A Diferença Psicológica Entre o Amor e a Paixão

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 A diferença psicológica entre o amor e a paixão  por Bruno Ricardo Pereira Almeida | Psicologia Dizer que está apaixonado e dizer que está amando são duas coisas diferentes. Na  paixão, natural que ocorra um processo natural que na psicologia c!amamos de  projeção. Pro"e#ão seria aquilo que faz parte de mim, mas eu pro"eto no outro. $sto , quando nos apai xonamos na %erdade estam os apaix onad os  por nossos aspectos pro"etados e não  pela pessoa real. Porm a paixão necessária para que exista uma aproxima#ão entre duas pessoas. & quando estamos apaixonados os 'defeitos( não aparecem, tudo parece ser lindo e mara%il!oso. )urge então a %ontade de estar "unto com outro, os pensamentos %oltados  para a pesso a, o famoso 'frio n a *arriga( quando se encontram, entre outros sintoma s. +as com o tempo de meses a anos- tudo aquilo que não %imos, come#a a %ir tona. / quando o apaixonado come#a a retirar sua pro"e#ão seus aspectos no outro0idealiza#ão- e come#a a %er com quem realmente está se relacionando, surge então a possi*ilidade de %i%enciar o amor. 1 amor diferente da paixão tem a %er com o aceitar o outro como ele realmente . 2oc3 sa*e con!ece os defeitos da outra pessoa com clareza, mas mesmo assim escol!e compartil!ar a %ida ao lado dela. 1 amor exige ol!ar para a realidade, sa*er lidar com frustra#ão, perdão, compreensão e aceita#ão do amado a-, um tra*al!o constante de aprender com as diferen#as do outro. Para finalizar gostaria de citar 4ung5 '6odo amor %erdadeiro profundo um sacrif7cio. )acrificamos nossas possi*ilidades, ou mel!or, a ilusão de nossas possi*ilidades. 8uando não !á sacrif7cio, nossas ilus9es impedirão o surgimento do sentimento profundo e responsá%el, mas com isso tam*m somos pri%ados da possi*ilidade da experi3ncia do amor %erdadeiro.( !ttps500:::. psicologiamsn.c om0;<=>0=<0diferenca ?psicologica?entre?o?amor ?e?  paixao.!tml É Amor ou Paixão? 8uando sentimos 'um frio na *arriga(, 'um arrepio na coluna(, uma %ontade 'louca( de estar "unto, parece que não se tem o ar, que o cora#ão está desconpass ado... A paixão assim... mexe com o nosso corpo, ficamos pensando constantemente na  pessoa. A paixão faz a ge nte não pensa r direito, reduzimos o m undo e tudo o que nos cerca a esse sentimento. )e a paixão %ai *em tudo está lindo, mas se não %ai *em, o mundo se torna mal, f eio, sem esperan#a. / um sentimento que consome, que D@$. 8ue A 6 A uma parte de si mesmo.

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A diferença psicológica entre o amor e a paixão

 por Bruno Ricardo Pereira Almeida | Psicologia

Dizer que está apaixonado e dizer que está amando são duas coisas diferentes. Na paixão, natural que ocorra um processo natural que na psicologia c!amamos de projeção.

Pro"e#ão seria aquilo que faz parte de mim, mas eu pro"eto no outro. $sto , quando nosapaixonamos na %erdade estamos apaixonados  por nossos aspectos pro"etados e não

 pela pessoa real.

Porm a paixão necessária para que exista uma aproxima#ão entre duas pessoas. &quando estamos apaixonados os 'defeitos( não aparecem, tudo parece ser lindo emara%il!oso. )urge então a %ontade de estar "unto com outro, os pensamentos %oltados

 para a pessoa, o famoso 'frio na *arriga( quando se encontram, entre outros sintomas.

+as com o tempo de meses a anos- tudo aquilo que não %imos, come#a a %ir tona. /quando o apaixonado come#a a retirar sua pro"e#ão seus aspectos no outro0idealiza#ão-e come#a a %er com quem realmente está se relacionando, surge então a possi*ilidade de%i%enciar o amor.

1 amor diferente da paixão tem a %er com o aceitar o outro como ele realmente . 2oc3sa*e con!ece os defeitos da outra pessoa com clareza, mas mesmo assim escol!ecompartil!ar a %ida ao lado dela.

1 amor exige ol!ar para a realidade, sa*er lidar com frustra#ão, perdão, compreensão eaceita#ão do amado a-, um tra*al!o constante de aprender com as diferen#as dooutro.

Para finalizar gostaria de citar 4ung5

'6odo amor %erdadeiro profundo um sacrif7cio. )acrificamos nossas possi*ilidades, oumel!or, a ilusão de nossas possi*ilidades. 8uando não !á sacrif7cio, nossas ilus9esimpedirão o surgimento do sentimento profundo e responsá%el, mas com isso tam*msomos pri%ados da possi*ilidade da experi3ncia do amor %erdadeiro.(

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É Amor ou Paixão?8uando sentimos 'um frio na *arriga(, 'um arrepio na coluna(, uma %ontade 'louca( deestar "unto, parece que não se tem o ar, que o cora#ão está desconpassado...A paixão assim... mexe com o nosso corpo, ficamos pensando constantemente na

 pessoa. A paixão faz a gente não pensar direito, reduzimos o mundo e tudo o que noscerca a esse sentimento. )e a paixão %ai *em tudo está lindo, mas se não %ai *em, o

mundo se torna mal, feio, sem esperan#a. / um sentimento que consome, que D@$. 8ueA6A uma parte de si mesmo.

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+uitas %ezes confundimos esse sentimento com Amor, pois tão forte que come#amosa ac!ar que $))1 que o amor... &ssa necessidade da outra pessoa, pois sC com elaestar7amos completos.

 Na %erdade o amor muito diferente disso. 1 amor um sentimento que nos traz paz,conforto, um B&+?8&R&R maior que tudo pela outra pessoa.+as como sa*ermos se amorEPrimeiramente de%emos lem*rar?nos de um 'mandamento( de um )er $luminado quetrouxe muitos ensinamentos so*re o A+1R. Aquele que diz que de%emos 'Amar aDeus so*re todas as coisas e aos outros como a )$ +&)+1(.)endo assim, o primeiro passo aprendermos a Amar a nCs mesmos, aprender a nosrespeitar como pessoa, a *uscar um sentimento que não nos traga dor e sim aconc!ego,sa*er que primeiramente temos que con!ecer nossos %erdadeiros dese"os, aquilo que nosfaz ficar em paz, que nos traz felicidade )&+ 6&R 8& &)P&RAR 8& 1 16R1AFA AG+A H1$)A PRA 8& $))1 AH1N6&FA. 1 amor tem que *rotar

 primeiramente dentro do nosso cora#ão pela nossa pessoa pois assim conseguiremos preparar o terreno do cora#ão para que outra pessoa possa !a*itá?lo.8uando estamos apaixonados sempre esperamos que a outra pessoa %en!aH1+P&6AR algo que esta faltando dentro de nCs mesmos. +A) &))A A6A /

 N1))A e a outra pessoa NI1 tem a responsa*ilidade de completá?la.A paixão normalmente nos cega e sC nos faz enxegar aquilo que queremos. $sso umrisco muito grande por que estamos apaixonados pela $D/$A que fazemos da outra

 pessoa e NI1 pela pessoa como ela %erdadeiramente5 com suas qualidade e defeitos.Amar sa*er gostar de algum exergando as qualidades e defeitos e dese"ando sempre o

B&+, independente dela estar ou não do nosso lado.1 amor calmo, paciente, compreensi%o mas não aquele que AH&$6A tudo-, quesa*e a !ora de dizer sim e de tam*m dizer NI1. & principalmente o amor nos fazsorrir e não c!orar.

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A paixão quando acontece nos surpreende com uma srie de sensa#9es que mal podemos controlar. 8ueremos estar perto do o*"eto da nossa paixão o tempo todo,tentamos controlar cada passoL a distMncia um supl7cio, todos os encontros são de

trocas intensas. Perde?se a razão, a fome, o sono. +as, com o tempo tudo %olta aonormal. á, porm quem se %icie na euforia que esse sentimento pro%oca, como se fosseuma droga. A ci3ncia explica a paixão como um estado mental que faz o cre*ro li*erarsu*stMncias que transmitem sensa#ão de prazer. )egundo )igmund reud, a paixão uma forma de complementar o que falta em nCs mesmos, ou se"a, o que denominamos

 pro"e#ão. Pro"etamos em algum aquilo que não temos, o o*"eto da nossa paixão umser aparentemente sem nen!um defeito, aquela pessoa que c!egou para nos sal%ar. &msua origem semMntica, a pala%ra paixão representa sofrimento pat!os, do grego, e

 passio, do latim, significa supl7cio, tortura. A paixão se transforma em %7cio nomomento em que a pessoa apaixonada não consegue retornar a normalidade apCs algum

tempo, reco*rando a razão, ela %i%e com intensidade esse sentimento, tal%ez porfragilidade, ou car3ncia emocional, se tornando dependente da adrenalina da paixão.

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)egundo o psicClogo americano Al*ert Oain esse estado patolCgico da paixão c!ama?se limerMncia. &x?aluno de Dorot!Q 6enno%??que cun!ou o termo no final da dcada de< no li%ro o%e and imerence5 6!e &xperience of Being in o%e Amor eimerMncia5 A &xperi3ncia de &star Apaixonado, sem edi#ão em portugu3s-??, ele dizque a limerMncia quando algum fica preso na paixão. S/ um estado quase psicCtico,que de*ilita a razão, aliena. A pessoa não consegue sair dele e esse o maior pro*lemaS,diz. S&sse sentimento instá%el e insaciá%el pro%oca, inclusi%e, sintomas f7sicossemel!antes aos da s7ndrome do pMnico e da depressão.S Na %isão da psicCloga RoselQ6eixeira Gomes, a limerMncia o estado da paixão le%ado ao extremo. SNão maisquando %oc3 tem o dese"o, mas quando o dese"o te tem. / ficar escra%o, perder ocontroleS, diz ela. Ainda não se sa*e o que realmente desencadeia esse estado doentio da

 paixão, segundo Al*ert Oain, não !á um padrão de comportamento. S1 que sa*emos que uma pessoa pode ser perfeitamente capaz de ter rela#9es saudá%eis durante a %ida,e, por algum moti%o desen%ol%er a limerMncia com um parceiro espec7ficoS, afirma.

Oain coordena estudos do cre*ro para determinar se existe alguma altera#ãoneurolCgica que "ustifique o comportamento. Para RoselQ Gomes, esse desarran"o podeser um sintoma da nossa insist3ncia em perseguir incansa%elmente um sentimento defelicidade que não existe. S&m %ez de ficar presa a algum, a pessoa fica presa sensa#ão de *em?estar que aquele estado pro%oca. 1 apaixonado %i%e um completodeslum*ramento pelo outro e não quer perder essa sensa#ão.S Para a psicanalista BettQ+ilan, autora do li%ro 8uem Ama &scuta, !o"e o dese"o de compromisso muito mais

 presente do que na gera#ão anterior??o que explica parte da pressão para encontrar um parceiro. )egundo a psicanalista, não %erdade que os "o%ens de !o"e trocam de

 parceiros porque são intolerantes ou imediatistas. S1 principal pro*lema a excessi%aidealiza#ão do que uma rela#ão representa na %idaS, diz BettQ. As pessoas *uscam umarela#ão dentro do seu ideal de perfei#ão, e um parceiro que se enquadre nesse ideal, paradesta maneira mostrar para os outros que *em resol%ida. )a*emos que não existerelacionamento perfeito, nem pessoas perfeitas, e que o relacionamento por si sC nãotraz garantia de felicidade. / necessário um in%estimento em %ários sistemas da %ida

 para se ter felicidade, pois para uma pessoa que centraliza todas suas expectati%as defelicidade numa rela#ão amorosa, quando esta não %ai *em, nada fica *em, tudodesmorona.

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2ários são os panos de fundo que remetem para as rela#9es !umanas, para aquilo queune, desune, para o que agrada e desagrada, para o que dói e para o que dá prazer.

 

Bastantes casos em psicoterapia traduzem %i%3ncias de sofrimento psicolCgico inerentea desligações relacionaisL outros, traduzem alguma frustra#ão pelo sentir doenfraquecimento da intensidade da ligação que, muitas %ezes perfeitamente natural.

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azendo um enfoque nas rela#9es amorosas, uma %ez que comum ou%ir?se frasescomo5 ”(…) já não era como no início…estou preocupado(a), com medo que acabe

(…)”, introduzirei uma "ustifica#ão psico*iologia para tais sentimentos.

As %árias posi#9es cient7ficas na área con%ergem no considerar que o amor acontece no

cérebro atra%s de um con"unto de rea#9es de 7ndole qu7mica.

A primeira fase c!amada 'fase do dese"o( e desencadeada pelas nossas !ormonassexuais, a testosterona nos !omens e o estrognio nas mul!eres.

8uase paralelamente, 'fase da paixão(, uma das primeiras rea#9es a secre#ão de umneurotransmissor c!amado feniletilamina que pro%oca sentimentos de excita#ão, prazer,gerando sentimentos de alegria estou apai!onado(a)”)" A feniletilamina controla a

 passagem da fase do dese"o para a fase do amor e um composto qu7mico com um

efeito poderoso so*re nCs, tão poderoso, que pode tornar?se %iciante. 1 nosso corpodesen%ol%e naturalmente a tolerMncia aos efeitos da feniletilamina e cada %ez necessário maior quantidade para pro%ocar o mesmo efeito Ri*eiro?Hlaro, ;<<K-. Aomesmo tempo são li*ertados outros agentes qu7micos como a dopamina. Por outro lado,as glMndulas supra?renais li*ertam adrenalina que "ustificam a sensa#ão de ner%osismo,como a falada '*or*oleta na *arriga(, acelera#ão do ritmo card7aco e outros sintomasque sucedem quando um pessoa está posicionada perante situa#9es de ansiedade e.g.mãos suadas-.

Posteriormente, 'fase de liga#ão(, uma das !ormonas produzidas a oxitocina,

con!ecida como a !ormona do carin!o, essencial na liga#ão mãe?*e* produ#ão deleite para a amamenta#ão-.

&sta*elecida uma rela#ão amorosa, o cre*ro li*erta endorfinas que tem um efeito derelaxamento que pro%oca os sentimentos de seguran#a e confian#a.8uando tal sucede, os n7%eis de feniletilamina descem e os seus efeitos %ãoenfraquecendo, o que le%a a muitas pessoas considerarem que a rela#ão perdeu ointeresse e a direcionarem?se para outra rela#ão.

Aparentemente, a feniletilamina degradada rapidamente no sangue, pelo que não!a%erá possi*ilidade de atingir uma concentra#ão ele%ada no cre*ro por ingestãoRi*eiro?Hlaro, ;<<K-.

 

De forma sucinta, quando con!ecemos uma pessoa, assim como quando estamos perante um no%o est7mulo, descon!ecido, o nosso cre*ro reage de forma a apreender ono%o como um todo, integrando?o numa espcie de *ase con!ecida. Hom o decorrer dotempo, perante o mesmo est7mulo, como o exemplo duma rela#ão, adaptati%amente o

nosso cre*ro despende gradualmente menos energia para poder estar dispon7%el paratodos os no%os est7mulos do dia?a?dia, essencial de serem processados. Não seria

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'econCmico( para o nosso cre*ro gastar sempre a energia máxima perante um Unicoest7mulo continuadamente.

 

/ interessante pensar nistoV

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&xiste uma mUsica da *anda 6!e 2er%e que eu gosto muito. A mUsica se c!ama #n $our 

o%n, que podemos traduzir como %oc3 por %oc3 mesmo. o"e gostaria de falar so*reesta mUsica. &ste um texto de reflexão li%re mais do que um texto teCrico de

 psicologia, oE &m*ora, de certo modo, eu tam*m me *aseie nos con!ecimentos daárea na qual sou formado, especialmente na psicanálise lacaniana.

A mUsica come#a dizendo as seguintes frases tudo que %ou dizer a seguir umatradu#ão min!a da mUsica originalmente em ingl3s-

+e diga o que %oc3 %iu

oi um son!oE

&u esta%a neleE

 Nunca demais dizer e repetir que um relacionamento , literalmente, re?la#ar, ou se"a,uma união entre duas pessoas, apesar de que muitas %ezes parecer mais um nC do queum la#oY todo relacionamento come#a Z assim como todo o diálogo Z com aalternMncia de dar e rece*er.

)e algum está ali, está para falar e ou%ir, %er e ser %isto, tocar e ser tocado. Por issoac!o tão *onito, e tal%ez at um pouco triste o come#o da mUsica do 2er%e, porque elecome#a se colocando na posi#ão de ou%irYou%ir o que a outra pessoa tem para dizer so*re o que ela %iu, so*re o que son!ou. &ntretanto, a a*ertura ao outro não total.+uito dif7cil quem consegue exercer sempre a arte de se despo"ar de si para oferecer um

 presen#a total. Normalmente, o que %emos o interesse tam*m residir no que o outro pensa ou ac!a so*re qualquer coisa, tendo em %ista muito mais o que pensa so*re si.Homo uma outra mUsica do Nir%ana que diz5 'Não importo com o que %oc3 pensa, anão ser que se"a so*re mim(.

&m outras pala%ras, na mUsica do 2er%e a pessoa está interessada em ou%ir, mas o focoda sua aten#ão tam*m está ligado com o intuito de sa*er se o 'eu prCprio( entra nacon%ersa. 2oc3 son!ouE @timoV &u esta%a no son!oE

m outro aspecto o que quase ningum sa*e. A importMncia dos son!os nodesen%ol%imento dos conteUdos ps7quicos. Assim como um relacionamento poderia

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quase que ser pre%isto tendo em %ista son!os anteriores e fortes, o fim de uma rela#ãonão raro son!ado dias, semanas ou at meses antes de acontecer na realidadecompartil!ada-.

A mUsica continua5

A %ida parece tão o*scena

At que aca*e, quem sa*eE

&ntre a %ida e a morte

quando nada mais resta

2oc3 quer sa*erE

acan dizia que o superego [*eric! Z supereu- o*sceno. A o*scenidade da %ida otempo limite. 1 tempo de Hronos. 1 tempo cronolCgico, nac'einander, um?depois?do?outro. 1 tempo que aca*a, o fim da %ida, a morte. á algo mais o*sceno que a morteE

& entre a %ida e a morte, quem sa*e de %erdade o que pode acontecerE Não sei porquegra%ei em min!a memCria uma querida professora do mestrado dizendo a respeito daimpre%isi*ilidade da %ida. 8uando falamos no passado, %amos coletando os fatos etentando encontrar conex9es lCgicas, que produzam sentido.

&m *iografias isso muito frequente. )eria como se eu fosse dizer da min!a liga#ãocom a psicologia e dissesse que desde cedo gosta%a de ler artigos em re%istas, li%ros daárea, filmes. &u explico um tempo futuro por um tempo passado. &ntretanto, porm,contudo, toda%iaY isso uma a*stra#ão. Homo sa*er aonde %amos estar morando daquia =<, ;< anosE Homo sa*er de antemão as pessoas que %amos con!ecerE Hom quem diz,'s pessoas que ainda não con!eciY um a*ra#o(.

A mUsica continua e o Ric!ard As!croft nos fala se queremos sa*er5

2oc3 %eio nasceu- sozin!o por %oc3 mesmo-

& %oc3 %ai partir- sozin!o por %oc3 mesmo-

&sque#a os seus amores que estão na deles, por eles mesmos-

& os seus amigos que estão na deles, por eles mesmos-

 &sse o refrão e por isso o t7tulo da mUsica. 1n Qour o:n. Por %oc3 mesmo. 2oc3 quer sa*er que, em Ultima instMncia, sC %oc3 com %oc3 mesmoE 2oc3 quer sa*er que a

Unica pessoa que %ai te acompan!ar a %ida toda %oc3E

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Homo um outro professor da faculdade dizia5 'não dá para tirar frias de si mesmo(Ydá para tirar frias do tra*al!o, da escola, das pessoasY mas de si mesmo, não dáV

& o que %oc3 %ai fazer com issoE 2ai se cuidar ou %ai se maltratarE Hon!ece a !istCriado ucullusE

A história de LucullusHonta a !istCria que ucullus Z um general romano que realmente existiu Z era umsu"eito riqu7ssimo. &m %irtude de sua riqueza, da%a muitas festas, *anquetes e "antaresem seu palácio.

Herta noite, c!egando de um passeio, %iu que a sala onde costuma%a realizar suasfesti%idades não esta%a preparada e *elamente enfeitada. Apenas !a%ia na mesa um

 prato.

$mediatamente, ele c!amou seus ser%i#ais e perguntou porque não !a%iam preparado amesa como de costume. 1s ser%i#ais responderam que não a !a%iam preparado pois não!a%eria festa. ucullus iria "antar sozin!o naquela noite.

1 general romano então responde5 Z '+as %oc3 não sa*e que ucullus %em "antar comucullusE(

+oral da !istCria5 ucullus aprendeu que ele sempre estará com ele mesmo e cada umde nCs conosco mesmo-. Por isso, tam*m se lem*re de esquecer o seu amor ou os seus

amigos um pouco.

A solidão não precisa ser temida. Porm, o pensamento logo retorna, na mUsica5

+e diga se %erdade

que eu preciso de %oc3

2oc3 está mudando

8uerer estar prCximo muito diferente de precisar estar Z o que não apenas um "ogode pala%ras. )e uma pessoa tem %ontade de estar "unto de outra, ela pode estar.+as precisar estar, como uma necessidade ou um apego, recon!ecer uma falta, um%azio a ser preenc!ido por outra pessoa. Da7 a urg3ncia.

+as o pensamento ainda continuaY 'será que eu preciso de %oc3E 2oc3 estámudando(Y

& %oltamos ao tempo com suas o*scenidades. Nada permanece parado. 6udo muda e semo%e. 1ra, então porque de%er7amos esperar que as pessoas Z como nCs Z nãomudassemE

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&u "á %i esta estrada

& está me mac!ucando

Homo disse no texto anterior, mais pro%á%el um relacionamento terminar do que

continuar no longo prazo. &, no final, terminará mais ou cedo ou mais tardeY mas paraque permane#a o máximo de tempo preciso se adaptar s mudan#as. As mudan#as queacontecem internamente e as mudan#as que transcorrem no outro.

& a Ultima parte da mUsica diz5

6udo o que quero algum

 para preenc!er o *uraco nesta %ida que con!e#o

&ntre a %ida e a morte

quando nada mais resta

2oc3 quer sa*erE

2oc3 %eio nasceu- sozin!o por %oc3 mesmo-

& %oc3 %ai partir- sozin!o por %oc3 mesmo-

&sque#a os seus amores que estão na deles, por eles mesmos-

& os seus amigos que estão na deles, por eles mesmos-

acan dizia que o ser !umano o falta?a?ser. A falta quer dizer a incompletude. 6odosu"eito um su"eito dese"ante e, com seu dese"o, por lCgica, contm uma falta. A falta,este %azio, esta incompletude, este *uraco na %ida que se con!ece.

)e As!croft canta para algum, ou para si mesmo, !á diferen#a. &le recon!ece Z como

todos de%er7amos Z que estamos em Ultima instMncia sempre sozin!os. Nessa solidãoexistencial !á a percep#ão da falta, do %azio, da esperan#a, do dese"o de encontrar algum para completar e preenc!er a lacuna. Porm, curioso o fato de que ele come#afalando para a pessoa e logo em seguida diz que tudo o que ele queria era algumportanto, uma outra pessoa-.

/ como aquele tipo de gente que está em um relacionamento sempre de ol!o em outro.1u, apesar da presen#a al!eia estou ainda no teu son!oE-, !á a continuidade do %azio ea sensa#ão de falta, que seria constituinte do ser !umano.

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)ão quest9es a se pensar. Para concluir, um trec!o de um dos poemas mais incr7%eis "áescritos em l7ngua portuguesa5 A Passagem das oras, de \l%aro de Hampos ernandoPessoa-.

1*ter tudo por sufici3ncia di%ina ]As %speras, os consentimentos, os a%isos,As cousas *elas da %ida ]1 talento, a %irtude, a impunidade,A tend3ncia para acompan!ar os outros a casa,A situa#ão de passageiro,A con%eni3ncia em em*arcar "á para ter lugar,& falta sempre uma coisa, um copo, uma *risa, urna frase,& a %ida dCi quanto mais se goza e quanto mais se in%enta.

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A PAIXÃO !A"#O $I%IA &

8uando a paixão %icia, c!amamos de imerMncia. )ão pessoas que não passam doestágio da paixão que tira fome, sono, causa euforia, correspondida ou não, para a fasemais tranquila ...o amor. )e trata de umá prisão consentida denunciada pela adrenalina.Por um sentimento instá%el e ansioso, fazendo o su"eito a apresentar sintomas f7sicos

 parecidos com os do pMnico e depressão. / uma prisão quase psicCtica que declina o *om senso e a razão. A paixão em sua origem semMntica , representa sofrimento dogregoS Pa!tosS, e supl7cio, do latim SPassioS. A imerMncia um extremo destesentimento da paixão. Parece um desencontro do su"eito com qualquer sentido desatisfa#ão. &le nunca estará satisfeito. Desta falta estrutural , "á nos fala a neurosefreudiana. +as !á algum outro componente inerente e espec7fico que deflagra toda esta

 patologia. Não se sa*e ainda o porqu3 do seu desen%ol%imento e e%olu#ão emdeterminadas pessoas e rela#9es. +as !á pesquisas neurolCgicas em andamento. +asenquanto não se tem respostas fisiolCgicas, entende?se como uma condi#ãocomportamental. Poderia classificar a imerMncia, como um tipo de adi#ão, droga. Poiso su"eito tanto pode %iciar no o*"eto, pessoa, como no sentimento que esta adrenalina

 pro%oca. )u*stituindo assim suas Spaix9esS a toda !oraL desde que o*ten!a as mesmassensa#9es de prazer patolCgico./ preciso não idealizar tanto um parceiroa- ou rela#ão.Pois isto pro%oca uma outra questão5 Ningum ser%eV ogo, a dificuldade decomprometimento, aumenta proporcionalmente na medida em que este su"eito não sentemais a necessidade e dese"o de se en%ol%er em rela#9es saudá%eis. 1nde !á dias *ons eruins. 1nde temos momentos de presen#a e aus3ncia na rela#ão.

&ntão, importante pensar quando este deslum*ramento se torna mais importante que

tudo, inclusi%e que a dor do apaixonado, que frustrado, angustiado, doente, nãoconsegue um limite ou um a%an#o na sua estrutura de sa*er lidar com os seus dese"os e

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7/18/2019 A Diferença Psicológica Entre o Amor e a Paixão

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 prazeres. +udar de paixão, logo, não resol%e o pro*lema. / preciso falar disto e algunscasos usar medica#ão, enquanto se ela*ora os moti%os que edificaram este sintoma.Buscar no outro ou em algo, aquilo que não encontrou dentro de si, a pior forma deiniciar este %7cio. 1 SoutroS, não passa de uma pro"e#ão idealizada daquilo que algumnão deu conta sozin!o, por si mesmo. & %3 neste sentido, um al7%io para a sua falta efrustra#ão como su"eito. Grande enganoVVV 

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