A Estruturação de Um Memorando

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  • 7/26/2019 A Estruturao de Um Memorando

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    A estruturao de um memorando

    As caractersticas peculiares ao memorando faz com ele se situe dentre a chamada redao

    oficial, dado o seu carter retratado pela impessoalidade. Mediante tais postulados

    remetemo-nos ideia de um discurso claro, objetivo e preciso, bem como estruturado em

    uma linuaem reida pelo padro formal e em um formato !ue traduz uniformidade, isto ",

    pr"-estabelecido, padronizado.

    #omadas a essas caractersticas, ressalta-se o fato de !ue o memorando tamb"m se revela

    pela sua ailidade, isentando-se de !uais!uer procedimentos burocrticos !ue inviabilizem

    este prop$sito. %iurando como uma comunicao eminentemente interna, o memorando

    tende a permitir o contato entre as unidades administrativas de um mesmo $ro, podendo se

    encontrar, hierar!uicamente, em nveis diferentes ou semelhantes.

    &o !ue se refere finalidade discursiva, esta pode se referir a !uest'es meramente

    administrativas, como tamb"m pode ser utilizado para a e(posio de projetos, ideias e

    diretrizes a serem adotados por um determinado setor do servio p)blico, por e(emplo. A

    ailidade, caracterstica marcante, permite !ue os despachos sejam proferidos no pr$prio

    documento, evitando assim o ac)mulo de documenta'es ora em tr*mite.

    &o intento de aprimorarmos nossos conhecimentos acerca do documento em refer+ncia,

    consideremos suas partes estruturais

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    Memorando n 15 Em 16 de agosto de 2009.

    Ao Senhor (nome da pessoa para a qual o documento destinado) Chefe do Departamento de Recrsos

    !manos

    Assunto:Re"a#$o do %adro de co"a&oradores

    'or ocas($o da )(s(ta dos d(retores* so"(c(tamos a +ossa Senhor(a a re"a#$o comp"eta do %adro de nossosco"a&oradores* a f(m de %e possamos cmpr(r com as determ(na#,es %e nos foram repassadas.

    Atenc(osamente

    ----------------------(Assinatura do remetente seguida da funo por ele desempenhada)

    Ata - formalizando e registrandoinformaes

    stando prestes de receber a visita da inspeo realizada pela #ecretaria stadual de

    ducao, nota-se um verdadeiro corre-corre/ por todos os setores da escola a fim de !ue

    esta possa estar de acordo com todos os re!uisitos pr"-estabelecidos pelo $ro fiscalizador.

    &o conformidades0 &em pensar1

    2 cheado o to esperado momento... l esto eles checando tudo. Mas e a!uelas reuni'es

    realizadas no intuito de discutir o 3rojeto 3oltico 3eda$ico da escola, os conselhos de

    classe, os planejamentos visando elaborao de metas e estrat"ias para contornar

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    possveis saldos neativos/, dentre tantos outros objetivos, onde se encontram0

    4nfelizmente, a secretria eral no teve o cuidado de document-las, portanto, no h

    indcios !ue verdadeiramente as comprovem.

    5 atributo !ue se d ao e(emplo acima apenas ilustra uma situao entre tantas outras !ue,

    possivelmente, so passveis de ocorr+ncia. 6iante de tal fato, ressalta-se a import*ncia de

    uma modalidade te(tual cujo objetivo " documentar todos os procedimentos burocrticos

    inerentes a um determinado setor, seja este do ramo comercial, empresarial, educacional,

    dentre outros. 3ara tanto, referimo-nos ata, a !ual permite !ue todos os eventos realizados

    sejam reistrados e, conse!uentemente, se tornem passveis de comprovao, com vistas a

    conferir maior credibilidade por parte do estabelecimento.

    6esta feita, para !ue possamos nos inteirar de suas partes elementares, verificaremos o

    e(emplo !ue seue

    Ata da 1 ren($o da Esco"a Estada" (nome completo da instituio de ensino)

    Aos 16 d(as do m/s de fe)ere(ro de 2010* s deessete horas e tr(nta m(ntos* no ad(tr(o desta esco"a* so&a presen#a do d(retor (nome completo), ren(ram3se professores e dema(s co"a&oradores no (nt(to ded(sct(rem e p"ane4arem so&re a rea"(a#$o das a"as %e ser$o m(n(stradas no contratrno* fnc(onando

    como sporte pedagg(co aos a"nos %e se encontram de depend/nc(a em a"gmas d(sc(p"(nas. Depo(s deconstatada a presen#a de todos* o d(retor ep"ano so&re os &enefc(os proporc(onados pe"o proced(mento*e"ecando as op(n(,es de todo o corpo docente e* dec(d(damente* se (nstaro %e as a"as ocorrer$o das)ees por semana drante m perodo de se(s meses.7(rmados todos os comprom(ssos* a ren($o se encerro* da %a" e* (nome da secretria que atende pelaescola), "a)re( a presente ata. Aps ser "(do e apro)ado* o docmento ser8 ass(nado por m(m e dema(spresentes.

    S$o ernardo do Campo* 16 de fe)ere(ro de 2010.

    Segem* poster(ormente* as ass(natras:

    Atestado

    O atestado um gnero textual que tem a finalidade de afirmar uma verdade.

    Seu discurso obetivo e !reciso" sendo um dos seus !rinci!ais exem!los o

    atestado mdico.

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    3rimeiramente, analisemos um modelo !ue retrata o documento ora em estudo, a fim de !ue

    possamos nos inteirar de seus aspectos relevantes. 3erceba

    Timbre da empresa (***)

    A ; E S ; A D Ass(natra do respons8)e" pe"o setor?

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    %eclarao

    3resenciamos hoje uma sociedade permeada de um certo ecletismo/. Ao referirmo-nos ao

    termo em evid+ncia, sabemos !ue ele, denotativamente dizendo, se lia diversidade, a alo

    relativo a diversas naturezas.

    ntretanto, tomando-o em seu sentido neativo, retomamos ideia dos prop$sitos mal

    intencionados !ue, embora repudiados, somos compelidos a conviver com eles. 6iante dessa

    prerroativa, o +nero te(tual em !uesto, ora denominado de declarao, possui duas

    caractersticas de total relev*ncia o fato de pertencer a alo relacionado escrita,

    constitudo por um certo formalismo, como tamb"m de retratar um documento, alo passvel

    de constatao, conferindo credibilidade e isento de !uais!uer contestao, fraude, dentre

    outras ocorr+ncias de natureza neativa.

    Analisando-o no !ue se refere sua aplicabilidade, percebemos !ue ele, de maneira

    corri!ueira, circula dentre os mais diversos ambientes liados esfera social, tais como

    empresas, reparti'es p)blicas e privadas, universidades, escolas da rede particular e p)blicade ensino, entre outros.

    ;uanto finalidade discursiva, essa tem por objetivo comprovar alo por parte do $ro !ue

    a emite. em virtude de seu carter verdico, a declarao, normalmente, costuma ser

    rediida em papel timbrado, cercado das devidas marcas !ue a caracterizam como tal, no

    caso, o lootipo, carimbo seuido da razo social e assinatura da pessoa responsvel.

    &o intuito de ampliarmos ainda mais o nosso conhecimento acerca de mais uma modalidade

    representativa, observemos a sua composio

    % & # ' A ( A ) * O

    %eclaro !ara os devidos fins que o funcion+rio -------------------------,nome com!leto da

    !essoa a qual se refere !restou servio nesta em!resa" ora denominada ------------------

    ,nome do rgo res!ons+vel !or emitir o documento durante o !er/odo com!reendido

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    entre aneiro de 0112 a outubro de 0113.

    4or ser verdade" firmo o !resente documento.

    -----------------------------------------

    ,'ocal seguido de sua res!ectiva data

    -------------------------------------------

    ,Assinatura do emissor res!ons+vel acom!an5ada do documento de identificao ,(6"#47"

    e outros

    O Of/cio - $ma modalidade veiculada !eloservio !8blico

    4maine se voc+, na !ualidade de diretor de uma determinada escola, estivesse promovendo

    um evento relacionado a uma mostra cultural. 4nfelizmente o espao fsico no comporta todo

    um continente de pessoas esperado para o evento e no disp'e de recursos tecnol$icos,

    como telo, data-sho

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    Desta forma* so"(c(tamos a perm(ss$o de +. E no (ntento de t("(armos o Centro C"tra" Cora Cora"(napara a rea"(a#$o do e)ento.

    Certos de contarmos com sa aten#$o* s&scre)emo3nos atenc(osamente*

    33333333333333333333333333>Ass(natra do d(retor?

    Ao Ece"entss(mo Senhor Secret8r(o Mn(c(pa" de C"tra da 'refe(tra Mn(c(pa" de e"o !or(onte

    4rocurao

    A !rocurao um gnero textual considerado um documento oficial. 4ara

    que ten5a valor legal" necess+rio que sea lavrado !or um tabelio.

    Analisemos um caso representativo !ue caracteriza o referido +nero, !ualificado pela

    chamada 9edao 7"cnica/, cujas caractersticas linusticas se perfazem por reras

    previamente estabelecidas, por se tratar de um documento tido como oficial. =ejamos

    ' R < C H R A I J oca" e data?

    -------------------------

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    >Ass(natra do otorgado?

    7rata-se de um +nero comumente utilizado por vrias pessoas e nas mais diversas situa'es.

    3or e(emplo, suponha !ue alu"m, residente em outra cidade, estado e at" mesmo pas,

    necessite de um documento !ue possa atender sua necessidade. ssa pessoa disp'e de um

    recurso cuja finalidade " nomear uma outra, seja familiar ou amio para air em seu nome,

    dando-lhe plenos poderes para tal.

    >omo sabemos, todo documento, necessariamente precisa denotar veracidade em relao s

    informa'es prestadas para fins comprobat$rios. 3ara tanto, este, ora em estudo, dever ser

    escrito de pr$prio punho ou diitado, como tamb"m lavrado por um tabelio. 5 fato " !ue em

    ambas as modalidades h o re!uisito de !ue sejam reconhecidas em cart$rio, conferindo

    maior credibilidade ao documento.

    9econhecendo seus termos estruturais, atemo-nos s devidas particularidades

    Outorgante: 9efere-se pessoa a !ual concede a procurao.

    Outorgado: 9efere-se pessoa para a !ual esta " passada.

    specifica-se assim os poderes, definindo o prazo de validade e a finalidade da presente

    procurao, seuido da localidade, data e assinatura do outorado. is a estrutura do

    documento em discusso1

    (edao 9cnica e (edao 'iter+ria

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    ntre a redao t"cnica e a redao literria h diferenas relevantes : passveis ao nosso conhecimento

    3or ora, dispomo-nos a falar acerca dos pontos !ue fundamentam a redao tcnica e a

    redao liter+ria. 7ais assuntos nos conduzem a pensar, sobretudo, na !uesto da linuaem.

    Assim, vejamos

    5 !ue busca o interlocutor ao se deparar com uma declarao, um comunicado interno feito

    na empresa onde trabalha, ou mesmo em outras situa'es comunicativas desta natureza0

    5bviamente !ue " a clareza, a preciso e(pressa no discurso, no " verdade0 3ois bem,

    partindo desse princpio, o artio em pauta tem por objetivo esclarecer os aspectos !uenorteiam ambas as modalidades, a fim de dei(ar voc+, usurio ?a@, ciente das diferenas

    e(istentes entre elas : fato esse imprescindvel ao nosso conhecimento, tanto na condio de

    emissores, !uanto na de interlocutores.

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    diferenas !ue demarcam ambas as modalidades

    (edigindo um recibo

    #o in)meras as ocorr+ncias em !ue pessoas se sentem lesadas por no tomar as devidas

    precau'es. >ontratos de trabalho, de aluu"is, notas promiss$rias... nfim, tal fato deriva-

    se, muitas vezes, da falta de informa'es e da pr$pria confiabilidade depositada apenas na

    verbalizao/ entre as partes envolvidas. s!uecem-se de !ue uma das maneiras !ue nos

    subsidiam em termos de comprovao acerca de alo " a linuaem escrita, ou seja, alo

    verdadeiramente documentado, reistrado.

    6entre estas situa'es, fiura-se um +nero !ue comumente circula nas esferas sociais : o

    recibo. B imainou ter !ue paar uma conta por duas vezes apenas por!ue no e(iiu do

    credor o documento comprobat$rio0 le, dia-se passaem, " de e(trema import*ncia para

    todos, pois asseura-nos de possveis transtornos.

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    Analisando-o como um elemento pertencente enorme variabilidade de +neros dos !uais

    compartilhamos, o recibo carece de uma anlise mais atenta !uanto s suas caractersticas de

    natureza linustica. Mesmo por!ue se constitui de uma estrutura padro, justamente por se

    inserir na modalidade ora caracterizada como redao t"cnica. A ttulo de reconhec+-lo de

    uma forma abranente, observemos um e(emplo representativo

    R E C F emos? de (nome completo da pessoa que efetua o pagamento)!

    Endere#o(endereo completo desta)!

    A (mport@nc(a de treentos rea(s* referente ao pagamento de do(s meses do a"ge".

    'ara os de)(dos efe(tos* ass(no >amos? o presente

    33333333333333333333333333333333333333333333333(Assinatura do remetente)

    m se tratando de remetentes jurdicos, h !ue se ressaltar !ue aluns ad!uirem o

    documento j pronto, normalmente comercializado em papelarias, outros optam por redii-

    lo, acompanhado do lootipo da empresa. 5 importante " !ue em ambos os casos, h a

    necessidade de se atribuir o carimbo, contendo os dados do estabelecimento, e assinatura.

    (equerimento - $m gnero dotado deformalidades

    #eria possvel imainarmos uma !uantidade sinificativa de pessoas envoltas em um s$

    objetivo a de solicitar alo relacionado a informa'es prestadas referentes a si mesmas nas

    mais variadas circunst*ncias : no trabalho, faculdade, escola, dentre outras0 mais1 4maine

    se todas essas solicita'es fossem proferidas verbalmente1 A concluso a !ual podemos chear" !ue tudo resultaria to somente em uma efetiva desoranizao, podendo at" erar um

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    certo conflito em decorr+ncia desta.

    2 por essas e outras raz'es !ue h in)meras tipoloias te(tuais !ue caracterizam as

    finalidades discursivas a !ue se prop'e o?s@ interlocutor?es@ mediante suas necessidades

    cotidianas, nas !uais o discurso se revela de maneira especfica, pautado sob um rior t"cnico

    e formal e, sobretudo, reistrado, com vistas a conferir maior credibilidade ao !ue ora se

    deseja alcanar. 7udo tende a nos tornar ainda mais claros !uando nos atemos ao sentido

    denotativo a !ue se refere ao verbo :requerer;

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    de D a EF espaos para o protocolo ou despacho da autoridade competente.

    =ejamos aora um e(emplo representativo, de modo a efetivarmos nossos conhecimentos

    sobre o assunto. is

    Magnfco Reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro

    ---------------------------------(nome completo do requerente, acompanhado de

    todos os seus dados pessoais) vem requerer junto !ossa Magnifc"ncia agrade curricular re#erente ao $urso de %esign de Modas, ministrado por estainstitui&'o de ensino

    estes termos,*ede de#erimento

    --------------------------------(+ocal e data)---------------------------------(ssinatura do requerente)

    ?erbosidade @ uma das :armadil5as;textuais

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    %izer muito sem nada dizer @ eis a caracter/stica da verbosidade

    A princpio pode at" ser !ue o termo em refer+ncia nos soe meio estranho. Mas, na verdade,

    ao compreendermos melhor, percebemos !ue se trata de alo bastante comum, em se

    tratando das muitas circunst*ncias comunicativas com as !uais convivemos cotidianamente,

    sobretudo a!uelas inerentes linuaem escrita.

    3ois bem, independentemente de !ual!uer !ue seja a modalidade ?oral ou escrita@, a clareza

    e(pressa na mensaem proferida representa fator preponderante. 6essa forma, temos !ue a

    verbosidade contribui para !ue tal aspecto no se manifeste de forma plausvel, o !ue pode

    resultar na incomunicabilidade. 3ara sermos um tanto precisos, a caracterstica fundamental

    dessa ocorr+ncia se resume em uma formao muito simples 6izer muito sem nada dizer.

    3elo fato de se tornar invivel retratarmos todos os e(emplos nos !uais tal entrave se

    manifesta, daremos +nfase s reda'es empresariais !ue, dia-se de passaem, precisam ser

    aut+nticas e precisas, de modo a tornar os ne$cios mais fluentes, mais eis. #endo assim, o

    fator tempo/ revela ser o senhor de todas as horas : da a necessidade de se fazer entendersempre !ue necessrio. 3artindo desse pressuposto, analisemos um caso representativo no

    !ual detectamos possveis desvios

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    =isando tornar o discurso mais claro, objetivo e preciso, reformulemos as ideias nele

    e(pressas. #endo essas evidenciadas da seuinte forma

    #em preciosismos e(aerados, nem tampouco palavras em e(cesso, o discurso pGde se

    materializar de forma plausvel, contribuindo assim para !ue a interlocuo realmente se

    efetivasse.