A G R I C U L T U R A · se conhece a monomania deste paiz de pedintes. Não ha ninguém que não...
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JV ANNO DOMINGO, 25 IDE DEZEMBRO DE 1904 N.° 180
SEMANARIO NOTICIOSO, LITTERARIO E AGRÍCOLA
A ssignaturaAnno, 1S000 réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado. Para o Brazil, anno. 2$5oo réis Imoeda forte).Avulso, no dia da publicação, 20 réis.
EDITOR— José Augusto Saloio
PublicaçõesAnnuncios— 1.® publicação, 40 réis a linha, nas seguintes,
IS 20 réis. Annuncios na 4.“ pagina, contracto especial. Os auto- ; graphos não se restituem quer sejam ou não publicados.
PROPRIETÁRIO— José Augusto Saloio
EXPEDIENTE
R ogam os aos n ossos estim áveis assignantes a fineza de nos participarem qualquer falta na re ■11 essa do jornal, para de prom pto providenciarmos.
Acceitam -se com gratidão quaesquer n oticias que sejam (le in teresse publico.
“ 0 Domingo,,otíos seus presades eol~
labõradõres, eorresponden~ íes, assiananies e annun- eianíes envia as
Boas-íesfas.
0 NATALFesta de santas alegrias,
todos os annos reune em redor do lar os entes queridos da familia, para festejarem o nascimento da creança que, feita homem, veiu trazer ao mundo a doutrina celeste da fraternidade e do amor.
Trocam-se presentes, fazem-se dadivas amigas, todos emfim se mostram amaveis para com as pessoas a quem estimam ou de quem dependem.
E’ nesta época que mais se conhece a monomania deste paiz de pedintes. Não ha ninguém que não peça; é o carteiro, o distribuidor do jornal, o padeiro, o leiteiro, todos emfim que, de algum modo, nos prestam qualquer serviço. De fórma que, depois de satisfazermos tantos pedidos, tambem nós ficámos a pedir.
Ainda é uma industria muito lucrativa essa de estender a mão á caridade publica. Como já tivemos occasião de dizer, a nossa terra é um paiz de mendigos. Desde os encasacados da Arcada até os que exhi- bem os seus aleijões e deformidades nas feiras e nos
arraiaes, todos fazem uma lamúria de ensurdecer emquanto não são satisfeitos os seus pedidos.
Emfim, quem pedeé porque precisa e não sejâmos pessimistas, porque não somos nós que havemos de endireitar o mundo. Ha séculos que o Christo, de quem hoje se festeja o nascimento, quiz tentar essa empreza grandiosa, e o resultado foi darem-lhe morte affi ontosa aquelles mesmo a quem elle queria partir as algemas, do captivei- ro.
Que o Natal seja propicio a todos nós e nos traga venturas e alegrias, é o que sinceramente desejámos.
JOAQUIM DOS ANJOS.
JOSE A. DA FONSECA YAZ YELHOSOLICITADOR
Encarrega-se de solicitar em qualquer repartição publica nesta comarca. Preços modicos. ,83R. da Calçada, Aldegallega.
O V intem das E seolas
Summario.— Propaganda pelo livro, Feio Tere- nas — Pequena Tribuna, Manual de Instrução Civi- ca, Trindade Coelho.— A Nossa Galeria, com a gravura de José Liberato Freire de Carvalho, 8.° grão mestre da maçonaria portugueza.— O Ensino religioso na Escola, Paulo Bert.— Evolução da Maçonaria Portuguesa — O Coração, por Edmundo de Amicis. — Variedades. — Pedido aos liberaes.
P edim os
Que não seja permittido aos carreiros guiar os bois de cima das carretas;
Que se não consinta que animaes lazarentos trabalhem;
Que se não deixe de ac- cender os candieiros da il- luminação publica;
Que não seja permittido aos garotos enxovalhar os bancos da praça publica.
A G R I C U L T U R A
A adubação das vinhas
Na vinha como em todas as plantas cultivadas, a escolha e a qualidade do adubo a empregar no solo dependem essencialmente da própria composição da terra e da maior ou menor riqueza desta em elementos nutritivos que lhe são indispensáveis.
Antes de tudo convém conhecer as exigencias do solo. Para se obter esse conhecimento torna-se ne- cessaria a analyse chimica da terra, que nos ponha ao facto das proporções em que nella se encontram o a\ole, acido phosphorico, potassa e cal.
Tambem deve ser conhecida a riqueza do adubo a empregar em relação em relação aos elementos acima referidos, assim como é indispensável saber sob que fórma existem nelle essas matérias fertili- santes, se sob a fórma solúvel se insolúvel; porquanto, por exemplo o azote póde ser util sob uma fórma a determinada terra, e até prejudicial sob outra.
(a) Adubos anotados, phosphatados e polassicos.-i.° O adubo de curral
é o adubo por excellencia, pois que contém em si todas as matérias fertilisan- tes. Convém naturalmente a todas as terras, mas infelizmente existe em pequena quantidade:
2.0 O estrume do gado lanigero, pode como o de estrebaria ser empregado em todos os terrenos e até é mais rico do que aquelle;
3.° O lixo das povoações ou varreduras das ruas que pode ser considerado como adubo pobre, convém aos solos que carecem de matérias or- ganicas para melhoria da sua composição chimica.
(b) Adubos anotados —i.° O azote nitrico (nitrato de soda) convém especialmente para os solos consistentes e argilosas;
2.° O azote amoniacal
(sulfato dii.,.amoniaca) para os solos medianamente compactos;
3.° Azote orgânico (sangue dessecado, raspa de chavelhos, trapos de lã, massas, etc,) nos solos ligeiros saibrentos ou calcareos. Deve evitar-se. o azote orgânico nas terras ricas e humos.
(c) Adubos phosphatados—1° Os superphos- phatos conveem a todos os solos excepto dos solos acidos e são particularmente apropriados aos calcareos;
2.° Os phosphatos precipitados são convenientes para todos os solos;
3.° Os phosphatos fosseis, devem ser appiicados aos solos que carecem a um tempo de acido phosphorico e cal;
4.0 As escorias de des- phosphoração constituem um excellente adubo phos- phatado e muito activo agente calcareo; as mesmas escorias egualmente utilisam aos solos sem acido phosphorico e cal.
(d) Adubos potassicos — O sulphato de potassa é util a todos os terrenos. O chlororeto de potassium dá bons resultados em terras calcareas de sub solo permeável e em regiões que geralmente não estão soffrendo de grande aridez.
(e) Adubos calcareos (correcção)— 1 0 Margar e banhar as terras onde o elemento calcareo faz falta;
2.0 Empregar o gesso nas terras ricas em matérias organicas em via de decomposição.
Applica-se o estrume de curral ou estábulo, antes do inverno, o mais tarde depois das chuvas de fevereiro e março. Quantidade uma medida de 10:000 kilogrammas por hectare e por anno. Se se estruma de trez em trez annos: 3o:ooo kilogrammas. Para o estrume de gado lanige- 1*o, um terço ou metade do estrume de estábulo.
Lixo ou varreduras das cidades ou povoações:15:ooo a 20:000 kilogrammas por hectare e por an-
Ino, applicado no invernoEscorias de despnospho
ração e phosphatos r raes. Nas terras pobre acido phosphorico e cal, 1:000 kilogrammas por hectare em cada anno. Espalha-se sobre a terra no inverno.Chlorureto de potassium:
200 kilogrammas por hectare; applica-se no inverno.
Borra de lã e chavelho, unha e outras matérias corneaes: 5oo kilogrammas por hectare; massas 800 a 1000 kilogrammas por hectare, no inverno.
Gesso: 1000 a i5oo kilogrammas por hectare; cal: 1000 kilogrammas,no inverno.
Superphosphatos: 400kilogrammas por hectare, no fim do inverno; e phosphatos precipitados, 200 kilogrammas na mesma época, por hectare.
Sangue dessecado: 400 kilogrammas a 5oo kilogrammas, no fim do inverno.
Os saes azotados: sulphato de ammoniaco, 3oo kilogrammas; sulphato de potassa 200 kilogrammas; sulphato de potassa 200 kilogrammas; sulphato de ferro 3oo a 5oo kilogrammas. Estes saes só devem ser empregados na primavera quando a vinha principia a emittir as suas ra- diculas.
Nas vinhas velhas espalha-se o estrume á mão sobre toda a terra, cobrindo-se depois; nas novas, cujas raizes ainda oc- cupam uma superfície muito limitada, lança ao pé de cada sêpa, numa cova aberta para essa, cobrindo- se depois com a terra ex- trahida da mesma cova.
De maneira alguma se deve misturar os elementos azotados, estrumes, massas, sulphato de ammoniaco e nitrato de soda com o superphosphato pois actuariam desfavoravelmente.
Estão passando as férias do Natal junto de suas familias, os nossos estudan? tes.
O D O M 1N G ÒA sí n iversar io s
Completou no dia 19 o seu 3.° anniversario natalicio o filhinho do nosso amigo, sr. José d’Assis Vasconcellos.
A seus paes as nossas felicitações.
— Tambem no dia 20 completou o seu 12.0 anniversario natalicio, a gentil menina Maria Angélica Nepomuceno, filha do nosso amigo Viriato Pereira Ne pomuceno. Parabéns.
— No dia 21, completou o seu 4.“ umiversario, o meninq^Joaquim. filho do "'osso amigo Joaquim dos òantos Oliveira, digno secretario da administração do concelho. Sinceros parabéns a seus paes.
À Camara telegraphou ao camarista do serviço d’El-Rei, ao Presidente do Concelho de Ministros e ao governador civil felicitando-os pelo feliz regresso de S.s Magestades ao reino.
LiíBÍBBOSa
Victima de"'cincope car- diaca falleceu nesta villa, na noite de 20 do corrente, pelas 10 horas, com a edade de 24 annos, a sr:1 D. Maria Angélica Cardèira Rodrigues, esposa estre- mosissima do nosso amigo, sr. Manuel da Costa Rodrigues, conceituado negociante e proprietário de esta villa.
A’ enlutada familia, e especialmente ao nosso amigo Rodrigues, enviámos a expressão sincera do nosso sentido pesar.
Q s i c i x a
No dia 22 do corrente, queixou-se na administração do concelho, Domingos Vareiro, solteiro, trabalhador, residente na freguezia de Sarilhos Pequenos, deste concelho, de que haverá um mez, pouco mais ou menos, Manuel Mosca, tambem solteiro e trabalhador, residente no
sitio da Lançada, deste* /concelho, lhe furtou uma espingarda de dois canos no valor de io!$ooo réis; e bem assim uma nota de 5$ooo réis, objectos estes, que o Vareiro tinha na casa da fazenda de seu patrão Manuel Carvalho, na estrada do Pinhal Novo.
D E P I
Foi enviado á Administração do Concelho o orçamento ordinário da *-?.s ceita e despesa da Camara Municipal deste Còncelho.
A phylarmonica i.° de Dezembro, desta villa, foi na preterita terça feira assistir aos festejos em Lisbôa pelo regresso dos reis de Portugal. Tocou no coreto do Rocio, cêrca de duas horas, sendo muito applau- dida.
E s p e c t á c u l o s
No theatro Popular continuam os seus espectáculos a agradar immenso, graças ao seu desempenho que, digâmol-o em abono da verdade, é muito soffri- vel. No domingo representou-se o drama em 3 actos «A inquisição em Portugal», na quinta feira a comedia em 3 actos «O rapto da prima». Hoje sobe á scena pela primeira vez o drama em 4 actos «Mar e guerra». E de esperar uma enchente.
Na próxima quinta feira será no theatro do largo da Caldeira a festa artistica da actriz Filomena. Subirá á scena, pela 2/1 vez, o drama em 3 actos, original do nosso amigo Manuel Ferreira Giraides, intitulado «Expiação», a comedia em 1 acto «Ao calçar das luvas», mo- nologos, poesias, cançonetas, etc. Para o dia 6 de janeiro haverá outra récita em favor da mesma actriz em que será representada pela primeira vez, a comedia «Fidalgosecamponios», original do nosso amigo Raul Nepomuceno da Silva.
OS SABIOSAgora, ao vêr no mundo lantos sabios, Eu com esse saber medito e pasmo,E acode-me somente aos velhos labiosUm riso de desdem e de sarcasmo.
(
Fa\em grandes artigos em jornaes, Gemem pré/os com tanta producção;E afinal as obras geniaes Não valem nem o suco d um limão.
Os que teem valor e são modestos,Que deviam brilhar, ser respeitados,São calcados aos pés, sem mais protestos, P o r taes parlapatões enfatuados.
Ao vêr esses prodigios de talento Que no mundo enxameiam, digo eu:— O burro ao menos sabe que é jumento,Não quer passar do estado em que nasceu.
JOAQUIM DOS ANJOS.
PENSAMENTOS
0 poeta não póde crear, só o povo o fa \; aquelle com- prehende, annuncia, representa a creação elaborada por este. — Wagner.
— 0 amor é uma lampada que 0 coração accende, que a indifferença apaga, e que a paixão torna a accen- der até que a velhice o extingue para sempre.— Victor Hugo.
— Quem sabe escolher um mestre é digno de reinar. Está-se apto para tudo quando se sabe ouvir conselhos; mas não se passa Jum inutil, quando se pensa que tudo se sabe.— Confucius.
— A litteratura era oulrora uma arte, e a finança um ojficio; hoje éo contrario.— Padre Joseph Roux.
A N E C D O T AS
Entre crèdor e devedor:— Você desculpe-me, di\ 0 crédor, mas não posso dei
xar de lhe pedir agora as quarenta libras que me de^e; estou em taes apuros que 11 'esta occasião uma libra representa para mim vinte pelo menos.
— N 'esse caso tome lá duas libras e lemos saldadas assim as nossas contas.
NI um hotel:— 0 senhor, esta cama precisa roupa lavada!— Qual historia!, respondeu o creado; até agora nin
guém se queixou, e tem dormido tanta gente com esses lençoes...
« F i i l g a u i c u t o j i i
Foi julgado no tribunal judicial desta comarca, no dia 22 do corrente en processo correccional, Jo sé Fernandes Cónim, n tural de Sarilhos Pequt nos, accusado pelo M. P. do crime de ferimentos feitos com navalha de ponta e mola. Foi condemnado na pena de 4 mezes de prisão correccional, 3o dias de multa a 5oo réis por dia, custas . e sellos do processo.
Foi advogado de defeza o sr. dr. Luciano Tavares Móra, que appellou da sentença para o tribunal da Relação de Lisboa.
No dia 23 respondeu em audiência de policia correccional João Rodrigues Cor.regedor, o Abranleiro, pelo crime de furto de uma manta, sendo condemnado na pena de 4 mezes de prisão correccional, 8 dias de multa a 100 réis por cada, custas e sellos do processo. /
S aae io sB C O
,.P>:aliza-se hoje no Club Samouquense um baile dedicado ás damas daquella localidade, onde haverá valsa a premio, a qualquer cavalheiro que melhor a executar.
Maimal tio eJEiraslo
Serviços sanitarios (Decreto de 24 de outubro de 1901). — Regulamento do processo do contencioso administrativo da competencia dos auditores. — Regulamento para execução do codigo de justiça militar e da armada. — Regulamento das commissões delegadas do conselho dos melhoramentos sanitarios. Preço 200 réis,
Pedidos á «Bibliotheca Popular de Legislação», rua dos Fanqueiros, 177 — Lisbôa.
111 FOLHETIM
T raducção de J. DOS ANJOS
D E P O I S dT í E C C à D OU v r o SegBBudo
I V
E m vez de ir esperar a primavera n ’um clima de mais brandura, tinha ido, co.Yi alguns criados de confiança, para o ^ a s te l lo de Joyeuse, porque 150 estado em que estava náo podia supportar a bulha que faziam os iuternados do asylo. Deixara-lhes a casa da princesa e vivia agora com uma menina enyeitatfa a quem ti nham ’ bapt;sadõ com o nòme de Genoveva e que ella adoptara como sua; filha. j !
Só tinha um desejo : esquecer-se do passado. Pedia apaixonadamente esse esquecimento, náo querendo conservar, dos dias antigos, senão a recordação do Pedro , por quem ainda chorava, porque não tinha deixado de o amar.
A Magdaiena não tinha com Paris senão as raras relações que lhe eram precisas para os seus interesses. A s r .a Telemaco escreveu-lhe uma vez para lhe explicar o seu procedimento e justificar-se e ella não lhe respondeu. Quanto ao P ed ro , desde que sahira da aldeia nunca mais tinha dado signal de si. e se o padre Rouviè re recebia alguma carta d ’elle, evitava falar n’isso ú Magdaiena. quando ia visital-a ou quando ella ia a A ntraigues, de maneira que a pobre rapariga náo sabia se elle estava v h o ou morto.
Póde calcular-se como a sua vida era tr iste. Mas. como dissemos, estava resignada a sofTrer; expiava as suas culpas, com a esperança de que a sinceridade do arrependimento abrandasse a ira celeste.
Desde pela manhã empregava os dias em educar a Genoveva e na d i recção do orphanato, onde to.Ios os infelizes d'aquella terra encontravam refugio; e a procura das misérias que ia consolar acabava de fornecer um alimento á sua actividade.
Assim estavam as coisas cinco mezes depois de ter sahido d'alli o Ped ro Guillemale. No fim de janeiro, n u m a manhã, pelas onze horas, a Magdaiena, aproveitando o dia b on ito, quiz dar um passeio com a Genoveva no parque vasto que rodeava o casteilo.
Muito bom afadas ambas, iam an
dando depressa, entregando os rostos ás caricias de um vento um pouco vivo, mas são.
A Genoveva ia fazer oito annos. Physicamente robusta e de envolvida. possuia tambem o vigor da in telligencia. O seu espirito vivo e pe netrante comprehendiu facilmente todas as coisas, era já uras com panheira amavel para a Magdaiena, que se applicava a formar lhe a alma e encontrava naquella experiencia de maternidade uma diversão poderosa para as suas niaguas.
N’aquelle dia a Genoveva. com os seus repentes, tinha con;eguido fazer sorrir a mão adoptiva, e vinham ambas muito satisfeitas com o passeio. Eram horas de almoçar. Quando e n traram em casa, vieram dizer á Magdaiena que estava ’á o padre Rou- viére.
— Ponha um talher para o senhor cura, respondeu ella, correndo para o salão.
O bom padre estava lendo um jornal, á espera d ’ella.
— Muito folgo em o vêr. senhor cura, disse a Magdaiena, dirigindo-se para elle.
Em quanto o padre, depois de lhe ter apertado paternalmente as m í o j , abraçava a Genoveva, ella accrescentou :
— Continua a não haver noticias?— Infelizmente não. respondeu elle.— Um silencio de cinco mezes náo
é bem inquietador?Ao proferir estas palavras não pou-
de suster uma lagrima que lhe brilhou nas pestanas e lhe rolou para as faces.
,'Continuaj.
ANNUNCIOS
AI^NUÍOIO
( V Pub>cação)— r
Pelo Juizo de Direito de esta comarca, no inventario por obto de João de Deus Cost; Junior, e no qual é inventariante Maria Joaquina /le Almeida, hão de ser r jstos em praça á porta do 1 ribunal de este Juizo, nc dia 25 do corrente pelag 11 horas da manhã, c arrematados a quem .'«naior lanço offerecer sépre a sua avaliação, os seguintes prédios:
Unia morada de casas abarracadas com seu quintal e mais pertences, situada na rua de Santo Antonio da villa de Canha, livre, no valor de ioo$ooo réis.
Uma casa abarracada com adega e cocheira, sitas na praça da villa de Canha, livre, no valor de 400,$000 réis.
Uma courélla de matto e pinheiros sita no Bar- rancão, limites de Ganha, livre, no valor de 5o$ooo réis
Uma fazenda composta de terra de semeadura, vinha e olival, denominado Corral do Concelho, limites da mesma freguezia, no valor de 5o5$ooo réis.
A contribuição de registo é toda paga pelos arrematantes.
Aldegallega do Ribatejo, 5 de dezembro de 1904.Verifiquei a exactidão:
O JUIZ DE DIREITO,
S. Motta.O ESCRIVÁO,
José Maria de Mendonça.
ques e seus filhos, de Alcochete volta á praça pela segunda vez á porta do tribunal de esta comarca no proximo domingo 25 do corrente mez de dezembro pelas 11 horas da manhã para serem vendidos pelo maior preço que for offerecido e superior á metade do seu valor os seguintes prédios:
Uma morada de casas abarracadas na rua de Francisco Lopes, de Alcochete, avaliadas em 240^000 réis e no valor de i20$000 réis; e uma morada de casas de lojas e primeiro andar no Largo do Concelheiro José Luciano de Castro, da mesma villa de Alcochete, avaliadas em 6oo$ooo réis e no valor de 3oo$ooo réis.
São citados para a praça quaesquer crédores incertos nos termos do numero i.° do artigo 844.0 do Codigo de Processo Civil.
Aldegallega, 18 de dezembro de 1904.
o ESCRIVÁO
Antonio Julio Pereira Moutinho.Verifiquei a exactidão.
O JUIZ DE DIREITO,
S. Motta.
em harmonia com o artigo i.° da' postura de 24 de Agosto de 1903, manda avisar todos os proprietários de vehiculos de qualquer especie, que são obrigados a solicitar a respectiva licença na Secretaria da Camara, sob pena de 2$ooo réis de multa, nos termos do § 5.° do citado artigo.
E para constar mandou passar o presente e outros de egual theor para serem affixados nos logares mais públicos de este Concelho.
Aldegallega 10 de Dezembro de 1904.
O Secretario,
Antonio Tavares da Silva.
CASAVende-se uma no largo
da Praça Serpa Pinto.Quem pretender dirija-
se a José Mirra, loja de funileiro, rua Direita.
A N N U N C I O
COMARCA DE ALDEGALLEGA
( l . n Publicação)
Por este juizo e cartorio do 2.0 officio e pela execução hypothecaria qu promove Antonio Joaquim Relogio, de esta villa contra Rodrigo Mar-
A Camara Municipal do Concelho de Aldegallega^
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C O M M E R C IO D O P O V OO MAIOR E MAIS BEM SORTIDO
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N.os3l BSsI
AzoteAcido
phosphorico PotassaSulphato de ferro
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3,5 °[o 7,° 0,20 °[o — Rs. 2i$3oo3,5 °jo 5,5 °|o 1,1 «(o
6,0 0(0— » 2tS3oo
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e ainda muitos outros números de differentes percentagens.
c • , . , , 2^000 rs. sem saccararinha de tremoco Z r(25960 rs. com saccaMoagem de tremôco por conta do lavrador, 240 réis
por cado sacca
Pelo systema commercial adoptado n’esta empreza, estão inteiramente postas de parte todas as apprehen- sÕes dos lavradores, com respeito a fraudes de qualquer natureza nos adubos que lhes vendemos.
As analyses são feitas em amostras extrahidas da remessa no acto da expedição, e em qualquer laborato- rio official á escolha do comprador, sendo por conta d’este até ao limite de cinco toneladas (salvo prévia recusa; e de nossa conta dahi por deante.
SACCARIA GRATUITAFabrica e d ep ositos da Nova Hmpreza dc Adu
bos A rtificiaes em Aldegallega do R ibatejo (á beira-mar).
ESCRIPTORIOS:— Em Lisbôa, Largo de S. Paulo, 12.j.°; em Aldegallega. Pua Conde Paço Vieira, 24.
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Farinha, semea, arroz nacional, alimpadura, fava, milho, cevada, aveia, sulphato e enxofre.
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Romance de acontecimentos sensacionaes e verídicos occorridos na actualidade e mais interessante que os Mysterios de Paris e Rocambole por Dubut de Laforest.
Pedidos á «Editora», largo do Conde Barão, 5o — Lisboa.
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OS DRAMAS DA
(Chronica do reinado de Luiz X V ’
Romance historico porE. LADOUCETTE
Os amores trágicos de .Manon Les caut com o celebre cavallèiro de Grieux. formam o entrecho d’este romance, rigorosamente historico, a que Ladoucette imprimiu um cunho de originalidade devéras encantador.
A corte de Luiz xv, com todos os seus esplendores e misérias, é escri- pta magistralmente pelo auctor d '0 Bastardo da Rainha nas paginas do seu novo livro, destinado sem duvida a alcançar entre nós exito egual aquelle com que foi recebido em Paris, onde se contaram po r milhares os exemplares vendidos.
A ediçáo portugueza do popular e commovente romance, será feita em fasciculos semanaes dc 16 paginas, de grande formato, illustrados com soberbas gravura., de pagina, e constará apenas de 2 volumes.3 0 reis o faseieu lo
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2 valiosos brindes a todos os assignantes
Pedidos á Bibliotheca Popuiar, E m-presa Editora . 162, Rua da Rosa. ró"
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N’este estabelecimento enc-.ntra r r.Mico. s:npj que queira, a excellente carne de >orct fresca e sa!/; da, assim como:
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Impressões doInteressantíssima narração das luc tas -*ntre -.u r :
com numerosas zinco-gravuras de «homens ceábres»Orange. incidentes notáveis, «cercos e b a '‘J ' w .•■>«!•
G U E R R A A N GL i )-P>' >i- Por um funccionario da Cruz Vermeil
do Trans' aa!.Fasciculos semanaes de 16 paginas.Tomo de 5 fasciculos............ .A G U ER R A A N G LO B O E R é a obra de n ais palpitante
N’e!la sáo descriptas, «por uma teste-.nunh . oresen phases e acontecimentos emocionantes da te r r iv d guerra o mundo inteiro.
A G U ER R A ANG LO -í O ER faz pas: r ante os o’ r «grandes batalhas, combates» e «escaramuças!.’ d'esta j lueta entre inglezes, tra svaalianos e oranginos. verde '.<■ heroísmo e tenacidade, em que são egualmente admiraw dicaçáó patriótica de vencidos e vencedores,
Os incidentes variadíssimos d’esta com.:n.!a er.trs a , ra e as duas pequ.nas republicas sul-africanas. ue. c rre.--, deiras peripecias, por tal maneira dramaticas e pit rores-.:»;..RA AN G LO -BO ER, conjunctamente com o irvesistivel au .ac t iv o d’u rativa histórica dos nossos dias, o encanto da leiiu .1 '-oi.v.intisada.
A Bibliotheca do DIARIO ' 5 ^O TICTASapresentando ao publico esta obra em «esiverr Ja odiç-:'.-;. •* e j.ov ’ >n p minuto, julga prestar um serviço aos nt:>r?vo .os ic-itorer que ao tempo desejam deleitar-se e adquirir perfeito couhecimer.: suque mais interessam o mundo culto na actualidade
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