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Titulo: A fonte literária, Odisseia, adaptada por Ruth Rocha, na formação do pensamento histórico dos alunos de 6º ano do Ensino Fundamental.

Autora: Flávia Sansaloni

Disciplina/Área: História

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual André Andreatta, Ensino Fundamental, Médio e EJA.

Município da Escola: Quatro Barras.

Núcleo Regional de Educação: Área Metropolitana Norte

Professora Orientadora: Ana Claudia Urban

Instituição de Ensino Superior UFPR

Relação Interdisciplinar: Língua Portuguesa

Resumo: A elaboração dessa Unidade Didática, bem como a escolha do seu público alvo, se justifica pelo fato do 6º ano do Ensino Fundamental ser um período de mudanças e desafios para as crianças das escolas públicas do Paraná. O objetivo principal é refletir sobre a importância da fonte literária, na formação da consciência histórica dos alunos do 6º Ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual André Andreatta. A metodologia de pesquisa que foi utilizada é a qualitativa, baseada nos pressupostos teóricos e metodológicos da Educação Histórica. Esse método de ensino e aprendizagem de História, também denominado, Didática da História, tem por objetivo a investigação do aprendizado em História.

Palavras-chave Educação histórica; Fonte; Literatura; Consciência histórica; Aprendizado.

Formato do Material Didático: Unidade Didática

Público Alvo: Alunos do 6º Ano do Ensino Fundamental

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APRESENTAÇÃO

O objetivo principal dessa Unidade Didática é refletir sobre a importância da

Literatura como fonte, na formação da consciência histórica dos alunos do 6º ano do

Ensino Fundamental do Colégio Estadual André Andreatta.

Essa Produção Didático-Pedagógica, no formato de Unidade Didática está

inserida na linha de pesquisa, Fundamentos Teóricos e Metodológicos para o Ensino

de História do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), orientado pela

Universidade Federal do Paraná (UFPR). A referida Linha tem por finalidade contribuir

para o ensino e aprendizagem de história tanto de professores quanto de alunos.

Embora o público alvo dessa Unidade Didática seja o aluno, ela também

demonstra interesse nos professores, pois, ele é o mediador do conhecimento.

Segundo a Professora da Universidade de Londrina (UEL), Marlene Cainelli (2011,

131), é a relação que o professor tem com o seu mundo [conhecimento] que

“determina a forma de ensinar história, são suas carências de orientação e seus

critérios de sentido que dão forma ao conteúdo ensinado ou teoricamente pensado”.

A escolha do tema, bem como os sujeitos a quem se destina essa Unidade

Didática se justifica pelo fato do 6º ano do Ensino Fundamental ser um período de

mudanças e desafios para as crianças das escolas públicas do Paraná. De acordo

com Cainelli (2011, p. 128),

O sentimento de terminalidade de uma etapa educacional é reforçado pelo modelo que impõe uma articulação Estado/município praticamente inexistente, tanto no âmbito administrativo como no pedagógico. As primeiras séries do ensino fundamental público são de responsabilidade dos municípios e as séries finais, assim como o ensino médio, ficam a cargo do Estado.

A transição do 5º ano para o 6º ano do Ensino Fundamental modifica

totalmente a rotina da criança. Além da mudança de escola e de colegas, por conta

das diferentes mantenedoras, municipal/estadual, a criança terá que se relacionar

com vários professores de diferentes disciplinas. Ela terá de experienciar uma outra

forma de dividir o tempo de estudo, que até então, era orientado por uma única

professora. Essa ruptura pode ser menos traumática se a escola promover atividades

que contribuam para adaptação da criança egressa.

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No caso dos professores de história, é importante que eles promovam

atividades que favoreçam o pensamento histórico dessa criança. A Didática da

Educação Histórica colabora para essa adaptação. Essa perspectiva de ensino e

aprendizagem tem como pressuposto teórico e metodológico compreender o

pensamento histórico dos sujeitos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem.

Isso significa que os conhecimentos históricos adquiridos pelo aluno até o 5º ano do

Ensino Fundamental, serão considerados durante o 6º ano do Ensino Fundamental.

Diante do apresentado, surgiu a seguinte questão, em que medida, a Literatura

como fonte, pode contribuir para a formação da consciência histórica dos alunos do 6º

ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual André Andreatta1?

Para responder a essa pergunta, a Unidade Didática foi organizada em cinco

partes, sendo uma temática, direcionada para o professor e quatro pedagógicas, com

duração total de 32 Horas/Aulas, a saber:

A Primeira Parte, “O conceito de Fonte e a Literatura na História e no

Ensino de História” tem como finalidade dar suporte teórico e metodológico ao

professor que deseja trabalhar com a temática da Unidade Didática.

Essa discussão foi pautada na concepção historiográfica da Nova História, da

Nova História Cultural e da Nova Esquerda Inglesa, conforme previsto nas Diretrizes

Curriculares da Educação (DCE) de História, como também pelos pressupostos

teóricos e metodológicos de ensino e aprendizagem do professor emérito da

Universidade de Bielefeld, Jörn Rüsen (2006). Desse modo, historiadores como: Marc

Bloch (2001), Jacques Le Goff (2003), Sandra Pesavento (2006), Marlene Cainelli e

Maria Auxiliadora Schmidt (2010), serviram de base para essa discussão teórica, bem

como para elaboração das atividades pedagógicas da Unidade Didática.

A Segunda Parte tem como tema, “Desvelando o Passado: o que é fonte

histórica?” Nessa parte do material o professor vai encontrar, um breve texto didático

sobre fonte histórica e sua tipologia, como também um questionário para o

levantamento prévio das ideias tácitas dos alunos sobre fonte, atividades de fixação e

uma atividade avaliativa, com o objetivo de qualificar o processo de aprendizagem do

aluno.

A Terceira Parte, “Grécia Antiga: do conhecimento prévio do aluno ao

conteúdo substantivo” tem por objetivo investigar o conhecimento prévio do aluno

1 Esse colégio está localizado no Bairro Borda do Campo, no município de Quatro Barras, cerca de 30 km de Curitiba.

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sobre a temática proposta e, depois trabalhar algumas características históricas da

Grécia Antiga como a formação, a localização, a temporalidade, a sociedade, a

cultura, a política e a economia. Essa parte da Unidade Didática também contém um

questionário para o levantamento do conhecimento prévio dos alunos, sugestão de

leitura e atividades de compreensão elaboradas a partir de livros didáticos e textos

retirados da Internet.

A Quarta Parte, “A fonte literária, Odisseia no ensino e aprendizagem de

História” é a mais extensa, por isso ela foi dividida em dois momentos.

No primeiro momento, a fonte Odisseia, adaptada por Ruth Rocha, é

apresentada de forma criativa e lúdica, por meio da técnica da contação de história.

De acordo com Celso Sisto (2005), o ato de contar histórias, traz inúmeros benefícios

para quem escuta, um deles é levar o ouvinte ao livro – isso é muito importante, pois

o próximo passo é a leitura integral do livro Odisseia.

No segundo momento, foi elaborado atividades para possibilitar a análise de

fonte. Essas atividades têm como objetivo problematizar e contextualizar a fonte

literária.

A Quinta Parte dessa Unidade é finalizada com uma atividade avaliativa de

sistematização de conhecimento histórico. Essa atividade ajudará o professor a

identificar o quanto de conhecimento os seus alunos se apropriaram durante o

processo de ensino e aprendizagem. Dessa forma, espera-se que o aluno ao final

desse processo:

Perceba a diferença entre, fonte primária, secundária e a sua tipologia;

Entenda que não existe uma única verdade na História e sim interpretações do

passado;

Compreenda os aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais da Grécia

Antiga;

Compreenda que o tempo presente influencia na interpretação do passado;

Entenda que por meio da fonte literária é possível ter acesso ao modo de

pensar e de agir das pessoas no tempo e no espaço;

Desenvolva o pensamento histórico partindo de uma forma simples para uma

mais elaborada.

É importante dizer que essa Unidade Didática será implementada, pela autora,

no primeiro semestre de 2017, com os alunos de 6º ano do Ensino Fundamental do

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Colégio Estadual André Andreatta. Os resultados dessa implementação serão

expostos em um Artigo Científico, requisito básico para a finalização do Programa de

Desenvolvimento Educacional (PDE) 2016/2017.

PARTE I

O CONCEITO DE FONTE E A LITERATURA NA HISTÓRIA E NO ENSINO DE HISTÓRIA

O objetivo dessa primeira parte da Unidade Didática é oferecer ao professor de

História da Rede Estadual de Ensino do Paraná alguns esclarecimentos e subsídios

teóricos e metodológicos sobre fonte histórica e a Literatura enquanto fonte para a

História e o Ensino de História.

De acordo com os pressupostos da Educação Histórica, além de se preocupar

com a aprendizagem do aluno, a sua didática também se preocupa com o ensino da

Disciplina. A professora Ana Claudia Urban (2010, p.74), deixa isso bem claro por

meio das ideias de Pagés (2004), dizendo que, a Didática da História “deve se ocupar

também do profissional que irá atuar com jovens e crianças, o qual, por meio de sua

prática, poderá revelar a sua concepção e forma de compreender a História e a sua

forma de se relacionar com o próprio conhecimento histórico”.

A Fonte na História

Desde a antiguidade a História é escrita a partir das fontes históricas. A fonte é

considerada o elemento fundamental para a escrita da História, sem ela não existe

História. No entanto, é importante ressaltar que a concepção de fonte e do seu uso,

pelo historiador, foi se modificando no decorrer dos tempos. Cabe lembrar, que essa

mudança está diretamente relacionada ao desenvolvimento historiográfico, para usar

uma expressão de Peter Burke (1992), as novas perspectivas da escrita da história.

Por exemplo, no século V a. C., o historiador grego, Heródoto e Tucídides se

apropriavam, basicamente, das narrativas orais para descrever as histórias das

guerras e dos feitos gregos na Grécia Antiga. De acordo com o historiador francês

Jacques Le Goff (2003, p. 112), Heródoto priorizava, “o testemunho pessoal, aquele

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em que o historiador pode dizer: vi e ouvi”. 2 Ainda, segundo Le Goff (2003), o método

estabelecido por Heródoto e Tucídides envolvia selecionar e sistematizar as

narrativas orais, afastando assim a história da memória individual e do mito.

Para Bourdé e Martin (1983, p. 9), esse método da história, vindo dos gregos,

permaneceu praticamente da mesma forma até a alta Idade Média, depois disso “a

prática da história e o discurso feito sobre ela evoluíram consideravelmente, para não

dizer que se transformaram várias vezes, de Grégoire de Tours até à história nova”.

No entanto, as maiores mudanças na historiografia aconteceram,

principalmente, a partir do século XIX. Segundo Cainelli e Schmidt (2010, p. 112), é

nesse período que o documento passa a ser valorizado como “recurso imprescindível

ao historiador [...]. Para os historiadores daquele século, o documento escrito

converteu-se no fundamento do fato histórico”, ou seja, a prova do real, aquilo que

realmente havia acontecido.

No caminho dessas mudanças, o século XX, ainda apresenta outras formas de

escrever a História. Essa nova perspectiva historiográfica, associada à tendência

historiográfica francesa da revista dos Annales (1930), possibilitou expandir o campo

de pesquisa dos historiadores. Conforme Burke (1992, p. 25) “quando os historiadores

começam a fazer novos tipos de perguntas sobre o passado, para escolher novos

objetos de pesquisa, tiveram que buscar novos tipos de fontes, para suplementar os

documentos oficiais”.

O uso dessas novas fontes pelos historiadores também implica o repensar dos

seus métodos. Nesse sentido, Burke (1992, p. 31) diz que,

[...] as tendências culturais e sociais não podem ser analisadas da mesma maneira que os acontecimentos políticos. [...] os historiadores estão tendo de se preocupar com questões que por muito tempo interessaram aos sociólogos e a outros cientistas sociais.

As palavras do historiador Peter Burker (1992), deixam evidente a importância

do diálogo da História com outras ciências, pois à medida que outros objetos de

pesquisa vão surgindo e outros tipos de documentos se transformando em fonte, a

História também vai buscar explicações nas “ciências auxiliares da história”3.

2 Isso explica a preferência dos historiadores da antiguidade grega, pelos acontecimentos do passado recente, os acontecimentos mais contemporâneos.

3 Expressão utilizada no prefácio do livro Apologia da História, para se referir ao diálogo da história com outras ciências sociais.

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Para Marc Bloch (2001, p. 26), “isolado nenhum especialista nunca

compreenderá nada senão pela metade, mesmo em seu próprio campo de estudos”.

As palavras de Bloch (2001) confirmam a dificuldade que o historiador tem para

escrever as ações do homem no tempo, pois, os vestígios deixados por elas são

complexas demais e, por isso, necessitam de outras ciências humanas e sociais para

serem compreendidas. Além disso, cada fonte/documento possuí em si as suas

particularidades, exigindo um método especifico e condizente à sua tipologia.

Tipologia de fonte

Para a historiografia contemporânea, os novos tipos de fontes, se referem à

diversidade dos discursos da humanidade no tempo. Segundo o historiador dos

Annales, Marc Bloch (2001, p.79), “a diversidade dos testemunhos históricos é quase

infinita. Tudo que o homem diz, ou escreve, tudo que fabrica, tudo que toca pode e

deve informar sobre ele”.

Essa diversidade dos testemunhos históricos podem ser classificadas de

acordo com a tipologia de fonte. Sobre isso, as professoras e historiadoras, Maria

Auxiliadora Schmidt e Marlene Cainelli (2010) elaboraram um texto, contendo uma

tabela que ajuda a entender e identificar qual tipologia de fonte pertence o

documento. Para elas, as fontes históricas podem ser classificadas como primária ou

secundária.

De acordo com Cainelli e Schmidt (2010, p. 118), “as fontes primárias são

testemunhas do passado que se caracterizam por ser de primeira mão”. Elas podem

ser classificadas pela sua tipologia, a saber: Fontes materiais, (objetos, esculturas,

construções, artefatos arqueológicos, entre outros); Fontes escritas (livros, jornais,

revistas, documentos oficiais, mitos, etc.); Fontes visuais (fotografias, gravuras,

vídeos, etc.) e Fontes orais (depoimentos, lendas contadas, programa de rádio, entre

outros)4.

Com relação à fonte secundária, Cainelli e Schmidt (2010, p. 119) explicam

dizendo que, elas são “registros que contém informações sobre os conteúdos

históricos resultantes de uma ou mais elaborações realizadas por diferentes pessoas.

Essas fontes nos chegam por pessoas que realizam reconstruções do passado”. O

4 Adaptado por Flávia Sansaloni (CAINELLI e SCHIMDT, 2010).

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livro didático é um exemplo de fonte secundária, pois para a sua elaboração, é

necessário pesquisar outras fontes primárias.

Como foi possível perceber, todos os tipos de documentos5 podem servir de

fonte para o historiador narrar uma representação do passado. Mas, cabe dizer que

apesar da grande diversidade de fontes disponíveis para pesquisa, elas em si, não

fazem nenhum sentido, pois de acordo com Bloch (2001, p. 27), os documentos “só

falam quando sabemos interrogá-los”.

Com relação ao método de interrogar fontes, o historiador alemão, Jörn Rüsen

(2010), diz que o esforço para interrogar as fontes, com o propósito de reconstruir o

passado, denomina-se hermenêutica. Na operação substancial da hermenêutica, as

perguntas à fonte e as suas possíveis interpretações se dão a partir da experiência

histórica dos sujeitos, que na sua intersubjetividade elabora a sua representação

histórica do passado.

Baseada em Collingwood (1939), Hilary Cooper (2012, p. 21) mostra quais são

algumas das “perguntas-chave” que podem direcionar a pesquisa sobre fontes, a

saber: “Como isso foi feito? Por quê? Como isso foi usado? Por quem? Havia outros?

O que isso significava para a pessoa que fez e o utilizou?” Essas e outras perguntas

podem ajudar a entender a historicidade6, revelando assim, alguns aspectos da

sociedade a qual ela pertenceu.

Na concepção das operações de método de Rüsen (2010, p. 104), “a pesquisa

histórica é um processo cognitivo, no qual os dados das fontes são apreendidos e

elaborados para concretizar ou modificar empiricamente perspectivas (teóricas)

referentes ao passado humano”.

Diante do apresentado, o que se segue é uma discussão sobre História e

Literatura.

História e Literatura

De acordo com os estudos realizados pela historiadora Sandra Jatahy

Pesavento (2006), foi a partir dos pressupostos teóricos e metodológicos da História

Cultural, os novos objetos de pesquisa, as novas fontes e os novos métodos, que a

5 O sentido da palavra documento é utilizada nessa Unidade Didática a partir do conceito de documento/ monumento de Jacques Le Goff (2003).

6 Informações tais como: o autor, a data e o lugar de produção da fonte, podendo incluir, até mesmo a tipologia de fonte.

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História passou a dialogar com a Literatura. No Brasil, esse diálogo passa a ter mais

significado por volta da década de 1990, onde vários trabalhos de pesquisas

começam a ser publicados, tanto no campo da historiografia, quanto na Educação.

O diálogo da História com a Literatura possibilitou ao historiador

contemporâneo, encontrar informações diferenciadas e complementares para a sua

pesquisa, que dificilmente seriam possíveis em outros documentos, sobretudo nas

fontes oficiais.

Refletindo sobre a riqueza da Literatura como fonte de pesquisa para o campo

historiográfico, Pesavento (2006, não paginado) corrobora dizendo que,

A literatura é, pois, uma fonte para o historiador, mas privilegiada, porque lhe dará acesso especial ao imaginário, permitindo-lhe enxergar traços e pistas que outras fontes não lhe dariam. Fonte especialíssima, porque lhe dá a ver, de forma por vezes cifrada, as imagens sensíveis do mundo. A literatura é narrativa que, de modo ancestral, pelo mito, pela poesia ou pela prosa romanesca fala do mundo de forma indireta, metafórica e alegórica. Por vezes, a coerência de sentido que o texto literário apresenta é o suporte necessário para que o olhar do historiador se oriente para outras tantas fontes e nelas consiga enxergar aquilo que ainda não viu.

Nessa mesma direção, o historiador Caio César Boschi (2007), contribui

dizendo que a fonte literária possibilita ao historiador, ampliar os seus

questionamentos sobre a realidade, para ele, a “ficção” e a “poesia” são elementos

importantes para compreender a realidade. Ainda de acordo com Boschi (2007, 36),

“quanto de História não se aprende com a obra de Machado de Assis (1839-1908),

com Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida (1831-

1861), ou com Guerra e paz, do escritor russo Tolstoi (1828-1910)?”.

Por meio das palavras de Pesavento (2006) e de Boschi (2007), percebe-se

que existe um campo muito fértil de pesquisa no diálogo entre a História e a

Literatura. Os textos literários cumprem um papel especial enquanto fonte histórica,

eles permitem ao historiador encontrar respostas em diferentes tempos e espaços.

Um aspecto importante na relação interdisciplinar da História com a Literatura é

a distinção do campo de estudos de ambas. Embora História e Literatura sejam

narrativas que representem o real, elas não são a mesma coisa. Conforme Pesavento

(2006, não paginado), os discursos, históricos e literários são maneiras distintas de

falar sobre a realidade,

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Ambos são representações construídas sobre o mundo e que traduzem, ambos, sentidos e significados inscritos no tempo. Entretanto, as narrativas histórica e a literárira guardam com a realidade distintos níveis de aproximação. A recorrência do “uso” de um campo pelo outro é, pois, possível, a partir de uma postura epistemológica que confronta as tais narrativas, aproximando-as num mesmo patamar, mas que leva em conta a existência de um diferencial. Historiadores trabalham com as tais marcas de historicidade e desejam chegar lá. Logo, freqüentam arquivos e arrecadam fontes, se valem de um método de análise e pesquisa, na busca de proximidade com o real acontecido. Escritores de literatura não tem este compromisso com o resgate das marcas de veracidade que funcionam como provas de que algo deva ter existido. Mas, em princípio, o texto literário precisa, ele também, ser convincente e articulado, estabelecendo uma coerência e dando impressão de verdade. Escritores de ficção também contextualizam seus personagens, ambientes e acontecimentos para que recebam aval do público leitor.

Ainda que a literatura, enquanto narrativa ficcional, não possua nenhum

compromisso historiográfico, enquanto fonte pode trazer informações valiosas para a

pesquisa do historiador, podendo revelar muitos aspectos da realidade dos tempos

passados. O mundo da ficção literária permite ao historiador observar,

às sensibilidades e às formas de ver a realidade de um outro tempo, fornecendo pistas e traços daquilo que poderia ter sido ou acontecido no passado e que os historiadores buscam Isto implicaria não mais buscar o fato em si, o documento entendido na sua dimensão tradicional, na sua concretude de “real acontecido”, mas de resgatar possibilidades verossímeis que expressam como as pessoas agiam, pensavam, o que temiam, o que desejavam. (PESAVENTO, 2006, não paginado).

Todavia, para que a história tenha acesso a esses aspectos do imaginário7,

trazidos pelos personagens fictícios do passado, o historiador precisa mobilizar alguns

meios. O principal utilizado pelo historiador consiste na metodologia de

problematização e interpretação de fonte, ou seja, fazer perguntas adequadas a ela,

com a finalidade de explicar e atribuir significado às respostas encontradas nos textos

ficcionais das diferentes épocas.

7 Para Pesavento (2006, não paginado), “O imaginário é um sistema produtor de ideias e imagens que suporta, na sua feitura, as duas formas de apreensão do mundo: o racional e o conceitual, que forma o conhecimento cientifico, e a das sensibilidades e emoções, que correspondem ao conhecimento sensível.”

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A Literatura no Ensino e Aprendizagem de História

O discurso contemporâneo sobre fonte histórica modifica não apenas a forma

do historiador pensar e escrever a História, mas também o ensino e aprendizagem da

disciplina de história, segundo o pesquisador e professor alemão, Rüsen (2006), a

didática da história faz parte da Ciência da História e seus métodos devem ser

pensados a partir dela.

Com respeito ao diálogo da Literatura na Educação, a professora e historiadora

Circe Bittencourt (2009, p. 340) diz que embora ela esteja integrada aos conteúdos da

Língua Portuguesa, visto que, a Literatura também tem sido utilizada por outras

disciplinas escolares, os “romances, contos, poemas são textos que contribuem, pela

sua própria natureza, para trabalhos interdisciplinares.”

Na disciplina de História, a Literatura é trabalhada na perspectiva de

fonte/documento. E, assim como todos os tipos de fonte histórica, ela necessita de

alguns cuidados especiais. Ao considerar as informações de um texto literário é

importante levar em consideração não apenas o gênero literário8, mas, principalmente

o contexto de produção da obra e o tempo da sua leitura, pois

uma peça de teatro de Shakespeare, o poema Os Lusíadas de Camões, um romance de Machado de Assis tem sido lidos em diversas situações e épocas e são objetos de interpretações, traduções e adaptações que independem da própria intenção do autor e do público inicial com que ele pretendia estabelecer comunicação” (BITTENCOURT, 2009, p. 341).

Corroborando com o trabalho de fonte nas aulas de História, as professoras e

historiadoras, Cainelli e Schmidt (2010, p.123) falam sobre o método de análise de

fonte no ensino e aprendizagem de história dizendo que, “cada documento exige um

instrumental crítico particular, mas a crítica de qualquer documento deve começar

pela identificação dos temas e dos argumentos, com a ajuda de questões e

problemáticas [...]”.

Assim como na pesquisa historiográfica, no ensino e aprendizagem de história,

a fonte literária também precisa ser questionada. O professor pode fazer isso, por

8 De acordo com o trabalho, História e Linguagens de Campos e Faria (2009), os especialistas em literatura dividem os gêneros literários em: Narrativo (romance, novela, conto, crônica, epopeia, poema heroico, fábula e parábola), Dramático (tragédia, comédia, tragicomédia, auto e farsa) e Lírico (soneto, ode, elegia, écloga, acalanto, ditirambo, cantiga e poesia livre).

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meio de perguntas chave, comparação de outros tipos de fontes e também pelo uso

de recursos pedagógicos. Segundo Bittencourt (2009, p. 340), para o estudo da

Literatura na disciplina de História, é importante “oferecer aos alunos outros textos de

apoio, especialmente mapas, dicionários, informações complementares sobre o autor

e sua obra”, isso possibilita maior compreensão sobre o contexto em que ocorre a

ficção, bem como o modo de viver, pensar e agir dos personagens envolvidos, nos

seus diversos tempos e espaços.

O conteúdo substantivo abordado nesse material didático, a Grécia Antiga, com

o recorte no período Homérico está alicerçado na Historiografia. Segundo a DCE de

História (2008, p. 71), “fundamentar o conhecimento na historiografia significa

compreendê-lo em suas práticas, suas relações e pela multiplicidade de leituras e

interpretações históricas possíveis”. Isso significa que o trabalho realizado, consiste

na análise de fonte histórica e no confronto entre diferentes documentos.

A metodologia de pesquisa escolhida é a qualitativa, baseada nos

pressupostos teóricos e metodológicos da Educação Histórica. Esse método de

ensino e aprendizagem de História, também denominado, Didática da História, tem

por objetivo, segundo Rüsen (2006), a investigação do aprendizado em História. Na

perspectiva da Educação Histórica o aprendizado histórico

[...] é uma das dimensões e manifestações da consciência histórica. É o processo fundamental de socialização e individualização humana e forma o núcleo de todas estas operações. A questão básica é como o passado é experienciando e interpretado de modo a compreender o presente e antecipar o futuro. Aprendizado é a estrutura em que diferentes campos de interesse didático estão unidos em uma estrutura coerente. Ele determina a significância do assunto da história da didática bem como suas abordagens teóricas e metodológicas específicas. (RÜSEN, 2006, p. 16)

Na prática, as palavras de Rüsen, incentivam o professor de História a “ouvir os

seus alunos” antes de iniciar a exposição do conteúdo substantivo e o trabalho com

fonte. O acesso ao conhecimento prévio dos alunos é muito importante na área da

Educação Histórica, para a professora e pesquisadora Cainelli (2009), compreender

o pensamento do aluno é valido para qualquer ação no campo de pesquisa.

De acordo com Cainelli e Schmidt (2010), a investigação das ideias “tácitas”

dos alunos, serve para o professor planejar a intervenção pedagógica a ser realizada,

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permitindo a partilha, o conflito e a discussão das diferentes concepções

apresentadas pelo aluno, contribuindo para a mudança do seu pensamento histórico,

ou seja, promover um nível mais elaborado do pensamento histórico9.

Atividade de produção didática para o professor

1) Selecione várias imagens eletrônicas de diferentes fontes históricas. Monte

um slide no Powerpoint do seu computador. Coloque as legendas nas

imagens e salve em pendrive no formato MPEG.

Atividade de reflexão para o professor

2) Observe no livro didático de História da sua escola, como as fontes históricas

estão sendo utilizada pelo autor. Elas estão inseridas no texto apenas como

ilustração ou estão sendo problematizadas?

9 Com o objetivo de auxiliar o professor a sistematizar o conhecimento prévio dos alunos, foi elaborada uma tabela para analisar as respostas dos alunos. Essa tabela também pode ser utilizada para sistematizar as respostas obtidas nas atividades avaliativas (anexo 05).

Sugestão de leitura Para ampliar o seu conhecimento sobre Educação Histórica e Literatura como fonte no Ensino e Aprendizagem de história, leia os textos abaixo: RÜSEN, Jörn. Didática da História: passado, presente e perspectivas a partir do caso alemão. Práxis Educativa. Ponta Grossa, Pr. v. 1, n. 2, p. 07 – 16 jul. -dez. 2006. www.revistas2.uepeg.br PESAVENTO, Sandra Jatahy. História & literatura: uma velha-nova história. Nuevo

Mundo Mundos Nuevos [Online], Debates, posto online no dia 28 Janeiro 2006.

https://nuevomundo.revues.org/1560?lang=pt

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Parte II

DESVELANDO O PASSADO: O QUE É UMA FONTE HISTÓRICA?

A Segunda Parte dessa Unidade Didática aborda o conceito de fonte histórica e

sua tipologia, bem como o método de pesquisa do historiador na construção da sua

narrativa histórica.

Os textos sobre essa temática foram elaborados visando o seu público alvo –

os alunos do 6º ano do Ensino Fundamental, por isso esses textos foram escritos

numa linguagem didática.

Quanto às atividades, elas estão embasadas na perspectiva da formação da

consciência histórica do sujeito e da historiografia. A primeira atividade tem como

finalidade pesquisar o conhecimento prévio dos alunos, para num segundo momento

iniciar a intervenção pedagógica – aulas expositivas, textos didáticos, fontes

documentais, atividade de compreensão e avaliação do processo do ensino e

aprendizagem do aluno.

Estima-se que para essa parte da Unidade Didática, seja necessário, um total

de 08 Horas/Aulas10.

Atenção, Professor! Para essas aulas você vai precisar de:

10

Esse número de aulas poderá ser alterado de acordo com a necessidade, podendo ser menos ou mais.

Quadro e Giz

Folhas para impressão

Diversos tipos de fonte s histórica s

imagens de fontes históricas em slides

TV Multimídia

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Levantamento das ideias prévias sobre fonte histórica

Caro professor, antes de trabalhar o conceito de fonte histórica

com os seus alunos, investigue o que eles sabem sobre esse

assunto.

Perguntas, como: “o que vêm na sua cabeça, quando escuta a

palavra fonte histórica? Quais os tipos de fonte que você

conhece? Cite exemplos,” podem ajudar nessa investigação.

Por outro lado, essas mesmas perguntas podem ser apresentadas

de forma diferente, conforme o anexo 0111

.

Depois dessa investigação, é importante categorizar as respostas

dos alunos para poder interferir no conhecimento. Por exemplo:

se maioria das respostas obtidas sobre fonte estiver relacionada

a documentos escritos, isso mostra que o pensamento dos alunos

se limita as fontes escritas. Nesse caso, o professor precisa intervir

no sentido de ampliar o conceito de fonte dos seus alunos.

Texto para o aluno

Mas afinal, o que é uma fonte histórica?

Quando nós queremos saber algo sobre um determinado

assunto, o que nós fazemos? Geralmente, realizamos pesquisas

sobre aquilo que queremos saber, não é verdade? Da mesma

forma, para saber sobre o passado da humanidade, o

historiador pesquisa as fontes históricas. Mas o que é uma

fonte histórica?

11

Essa atividade de investigação foi testada, em 27 alunos do 5º ano A da Escola Municipal Izair Lago, no dia 25 de novembro de 2016. Esse teste piloto foi necessário para calibrar as atividades de intervenção da Unidade Didática.

Historiador:

profissional da História; um pesquisador.

Tempo: época

das ações humanas, que pode ser dividido em dia, mês, ano ou século.

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De acordo com um historiador francês, chamado Marc

Bloch, fonte histórica é tudo aquilo que o homem produz no

tempo e no Espaço.

Você sabia que existem diversos tipos de fonte histórica e

que elas são organizadas de acordo com as suas

características? Os historiadores chamam essa diversidade de

tipologia de fonte. Para você entender melhor sobre esse

assunto, observe o quadro a seguir:

Tipologia de fonte histórica

Fonte material

Exemplos: objetos, esculturas, construções, artefatos arqueológicos, entre outros.

Fonte escrita

Exemplos: livros, jornais, revistas, documentos oficiais, etc.

Fonte visual ou iconográfica

fotografias, gravuras, pinturas e vídeos.

Fonte oral

depoimentos, lendas contadas e programa de rádio.

Além da sua tipologia, a fonte histórica também pode ser classificada, como

sendo: primária ou secundária. De uma forma simples, as fontes primárias são

aquelas fontes originais, ditas de “primeira mão”, por assim dizer. Enquanto as

fontes secundárias são aquelas fontes que se originam da análise de outras fontes

documentais, como por exemplo, o livro didático. Para a elaboração do seu livro

didático de História, o autor utilizou outras fontes, como: pesquisas de historiadores,

documentos escritos, imagens, mapas, entre outras. Observe as últimas páginas do

seu livro de História, o autor citou todas as suas fontes de pesquisa, a Bibliografia

utilizada.

Espaço: local

onde foi produzido a fonte ou acontecimento de algum fato histórico.

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Colocando a mão na massa!

Caro Professor, a sugestão é iniciar a intervenção pedagógica a partir

dos resultados do estudo exploratório.

Caso seja necessário ampliar o conceito de fonte dos alunos, utilize o

seguinte recurso pedagógico: Selecione diferentes tipos de fonte tais

como: fotografia, objetos antigos, revistas, livros, documentos oficiais,

entre outros. Apresente essas fontes para os alunos, categorizando as

mesmas (veja o quadro a baixo).

Dica! Os objetos podem ser substituídos por slides, contendo imagens de

diferentes fontes históricas.

Atividade de compreensão

1) Agora que você ampliou o seu conhecimento sobre fonte histórica e sua

tipologia, vamos exercitar esse conhecimento, preenchendo o quadro abaixo:

Exemplos de fonte (Primária) Exemplos de fonte (Secundária)

Fonte

material

Fonte escrita

Fonte visual/ iconográfica

Fonte oral

Conforme você pode perceber, tudo pode se transformar em fonte para a

História, basta que o historiador faça as perguntas certas para as fontes certas!

Vamos imaginar que um historiador quer saber a respeito da taxa de

mortalidade do município de Quatro Barras, no ano de 1980 e o motivo dessas

mortes. Quais documentos ele selecionaria para a sua pesquisa?

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Com certeza escolheria aqueles que pudessem responder às suas perguntas,

como por exemplo: certidões de óbito, lápides de cemitério, registros de capela

mortuárias da região, depoimentos de pessoas da localidade, entre outros.

Mas, será que existe uma “única verdade” na História?

Para responder à essa pergunta, vamos assistir alguns trechos do

filme, Deu a Louca na Chapeuzinho.

OBS. Para esse estudo não é necessário passar o filme na integra, o

importante é selecionar as cenas em que o detetive, Nick Pirueta,

interroga os quatro suspeitos do crime, a saber: Chapeuzinho, Lobo

mau, Lenhador e Vovó.

Atividade de compreensão

1) O filme, Deu a louca na Chapeuzinho é considerado uma fonte:

a) Oral

b) Visual/iconográfica

c) Material

d) Escrita

2) Os depoimentos dos personagens, Chapeuzinho, Lobo, Lenhador e Vovó são

considerados que tipo de fonte?

3) Em sua opinião, qual a versão, contada pelos personagens do filme é a

“verdadeira”? Explique.

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Importante!

Depois de realizar as atividades referentes ao filme, Deu a louca na

Chapeuzinho, considere com os alunos o conceito de verdade na

História. Explique que não que não existe uma única verdade na

História. O que existe, são interpretações do passado ou para usar um

termo utilizado nos estudo de Isabel Barca, multiplicidade de

perspectiva em História.

De acordo com Barca (2001), a multiplicidade de perspectivas

em História, faz parte da natureza do conhecimento histórico.

Isso acontece porque as explicações históricas são sempre

construídas a partir um ponto de vista particular, carregado de

valores culturais e filosóficos, inerentes ao pesquisador. Por isso

as explicações em História são provisórias. Contudo, isso não

significa dizer para o aluno, que todas as explicações em

História são plausíveis. Para uma resposta ser plausível ou não,

ela precisa passar pelo critério da consistência e da evidência.

Esses critérios podem ser explorados, nas aulas de História, por

meio da inferência de Fonte.

Esse método contribui para o exercício do pensamento crítico

dos alunos, pois, segundo Barca (2001, p.30) eles precisam

“aprender a seleccionar respostas mais adequadas sobre o real,

passado e presente”.

Atividade avaliativa

Essa atividade avaliativa tem por objetivo identificar se os alunos conseguiram

atingir um nível de pensamento mais elaborado sobre a temática, a partir da

intervenção pedagógica realizada. Para isso, é importante que o professor analise

as respostas obtidas e, compare com os dados anteriores, àqueles obtidos por

meio do levantamento das ideias previas dos alunos (anexo 02).

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PARTE III

GRÉCIA ANTIGA: DO CONHECIMENTO PRÉVIO AO CONTEÚDO SUBSTANTIVO.

Essa Parte considera alguns aspectos da Grécia Antiga (2000 a.C – 700 a.C),

sendo localização, sociedade, cultura, política e economia. Esse recorte temporal se

justifica pelo fato de ser o período de formação do território grego, da sua cultura e

sociedade, bem como da criação das primeiras colônias. Além disso, é nesse período

histórico, que o poeta Homero reúne e registra as informações, obtidas a partir de

relatos orais, que contam os feitos dos heróis gregos e suas aventuras, conhecidos

como, Ilíada12 e Odisseia13.

Para abordagem desse conteúdo histórico, serão utilizadas, basicamente

algumas informações trazidas pelos livros didáticos de História, Vontade de Saber 14

e Leituras da História15, além de textos pesquisados na Internet.

12

Epopeia que narra a Guerra entre gregos e troianos, chamada pelos gregos de Ilium. Segundo Cardoso (2012), para alguns autores o motivo dessa guerra está no rapto de Helena, mulher do rei espartano Menelau. Durante o conflito de 10 anos, os deuses se dividiram entre os que apoiavam os gregos e os que apoiavam os troianos, até que os gregos, utilizando a estratégia de Ulisses – o cavalo de Troia, conseguem entrar na fortificada Troia e vencer a guerra.

13 Poema que narra as aventuras de Ulisses ou Odisseu, ao tentar retornar para Ítaca, após a Guerra de Troia. Esse poema será considerado em pormenores na Unidade Didática.

14 Livro didático do PNLD 2017, escolhido pelos professores de História do Colégio Estadual André Andreatta.

CAINELLI, Marlene Rosa; SCHMIDT, Maria Auxiliadora. Ensinar História. São Paulo: Editora Scipione, 2010, (P. 111 – 136). PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação do Paraná. O Baú da Vovó. Coleção Problemas em Quadrinhos, Curitiba: 2012. http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/hq_bau_da_vovo.pdf

Deu a Louca na Chapeuzinho. Essa animação fala sobre a investigação de um crime que aconteceu na floresta, a partir do depoimento de quatro suspeitos: a Chapeuzinho Vermelho, o Lobo Mau, o Lenhador e a Vovó. Mas cada um deles conta uma história diferente para o inspetor, Nick Pirueta, dificultando assim, a descoberta da “verdade”. https://www.youtube.com/watch?v=gRlt_aqmyy0

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Contudo, antes de iniciar a exposição do conteúdo substantivo, é importante

realizar, um levantamento prévio das ideias dos alunos sobre a temática, Grécia

Antiga.

As questões de investigação para o levantamento das ideias prévias dos

alunos são simples, porém precisam estar de acordo com idade dos alunos e com a

proposta metodológica. A investigação pode ser realizada por meio de perguntas,

como: O que você sabe sobre a Grécia Antiga? Onde aprendeu sobre isso? As

questões também podem aparecer no formato de radial divergente, recurso do Word,

utilizado para demonstrar as relações com uma ideia central. Observe o exemplo:

1) Anote nos espaços, palavras que lembrem a Grécia Antiga.

Estima-se que para essa Parte da Unidade Didática, seja necessário um total

de 06 Horas/Aulas.

15

Atual livro didático de História, utilizado no 6º ano do Ensino Fundamental pelo Colégio Estadual André Andreatta.

Grécia Antiga

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Levantamento das ideias prévias sobre a Grécia Antiga

Caro professor, antes de abordar o conteúdo substantivo, Grécia

Antiga e na, sequência, a fonte literária, Odisseia, adaptada por

Ruth Rocha, é importante que você investigue o conhecimento prévio

dos seus alunos sobre esse assunto. O anexo 02, dessa Unidade

Didática, vai ajudar nessa investigação.

Atenção, Professor! Para essas aulas você vai precisar de:

Texto para o aluno

Conhecendo um pouco sobre a Grécia Antiga (2000 a.C. – 700 a.C.)

Por que estudar a Grécia Antiga? Muitos aspectos da cultura grega estão

presentes entre nós, por meio das olimpíadas, da arquitetura, da matemática, do

conceito estético e de beleza, assim como o vocabulário, como exemplo, as palavras:

História, escola e democracia.

Importante! Antes de citar exemplos culturais da Grécia Antiga

presentes em nossa cultura, pergunte aos alunos se eles reconhecem

algum aspecto cultural dos gregos antigos em nossa cultura. As

respostas podem ser registradas no quadro, por meio de uma “chuva de

ideias”.

Quadro e Giz

Folhas para impressão

Exemplares de livro didático

Mapas históricos e geográfico sobre a Grécia

Laboratório de informática

TV Multimídia

Imagens da Grécia atual

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Agora, você deve estar se perguntando, mas, quem eram os gregos antigos?

De onde eles vieram? Onde ficava a Grécia Antiga? Ela ainda existe? O quadro16

abaixo apresenta um resumo temporal desde o período da Formação da Grécia

Antiga até o período da Grécia Arcaica:

3000 a.C. – 2000 a.C. – antes da formação da Grécia Antiga, os cretenses

habitavam entre a península Balcânica e o norte da África;

Período Pré-homérico:

2000 a.C. – os aqueus, um grupo indo-europeu, invadiu e ocupou a

Península Balcânica e construíram cidades fortificadas;

1700 a.C. – outros grupos, indo-europeus, como, os jônios e os eólios

também foram chegando nessa região;

1400 a.C. – os aqueus invadiram Creta, destruindo a cidade de Cnossos,

dando origem a civilização creto-micênica;

1200 a. C – Fim do Período Pré-Homérico.

Período Homérico:

1200 a.C. – os dórios, povo indo-europeu, chegam à Península Balcânica e

se estabelecem na ilha de Creta;

1184 a.C. – Tem início a Guerra de Troia.

800 a. C. – Fim do Período Homérico.

Período Arcaico:

800 a.C. – 700 a.C. – organização política das cidades-Estado gregas, as

pólis;

750 a.C. – Os gregos foram expandindo o território e criam colônias em

diversas regiões do mediterrâneo, como o sul da Itália (Magna Grécia), da

França, Península Ibérica, região do Mar Negro e algumas áreas do

Continente asiático;

500 a.C. Fim do Período Arcaico.

Período Clássico (500 a.C. – 338 a.C.) – Período marcado pelo predomínio

das cidades-Estado de Atenas e Esparta;

Período Helenístico (338 a.C. – 145 a.C.) – A Grécia foi invadida e

dominada pelos macedônios.

16

Adaptado por Flávia Sansaloni (CARDOSO, 2012) e (PELLEGRINE , 2015).

Page 25: A fonte literária, Odisseia, adaptado por Ruth Rocha na ... · Ruth Rocha, na formação do pensamento histórico dos alunos de 6º ... considerada o elemento fundamental para a

Trabalhando com Mapas

Depois de trabalhar o quadro contendo os períodos históricos da Grécia Antiga

(2000 a. C. – 500 a. C.), é importante utilizar os mapas históricos dos referidos

períodos para que o aluno consiga compreender e localizar a Grécia Antiga no tempo

e no Espaço. Conforme você pode observar no quadro temporal e no mapa histórico,

a Grécia Antiga começou a se formar no ano de 2000 a. C. a partir dos cretenses e

dos povos indo-europeus, aqueus, jônios, eólios e dórios que foram chegando e se

fixando na região da Península Balcânica.

Durante o período Homérico (1200 a.C. – 800 a.C), as sociedades gregas eram

organizadas em genos. O genos era formado pelos membros de uma família, seus

descendentes, pessoas livres ou escravos. O poder político dos gené era exercido

pelo rei – o chefe do genos mais poderoso.

Por volta do século VIII, surge outra forma de

organização política na Grécia Antiga, a pólis, ou cidade-

Estado. As pólis mais conhecidas eram Esparta e

Atenas. Essas cidades-Estado gregas tinham uma forma

de organização política um pouco diferente de outros

povos da antiguidade e também da nossa. Cada cidade-

Estade tinha um rei e uma forma de administrar, por

exemplo: Esparta era governada por uma oligarquia,

enquanto Atenas era governada por uma aristocracia.

É importante que os alunos percebam que os

limites geográficos da civilização grega sofreram diversas

mudanças ao longo do tempo. Isso se explica pelo fato da

Grécia ter adotado diferentes tipos de governo e também,

pelas suas conquistas bélicas.

Gené: plural de genos. Pólis: forma de governo

Independente. Cada cidade-Estado tinha a sua forma de governar. O seu plural é póleis. Aristocracia: poder

exercido por pessoas de linhagem nobre, no caso de Atenas, os grandes proprietários de terras que acreditavam serem descendentes dos bravos guerreiros que haviam fundado a cidade. Oligarquia: governo

exercido por um pequeno grupo, que não permite que outros governem.

Page 26: A fonte literária, Odisseia, adaptado por Ruth Rocha na ... · Ruth Rocha, na formação do pensamento histórico dos alunos de 6º ... considerada o elemento fundamental para a

Importante!

Ao utilizar mapa, nas aulas de História, é importante levar em

conta a abstração e a limitação desse recurso. Os mapas,

segundo Rüsen (2011, p. 120), “ilustram a dimensão espacial dos

processos históricos, e isto cria o difícil problema de como a

apresentação estática de um mapa pode fazer chegar aos

sentidos dos alunos a extensão e a mudança no tempo.

Basicamente, isto é possível mediante símbolos do movimento e

sombreados em cor, porém com demasiada frequência o processo

histórico na apresentação mediante mapas se converte em um

valor estático”.

Para essas aulas, o mapa histórico da Grécia Antiga e o mapa da

Grécia atual são utilizados para a comparação da Grécia e suas

interpretações no tempo e no espaço.

Atividade de Pesquisa

1) Observe no seu livro de História e registre no seu caderno o que o autor

escreve sobre as cidades-Estado de:

a) Esparta

b) Atenas.

Atividade Lúdica

1) Agora que você já fez uma pesquisa sobre as cidades-Estado de Esparta e

Atenas, faça um desenho, no seu caderno, que represente uma dessas

cidades-Estado grega.

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PARTE IV

A FONTE LITERÁRIA, ODISSEIA NO ENSINO E APREDNIZAGEM DE HISTÓRIA

A Parte Quatro, dessa Unidade Didática é a mais densa. Ela está dividida em

dois momentos. No primeiro, a fonte Odisseia, de Ruth Rocha17, será

apresentada de forma criativa e lúdica, por meio da técnica da contação de história.

Sobre a criatividade, na pesquisa de Hilary Cooper (2012), Ensino de História

na Educação Infantil e anos Iniciais18, espera-se que o professor seja criativo e

inovador porque o pensamento histórico é criativo. Nesse contexto, a criatividade19,

diz respeito às dimensões imaginativas e afetivas que também envolve “brincar com

17

O Site da Biblioteca Ruth Rocha traz uma breve biografia da autora e a lista de suas obras e suas premiações http://www.bibliotecaruthrocha.com.br/premios.php . Outra informações consulte o site: http://www.ruthrocha.com.br/biografia .

18 Na sua pesquisa, Hilary Cooper (2012), considera o 6º ano do Ensino Fundamental como sendo anos iniciais.

19 A definição de criatividade de Cooper (2012) está baseada no Comitê Nacional de Conselho em Criatividade e Educação Cultural (1999).

Sugestão de Sites contendo mapas da Grécia

Formação da Grécia Antiga: http://pt.slideshare.net/celsoidamiano/1-free-grcia-e-roma http://educadenize.blogspot.com.br/2016/04/grecia-antiga.html http://wendelgospel.blogspot.com.br/2015/09/os-gregos.html

Grécia no século VIII a. C: http://geografalando.blogspot.com.br/2014/09/estudos-dirigido-antiguidade-classica.html Grécia Homérica: http://pt.slideshare.net/guilhermedrumond90/grcia-antiga-perodo-homrico Grécia Arcaica: http://historiaalternar.blogspot.com.br/2014/08/grecia-antiga-resumo-periodo-pre.html https://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A9cia_Antiga Grécia atual https://sociologiapoliticaufpr.files.wordpress.com/2015/07/7417.png http://www.prof2000.pt/users/dfpinto/a_grecia/a_grecia.htm

Page 28: A fonte literária, Odisseia, adaptado por Ruth Rocha na ... · Ruth Rocha, na formação do pensamento histórico dos alunos de 6º ... considerada o elemento fundamental para a

ideias”, tornando possível fazer inferências de fontes – método importante para

Educação Histórica.

De acordo com Celso Sisto (2005), além de ser criativo e mexer com a

imaginação do ouvinte, o ato de contar histórias, traz outros benefícios para quem

escuta, que é levar o ouvinte ao livro – isso é muito importante, pois o próximo passo

é a leitura integral, do livro Odisseia de Ruth Rocha. É nesse momento, que o aluno

terá o seu primeiro contato com a fonte literária.

Essa leitura em sala pode ser em voz alta ou baixa, o mais importante nessa

atividade é estabelecer previsões de leitura do texto, evitando assim, a falta de

comprometimento de alguns, garantido o foco na leitura.

O Segundo momento, da parte quatro, contém algumas atividades para a

análise da fonte documental, em questão. Para finalizar a intervenção pedagógica, os

alunos produzirão uma narrativa histórica sobre o conhecimento adquirido durante o

processo de ensino e aprendizagem.

Estima-se que para essa parte da Unidade Didática, seja necessário, um total

de 17 Horas/Aulas.

Atenção, Professor! Para essas aulas você vai precisar de:

Senta, porque lá vem História...

Nesse momento da Unidade Didática, a fonte literária, Odisseia é apresentada

de uma forma criativa e lúdica, a sugestão é que o professor apresente esse poema

épico, por meio da contação de histórias.

Quadro e Giz

Folhas para impressão

Exemplares de do livro Odisseia de Ruth Rocha

livro didático de História

Mapas históricos e geográfico sobre a Grécia

Laboratório de informática

TV Multimídia

Page 29: A fonte literária, Odisseia, adaptado por Ruth Rocha na ... · Ruth Rocha, na formação do pensamento histórico dos alunos de 6º ... considerada o elemento fundamental para a

Para isso, o professor precisa fazer a leitura prévia do livro, Odisseia de Ruth

Rocha e depois elaborar um roteiro de leitura e um resumo da história. Esse resumo

precisa conter o tempo e o espaço da história, o nome dos personagens, bem como o

envolvimento deles com o personagem principal – Odisseu20.

Entretanto, qual o local ideal para contar uma história? O professor e contador

de histórias, Celso Sisto (2005) sugere diversos locais para a contação de histórias,

como: a sala de aula, a sala de uma casa, o pátio da escola, a biblioteca, até mesmo

embaixo de uma árvore. Para ele todos os lugares podem ser utilizados e

transformados em cenários.

Como contar uma boa história? Além de gostar de contar histórias o contador

necessita dominar algumas técnicas básicas, pois contar histórias exige técnicas e

regras, isso significa que não é apenas narrar a obra para o ouvinte. De acordo com

Sisto (2005), para contar uma boa história é preciso:

Perceber se uma história é contável ou não, fazendo os ajustes necessários

sem adulterar a obra, o estilo do texto e do autor;

Ter uma boa memória – não apenas para memorizar a sequência do texto,

mas também para fazer despertar as emoções no momento certo de cada

passagem do texto;

Colocar emoção nas histórias;

Explorar a voz – ritmo, intensidade, timbre e altura;

Explorar os gestos – ilustrativos, enfáticos e sintéticos;

Treinar o olhar – não olhar apenas para um único ouvinte. O contador precisa

olhar para si, para os ouvintes e para as imagens mentais da história que ele

está contando;

Utilizar o silêncio e as pausas com o objetivo de intensificar o efeito daquilo que

foi dito, ampliar o impacto do que acabou de falar;

Mostrar o livro no final da história – contar uma história é uma maneira de

encantar o aluno e levá-lo a leitura do livro;

20

Também chamado de Ulisses, na mitologia romana.

Page 30: A fonte literária, Odisseia, adaptado por Ruth Rocha na ... · Ruth Rocha, na formação do pensamento histórico dos alunos de 6º ... considerada o elemento fundamental para a

Leitura da Obra...

Sobre a fonte: o livro impresso, Odisseia, adaptado por Ruth Rocha (2002)

contém 94 páginas. Ele foi baseado no poema épico de Homero, que narra as

aventuras de Ulisses após ter participado e vencido a Guerra de Troia. Para ajudar os

gregos a vencer a guerra, o personagem principal, Ulisses, construiu um cavalo de

madeira, o Cavalo de Troia, que depois foi oferecido como presente aos troianos –

estratégia que deu a vitoria aos gregos. Para comemorar a sua vitoria, ele se jacta

dizendo que a vitória dos gregos foi possível sem a ajuda dos deuses. Para castigá-lo,

o deus Poseidon promete que ele não conseguiria voltar para sua casa e rever a

esposa, Penélope e o filho, recém-nascido, Telêmaco. Em seu retorno para Ítaca, o

herói grego, Ulisses, perde a sua rota marítima, cerca de 17 anos e é obrigado a

enfrentar diversos perigos, como os ciclopes, gigante de um olho só; as sereias que

tentam seduzir os seus marinheiros; uma feiticeira que transforma os seus homens

SISTO, Celso. Textos e pretextos sobre a arte de contar histórias. 2. ed. Curitiba: Positivo, 2005. O livro de Celso Sisto foi dividido em quatro partes. A primeira parte apresenta um panorama geral da contação de histórias no Brasil, os seus aspectos importantes e o papel do contador de histórias. Na segunda parte o autor aborda a questão pedagógica da contação de histórias, enquanto a parte três explora algumas técnicas. A última Parte, mostra a função social das histórias contadas. Nesse trabalho é possível refletir na arte de contar história, apreender como ser um bom contador de histórias, apresenta as regras da contação de histórias, tais como a voz, os gestos e o olhar. O autor também sinaliza alguns elementos, tais como: o quê contar, para quem, o porquê, o papel do professor e a sua postura enquanto agente da leitura.

Os sites abaixo, são de instituições que oferecem oficinas e cursos de contadores de histórias: www.historiaviva.org.br/

www.bpp.pr.gov.br/

www.wreducacional.com.br/cursos-online

www.casadocontadordehistorias.org.br

www.fatumeducacional.com/

www.centrodeartesguidoviaro.com.br/?page_id=2522

Page 31: A fonte literária, Odisseia, adaptado por Ruth Rocha na ... · Ruth Rocha, na formação do pensamento histórico dos alunos de 6º ... considerada o elemento fundamental para a

em animais; entre outros perigos. Até que, por fim, reconhece que o homem não é

nada sem os deuses e consegue voltar para casa.

Dicas para uma boa leitura21

Tempo estimado para a atividade de leitura: 06 Horas/Aulas.

Combine com os alunos uma data de início e fim da leitura;

Fale que ao final da leitura serão realizadas algumas atividades;

Explique que o livro está dividido em partes e, que cada capítulo, equivale a

um dos cantos do texto original de Homero;

Comente que o texto é uma adaptação de uma epopeia;

Explique o que é uma epopeia;

Oriente os alunos a não se ater apenas a História do Livro, mas também a

observarem outros elementos, tais como: os dados registrados na capa, na

folha de catalogação e na contra capa e também os mapas e as ilustrações

contidas nos capítulos;

Comente sobre a importância do Glossário ao final das páginas;

Oriente os alunos a anotarem as suas dúvidas e curiosidades no caderno;

Leia a Introdução para os alunos em voz alta;

Combine que os demais capítulos serão por meio de leitura silenciosa,

durante as aulas de História.

21

Adaptado por Flávia Sansaloni (SOLÉ, 1998).

O livro Odisseia de Ruth Rocha e o Poema Odisseia de Homero também podem ser encontrados em formato eletrônico nos sites abaixo: https://leituramelhorviagem.files.wordpress.com/2013/07/ruth-rocha-conta-a-odissc3a9ia.pdf http://www.projetolivrolivre.com/Odisseia%20-%20Homero%20-%20Iba%20Mendes.pdf www.ebooksbrasil.org/adobeebook/odisseiap.pdf

Page 32: A fonte literária, Odisseia, adaptado por Ruth Rocha na ... · Ruth Rocha, na formação do pensamento histórico dos alunos de 6º ... considerada o elemento fundamental para a

Análise da fonte literária, Odisseia, adaptada por Ruth Rocha

Mas o que perguntar?

As perguntas precisam problematizar a fonte, não apenas se limitar

a uma interprestação de texto. Por isso é importante que as perguntas

sejam elaboradas no sentido de extrair o seu conteúdo informativo, a

Heurística da fonte. Segundo Rüsen (2010, p.118), a “heurística é a

operação metódica da pesquisa, que relaciona questões históricas,

intersubjetivas controláveis, a testemunhos empíricos do passado, que

reúne, examina e classifica as informações das fontes relevantes para

responder as questões que avalia o conteúdo informativo das fontes.”

Como, por exemplo:

Qual a tipologia da fonte?

Quando foi escrita? Onde foi escrita (local de produção)?

Quem foi o autor? Ele ainda esta vivo?

Qual o assunto?

Quais os personagens? Eles são fictícios?

A obra é original ou uma adaptação?

Quando foi escrita a original?

Autor da obra original. Quando e onde ele viveu?

Sites com material interdisciplinar – Língua Portuguesa:

www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/.../2010_ufpr_port_pdp_sandra_marli_trindade.pdf

http://www.modernaliteratura.com.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId

=8A808A8251A4A81D0151A5A415381F81

Page 33: A fonte literária, Odisseia, adaptado por Ruth Rocha na ... · Ruth Rocha, na formação do pensamento histórico dos alunos de 6º ... considerada o elemento fundamental para a

ATIVIDADE DE ANÁLISE

1) Agora que você já leu o livro, Odisseia adaptado por Ruth Rocha, vamos

analisar juntos, esse livro e descobrir o que essa fonte histórica nos revela.

Quadro 01

Sobre a Fonte

Título da Fonte

Tipologia

Autor (a)

Data de produção

Local de produção

Onde se passa a História?

Qual o período que se passa a História?

O livro é Original?

( ) Sim ( ) Não Explique

Assunto

Personagem principal

Personagens secundários

Deuses da mitologia grega

O que é Mitologia?

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Quadro 02

Sobre a autoria da fonte

Quem é Ruth Rocha? Cite outras obras da autora.

A autora viveu no período em que o original foi produzido?

( ) Sim ( ) Não

Que tipo de fonte Ruth Rocha utilizou para escrever sua obra?

Quem escreveu a Obra original?

Quando foi escrita a Obra original?

Qual o local de produção da Obra original?

O autor viveu no período da obra original?

( ) Sim ( ) Não

Quem foi Homero? Cite as suas principais obras.

Que tipo de fonte Homero utilizou para escrever sua obra?

Por que ele optou por utilizar esse tipo de fonte? Explique.

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Atividade de compreensão (no caderno)

a) Qual o personagem mitológico que você mais gostou? Por quê?

b) Você acredita que esse personagem existiu realmente? Explique.

c) Você sabe o que é uma Lenda?

d) Você conhece alguma Lenda brasileira? Qual?

e) Em sua cidade existe alguma Lenda. Fale sobre ela.

Atividade de pesquisa

Ampliando o conhecimento sobre a Guerra de Troia:

Pesquise em outras fontes (Internet, livro didático, dicionários, entre outras) sobre essa guerra;

Escreva uma narrativa sobre a Guerra de Troia. Essa narrativa pode ser expressa por meio de um texto, história em quadrinho, desenho ou poema.

Agora compare as informações obtidas por meio da fonte pesquisada com a fonte literária, Odisseia, adaptada por Ruth Rocha. Ela traz as mesmas informações sobre Ulisses? Descreva.

Importante! Independente da fonte escolhida, o aluno precisa citar a fonte de pesquisa. Cabe ao professor auxiliar o aluno a executar essa tarefa – colocar a referência.

Atividade de análise de fonte

1) Você conseguiu identificar algum sujeito histórico na fonte literária, Odisseia,

adaptada por Ruth Rocha que tenha a idade próxima da sua?

2) É possível perceber, nessa fonte histórica, como a criança da Grécia Antiga era

vista? Explique.

3) Como a fonte literária, Odisseia, adaptada por Ruth Rocha retrata a mulher e o

homem nesse período histórico?

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4) Escreva como Ruth Rocha explica a religião para os gregos daquela época.

5) Você consegue perceber alguma semelhança entre a religião dos gregos

antigos e a religião nos nossos dias? Explique.

Atividade de pesquisa (no laboratório de informática)

A fonte histórica, Odisseia, adaptada por Ruth Rocha possibilitou a

você, ampliar o seu conhecimento sobre a Grécia Antiga (2000 a. C – 700

a. C.). Você já se perguntou como é a Grécia nos dias de hoje? Será que

os gregos ainda acreditam em vários deuses? Onde ela está localizada

atualmente? Será que o território grego, aumentou ou diminuiu? Será

que ainda existem vestígios materiais daquela época? Como estão

conservados? Qual a forma de governo? Será que eles ainda tem um rei?

Para saber as respostas, vamos até o laboratório de informática para

descobrir!

PARTE V

ATIVIDADE DE AVALIAÇÃO

Essa atividade avaliativa tem por objetivo identificar se os alunos conseguiram

atingir um pensamento mais elaborado sobre a temática, a partir da intervenção

pedagógica realizada. Para isso, é importante que o professor realize a avaliação e

depois analise as respostas obtidas. O objetivo é perceber como o pensamento

histórico dos alunos se tornou mais elaborado, comparando os dados anteriores,

àqueles obtidos por meio do levantamento das ideias previas, sugerido pelos anexos

1 e 3.

Para essa atividade avaliativa será necessário 01 Hora/Aula.

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Importante! A questão avaliativa precisa estar de acordo com a

proposta da Unidade Didática e com a idade do público alvo. Sendo

assim, ela precisa ser criativa e envolver dimensões imaginativas do

pensamento histórico dos alunos (anexo 4).

Referências

BARCA, Isabel. Educação histórica: uma nova área de investigação. In ARIAS NETO, J.M. (Org.). Dez anos de pesquisa em ensino de história. Londrina: Atritoart, 2005, p. 15-25. ___________ . Concepções de adolescentes sobre múltiplas explicações em História. In: BARCA, Isabel (Org.). Perspectivas em Educação Histórica. Actas das Primeiras Jornadas Internacionais de Educação Histórica. Universidade do Minho. 2001. BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2009. BLOCH, M. A Apologia da História, ou o ofício de historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2001. BURKE, Peter. A Escrita da História: novas perspectivas. São Paulo: Unesp, 1992. CAINELLI, Marlene Rosa. Educação Histórica: O desafio de ensinar História no ensino fundamental. In BARCA, Isabel; SCHMIDT, Maria Auxiliadora. (Org.). Aprender História: Perspectivas da Educação Histórica. Ijuí: Ed. Unijuí, 2009, p.117-137. CAINELLI, Marlene Rosa. Entre continuidades e rupturas: uma investigação sobre o ensino e aprendizagem da História na transição do quinto para o sexto ano do Ensino Fundamental. Educar, Curitiba, n. 42, p. 127-139, 2011. CAINELLI, Marlene Rosa; SCHMIDT, Maria Auxiliadora. Ensinar História. São Paulo: Editora Scipione, 2010. CAMPOS, Helena Guimarães; FARIA, Ricardo de Moura. Histórias e Linguagens. São Paulo: FTD, 2009. CARDOSO, Odimar. Leituras da História, 6º ano. São Paulo: Escala Educacional, 2012. COOPER, Hilary. Ensino de História na Educação Infantil e anos iniciais: um guia para professores. Curitiba: Base editorial, 2012. SOLÉ, Isabel. Estratégia de Leitura. Porto Alegre: Artmed, 1998.

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LE GOFF, Jacques. História e Memória. Campinas: Unicamp, 1992. KURY, Mário da Gama. Dicionário de Mitologia Grega e Romana. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. NASCIMENTO, Solange Maria do. Revista de Educação Histórica – REDUH. Educação Histórica e Literatura: aproximações Jörn Rüsen e Antonio Candido. Curitiba: LAPEDUH, 2014, p. 123-140. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – História. Curitiba, 2008. PELLEGRINE, Marco. Vontade de Saber, 6º ano. São Paulo: FTD, 2015. PESAVENTO, Sandra Jatahy. História & literatura: uma velha-nova história. Nuevo Mundo Mundos Nuevos [Online], Debates, posto online no dia 28 Janeiro 2006, consultado o 11 Maio 2016. URL: http://nuevomundo.revues.org/1560 ; DOI : 10.4000/nuevomundo.1560. ROCHA, Ruth. Odisseia. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2000. RÜSEN, Jörn. Didática da História: passado, presente e perspectivas a partir do caso alemão. Práxis Educativa. Ponta Grossa, Pr. v. 1, n. 2, p. 07 – 16 jul. -dez. 2006. __________. Reconstrução do Passado. Brasília: Editora UnB, 2010. __________. Jörn Rüsen e o Ensino de História. (org.) Maria Auxiliadora Schmidt, Isabel Barca, Estevão de Rezende Martins. Curitiba: Ed. UFPR, 2011. SCHMIDT, Maria Auxiliadora. O significado do passado na aprendizagem e na formação da consciência histórica de Jovens alunos. In: CAINELLI, M; SCHMIDT, M. Educação Histórica: teoria e pesquisa. Ijuí: Ed. Unijuí, 2011, p. 81-89. SISTO, Celso. Textos e pretextos sobre a arte de contar histórias. 2º edição, Curitiba: Positivo, 2005. URBAN, Ana Claudia. Didática da História: contribuições para a formação de professores. Curitiba, Juruá Editora, 2010 (p. 70 – 102).

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Anexo 01

C. E. André Andreatta – Ensino Fundamental, Médio e EJA.

Instrumento de investigação do conhecimento prévio do aluno sobre fonte histórica

Aluno _________________________________________ Nº_____ Turma________ Data _______

1) Escreva dentro dos círculos em branco, palavras que lembrem Fonte Histórica?

2) Caso tenha visto uma fonte histórica, conte onde você viu essa fonte.

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Fonte Histórica

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Anexo 02

C. E. André Andreatta – Ensino Fundamental, Médio e EJA.

Atividade avaliativa sobre fonte histórica

Aluno _________________________________________ Nº_____ Turma________ Data _______

1) Imagine que você foi passear na casa da sua avó e foi brincar no porão. Enquanto brincava, percebeu que tinha um baú no chão. Resolveu abrir esse baú, que estava cheio de coisas dentro. Escreva o que você acabou de encontrar dentro desse baú.

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2) Agora imagine que você esta visitando um museu. Escreva o que você está vendo nesse museu.

a) ________________________________________________________________________

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b) ________________________________________________________________________

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c) ________________________________________________________________________

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Anexo 03 (a)

C. E. André Andreatta – Ensino Fundamental, Médio e EJA.

Instrumento de investigação do conhecimento prévio do aluno sobre a Grécia Antiga

Nome____________________________________________ Nº_____Turma________Data ________

1) Anote nos espaços, palavras que lembrem a Grécia Antiga.

1)

Grécia Antiga

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Anexo 03(b)

2) Pinte o espaço em branco onde você imagina que a Grécia Antiga que ela existiu.

Idade Antiga Idade Média Idade Moderna Idade Contemporânea

Cristo

a.C d.C

4000 476 1453 1789 2016

3) Onde você aprendeu sobre a Grécia Antiga?

(a) Na escola

(b) Na televisão

(c) Na internet

(d) No livro didático de História

(e) Nos Jogos eletrônicos

(f) Outros _____________________________________________________________

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Anexo 04

C. E. André Andreatta – Ensino Fundamental, Médio e EJA.

Nome: _______________________________ Nº: _____Turma: _____ Data: ______ Atividade Avaliativa sobre a Grécia Antiga Agora imagine que você entrou em uma máquina do tempo. Embarcou no mesmo navio que Ulisses e está tendo o privilégio de observar suas aventuras desde a Guerra de Tróia até seu retorno à Ítaca. Ao final dessa viagem mágica, você precisará contar essa experiência para os seus amigos. Como eles moram longe, você vai escrever uma carta, narrando essa experiência na Grécia Antiga. Sei que essa aventura, ao lado do principal personagem grego Ulisses foi de tirar o fôlego! Mas não se esqueça de escrever sobre os guerreiros, as lutas, as dificuldades da viagem, os personagens que você conheceu e, é claro, aquilo que mais gostou nessa viagem. _____________________________________________________________________

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Anexo 05

TABELA PARA ANÁLISE DE ASPECTOS DO CONHECIMENTO PREVIO

Aluno Marcadores Temporais

Marcadores Históricos

Marcadores Espaciais

Personagens/ Agentes sociais

A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

L

M

N

O

P

Q

R

S

T

U

V

X

Z