A educação profissional e as possibilidades com o empreendedorismo e o cooperativismo
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I SEMINÁRIO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DO AMAPÁ:
DESAFIOS E OPORTUNIDADES
A Educação Profissional e as possibilidades com o empreendedorismo e o cooperativismo
Anderson dos Anjos
Cooperativas
[...] são de grande utilidade no meio capitalista por representarem, além de importante forma de reerguimento das
economias doméstica, artesanal e campesina, elemento de oposição às consequências práticas do liberal-individualismo desbragado, ou seja, verdadeiro “refúgio” para os indivíduos ante os problemas do meio competitivo ou as imposições dos
grupos monopolísticos. p. 3
PINHO, Diva Benevides. A doutrina cooperativista nos regimes capitalista e socialista: suas modificações e sua
utilidade. 2. ed. São Paulo-SP, 1965. p. 3
O modelo cooperativista surgiu no século XVIII, após a Revolução Industrial, na Inglaterra.
Um grupo de 28 operários da cidade de Rochdale, na região de Manchester – em sua maioria tecelões – se uniu para superar as dificuldades e buscar uma forma de organização na qual fossem respeitados os valores do ser humano e praticadas regras, normas e princípios próprios.
Em 1844, nasceu primeira cooperativa moderna, a Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale. Com ela, o movimento cooperativista começava a ganhar espaço no mundo.
Um pouco da história
Os 7 princípios universais do cooperativismo
1º - Adesão Voluntária e Livre2º - Gestão Democrática 3º - Participação Econômica dos Membros4º - Autonomia e Independência5º - Educação, Formação e Informação6º - Intercooperação7º - Interesse pela Comunidade
Do ponto de vista jurídico, cooperativas são
Organizações regidas por marco específico - a Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971, e são definidas como:
Sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas a falência, constituídas para prestar serviços aos associados,
distinguindo-se das demais sociedades pelas seguintes características [...]
PARÂMETROS DE DIFERENCIAÇÃO COOPERATIVAS ASSOCIAÇÕES EMPRESAS
MERCANTIS
FINALIDADEBenefícios aos seus membros, mas sem finalidade lucrativa
Benefícios sociais, mas sem fins lucrativos e com impossibilidade de exercer função
comercial
Lucro
QUANTIDADE MÍNIMA DE MEMBROS PARA CONSTITUIR O
EMPREENDIMENTO20 pessoas* 2 pessoas 1 pessoa
OBJETIVO Prestar serviço aos cooperados
Representar o interesse dos associados
Lucrar
MODELO DE GESTÃO Controle democrático Controle democrático Controle financeiro
DIREITO A VOTO NAS DECISÕES Cada pessoa tem direito a um voto
Cada pessoa tem direito a um voto
O voto é de acordo com o capital
investidoCONSTITUIÇÃO DO CAPITAL
SOCIALÉ formado por quotas-
parte Não possuiÉ formado por
ações dos proprietários
(IN)TRANSFERIBILIDADE DAS COTAS São intransferíveis Não possui
Podem ser transferidas a
terceiros
Perspectivas de desenvolvimento e ideários educacionais correspondentes: qual o modelo de
educação e de sociedade em que o cooperativismo poderá consolidar-se?
Educaçãotecnicista
Liberalismo moderno ou
Socialdemocracia
Desenvolvimento econômico: PIB + Renda per capita
Desenvolvimento econômico + Desenvolvimento tecnológico:
PIB + Renda per capita + Investimento em Tecnologias +
Políticas públicas sociais e compensatórias
Liberalismo tradicional ou
Neoliberalismo
Pedagogia da qualidade
total
Currículo integrado como possibilidade de superar a educação tecnicista e a pedagogia da qualidade total
Aplicar os princípios e materializar no currículo e na organização do trabalho pedagógico as ações do Decreto n. 5.154/2004, incorporado pela Lei n.
11.741/2008 no que diz respeito à articulação entre:
Cultura Conhecimento Trabalho Tecnologia
Politecnia
Resolução CNE/CEB n. 6/2012Define Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica
de Nível Médio.
“Art. 14 Os currículos dos cursos de Educação Profissional Técnica de Nível Médio devem proporcionar aos estudantes:
[...]
VI - fundamentos de empreendedorismo, cooperativismo, tecnologia da informação, legislação trabalhista, ética profissional, gestão ambiental, segurança do trabalho, gestão da inovação e iniciação científica, gestão de pessoas e gestão da qualidade social e ambiental do trabalho.”
Desafios às Instituições da Educação Profissional e Tecnológica do Amapá:
Organizar o currículo integrado e incluir o cooperativismo na EBTT e nos cursos de Qualificação Profissional;Produzir materiais didáticos contendo fundamentos e orientações sobre a constituição e a gestão de empreendimentos cooperativistas;Incluir os conteúdos de cooperativismo na formação de inicial e continuada dos professores da EBTT;Aproximar-se das cooperativas para possibilitar aos estudantes e docentes a realização de visitas, estágios e assistência técnica.Articular-se com a OCB/SESCOOP (Representação Sindical, Política e Educativa das Cooperativas Brasileiras) para firmar convênios e fortalecer as ações anteriormente descritas.
Um homem se humilhaSe castram seu sonhoSeu sonho é sua vida
E vida é trabalho
E sem o seu trabalhoO homem não tem honra
E sem a sua honraSe morre, se mata
Não dá pra ser feliz
Gonzaguinha
Anderson dos AnjosProfessor Efetivo do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Goiás – IFG, Câmpus Formosa.Contatos: [email protected]
(61) 99806-1605