A importância da prática de actividades físicas de ... · sobre o desporto e em particular sobre...
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Milton José Rodrigues Branco
Porto, 2009
A importância da prática de actividades
físicas de forma aleatória (brincar) para o
desenvolvimento das capacidades
coordenativas.
Orientador: Professor Doutor José Augusto Rodrigues dos Santos
Milton José Rodrigues Branco
Monografia realizada no âmbito da disciplina de Seminário do 5º ano da licenciatura em Desporto e Educação Física, na área de Alto Rendimento – Atletismo, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
A importância da prática de actividades físicas de forma
aleatória (brincar) para o desenvolvimento das
capacidades coordenativas.
Porto, 2009
Provas de Licenciatura Branco, M. (2009). A importância da prática de actividades físicas de forma aleatória (brincar) para o desenvolvimento das capacidades coordenativas. Dissertação de Licenciatura apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. PALAVRAS – CHAVE: BRINCAR/COORDENAÇÃO/COORDENAÇÃO MOTORA
DEDICATÓRIA
“ A todos quantos desejam fazer do desporto e do
ensino a sua vida”
V
AGRADECIMENTOS
Ao meu Pai e á minha Mãe por tudo o que me deram e continuam a dar.
Por todos os valores que me transmitiram. A sua forma de ser constitui para
mim um exemplo de humildade e de seriedade.
Ao meu irmão por todas as ajudas, por todas as horas de conversa
sobre o desporto e em particular sobre futebol e o nosso Benfica. Mas
sobretudo por todos os segredos que guardas.
Ao Hirminio, ao Miguelito e ao Nuno “Bezerra” por me terem dado
trabalho quando as propinas estavam por pagar……e o dinheiro não abundava.
Ao Professor José Augusto, ao Professor Vítor frade, ao Professor
Leandro Massada e ao Professor Manuel Botelho por tudo o que me
ensinaram…muito para além da matéria das cadeiras pelas quais foram
responsáveis.
Aos amigos Hélder Pereira, Nuno Couto, José Martins, Miguel Moita e o
grande Gabi pelas horas que passamos e continuamos a passar a discutir
Futebol. Mas mais que isso a discutir o ensino do jogo de Futebol, mesmo
sabendo que a discussão nunca terminará.
Á Neuza Filipa (Neuzax, Barbienfermeira, Morlo e tantas outras coisas)
por ter crescido comigo, desde do tempo de adolescente, e por me ter feito
companhia em tantos momentos que juntos vivemos nesta viagem até ao
mundo dos adultos. Nunca te esquecerei! E nunca é muito tempo.
E a ti também…….
VI
ÍNDICE AGRADECIMENTOS…………………………………………………………………V INDICE DE QUADROS…………………………………………………………….VIII LISTA DE ABREVIATURAS……………………………………………………….IX RESUMO………………………………………………………………………………X ABSTRAT…………………………………………………………………………….XII RÉSUMÉ…………………………………………………………………………….XIV 1. INRODUÇÃO……………………………………………………………………….1
1.1 Objectivos Gerais………………………………………………. ………. 2
1.2 Objectivos Específicos………………………………………….……...…2
1.3 Estrutura do Trabalho………………………………………….………....3
2. REVISÃO DA LITERATURA……………………………………………………...4
2.1 Brincar…………………………………………………………………...…6 2.2 A criança e o jogo…………………………………………………………7 2.3 Coordenação Motora…………………………………………………...…8
2.3.1 Coordenação motora geral………………………………. ……8
2.3.2 Coordenação motora específica……………………………...8
2.3.3 Coordenação motora fina………………………………………8 2.4 Sistematização das exigências coordenativas…………………………9 3. PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS………………………………………10
VII
3.1 População/Amostra……………………………………………………...11
3.2 Inquérito……………………………………………………………..……11
3.3 Bateria de testes de coordenação corporal KTK…………………….12
3.4 Procedimentos estatísticos………. ……………………………………13 4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS…………………......14
4.1 APRESENTAÇÃO……………………………………………………………....15
4.1.1Inquéritos (dados) ……………………………………………………. 15
4.1.2Número de actividades/ jogos/brincadeiras…………………………16 4.1.3 Provas da bateria de testes de coordenação corporal – KTK…….18
Prova 1 – “Equilibrar-se andando de costas”……………………...18 Prova 2 – “Saltitar com uma perna sobre altitudes diferentes”.... 20 Prova 3 – “Saltos Laterais”…………………………………………. 21 Prova 4 – “ Transposição Lateral”…………………………………. 22
4.2 DISCUSSÃO…………………………………………………………………….23 5. CONCLUSÕES………………………………………………………………………25 6. SUGESTÕES PARA FUTUROS ESTUDOS………………………………….27 Recomendações……………………………………………………………...28 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS……………………………………………29 8. ANEXOS………………………………………………………………………...…32
VIII
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1 – Resultados da prova “Equilibrar-se andando de costas”, correspondente á
bateria de testes de coordenação corporal (KTK), para os grupos A e B
……………………………………………………………………………………………………………37
Quadro 2 – Resultados da prova “Saltitar com uma perna sobre altitudes diferentes”,
correspondente á bateria de testes de coordenação corporal (KTK), para os grupos A e B
…………………………………………………………………………………………………...…........38
Quadro 3 – Resultados da prova “Saltos laterais”, correspondente á bateria de testes de
coordenação corporal (KTK), para os grupos A e B …………...…………………………. ...…....39
Quadro 4 – Resultados da prova “Transposição lateral”, correspondente á bateria de
testes de coordenação corporal (KTK), para os grupos A e B …………………………...…........40
Quadro 5 – Listagem com o número de Actividades/jogos/brincadeiras por individo nos
dois grupos (A e B)…………………………………………………. ………………………………...41
Quadro 6 – Listagem dos locais preferidos para brincar nos dois grupos (A e B) …….....42
Quadro 7 – Quadro comparativo entre os dados do grupo A e B, nas quatro provas que
compõem a bateria de testes de coordenação corporal KTK e os seguintes parâmetros
referentes ao questionário aplicado aos dois grupos: Locais preferidos para brincar, número de
actividades/jogos/brincadeiras já realizadas……………………………………………………...…43
Quadro 8 – Análise SPSS……………………………………………………………………….44
Quadro 9 – Análise SPSS…………………………………………………………………...…...45
IX
LISTA DE ABREVIATURAS
KTK – Körperkoordinations test für Kinder
SPSS – Statistic Package for the Social Sciences
Cm – Centímetro
X
RESUMO
Objectivos: A criança necessita de brincar. Ela encontra nessa
actividade as ferramentas motoras e cognitivas que a acompanharam para a
sua vida.
Assim, este estudo pretendeu estabelecer a relação entre a prática de
actividades, jogos, brincadeiras de forma voluntária e não sistematizada e
organizada com o consequente incremento das capacidades coordenativas.
Pretendeu ainda caracterizar de forma global a modo como o população em
causa ocupa os seus tempos livres.
Material e métodos: A amostra foi constituída por 30 indivíduos
(crianças e jovens adolescentes) residentes no concelho de Pombal com
idades compreendidas entre os 10 e 14 anos de idade. Realizada a revisão de
literatura em natural consonância com as duas principais variáveis do estudo
(prática de actividades, jogos e brincadeiras e capacidades coordenativas)
recorreu-se á aplicação de um questionário sobre os hábitos de crianças e
jovens adolescentes e foi aplicada a bateria de testes de coordenação corporal
(KTK).
Estatística: Com vista no objectivo do trabalho os dados inseridos no
programa estatísticos SPSS (t test independent), vêm-nos, de certa forma,
responder e fornecer a discussão pretendida em relação às questões por nós
levantadas.
Resultados: Á pergunta de que forma ocupa os teus tempos livres a
resposta mais dada foi praticar desporto com 26, seguida 23, a ver televisão e
21 referiram que estar no computador é uma das formas como ocupa o tempo
livre. Número de brincadeiras – grupo A = 320, grupo B = 161; Prova 1 – grupo
A = 191 falha, grupo B = 300 falhas; Prova 2 – grupo A = 84, grupo B = 69;
Prova 3 – grupo A = 218, grupo B = 187 e Prova 4 – grupo A = 100, grupo B =
77.
XI
Conclusões: As conclusões foram claras e de encontro ao
conhecimento empírico que inicialmente nos ajudou a formular o tema deste
trabalho: A população estudada caracteriza-se por ocupar o seu tempo livre a
praticar desporto, a ver televisão e no computador; as crianças e jovens
adolescentes do concelho de Pombal preferem a casa e a rua como locais
preferidos para brincar tendo por companhia os amigos. O grupo que com
maior número de vivências, no que diz respeito a actividades lúdicas, jogos e
brincadeiras revela maiores capacidades coordenativas.
PALAVRAS – CHAVE: BRINCAR/COORDENAÇÃO/COORDENAÇÃO
MOTORA
XII
ABSTRACT
Aims: Children like to play. They find in that activity the motor and
cognitive tools that will stay with them for the rest of their lives.
Thus, this study aims to establish a relation between practising activities, and
games, or playing in a spontaneous, not systematized or organized way and the
increasing in coordination skills. Another goal was to characterize, in a general
way, how the population in analysis spends their free-time.
Material and procedure/methods: the sample was made up of 30
people (children and young adolescents) living in the municipality of Pombal
with ages ranging from 10 to 14. After the revision of literature related to the
two main aspects being studied (activity and games practising and coordination
skills) they have been given a questionnaire about their habits and done the
standard tests related to body coordination (KTK)
Statistics: Having in mind the goals of this study, the data input into the
statistics Programme SPSS (test independent) gave us the answers to the
questions initially made and arose the intended discussion on this matter.
Results: practicing sport is the way that more children/adolescents
spend their free-time (26 answers), then comes watching TV (23 answers) and
playing computer games (21 answers). Number of activities: group a – 320;
group B – 161. Test 1 – group a: 191 failures; group B: 300 failures. Test 2-
group A: 84; group B: 69. Test 3 – group A: 218, group B: 187. Test 4 – group
A: 100 and group B: 77.
Conclusions: the conclusions were clear and in accordance with the
empirical knowledge that had helped us to formulate the topic of this study. The
population studied prefers to spend their free-time practicing sport, watching
XIII
television or playing computer games. The children from the municipality of
Pombal like to play at home or out in the street with their friends. The group that
played more games and amusement activities has more coordination skills.
KEY-WORDS: TO PLAY / COORDINATION / MOTOR COODINATION
XIV
RÉSUMÉ
Objectifs: L’enfant a besoin de jouer. Il trouve dans cette activité les
instruments moteurs et cognitifs qui l’accompagneront au long de sa vie.
Ainsi, cette étude a prétendu établir une relation entre la pratique
d’activités, de jeux, d’amusements de façon volontaire, non systématisée et
organisée, avec l’incrément conséquent des capacités de coordinations. Elle a
encore prétendu caractériser de façon globale l’occupation des temps libres de
la population visée para cette étude.
Matériel et méthodes: L’échantillon a été constitué par 30 individus
(enfants et jeunes adolescents), habitants dans la commune de Pombal, ayant
entre 10 et 14 ans. Après avoir fait une révision da la littérature concernant les
deux principales variables de cette étude (la pratique d’activités, de jeux,
d’amusements et les capacités de coordinations), on a appliqué un
questionnaire sur les habitudes des enfants et des jeunes adolescents et on a
aussi appliqué un ensemble de tests de coordination corporelle(KTK).
Statistique: Sans perdre de vu l’objectif du travail, les données insérées
dans le programme de statistique SPSS (t test independent), nous apportent,
d’une certaine façon, des réponses et nous fournissent la discussion
prétendue vis à vis des questions que nous avons posées.
Résultats: Á la question « De quelle façon occupes-tu tes temps
libres? », la réponse la plus fréquente a été : « faire du sport » (26), suivie de
23 réponses pour « regarder la télé », et de 21 pour « jouer sur l’ordinateur ».
Nombre de d’amusements: groupe A = 320, groupe B= 161; Épreuve 1- groupe
A = 191 erreurs, groupe B = 300 erreurs; Épreuve 2 – 84, groupe B = 69;
Épreuve 3 – groupe A = 218, groupe B = 187 ; et épreuve 4 – groupe A = 100,
groupe B = 77.
XV
Conclusions:
Les conclusions ont été claires et en accord avec la connaissance
empirique qui, au début, nous a aidé a formulé le thème ce travail : la
population objet d’études fait du sport, regarde la télé et est sur l’ordinateur ; les
enfants et les jeunes adolescents de la commune de Pombal préfèrent la
maison ou dans la rue comme locaux pour s’amuser, ayant comme compagnie
les amis. Le groupe ayant le plus grand nombre d’expériences, en ce qui
concerne les activités ludiques, jeux et amusements, est celui qui a les plus
grandes capacités de coordination.
MOTS CLÉS: JOUER/COORDINATION/COORDINATION MOTRICE
1. INTRODUÇÃO
2
Para a criança, brincar é aprender a viver, a tornar-se um adulto
equilibrado, a descobrir o mundo, realizando as suas próprias experiências, e
claro, influenciando o desenvolvimento da sua personalidade.
A maneira como as crianças vivem hoje os seus tempos livres
condiciona, em parte, a forma como viverão quando atingirem a idade adulta.
A actividade física, realizada de forma aleatória (brincar), constitui-se
como a actividade de maior enriquecimento motor e psíquico para a criança.
No nosso entender o número de horas livres para a criança brincar,
criando e recriando, a diversidade de brincadeiras e o espaço onde as mesmas
se desenrolam são factores decisivos para o enriquecimento motor e para o
seu aperfeiçoamento.
É nessa perspectiva, que julgamos que a criança que mais tempo brinca
será aquela que apresenta maior capacidade motora geral e maior capacidade
coordenativa. Esta é a ideia que defendemos e o presente trabalho pretende
justificar isso mesmo.
No âmbito da disciplina de Seminário, enveredou-se pelo tema da
importância das actividades físicas de forma aleatória para o desenvolvimento
das capacidades coordenativas, uma vez que é no nosso entender um assunto
bastante pertinente de se estudar.
Assim sendo, o presente trabalho tem os seguintes objectivos:
1.1) Objectivos Gerais:
Conhecer os hábitos e como ocupam o tempo as crianças e jovens
adolescentes do concelho de Pombal;
Relacionar os hábitos e ocupações das crianças e jovens adolescentes
do concelho de Pombal com a sua capacidade coordenativa.
1.2) Objectivos Específicos:
Conhecer a diversidade de actividades que as crianças e jovens
adolescentes realizam nos seus tempos livres, o local onde as realizam e a sua
companhia preferida para o fazer;
Identificar se existe relação directa entre a quantidade de
actividades/jogos/brincadeiras realizadas e as suas capacidades
coordenativas.
3
No intento de cumprir com os objectivos delineados, recorreu-se a uma
metodologia que consistiu numa revisão bibliográfica, através da qual se
procurou enquadrar o tema.
Posteriormente, foram aplicados inquéritos a um conjunto de 30 crianças
e jovens adolescentes do concelho de Pombal, cujos campos de interesse
visavam a identificação dos hábitos da população alvo. E seguidamente foram
aplicados testes de coordenação corporal que visavam identificar as
capacidades deste conjunto de crianças e jovens.
1.3) Estrutura do trabalho
Assim o presente estudo está estruturado de acordo com os seguintes
pontos:
1. O primeiro, a introdução tem como objectivo: apresentar e justificar a
pertinência do estudo, delimitar o problema e definir os objectivos;
2. O segundo ponto consiste numa revisão da literatura relacionado
com o tema em apreço;
3. O terceiro ponto tem que ver com a metodologia adoptada;
4. No quarto ponto, a análise e discussão dos inquéritos e dos
resultados da bateria de testes aplicada;
5. No quinto ponto, apresentar-se-ão as conclusões;
6. No sexto ponto, serão dadas sugestões para futuros estudos;
7. No sétimo ponto, serão enunciadas as referências bibliográficas;
8. No oitavo ponto, serão anexas informações decorrentes de presente
estudo.
2. REVISÃO DA LITERATURA
“Brincar é viver criativamente no mundo. Ter prazer em brincar
é ter prazer em viver.” (Machado, 1994:27)
6
2.1) Brincar O termo brincar é complexo e difícil de definir. Brincar tem moldado as
normas, valores e costumes de todas as culturas; é a força maior na qual as
culturas participam (Edigntom e tal., 2002:44).
Para Kelly (1996:27), uma das definições mais simples é que brincar é
como que uma expressão para o seu próprio prazer.
Brincar é um comportamento auto-motivado, pois ninguém pode forçar
uma criança a brincar, contudo, para a criança, brincar, pode ser um assunto
sério (Edginton e tal., 2002:148).
O acto de brincar está intimamente ligado com a nossa cultura. Machado
(1994:22) refere que brincar é a nossa primeira forma de cultura, definindo
cultura como o convívio das pessoas e a forma como as crianças brincam.
Edginton e tal (2002:44), citando Mannell e Klieber (1997), sugerem que
“play is non literal behaviour and transformation of reality – it is imaginative. In
addiction, it is intrinsically motivated, truly chosen, and actively engaging. It is a
way for children to learn about the world around them and their place in it.
Na perspectiva de Teixeira e Barroco, “ Brincar é, em resumo e alargado
á ideia de jogo, expressão permanente do indivíduo desde a sua infância,
razão pela qual a nossa espécie além de spiens é ludens.” (1987:9).
Brincar é fundamental, pois permite á criança enfrentar desafios,
resolver problemas, aperfeiçoar o pensamento e desenvolver potencialidades.
Para Garvey (1979:7) brincar é um comportamento muito habitual em períodos
do desenvolvimento do conhecimento de si próprio, do mundo físico e social e
dos sistemas de comunicação.
As crianças brincam e isso constitui para elas uma actividade normal,
fundamental. Como realça Chateau (1992), a infância serve para brincar,
porque brincar é prazer. É através da brincadeira que a criança explora o
mundo e se conhece a si mesma. Longe de ser mero passatempo, é
simultaneamente reflexo e estímulo de seu desenvolvimento motor, cognitivo e
afectivo, constituindo a base das suas actividades futuras.
Machado (1994) considera que a criança que brinca livremente, para
além de explorar o mundo ao seu redor, também comunica sentimentos, ideias,
fantasias, revelando-se nas futuras actividades culturais.
7
Por sua vez, Garvey (1979), salienta que grande parte dos
investigadores consideram que brincar é agradável e divertido; não tem
objectivos extrínsecos; é uma actividade espontânea e voluntária; e promove
um empenhamento activo por parte da criança.
Existe uma tendência crescente das crianças brincarem sós “dificultando
a aprendizagem de competências sociais que lhes permitam interagir com os
pares”. (Pereira, 2002:106)
Em 1973, Bandet e Sazanas já enalteciam o direito de brincar, referindo
que deveria ser incluído, antes de todos os outros, na carta dos Direitos da
Criança, uma vez que é dever dos adultos colocar á disposição da criança, na
circunstância correcta, o brinquedo exigido, “ não só pelo seu desejo
momentâneo como, também, por toda a sua força vital.” (1973:11,12)
“Brincar é viver criativamente no mundo. Ter prazer em brincar é ter
prazer em viver.” (Machado, 1994:27)
Brincar é fundamental, pois permite á criança enfrentar desafios,
resolver problemas, aperfeiçoar o pensamento e desenvolver potencialidades.
2.2) A criança e o jogo
“Em situações não formais, entende-se por jogo o processo de dar
liberdade de a criança exprimir a sua motivação intrínseca e a necessidade de
explorar o seu envolvimento físico e social sem constrangimentos (investigar,
testar e afirmar experiências e possibilidades de acção).” (Neto, 1997:21)
“Jogar é uma excelente maneira de perceber a relação entre a ordem e
a desordem, entre organização e caos, entre equilíbrio e desequilíbrio dos
sistemas biológicos e sociais.” (Neto, 1994:8)
Para Bento, Garcia e Graça (1999), o jogo possui uma dimensão ética,
contribui para a aquisição ou desenvolvimento de valores morais, e promove
valores como a autodisciplina, a cooperação, o respeito pelo outro e a
cidadania.
8
2.3) Coordenação Motora
A enciclopédia livre da Internet, Wikipédia define Coordenação motora
da seguinte forma:
É a capacidade de coordenação de movimentos decorrente da
integração entre comando central (cérebro) e unidades motoras dos músculos
e articulações.
Classifica-se a coordenação motora em três grupos:
2.3.1) Coordenação motora geral
É a capacidade de usar de forma mais eficiente os músculos
esqueléticos (grandes músculos), resultando em uma acção global mais
eficiente, plástica e económica. Este tipo de coordenação permite a criança ou
adulto dominar o corpo no espaço, controlando os movimentos mais rudes.
Exemplo: Andar, Pular, rastejar, etc.
2.3.2) Coordenação motora específica
Permite controlar movimentos específicos de uma actividade.
Exemplo: Chutar uma bola (futebol), bandeja (basquetebol), etc.
2.3.3) Coordenação motora fina
É a capacidade de usar de forma eficiente e precisa os pequenos
músculos, produzindo assim movimentos delicados e específicos. Este tipo de
coordenação permite dominar o ambiente, proporcionando a manipulação de
objectos.
Exemplo: Recortar, lançar em um alvo, costurar, escrever, digitar, etc.
Para que haja um trabalho de coordenação é necessário que se tenha
um canal de entrada de informações (input) e um canal de saída para
execução (output) dos comandos vindos do cérebro. O canal input é
preenchido pelo sistema receptor, ou seja, os sentidos visual, táctil, cinestésico,
9
auditivo e cognitivo. Enquanto o canal output é composto pelo Sistema
locomotor completo (membros superiores, membros inferiores e tronco).
“As exigências coordenativas são gerais em relação aos movimentos,
são gerais em relação aos desportos e influenciam o nível de condução e
regulação dos movimentos voluntários.” (Roth & Willimczik,1999)
A coordenação é uma das cinco capacidades motoras fundamentais da
motricidade (coordenação, velocidade, força, resistência e flexibilidade). Ela é a
base para a aprendizagem das habilidades técnicas e a base para o controlo
das habilidades técnicas. Em crianças possui altos índices de treinabilidade.
Depende da herança genética, talento e aprendizagem/treino.
2.4 Sistematização das exigências coordenativas
Exigências coordenativas nas tarefas de movimentos
Elaboração de informação Eferente
Motricidade grossa e fina
Aferente
Óptico, acústico, táctil, cinestésico e cognitivo
Pressão de tempo
Pressão de precisão
Pressão da complexidade
Pressão da organização
Pressão da variabilidade
Pressão da carga
(modelo de Neumaier, 1999)
3. PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS
11
3.1) POPULAÇÃO/AMOSTRA A amostra utilizada para a elaboração deste estudo, restringir-se-á a, um
conjunto de 30 indivíduos do sexo masculino, com idades compreendidas entre
os 10 e 14 anos. A população em causa é composta por 22 praticantes de
futebol no clube “Grupo Desportivo da Ilha” e por 8 jovens que não praticam
qualquer actividade federada. Todos os indivíduos em causa são residentes no
concelho de Pombal.
3.2) PROCEDIMENTOS INSTRUMENTARIUM 3.2.1) Inquérito a crianças e jovens adolescentes do concelho de Pombal
Neste estudo será aplicado um questionário á população alvo, que tem
por finalidade conhecer o quotidiano de crianças e jovens adolescentes
residentes no concelho de pombal e a forma como ocupam os seus tempos
livres. Por forma, a determinar com maior rigor o perfil de cada indivíduo, o
inquérito será constituído por três partes: Uma primeira referente aos tempos
livres, como é ocupado, que parte do dia têm livre, locais preferidos, companhia
preferida e se ele é ocupado com alguma actividade extracurricular; uma
segunda parte em que o inquirido inúmera de uma listagem as
actividades/jogos/brincadeiras que já realizou e onde descreve uma actividade
que pratique que ele próprio criou; e ainda uma terceira parte onde
pretendemos determinar o nível social do indivíduo, bem como a sua situação
escolar.
12
3.2.2) Testes para apuramento das capacidades coordenativas
Körperkoordinations test für Kinder” (KTK)
Irá ser aplicada a, através da qual se poderão avaliar os seguintes
parâmetros: Coordenação com pressão de precisão e de complexidade,
coordenação com pressão de complexidade, coordenação com pressão de
tempo e coordenação com pressão de tempo e de complexidade. Cada um
destes quatro parâmetros poderá ser medido com a aplicação das seguintes
quatro provas:
Prova 1 – “Equilibrar-se andando de costas”
Objectivo: Coordenação com pressão de precisão e de complexidade.
Exercício: equilibrar-se andando de costas, 3 vezes em cada madeira.
Material: 3 madeiras de larguras diferentes: 6cm/ 4.5cm/ 3cm.
Prova 2 – “Saltitar com uma perna”
Objectivo: Coordenação com pressão da complexidade.
Exercício: Saltitar com uma perna sobre altitudes crescentes.
Material: 10 espumas de 50cm x 20cm x 5cm cada.
Prova 3 – “Saltos laterais”
Objectivo: Coordenação com pressão do tempo.
Exercício: em 15 segundos saltar o máximo de vezes possíveis de um lado
para o outro.
Material: 1 fita e 1 madeira de 60cm x 4cm x 2cm.
Prova 4 – “Transposição lateral”
Objectivo: Coordenação com pressão do tempo e da complexidade.
Exercício: trocar de pranchas lateralmente o maior número de vezes em 20
segundos.
Material: 2 pranchas com pés de 25cm x 25cm.
13
3.2.3) Procedimentos estatísticos
Optamos pela análise correlacional, realizada no programa estatístico
SPSS aos dados recolhidos, nos inquéritos aplicados e nas provas realizadas.
O SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) é uma ponderosa
ferramenta informática que permite realizar cálculos estatísticos complexos e
determinar, em poucos segundos, os resultados. Para uma utilização correcta
do mesmo é determinante identificar o teste estatístico que melhor serve os
nossos interesses.
Para estabelecer comparações e determinar a existência de diferenças
estatísticas significativas, os dados foram tratados da seguinte forma: em
primeiro lugar foi testada a normalidade da amostra através do teste
Kolmogorov – Smirnov e de seguida aplicado o T-teste independent nos 5
parâmetros a comparar (quantidade de actividades/jogos/brincadeiras; prova1;
prova 2; prova 3 e prova 4).
4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
15
4.1) APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS
4.1.1) Inquéritos
Após a aplicação dos questionários sobre os hábitos de como ocupam
os tempos livres, às 30 crianças e jovens adolescentes que constituíram a
nossa amostra obtivemos os seguintes resultados:
Á pergunta de que forma ocupa os teus tempos livres a resposta mais
dada foi praticar desporto com 26, seguida 23 a ver televisão, 21 referiram que
estar no computador é uma das formas como ocupa o tempo livre,
seguidamente aparece, brincar na rua/parque/jardim com 14, ouvir musica com
11, Passear com a família ou os amigos com 9, ler com 5, 3 referem ir ao
cinema, 2 referem andar de bicicleta e 1 refere estudar. Das hipóteses
propostas, nenhum inquirido refere frequentar as actividades dos escuteiros.
Á pergunta se fora do horário escolar ocupavam o tempo livre com
alguma actividade extracurricular 22 inquiridos respondem positivamente,
sendo a actividade de maior destaque o futebol com 21 resposta, sendo a outra
a natação com 1 resposta. A esta pergunta 7 inquiridos responderam
negativamente, referindo que fora do horário escolar não praticavam nenhuma
actividade extra. Existiu ainda, uma resposta que considerada inválida por não
se ajustar á pergunta.
A casa com 18 respostas e a rua com 17 foram os locais que a
população inquirida referiu como os seus preferidos para brincar. Em terceiro
lugar surge o recreio da escola com 11 respostas, seguidamente 5 crianças e
jovens adolescentes referem que qualquer lugar é da sua preferência. Sobre
esta temática nenhum refere o parque infantil como lugar preferido para
brincar.
Os amigos são para a esmagadora maioria a companhia preferida para
brincar. Foram 27 os inquiridos que referiram esta hipótese. E apenas 3
referem os pais como companhia preferida para brincar.
Ainda nesta análise global poderemos referir que de um universo de 33
actividades, jogos, brincadeiras identificadas por nós obtivemos os seguintes
dados: 10 dos 30 inquiridos já realizaram em 16 a 20 actividades, jogos ou
16
brincadeiras; 5 já realizaram entre 26 e 30; 4 entre 0 e 5; 4 entre 6 e 10; 4 entre
11 e 15 e nenhum realizou mais de 30 actividades, jogos ou brincadeiras.
Sobre o nível de estudos dos pais (pais e mães = 60), os valores mais
significativos vão para o 1º e 2º ciclo com 17 respostas cada um seguido do 3º
ciclo com 15 referências.
De acordo o conhecimento que possuímos sobre a performance
desportiva e o nível de actividade das crianças e jovens que escolhemos para a
nossa amostra definimos dois grupos distintos: O grupo A, onde se encontram
no nosso entender os 15 indivíduos com maior nível de aptidão física e sobre
tudo com maiores capacidades coordenativas da nossa amostra e o grupo B,
formado por 15 indivíduos que pela sua performance desportiva e pelo seu
estilo de vida constituem o grupo onde hipoteticamente poderão revelar
menores índices coordenativos.
4.1.2) Número de actividades/ jogos/brincadeiras (Inquéritos)
Em primeiro lugar no tratamento estatístico, procedeu-se ao teste
Kolmogorov – Smirnov, através do qual se verificou que a amostra era normal.
Assim sendo, e de acordo com as exigências do programa estatístico em causa
(SPSS), foram realizados testes paramétricos. Para ver as diferenças entre
grupos nas respectivas provas procedeu-se então á aplicação do T-teste
independent, da qual resultou os seguintes resultados que apresentamos em
conjunto com os dados antes do devido tratamento:
17
Tipologia de brincadeiras
Número de actividades/ jogos/brincadeiras já realizados
Independent Samples Test
De um universo de 495 actividades/jogos/brincadeiras possíveis de já
terem realizado, o grupo A efectuou 320. O grupo B para o mesmo universo
realizou 161.
O resultado obtido do tratamento estatístico indica-nos um valor de P de
0.00, significando que as diferenças entre os grupos são extremamente
significativas no que diz respeito ao número de actividades/jogos/brincadeiras
já realizados entre o grupo A e o Grupo B.
Indivíduos/
Questionários Grupo A
Indivíduos/
Questionários
Grupo B
15 Total: 320 15 Total: 161
Equal
variances
assumed
,029 ,866 4,266 28 ,000 10,6000
0
2,48449 5,51075 15,6892
5
BRINCA
DEIRAS
Equal
variances not
assumed
4,266 27,86
7
,000 10,6000
0
2,48449 5,50965 15,6903
5
18
4.1.3) “Körperkoordinations test für Kinder” (KTK) Bateria de testes de coordenação corporal
Prova 1 – EQUILIBRAR-SE ANDANDO DE COSTAS
Independente Simples Testo
Nesta prova cada individuo realizou 3 tentativas para cada medida o que
significa que em cada uma das madeira cada grupo realizou um total de 45
tentativas. Na madeira de 6cm, o grupo A e efectuou um total de 18 falhas
enquanto o grupo B cometeu 32 falhas. Na madeira de 4,5 cm o grupo A
cometeu 33 falhas e o grupo B 66, no total das 45 tentativas. Na madeira de
Grupo A Número de falhas (pé no chão; quedas; etc.)
Grupo B Número de falhas (pé no chão; quedas; etc.)
Nº de Indivíduos/
Questionários
Madeira 6 Cm
Madeira 4.5 Cm
Madeira 3 Cm
Nº de Indivíduos/
Questionários
Madeira 6 Cm
Madeira 4.5 Cm
Madeira 3 Cm
Total 6cm:
18
Total
4.5cm: 33
Total 3cm:
140
Total 6cm:
32
Total4.5cm:
66 Total 3cm:
202 15
Total: 191
15
Total: 300
Qual variantes
assumes
3,337 , 078 -1,352 28 , 187 -, 31111 , 23018 -, 78260 , 16038PROVA1_
6
Qual variantes
noto assumes -1,352 17,88
0
, 193 -, 31111 , 23018 -, 79492 , 17270
Qual variantes
assumes
, 736 , 398 -2,754 28 , 010 -, 73333 , 26627 -1,27876 -, 18790PROVA1_
4.5
Qual variantes
noto assumes -2,754 20,48
0
, 012 -, 73333 , 26627 -1,28793 -, 17874
Qual variantes
assumes
, 000 , 993 -2,515 28 , 018 -1,37778 , 54775 -2,49980 -, 25575PROVA1_
3
Qual variantes
noto assumes -2,515 27,68
6
, 018 -1,37778 , 54775 -2,50038 -, 25518
19
grau de dificuldade mais elevado, 3 cm, o grupo A cometeu 140 falhas e o
grupo B 202 em 45 tentativas. Na globalidade das provas verificamos que o
grupo A efectuou, no somatório de 135 tentativas, 191 falhas enquanto o grupo
B acumulou 300 falhas.
Através da análise estatísticas verificamos que na globalidade da prova,
isto é, no somatório das diferentes madeiras, as diferenças são significativas
entre um e outro grupo, uma vez que o valor de P é menor que 0.05.
Na análise ao desempenho em cada uma das madeiras para os
diferentes grupos, verificamos que a não existência de diferenças
estatisticamente significativas, uma vez que o valor de P é superior a 0.05
(0.193) para a madeira de 6cm. E que existe diferenças estatisticamente
significativas nas madeiras de 4.5cm e de 3cm entre os dois grupos, onde os
valores de P são inferiores a 0.05.
20
Prova 2 – SALTITAR COM UMA PERNA SOBRE ALTITUDES DIFERENTES
(#) Cada nível corresponde a um incremento de 5cm de altura
Independent Samples Test
Equal
variances
assumed
,081 ,777 2,682 28 ,012 1,0000
0
,37289 ,23617 1,7638
3
PROVA2
Equal
variances not
assumed
2,682 27,869 ,012 1,0000
0
,37289 ,23601 1,7639
9
Nesta prova cada indivíduo poderia alcançar o nível máximo (10), se
conseguisse realizar a tarefa a 50 centímetros do solo, uma vez que por cada
nível existia um incremento de altura de 5cm.
Todavia isso não se verificou. Os indivíduos do grupo A obtiveram
resultados entre os níveis 4 (20cm) e 7 (35cm), num total de 84 níveis, (ver
quadro em anexo) o que de modo global poderemos dizer que a média de
altura a que os indivíduos deste grupo conseguiram realizar a tarefa foi de
28cm. Os indivíduos do grupo B obtiveram resultados entre os níveis 3 (15cm)
e 6 (30cm), num total de 69 níveis, (ver quadro em anexo) o que de modo
global poderemos dizer que a média de altura a que os indivíduos deste grupo
conseguiram realizar a tarefa foi de 23cm.
Através da análise estatísticas verificamos que o valor de P é de 0.012,
o que significa existirem diferenças estatisticamente significativas entre o grupo
A e o grupo B.
Nº de
Indivíduos/ Questionários
Grupo A Nível alcançado
(De 1 a 10) (#)
Nº de
Indivíduos/ Questionários
Grupo B Nível alcançado
(De 1 a 10) (#)
15 84 15 69 Média em centímetros:
28 Média em centímetros:
23
21
Prova 3 - SALTOS LATERAIS
Independent Samples Test
Nesta prova as crianças e jovens adolescentes pertencentes aos dois
grupos tinham de em 15 segundos realizar o maior número de saltos laterais
possiveis. No grupo A os resultados situaram-se entre os 12 e os 18 saltos,
num total de 218 saltos para todos os indivíduos do grupo e o grupo B obteve
resultados entre os 9 e os 15 saltos, num total de 187 saltos para todos os
indivíduos do grupo (ver quadro em anexo).
Da análise estatística que estabelece a comparação entre os dois
grupos (A e B) verifica-se a existência de diferenças extremamente
significativas. O valor de P é de 0.005.
Nº de
Indivíduos/ Questionários
Grupo A Número de saltos
(Em 15 segundos)
Nº de
Indivíduos/ Questionários
Grupo B Número de saltos
(Em 15 segundos)
15 Total: 218 15 Total: 187
Equal variances assumed
,306 ,584 3,034 28 ,005 2,06667 t-test for Equality
of Means
,67115 3,46218PROVA3
Equal variances not assumed
3,034 27,70
8,005 2,06667 ,68127 ,67049 3,46284
22
Prova 4 – TRANSPOSIÇÃO LATERAL
Independent Samples Test
Nesta prova os indivíduos pertencentes aos dois grupos tinham de em
20 segundos realizar o maior número de trocas (mudanças da placa) possiveis.
No grupo A os resultados situaram-se entre as 5 e 8 trocas, num total de 100
mudanças de placa para todos os indivíduos do grupo e o grupo B obteve
resultados entre os 4 e 7 trocas, num total de 77 mudanças de placa para todos
os indivíduos do grupo (ver quadro em anexo).
Da análise estatística que estabelece a comparação entre os dois
grupos (A e B) verifica-se a existência de diferenças extremamente
significativas. O valor de P é de 0.001.
Nº de
Indivíduos/ Questionários
Grupo A Número de trocas
(Em 20 segundos)
Nº de
Indivíduos/ Questionários
Grupo B Número de trocas
(Em 20 segundos)
15 Total: 100 15 Total: 77
Equal variances assumed
,178 ,676 3,864 28 ,001 1,53333 ,39681 ,72050 2,34617PROVA4
Equal variances not assumed
3,864 27,93
5,001 1,53333 ,39681 ,72041 2,34625
23
4.2) DISCUSSÃO DE RESULTADOS
Os resultados obtidos através da aplicação de inquéritos e da realização
das quatro provas que constituem a bateria de testes de coordenação corporal
KTK, verifica-se para que nos dois grupos estudados e comparados existem
traços que caracterizam todos os indivíduos, quer pertençam ao grupo A, quer
pertençam ao grupo B, nomeadamente no que diz respeito aos seus hábitos e
á forma como ocupam o seu tempo.
A prática de desporto, o uso do computador e o tempo dispendido em
frente ao televisor são caracterizadores dos indivíduos de ambos os grupos.
Em 2005, num trabalho de mestrado realizado na Universidade do
Minho, sobre “Identificação das práticas de Lazer: Estudo com crianças do 1º
Ciclo do Ensino Básico de Valpaços” o autor verifica que da sua amostra 100%
dos indivíduos ocupavam o sua tempo livre a ver televisão, 96,8% tinha como
hábito passear e que estar com os amigos (94.9%), sendo estas as três
actividades que maior expressão tinham na ocupação dos tempos livres. Estes
dados vêm de certo modo ao encontro daquilo que são as características da
nossa população, nomeadamente em escolher os amigos como companhia
preferida e por ter como uma das principais actividades de ocupação de
tempos livres ver televisão. Todavia o mesmo estudo não considera o uso do
computador e a prática de desporto como actividades preferidas e de ocupação
de tempos livres, ao contrário do nosso estudo em que estas duas actividades
aparecem em destaque.
O mesmo estudo refere sobre os locais de destino dos alunos após as
aulas a casa (55.8%), o ATL (28.2%) e ainda outros locais (16%). Apesar de
não existir completa consonância sobre este tema entre o referido trabalho e o
nosso, pode-se verificar que existe disparidades entre os locais para onde as
crianças preferem passar o seu tempo (no nosso estudo), onde a rua e a casa
encontram destaque, e onde efectivamente as crianças ocupam esse tempo
(estudo referido). Apesar de não possuirmos dados comparativos entre os dois
concelhos (Pombal e Valpaços) e sobre onde efectivamente as crianças
ocupam os seus tempos livres após o período lectivo no nosso caso, as
realidades entre o concelho estudado por nós (Pombal) e o do estudo
24
comparativo (Valpaços) são semelhantes (horários escolares, a organização
dos ATLs e os hábitos da população).
Com os resultados apresentados podemos verificar a existência de
diferenças significativas entre o grupo A, constituído por indivíduos com maior
número de vivências em actividades/jogos/brincadeiras e o grupo B, grupo com
menor número de vivências desse género, nas quatro provas realizadas
pertencentes á bateria de testes KTK, que pretendem avaliar outras tantas
capacidades coordenativas. Assim verifica-se diferenças estatisticamente
significativas entre o grupo A e o grupo B na coordenação com pressão de
precisão e da complexidade (prova 1), na coordenação com pressão da
complexidade (prova 2), na coordenação com pressão de tempo (prova 3) e na
coordenação com pressão do tempo e da complexidade (prova 4).
Na pesquisa realizada por nós de artigos/estudos que pudessem
corroborar ou discordar com os resultados obtidos por nós, não encontramos
nenhum trabalho que fosse claramente de encontro ao nosso trabalho.
Todavia, alguns trabalhos já foram realizados tendo como instrumento a
bateria de testes por nós utilizada (KTK), no entanto com objectivos distintos
dos nossos, tendo apenas em comum a identificação de valores de
coordenação motora em crianças.
No estudo realizado por Ballestero (2008), “Avaliação da Coordenação
Motora, Ideias Fundamentais e Investigação Empírica a partir da Bateria de
Testes KTK”, este conclui que programas de intervenção têm efeitos positivos
no desenvolvimento da Coordenação Motora em crianças normais. Esta
conclusão, em certa medida, corrobora com os resultados obtidos no nosso
estudo, uma vez que os indivíduos do grupo A, grupo com melhores resultados
em todas as provas, são constituídos maioritariamente por indivíduos que se
encontram num processo de formação desportiva á vários anos.
5. CONCLUSÕES
26
Tendo como base os objectivos do presente estudo, e sem prejuízo de
outros entendimentos ou leituras, fase ao exposto na revisão da literatura e na
análise e discussão dos inquéritos e na bateria de testes de coordenação
corporal, chegamos às seguintes conclusões:
► A população estudada caracteriza-se por ocupar o seu tempo livre a
praticar desporto, a ver televisão e no computador.
► As crianças e jovens adolescentes do concelho de Pombal preferem
a casa e a rua como locais preferidos para brincar tendo por companhia os
amigos.
► O grupo que com mais vivências, no que diz respeito a actividades
lúdicas, jogos e brincadeiras revela maiores capacidades coordenativas.
Com o presente estudo poderemos verificar da apesar das crianças e
jovens adolescentes possuírem características puramente sedentárias como o
gosto pela televisão e computador e o desejo por realizar actividades em casa,
possuem também apetência para brincar na rua, realizando um vasto conjunto
de actividades (com amigos). Essa diversidade de brincadeiras revela-se, como
demonstra o nosso estudo, importante para o desenvolvimento das
capacidades coordenativas. Podemos então afirmar que no nosso caso mais
brincadeira é sinónimo de maior coordenação motora.
6. SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS
28
RECOMENDAÇÕES
No decorrer deste trabalho, várias foram as questões que foram
levantadas. Sendo que muitas delas ficaram sem resposta. Todavia, não
poderei concluir este estudo, sem deixar aqui alguns desafios, a quem por
interesse e gosto pelo estudo destas matérias os queira abraçar.
Tendo em consideração a escassez de trabalhos que relacionam as
duas matérias tratadas, realização de actividades aleatórias (brincar) e o
desenvolvimento coordenativo, pensamos ser importante desenvolver mais
investigações neste sentido. Seria pertinente alargar a população alvo,
realizando um estudo com uma amostra mais significativa, que abrangesse um
escalão etário mais vasto com indivíduos de ambos os sexos.
Penso que seria um desafio interessante realizar duas novas
abordagens a este tema: por um lado estabelecer comparação entre o número
de horas passadas a brincar, o tipo de brincadeira, o desenvolvimento das
capacidades coordenativas e também o desenvolvimento das capacidades
motoras gerais.
No campo da Sociologia e da Psicologia seria interessante estabelecer
uma ligação entre o acto de brincar e o desenvolvimento cognitivo e do
estabelecimento das relações sociais.
Num projecto mais ambicioso, seria de grande riqueza para o
conhecimento, no nosso entender o desenvolvimento de um estudo que
relacionasse o acto de brincar com as duas vertentes: a motora, quer nas
capacidades motoras, quer nas outras capacidades condicionais e a vertente
sociológica e psicológica.
O estudo, destas matérias constituir-se-á como um consciente despertar
de mentalidades na sociedade actual, em que as criança e os jovens cada vez
menos têm tempo e espaço para brincar, perdendo assim a possibilidade de se
enriquecer.
7. REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
30
Ballestero, Carmen Lúcia Guimarães (2008). Dissertação elaborada segundo
"Modelo Escandinavo". - Dissertação de Mestrado: Desenvolvimento Motor.
Universidade do Porto. Faculdade de Desporto.
Bandet, Jeanne; Sarzanas, Réjane (1973). A Criança e os Brinquedos. Lisboa:
Editorial Estampa.
Bianchi, Maria Mafalda de Lemos Portugal e Melo de (2009) - Dissertação de
Mestrado: Desporto para Crianças e Jovens. Universidade do Porto. Faculdade
de Desporto.
Bento, Jorge O.; Garcia Rui; Graça, Amândio (1999). Contextos da Pedagogia
do Desporto. Lisboa: Livros Horizonte.
Chateau, Jean (1992). A criança e o jogo. Coimbra: Atlântida.
Edginton, Chistopher R. (et al.) (2002). Leisure and Life Satisfaction:
Foundational perspectives. Third edition. New York: McGraw-Hill.
Garvey, Catherine (1979). Brincar. Lisboa: Moraes Editores
Kelly, John R. (1996). Leisure. Third Edition. Allyn and Bacon.
Kiphard & Schilling (1974) “Körperkoordinations test für Kinder” (KTK).
Machado, Marina Marcondes (1994). O brinquedo-sucata e a criança. São
Paulo: Edições Loyola.
Neto, Carlos (1994). A Família e a Instituicionalização dos Tempos Livres.
Ludens. Vol. 14. n.º1. Lisboa: Faculdade de motricidade Humana. (pp. 5 – 10)
31
Neto, Carlos (1997). Tempo & Espaço de Jogo para a criança: Rotinas e
mudanças Sociais. In Neto, Carlos (editor). Jogo & Desenvolvimento da
Criança. Lisboa: Edições FMH, Universidade Técnica de Lisboa.
Neumaier (1999). Sistematização das exigências coordenativas.
Pereira, Beatriz Oliveira (2002 a). Espaços de Lazer para a Infância, na Região
Norte – Alto Trás-os-Montes.
Pedro, Carla (2005). Identificação das práticas de Lazer: Estudo com crianças
do 1º Ciclo do Ensino Básico de Valpaços. Universidade do Minho. (p-94),
Pereira, Beatriz Oliveira (2002 b). Para uma escola sem violência. Estudo e
prevenção das práticas agressivas entre crianças. Porto: Fundação Calouste
Gulbenkian e Fundação para a Ciência e tecnologia.
Roth, K. & Willimezik, K. (1999). Bewegungswissenschaft. Reinbek: Rowohlt.
32
8. ANEXOS
33
Licenciatura em Desporto e Educação Física Opção Complementar de Desporto de Rendimento
Inquérito a crianças e jovens adolescentes do concelho de Pombal
Este inquérito tem por finalidade conhecer o quotidiano de crianças e jovens adolescentes residentes no concelho de Pombal e forma como ocupam os seus tempos livres. Por favor dedica alguns minutos a responder a algumas questões pois as tuas respostas irão constituir-se como uma importante base de dados para um estudo sobre hábitos de crianças e jovens. Salientamos que as tuas respostas são anónimas.
Questionário Assinala com uma cruz (x) as respostas
1.TEMPOS LIVRES
P.1.1 De que forma ocupas os teus tempos livres?
( ) A ver TV ( ) A brincar na rua/parque/jardim ( ) A Ler ( ) No computador ( ) A praticar desporto ( ) Ir ao cinema ( ) Passear com a família ou os amigos ( ) A ouvir música ( ) Nos escuteiros ( ) Outra. Qual? __________________
P.1.4 Quais os teus lugares preferidos para brincar?
( ) Em casa ( ) No recreio da escola ( ) No parque infantil ( ) Na rua ( ) Em qualquer lugar ( ) Outro. Qual? _____________
P.1.2 Durante a semana, em que parte do dia tens tempo livre?
( ) Manhã ( ) Tarde ( ) Noite ( ) Mais que uma parte do dia
P.1.5 Com quem preferes brincar? ( ) Sozinho ( ) Com amigos ( ) Com os meus pais ( ) Outro. Qual?_____________
P.1.3 Fora do horário escolar ocupas o teu tempo livre com alguma actividade extracurricular?
( ) Sim ( ) Não
P.1.3.1 Se respondeste “SIM”, diz qual (quais)
34
_______________________________________
2. Tipologia de Brincadeiras
1. Quais das seguintes actividades/jogos/brincadeiras já realizaste?
► ( ) “Apanhada”
► ( ) “Escondidas”
► ( ) “Construir Cabanas”
► ( ) “Correr em carrinhos de rolamentos”
► ( ) “Jogo do saco”
► ( ) “Stop estátua”
► ( ) “Corrida de bicicleta”
► ( ) “Saltos de bicicleta”
► ( ) “Espeto”
► ( ) “Pião”
► ( ) “Berlinde”
► ( ) “Lencinho”
► ( ) “Cabra cega”
► ( ) “Mosca”
► ( ) “1,2,3 Macaquinho do chinês”
► ( ) “Elástico”
► ( ) “O mata”
► ( ) “Trepar ás árvores”
► ( ) “Ir aos ninhos”
► ( ) “Saltar muros”
► ( ) “Macaca”
► ( ) “Três pauzinhos”
► ( ) “Anel”
► ( ) “Jogar á bola”
► ( ) “Brincar ás casinhas”
► ( ) “Electricidade”
► ( ) “Tomar banhos em lagoas e
riachos”
► ( ) “Quarto escuro”
► ( ) “Apanhar pássaros”
► ( ) “Jogo da corda”
► ( ) “ Passarás não passarás”
► ( ) “ Saltar á corda”
► ( ) “As nações”
2. Já Inventas-te algum (s) jogo(s)?
► ( ) SIM
► ( ) NÃO
2.1 Se Sim, em que consistiam?
(Refira: Estrutura global, regras, objectivo e número de participantes)
►
35
3. CARACTERIZAÇÃO DO INQUIRIDO
P.3.3 Qual a escola que frequentas?
_______________________________
P.3.2Qual a tua idade? ______________________
P.3.5 Qual a freguesia onde moras? _______________________________
P.3.4 Qual o Ano que frequentas? ( ) 1º Ano
( ) 2º Ano
( ) 3º Ano
( ) 4º Ano
( ) 5º Ano
( ) 6º Ano
( ) 7º Ano
( ) 8º Ano
P.3.6 Quais as profissões dos teus pais? (Por favor escrever exactamente o que eles fazem, por
exemplo, mecânico de automóveis, professor, motorista de
camião ou autocarros, agricultor, etc.)
P.3.6.1 Qual a profissão do teu pai?
( ) Ele é ____________________________ ( ) Desempregado ( ) Não sei ( ) Não tenho pai
P.3.6.1.1 Qual o nível de estudos do teu pai? ( ) Sem estudos (não sabe ler nem escrever) ( ) 1º Ciclo ou Ensino Primário ( ) 2º Ciclo ou Ensino Preparatório ( ) 3º Ciclo/9º Ano ou 5º Ano antigo ( ) Ensino Secundário/11º- 12º Ano ( ) Bacharelato ( ) Licenciatura ( ) Doutoramento ( ) Pós Graduação
P.3.6.2 Qual a profissão da tua mãe?
( ) Ela é ____________________________ ( ) Desempregado ( ) Não sei ( ) Não tenho mãe
P.3.6.2.1Qual o nível de estudos da tua mãe? ( ) Sem estudos (não sabe ler nem escrever)( ) 1º Ciclo ou Ensino Primário ( ) 2º Ciclo ou Ensino Preparatório ( ) 3º Ciclo/9º Ano ou 5º Ano antigo ( ) Ensino Secundário/11º- 12º Ano ( ) Bacharelato ( ) Licenciatura ( ) Doutoramento ( ) Pós Graduação
36
Licenciatura em Desporto e Educação Física Opção Complementar de Desporto de Rendimento
Inquérito a crianças e jovens adolescentes do concelho de Pombal
Questionário – Respostas 30 Indivíduos dos 10 aos 14 anos de Idade
Dados para tratamento
P.1.1 De que forma ocupas os teus tempos livres?
23 - A ver TV 14 - A brincar na rua/parque/jardim 5 - A Ler 21 - No computador 26 - A praticar desporto 3 - Ir ao cinema 9 - Passear com a família ou os amigos 11 - A ouvir música 0 - Nos escuteiros 3 - Outra. Qual? (1) Estudar (2) Andar de bicicleta
P.1.3 Fora do horário escolar ocupas o teu tempo livre com alguma actividade extracurricular?
22 – Sim – 21 Futebol - 1 Natação 7 – Não
1 – Inválido
P.1.4 Quais os teus lugares preferidos para brincar?
18 - Em casa 11 - No recreio da escola 0 - No parque infantil 17 - Na rua 5 - Em qualquer lugar 1 – Não respondeu
P.1.5 Com quem preferes brincar? 1- Sozinho 27 - Com amigos 3 - Com os meus pais 4 – Outro – 1 Namorada - 1 Primo - 2 Irmão 1 - Não Respondeu
2. Tipologia de Brincadeiras (33 actividades) Nº de Respostas
0 – 5 4
6 - 10 4
11 - 15 4
16 - 20 10
21 – 25 3
26 - 30 5
+ de 30 0
3. Qual o nível de estudos dos teus pais? (Pais e Mães – 60 respostas)
0 - Sem estudos (não sabe ler nem escrever) 17 - 1º Ciclo ou Ensino Primário 17 - 2º Ciclo ou Ensino Preparatório 15 - 3º Ciclo/9º Ano ou 5º Ano antigo 4 - Ensino Secundário/11º- 12º Ano 0 - Bacharelato 3 - Licenciatura 0 - Doutoramento
0 - Pós Graduação
37
QUADRO 1 EQUILIBRAR-SE ANDANDO DE COSTAS
T1 – Primeira tentativa; T2 – Segunda tentativa; T3 – Terceira tentativa N – Número de indivíduos
Grupo A Número de falhas (pé no chão; quedas; etc.)
Grupo B Número de falhas (pé no chão; quedas; etc.)
Indivíduos/ Questionários
Madeira 6 Cm
Madeira 4.5 Cm
Madeira 3 Cm
Indivíduos/ Questionários
Madeira 6 Cm
Madeira 4.5 Cm
Madeira 3 Cm
T1 T2 T3 T1 T2 T3 T1 T2 T3 T1 T2 T3 T1 T2 T3 T1 T2 T3
1 0 1 0 0 0 0 3 5 2 3 1 0 0 2 1 1 3 3 3
2 1 0 0 0 1 1 6 4 1 4 0 0 1 1 3 0 5 4 2
8 1 0 0 0 1 1 4 3 2 5 0 0 0 1 2 1 1 6 4
10 0 0 0 1 2 0 5 3 4 6 4 3 3 8 4 1 10 7 7
11 1 2 0 0 1 2 2 3 0 7 1 0 0 1 2 1 7 4 5
13 2 0 0 1 1 0 4 2 1 9 0 1 0 3 2 0 7 3 3
14 0 0 0 1 0 0 1 1 2 12 2 0 0 1 3 0 8 2 4
15 0 1 1 3 1 0 6 4 4 19 1 1 2 0 1 1 9 6 5
16 1 0 1 2 1 0 7 5 4 20 0 2 1 0 2 0 7 7 3
17 0 0 0 1 1 1 3 3 1 22 0 1 0 1 1 1 6 7 2
18 1 0 0 2 1 1 4 1 0 26 1 1 0 2 2 0 5 4 1
21 1 0 0 2 1 1 11 4 2 27 0 0 0 4 1 0 1 2 2
23 2 0 0 0 0 1 5 5 2 28 1 0 0 5 1 1 2 4 3
24 0 1 1 0 1 0 4 3 0 29 2 1 1 0 1 0 4 3 8
25 0 0 0 0 0 0 1 2 1 30 1 0 0 1 2 1 7 3 3
Total 6cm: 18
(méd. 0.40)
Total 4.5cm: 33(méd. 0.73)
Total 3cm:140
(méd. 3.11)
Total 6cm: 32
(méd. 0.71)
Total4.5cm: 66 (méd.
1.47)
Total 3cm:202 (méd.
4.49)
N= 15
Total: 191
N= 15
Total: 300
38
QUADRO 2 SALTITAR COM UMA PERNA
SOBRE ALTITUDES DIFERENTES
(#) Cada nível corresponde a um incremento de 5cm de altura
Indivíduos/ Questionários
Grupo A Nível alcançado
(De 1 a 10) (#)
Indivíduos/ Questionários
Grupo B Nível alcançado
(De 1 a 10) (#)
1 5 3 5 2 6 4 5 8 4 5 6
10 7 6 5 11 5 7 3 13 6 9 4 14 6 12 3 15 5 19 5 16 7 20 3 17 4 22 4 18 5 26 5 21 6 27 6 23 7 28 6 24 6 29 5 25 5 30 4
N= 15 84 (média: 5.60) N= 15 69 (média: 4.60) Média em centímetros:
28 Média em centímetros:
23
39
QUADRO 3 SALTOS LATERAIS
Indivíduos/ Questionários
Grupo A Número de saltos
(Em 15 segundos)
Indivíduos/ Questionários
Grupo B Número de saltos
(Em 15 segundos)
1 15 3 14
2 17 4 11
8 18 5 10
10 16 6 12
11 13 7 14
13 14 9 13
14 12 12 9
15 14 19 10
16 13 20 13
17 15 22 14
18 16 26 13
21 17 27 13
23 12 28 14
24 14 29 15
25 12 30 12
N= 15 Total: 218 (média: 14.53)
N= 15 Total: 187 (média: 12.47)
40
QUADRO 4 TRANSPOSIÇÃO LATERAL
Indivíduos/ Questionários
Grupo A Número de trocas
(Em 20 segundos)
Indivíduos/ Questionários
Grupo B Número de trocas
(Em 20 segundos)
1 7 3 5
2 6 4 4
8 5 5 4
10 8 6 6
11 7 7 5
13 8 9 4
14 8 12 6
15 7 19 5
16 6 20 7
17 5 22 4
18 7 26 4
21 6 27 7
23 8 28 6
24 7 29 5
25 5 30 5
N= 15 Total: 100 (média: 6.67)
N= 15 Total: 77 (média: 5.13)
41
QUADRO 5
Número de actividades/brincadeira/jogos já realizados
Indivíduos/
Questionários Grupo A
Indivíduos/
Questionários
Grupo B
1 23 3 6
2 19 4 0
8 29 5 20
10 20 6 5
11 8 7 16
13 30 9 10
14 12 12 25
15 18 19 1
16 28 20 3
17 20 22 11
18 27 26 14
21 17 27 10
23 21 28 10
24 18 29 16
25 30 30 14
N= 15 Total: 320 (média: 21.33)
N= 15 Total: 161 (média: 10.73)
42
QUADRO 6 Local preferido para brincar
Locais Grupo A
(15) Grupo B
(15)
Em Casa 10 9
No recreio da escola 5 7
No parque infantil 0 0
Na rua 8 9
Em qualquer lugar 1 5
Outro 0 0
Não Responde 0 1
Local mais referido Casa Rua/Casa
Locais Grupo A
Grupo B
Número de locais 24 30
43
QUADRO 7 TOTAIS
Grupo A (15+)
Grupo B (15-)
Número de respostas ao questionário (P1.4 e 2.1) 1.4
Número de locais preferidos para brincar 24
(Casa 10 vezes) 30
(Rua/Casa 9 vezes) 2.1
Número de actividades/jogos/brincadeiras já
realizadas 320 161
Teste de coordenação motora KTK - Resultados Prova 1
Equilibrar-se andando de costas
191 300
Prova 2 Saltitar com uma perna
84 69
Prova 3 Saltos laterais
218 187
Prova 4 Transposição lateral
100 77
44
QUADRO 8
Group Statistics
grupo N Mean Std. DeviationStd. Error
Mean
1 15 21,3333 6,56470 1,69500 BRINCADEIRAS 2 15 10,7333 7,03529 1,81650
1 15 ,4000 ,31371 ,08100 PROVA1_6
2 15 ,7111 ,83444 ,21545
1 15 ,7333 ,45774 ,11819 PROVA1_4
2 15 1,4667 ,92410 ,23860
1 15 3,1111 1,41795 ,36611 PROVA1_3
2 15 4,4889 1,57796 ,40743
1 15 5,6000 ,98561 ,25448 PROVA2
2 15 4,6000 1,05560 ,27255
1 15 14,5333 1,95911 ,50584 PROVA3
2 15 12,4667 1,76743 ,45635
1 15 6,6667 1,11270 ,28730 PROVA4
2 15 5,1333 1,06010 ,27372
QUADRO 9 Independent Samples Test
Levene's Test for
Equality of Variances t-test for Equality of Means
95% Confidence Interval of the
Difference
F Sig. t df Sig. (2-tailed)
Mean Difference
Std. Error Difference Lower Upper
Equal variances assumed
,029 ,866 4,266 28 ,000 10,60000 2,48449 5,51075 15,68925 BRINCADEIRAS
Equal variances not assumed
4,266 27,867 ,000 10,60000 2,48449 5,50965 15,69035
Equal variances assumed
3,337 ,078 -1,352 28 ,187 -,31111 ,23018 -,78260 ,16038 PROVA1_6
Equal variances not assumed
-1,352 17,880 ,193 -,31111 ,23018 -,79492 ,17270
PROVA1_4 Equal variances assumed
,736 ,398 -2,754 28 ,010 -,73333 ,26627 -1,27876 -,18790
4
Equal variances not assumed
-2,754 20,480 ,012 -,73333 ,26627 -1,28793 -,17874
Equal variances assumed
,000 ,993 -2,515 28 ,018 -1,37778 ,54775 -2,49980 -,25575 PROVA1_3
Equal variances not assumed
-2,515 27,686 ,018 -1,37778 ,54775 -2,50038 -,25518
Equal variances assumed
,081 ,777 2,682 28 ,012 1,00000 ,37289 ,23617 1,76383 PROVA2
Equal variances not assumed
2,682 27,869 ,012 1,00000 ,37289 ,23601 1,76399
Equal variances assumed
,306 ,584 3,034 28 ,005 2,06667 ,68127 ,67115 3,46218 PROVA3
Equal variances not assumed
3,034 27,708 ,005 2,06667 ,68127 ,67049 3,46284
Equal variances assumed
,178 ,676 3,864 28 ,001 1,53333 ,39681 ,72050 2,34617 PROVA4
Equal variances not assumed
3,864 27,935 ,001 1,53333 ,39681 ,72041 2,34625