A importância da motivação para a aprendizagem da língua inglesa um estudo construído em uma...

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA- UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO-CAMPUS XIV CURSO-LETRAS/INGLÊS MILENA OLIVEIRA DA PAIXÃO A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO PARA A APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA: UM ESTUDO CONSTRUÍDO EM UMA CLASSE DO NONO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL Conceição do Coité 2011

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA- UNEB

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO-CAMPUS XIV

CURSO-LETRAS/INGLÊS

MILENA OLIVEIRA DA PAIXÃO

A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO PARA A APRENDIZAGEM DA

LÍNGUA INGLESA: UM ESTUDO CONSTRUÍDO EM UMA CLASSE

DO NONO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Conceição do Coité

2011

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MILENA OLIVEIRA DA PAIXÃO

A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO PARA A APRENDIZAGEM DA

LÍNGUA INGLESA: UM ESTUDO CONSTRUÍDO EM UMA CLASSE

DO NONO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade do Estado da Bahia-UNEB – Campus XIV de Conceição do Coité, para obtenção do grau de Licenciatura em Letras com habilitação em Língua Inglesa Orientadora: Profª Ms. Mª Cezarela O. de Carvalho.

Conceição do Coité

2011

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MILENA OLIVEIRA DA PAIXÃO

A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO PARA A APRENDIZAGEM DA LÍNGUA

INGLESA: UM ESTUDO CONSTRUÍDO EM UMA CLASSE DO NONO ANO DO

ENSINO FUNDAMENTAL

Monografia apresentada à Universidade do Estado da Bahia,

Departamento de Educação, Campus XIV, como requisito final

à conclusão do Curso de Licenciatura em Letras com

Habilitação em Língua Inglesa.

Aprovada em: ___/___/___

Banca examinadora

_______________________________ Maria Cezarela Oliveira de Carvalho – Orientadora Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV _________________________________________ Neila Maria Oliveira Santana Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV _________________________________________ Irenilza Oliveira Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV

Conceição do Coité

2011

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Agradecimentos

Agradeço a Deus por tudo, pela força, coragem e perseverança. Por ter iluminado o

meu caminho e a minha mente toda vez que eu, no decorrer desse trabalho, me

deparava com grandes dificuldades e pensava em desistir. Obrigada pela Luz.

Obrigada por não ter me deixado fraquejar nunca.

Agradeço aos meus pais, por ter acreditado em mim, no meu potencial. Ao meu

marido pelo apoio em todos esses anos. E toda a minha família.

Aos professores Paulo de Tarso, Irenilza Oliveira, Letícia Telles, Maiana Rose,

Nilzete Silva e agora Neila Santana e Cezarela, que contribuíram direta ou

indiretamente na realização desse trabalho.

Aos funcionários Margareth, pelo carisma e paciência, e Henrique, pela dedicação e

amizade.

Enfim, a todos que, em todo momento, estiveram do meu lado.

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“Como Professores, conscientes ou inconscientes, somos antes de tudo

educadores, e educamos mais pelo que somos pelo que dizemos...”

(Solange Ribeiro)

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RESUMO

Esse trabalho tem como objetivo analisar como o desejo e/ou necessidade de aprender tornam – se potencializadores motivacionais do aprendizado de língua inglesa, em uma classe do nono ano do Ensino Fundamental da escola municipal Antônio Nunes Gordiano Filho, localizada em Salgadália, na tentativa de propor alternativas que contribuam para aumentar o nível de motivação dos alunos. Para isso, foi realizado um estudo de caso de base qualitativa, que dialogou com a teoria de aquisição de Stephen Krashen, os conceitos de Brown sobre afeição e carinho, variáveis relevantes dentro do processo de aquisição de uma língua, além de Vigotsky e Wallon, que tratam da dissociação entre cognição e afetividade. Outros aspectos também discutidos foram a relação professor – aluno e tipos de motivação. A partir daí formou – se a base teórica que possibilitou a análise e discussão dos resultados encontrados. Palavras-chave : Motivação. Aprendiz. Ensino / aprendizagem. Língua Inglesa

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ABSTRACT

This study aims to examine how the desire and / or need to learn become motivational enhancers of learning English in a ninth year class of elementary school, at Antonio Nunes Gordiano Filho municipal school, located in Salgadália in an attempt to propose alternatives in order to contribute to increase the level of students’ motivation. For this, we conducted a case study of qualitative basis, supported by Stephen Krashen'stheory about acquisition, Brown’s concepts about affection and warmth, the relevant variables within the process of acquiring a language, and Vygotsky and Wallon, who deal with the dissociation between cognitive and affective factors. Other aspects discussed were the teacher –student relationship and types of motivation. Those studies formed the theoretical basis that allowed the analysis and discussion on the findings.

Key-words: Motivation. Learner. Teaching / learning. English language

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LISTA DE SIGLAS

MBTI: Myers – Briggs Type Indication

LI: Língua Inglesa

PCN: Parâmetros Curriculares Nacionais

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I - UMA ABORDAGEM TEÓRICA SOBRE A MOTIVAÇÃO

PARA APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA

1.1 Elementos da motivação

1.2 O papel do Professor no processo de ensino / aprendizagem

1.3 O processo de aprendizagem

1.4 Os sete princípios para a boa prática na educação

2 METODOLOGIA

2.1 Caracterização da população

3 ANÁLISE DOS DADOS

CONCLUSÕES

REFERÊNCIAS

APÊNDICES

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INTRODUÇÃO

No final dos anos 90, algumas pesquisas ao redor do mundo começaram a

mostrar resultados em que mostram uma preocupação maior, por parte dos

professores e da classe em geral, com relação aos aspectos motivadores fortemente

influenciadores do processo de ensino - aprendizagem. Dentro do âmbito escolar, os

métodos de ensino e os professores são voltados ao modo de como a língua é

adquirida e a relevância dos aspectos desejo e necessidade de aprender uma língua

estrangeira.

Realizadas em contextos de sala de aula, as pesquisas destacaram o papel

de variáveis afetivas como motivação, autoconfiança, ansiedade e também o papel

do professor em facilitar a aquisição da língua inglesa.

Diante disso, surgiu a intenção de diagnosticar a qualidade do estímulo

fornecido pelo professor na situação de aprendizagem. A importância dada por parte

dos professores aos aspectos desejo e necessidade em se aprender uma língua

estrangeira, para os mais diversos fins: viagem, trabalho, ou por questões sociais

como motivadores de grande relevância na apreensão e fixação de uma língua

estrangeira como a língua inglesa.

Cada vez mais o lado afetivo da aquisição de uma segunda língua atrai a

atenção de pesquisadores e professores. Diante de alguns resultados de pesquisas

sobre a afetividade na aquisição de uma segunda língua, seguido de muita pesquisa

nota - se a existência de relações substanciais entre variáveis afetivas e de

proficiência. Variáveis como motivação, autoconfiança e ansiedade afetam o

processo de aquisição (HURD, 2002).

Para alguns autores como Gardner (1994), o comportamento do professor

pode influenciar positiva ou negativamente no desejo e na disposição do aprendiz

em aprender e continuar o aprendizado da língua em questão. A motivação pode ser

uma atitude do professor. Sabido por ele que os alunos são seres humanos com

necessidades, é importante descobrir caminhos para motivá-los a alcançar seus

objetivos.

O desejo em realizar essa pesquisa surgiu da necessidade de verificar como

as variáveis afetivas desejo/necessidade de aprender tornam - se potencializadores

motivacionais do aprendizado da língua inglesa em uma classe do nono ano do

ensino fundamental de uma escola de Salgadália. Com base em algumas

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experiências vividas na academia, a partir de observações feitas nos estágios,

dentre outras, sentiu – se a necessidade de investigar a influência desses aspectos

no processo de aquisição de LI. O que leva o aluno a aprender um novo idioma?

Verificar, inclusive, se há uma mediação significativa por parte dos professores,

objetivando uma boa relação do aluno com o objeto de estudo (a língua inglesa).

A pesquisa em questão, está fundamentada também em outros autores como

Freire (1996), Brown (1994),Bakhtin (1999), Piaget(1969), Vigotsky (1992), dentre

outros.

Com base nos pressupostos teóricos desses autores, o primeiro capítulo

dessa pesquisa aborda os elementos da motivação. As necessidades que o ser

humano possui e o desejo de satisfazê – las. Considerando que o ser em questão

aqui é o aluno, o seu comportamento, o que o leva agir, pensar, se comportar de

determinado modo, com fundamentos ligados à Psicologia, mais especificamente na

Psicologia da motivação. Ainda nesse capítulo, trata – se do trabalho do professor

em sala de aula, sua conduta enquanto mediador do conhecimento. O que implica

fortemente à afetividade e consequentemente o aprendizado. O interesse por dois

dos sete princípios, citados nesse capítulo, para a boa prática na educação é

relevante, na medida em que fora constatada nas observações a interação professor

– aluno dentro e fora da sala de aula, quando esse for de boa qualidade, assim

como o respeito às diferentes formas de aprendizagem resultam em um ensino de

aprendizagem.

O segundo capítulo refere – se à fundamentação metodológica característica

dessa pesquisa, baseada nos princípios de um trabalho científico, co base nos

procedimentos técnicos, suas formas de estudo, a fim de descrever o fenômeno

referido através de números obtidos por meios de observações, registro de fatos, ao

mesmo tempo em que descreve os sujeitos e o tipo da pesquisa.

O terceiro capítulo traz descrita a análise dos dados obtidos com a aplicação

do roteiro de entrevista com os alunos, que serviram de fomento para a conclusão

do trabalho. E por último o quarto capítulo, retratando as considerações obtidas

depois do caso estudado, das teorias analisadas e as conclusões feitas pelos

colaboradores da pesquisa referida, considerando a forte influência positiva ou

negativa das variáveis que motivam o aluno a aprender a língua inglesa. Qual o

papel dos aspectos desejo e necessidade de aprender o inglês, como motivadores

do aprendizado, assim como o estímulo dado pelo professor aos alunos de uma

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classe do nono ano do nível fundamental de uma escola de Salgadália, Conceição

do Coité, Bahia dentre outros fatores internos e externos que os levam a adquirir

uma segunda língua.

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CAPÍTULO I

UMA ABORDAGEM TEÓRICA SOBRE A MOTIVAÇÃO PARA APRENDIZAGEM

DA LÍNGUA INGLESA

1.1 Elementos da motivação

O ser humano é um ser de necessidades. Em seu desenvolvimento, o seu

comportamento se baseia na satisfação dessas necessidades, que, por sua vez,

estão sempre em processo de criação, de “mutação” e por muitas vezes, inventadas

pelo próprio homem. Considerando que o objeto desse estudo é o comportamento

do aluno de língua inglesa em relação à motivação e às necessidades em aprender,

esse estudo buscou fundamentos na Psicologia, mais especificamente na psicologia

da motivação, que visa estudar os motivos, os instintos que levam os alunos a agir,

a se comportar de determinada maneira. Tendo como base a Psicologia, na tentativa

de explicar esse comportamento observado, conhecendo cada vez mais elementos

que explicam a conduta humana, pode-se ter uma maior abrangência de elementos

possíveis que possam ajudar o homem a conciliar seus desejos e necessidades.

Alguns autores como Rogers e Maslow (1991) em seus estudos, dão ênfase a

fontes intrínsecas de motivação, que são as de maior relevância nesse trabalho,

uma visão humanista que se preocupa com as necessidades de auto-realização, a

tendência realizadora existente em um ser humano. De acordo com esses autores, o

Homem em seu desenvolvimento, é freqüentemente motivado pela necessidade de

realizar os seus objetivos. Necessidades estas que vêm desde criança.

Outra abordagem preocupada com a motivação é a cognitivista, a qual

defende o comportamento como ação determinada pelo nosso pensamento. As

pessoas reagem às suas próprias interpretações externas, o que implicará num

determinado comportamento. Tanto as teorias de Maslow e Rogers quanto a

cognitivista são abordagens em que a motivação intrínseca é da maior relevância.

Abraham Maslow determinou que todo ser humano é motivado por

necessidades específicas, que diferem porém, quanto ao momento vivido por esse

ser. O autor organizou uma pirâmide indicando que a nossa motivação para realizar

as necessidades do topo (que ele identificou como necessidades de ser) só surgirá

quando as da base forem satisfeitas (necessidades de sobrevivência). Assim

organizadas, não implicam, porém, que o homem ao alcançar o topo da pirâmide, a

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motivação se acabe, pelo contrário ela irá aumentar na busca de uma maior

satisfação.

Essa teoria aponta ainda os tipos de necessidades que Maslow considerou

exaustivas e mutuamente exclusivas:

1- Necessidades Fisiológicas: São aquelas necessidades que se tem mais

urgência em satisfazê-las, como necessidade de alimentação, de sono e repouso,

de abrigo e o desejo sexual.

2- Necessidades de Segurança: Na ordem, quando satisfeitas as

necessidades fisiológicas, o Homem busca satisfazer a necessidade de estar

protegido, busca uma vida sem perigos.

3- Necessidades Sociais (relacionamentos): necessidades de associação,

participação, de amizade, amor e integração.

4- Necessidades de Estima. São aquelas relacionadas ao sentimento de auto-

apreciação social, de respeito, de status, de prestígio e de consideração.

5- Necessidades de Autoconfiança. São necessidades tidas como menos

urgentes aquelas relacionadas à competência e realização do potencial de cada

indivíduo, de desenvolvimento, etc.

Dentro dessa perspectiva, percebe-se que a motivação de uma pessoa

envolve o atendimento dessas necessidades em todas as dimensões humanas.

Podem ser físicas, espirituais, emocionais e intelectuais, porém, as satisfações

dessas necessidades podem apresentar ênfase em determinada dimensão por

conta das diferenças psicológicas de cada indivíduo. Não existe ainda um estudo

conclusivo sobre a questão das dimensões humanas, mas Covey (2004) salienta

que no mundo, as seis religiões principais concordam com Corpo, Alma e Espírito

como as dimensões que norteiam os estudos do comportamento humano. O autor

considerou a alma como duas dimensões distintas: a mente e a emoção,

acreditando que há necessidades próprias a cada uma dessas dimensões. Então,

temos quatro: corpo, coração, mente e espírito, onde espírito é a dimensão central.

Para cada dimensão, Covey associou uma necessidade: Ao espírito (central),

associou significado e contribuição (realização de Maslow). À mente ele associou

desenvolvimento, ao coração associou relacionamento, que corresponde à

necessidade de participação de Maslow. E ao corpo associou sobrevivência

(correspondentes as necessidades fisiológicas e de segurança de Maslow). Cabe

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lembrar que essa proposição de Covey é uma evolução da teoria de Maslow, porém,

requer uma busca maior por um entendimento mais profundo da motivação humana.

Surge uma nova ampliação dessa hierarquia com pequenas alterações da

terminologia como um aprimoramento das idéias de Covey, com o intuito de obter

uma compreensão mais clara da natureza humana e suas necessidades. Assim

representadas na figura a seguir:

Figura 1: As necessidades de natureza humana

Percebe-se então que a necessidade de sobrevivência é muito maior, mais

urgente do que todas as outras. Por último, vem a necessidade de Realização.

Antes de fazer uma associação das necessidades com os tipos psicológicos,

é de grande relevância que sejam esclarecidos e fundamentados as funções

psicológicas.

Baseados na teoria de Carl Gustav Jung (1991), os tipos psicológicos são

características de uma atitude geral que se manifesta de muitas formas individuais.

Orientadas pelas funções psicológicas básicas temos: pensamento, sentimento,

intuição e sensação, as quais se dividem em dois grupos: de julgamento (o uso da

razão, tomada de decisões) e de percepção (percepção do que acontece). Logo, as

funções de julgamento são referentes à pensamento e sentimentos e as de

percepção são sensação e intuição.

A combinação das duas atitudes (julgamento e percepção) e das quatro

funções (pensamento, sentimento, sensação e intuição), originou oito tipos

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psicológicos e ainda inspirou o desenvolvimento do MBTI (Myers-Briggs Type

Indicator – Myers Briggs, 1997). No entanto, o que nos interessa é conhecer e

entender as funções e a que dimensões estão ligadas.

A função Sensação está ligada ao corpo, pois é nele que encontramos o

sentido, e a partir da percepção que o indivíduo obtém que poderá produzir

condições que lhe forneça subsídios que garanta a satisfação da necessidade de

sobrevivência.

A função Sentimento está ligada a emoção. É através da emoção que o

indivíduo consegue se relacionar.

A função pensamento está ligada a razão, pois é através dela que o indivíduo

adquire mecanismos que indicam suas escolhas com o objetivo de satisfazer a

necessidade de capacitação.

A função intuição está ligada ao espírito, pois é nele que o individuo obtém

visões de futuro voltadas ao bem comum com o intuito de satisfazer as

necessidades de realização.

Portanto, no quesito necessidade, podemos concluir que cada indivíduo

possui necessidades que se diferem entre si e que a capacidade de satisfazê-las

está inteiramente ligada à motivação. É a motivação que vai determinar o

comportamento e atitudes desse indivíduo que muitas vezes não é visível, pois não

há preocupação com a necessidade mais urgente do indivíduo.

O termo motivação refere-se ao impulso interno que leva à ação. Na área da

psicologia, a questão principal é “por que o indivíduo se comporta de maneira como

ele o faz?” (RUDOLPH, 2003, p. 25). A Psicologia busca entender por que os seres

humanos e animais em determinadas situações escolhem, iniciam e mantém

determinadas ações. Essas ações direcionam e intensificam os objetivos de um

indivíduo. Motivação, em outras palavras, é um conjunto de fatores psicológicos

(conscientes ou inconscientes) de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva, os quais

agem entre si e determinam a conduta de um individuo, despertando sua vontade e

interesse para uma tarefa ou ação conjunta. A motivação é algo que está dentro das

pessoas, portanto, não é certo dizer que alguém motiva alguém, o que acontece é

que nós somos influenciados a todo o momento pelo meio externo, incluindo

pessoas ou coisas.

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O que se pode fazer, dentro do contexto escolar, é despertar a inteligência, o

interesse, fazendo a pessoa perceber que pode sempre aprender mais,

despertando-lhe ânimo e vontade de ampliar seus conhecimentos.

Considerando que motivar significa fornecer um motivo para a ação, em

relação à aprendizagem, cabem aqui algumas considerações sobre o que é e como

se dá esse processo. Oliveira (2002) apresenta uma definição de aprendizagem

bastante considerável, pois está ligada, segundo ele, à interação social:

Aprendizado ou aprendizagem é o processo pelo qual o indivíduo adquire informações, habilidades, atitudes, valores, etc. A partir de seu contato com a realidade, o meio ambiente, as outras pessoas. É um processo que se diferencia dos fatores inatos (...) justamente por sua ênfase nos processos sócio-históricos, a idéia de aprendizado inclui a interdependência dos indivíduos envolvidos no processo... cujo inclui sempre aquele que aprende, aquele que ensina e a relação entre as pessoas (VIGOTSKY apud OLIVEIRA, 2002, p. 57).

Vygotsky, em suas pesquisas, ressalta que no processo de alfabetização

(primeira língua) é de grande importância o contato que o indivíduo deve ter com a

cultura do ambiente- o meio externo- promovendo a aprendizagem e despertando

também processos internos. Esse processo se dá igualmente quando a

aprendizagem é de uma segunda língua.

Segundo Snnygg apud Pilz (2003, p. 9) “os motivos têm a função de

energizar, provocando o comportamento”. Para o autor o processo de aprendizagem

quando provocado por uma motivação, de forma natural, pode alcançar grandes

resultados, de forma a conscientizar os alunos para a dinâmica da vida e do seu

desenvolvimento individual. Assim sendo, os indivíduos passarão facilmente pelos

obstáculos que certamente encontrarão no processo, sentindo prazer pelo que estão

fazendo.

Os motivos norteiam a vida de um ser na busca de satisfazer suas

necessidades, em busca do resultado que pretende alcançar. Dentro do contexto

escolar, a motivação é um dos vários problemas que os professores enfrentam em

sala de aula, talvez o mais difícil. Principalmente quando se trata de um aprendizado

de uma segunda língua. Mas apesar de toda essa dificuldade, o professor não deve

punir ou ameaçar, pois pode acarretar numa turma rebelde, insatisfeita, etc. O

professor deve estimular e analisar até que ponto o aluno sabe para então estimulá-

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lo no ponto mais próximo possível de sua dificuldade. Começando por atividades

das mais fáceis para as mais complexas. Buscar atividades que desenvolvam uma

aprendizagem significativa, usando métodos de trabalhos dialéticos.

Dessa forma, a motivação será sempre válida no intuito de incentivar ao

desencadeamento de impulsos no interior do adolescente ou da criança, na tentativa

de fazê-lo querer participar das atividades escolares.

Esse estudo teve como inspiração também outras teorias como a de Krashen

(1984), por exemplo, que se refere ao input que é o insumo recebido pelo aluno

através do professor, que influencia diretamente na afetividade, pois tem que ser de

boa qualidade e de uma quantidade adequada, que implicará no aumento ou não do

filtro afetivo, ou seja, quanto mais nervoso, mais ansioso, com desmotivação, baixa

auto-estima o aluno tiver, bloqueará o insumo e refletirá numa aprendizagem sem

efeitos.

Brown vem sustentar a tese de que os alunos, que estão aprendendo uma

segunda língua, tendem a desenvolver uma nova identidade, a pensar e agir de

forma diferente, podendo facilmente criar um senso de fragilidade, de defesa, de

inibição. Cabe ao professor tratá-los com afeição e carinho, fornecê-los um suporte

afetivo necessário para que ele consiga assimilar o que está sendo estudado.

O autor ainda dividiu esses aspectos em três fases: linguagem, autoconfiança

e risk-taking.

A linguagem, segundo ele, refere-se ao fato de que os aprendizes de uma

segunda língua se sentem tolos e humilhados ao tentar aprender, e no ato, faltar

palavras ou estar face a face com um estrangeiro e não conseguir se comunicar é

bastante comum. Daí a importância do suporte afetivo dado pelo professor, com

intuito de desenvolver a auto-estima e autoconfiança;

A autoconfiança: o eventual sucesso que um estudante tem no aprendizado,

ou pelo menos em parte, deve-se á sua crença de que ele é totalmente capaz de

realizar as atividades. Algumas atividades propostas pelo professor podem facilitar o

principio anteriormente citado a emergir (BROWN, 1994).

Essa fase refere-se às atividades verbais e não verbais dadas aos alunos.

Tais atividades devem ser aplicadas de forma a fazer com que os alunos percebam

que possuem a capacidade necessária para o aprendizado. Sempre seguindo a

seqüência dos mais fáceis para os mais difíceis, de forma a estimular o aluno a

realizá-los.

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Risk-taking, dentro da filosofia educacional, é assumir riscos, é a capacidade

de pôr em prática abertamente a língua recém aprendida, e usar nas mais diversas

situações e “contextos”.

Buscou - se também Vygotsky e Wallon com a teoria que condenam a

dissociação de cognição e afetividade. Esses autores denunciam a separação entre

esses aspectos. Fundamentaram seus estudos numa teoria monista, que entende

esses dois aspectos como processos indissociáveis. Preocupados com uma

compreensão do homem como um todo (o homem em sua totalidade), suas

necessidades e dos interesses pessoais.

Ainda dentro dessa visão monista, volto-me para Gardner, refletindo nas

mudanças ocorridas na interação professor-aluno. Essas mudanças estão

relacionadas ao questionamento dos meios didáticos e metodológicos empregados e

também á evolução da psicologia, nas ultimas décadas. Isso foi causado pela

tentativa de se atingir a “eficácia docente” na sala de aula, que por sua vez, passou

por diversos conceitos. A interação entre o professor e aluno em sala de aula, era

levada de forma autoritária pelo docente, dominada pelas características pessoais

dos professores, sem levar em consideração os aspectos psicológicos, as aptidões

ou inteligências múltiplas dos alunos (professor- transmissor X aluno receptor). Essa

mudança, baseada numa nova corrente filosófica, a do existencialismo, diz que “o

homem é aquilo que constrói para si” (SARTRE, 1943, p. 26) logo, preocupa-se

numa relação pela qual o foco não é somente o professor, mas o aluno

individualmente e seu envolvimento social.

É de extrema importância que o professor conheça, reconheça que o aluno

traz algo consigo. A tendência, na maioria das vezes, é de o professor inicialmente,

pensar que o aprendiz não sabe nada, que aprender é passar da ignorância ao

saber. Ao contrário, o aluno traz sempre algo: aptidões, saberes anteriores e

saberes paralelo e acima de tudo, um projeto de realização pessoal que será

facilitado pelo profissional. A ligação entre esses dois agentes é fortemente

recíproca. O facilitador continua aprendendo com seus alunos, tendo a ocasião e

permissão de realizar o seu próprio conhecimento e saber.

Portanto, a relação professor-aluno, como toda relação, é de dois pólos. E é

de competência desses dois pólos determinarem o clima dessa relação, porém, de

forma diferente para cada um, sendo que o professor que toma a maior parte das

iniciativas, mostrando o caminho que esta relação deve se estabelecer.

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Morrissom e Mclntyre (1997) analisaram a personalidade do professor em

termos de concreto e abstrato. Tendo o concreto como tendências por ambientes de

estruturas simples, inclina-se a impor objetivos, etc. O abstrato é aquele professor

mais flexível às necessidades, e desigualdades, com maior cordialidade, tem um

maior envolvimento nas tarefas. Essas diferenças entre essa dicotomia interferem no

aprendizado e refletem-se nas reações dos alunos. Dentro desses termos, Maslow

(1991), caracteriza o professor de forma bipolar: o professor como controlador,

avaliador (aprendizagem do tipo extrínseco) e o professor condutor de um trabalho

pedagógico que se interessa pelas necessidades dos alunos, respeita o estimulo do

aprendiz, condicionador e facilitador. O que resultará numa realização satisfatória de

objetivos estimulará a criatividade, imaginação, consciência de um ser que existe e

que interage com o seu mundo capaz, inclusive de transformá-lo.

Essa visão monista do homem, citada por Vygotsky e Wallon, assume que a

interação que se estabelece entre o professor/ aluno/ objeto de conhecimento, não

está somente voltada para a dimensão cognitiva, mas também, está inteira e

fortemente marcada pela afetividade. Contrária a uma visão que entende o homem

como um ser dividido entre racional/emocional, corpo/mente, afeto/cognição. Essa

visão vem “bater de frente” com a visão monista. Esses autores, nesse sentido,

salientam o valor fundamental de uma interação social que é essencial para o

desenvolvimento humano e defendem ainda a relação existente entre o ambiente

social e os processos afetivos e cognitivos.

Fora das dimensões referentes às relações professor/aluno e aprendiz/língua

(objeto de estudo), Leite e Tassoni (2002, p.13), direcionaram seus estudos para

outra dimensão; a do trabalho pedagógico: “é possível afirma que a afetividade está

presente em todas as etapas do trabalho pedagógico desenvolvido pelo professor, o

que extrapola a sua relação Tetê -a – Tetê com o aluno”.

Esses autores, em seus estudos, enfatizam cinco decisões tomadas pelo

professor, em seu planejamento, as quais certamente implicarão fortemente os

aspectos afetivo-cognitivos, e ainda poderá interferir futuramente na relação

aluno/objeto de estudo. São elas:

1- Para onde ir- a escolha dos objetivos de ensino;

2- De onde partir- o aluno como referencia;

3- Como caminhar- a organização dos conteúdos;

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4- Como ensinar- a escolha dos procedimentos e atitudes de ensino;

5- Como avaliar- uma decisão contra ou a favor do aluno.

1.2 O papel do professor no processo de ensino - aprendizagem

“O bom professor é o que consegue, enquanto fala trazer o aluno até intimidade do movimento do seu pensamento.Sua aula é assim, um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus

alunos cansam, não dormem. “Cansam porque acompanham as idas e vindas do seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas”. (FREIRE, p.96).

Para Paulo Freire (1996), o trabalho do professor em sala de aula, seu

relacionamento, o professor com uma conduta autoritário-licenciosa, competente/

incompetente, o professor amoroso da vida e das gentes, o professor mal humorado

sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio, burocrático, racionalista, tanto um

quanto o outro deixam marcas profundas nos alunos, implicando fortemente às

dimensões afetivas.

Em contra partida, esse trabalho busca, ainda, fundamentos baseados na

teoria de Siqueira (2005), que atribui valores à afetividade, confiança, empatia e

respeito entre alunos e professores, porém, afirma que os educadores não podem

permitir que tais sentimentos venham interferir no cumprimento ético de seu dever

de professor. Preocupado com situações do gênero diferenciado como, por exemplo,

determinado aluno que obteve uma nota ruim: “como o professor pode melhorar

essa nota para que esse aluno não fique para recuperação?” (Siqueira, 2005, p.10),

norteado pelos fatores amizade, empatia, afeição, etc.

Para enfatizar o que foi dito aqui anteriormente por alguns autores, direta ou

indiretamente, Gadotti (1999) enfatiza o papel do professor que busca pôr em prática

o diálogo, o educador que não se coloca na posição de detentor do saber e sim, na

posição de que não sabe tudo, reconhecendo que mesmo um analfabeto é portador

do conhecimento mais importante: o da vida (daí a importância das interações

sociais). O professor deixa, então, de ser detentor, para ser o facilitador, o mediador

de informações, conhecimento para o aluno, conhecimentos estes de suas

inteligências múltiplas.

Page 22: A importância da motivação para a aprendizagem da língua inglesa um estudo construído em uma classe do npono ano do ensino fundamental

21

1.3 O processo de aprendizagem

Muitos autores têm teorias fundamentadas no processo de aprendizagem,

como por exemplo, Piaget (1969) porém, esse trabalho sustenta – se teoricamente

em Gagné (1971), por destacar uma série de tipos de aprendizagem que vão da

simples associação de estímulos à complexidade da solução de problemas. Esse

autor classificou os tipos de aprendizagem e indicou formas diferentes de utilização,

para cada um deles, no que concernem as estratégias de ensino, a saber:

Aprendizagem de signos-(reflexo condicionado).

Aprendizagem Estimulo- resposta (condicionamento operante).

Aprendizagem em cadeia (serie de ligações estimulo-resposta).

Aprendizagem de associações verbais (tipo complexo de aprendizagem em

cadeia).

Aprendizagem de discriminações múltiplas (processo de associações e

discriminações).

Aprendizagem de conceitos (entendimento de propriedades abstratas).

Aprendizagem de princípios (relação entre dois ou mais conceitos).

Aprendizagem de resolução de problemas (elaboração de um novo principio

combinando princípios já aprendidos.

Tanto essa teoria de Gagné, quanto as de Piaget e Skinner, as quais não

houve a necessidade de um aprofundamento nesse trabalho, indicam alguns

conceitos comuns que facilitam o entendimento desse processo que leva o nome do

terceiro subtítulo desse capítulo, os quais podem ser resumidos dessa forma:

O agente da aprendizagem é o aluno. O professor, nesse processo, age como

um facilitador, orientador.

As diferenças individuais entre os alunos devem ser respeitadas e a

aprendizagem deve ser acompanhada de maneira um pouco mais

individualizada.

A aprendizagem de qualquer assunto requer uma continuidade lógica e

psicológica.

Page 23: A importância da motivação para a aprendizagem da língua inglesa um estudo construído em uma classe do npono ano do ensino fundamental

22

Em se tratando de um aprendizado de língua inglesa, assim como qualquer

outra segunda língua, essas teorias se encaixam perfeitamente. Nesse caso, a

aprendizagem precisa ter um significado maior, ela deve estar relacionada com

conhecimentos, experiências e vivencias do aluno. Os aprendizes precisam sentir-se

aptos a transferir o que aprenderam para outras situações da vida. Dessa forma, a

afetividade pode ser alcançada, o filtro afetivo pode ser diminuído.

Considerando todo um perfil de um aprendiz de língua estrangeira, é

importante deixar claro que o aluno de língua inglesa requer uma maior atenção, e

que, mais do que em qualquer outro caso, a educação deve ser focada no

aprendizado do aluno e não no ensino do professor, por levar em conta toda uma

série de fatores como emocional, fragilidade e até mesmo de identidade.

A relação professor-aluno e aluno-objeto de estudo, são de fundamental

importância em todas as dimensões da aprendizagem, inclusive em um aprendizado

de LI, e afetam diretamente no aspecto afetivo.

Quando o facilitador crer, mesmo em grau modesto, um clima de sala de aula caracterizado por tudo o que pode empreender de autenticidade, apreço, empatia; quando confia na tendência construtiva do individuo e do grupo, descobre então, que inaugurou uma revolução educacional (...) a aprendizagem transforma-se em vida, vida existencial. Dessa forma, o aluno, às vezes com entusiasmo, relutantemente em outros casos, comporta-se como alguém que está passando por uma aprendizagem, por certa mudança (ROGERS, 1972).

O professor de língua inglesa tem que planejar conteúdos e atividades que

sejam significativas para eles. É necessário que os mediadores utilizem-se de

estratégias de ensino de forma contextualizada, relacionando o contexto escolar

com a cultura, com o social do aprendiz. Segundo Paiva (2005), o processo de

aprendizagem segue um procedimento que se refere á ligação que o aluno faz com

o que quer aprender e o que já sabe, ou seja, construir o conhecimento baseado no

que ele já conhece a projeção dos conhecimentos que já possui nos conhecimentos

novos, buscando estar mais próximo do que se quer aprender.

Segundo os pressupostos dos PCNs (2001), o ensino de uma língua

estrangeira não se baseia somente nas dimensões de uma sala de aula, mas

também fora dela. O professor tem que ser flexível, podendo criar, refletir, buscar

inovações que refletirá em um melhor desempenho do aluno.

Page 24: A importância da motivação para a aprendizagem da língua inglesa um estudo construído em uma classe do npono ano do ensino fundamental

23

Por fim, a língua estrangeira está inserida na educação fundamental, no

âmbito de uma educação plena de cidadania, pois, o aprendiz vive em um mundo

globalizado e precisa estar inserido neste, de forma a obter informações que

necessita para usar uma língua que não é a dele, em situações diferentes como

comunicação, formação, informação, interação e etc.

1.4 Os setes princípios para a boa prática na educação

Esse trabalho tem como inspiração, os setes princípios para a boa prática na

educação de ensino superior. Relacionando – os com o ensino fundamental.

Utilizou-se somente o primeiro e o sétimo princípios desses pressupostos teóricos.

Esses princípios foram criados com o objetivo de ajudar no atendimento às

mudanças educacionais necessárias no ensino superior, que também ocorrem no

ensino médio e ensino fundamental (para este, fez-se referencia apenas aos 1° e 7º

princípios), pois esses princípios são aplicáveis a qualquer tipo de aluno,

dependendo das circunstâncias envolvidas:

O primeiro princípio- A boa prática encoraja o contato entre o aluno e

professor.

A aplicação dos sete princípios para a boa prática baseada nas teorias de Galf e

Dients indicou que professores que apresentam uma interação com os alunos fora

da sala de aula, representam maior efetividade entre os alunos e colegas. Do

mesmo modo, os estudantes que obtiveram maior resultado, aptidões, escolha de

carreira, comprometimento intelectual, tiveram um maior contato com seus

professores. Esses autores concluíram, então que, a relação entre professor e aluno

fora da sala de aula pode representar melhores resultados sobre os alunos. Essa

interação acontece- é bom salientar- de maneira informal. Levando sempre em conta

assuntos do interesse dos alunos.

É fato comprovado, então, que a interação professor- aluno dentro e fora da sala

de aula resulta em um ensino de qualidade e ajuda os estudantes a alcançarem

seus objetivos.

O segundo princípio – A boa prática encoraja a cooperação entre os alunos.

De acordo com esse princípio, o processo de aprendizagem é mais efetivo

quando resulta de um esforço de equipe, o que aumenta o envolvimento com a

Page 25: A importância da motivação para a aprendizagem da língua inglesa um estudo construído em uma classe do npono ano do ensino fundamental

24

aprendizagem. Técnicas que propiciam a interação entre os alunos são mais

eficazes às técnicas utilizadas em aulas expositivas.

O terceiro princípio – A boa prática encoraja a aprendizagem ativa.

Trata – se de algumas ações fundamentais dos professores em sala de aula

como, por exemplo, fazendo conexões do conteúdo com a vida real e as

experiências pessoais, utilizar - se de jogos, simulações, etc. Com isso,

conseqüentemente, o aluno quebra a postura passiva desempenhada por ele no

processo, agindo como um mero receptor do conhecimento.

O quarto princípio – A boa prática fornece feedback imediato

Segundo Santos (2002, p.75), em todos os estágios da sua vida acadêmica o

estudante precisa de oportunidades para refletir sobre o que já aprendeu, sobre o

que ainda precisa aprender e sobre como fazer sua auto avaliação. Trata – se de um

retorno de qualidade que ajuda o aluno a focar seus objetivos da aprendizagem. O

feedback imediato direcionados aos erros dos aprendizes é fundamental nesse

processo.

O quinto princípio – A boa prática enfatiza o tempo da tarefa

Esse princípio baseia – se na variável tempo. Refere – se à quantidade

destinada pelos professores ou instituição ao tempo consumido nas realizações de

atividades, de contato com o material em sala de aula relacionado com o processo

de ensino. Em síntese, é a definição do tempo das aulas, o número de aulas

semanais que implica em um ensino mais eficaz. No caso de aulas de língua

inglesa, esse princípio é também de grande relevância, pois, sabe - se que o tempo

alocado para as aulas de inglês do ensino fundamental I e II, assim como no ensino

médio, segundo os PCN´s, é bastante reduzido. A questão é, nesse contexto, saber

utilizar o tempo, gerenciar a realização das tarefas, a aplicação de outros princípios,

o fornecimento do feedback, dentre outros.

O sexto princípio – A boa prática comunica altas expectativas

Este outro enfatiza o senso desafiante do professor buscando alcançar um

melhor rendimento dos alunos. Os resultados obtidos quando o professor assume

essa conduta desafiadora, mas realizável para o desempenho do aluno, são bem

maiores. Os estudantes dão mais valor para as disciplinas consideradas difíceis,

pois são mais exigidos e com isso, constroem para si um senso de responsabilidade.

Page 26: A importância da motivação para a aprendizagem da língua inglesa um estudo construído em uma classe do npono ano do ensino fundamental

25

O Sétimo princípio- A boa prática respeita os diversos talentos e as diferentes

formas de aprendizagem.

Esse princípio reconhece a necessidade de o professor compreender os

diferentes talentos e estilos de aprendizagem que os alunos trazem para a sala de

aula. Estudos feitos por Claxton e Murrel apud Chickerig e Gamsom (1991),

destacaram os seguintes resultados:

Estudantes conscientes de seus próprios estilos de aprendizagem, e fazem

uso de estratégias adequadas de ensino, obtém um melhor resultado.

A combinação entre os métodos utilizados pelo mediador e os estilos de

aprendizagem dos alunos resulta em uma melhoria do processo de

ensino/aprendizagem.

Os alunos podem ainda, expandir seus estilos de aprendizagem.

O professor de língua inglesa desempenha um papel fundamental no processo

de aquisição. O sucesso do aluno e do professor, consciente de seus atos, depende

de sua conduta, sua ética, seu trabalho pedagógico, a escolha de suas estratégias

de ensino, a habilidade em utilizar o tempo em suas aulas de forma adequada,

depende ainda de sua característica afetiva. Todos esses fatores implicam em uma

motivação dada ao aluno, em satisfazer suas necessidades mutantes, determinando

o comportamento e as atitudes tomadas pelos aprendizes. O professor, como

mediador do conhecimento, também em processo de aprendizado, pode e deve

influenciar a todo o momento, despertando a inteligência, a vontade de aprender

algo mais, o ânimo do aluno. O resultado é completamente satisfatório. Cabe ao

educador, buscar variar suas técnicas, seus métodos de ensino na tentativa de

alcançar, de “abraçar” toda essa diversidade do alunado, respeitando sempre suas

individualidades.

Page 27: A importância da motivação para a aprendizagem da língua inglesa um estudo construído em uma classe do npono ano do ensino fundamental

26

CAPITULO II

METODOLOGIA

Pesquisar significa procurar respostas para indagações, propostas. É a busca

de soluções a um problema, através do emprego de processos científicos. A

pesquisa constitui em um caminho para se chegar à ciência, ao conhecimento, por

meio da utilização de diferentes instrumentos. Dentro da modalidade cientifica, esta

se difere de qualquer outra pelo método, pelas técnicas, assim como pela tipologia.

No que se refere a este trabalho, a partir das questões do problema, busca – se

explicações e soluções possíveis seguindo alguns métodos de estudo.

2.1 Fundamentação metodológica

Esse trabalho classifica - se, segundo as formas de estudo do objeto, em uma

pesquisa descritiva, por se tratar da descrição do fenômeno pesquisado, no caso

aqui, a motivação e suas variáveis desejo e necessidade no ensino de língua inglesa

no nono ano do ensino fundamental II de uma escola do distrito de Salgadália, onde

foram realizados, em semestres anteriores estágios supervisionados II e III com este

mesmo grupo. Trata – se de um trabalho que foi realizado através de observações,

registro dos fatos, analisados e interpretados sem qualquer interferência, objetivando

descobrir a influencia dos aspectos desejo e necessidade no aprendizado do público

em questão, suas características, causas e conseqüências.

2.2 O tipo da pesquisa

Com base nos procedimentos técnicos utilizados, essa pesquisa constitui um

estudo de caso onde foi escolhida em situações anteriores à pesquisa, com

observações feitas e inquietações levantadas, uma turma do nono ano da Escola

Antonio Nunes Gordiano Filho, situada no distrito de Salgadália, onde pode - se

diagnosticar a falta de motivação por parte dos alunos em aprender a língua inglesa.

O alunado, em sua maioria, não sentia necessidade alguma em aprender inglês, a

não ser que fosse para adquirir nota.

Page 28: A importância da motivação para a aprendizagem da língua inglesa um estudo construído em uma classe do npono ano do ensino fundamental

27

2.3 Técnicas de coleta

Foi realizado dentro do estágio supervisionado do ano de 2009, observações

seguido da aplicação de questionários em uma sala de 38 alunos (somente 28

estavam na sala durante a aplicação), compostas por adolescente do nono ano da

escola.

Segundo Sanchez (2006), a observação é uma técnica de coleta de dados

utilizados para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de

determinados aspectos da realidade. As observações foram feitas em momentos

diferentes da aplicação do questionário, o que ajudou a identificar e obter provas a

respeito do problema em questão, em relação às variáveis que orientam o

comportamento do aprendiz de LI. Não foram notadas e/ou sentidas alterações nos

resultados das observações pelo fato de o pesquisador estar presente no momento,

não houve problema algum quanto à espontaneidade e o comportamento do público

– alvo. Após o período de observações, foi realizada a aplicação de questionários a

mesma turma, constituído por uma série ordenada de perguntas, que foram

respondidas por escrito, na presença do regente da turma. O questionário foi

construído a partir de perguntas claras e objetivas, com base nos objetivos dessa

pesquisa, a fim de obter respostas válidas para a análise dos dados obtidos. As

questões foram elaboradas com base em alguns fatores peculiares que podem

implicar numa desmotivação por parte dos alunos, que são: o nervosismo; o medo

de errar; a atitude do professor; conteúdos; relação professor – aluno; atividades

preferenciais (afetivas ou corriqueiras); o que motiva os alunos nas resoluções das

tarefas; a obtenção dos recursos para o auxílio à aprendizagem; se tem computador

em casa; se dispõe de internet; os sites que costumam visitar; se usam o inglês para

algum fim; se sente necessidade em aprender inglês; se deseja aprender alguma

outra língua, etc.

2.4 Os sujeitos do estudo

Como já foi dito um pouco a cima, o público – alvo do estudo de caso foi uma

turma do nono ano do ensino fundamental, composto por adolescentes. Esse

mesmo grupo é subdividido em dois, pelo fato de existir alunos que residem na zona

Page 29: A importância da motivação para a aprendizagem da língua inglesa um estudo construído em uma classe do npono ano do ensino fundamental

28

rural do distrito e outros que moram no considerado centro, ou seja, dois grupos que,

apesar de a distância não ser tão grande, pertencem a realidades diferentes. Mesmo

com essa disparidade dentro dessa sala, os questionários foram aplicados a todos

ao mesmo tempo, em outubro de 2009.

Com o levantamento de dados, foi feito um trabalho de sistematização e

organização dos mesmos, para que fosse possível ser feita uma análise da

realidade social e local na tentativa de identificar os fatores que implicam numa

baixa motivação no caso estudado.

Page 30: A importância da motivação para a aprendizagem da língua inglesa um estudo construído em uma classe do npono ano do ensino fundamental

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CAPÍTULO III

DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Com base nos princípios de uma pesquisa, o instrumento escolhido para uma

medição, como já foi dito no capítulo anterior, foi uma observação seguida de uma

aplicação de um questionário realizado no colégio Municipal Antonio Nunes

Gordiano Filho, a fim de comprovar a relevância da motivação no ensino de língua

inglesa, assim como verificar como os aspectos desejo e necessidade

desempenham um grande papel motivacional em relação ao aprendizado de língua

inglesa no nono ano.

As questões foram distribuídas e organizadas com base em uma técnica

dividida em três grupos:

Grupo A- elementos relevantes

Grupo B – elementos complementares

Grupo C- dados que podem ser desprezados.

Na análise dos dados, a ordem do questionário não confere com a

apresentada na descrição que se segue adiante. Serão analisadas por ordem de

importância, sendo as quarta, quinta e sexta questões que serão analisadas

primeiramente, por estarem mais ligadas ao objetivo desse estudo, em seqüência,

analisarei as questões 1 e 2.

A tabela abaixo representa os dados a respeito da variável necessidade

(questão de número 4), que surgiu no intuito de diagnosticar o grau desse aspecto

entre os alunos dessa escola.

No seu dia - a – dia, você sente necessidade de aprender inglês?

Tabela 1: Necessidade de aprender

Respostas Números de

alunos

%

SIM 26 92,8

NÃO 2 7,2

TOTAL 28 100

Page 31: A importância da motivação para a aprendizagem da língua inglesa um estudo construído em uma classe do npono ano do ensino fundamental

30

Dentre os vinte e oito entrevistados, a maioria deles respondeu que sente a

necessidade de aprender a língua inglesa, totalizando 92,8%. Apesar de muitos

estudos e mesmo com a crença de muitos professores, os dados comprovam que no

caso estudado, apesar de ser alunos de interior, de uma zona rural, eles sentem

necessidade por que percebem que o inglês está de alguma forma presente no seu

dia-a-dia. Veja-se abaixo o que dois alunos responderam:

“... o inglês está presente em várias coisas como: controle remoto, embalagem de

produtos, etc.(J. 2009);

“... quando tem aparelho de DVD ou alguma coisa parecida, ás vezes precisamos

saber o inglês para apertar o botão correto (M.2009).

Em seguida, a tabela 2 representa os dados referentes à questão número 5,

que foi questionado se eles acreditam em um dia precisar usar a língua e pra quê?

Tabela 2: Necessidade de uso da língua inglesa pelos alunos.

Respostas Numero de alunos %

SIM 28 100

NÃO 0 0

TOTAL 28 100

Como se pode observar na tabela acima, de forma unânime, todos os alunos

acreditam que no futuro vão precisar usar a língua inglesa, porém, para fins

diferentes. Dentre outros motivos, prevaleceu à opinião daqueles que acreditam que

irão precisar aprender inglês para ingressar no mercado de trabalho, logo depois

vem o interesse em fazer viagens internacionais, em último lugar aparecem os que

desejam aprender para se comunicar. Esses dados não fogem da realidade sabida

pelos especialistas e professores. Estudos foram feitos e diagnosticados antes deste

presente trabalho e vários cursos espalhados pelo país e pelo mundo que oferecem

subsídios para aprendizes que desejam o aprendizado de inglês para determinados

fins.

“Existe algum motivo especial que te leve a aprender inglês? Qual?

Page 32: A importância da motivação para a aprendizagem da língua inglesa um estudo construído em uma classe do npono ano do ensino fundamental

31

Quando essa questão foi passada para os alunos, vinte e seis responderam

que sim e duas pessoas responderam não. Os motivos maiores que os levam a

aprender inglês se diferem da seguinte forma:

Tabela 3: Motivos para a aprendizagem do inglês.

MOTIVOS NÚMERO DE ALUNOS %

Entretenimento (música, jogos, download) 5 17,8

A forte influencia da língua 3 10,7

Desejo de comunicar-se 5 17,8

Profissão 8 28,5

Afeição á língua 3 10,7

Não souberam responder 4 14,2

Observa-se que nesse quesito, prevaleceram dois motivos especiais, que

foram o entretenimento, seja ele para busca de musicas , entender a linguagem dos

jogos, cultura, viagens e a possibilidade de se comunicar com pessoas de vários

países, principalmente pelo fato de a língua ser bastante influente no mundo.e o

objetivo de ter uma boa profissão. “... o inglês está presente em nossa vida (Raquel,

2009), “... a importância que o inglês tem, pois não é à toa que ele está classificado

como uma das línguas mais usadas...”( B. 2009).

A tabela de número quatro consta os dados obtidos através da questão de

número um, que teve como objetivo, juntamente com as questões de número dois e

três,conhecer os recursos utilizados por tais alunos para aprender inglês.

Tabela 4: “Você tem computado em casa?”

Respostas Número de alunos %

Sim 9 32,1

Não 19 67,9

Total 28 100

Observa- se assim, que uma grande minoria possui computador em casa,

porém, todos têm a consciência da importância da língua inglesa para facilitar o uso

Page 33: A importância da motivação para a aprendizagem da língua inglesa um estudo construído em uma classe do npono ano do ensino fundamental

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da internet, pois, mesmo aqueles que não têm em suas casas essa ferramenta,

recorrem à lan houses quando querem acessar a Web.

No que se refere à questão de número dois, obteve – se os seguintes dados:

Tabela 5: “O que você costuma buscar na internet?”

Tipos de busca na internet Número de alunos %

Não usa 2 7,1

Música 2 7,1

Orkut/MSN 10 35,7

Notícias 3 10,7

Pesquisas escolares 6 21,4

Outros 2 7,1

Jogos 3 10,7

Total 28 100

Sente-se por parte dos alunos, que são vários os tipos de busca, os tipos de

necessidades com relação ao uso de internet, prevalecendo o uso de sites de

relacionamento e bate-papo, resultado já esperado por se tratar de uma turma de

adolescentes com realidades e idades divergentes.

Com base nesses dados, pode-se fazer uma análise e algumas reflexões

sobre a questão que constitui o problema dessa pesquisa. Apesar de ter sido

observado em vários momentos, nessa escola referida, assim como em outras já

visitadas e comentadas por outros professores, os alunos em geral não têm muita

afinidade, afeição a LI, enfim não tem um desejo intrínseco de aprender essa nova

língua, mas, por outro lado, sentem a necessidade de adquirir a mesma, devido à

sua grande influência numa era globalizada, seja ela utilizada para diversos fins.

Page 34: A importância da motivação para a aprendizagem da língua inglesa um estudo construído em uma classe do npono ano do ensino fundamental

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização desta pesquisa surgiu do desejo de verificar qual a influência que

as variantes motivacionais desejo e necessidade desempenham no ensino –

aprendizagem de língua inglesa. De que forma esses aspectos motivam os alunos a

alcançarem seus objetivos. O que leva o estudante a querer adquirir uma língua que

não é a dele e que parece, ás vezes, tão distante de sua realidade. Sendo assim,

pode-se concluir que no caso estudado, a necessidade desempenha um papel

fundamental na motivação do aprendiz em adquirir a LI devido à forte influência da

língua em suas vidas, à necessidade de interar-se ao mundo globalizado, o domínio

cibernético dos computadores, da comunicação em geral que os fascinam,

fortalecendo as teorias citadas aqui.

Necessidades que se diferenciam e que norteiam o comportamento e

desenvolvimento do ser humano, em busca de satisfazê-las. Os dados levantados

foram indispensáveis para que a pesquisa obtivesse resultados válidos, onde

permitiu fazer uma reflexão dos papéis em que as variáveis citadas e o papel do

professor desempenham na vida escolar e social do educando.

Esse trabalho foi de inteira relevância, pois, pode-se conhecer melhor os

alunos, seus desejos, anseios. Assim como conhecer o material escolhido pela

escola para as aulas de inglês, o tempo das aulas alocadas pelo projeto da escola

municipal, conhecer outros professores de língua estrangeira e saber o quanto é

difícil ser docente de uma disciplina que ainda é tida como desnecessária até pelos

colegas de trabalho, pois, a disciplina “inglês” não reprova o aluno (nessa escola), o

que pode aumentar a desmotivação por ambas as partes, o que faz com que se

torne desnecessário a aplicação de avaliação, a participação do professor em

conselhos de classes, etc. O professor deve estar preparado pedagógicamente,

metodológicamente e inclusive mentalmente para poder dar o suporte necessário

aos alunos e principalmente tornar a sua vida profissional mais prazerosa.

Aponta-se na pesquisa realizada na Escola Antonio Nunes Gordiano Filho

que os alunos do nono ano do ensino fundamental apresentam as expectativas

definidas por Abraham Maslow referentes às Necessidades Sociais, de

Relacionamento, seguindo um perfil de comportamento e de identidade citado por

Brown, a qual afirma que o aluno tende a desenvolver um senso de fragilidade, de

defesa, inibição, etc. Isso foi detectado na turma em questão, nos momentos de

Page 35: A importância da motivação para a aprendizagem da língua inglesa um estudo construído em uma classe do npono ano do ensino fundamental

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observação e de realização do estágio supervisionado e da aplicação dos

questionários. O comportamento, as atitudes dos alunos são inteiramente marcadas

pela motivação em realizar os seus objetivos e que a afetividade e a relação

professor-aluno interferem diretamente na relação aluno-língua, podendo interferir

no aprendizado.

Portanto, todos os agentes do processo de aprendizagem, professor, aluno,

gestores e também as autoridades, devem fazer a sua parte na busca em aumentar

a motivação em LI e obter uma educação plena, ou seja, a todos os cidadãos e a

todos os níveis de ensino do Brasil.

Page 36: A importância da motivação para a aprendizagem da língua inglesa um estudo construído em uma classe do npono ano do ensino fundamental

35

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Page 38: A importância da motivação para a aprendizagem da língua inglesa um estudo construído em uma classe do npono ano do ensino fundamental

37

APENDICE A - ROTEIRO PARA ENTREVISTA

1- Você tem computador em casa ?

2- O que você costuma buscar na internet ?

3-Você usa o inglês para alguma coisa ?

4-No seu dia – a- dia, você sente necessidade em aprender inglês ?

5- Acredita que um dia vai precisar ?

6- Existe algum motivo especial que te leve a aprender inglês ?Qual ?

7- Deseja aprender uma outra lingua ?Qual ?

8- Você se sente nervoso ao responder alguma atividade em inglês ?

9- O que te faz ficar nervoso ?

10- Quais as atividades que você mais gosta de fazer?

11- As atividades passadas pelo professor faz – te sentir como ?(nervoso, à vontade,

confiante...)

12- O que o fazia responder as atividades ?

UNIVESIDADE DO ESTADO DA BAHIA-UNEB

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO –CAMPUS XIV

CURSO – LETRAS COM HABILITAÇÃO EM LI

DISCENTE- MILENA OLIVEIRA DA PAIXAO