A história da língua

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A Nossa Língua Professora Vanda Barreto

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A Nossa Língua

Professora Vanda Barreto

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Conceitos: Linguagem e Língua

• Linguagem• meio e processo de comunicação entre seres humanos, animais ou

máquinas.

• Língua Verbal• meio de comunicação através do qual os seres humanos partilham

informação, saúdam, perguntam, prometem, etc., de uma forma sistemática e convencional, recorrendo a sinais sonoros ou gráficos.

• Língua• sistema de representação constituído por palavras e pelas regras que as

combinam em frases, usado pelos falantes de uma comunidade linguística como principal meio de comunicação oral ou escrito.

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Conceitos: Comunidade e Falante

• Falante• utilizador de uma língua.

• Comunidade Linguística• conjunto de falantes que utilizam uma mesma língua para

comunicarem entre si;• a comunidade linguística dos falantes de língua portuguesa é hoje

composta por mais de 250 milhões de pessoas. Mapa da Lusofonia

• Competência Linguística• é a capacidade intuitiva que o falante tem para usar a sua língua e

que decorre do processo natural de aquisição da linguagem.

• Competência Comunicativa• capacidade que um falante tem de produzir e receber mensagens

e de adequar o seu discurso aos diferentes contextos.

• Competência Metalinguística• capacidade que um falante tem para refletir sobre os mecanismos

da gramática da língua que habitualmente usa de modo intuitivo.

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Mapa da Lusofonia

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Conceitos: Estatuto das Línguas

• Língua Oficial• aquela que é usada obrigatoriamente pelos cidadãos no contactos

com a administração do país onde residem;• a língua oficial nem sempre coincide com a língua nacional.

• Língua Materna• aquela com que um recém-nascido entra primeiramente em

contacto, no seu ambiente familiar e com a qual faz a aprendizagem da fala.

• Língua Segunda (=não materna)• é aquela que, depois da sua língua materna, o falante aprende e

usa na comunidade em que está inserido;• o português é a língua segunda dos imigrantes radicados em

Portugal e de muitos habitantes de países africanos de língua oficial portuguesa que têm outras línguas maternas.

• Língua Estrangeira• é a língua não materna, habitualmente aprendida em contexto

escolar.

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Variação Linguística

• Uma língua pode apresentar variação em função de diversos fatores:

• do espaço: Variação diatópica

• do meio social: Variação diastrática

• da situação discursiva: Variação diafásica

• do tempo: Variação diacrónica

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Variação Diatópica do Português

• dia (grego dia = através de)• tópica (grego tópos = lugar)

•Todas as línguas incorporam margens de variação. Estas

variações são maiores quanto maior for o número de falantes

e mais alargada a sua dispersão geográfica.

•O português falado em Portugal apresenta variações no

Minho, no Algarve, no Alentejo, na Madeira e nos Açores, por

exemplo.

•Por outro lado, o português de Portugal não é exatamente

igual ao Português do Brasil.

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Variação Diatópica do Português

•A língua apresenta variedades geográficas que diferem de região para região, dentro do mesmo país. As suas especificidades podem manifestar-se ao nível da pronúncia, da entoação, do vocabulário e da sintaxe.

Região do país Exemplo Significado

Norte fino copo de cerveja

Centro bica café

Madeira lambeca sorvete

Açores trincar o pé pisar o pé

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Normalização Linguística

“É o processo segundo o qual uma variedade da língua é

adotada como língua padrão, tornando-se a variedade

aconselhada em situações institucionais de uso da língua.

A padronização de uma língua é implementada pelos

governos através da oficialização de normas ortográficas,

lexicais e sintáticas, visando promover uma língua

tendencialmente nivelada e unificada.

O sistema de ensino é o veículo de transmissão e

controlo da língua padrão, também difundida pelos meios

de comunicação.”

DOMÍNIOS, Gramática da Língua Portuguesa

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Variedades do Português

• Ao longo da sua história, os falantes do português

entraram em contacto com outras línguas, daí resultando

diferentes variedades da nossa língua:

• variedade europeia• variedade brasileira• variedades africanas• variedade timorense

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Mapa dos Descobrimentos Portugueses

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Variedade Europeia

• É o português falado em Portugal continental e nos

arquipélagos da Madeira e dos Açores.

• Considera a variedade dos falantes cultos de Lisboa, como

língua padrão.

• O português europeu é regulado pela Academia de

Ciências de Lisboa.

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Características do Português Europeu

Características Exemplos

Colocação do pronome pessoal depois do verbo Ele disse-me a verdade.

Uso da preposição “a” + infinito Ela está a ler um livro.

Uso de preposições O João foi ao médico.

Uso da 2ª pessoa do singular em registo informal (tu) Tu queres lanchar cá?

Vocabulário e expressões próprios Autocarro

Ortografia cómico

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Dialetos de Portugal• 1. Dialetos portugueses insulares

açorianos. • 8. Dialetos portugueses insulares

madeirenses. • 4. e 10. Dialetos portugueses

setentrionais: dialetos transmontanos e alto-minhoto.

• 9. 6. 5. Dialetos portugueses setentrionais: dialetos baixo-minhotos-durienses-beirões.

• 7. Dialetos portugueses centro-meridionais: dialetos do centro litoral.

• 2. e 3. Dialetos portugueses centro-meridionais: dialetos do centro interior e do centro interior e do sul.

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Variedade Brasileira

• É o português falado no

Brasil.

• Considera a variedade

dos falantes cultos do

Rio de Janeiro e de S,

Paulo como língua

padrão.

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Características do Português do Brasil

Características Exemplos

Colocação do pronome pessoal antes do verbo Ele me disse a verdade.

Uso frequente do gerúndio Ele está lendo um livro.

Uso de preposições O João foi no médico.

Uso da 3ª pessoa do singular em registo informal (você) Você quer lanchar cá?

Vocabulário e expressões próprios Ônibus (=autocarro)

Ortografia cômico

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Variedades Africanas

Características Exemplos

Colocação do pronome pessoal antes do verbo Ele me disse a verdade.

Não concordância do sujeito com predicado Você foste sozinha?

Uso de preposições O João foi no médico.

Pronome pessoal “lhe” como CD A avó viu-lhe na praça.

Marca do plural nos determinantes Ele magoou os pé.

Vocabulário e expressões próprios Machimbombo (=autocarro)

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Variação Diastrática

• dia (grego dia = através de)• estrática (grego stratu = estrato)

• Quando as diferenças na comunicação resultam de fatores como a classe social, a idade, a origem étnica ou o nível de instrução, designam-se por variedades sociais ou variação diastrática.

Registo técnicoUso de terminologia específica e rigorosa relativa a determinada profissão e usada nesse contexto.

Gíria Uso de vocabulário e expressões próprios de determinados grupos.

CalãoUso de termos grosseiros, normalmente provenientes de uma população com um nível sociocultural inferior.

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Variação Diafásica

• dia (grego dia = através de)• fásica (grego phásis = expressão)

• Quando as diferenças na comunicação resultam da situação em que se encontra o falante, diz-se que as variações são situacionais ou diafásicas.

• Um falante proficiente deve ser capaz de adequar o seu registo de língua às diferentes situações de comunicação em que interage:• situação formal: implica um registo cuidado, de acordo com a

exigências dos diversos interlocutores;• situação informal: admite um registo de língua mais

espontâneo, menos controlado.

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Variação Diafásica

Registo cuidadoCaracteriza-se por um vocabulário cuidado e frases bem construídas. É mais usado em situações formais (discursos, conferências, crónicas...).

Registo correnteCaracteriza-se por um vocabulário de fácil compreensão, claro e correto. É o mais usado diariamente (rádio. TV, conversas...).

Registo familiar

Caracteriza-se por um vocabulário menos variado, mas de fácil compreensão, claro e espontâneo. É o mais usado diariamente entre a família e os amigos.

Registo popular

Caracteriza-se por um vocabulário mais pobre, simples e espontâneo, denotando muitas vezes pouca instrução por parte dos seus falantes. É, porém, muito expressivo.

Registo literário

É utilizado principalmente pelos poetas e escritores que empregam ao seu registo musicalidade, rima e palavras com diferentes sentidos.Ex.: “Ervas trémulas dançavam à menor brisa.” (Sophia Andresen)

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Variação Diacrónica do Português

• dia (grego dia = através de)• crónica (grego kronos = tempo)

• A variação diacrónica ou histórica é o conjunto de mudanças verificadas numa língua ao longo da sua história.

Uma língua muda através dos tempos garantindo uma

continuidade e, ao mesmo tempo, uma inovação, que permita

preencher novas necessidades comunicativas dos falantes.

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Cronologia do Português

Pré- românico RomânicoPeríodo de transição

Galaico-português

Português Antigo

Português Clássico

Português Contemporâneo

Séc.II ac/ I ac Séc. I ac/ IX Séc. IX/XI Séc. XI/XII Séc. XII/XVSéc.

XVI/XVIII Séc. XIX/XXI

Grandes migrações de povos indo-europeus de leste para oeste.

Um destes povos, os Celtas, estabelece-se na PI.

A sua língua e a sua cultura entram em contacto com as já existentes: as dos Iberos.

218 ac: romanos409/711 germânicos.711mouros

Durante 10 séculos fala-se o romance.

O romance é uma variante do latim, introduzido pelos romanos.

Alguns termos galaico-

portugueses surgem nos

textos latinos, mas o galaico-

português é sobretudo falado na região da Lusitânia.

Com a Reconquista Cristã (1000-

1249), o Galaico-

português consolida-se como língua

falada e escrita na Lusitânia.Desta época

são os cancioneiros medievais.

Diapositivo 9

Época em que o português se “independiza”

do galaico-português.

1296, D.Dinis decreta que os

documentos oficiais

passassem a ser escritos em

português e não em latim.

Surgem as primeiras

gramáticas da língua

portuguesa e o primeiro dicionário português-

latim e latim-português.CamõesAntónio FerreiraSá de

MirandaPadre

António Vieira

Fase do português

europeu, escrito e falado, a partir do século XIX até à

atualidade.

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As primeiras manifestações da literatura portuguesa são em verso, datam do séc. XII e estão reunidas em três coletâneas: o Cancioneiro da Ajuda (séc. XIII), o Cancioneiro da Vaticana e o Cancioneiro da Biblioteca Nacional (sendo estes cópias de textos mais tardios).

No mundo nom me sei parelhamentre me for como me vai,

ca ja moiro por vós e ai!mia senhor branca e vermelha,

queredes que vos retraiaquando vos eu vi em saia.

Mao dia me levanteique vos entom non vi fea!

Paio Soares de Taveirós, «Cantiga da Garvaia» - (1.ª estrofe)

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Contacto entre Línguas

Línguas de substratoLínguas dos povos que

habitavam a PI antes da invasão romana (iberos, celtas, fenícios e

gregos)

Língua de estrato

Latim popular(a nossa língua deriva fundamentalmente do latim popular, trazido

pelos romanos- séc. III)

Língua de superstrato

Língua dos visigodos- séc.V(língua que veio depois, mas que não se sobrepôs

à existente)

Língua de adstratoLíngua árabe(língua que

coexistiu com a existente)

Braga, Viseu, Tejo,

bruxa, chaparro,

esquerdo, sapo, ...

elmo, estribo, guerra,luva, orgulho, raça, Ricardo, ... e os pontos cardeais (200 palavras)

Algumas palavras de origem árabe

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Algumas palavras de origem árabe• Açafrão (azzafaran, amarelo)

Achaque (ashshaka, enfermidade)Açoite (assaut)Açougue (assok)Açude (assudd)Açúcar (assukar deriva do Sanscrito çarkara, grãos de areia)Alcachofra (Alkharshof, fruto do cardo manso)Alcalóide (palavra composta: Árab.alcali + Grego eîdos, forma)Alcateia (alkataia, rebanho)Álcool (alkohul, coisa subtil)Alcorão (Alkuran, a leitura)Alcova (al-qabu, quarto lateral)Alecrim (aliklil)Alface: al-khaçAlfaiate: al-khayyâtAlfândega: alfunduqAlfazema: al-khuzâmaAlgarismoÁlgebraAlgodão (alkutun)

Alicate (allikkát, tenaz)Almanaque (almanakh)Almofada (almukhadda de khadd, face)AlmoxarifeAzeiteAzeitonaAzulejoCaféCáfilaCalifaCalifadoCeifaCeroulasChafarizCherneChifraCifraDamascoGarrafa (garrafâ, frasco bojudo)Javali (jabali)Laranja (naranj deriva do Persa naräng)Laranjeira (naranj deriva do Persa naräng)Limão (laimun deriva do Persa

limun)Limoeiro (laimun deriva do Persa limun)Masmorra (matmura, celeiro subterrâneo)Matraca (mitraka)Nora (na'ûra)Oxalá (in sha allah ou inshallah, se Deus quiser)Safra (safaria, estação da colheita)Tambor (tanbur deriva do Persa dänbära, cítara)Xadrez (xatranj deriva do Sânscrito xaturanga, que consta de quatro membros)Xarope (sharab, bebida, poção)Xaveco (xabbak, pequeno navio de três mastros e velas latinas)Xeque

São cerca de 1000, as palavras de origem árabe.

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Etimologia

• Disciplina que estuda a evolução de cada palavra, ao longo das diversas fases da história da língua, até chegar ao seu étimo, ou seja, à palavra que lhe deu origem.

• Étimo é a forma mais antiga de uma palavra:• palatiu > paaço > paço• palatiu é a palavra latina para, primeiramente, monte palatino, depois, palácio dos césares e, mais tarde, palácio.

• A base etimológica do português é, sobretudo; o latim. Contudo´, a nossa língua tem também outras origens, ou seja, incorpora étimos celtas, germânicos, árabes, entre outros.

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Genealogia Linguística

• Família de Línguas• grupos de línguas que provêm da mesma língua-

mãe.

• Indo-Europeu• língua que deu origem a vários ramos linguísticos

• o itálico, o grego, o germânico, o celta, o eslavo, ...

• que, por sua vez, deram origem a novas famílias.

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Família Indo-Europeia

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Parentescos...

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Família das Línguas Românicas

Ao conjunto das línguas derivadas do latim vulgar dá-se o nome de família das línguas românicas.

O latim vulgar era o latim falado pelo povo, soldados, comerciantes e colonos romanos, misturado com os diferentes falares locais.

Fazem parte desta família de línguas o português, o galego, o castelhano, o catalão, o francês, o provençal, o italiano, o sardo e o romeno.

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Palavras divergentes/convergentes

• Palavras divergentes • aquelas que têm formas diferentes, mas um étimo

comum:

Étimo latino Formas populares Formas eruditas

macula > mancha, mágoa, malha mácula

palatiu > paço palácio

solitariu > solteiro solitário

parabola > palavra parábola

O mesmo étimo deu origem a palavras

diferentes na nossa língua.

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Palavras divergentes/convergentes

• Palavras convergentes• aquelas que têm a mesma forma, mas étimos diferentes:

Étimo latino Palavras convergentes

sanum > são (adjetivo = saudável)

sanctu >

são (nome/adjetivo = santo)

sunt > são (verbo ser)

Étimo latino

Palavras convergentes

vanu > vão (nome/adjetivo = vazio/oco)

vadunt > vão (verbo ir)

Étimo latino

Palavras convergentes

rivu > rio (nome)

rideo > rio (verbo rir)

Étimo latino

Palavras convergentes

filu > fio (nome)

fido > fio (verbo fiar)

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Sons, Fonemas e Grafemas

• Fonema = som• Grafema = letra• Nem sempre há uma relação direta entre grafema e

fonema.• Por vezes,

• um fonema é representado por duas letras: ch; • um mesmo fonema corresponde a diferentes grafemas:

ch/x;• um grafema corresponde a mais do que um fonema: s

(casa/ saco).

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Alfabeto Fonético Internacional

“Na grafia de qualquer língua, a uma letra não corresponde sempre o mesmo

som e um som não é representado sempre pela mesma letra.

Por outro lado, num determinado alfabeto (como o latino que é o utilizado por

muitas línguas, como as românicas e as germânicas) a mesma letra pode

corresponder a sons diferentes em diferentes línguas.

Esta variação levou à criação de alfabetos fonéticos que permitem descrever

de forma não ambígua cada fonema e possibilitam, a quem não conheça

determinada língua, saber como se pronunciam os sons de uma palavra quando

transcritos foneticamente.

O sistema de transcrição fonética mais usado é o Alfabeto Fonético

Internacional (AFI), criado em 1888 pela Associação Internacional de Fonética. ”

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Alfabeto Fonético Internacional

Vogais Orais

[i] vi ['vi]

[e] vê ['ve]

[ɛ] pé ['pɛ]

[a] pá ['pa]

[ɐ] para [pɐɾɐ]

[ɛ] de

[ɔ] sol ['sɔl]

[o] pôr, sou ['poɾ, 'so]

[u] tu ['tu]

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Alfabeto Fonético Internacional

 Vogais Nasais

[ĩ] sim ['sĩ]

[eg] pente

[ɐg] romã, banco [ʀu'mɐg, 'bɐgku]

[õ] põe, ponte

[ũ] atum [ɐ'tũ]

Semivogais ou glides orais e nasais

[j] pai ['paj] mãe

[w] pau ['paw] [wk ] cão ['kɐgwk ]

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Alfabeto Fonético InternacionalConsoantes

[p] pá ['pa]

[b] bem

[t] tu ['tu]

[d] dou ['do]

[k] cacto ['katu]

[g] gato ['gatu]

[f] fé ['fɛ]

[v] vê ['ve]

[s] sabe, passo, caça ['sabɨ, 'pasu, 'kasɐ]

[z] casa, azar ['kazɐ, ɐ'zaɾ]

[ʃ] chave

[ʒ] já ['ʒa]

[m] mão ['mɐgwk ]

[n] não ['nɐgwk ]

[ɲ] venho ['vɐɲu]

[l] lá ['la]

[ʎ] valha ['vaʎɐ]

[ɾ] caro ['kaɾu]

[ʀ] carro ['kaʀu]

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Aparelho Fonador Humano

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Fonética Articulatória

Ponto de ArticulaçãoModo de Articulação

OclusivasFricativas Laterais Vibrantes

Orais Nasais

BilabiaisVozeada b m      

Não-Vozeada p        

Labio-Dentais

Vozeada     v    

Não-Vozeada     f    

Apico-Dentais

Vozeada d   z    

Não-Vozeada t   s    

AlveolaresVozeada   n   l ɾ

Não-Vozeada          

PalataisVozeada   ɲ ʒ ʎ  

Não-Vozeada     ʃ    

Velares Vozeada

Vozeada g   ʀ  

Não-Vozeada k        

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Processos Fonológicos

• São as modificações sofridas pelos fonemas ao longo da história de uma língua.

• No caso português, as causas para estas modificações podem ter sido a influência das línguas de substrato e de superstrato.

• Poe exemplo:• do latim para o galaico-português, ocorreram duas transformações

fonológicas, que ainda hoje diferenciam o português de outras línguas românicas:

• a queda do /n/ e do /l/ intervocálicos latinosluna > luamalu > mau• a transformação dos grupos iniciais latinos /pl/, /cl/ e /fl/ em [ʃ]pluvia > chuvaclave > chaveflagare > cheirar

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Processos Fonológicos

• Podemos distinguir três tipos de processos fonológicos:• por inserção de segmentos

• em posição inicial da palavra - PROTESE• em posição medial da palavra - EPÊNTESE• em posição final da palavra – PARAGOGE

• por supressão de segmentos• em posição inicial da palavra - AFÉRESE• em posição medial da palavra - SÍNCOPE• em posição final da palavra – APÓCOPE

• por alteração de segmentos• ASSIMILAÇÃO• DISSIMILAÇÃO• NASALIZAÇÃO• DITONGAÇÃO• REDUÇÃO VOCÁLICA• CRASE• METÁTESE

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Processos Fonológicos por Inserção de Segmentos

Quando um novo som passa a ser articulado numa palavra:

• em posição inicial da palavra – PROTESE

• speculu > espelho

• calacare > calcar > acalcar

• em posição medial da palavra – EPÊNTESE

• humile > humilde

• vino > vio > vinho

• Em posição final da palavra – PARAGOGE

• ante > antes

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Processos Fonológicos por Supressão de Segmentos

Quando um novo som deixa de ser articulado numa palavra:

• em posição inicial da palavra – AFÉRESE

• acumen > gume

• atonitu > tonto

• em posição medial da palavra – SÍNCOPE

• generu > genro

• veritate > verdade

• atonitu > tonto

• Em posição final da palavra – APÓCOPE

• crudele > cruel

• cruce > cruz

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Processos Fonológicos por Alteração de Segmentos

Quando um fonema sofre uma alteração por influência de outros que lhe estão próximos.

•ASSIMILAÇÃO•um fonema torna igual a si um outro que lhe está próximo

(assimilação total)

nostru > nosso ipse > esse

•um fonema torna semelhante a si um outro que lhe está próximo (assimilação parcial)

chamam-lo > chamam-noAssimilação parcial progressiva: o /m/ tornou o /l/ também som nasal.

Neste caso a assimilação é progressiva, porque ocorre da esquerda para a direita.

Assimilação regressiva, da direita para a esquerda.

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Processos Fonológicos por Alteração de Segmentos

Quando um fonema sofre uma alteração por influência de outros que lhe estão próximos.

•DISSIMILAÇÃO•um fonema é alterado, para evitar a semelhança com outro que lhe é

contíguo ou não.

calamellu > caramelo anima > an’ma > alma

memorare > nembrar > lembrar

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Processos Fonológicos por Alteração de Segmentos

Quando um fonema sofre uma alteração por influência de outros que lhe estão próximos.

•NASALIZAÇÃO•processo no qual uma vogal oral adquire nasalidade.

manum > manu > mão fine > fim

mihi > mim

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Processos Fonológicos por Alteração de Segmentos

Quando um fonema sofre uma alteração por influência de outros que lhe estão próximos.

•DITONGAÇÃO•processo no qual uma vogal origina, antes ou depois dela, o

aparecimento de uma semivogal, formando um ditongo.

arena > area > areia vena > vea > veia

sinu > seo > seio

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Processos Fonológicos por Alteração de Segmentos

Quando um fonema sofre uma alteração por influência de outros que lhe estão próximos.

•REDUÇÃO VOCÁLICA•processo no qual uma vogal enfraquece em posição átona.

bolo > bolinho medo > medroso

mata > matagal

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Processos Fonológicos por Alteração de Segmentos

Quando um fonema sofre uma alteração por influência de outros que lhe estão próximos.

•CRASE•contração ou fusão de duas vogais numa só.

a +a = à legere > leer > ler

sedere > seer > ser

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Processos Fonológicos por Alteração de Segmentos

Quando um fonema sofre uma alteração por influência de outros que lhe estão próximos.

•METÁTESE•troca de lugares entre fonemas ou de sílabas no interior de uma

palavra.

semper > sempre merulu > melro

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Bibliografia

• DOMÌNIOS, Gramática da Língua Portuguesa, 3º ciclo e secundário, Plátano Editora

• www.escolavirtual.pt

• Alfabeto Fonético Internacional. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. [Consult. 2012-12-03].Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$alfabeto-fonetico-internacional>.

• http://cvc.instituto-camoes.pt/cpp/acessibilidade/capitulo2_1.html