 Hz, divididas em segmentos contínuos
de 512 valores e sobrepostos a 50%. Os espectros do IS foram calculados usando o
algoritmo da transformada rápida de Fourier (FFT). Três componentes oscilatórios
majoritários foram observados a partir do espectro: bandas de baixa frequência (LF;
0,20 a 0,75 Hz) e de alta frequência (HF; 0,75 a 3,00 Hz) e a relação entre essas
duas bandas (LF/HF). As potências máximas dessas bandas foram comparadas entre
os grupos. A análise espectral foi realizada durante o período basal e 30 minutos.
4.5 Coleta de Órgãos
Ao término dos experimentos os animais foram sacrificados com excesso de
anestésico (tiopental) e submetidos a uma lombotomia mediana para retirada dos
rins, com o intuito de certificar que o procedimento cirúrgico de clipagem foi
realizado com sucesso. Em seguida, os rins foram pesados para que fosse avaliado
o peso úmido e subsequentemente foram guardados em estufa. Depois de 24h após
de secagem, os rins foram pesados novamente para a obtenção do peso seco.
25
4.6 Análise estatística
As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se software GraphPad
Prism 6.01 for Windows. Os resultados estão apresentados como média ± erro padrão
da média (EPM), e as comparações foram feitas utilizando a análise de variância
ANOVA de uma ou duas vias seguida pelo pós-teste de Bonferroni, teste “t” para
observações não pareadas. Diferenças entres pares de médias foram considerados
estatisticamente significativas quando valores de p foram menores do que 5%
(p<0.05).
26
5. RESULTADOS
5.1 Pressão arterial média obtidos por pletismografia de cauda
A figura 5 contém os valores da PAM obtidos pelo método de pletismografia de
cauda ao final da 4ª semana de protocolo experimental, em animais normotensos e
hipertensos, sedentários e treinados.
Ao final da 4ª semana, animais hipertensos sedentários (HS: 195±1,6 mmHg)
apresentaram maior PAM, quando comparados ao seu grupo controle (NS: 114±0,7
mmHg).
O exercício físico não foi capaz de normalizar a PAM nos animais HT, no entanto
reduziu a PAM em 70% comparado aos animais hipertensos que permaneceram
sedentários ao final da quarta semana (HT: 137±0,6 mmHg vs HS: 195±1,6 mmHg),
mostrando assim os efeitos benéficos do exercício físico sobre a PA desses animais.
P l e t i s m o g r a f i a
2 5 0
N o r m o te n s o H ip e r te n s o
2 0 0 b
1 5 0 c
a
1 0 0
5 0
0 ( N = 1 2 ) ( N = 1 3 ) ( N = 1 3 ) ( N = 1 5 )
S e d e n tá r io T r e in a d o
Figura 5 - Valores da pressão arterial média (mmHg) obtidos pelo método de pletismografia de
cauda no tempo 0, ou seja, antes da cirurgia e ao final da 4ª semana em animais normotensos (N:
n=11) e hipertensos (H: n=13), sedentários (S: n=13) e treinados (T: n=15). Os dados estão expressos
como média ± erro padrão da média. a;b;cP0,05, letras iguais não se diferem entre si, ANOVA de
duas vias seguida pelo pós-teste de Bonferroni.
P A
M
( m m
H g
)
27
5.2 Avaliação do peso dos rins
A tabela I mostra os valores do peso seco renal / 100g peso corporal, 30 dias após a
cirurgia (fictícia ou de 2R1C), de animais normotensos (N) e hipertensos (H),
sedentários (S) e treinados (T).
Os animais hipertensos sedentários apresentam, como esperado, maior peso dos
rins direito (RD) menor peso dos rins esquerdo (RE), e menor relação entre RE/RD
quando comparados ao grupo controle normotenso sedentário, caracterizando assim
o modelo experimental 2R1C, por gerar, neste caso, uma atrofia renal esquerda e
uma hipertrofia renal direita.
O exercício físico não alterou o peso dos rins direitos, esquerdos e nem a relação
RE/RD dos animais tanto normotensos quanto hipertensos, mostrando assim que o
treinamento não interfere no peso dos rins desses animais.
Tabela 1 - Alterações no peso seco dos rins direito (não clipado) e esquerdo (clipado) (g/100g de
peso corporal) em animais normotensos (N: n=11) e hipertensos (H: n=13), sedentários (S: n=13) e
treinados (T: n=15). Os resultados estão expressos como média ± erro padrão da média.
a;b;c;d;eP0,05, letras iguais não se diferem entre si, ANOVA de duas vias seguida pelo pós-teste de
Bonferroni.
Normotenso sedentário (n=12)
2R1C Sedentário (n=13)
Normotenso treinado (n=13)
2R1C Treinado (n=15)
RD 3,36±0,29a 5,06±0,55b 3,70±0,33a 5,01±0,27b
RE 3,31±0,13a 2,18±0,15c 3,44±0,14a 2,29±0,17c
RE/RD 0,98±0,07d 0,44±0,03e 0,93±0,07d 0,45±0,04e
RD: rim direito; RE: rim esquerdo; RE/RD: relação entre rim esquerdo pelo rim direito.
28
5.3 Tempo até exaustão
A figura 6 mostra o(s) tempo (s) até exaustão de animais normotensos (N) antes do
protocolo experimental de exercício físico aeróbico (1h/dia 5vezes por semana por 4
semanas) e 30 dias após início do protocolo em animais (N) e (H), (S) e (T). Os
dados obtidos antes dos 30 dias foram coletados antes das cirurgias fictícias e de
2R1C e após uma semana de adaptação ao meio aquático (10min/dia 5vezes por
semana), enquanto os dados após 30 dias foram coletados 24h após término do
protocolo de animais submetidos ao exercício físico ou mantidos sedentários.
Os resultados da figura 6 mostram que, antes de iniciar o protocolo de exercício
físico e do procedimento cirúrgico, os grupos normotensos (N) e (H), (S) e (T) não se
diferiam entre si no tempo até exaustão.
Não houve diferenças, para os animais normotensos sedentários no período antes e
após 30 dias do protocolo experimental, mostrando que a variável tempo ou estresse
cirúrgico (cirurgia fictícia) não interferiram no teste de exaustão. Animais hipertensos,
que permaneceram sedentários, após 30 dias de protocolo experimental,
apresentaram redução do tempo até exaustão quando comparado ao grupo controle
normotenso sedentário (HS: 140±11s vs NS: 272±11s), mostrando assim, que a
hipertensão renovascular compromete o desempenho físico.
O treinamento aumentou o tempo até exaustão tanto dos animais normotensos
quanto dos hipertensos não havendo diferenças entre eles, sendo que ambos
apresentam, portanto, maior desempenho nesta variável analisada (NT: 584±23s vs
NS: 272±11s e HT: 516±22s vs HS: 140±11s). Assim, os resultados mostraram que
o exercício físico aumenta o condicionamento físico de animais normotensos e
hipertensos.
29
7 0 0
6 0 0
5 0 0
4 0 0
3 0 0
2 0 0
1 0 0
c
c
a a a a
b
N o r m o te n s o s e d e n tá r io
H ip e r te n s o s e d e n tá r io
N o r m o te n s o tr e in a d o
H ip e r te n s o tr e in a d o
0
A N T E S A P Ó S 3 0 D I A S
Figura 6 - Tempo até exaustão antes e após 30 dias da realização da cirurgia fictícia ou de indução
da hipertensão renovascular em animais dos grupos normotensos (N: n=15) e hipertensos (H: n=15),
sedentários (S: n=15) e treinados (T: n=15). Os dados estão expressos como média ± erro padrão da
média. a;b;cP0,05, letras iguais não se diferem entre si, ANOVA de duas vias seguida pelo pós-teste
de Bonferroni.
a
T e
m p
o
( s ) a
t é
e x
a u
s t ã
o
30
5.4 Ganho de peso corporal e peso corporal total
A figura 7 contém resultados referentes ao peso corporal dos animais (N) e (H), (S) e
(T). Na figura 7A observa-se o ganho de peso corporal(g) e o peso corporal (g) total
ao final da 4ª semana figura 7B.
Ao final da 4ª semana de protocolo experimental, os animais hipertensos sedentários
apresentam menor ganho de peso corporal(g) (figura 7A), que está de acordo com o
menor peso corporal total (figura 7B) quando comparados ao seu grupo controle, NS,
mostrando assim que a hipertensão renovascular (2R1C) interfere no ganho de peso
corporal desses animais. Todavia, é importante ressaltar que não houve perda de
peso, apenas um ganho menor.
Analisando os animais normotensos, foi observado que com o treinamento eles
tiveram um menor ganho de peso, sendo que no final da 4ª semana o grupo
normotenso treinado apresentou um menor peso corporal que os animais
normotensos sedentários, mostrando um efeito benéfico da natação, restringindo o
ganho de peso. Por outro lado, como dito anteriormente, os animais hipertensos
apresentam um menor ganho de peso quando comparado ao seu controle
(normotenso), e neste caso, a natação teve um papel contrário, sendo que os animais
hipertensos treinados tiveram um ganho de peso semelhante aos animais
normotensos sedentários ao final da 4ª semana, sugerindo que as alterações
promovidas pelo exercício levariam a uma tentativa de recuperação do peso
corporal, uma vez que não foi capaz de restabelecer o peso corporal quando se
compara com o grupo normotenso.
31
( A )
N o r m o te n s o
H ip e r te n s o
3 0
a a
a
2 0
1 0
0 ( N = 1 1 ) ( N = 1 2 ) ( N = 1 3 ) ( N = 1 5 )
S e d e n tá r io T r e in a d o
( B )
4 0 0
3 5 0
a
3 0 0 c
b
2 5 0
2 0 0 ( N = 1 1 ) ( N = 1 2 ) ( N = 1 3 ) ( N = 1 5 )
S e d e n tá r io T r e in a d o
Figura 7 - Peso corporal (g/semana) (A), ganho de peso corporal (g) (B) em animais normotensos (N:
n=11) e hipertensos (H: n=13), sedentários (S: n=13) e treinados (T: n=15). O peso corporal na
semana 0 (figura 5A) equivale à massa corporal no dia da cirurgia fictícia ou de hipertensão
renovascular. Os dados estão expressos como média ± erro padrão da média. a;b;c;P0,05, letras
iguais não se diferem entre si, ANOVA de duas vias seguida pelo pós-teste de Bonferroni.
P e
s o
c
o r
p o
r a
l( g
) t o
t a
l
G a
n h
o
p e
s o
c
o r
p o
r a
l ( g
)
32
5.5 Ingestão de ração, água e volume urinário
A figura 8 apresenta dados referentes a ingestão de ração, água e volume urinário
ao final da 4ª semana(figuras 8A, 8B e 8C, respectivamente), obtidos na gaiola
metabólica, em animais normotensos e hipertensos, sedentários e treinados.
Animais HS ingeriram menor quantidade de ração quando comparados ao seu grupo
controle, NS, ao final da 4ª semana (HS: 5,9±0,03 g vs NS: 6,7±0,1 g, figura 8A).
Em relação à ingestão de água, animais HS ingerem maior quantidade de água em
comparação ao seu grupo controle, NS, ao final da quarta semana (HS: 15,8±0,5 ml
vs NS: 9,7±0,1 ml, figura 8B) e; excretam maior volume de urina ao final da quarta
semana (HS: 10±0,8 ml vs NS: 3,2±0,03 ml, figura 8C), mostrando assim que,
durante o desenvolvimento da hipertensão renovascular houve uma alteração no
comportamento ingestivo (menor ingestão de ração e maior de água), assim como
uma aumento no volume urinário.
O exercício físico em HT foi capaz ,de estimular o aumento da ingestão de ração ao
final da quarta semana (HT: 7,3±0,1 g, figura 8A) comparado ao grupo NT (NT:
6,6±0,06 g) ou HS. (HS: 5,9±0,03 g,figura 8A). Quanto à ingestão de água,
aumentou ao final da quarta semana (HT: 17±0,2 ml vs HS: 15,8±0,5 ml, figura 8B).
Houve redução do volume urinário ao final da quarta semana (HT: 6,3±0,1 ml vs HS:
10±0,1 ml, figura 8C).
33
( A ) N o r m o te n s o
H ip e r te n s o
8 c
a a
6 b
4
2
0
( N = 6 ) ( N = 6 ) ( N = 6 ) ( N = 6 )
( B )
S e d e n tá r io T r e in a d o
2 0
b c
1 5
1 0
5
0
( N = 6 ) ( N = 6 ) ( N = 6 ) ( N = 6 )
S e d e n tá r io T r e in a d o
( C )
1 5
b
1 0
c
5
0 ( N = 6 ) ( N = 6 ) ( N = 6 ) ( N = 6 )
S e d e n tá r io T r e in a d o
Figura 8 - Ingestão de ração (g/100g peso corporal/24h, figura A), água (mL/100 g de peso
corporal/24h, figura B) e volume urinário (mL/100 g de peso corporal/24h, figura C) ao final de cada
semana em animais normotensos (N: n=6) e hipertensos (H: n=6), sedentários (S: n=6) e treinados (T:
n=6) obtidos na gaiola metabólica. Os dados estão expressos como média ± erro padrão da média.
a;b;cP0,05, letras iguais não se diferem entre si, ANOVA de duas vias seguida pelo pós-teste de
Bonferroni.
V o
lu
m e
u
r in
á r
io
( m
l) /
1 0
0 g
p e
s o
c
o r
p o
r a
l
In g
e s
t ã
o
d e
á
g u
a ( m
l) /
1 0
0 g
p e
s o
c
o r
p o
r a
l
In g
e s
t ã
o d
e r a ç
ã o
( g
) /1
0 0
g
p e
s o
c o
r p
o r
a l
34
5.6 Parâmetros cardiovasculares basais
A figura 9 apresenta resultados cardiovasculares basais da PAS, figura 9A; PAD,
figura 9B; PAM, figura 9C, enquanto a figura 9D apresenta valores da FC dos
animais (N) e (H), (S) e (T).
Animais HS apresentam maiores valores basais da PAS (HS: 227±5 mmHg vs NS:
136±9 mmHg, figura 8A), PAD (HS: 162±3 mmHg vs NS: 97±2 mmHg, figura 8B) e
PAM (HS: 189±7 mmHg vs NS: 106±9 mmHg, figura 8C) quando comparados ao
seu grupo controle NS. Além disso, animais HS apresentam FC maiores em relação
ao seu grupo controle NS (HS: 436±6 bpm vs NS: 385±8 bpm, figura 8D).
O exercício físico (figuras 9A, 9B, 9C) reduziu, mas não normalizou a PA dos animais
hipertensos, a saber, PAS (HT: 159±3 mmHg vs HS: 227±5 mmHg), PAD (HT: 114±3
mmHg vs HS: 162±3 mmHg) e a PAM (HT: 133±3 mmHg vs HS: 189±2
mmHg), quando comparados aos seu grupo HS mostrando assim um efeito protetor
do exercício físico no desenvolvimento da hipertensão renovascular. Não foram
observadas diferenças da PAS, PAD e PAM entre os animais NS e NT.
A figura 9D demonstra que o exercício físico é capaz, em animais HT e NT de
reduzir a FC (HT:360±8 mmHg vs HS: 436±6 mmHg; NT:348±9 mmHg vs NS: 385±8
mmHg) comparado ao seu grupo controle.
35
F C
( b
p m
)
P A
D
( m m
H g
)
N o r m o te n s o H ip e r te n s o
( A )
2 5 0
b
( B )
2 5 0
2 0 0
1 5 0
1 0 0
2 0 0
c b
1 5 0 a
c
1 0 0 a
5 0 5 0 ( N = 1 2 ) ( N = 1 3 ) ( N = 1 3 ) ( N = 1 5 )
( N = 1 2 ) ( N = 1 3 ) ( N = 1 3 ) ( N = 1 5 )
S e d e n t á r io T r e in a d o S e d e n t á r io T r e in a d o
( C )
2 5 0
( D )
4 5 0 b
2 0 0
1 5 0
1 0 0
b
4 0 0
c
a 3 5 0
5 0 3 0 0 ( N = 1 2 ) ( N = 1 3 ) ( N = 1 3 ) ( N = 1 5 )
( N = 1 1 ) ( N = 1 3 ) ( N = 1 3 ) ( N = 1 5 )
S e d e n t á r io T r e in a d o S e d e n t á r io T r e in a d o
Figura 9 - Valores médios da pressão arterial sistólica (PAS: mmHg, figura A) diastólica (PAD:
mmHg, figura B) média (PAM: mmHg, figura C) e frequência cardíaca (FC: bpm, figura D) dos animais
normotensos (N: n=11) e hipertensos (H: n=13), sedentários (S: n=13) e treinados (T: n=15). Os
dados estão expressos como média ± erro padrão da média. a;b;c;dP0,05, letras iguais não se diferem
entre si, ANOVA de duas vias seguida pelo pós-teste de Bonferroni.
P A
M
( m m
H g
)
P A
S
( m m
H g
)
36
5.7 Frequência cardíaca intrínseca
A figura 10 apresenta valores absolutos da FCI após bloqueio autonômico simpático
e vagal em animais (N) e (H), (S) e (T).
Animais HS apresentam maior FCI em relação o seu grupo controle NS (HS: 429±3
mmHg vs NS: 401±3 mmHg).
Animais exercitados normotensos e hipertensos não apresentam diferenças para a
FCI, no entanto o exercício foi capaz de reduzir a frequência cardíaca intrínseca tanto
dos animais normotensos (NT: 361±7 mmHg vs NS: 401±3 mmHg) quanto hipertensos
(HT: 362±31 mmHg vs HS: 429±3 mmHg) em comparação aos grupos normotensos
e hipertensos sedentários.
Portanto, a natação foi eficiente em reduzir a FCI em ambos os grupos, normalizando
para o grupo hipertenso.
37
N o r m o te n s o H ip e r te n s o
4 5 0 b
4 0 0
c c
3 5 0
3 0 0
( N = 1 0 ) ( N = 1 0 ) ( N = 1 1 ) ( N = 9 )
S e d e n t á r io T r e in a d o
Figura 10 - Frequência cardíaca intrínseca (bpm) dos animais normotensos (N: n=10) e hipertensos
(H: n=10), sedentários (S: n=11) e treinados (T: n=9). Os dados estão expressos como média ± erro
padrão da média. a;b;c;P0,05, letras iguais não se diferem entre si, ANOVA de duas vias seguida
pelo pós-teste de Bonferroni.
F C
I (
b p
m )
38
5.8 Análise espectral do intervalo sistólico
A figura 11 apresenta valores absolutos da análise espectral referentes ao
comportamento dos picos de potência das bandas de baixa frequência LF(ms2), alta
frequência HF(ms2) e a relação entre as bandas alta e baixa frequência LF/HF para
o coração no intervalo sistólico. Na (figura 11A) observa-se valores absolutos do
pico de potência da banda LF; HF (figura 11B) e LF/HF (figura 11C) dos animais (N)
e (H), (S) e (T).
Os resultados sugerem que animais hipertensos 2R1C sedentários apresentam
aumento da banda LF (HS: 36±0,9 ms2 vs NS: 30±1 ms2, figura 10A) em prejuízo da
banda HF(HS: 63±1 ms2 vs NS: 70±1 ms2, figura 10B) e, consequentemente, maior
relação LF/HF, ou seja, uma predominância da modulação simpática sobre a
modulação parassimpática (HS: 0,76±0,1 ms2 vs NS: 0,46±0,05 ms2, figura 10C)
para o coração em comparação ao grupo controle, normotenso sedentário.
O exercício foi capaz de diminui a potência das bandas LF (HT: 28±1 ms2 vs HS:
36±0,9 ms2), HF (HT: 71±1 ms2 vs HS.: 63±1 ms2) e LF/HF (HT: 0,45±0,03 ms2 vs
HS: 0,76±0,1 ms2) nos animais hipertensos, sendo que os novos valores obtidos não
diferem do grupo de animais normotensos sedentários ou treinados, mostrando assim,
a influência benéfica do exercício físico na modulação autonômica para o coração de
animais 2R1C.
39
(A ) N o r m o te n s o
H ip e r te n s o
8 0
6 0
4 0 b
a
a a
2 0
0
( N = 1 2 ) ( N = 1 3 ) ( N = 1 3 ) ( N = 1 5 )
( B )
S e d e n t á r io T r e in a d o
8 0
a a a
b
6 0
4 0
2 0
0
( N = 1 2 ) ( N = 1 3 ) ( N = 1 3 ) ( N = 1 5 )
( C )
S e d e n t á r io T r e in a d o
1 . 0
b
0 . 8
0 . 6
a a
0 . 4
0 . 2
0 . 0 ( N = 1 2 ) ( N = 1 3 ) ( N = 1 3 ) ( N = 1 5 )
S e d e n t á r io T r e in a d o
Figura 11 - Valores absolutos do pico da potência das bandas LF (ms2) (A) HF (ms2) e a relação entre
as bandas de alta e baixa frequência LF/HF() para o coração em animais normotensos (N: n=12) e
hipertensos (H: n=13), sedentários (S: n=13) e treinados (T: n=15). Os dados estão expressos como
média ± erro padrão da média. a;b;cP0,05, letras iguais não se diferem entre si, ANOVA de duas vias
seguida pelo pós-teste de Bonferroni.
L F
/ H
F
H F
( m
s 2 )
L F
( m
s 2 )
40
5.9 – Ativação e inibição do barorreflexo arterial
A figura 12 e a tabela 2 apresentam dados referentes às alterações do intervalo de
pulso (i.p./ms) em resposta a variação da PAM induzidas pela ativação e inibição do
barorreflexo em animais (N) e (H), (S) e (T).
O índice de correlação foi de, (HS: r2=0,9873; NS: r2=0,9967; HT: r2=0,9715 e NT:
r2=0,9000).
Animais com hipertensão renovascular (2R1C) que permaneceram sedentários
(Tabela 2) apresentam comprometimento das respostas bradicárdicas e taquicárdicas
quando comparados ao grupo controle, NS.
Não houve diferenças para as respostas bradicárdicas dos grupos dos animais NT e
HT. No entanto, o exercício físico foi capaz de, melhorar o índice da sensibilidade
bradicardica barorreflexa dos animais hipertensos e normotensos em comparação
aos NS e HS.
Foram observadas maiores respostas reflexas taquicardicas em animais HT
comparado ao seu grupo controle NT. Além disso, o exercício físico foi capaz de, em
animais hipertensos, reestabelecer a sensibilidade taquicardica comparado aos
animais HS, mostrando assim que o exercício físico é capaz de influenciar
positivamente as respostas reflexas em animais hipertensos e normotensos.
41
N S ( N = 1 2 )
H S ( N = 1 3 )
N T ( N = 1 3 )
H T ( N = 1 5 )
1 0 0
7 5
5 0
2 5
0
- 2 5
- 5 0
- 7 5
- 1 0 0
- 7 5 - 5 0 - 2 5 0 2 5 5 0 7 5
P A M ( m m H g )
Figura 12 - Variação do intervalo de pulso ( IP,ms) em resposta a variações na pressão arterial
média ( PAM, mmHg) produzidas por doses crescentes de (A) fenilefrina (FE: 2,5; 5; 10 e 20μg/kg
de animal) e (B) nitroprussiato de sódio (NPS: 10; 20; 30; 40 μg/kg por animal) em animais normotensos
(N: n=11) e hipertensos (H: n=13), sedentários (S: n=13) e treinados (T: n=15). As linhas
representam as retas de melhor ajuste obtida por regressão linear.
IP
( m
s )
42
Tabela 2 - Valores basais de pressão arterial média (PAM, mmHg), frequência cardíaca (FC, bpm),
índice de correlação de regressão linear e sensibilidade da bradicardica e taquicardia reflexas de
animais normotenso (N) e hipertensos (H), sedentários (S) e treinados (T). Os dados estão expressos
como média ± erro padrão da média. a;b;c;d;e;f;g;h;i;j;k;l;mP0,05, letras iguais não se diferem entre si,
ANOVA de duas vias seguida pelo pós-teste de Bonferroni.
VALORES BASAIS ICRL (r2)
SBR (IP/PAM,ms /
mmHG
STR (IP/PAM,ms /
mmHG PAM
(mmHg)
FC
(bpm)
NS 106±9a
(n=12)
385±8d 0,9967 0,13±0,012g 0,18±0,009j
HS 189±2b
(n=13)
436±6e 0,9873 0,04±0,002h 0,06±0,008l
NT 109±1a
(n=13)
348±9f 0,9000 0,19±0,009i 0,2±0,01k
HT 133±3c
(n=15)
360±8f 0,9715 0,17±0,006i 0,26±0,02m
ICRL: Índice da correlação de regressão linear; SBR: sensibilidade bradicardica reflexa; STR: sensibilidade taquicardica reflexa.
43
6. DISCUSSÃO
Os resultados obtidos no presente trabalho, em síntese, demonstram que no modelo
2R1C, há um prejuízo do tempo até exaustão; redução do peso corporal; atrofia
renal esquerda e hipertrofia renal direita; redução na ingestão de ração, aumento da
ingestão de água e do volume urinário; aumento da PAS, PAD, PAM e FC;
comprometimento das respostas cardiovasculares evocadas pela ativação/inibição
do barorreflexo arterial; um aumento da FCI e alterações do comportamento dos
componentes espectrais da modulação autonômica para o coração, sendo que o
exercício físico (natação) melhorou a maioria dos parâmetros cardiovasculares e
ingestivos supracitados.
O modelo de hipertensão renovascular (2R1C) sugerido por Goldblatt (1934), que
consiste na constrição parcial de uma das artérias (direita ou esquerda) renais do
animal, realizado durante quatro semanas, utilizado neste trabalho e em vários outros
(MACHADO, et al., 2000; RODRIGUES, et al., 2007; SOARES, et al., 2011; DE
CASTRO, et al., 2012; CUNHA, et al., 2013; LOCATELLI, et al., 2014; OLIVEIRA-
SALES et al., 2014; MAIA, et al., 2015; SOUSA, et al., 2015; KUMRAL, et
al., 2016) para estudar alterações fisiológicas cardiovasculares, é eficiente para
estabelecer quadros hipertensivos e resultou, como esperado, em aumento
consistente das pressões arteriais (PAS, PAD, PAM) basais e da FC mensuradas de
forma indireta ou direta.
Resultados semelhantes aos encontrados nesse trabalho, referentes aos dados
cardiovasculares basais (PAS, PAD, PAM, PAM e FC) de animais sedentários com
hipertensão renovascular, já foram evidenciados na literatura por registro direto, via
canulação de artéria e veia femoral, de animais anestesiados (RODRIGUES, et al.,
2007; SOARES, et al., 2011; DE CASTRO, et al., 2012; CUNHA, et al., 2013; MAIA,
et al., 2015; SOUSA, et al., 2015;) e acordados (LOCATELLI, et al., 2014). Sabendo
que o uso de anestésicos, durante a aquisição de dados cardiovasculares, pode
alterar algumas respostas fisiológicas, como por exemplo, as respostas produzidas
pela ação do sistema nervoso autônomo, devido a ações relaxantes que esses
anestésicos exercem sobre a musculatura esquelética e do estresse (STROBEL;
WOLLMAN, 1969; SERVERS et al., 1981), decidiu-se, neste trabalho por conduzir
44
os experimentos em animais acordados, com livre movimentação. Ademais, até
onde sabemos, há maioria dos trabalhos foram feitos em animais anestesiados
(RODRIGUES, et al., 2007; SOARES, et al., 2011; DE CASTRO, et al., 2012;
CUNHA, et al., 2013; MAIA, et al., 2015; SOUSA, et al., 2015) e pouco em acordados
(LOCATELLI, et al., 2014). Os achados do trabalho, corroboram em parte, com os
resultados publicados por Locatelli et al., (2014) que também conduziram os
experimentos em animais acordados, hipertensos e normotensos sedentários, e
evidenciaram o aumento da PAM após utilização do modelo experimental 2R1C, no
entanto para os resultados da FC, apenas algumas publicações (RODRIGUES, et al.,
2007; SOARES, et al., 2011; CUNHA, et al., 2013) demonstraram o aumento da FC,
mas em animais anestesiados.
Os resultados encontrados nesse trabalho sobre os efeitos do exercício físico na
evolução da PAM mensurados pelo método da plestismografia (medida indireta) e pelo
registro direto (canulação de veia e artéria femoral) corroboram com resultados já
publicados na literatura (SOARES et al., 2011; OLIVEIRA-SALES et al., 2014)
RODRIGUES, et al., 2007; SOARES, et. al 2011; DE CASTRO, et al., 2012; CUNHA,
et al., 2013; LOCATELLI, et al., 2014; MAIA, et al., 2015; SOUSA, et al., 2015;)
Vários estudos (RONDON; BRUM, 2003; IRIGOYEN et al., 2003; ACSM, 2010)
mostram que as reduções na PA após o treinamento são mediadas por adaptações
estruturais e neuro-humorais. Dentre estas adaptações, ocorre uma menor atividade
nervosa simpática, associada com a redução nos níveis de noradrenalina plasmática
ou da atividade nervosa simpática periférica (DUNCAN et al., 1985, MEREDITH et
al., 1991; RODRIGUES, et al., 2007; SOARES, et. al 2011; DE CASTRO, et al.,
2012; CUNHA, et al., 2013;). Reduções na PA após exercício físico, também podem
estar relacionadas a uma menor atividade do SRA, com reduções nos níveis de
renina (HAYASHI et al., 2000), Ang II, aldosterona e vasopressina plasmática
(BRAITH et al., 1999).
Sugere-se que a menor FC nos grupos hipertensos e normotensos treinados seja
decorrente da redução dos níveis de excitação simpática e do aumento da
disponibilidade de oxido nítrico circulante no organismo destes animais, visto que
durante o exercício físico ocorre o incremente do fluxo sanguíneo, com consequente
aumento da capacitância venosa, o que gera um aumento do estresse de
45
cisalhamento do fluxo sanguíneo na parede dos vasos, o que estimula a liberação
do óxido nítrico (GOTO, et al., 2003). Além do óxido nítrico, outras substâncias como
prostaglandinas, adenosina, ATP, potássio, lactato, bradicinina e a vasopressina,
vasodilatadoras podem modificar a resposta vasoconstritora alfa-adrenérgicas
(HALLIWILL; 2001; PONTES et al., 2008) e possivelmente contribuir com as
alterações dos parâmetros cardiovasculares.
Ao final do protocolo experimental da hipertensão renovascular (2R1C), foi avaliado o
peso seco dos rins e constatou-se que, animais hipertensos, sedentários e treinados
apresentam atrofia renal do lado em que se implantou o clipe, neste trabalho no lado
esquerdo e, portanto, pesa menos ao passo que o rim direito hipertrofia e apresenta
maior peso. A atrofia renal, gerada pela estenose arterial, no rim esquerdo é
decorrente da redução de fluxo sanguíneo, com consequente redução da filtragem
glomerular, em contrapartida a hipertrofia do rim direito é decorrente do maior fluxo
sanguíneo e filtragem glomerular. Percebe-se que a atrofia ou hipertrofia renal, em
animais hipertensos treinados (RE: 2,29±0,17 vs RD: 5,01±0,27), independe do
exercício físico, uma vez que essa atrofia ou hipertrofia foram percebidas nos animais
2R1C sedentários (RE: 2,18±0,15 vs RD: 5,06±0,55) e, não foram percebidas nos
animais normotensos sedentários (RE: 3,31±0,13 vs RD: 3,36±0,29) e treinados
(RE: 3,44±0,14 vs RD: 3,70±0,33).
De acordo com Smith e Bishop (1986) a hipertensão renovascular (2R1C) é
confirmada quando se tem resultados da relação entre rim esquerdo/ rim direito
(RE/RD) entre 0,4 e 0,9; sendo, portanto, indicativo de uma operação bem sucedida,
ou seja, este intervalo de relação RE/RD sugere que os animais ficaram hipertensos.
Neste sentido, os resultados encontrados nesse trabalho para a relação RE/RD em
animais hipertensos (HS: 0,44±0,03 e HT: 0,45±0,04) e normotensos (NS: 0,98±0,07
e NT: 0,93±0,07) estão de acordo com os dados já publicados (SMITH; BISHOP,
1986). Além disso, o valor médio da PA dos animais hipertensos sedentários foi de
(HS: 189±7 mmHg) ao passo que, nos animais hipertensos treinados foi de (HT:
133±3), comprovando o sucesso da cirurgia 2R1C e a eficiência do exercício físico
em reduzir a PA.
46
Testes experimentais de exercício físico têm sido utilizados como instrumento para
avaliar indicadores de aptidão aeróbica com o objetivo de auxiliar na prescrição de
intensidades adequadas de treinamento físico. Neste trabalho, apesar de não ter sido
acrescida carga ao longo do experimento, em animais normotensos e hipertensos,
sedentários e treinados, os animais foram submetidos a um protocolo progressivo de
carga (GOBATTO et al., 2001) para quantificar o tempo total até exaustão 48h antes
de iniciar o protocolo experimental, e 24h após o último dia de protocolo experimental,
como forma de identificar melhorias ou não na aptidão aeróbica desses animais. Já
está validado na literatura a utilização do teste de tempo até exaustão, não
invasivo de potência crítica (MARANGON et al., 2002), para identificar a condição
aeróbica de animais.
Após coleta de dados, constatou-se que os animais hipertensos (2R1C) que
permaneceram sedentários ao longo de quatro semanas apresentaram redução do
tempo total até exaustão quando comparados ao seu grupo controle normotenso
sedentário. Esses resultados mostram que a hipertensão renovascular 2R1C
compromete a aptidão aeróbica, uma vez que, após quatro semanas, os animais
hipertensos (2R1C) apresentaram um menor tempo até exaustão, mostrando uma
piora na condição aeróbica. Soares et al., (2011) sugere que, nesse tipo de
hipertensão (2R1C), um dos possíveis motivos pela redução da condição aeróbica
seja pelo aumento da concentração do lactato sanguíneo e dificuldade de remoção
do mesmo. Além disso, seria possível que a redução da condição aeróbica tivesse
relação com a menor ativação e expressão da sintase do óxido nítrico (NOS), uma
vez que, a hipertensão causa disfunção endotelial, e assim, menor disponibilidade
de óxido nítrico (ON) (KINGWELL, 2000; ZAGO; ZANESCO, 2006; BRANDÃO;
PINGE, 2007; PAL, et al., 2013), podendo tornar, portanto, mais intenso o teste
progressivo de carga, para os animais hipertensos. No entanto pouco se sabe sobre
os motivos de uma menor condição aeróbica no modelo experimental 2R1C, sendo
necessária a realização de mais estudos.
Identificou-se que o exercício físico é capaz, em animais normotensos e hipertensos
de melhorar o tempo até exaustão, uma vez que o programa de natação aplicado foi
eficiente para causar adaptações ao organismo dos animais, pois os animais
47
treinados nadaram por mais tempo até a exaustão, se comparados aos sedentários,
se igualando ao normotensos e hipertensos treinados.
Sugere-se que um dos motivos para a melhora do tempo até exaustão dos animais
treinados possa ser pelo aumento da expressão da atividade máxima da enzima
citrato sintase, uma vez que na hipertensão a atividade dessa enzima se encontra
reduzida (FERNANDES, et al., 2015). O aumento dessa enzima demonstra que o
treinamento físico é eficiente em aumentar a atividade máxima oxidativa muscular
(LANCHA JUNIOR,1991; MEDEIROS et al., 2000), que é uma adaptação marcante
do músculo esquelético ao treinamento físico aeróbico.
Com relação ao ganho de peso (g) corporal e ao peso corporal (g) total e ao,
identificou-se, nesse trabalho, que os animais sedentários com hipertensão
renovascular apresentam menor peso e ganho de peso corporal ao final da 4ª
semana.Os resultados encontrados neste trabalho, sobre o menor ganho de peso
(g) em animais 2R1C ao final da 4ª semana, corroboram com dados já publicados na
literatura (MACHADO, et al., 2000). Sugere-se que um dos possíveis motivos que
pode colaborar com o menor ganho de peso (g) no modelo experimental (2R1C) seja
a ativação do (SRA).
Cassis et. al (1998) evidenciou que quanto maior a dose (200, 350 e 500 ng ⋅ kg-1 ⋅
min-1) de infusão crônica de angiotensina II em ratos, menor é o peso corporal, a
massa adiposa branca, os níveis plasmáticos de leptina e maior é a PA, possivelmente
pela maior liberação de norepinefrina, o que contribuiria para o aumento da atividade
metabólica e elevação do dispêndio energético. Como é característica do modelo de
hipertensão renovascular o aumento da angiotensina II circulante (NAVAR, et. al.
1998) os efeitos dela colaboraram com o menor ganho de peso (g) dos animais deste
trabalho.
Em relação aos comportamentos ingestivos de ração e água adquiridos, os
resultados deste trabalho mostraram que animais (2R1C) sedentários ingerem
menor quantidade de ração (g), maior quantidade de água (ml) ao final da 4ª semana
de experimento, durante as quatro semanas de experimento, ao passo que
48
excretam maior volume urinário (ml) ao final 4ª semana quando comparados ao
grupo controle normotenso sedentário.
Identificou-se que o exercício físico foi capaz de aumentar a ingestão de ração, de
animais hipertensos, comparados ao seu grupo controle normotenso treinado e ao
grupo hipertenso sedentário; aumentar a ingestão de água (ml) ao final da 4ª semana
comparado ao grupo hipertenso sedentário; reduzir o volume urinário ao final 4ª
semana comparado ao grupo hipertenso sedentário.
Em relação à alteração desses comportamentos (ingestão de ração, água e volume
urinário) em animais hipertensos e sedentários e treinados, sugere-se que esses
comportamentos pode ser consequência do aumento da produção e circulação de
angiotensina II causada pela hipertensão renovascular (2R1C). Uma vez aumentada
à produção e circulação de angiontensina II no organismo esta pode induzir a sede e
a secreção de vasopressina (ADH) e de aldosterona (HALL, 1986; SAMSON et al.,
1991; SAAD; CAMARGO, 2003). Possivelmente, a Ang II aumentada no modelo
experimental 2R1C seria a responsável, ao mesmo tempo, em estimular a ingestão
de água e inibir a ingestão de alimento. No entanto pouco se sabe sobre os
mecanismos que modulam os comportamentos ingestivos e o volume urinário em
animais com hipertensão renovascular (2R1C), bem como os efeitos do exercício
sobre esses comportamentos.
Os resultados encontrados neste trabalho mostram que animais hipertensos 2R1C
apresentam comprometimento do valor absoluto da FCI em comparação aos
animais NS. Dados da literatura (SOUZA et al., 2008; ROSSI, et al., 2008; SOUZA,
et al., 2009; NETO, et al., 2013), conduzidos em diferentes tipos de hipertensão,
SHR, L-NAME e hipertensão renovascular 1 rim um clipe (1R1C) demonstram
resultados semelhantes aos encontrados neste estudo, no entanto, esse trabalho é o
primeiro a apresentar resultados referente as alterações da FCI na hipertensão
renovascular 2R1C. Souza et al. (2008) observou o comportamento da FCI em
animais com hipertensão renovascular um rim um clipe (1R1C), modelo experimental
mais próximo ao modelo experimental utilizado neste trabalho, e constatou que,
nesse modelo experimental, existe aumento da FCI e predomínio da atividade
49
simpática na FC. Junior Campos et. al., (2000) também sugerem que a FCI estaria
aumentada nos hipertensos, devido a uma hiperatividade simpática.
O exercício físico foi capaz de reduzir a FCI em animais normotensos e hipertensos.
Alguns estudos (ROSSI, et al., 2009; SOUZA et al., 2009; SANT'ANA, et al., 2011;
NETO, et al., 2013) ao investigar o efeito do treinamento físico aeróbio na FCI,
constataram que o exercício físico reduz a frequência cardíaca intrínseca em animais
hipertensos e normotensos, como observado no presente estudo. A redução da FCI
em nosso estudo se deve possivelmente a influência que o exercício físico exerce
sobre a hiperatividade de fibras simpáticas para o coração, visto que, FCI é um
comportamento intrínseco do coração resultante do bloqueio completo das vias
simpáticas e parassimpáticas que agem sobre o marca-passo cardíaco. A redução
da FCI nos animais normotensos e hipertensos em nosso estudo pode ser
consequência do aumento da densidade de receptores β-adrenérgico estimulado
pelo exercício físico (natação), visto que, o exercício físico é capaz de reduzir a
atividade simpática, restaurar a reatividade vascular, aumentar a vasodilatação
(LEOSCO et al., 2003; ZANESCO; ANTUNES, 2007; LEOSCO et al., 2013).
Considerando a variabilidade do IP, por meio das análises das alterações espectrais
para o coração, observou-se que animais 2R1C sedentários apresentaram um
aumento da banda de baixa intensidade LF, uma diminuição da de alta intensidade
HF, e consequentemente um aumento da relação da banda LF/HF nesses animais,
sugerindo predominância da modulação simpática em relação à parassimpática. O
exercício físico melhorou a variabilidade do IP nos animais 2R1C.
Outros estudos (NOBRE et al., 2006; ABREU, et. al. 2009; SANT'ANA, et. al., 2011;
NETO, et. al., 2013; OLIVEIRA-SALES, et. al. 2014) sobre a variabilidade da FC
com diferentes modelos de hipertensão arterial também foram capazes de evidenciar
o comprometimento da variabilidade da PA, no entanto nenhum deles demonstrou o
efeito do exercício físico na variabilidade da pressão sistólica em animais 2R1C.
Sendo assim, os resultados positivos encontrados em nosso estudo em relação à
redução da variabilidade da PA em animais 2R1C, talvez seja pelo menos em parte,
mediados pelos benefícios do exercício físico no sistema cardiovascular, nervoso
autonômico, decorrente de melhorias da sensibilidade
50
barorreflexa (SOARES; NÓBREGA, 2005), estando nosso trabalho em consonância
com o que é indicado pela literatura.
O presente estudo identificou alterações benéficas promovidas pelo exercício físico
nos índices de sensibilidade referentes à bradicardia e a taquicardia reflexa uma vez
que, a redução do reflexo barorreceptor está associada ao aumento da atividade
simpática, com consequente prejuízo cardiovascular. Neste sentido, vários são os
estudos (KRIEGER, et. al. 2001; RODRIGUES, et. al. 2007; PAN, et al., 2007;
SOARES, et al., 2011; NETO, et al., 2013; MAIA, et al., 2015) que abordam os efeitos
bradicárdicos do barorreflexo envolvendo o exercício físico, uma vez que a ausência
deste reflexo impede adaptações cardiovasculares (CERONI et al., 2009).
Corroborando estes dados, com os achados do nosso estudo que ao realizar a
ativação do barorreflexo por injeção em bolus (FARAH, et al., 1999) de fenilefrina
(2,5; 5; 10 e 20 μg/kg, i.v.) gerou repostas bradicárdicas mais intensas em animais
submetidos ao treinamento físico que nos animais normotensos sedentários.
Sugere que um dos motivos da redução da sensibilidade bradicardica barorreflexa
em animais 2R1C seja devido à angiotensinas circulantes em regiões livres de
barreiras hemato-encefálicas no sistema nervoso central Rodrigues et al., (2007).
Além disso, já tem descrito na literatura que animais 2R1C sedentários, apresentam
comprometimento da bradicardia reflexa (RODRIGUES, et al., 2007; DE CASTRO,
et al., 2012; CUNHA, et al., 2013), no entanto não se tem resultados referentes a
taquicardica reflexa para esse modelo experimental em animais sedentários e
treinados.
Este trabalho identificou em animais 2R1C, que o exercício físico foi capaz de
aumentar as respostas taquicardicas barorreflexas nesse modelo de hipertensão,
assim como observado em outros estudos em diferentes modelos experimentais de
(KRIEGER; SILVA; NEGRÃO, 2001; ANGELIS, et al., 2004; NETO, et al., 2013)
hipertensão, mas não em animais em animais 2RC1.
Em nosso trabalho constatamos que o treinamento físico de baixa intensidade melhora
a sensibilidade barorreflexa, em ratos hipertensos 2R1C e normotensos. Uma
possível hipótese seria o aumento da descarga do nervo depressor aórtico durante
variações da PA (KRIEGER; SILVA; NEGRÃO, 2001). Apesar de já se
51
conhecer os efeitos do exercício físico na bradicardia reflexa, pouco se problematiza
sobre os efeitos taquicárdicos, sendo necessários estudos mais aprofundados sobre
seus efeitos.
Diante das evidências mencionadas nesse trabalho, sugerimos a hipótese de que o
exercício físico ao alterar a atividade do sistema nervoso autônomo e do SRA, poderia
alterar os danos causados pela hipertensão renovascular (2R1C). Constatou-se que
o protocolo de treinamento físico na natação realizado durante quatro semanas sem
carga, 5 vezes por semana, 1h/dia foi eficiente em restabelecer 70% a PAM, reduzir a
FC de repouso, FCI, melhorar a variabilidade da FC e a sensibilidade barorreflexa,
além disso, melhorou o tempo até exaustão, reestabeleceu ganho de peso, aumentou
a ingestão de água , ração e reduziu o volume urinários em animais com hipertensão
renovascular (2R1C). Assim, possivelmente por mudar a atividade do sistema nervoso
autônomo, melhorou os danos causados na hipertensão renovascular.
52
7 – Conclusão
Conclui-se que a hipertensão renovascular 2R1C compromete vários parâmetros
cardiovasculares e ingestivos e que o exercício físico os melhora e/ou reestabelece
os vários parâmetros cardiovasculares e ingestivos.
53
8 - REFERÊNCIAS
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