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1920 A década de 1920, ou simplesmente década de 20 ou ainda anos 20 foi o período de tempo entre os anos 1920 e 1929. Conhecido como o período entre-guerras, foi uma época de excepcional prosperidade econômica, na qual os Estados Unidos da América se consolidaram definitivamente como potência mundial - prosperidade essa que teve uma forte queda em 1929 com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque. A Europa, contudo, sofria as conseqüências da I Guerra, o que permitiria a ascensão do Nazismo, após a Crise de 29, e o surgimento do Fascismo italiano. Nas demais áreas do mundo, cresciam os movimentos radicais. No Oriente Médio, chegava ao fim o Império Otomano e é destituído o último califa. No Leste Europeu cresce o comunismo e é formada a União Soviética. O desenvolvimento tecnológico deste período esteve mais correlacionado com as ciências biológicas, como a invenção da insulina e da penicilina. Nesta época também é criada a televisão. No Brasil, entre 11 e 18 de fevereiro de 1922 é realizada, no Teatro Municipal de São Paulo, a "Semana de Arte Moderna", que contou com a participação de escritores, artistas plásticos, arquitetos e músicos. Seu objetivo era renovar o ambiente artístico e cultural da cidade com "a perfeita demonstração do que há em nosso meio em escultura, arquitetura, música e literatura sob o ponto de vista rigorosamente atual", como informava o Correio Paulistano a 29 de janeiro de 1922. Participavam da desse movimento os seguintes artistas: Anita Malfatti, Di Cavalcanti, John Graz, Alberto Martins Ribeiro, Oswaldo Goeldi, com pinturas e desenhos; Victor Brecheret, Hildegardo Leão Velloso e Wilhelm Haarberg, com esculturas; Antonio Garcia Moya e Georg Przyrembel, com projetos de arquitetura; os escritores Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Sérgio Milliet, Plínio Salgado, Manuel Bandeira, Ronald de Carvalho, Álvaro Moreira, Renato de Almeida, Ribeiro Couto e Guilherme de Almeida; além de nomes já consagrados na música, como Heitor Villa-Lobos, Guiomar Novais, Ernâni Braga e Frutuoso Viana; entre vários outros artistas e intelectuais que vieram a tomar parte no movimento cultural que ali se iniciou. Na década de 1920 era nítida a preocupação de se discutir a identidade e os rumos da nação brasileira. Todos tinham algo a dizer - políticos, militares, empresários, trabalhadores, médicos, educadores, mas também artistas e intelectuais. Como deveria ser o Brasil moderno? Através da literatura, das artes plásticas, da música, e mesmo de manifestos, os

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A dcada de 1920, ou simplesmente dcada de 20 ou ainda anos 20 foi o perodo de tempo entre os anos 1920 e 1929

1920

A dcada de 1920, ou simplesmente dcada de 20 ou ainda anos 20 foi o perodo de tempo entre os anos 1920 e 1929. Conhecido como o perodo entre-guerras, foi uma poca de excepcional prosperidade econmica, na qual os Estados Unidos da Amrica se consolidaram definitivamente como potncia mundial - prosperidade essa que teve uma forte queda em 1929 com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque. A Europa, contudo, sofria as conseqncias da I Guerra, o que permitiria a ascenso do Nazismo, aps a Crise de 29, e o surgimento do Fascismo italiano.

Nas demais reas do mundo, cresciam os movimentos radicais. No Oriente Mdio, chegava ao fim o Imprio Otomano e destitudo o ltimo califa. No Leste Europeu cresce o comunismo e formada a Unio Sovitica.

O desenvolvimento tecnolgico deste perodo esteve mais correlacionado com as cincias biolgicas, como a inveno da insulina e da penicilina. Nesta poca tambm criada a televiso.

No Brasil, entre 11 e 18 de fevereiro de 1922 realizada, no Teatro Municipal de So Paulo, a "Semana de Arte Moderna", que contou com a participao de escritores, artistas plsticos, arquitetos e msicos. Seu objetivo era renovar o ambiente artstico e cultural da cidade com "a perfeita demonstrao do que h em nosso meio em escultura, arquitetura, msica e literatura sob o ponto de vista rigorosamente atual", como informava o Correio Paulistano a 29 de janeiro de 1922. Participavam da desse movimento os seguintes artistas: Anita Malfatti, Di Cavalcanti, John Graz, Alberto Martins Ribeiro, Oswaldo Goeldi, com pinturas e desenhos; Victor Brecheret, Hildegardo Leo Velloso e Wilhelm Haarberg, com esculturas; Antonio Garcia Moya e Georg Przyrembel, com projetos de arquitetura; os escritores Mrio de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Srgio Milliet, Plnio Salgado, Manuel Bandeira, Ronald de Carvalho, lvaro Moreira, Renato de Almeida, Ribeiro Couto e Guilherme de Almeida; alm de nomes j consagrados na msica, como Heitor Villa-Lobos, Guiomar Novais, Ernni Braga e Frutuoso Viana; entre vrios outros artistas e intelectuais que vieram a tomar parte no movimento cultural que ali se iniciou.

Na dcada de 1920 era ntida a preocupao de se discutir a identidade e os rumos da nao brasileira. Todos tinham algo a dizer - polticos, militares, empresrios, trabalhadores, mdicos, educadores, mas tambm artistas e intelectuais. Como deveria ser o Brasil moderno? Atravs da literatura, das artes plsticas, da msica, e mesmo de manifestos, os artistas e intelectuais modernistas buscaram compreender a cultura brasileira e sintoniz-la com o contexto internacional. O marco de seu movimento foi a Semana de Arte Moderna de 1922. Mas havia tambm intelectuais preocupados com a reforma das instituies - a comear pela Constituio de 1891 -, que se dedicaram a apresentar propostas para a reorganizao da sociedade brasileira.

A entrada do Brasil na modernidade foi parte de um processo complexo em que se entrecruzaram dinmicas diferentes. Nas primeiras dcadas do sculo XX aceleraram-se a industrializao, a urbanizao, o crescimento do proletariado e do empresariado. De outro lado, permaneceram a tradio colonialista, os latifndios, o sistema oligrquico e o desenvolvimento desigual das regies. De toda forma, com a expanso dos centros urbanos, modificaram-se os valores da cultura cotidiana e os prprios padres da comunicao social. As idias de simultaneidade, conciso, fragmentao, velocidade e arrojo passaram a expressar os tempos modernos. As Kodaks, o cinema e as revistas ilustradas captavam um mundo feito de imagens. Era inevitvel que a arte expressasse as transformaes trazidas pela modernidade. Mas, no Brasil, outros problemas tambm preocupavam artistas e intelectuais. "Ns no nos conhecemos uns aos outros dentro do nosso prprio pas." A frase, do escritor carioca Lima Barreto, caracteriza bem o esprito da dcada de 1920. Era um tempo de indagaes e descobertas. A tarefa que se impunha era a de construir a nao, e isso significava tambm repensar a cultura, resgatar as tradies, costumes e etnias que haviam permanecido praticamente ignorados pelas elites. A questo da identidade nacional estava agora em primeiro plano: que cara tem o Brasil? Artistas e intelectuais buscaram responder a essa pergunta, e esse esforo foi uma caracterstica importante do modernismo brasileiro. Isso no quer dizer que o modernismo tenha sido um movimento homogneo. Ao contrrio: produziu imagens e reflexes sobre a nacionalidade profundamente contrastantes entre si.

A Semana de Arte Moderna, realizada em So Paulo no ano de 1922, representou uma verdadeira "teatralizao" da modernidade. Mas o movimento modernista no se resumiu Semana. Na verdade comeou antes de 1922 e se prolongou pela dcada de 1930. Tampouco se restringiu a So Paulo. Houve tambm uma modernidade carioca, e a proliferao de revistas e manifestos por todo o pas indica que o raio de ao do movimento foi maior do que se supe.

Assim como a Exposio Universal do Rio de Janeiro de 1922, a Semana de Arte Moderna fazia parte da agenda oficial comemorativa do Centenrio da Independncia. O evento teve grande impacto na poca, pois formalizou e discutiu questes que j se estavam esboando na vida cultural. Por exemplo: como integrar tradio e modernidade? regional e universal? popular e erudito? Mrio de Andrade defendia a perspectiva de integrao dinmica do passado ao presente. No "Prefcio interessantssimo" de seu livro de poemas Paulicia desvairada (1922), definia o passado como "lio para meditar no para reproduzir". A tradio em si no tinha valor, a no ser que estabelecesse um elo vivo com a atualidade. Era esse o sentido dos estudos folclricos a que se dedicou. Seu clebre livro Macunama (1928) mostra um heri que nasce ndio, torna-se negro e no final branco. O heri Macunama sobrevoa o Brasil nas asas de um pssaro. O que importava era destacar a nossa multiplicidade tnico-cultural, vislumbrar o conjunto da nacionalidade.

Outro autor modernista de renome, Oswald de Andrade, propunha no "Manifesto pau-brasil" (1924) uma sntese capaz de unir o "lado doutor" da nossa cultura ao lado popular. J no "Manifesto antropofgico"(1928), sugeria um projeto de reconstruo da cultura nacional. Metaforicamente, deveramos devorar e absorver de maneira crtica as influncias do "inimigo" externo. As idias do futurismo, do dadasmo e do surrealismo poderiam ser integradas nossa cultura desde que fossem reelaboradas. No quadro de Tarsila do Amaral intitulado "Abaporu" - que significa "o homem que come" - est expressa plasticamente a idia da integrao cultural.O grupo dos verde-amarelos, por sua vez, tinha idias bastante diferentes: propunha um "retorno ao passado", considerado como o depositrio das nossas verdadeiras tradies. Via no popular, com sua ndole pacfica, a alma da nacionalidade, a ser guiada pelas elites poltico-intelectuais do pas. No manifesto "Nhengau verde-amarelo" (1929), defendia as fronteiras nacionais contra as influncias culturais estrangeiras. Nesse ponto o grupo reforava a tese do nacionalismo militarista de Olavo Bilac, fundador da Liga de Defesa Nacional e criador da figura do "poeta-soldado". As idias dos verde-amarelos seriam mais tarde incorporadas pelo regime autoritrio do Estado Novo (1937-1945).

Entre os intelectuais dos anos 20 cujas anlises visavam definio de novos rumos para o pas, incluam-se Oliveira Viana, Gilberto Amado, Pontes de Miranda. Eles escreveram ensaios que foram publicados em 1924 em uma coletnea organizada por Vicente Licnio Cardoso, chamada margem da histria da Repblica. Na base de seu iderio estava o pensamento do poltico e escritor fluminense Alberto Torres. Um dos nossos maiores problemas, na opinio desses pensadores, era a debilidade do governo federal. A Constituio de 1891 estava a seu ver ultrapassada, e isso por dois motivos principais: possua inspirao externa e assegurava grande poder aos estados em detrimento do poder central. Urgia que o pas construsse seu prprio modelo e criasse instituies adequadas realidade nacional.

Com a riqueza dos produtores de caf, seus filhos puderam estudar na Europa, entrando em contato com as correntes modernistas em pleno fervor intelectual e artstico. Esses jovens foram influenciados a questionar a arte e os valores da poca, apregoando um primeiro movimento nacionalista no pas, que valorizava a cultura autctone e refletia sobre o que seria uma identidade brasileira. O pice desse movimento resultou na Semana de Arte Moderna realizada no ano de 1922, data em que o pas comemorava o Centenrio da Independncia. Em 1928, o escritor modernista Oswald de Andrade publicou o Manifesto Antropofgico, inspirado no quadro Abaporu (antropfago em indgena) da pintora Tarsila do Amaral , tambm modernista. Oswald apregoava no manifesto que era preciso devorar a esttica europia e transform-la numa arte brasileira. (Proena, 2001)

Apesar dos movimentos culturais em busca das razes brasileiras, a moda segue o que dita a Frana, a despeito do clima e das diferenas de estao. Como exemplo temos a prpria Tarcila do Amaral que casa usando um vestido do estilista francs Paul Poiret.

No mbito da moda surge a melindrosa, criada pelo caricaturista J. Carlos. Smbolo da mulher brasileira da poca, j indicava um rumo para a sensualidade, trao que figura entre os principais da moda brasileira atual.

Em 1927 foi realizado no Mappin Stores (loja direcionada para a elite paulistana que se destacava por vender basicamente mercadorias importadas) o primeiro desfile de moda numa loja da cidade, passando seus desfiles a ser reprisados duas vezes ao ano, uma no inverno e outra no vero. (Zuleika Alvim)

Em 1929 acontece o crash da bolsa de Nova York, o que ocasiona a quebra do imprio do caf no Brasil. Entretanto, para a moda, o final dessa dcada reserva um acontecimento marcante: surge o primeiro nome da moda nacional Mena Fiala, nascida em Petrpolis e criadora talentosa de vestidos de noiva, que se consolidou no Rio de Janeiro ao longo da dcada de 30.

(Este um trecho do relatrio final da pesquisa Moda e Identidade Brasileira, feito por Denise Pitta de Almeida, 2003, Faculdade de Moda da UNIP. Para o trabalho completo, contactar a autora, e citar a fonte sempre simptico!)A HISTRIA DO TEATRO [IX]

Saturday, 16. September 2006, 00:42:53

Teatro no Sculo XX

A partir da virada do sculo, autores como os irlandeses Sean O'Casey (O arado e as estrelas) e John Millington Synge (O playboy do mundo ocidental) ainda escrevem textos realistas. Mas surgem inmeras outras tendncias.

EXPRESSIONISMO

Surge na Alemanha, entre a 1a e a 2a Guerras Mundiais. Advoga a exploso descontrolada da subjetividade e explora estados psicolgicos mrbidos, sugerindo-os atravs de cenrios distorcidos. Autores expressionistas - A caixa de Pandora, de Frank Wedekind, Os burgueses de Calais, de Georg Kaiser, Os destruidores de mquinas, de Ernst Toller, R.U.R., do tcheco Karel Capek, e O dia do julgamento, do americano Elmer Rice, exibem tambm preocupao social, mostrando o homem em luta contra a mecanizao desumanizadora da sociedade industrial, estudam os conflitos de gerao e condenam o militarismo.

FUTURISMO

Forte durante os anos 20. Na Itlia glorifica a violncia, a energia e a industrializao. Na URSS prope a destruio de todos os valores antigos e a utilizao do teatro como um meio de agitao e propaganda.Autores futuristas - Os italianos, liderados por Filippo Tommaso Marinetti (O monoplano do papa), evoluem para o fascismo, enquanto os russos, tendo frente Vladimir Maiakovski (O percevejo, Mistrio bufo), usam o teatro para difundir o comunismo.

Teatro estilizado - Uma corrente busca colocar o irreal no palco, abandonando o apego excessivo psicologia e ao realismo. Meyerhod o encenador que leva mais longe essas propostas, lanando os fundamentos do que chama de "teatro estilizado".Vsevolod Emilievich Meyerhold (1874-1940) nasce na Rssia, trabalha inicialmente como ator e comea como diretor teatral em 1905, indicado por Stanislavski. Dirige os teatros da Revoluo e Meyerhold, encenando vrias peas de Maiakovski. Utiliza o cinema como recurso teatral, em algumas de suas montagens o espectador pode ir ao palco, os atores circulam na platia. Para Meyerhold o ator deve utilizar seu fsico na interpretao, no ficando escravo do texto. Preso pela polcia stalinista aps uma conferncia teatral, em 1939, morre num campo de trabalhos forados, provavelmente executado.

TEATRO DA CRUELDADE

Na Frana, nos anos 20, dadastas e surrealistas contestam os valores estabelecidos. Apontam como seu precursor Alfred Jarry, que, no fim do sculo XIX, criou as farsas ligadas ao personagem absurdo do Pai Ubu. Antonin Artaud o principal terico desse movimento.Antonin Artaud (1896-1948) nasce em Marselha, Frana. Ator, poeta e diretor teatral, Artaud formula o conceito de "teatro da crueldade" como aquele que procura liberar as foras inconscientes da platia. Seu livro terico, O teatro e seu duplo, exerce enorme influncia at os dias atuais. Passa os ltimos dez anos de sua vida internado em diversos hospitais psiquitricos e morre em Paris.

TEATRO PICO

Tomando como ponto de partida o trabalho de Piscator, que lutava por um teatro educativo e de propaganda, o alemo Bertolt Brecht prope um teatro politizado, com o objetivo de modificar a sociedade.

Autores picos - Os principais seguidores de Brecht so os suos Friedrich Drrenmatt (A visita da velha senhora) e Max Frisch (Andorra), e os alemes Peter Weiss (Marat/Sade) e Rolf Hochhuth (O vigrio). Na Itlia, Luigi Pirandello (Seis personagens procura de um autor) antecipa a angstia existencial de Jean-Paul Sartre (Entre quatro paredes) e Albert Camus (Calgula).

Bertolt Brecht (1898-1956), dramaturgo e poeta alemo. Serve na 1a Guerra Mundial como enfermeiro, interrompendo para isso seus estudos de medicina. Comea a carreira teatral em Munique, mudando em seguida para Berlim. Durante a 2a Guerra exila-se na Europa e nos EUA. Acusado de atividade antiamericana durante o macarthismo, volta Alemanha e funda, em Berlim Oriental, o teatro Berliner Ensemble. Em O crculo de giz caucasiano, Galileu Galilei ou Os fuzis da senhora Carrar, substitui o realismo psicolgico por textos didticos, comprometidos com uma ideologia de esquerda. Afirmando que, em vez de hipnotizar o espectador, o teatro deve despert-lo para uma reflexo crtica, utiliza processos de "distanciamento", que rompem a iluso, lembrando ao pblico que aquilo apenas teatro e no a vida real.

TEATRO AMERICANO

Na dcada de 20 adquire pela primeira vez caractersticas prprias, marcado pela reflexo social e psicolgica, e comea a ser reconhecido em todo o mundo. Seu criador Eugene O'Neill, influenciado por Pirandello.

Autores americanos - Alm de Eugene O'Neill, destacam-se Tennessee Williams, Clifford Oddets (A vida impressa em dlar), que retrata a Depresso, Thornton Wilder (Nossa cidade) e Arthur Miller com textos de crtica social; e Edward Albee que, em Quem tem medo de Virginia Woolf?, fala do relacionamento ntimo entre os indivduos.

Eugene ONeill (1888-1953), filho de um ator, nasce em Nova York e passa a infncia viajando. Durante a juventude percorre os pases do Atlntico durante cinco anos, a maior parte do tempo como marinheiro, experincia que utilizada na construo de seus personagens marginais. Em Estranho interldio, O luto cai bem a Electra ou Longa jornada noite adentro, confunde os planos da fico e da realidade e mergulha nos mecanismos psicolgicos de seus personagens. Extremamente pessimista, mostra o homem preso de um destino sem sentido - o que tambm o situa como um precursor do existencialismo.

TEATRO DO ABSURDO

A destruio de valores e crenas, aps a 2a Guerra Mundial, produz um teatro anti-realista, ilgico, que encara a linguagem como obstculo entre os homens, condenados solido.

Autores do teatro do absurdo - Destacam-se o irlands Samuel Beckett; o romeno naturalizado francs, Eugne Ionesco; o ingls, Harold Pinter. O francs Jean Genet (O balco) escolhe assuntos "malditos", como o homossexualismo. Tango, do polons Slawomir Mrzek, e Cemitrio de automveis e O arquiteto e o imperador da Assria, do espanhol Fernando Arrabal, tambm marcam o perodo.

Samuel Beckett (1906-1989), dramaturgo, poeta e romancista irlands. Depois de formado em Dublin, mora em Paris por dois anos. Seu teatro, recheado de paradoxos e humor negro, rejeita a busca de explicao da existncia atravs do racionalismo. Em Esperando Godot, sua primeira pea, dois vagabundos conversam esperando um misterioso Godot que nunca aparece, numa parbola da condio humana.

TENDNCIAS ATUAIS

Em anos recentes alguns dramaturgos ainda se destacam, mas o eixo criador desloca-se para os grupos teatrais. As experincias dos grupos fundados nas dcadas de 70 a 90 tm em comum a eliminao da diviso tradicional entre o palco e a platia; alm da substituio do texto de um autor nico por uma criao coletiva e da participao do espectador na elaborao do espetculo. A figura do diretor torna-se mais decisiva do que a do autor. O polons Jerzy Grotowski um dos maiores nomes do teatro experimental.

Jerzy Grotowski (1933- ) nasce em Rzeszw, Polnia. Seu trabalho como diretor, professor e torico de teatro tem grande impacto no teatro experimental a partir da dcada de 60. De 1965 a 1984 dirige o teatro-laboratrio de Wrclaw, onde prope a criao de um "teatro pobre", sem acessrios, baseado apenas na relao ator/espectador. Em 1982 passa a morar nos EUA e atualmente vive e trabalha no Centro de Pesquisa e Experimentao Teatral de Pontedera, na Itlia.

Grupos teatrais - Destacam-se o Living Theatre, de Julian Beck e Judith Malina; o Open Theatre, de Joseph Chaikin; o Teatro Campesino, de Lus Miguel Valdez; o Bred and Puppet, de Peter Schumann; o Odin Teatret, de Eugenio Barba; o Centro Internacional de Pesquisa Teatral, de Peter Brook; o Thtre du Soleil, de Ariane Mnouchkine; o Grand Magic Circus, de Jrme Savary; o Squat, de Budapeste; o Mabou Mines e o Performance Group, dos EUA; e as companhias dos americanos Bob Wilson, Richard Foreman, Richard Schechner e Meredith Monk; dos italianos Carmelo Bene, Giuliano Vassilic e Mem Perlini; do falecido polons Tadeusz Kantor e a do britnico Stuart Sherman.

Bob Wilson (1941- ), diretor americano nascido em Waco, Texas. Muda-se para Nova York aos 20 anos. Seus problemas de fala na infncia contribuem para que se aprofunde na liguagem visual. Seu teatro busca a arte total com recursos de luz, gestos, cenrios. As montagens so, muitas vezes, extremamente longas como A vida e a poca de Josef Stalin, que tinha 12h de durao.

Peter Brook (1925- ) nasce em Londres e estuda em Westminster, Greshams e Oxford. Como diretor teatral, nos anos 60, inova em montagens de Shakespeare como Rei Lear, e em Marat/Sade. Em 1970 transfere-se para Paris fundando o Centro Internacional de Pesquisa Teatral. Centra seu trabalho na valorizao do ator. Trabalha com grupos de diversas nacionalidades para que as diferenas culturais e fsicas enriqueam o resultado final. Uma de suas montagens mais conhecidas, Mahabharata, adaptada de um clssico indiano. Mais tarde a transforma em filme.

Autores atuais - Os autores mais representativos do final do sculo XX so os alemes Peter Handke (Viagem pelo lago Constana), Rainer Werner Fassbinder (Lola), tambm diretor de cinema, Heiner Mller (Hamlet-Machine) e Botho Strauss (Grande e pequeno); o americano Sam Sheppard (Loucos de amor), o italiano Dario F (Morte acidental de um anarquista), ou o chileno Ariel Dorfman (A morte e a donzela).

Teatralismo - Na dcada de 90, musicais como Les misrables, dirigido por Trevor Nunn e John Caird ou Miss Saigon, dirigido por Nicholas Hytner, ilustram a tendncia ao chamado "teatralismo", a volta explorao dos recursos especficos da linguagem de palco - encenaes elaboradas, estilizadas, ricas em efeitos especiais e iluses teatrais. Isso acarreta o declnio acelerado das montagens ditas "minimalistas", como algumas de Bob Wilson, que usavam cenrios austeros, guarda-roupa simplificado, o mnimo de adereos de cena, gestos reduzidos.

Na Viragem do sculo XIX para o XX

Realismo - Na segunda metade do sculo XIX, o melodrama burgus rompe com o idealismo romntico e d preferncia a histrias contemporneas, com problemas reais de personagens comuns. A partir de 1870, por influncia do naturalismo, que v o homem como fruto das presses biolgicas e sociais, os dramaturgos mostram personagens condicionados pela hereditariedade e pelo meio.

Anton Tchekhov (1860-1904) - Filho de um comerciante, parte em 1879 para Moscovo com uma bolsa de estudos para Medicina. Paralelamente, escreve muito. Os seus contos mostram o quotidiano do povo russo e esto entre as obras-primas do gnero. Entre as suas peas destacam-se A gaivota e O jardim das cerejeiras. um inovador do dilogo dramtico e retrata o declnio da burguesia russa.

Espao cnico realista - Busca-se uma nova concepo arquitectnica para os teatros, que permita boas condies visuais e acsticas para todo o pblico. O director e o encenador adquirem nova dimenso. Andr Antoine busca uma encenao prxima da vida, do natural, usando cenrios de um realismo extremo. Na Rssia, o encenador Konstantin Stanislavski cria um novo mtodo de interpretao.

Konstantin Stanislavski (1863-193 - Pseudnimo de Konstantin Sergueievitch Alekseiev. Nasceu em Moscovo. Criado no meio artstico, cursa durante um tempo a escola teatral. Passa a dirigir espectculos e, com Nemorovitch-Dantchenko, cria o Teatro de Arte de Moscovo, pioneiro na montagem de Tchekhov. Cria um mtodo de interpretao em que o actor deve viver o personagem, incorporando de forma consciente a sua psicologia. O seu livro A preparao do actor divulgado em todo o mundo e o seu mtodo usado em escolas como o Actors Studio, fundado nos EUA.

No Sculo XX

Expressionismo - Surge na Alemanha, entre a I e a II Guerras Mundiais. Advoga a exploso descontrolada da subjectividade e explora estados psicolgicos mrbidos, sugerindo-os atravs de cenrios distorcidos.

Peas de autores expressionistas - A caixa de Pandora, de Frank Wedekind, Os burgueses de Calais, de Georg Kaiser, Os destruidores de mquinas, de Ernst Toller, RUR, do checo Karel Capek, e O dia do julgamento, do americano Elmer Rice, exibem tambm preocupao social, mostrando o homem em luta contra a mecanizao desumanizadora da sociedade industrial, estudam os conflitos de gerao e condenam o militarismo.

Futurismo - Forte durante os anos 20. Na Itlia glorifica a violncia, a energia e a industrializao. Na antiga URSS prope a destruio de todos os valores antigos e a utilizao do teatro como um meio de agitao e propaganda.

Autores futuristas - Os italianos, liderados por Filippo Tommaso Marinetti (O monoplano do papa), evoluem para o fascismo, enquanto os russos, tendo frente Vladimir Maiakovski (O percevejo e Mistrio bufo), usam o teatro para difundir o comunismo.

Construtivismo - Movimento artstico originrio da Rssia pr-revo-lucionria, iniciado pelo escultor e arquitecto Vladimir Tatlin, e cujos objectivos foram enunciados em 1920 por dois escultores, os irmos Naum Gabo e Antnio Pevsner, no Manifesto Realista. Nascido de escultores e para a escultura, o Construtivismo iria afectar profundamente todas as artes plsticas, ao procurar esbater as barreiras que separam a pintura da escultura, e levando ambas para os domnios da arquitectura. Intimamente relacionado com a pintura cubista, e com a arquitectura funcionalista, o Construtivismo adoptou fervorosamente os materiais que a cincia e a tecnologia iam colocando disposio dos artistas.

Teatro estilizado - Uma corrente que busca colocar o irreal no palco, abandonando o apego excessivo psicologia e ao realismo. Meyerhold o encenador que leva mais longe essas propostas, lanando os fundamentos do que chama de teatro estilizado.

Vsevolod Emilievich Meyerhold (1874-1940) - Nascido na Rssia, trabalha inicialmente como actor e comea como director teatral em 1905, indicado por Stanislavski. Dirige os teatros da Revoluo e Meyerhold, encenando vrias peas de Maiakovski. Utiliza o cinema como recurso teatral. Em algumas de suas montagens, o espectador pode ir ao palco, os actores circulam na plateia. Para Meyerhold, o actor deve utilizar o seu fsico na interpretao, no ficando escravo do texto. Preso pela polcia estalinista aps uma conferncia teatral, em 1939, morre num campo de trabalhos forados, provavelmente executado.

Surrealismo - Na Frana dos anos 20 e 30, os surrealistas contestam os valores estabelecidos. Apontam como seu precursor Alfred Jarry que, no fim do sculo XIX, criou as farsas ligadas ao personagem absurdo do Rei Ubu. Antonin Artaud o principal terico desse movimento.

Antonin Artaud (1896-194 - Actor, poeta e director teatral nascido em Marselha, Frana, Artaud formula o conceito de teatro da crueldade como aquele que procura libertar as foras inconscientes da plateia. O seu livro O teatro e seu duplo exerceu enorme influncia at aos dias actuais. Passou os ltimos dez anos da sua vida internado em diversos hospitais psiquitricos e morreu em Paris.

Teatro pico - Tomando como ponto de partida o trabalho de Piscator, que lutava por um teatro educativo e de propaganda, o alemo Bertolt Brecht prope um teatro politizado, com o objectivo de modificar a sociedade.

Autores picos - Os principais seguidores de Brecht so os suos Friedrich Drrenmatt A visita da velha senhora e Max Frisch Andorra, e os alemes Peter Weiss (ex.:Marat/Sade) e Rolf Hochhuth (ex.:O vigrio).

Na Itlia, Luigi Pirandello (Seis personagens procura de um autor) antecipa a angstia existencial de Jean-Paul Sartre (Entre quatro paredes) e Albert Camus (Calgula).

Bertolt Brecht (1898-1956) - Dramaturgo e poeta alemo. Serve na I Guerra Mundial como enfermeiro, interrompendo para isso os seus estudos de medicina. Comea a carreira teatral em Munique, mudando em seguida para Berlim. Durante a II Guerra exila-se na Europa e nos EUA. Acusado de actividade antiamericana durante o macarthismo, volta Alemanha e funda, em Berlim Oriental, o teatro Berliner Ensemble. Em O crculo de giz caucasiano, Galileu Galilei ou As espingardas da senhora Carrar, substitui o realismo psicolgico por textos didcticos, comprometidos com uma ideologia de esquerda. Afirmando que, em vez de hipnotizar o espectador, o teatro deve despert-lo para uma reflexo crtica, utiliza processos de distanciamento, que rompem a iluso, lembrando ao pblico que aquilo apenas teatro e no a vida real.

Teatro Americano - Na dcada de 20 adquire pela primeira vez caractersticas prprias, marcado pela reflexo social e psicolgica, e comea a ser reconhecido em todo o mundo. O seu criador Eugene O'Neill, influenciado por Pirandello.

Autores americanos - Alm de Eugene O'Neill, destacam-se Tennessee Williams, Clifford Oddets (A vida impressa em dlar ) , que retrata a Depresso, Thornton Wilder ( Nossa cidade) e Arthur Miller com textos de crtica social; e Edward Albee que, em Quem tem medo de Virginia Woolf?, fala do relacionamento ntimo entre os indivduos.

Teatro do Absurdo - A destruio de valores e crenas, aps a II Guerra Mundial, produz um teatro anti-realista, que encara a linguagem como obstculo entre os homens, condenados solido.

Autores do teatro do absurdo - Destacam-se o irlands Samuel Beckett; o romeno naturalizado francs, Eugne Ionesco; o ingls, Harold Pinter. O francs Jean Genet (O balco) escolhe assuntos "malditos", como a homossexualidade. Tango, do polaco Slawomir Mrzek, e Cemitrio de automveis e O arquitecto e o imperador da Assria, do espanhol Fernando Arrabal, tambm marcam o perodo.

Tendncias Actuais

Em anos mais recentes, alguns dramaturgos ainda se destacam, mas o eixo criador desloca-se para os grupos teatrais. As experincias dos grupos fundados nas dcadas de 70 a 90 tm em comum a eliminao da diviso tradicional entre o palco e a plateia; alm da substituio do texto de um autor nico por uma criao colectiva e da participao do espectador na elaborao do espectculo. A figura do director torna-se mais decisiva do que a do autor. O polaco Jerzy Grotowski um dos maiores nomes do teatro experimental.

Jerzy Grotowski (1933-1999) - Nasceu em Rzeszw, Polnia. O seu trabalho como director, professor e torico de teatro tem grande impacto no teatro experimental a partir da dcada de 60. De 1965 a 1984 dirige o teatro-laboratrio de Wrclaw, onde prope a criao de um teatro pobre, sem acessrios, baseado apenas na relao actor/espectador. Em 1982 passa a morar nos EUA e depois em Itlia, onde vive e trabalha no Centro de Pesquisa e Experimentao Teatral de Pontedera. Morre em 1999.

Grupos teatrais - Destacam-se o Living Theatre, de Julian Beck e Judith Malina; o Open Theatre, de Joseph Chaikin; o Teatro Campesino, de Lus Miguel Valdez; o Bread and Puppet, de Peter Schumann; o Odin Teatret, de Eugenio Barba; o Centro Internacional de Pesquisa Teatral, de Peter Brook; o Thtre du Soleil, de Ariane Mnouchkine; o Grand Magic Circus, de Jrme Savary; o Squat, de Budapeste; o Mabou Mines e o Performance Group, dos EUA; e as companhias dos americanos Bob Wilson, Richard Foreman, Richard Schechner e Meredith Monk; dos italianos Carmelo Bene, Giuliano Vassilic e Mem Perlini; do falecido polaco Tadeusz Kantor e a do britnico Stuart Sherman.

Peter Brook (1925- ) - Nasce em Londres e estuda em Westminster, Greshams e Oxford. Como diretor teatral, nos anos 60, inova em montagens de Shakespeare como Rei Lear e em Marat/Sade. Em 1970 transfere-se para Paris fundando o Centro Internacional de Pesquisa Teatral. Centra o seu trabalho na valorizao do actor. Trabalha com pessoas de diversas nacionalidades para que as diferenas culturais e fsicas enriqueam o resultado final. Uma de suas montagens mais conhecidas, Mahabharata, adaptada de um clssico indiano.

Autores actuais - Os autores mais representativos do final do sculo XX so os alemes Peter Handke (Viagem pelo lago Constana), Rainer Werner Fassbinder (Lola), tambm director de cinema, Heiner Mller (Hamlet-Machine) e Botho Strauss (Grande e Pequeno); o americano Sam Sheppard (Loucos de Amor), o italiano Dario Fo (Morte acidental de um anarquista) ou o chileno Ariel Dorfman (A morte e a donzela).

Teatralismo - Na dcada de 90, musicais como Les misrables, dirigido por Trevor Nunn e John Caird ou Miss Saigon, dirigido por Nicholas Hytner, ilustram a tendncia para o chamado teatralismo, que privilegia a explorao dos recursos especficos da linguagem de palco - encenaes elaboradas, estilizadas, ricas em efeitos especiais e iluses teatrais.

RAGTIME

O jazz no surgiu s em New Orleans, outras cidades tambm viram o seu nascimento, como Memphis, Kansas City, St. Louis, Dallas e de uma forma especial, Sedalia, no estado de Missouri. Sedalia foi a capital do ragtime, o primeiro estilo do jazz. Para l foi Scott Joplin, pianista e compositor, considerado o maior nome do ragtime, cuja msica no contava com a improvisao, mas possua um swing caracterstico. O jazz no surgiu s em New Orleans, outras cidades tambm participaram de seu nascimento, como Memphis, Kansas City, St. Louis, Dallas e de uma forma especial, Sedalia, no estado de Missouri. Sedalia foi a capital do ragtime, o primeiro estilo do jazz. Para l foi Scott Joplin, pianista e compositor, considerado o maior nome do ragtime, cuja msica no contava com a improvisao, mas possua um swing caracterstico.

O ragtime possui as caractersticas da msica para piano do sculo passado, utilizando a forma de trio, tpica do minueto. Na tcnica pianstica do rag se encontravam elementos da msica de Chopin e Liszt, assim como de marcha e polca, tudo isso dentro do conceito rtmico do negro, da o nome ragtime, ragged time, tempo destrudo. Era uma msica do povo, do operrio, dos que construam estradas de ferro, de quem freqentava os botecos noite, para ouvi-la num piano ao vivo ou numa pianola.

Na msica de Joplin e do rag em geral, esto ligados a tradio musical europia e o sentido rtmico do negro, em outras palavras, pode-se dizer que o rag msica de branco tocada por negro. Alm de Joplin, o ragtime teve outros pianistas importantes, como Tom Turpim em St. Louis, James Scott em Kansas City, Eubie Blake e principalmente Jelly Roll Morton, que se libertou das normas de composio e execuo do ragtime, adaptando-o ao estilo de New Orleans.

No incio do sculo, New Orleans era um caldeiro de raas, povos e credos. E todos eles amavam e praticavam as suas prprias tradies musicais. L tudo se ouvia, nas salas e nas ruas: pera francesa, folk songs, as danas espanholas, marchas prussianas, canes napolitanas, melodias cubanas, ritmos africanos, blues, spirituals, shouts, ragtime e tudo o mais que fosse musical. New Orleans foi a capital do jazz e sua importncia se estendeu at os anos trinta e at essa poca, de l vinham mais da metade dos grandes msicos de jazz. As razes foram: pelo cultivo da tradio franco - espanhola; pela existncia de duas diferentes populaes negras, a americana e a creole, que gerava uma srie de tenses humanas que excitavam a criatividade popular; presena de uma rica atividade musical europia, popular e erudita, e por ltimo, Storyville, o bairro bomio da cidade, onde todos esses elementos se cruzavam, nos honk tonks, onde todas as classes se entrecruzavam, sem distines de classes ou preconceitos.

A influncia franco - crioula na vida da cidade era marcante e sem ela a atividade jazzstica no teria o seu brilho. Os creoles falavam um francs bastardo para se diferenciarem dos negros americanos e constituram o contingente mais importante da msica de New Orleans: Sidney Bechet, Barney Bigard, Kid Ory e tambm Jelly Roll, cujo nome era Ferdinand Joseph la Menthe.

O estilo de New Orleans se caracteriza por trs linhas meldicas que se contraponteiam, executadas por um piston, um trombone e uma clarineta. O instrumento lder o piston, o trombone orienta o seu contraponto e a clarineta ornamenta o toque de ambos com uma gil conduo meldica. Esses trs instrumentos meldicos so apoiados pela base rtmica, formada pelo contrabaixo ou tuba, bateria, piano e banjo ou guitarra. A msica de New Orleans era conhecida como hot, pelas suas caractersticas de sonoridade, articulao, vibrato, entoao e principalmente por uma viva execuo individual.DIXIELAND

Em New Orleans, a prtica do jazz no era privilgio dos negros. O jazz "branco" apesar de menos expressivo que o dos negros, tecnicamente era mais bem acabado. As melodias eram menos rebuscadas, as harmonias mais limpas e a sonoridade menos original. Ouvia-se menos aquele sons estridentes, o vibrato constante ou glissandi. Quando esses elementos apareciam na execuo, eram usados como artifcio interpretativo. Em New Orleans, a prtica do jazz no era privilgio dos negros. O jazz "branco" apesar de menos expressivo que o dos negros, tecnicamente era mais bem acabado. As melodias eram menos rebuscadas, as harmonias mais limpas e a sonoridade menos original. Ouvia-se menos aqueles sons estridentes, o vibrato constante ou glissandi. Quando esses elementos apareciam na execuo, eram usados como artifcio interpretativo.

Papa Jack Laine foi o primeiro branco a obter sucesso com suas orquestras e foram elas que conferiram ao jazz, no incio, maior notoriedade. A Original Dixieland Jazz Band(ODJB) e a New Orleans Rhythm Kings, com pouco solo e muita improvisao coletiva, tornaram famosas uma srie de msicas, como Tiger Rag(1917) e At the Jazz Band Ball(1919).

Em 1917, a ODJB grava o primeiro disco de jazz e alcana enorme sucesso em New York e acaba difundindo a palavra jazz como a expresso de uma forma musical, que se iniciou no sul dos Estados Unidos.CHICAGO 1920

Se Nova Orleans engendrou o jazz, Chicago foi sua incubadora. Para l migraram, provenientes de sua nativa Nova Orleans, os grandes msicos de jazz, depositrios de uma arte incipiente, que encontraria na Windy City o terreno cultural ideal para o seu desenvolvimento. Chicago reuniu ao ser redor todo o saber jazzstico de ento e foi durante anos a cidade do jazz por excelncia. Continua S muito tempo depois, quando o jazz j havia alcanado sua maturidade artstica e estava s portas da estagnao nos anos 40, passou o comando para Nova York.

Com a chegada do swing, Chicago sucumbiu a uma tendncia generalizada que favoreceria as big bands itinerantes em detrimento dos conjuntos locais que havia prevalecido nos anos trinta. E embora seja verdade que as grandes orquestras como a de Count Basie, Benny Goodman, Roy Eldridge, Bob Crosby conseguiram os primeiros sucessos em Chicago e que os dixielanders mantiveram ali acesa a chama do jazz tradicional, tambm certo que Chicago tinha esgotado, desde 1930, seu papel histrico na evoluo do jazz.

Chicago no se limitou a hospedar os jazzmen de Nova Orleans, mas tambm criou os seus: Bix Beiderbecke, com seus Wolverines, inspirados na Original Dixieland Jazz Band, os instrumentistas da Austin High School Gang, nascidos artisticamente do New Orleans Rhythm Kings e que mais tarde formariam o estilo Chicago, a nica interpretao vlida, por parte dos msicos brancos do norte, do jazz de Nova Orleans. O impacto do primeiro jazz de Chicago no foi muito rpido nem violento, como se poderia pensar. O ragtime j se havia infiltrado havia algum tempo atravs dos espetculos de vaudeville e dos pianos dos entertainers (Tony Jackson e Jelly Roll Morton j tinham atuado ali em 1910). E, antes ainda, o blues, arranjado e comercializado, havia sido introduzido por conjuntos itinerantes chegados do sul.

Em 1913 surgiu em Chicago a primeira verdadeira orquestra de ragtime jazz a Original Creole Band de New Orleans, um sexteto organizado pelo contrabaixista Bill Johnson, dirigido pelo cornetista Freddie Keppard. Houve muitos grupos pr-jazzsticos que se estabeleceram em Chicago por volta de 1915 sendo que em 1916/17 foram numerosos os grupos brancos que passaram por aquela cidade, dentre cujos elementos foram La Rocca, Eddie Edwards, Alcide Nunez e Henry Ragas que, em maio de 1916, com o baterista Tony Sbarbaro formaram a famosa Original Dixieland Jazz Band, que obteve um enorme sucesso. Nos anos seguintes no cessou a afluncia de msicos de New OrIeans a Chicago. Em 1921/22, atuaram em Chicago conjuntos de grande importncia histrico-artstica: Joe Oliver, June Cobb, Roy Palmer, Clarence Jones e Bix Beiderbecke.

E foi em Chicago que ocorreram as primeiras gravaes inovadoras do jazz, que foram os famosos discos do Hot Five e do Hot Seven de Louis Armstrong durante o perodo de 1927-29. Johnny Dodds tocava naquela poca e Bix Beiderbecke estava na orquestra de Charlie Stainght. Tambm Joe Oliver, Jimmy Noone, Earl Hines, Cab Calloway, Erskine Tate e em 1930, Duke Ellington; Fletcher Henderson, em 1936; Count Basie, em 1937; de 1935 a 37, Benny Goodman com sua primeira big band, depois substitudo pela de Jimmy Dorsey, Bob Crosby e Red Norvo.

Organizaram-se naqueles tempos importantes acontecimentos de jazz no Chicago Rhythm Club, em colaborao com a revista especializada 'Down Beat', dos quais participaram grandes nomes. Este fervor de atividades e iniciativas durou at o comeo da guerra. A partir de 1943 a qualidade do jazz oferecido pelas inmeras e famosas casas sofreu uma deteriorao progressiva. Mas j havia tempo que Chicago tinha encerrado seu ciclo histrico. O jazz estava em plena crise de transformao e se dizia que em Nova York havia msicos de vanguarda buscando novas frmulas. E estas frmulas foram encontradas pouco depois, as quais foram aplicadas no laboratrio do Minton's.1920: melindrosas danam ao som de CharlestonA submisso s influncias das Belas Artes europias questionada na Semana de Arte Moderna de 22, celebrando o Tropicalismo, movimento de resgate s razes locais. O Manifesto Antropofgico sugere que a cultura brasileira crie um carter prprio, aps digerir as influncias externas. Efervescente de movimentos culturais, to cosmopolita quanto Paris, Londres e Nova York, So Paulo uma grande festa, reunindo intelectuais, artistas e a elite social.

A dcada de 20 marca o incio do processo de emancipao feminina que culminar mais adiante, nos anos 70. As mulheres paulistas esto cada vez mais ousadas. Sem as restries dos espartilhos, comeam a desfrutar os "bons tempos da liberdade". Modernas como Tarsila do Amaral, Anita Malfati e a jovem Pagu escandalizam a sociedade paulistana com seus hbitos avanados para a poca. Tarsila choca a Paulicia Desvairada vestindo modelos extravagantes feitos em Paris pelo mestre Poiret, tal qual o manteaux La Perse, com tecido desenvolvido pelo artista belga, Raoul Dufy. Para o horror de muitos, as saias sobem ao extremo, indo parar na altura dos joelhos. Decotes deixam o colo mostra. Continuam lanando moda as melindrosas ou pimpinelas, como ficam conhecidas na Paulicia as meninas atrevidas que danam ao som do Charleston, com seus vestidos soltos, de cintura baixa, geralmente enfeitados por um larga fita e com franjas na bainha. As mais ousadas ostentam uma longa piteira. Suas boquinhas so pintadas em formato de corao.

O par da melindrosa o almofadinha boneco engomado e animado que usa calas afuniladas at acima dos tornozelos, onde terminam no estilo do knickerbockers ingleses. Casaco curto, acertadinho ao corpo, estreito nos punhos e nas mangas. Artistas plsticos sados do Liceu de Artes e Ofcios de So Paulo atravessam o Atlntico para estudar as ltimas tendncias em Paris, como bolsistas do governo paulista. Subitamente, o ideal ertico passar a ser o andrgino: as moas procuram ter a aparncia de rapazes. Entra em cena um novo corte de cabelo: a la garonne. Louise Brookes, vestida com criaes de Jean Patou, cabelos curtos e cabea moldada por um chapu cloche, a cara da poca.

Novos nomes emergentes no cenrio da moda redefinem o conceito de elegncia feminina: Madame Vionnet, Madame Paquin, Madam Grs, Coco Chanel e Elsa Schiaparelli. Mais do que mestras costureiras, especialistas nas tcnicas de modelagem, essas mulheres so criadoras que fazem parte do movimento artstico de sua poca. Em 1929, o sonho do capitalismo vira um pesadelo. A sbita queda das bolsas de New York gera uma depresso mundial. A exportao de caf, principal produto da economia de So Paulo, cai pela metade. A vida no campo abandonada pela cidade.

Anos 20 do o tom da loucura na moda atual

28.09.2006

Anos 60, anos 80... Quando falamos das dcadas que a moda de uma certa estao revisa, a cabea de quem no est acostumado fica confusa. Mas como, se o desfile das 10h pareceu to sessentinha e o das 14h est to oitentista?. A verdade que elementos de outras dcadas so combinados e destacados eles no aparecem iguaizinhos, mas revisitados e em maior ou menor intensidade. Tudo isso para dizer que a dcada do individualismo est pairando aqui e acol na moda de agora. As antenas do Chic j tratam de avisar: tem cheiro de anos 20 no ar.

A cintura cai

Pense em Paul Poiret e Jeanne Lanvin. O primeiro, quando livrou as mulheres do espartilho, fez questo de quebrar bruscamente a silhueta com cintura marcada. Isso quis dizer cintura deslocada para baixo, no meio do quadril, ou at mesmo vestido reto total.

As melindrosas

Ousadssimas, as melindrosas so uma das primeiras tribos urbanas jovens a ter um cdigo visual especfico. E aquele vestido preto com franjas, esteretipo da melindrosa, no era a nica pea no armrio delas. As garotas usavam vestidos um pouco acima dos joelhos o que j era um escndalo na poca com a saia comeando no meio do quadril e geralmente com pregas, um pouco evas. Chapus ou enfeites na cabea e colares tambm faziam parte do look.

As melindrosas questionaram diversas regras sociais. Antes delas, a maquiagem s era considerada normal no rosto de atrizes e prostitutas. Sabia que elas tinham at grias prprias? Big cheese (queijo) era pessoa VIP e I have to go see a man about a dog (eu preciso ver um cara sobre um co) significava comprar usque (era a poca da Lei Seca).

Os cones

Tudo bem que Mary Pickford era uma atriz famosrrima, mas quem realmente influenciava a moda era a incrvel Louise Brooks. As melindrosas todas pareciam se espelhar nela: cabelos negros e curtos, um gosto pelo escndalo e pelo brilho, e uma postura sensual avanada para a poca. At hoje, ao assistir as fotos e filmes de Louise Brooks, a gente suspira de to fashion que ela era. No deslumbre: experimente A caixa de Pandora (1929).

Outros cones foram Clara Bow e Greta Garbo, que viraria um mito do cinema com ajuda de um dos maiores figurinistas que j existiram, Adrian.

Entrando no clima

Veja: as imagens do ensaio da Vogue Itlia de setembro de 2006, inspiradas no vaudeville, e do ensaio Face Time, da revista W de outubro de 2006 - algumas fotos so Louise Brooks total

Oua: Josephine Baker.

Leia: Big Loira e outras histrias de Nova York, de Dorothy Parker, da Companhia das Letras, e matria sobre Louise Brooks na mesma W

Assista: Metrpolis, de Fritz Lang. Preste ateno na cena do bosque quando os protagonistas se encontram pela primeira vez. Os figurinos das mulheres so esplndidos.

E confira na galeria elementos dos anos 20 na moda de hoje.

Rodolfo Valentino Alfonso Raffaello Piero Filiberto Guglielmi, (Castellaneta, 6 de maio de 1895 Nova Iorque, 23 de agosto de 1926) foi um ator italiano radicado nos Estados Unidos da Amrica. Foi o primeiro smbolo sexual do cinema e prottipo do "amante latino" fabricado por Hollywood. em 1913 imigrou da Itlia para os Estados Unidos, tendo trabalhado como jardineiro e lavador de pratos. Em 1918 fez pequenos papis em Hollywood. Sua fotogenia e habilidade como danarino lhe garantiram um lugar no elenco de The Four Horsemen of the Apocalypse (br: "Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse"), em 1921. Imediatamente transformou-se em astro. Em 1921, fez The Sheik ("O sheik"), seu maior sucesso, seguido de outros dramas romnticos, como Blood and Sand ("Sangue e areia") (1922) e The Eagle ("A guia") (1925). Em 1926 fez The Son of the Sheik ("O filho do sheik"), que seria seu ltimo filme. Morreu em conseqncia de uma lcera perfurada, com 31 anos de idade.Diz a lenda que vrias mulheres suicidaram, desesperadas pela sua morte prematura. Valentino, conhecido mundialmente pelos seus filmes mudos, tornou-se uma lenda devido sua morte prematura, e foi venerado como o primeiro smbolo sexual da histria do cinema. Aos 17 anos, emigrou para Nova York, onde trabalhou como jardineiro, bailarino e figurante. Nos seus filmes, que deixavam entrever um certo magnetismo ertico, interpretou sempre o amante romntico, com um olhar penetrante que o transformou em dolo do pblico feminino. Os seus filmes foram pouco apreciados pela crtica, o mesmo sucedendo com as interpretaes. Dentre os seus trabalhos, salientam-se: "Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse" (1921), "O Sheik" (1921), "Sangue e Areia" (1922), "A guia" (1925) e "O Filho do Sheik" (1926), sendo os dois ltimos filmes produzidos por ele mesmo. A sua morte provocou o suicdio de numerosas admiradores, e o seu funeral foi seguido por mais de 100 mil pessoas.

Douglas Fairbanks (Denver,23 de maio de 1883 Santa Mnica, 12 de dezembro de 1939) foi um ator de cinema norte-americano.

Estreou em 1914, dirigido por D. W. Griffith, criando um personagem valente e sedutor. Foi um dos fundadores da United Artists, juntamente com Mary Pickford e Charles Chaplin. Destacou-se em Prias da vida (1916), A Marca do Zorro (1920), Robin Hood (1922), O ladro de Bagd (1924), O pirata negro (1926), O homem da mscara de ferro (1929).Pai do ator Douglas Fairbanks Jr.

Gloria Swanson

Seu verdadeiro nome era Gloria Josephine Mae Swenson. Iniciou a carreira como figurante e, nos anos de 1920, j era uma estrela do cinema mudo (Macho e Fmea, 1919; Zaza, 1923; Sadie Thompson, 1928). Personificou mulheres extravagantes e seguras, que agiam segundo os seus sentimentos e a sua lgica, mas a interpretao, sempre fria, apoiava-se na fora expressiva de seu rosto. Como figura de primeiro plano em Hollywood, conseguiu manter a popularidade com o advento do cinema sonoro, com filmes como The Trespasser (1929) ou What a Widow! (1930). Em 1950, ensaiou a sua reapario em O Crepsculo dos Deuses, realizado por Billy Wilder, no qual interpreta uma atriz do cinema mudo incapaz de aceitar que tinha cado no esquecimento. Aps alguns projetos no teatro e no rdio, Swanson interpretou a si mesma no seu ltimo filme, Aeroporto (1975). Em sua vida privada, ficou famosa por seus sete casamentos, que despertaram sempre o interesse dos meios de comunicao.esqueceram de dizer q ela trabalhou no filme como protagonista de esta noite ou nunca!do grande produtor da mgm.ela interpretou uma atriz cujo seu problema era nunca amar.sua fiurinista era a poderoza coco chanel.q ordenou q ela emagrecc,e foi totalmente ao contrario,ela engravidou e ficou patetica no papel de menina virgem.o filme no fez chamarisco!e ganhou um oscar por conta de um nico figurino o vestido preto q ela canta na sua apresenao como cantora de orquestra!

Mary Pickford (Toronto, 8 de abril de 1892 Santa Mnica, 29 de maio de 1979) foi uma atriz canadense radicada nos Estados Unidos. Co-fundadora do estdio United Artists, ela ficou conhecida para o pblico como a "Queridinha dos EUA" ou a "Namoradinha da Amrica". Uma das primeiras canadenses em Hollywood, ao longo dos anos se tornou uma famosa feminista. Foi a segunda atriz a ganhar o Oscar de Melhor Atriz Principal, em 1930, mostrando que continuaria famosa apesar da sonorizao dos filmes. A atriz foi lanada no cinema americano por David Griffith, em 1909 depois de ter feito sucesso no teatro pelas mos do diretor David Belasco. Se tornou em 1918 a atriz mais bem paga do cinema americano. Fez mais de 200 filmes, a maior parte deles ainda no cinema mudo. Foi casada trs vezes. Primeiro com o ator Owen Moore, um alcolatra inveterado de quem se separou em 1918. No mesmo ano se casou com o ator Douglas Fairbanks e com ele formou um dos casais mais famosos do cinema. O casamento durou 18 anos e o casal junto com Charlie Chaplin e Griffith fundou a United Artists. Em 1937 realizou seu terceiro casamento, com o msico e ator Buddy Rogers com quem viveu at morrer em 1979 em uma Clnica de Santa Monica, California. Prmios scar

1976 - Prmio Oscar Honorrio em reconhecimento de suas contribuies indstria e ao desenvolvimento artstico dos filmes.

1930 - Melhor Atriz Principal por CoquetteJosephine Baker

(Cantora e bailarina norte-americana)

3-6-1906, St. Louis, Missouri

12-4-1975, Paris

Com atuaes ousadas, embora consideradas fteis para os padres da poca, em clubes noturnos da Europa, Josephine Baker tornou-se uma figura mtica dos loucos anos 20. Em 1925 e 1926, alcanou xito, respectivamente, no Folies-Bergres parisiense e no teatro Nelson de Berlim, aparecendo em cena apenas com uma pequena saia feita de bananas. Durante a guerra fez parte da Resistncia e, posteriormente, lutou contra a segregao racial.Josephine Baker era filha de Carrie McDonald, e seu pai incerto. Alguns bigrafos afirmam que seu pai seria Eddie Carson, que foi certamente amante de sua me, mas Josephine acreditava que seu pai era um homem branco[1]. Seu pai, segundo a biografia oficial, diz que o ator Eddie Carson era seu pai[1], embora vrias fontes afirmem que este seria um vendedor ambulante de jias. Baker com a famosa saia de bananasEla era efetivamente fruto de grande miscigenao racial: tinha alm da herana negra, tambm a gentica de ndios americanos, sendo descendentes de indgenas dos Apalachee e de escravos da Carolina do Sul. Comeou sua carreira como artista de rua, danando, ainda criana. Ela ingressou nos espetculos de vaudeville de St. Louis Chorus aos quinze anos de idade. Atuou em Nova York, em alguns espetculos da Broadway, em 1921 e 1924. Em 2 de outubro de 1925 estreou em Paris, no Thtre des Champs-lyses, fazendo imediato sucesso com sua dana ertica, aparecendo praticamente nua em cena. Graas ao sucesso da sua temporada europia, rompeu o contrato e voltou para a Frana, tornando-se a estrela da Folies Bergre. Suas apresentaes ficaram memorveis, dentre elas uma onde vestia uma saia feita de bananas

Depresso de 1929

No final da primeira guerra houve uma retrao na economia norte americana, pois a industria de guerra diminura o ritmo de produo. Dessa forma, os soldados que voltavam da guerra no encontravam emprego. Entre 1919 e 21 o pas viveu a Pequena Crise, determinando a derrota dos democratas. A partir de 1922 a Frana e a Inglaterra comearam o processo de recuperao e passaram a saldar suas dvidas com os EUA, porm esse procedimento somente foi colocado em prtica na medida em que os alemes pagavam as reparaes de guerra. A partir de 1924, os EUA passaram a colaborar com a recuperao da economia alem, fazendo investimentos no pas, garantindo assim o pagamento das reparaes da Guerra. Esse perodo, aps o ano de 1921 at a crise de 29, ficou conhecido como Big Business, caracterizado por grandes exportaes dos europeus, desenvolvimento tecnolgico, grande aumento da produo em novas reas como a automobilstica ( Ford) e elevao do nvel de consumo das camadas mdias urbanas. Os edifcios, como o Empire State, tornaram-se os smbolos da prosperidade norte americana. A especulao na dcada de 20 foi um fenmeno que alimentou a crise, pois como as empresas estavam obtendo altos lucros, o valor de suas aes cresceram, mais sociedades annimas foram criadas e desenvolveu-se um amplo mercado de empresas responsveis apenas por gerir e investir dinheiro. O incio da crise ocorreu no campo. Na medida em que as exportaes foram diminuindo, os grandes proprietrios no conseguiram saldar as dvidas realizadas no perodo da euforia. Alm disso foram forados a pagar altas taxas para armazenar seus gros, acumulando dvidas que os levou, em massa, falncia. A crise no campo refletiu-se nas cidades com o desabastecimento pois o poder de compra diminuiu na medida em que a mecanizao da indstria passou a gerar maior ndice de desemprego; e ao mesmo tempo promoveu a quebra de instituies bancrias, que confiscavam as terras e ao mesmo tempo no recebiam os pagamentos dos industriais que passavam a no vender sua produo.

A QUINTA-FEIRA NEGRA

Entre os dias 24 (quinta-feira) e 29 (tera-feira) de outubro daquele ano de 1929, milhes de aes perderam seu valor virando p. A euforia acentuada naqueles anos 20, tinha de tal forma contaminada a vida dos norte-americanos, que todos acreditavam que podiam ficar ricos e nada iria mudar. Especular na Bolsa de Valores ento, era dizer que iria se tornaria rico do dia para a noite. Em Wall Street as aes eram lanadas no mercado ininterruptamente. At 1927, esta subida tinha relao direta com o aumento da produo, mas a partir de 1928, esse aumento j no correspondia com a realidade. Naquela poca, poucos pensaram que as aes estavam tendo um aumento artificial.

Um segundo problema estava na dinmica da Bolsa de Valores de Wall Street. O governo no administrava as operaes da bolsa. Havia total ausncia de normas nessa atividade. Qualquer um podia investir em aes, sem precisar de dinheiro para isso. Bastava, por exemplo comprar os ttulos e adiantar a metade ou 10% de seu valor. Tudo no passava de uma iluso. Se essas aes dobrassem, fazia-se crdito para comprar outras e assim por diante. Era preciso constantemente cobrir a diferena entre o valor real e o valor artificialmente fixado. Em 1929, uma alta dos ttulos e valores negociados alimentava a iluso do jogo acionrio. Mas a maioria dos investidores ignorava a lgica dos nmeros. Sabia apenas que se poderia comprar aes de 50 mil dlares com apenas 1 mil no bolso. A maioria no sabia calcular juros. Que problema! Haja nmeros negativos sob a forma de saldos negativos nos bancos! A Bolsa estava em um dia calmo, mas o mercado j dava sinais de que mais dia menos dia iria estourar. Naqueles fatdicos dias de outubro de 1929 o mercado estourou. As cotaes passaram a cair enquanto subia o nmero de ttulos postos venda. Os investidores comearam a vender. Via-se no rosto deles, o desespero. Dezenas de pessoas nas ruas de Wall Street esperavam por notcias. Na confuso, investidores, banqueiros, empresrios se atiravam dos prdios. Os hotis, os mais altos, nem mais aceitavam hospedes que viessem sem mala com medo de que fossem os suicidas.

Em pocas de pobreza, desemprego e fome, o que restou maioria dos cidados americanos foi fazer filas. Para obter um trabalho, para receber um prato de sopa distribudo em pequenos caminhes os Free to the Needy. Fila diante das fbricas fechadas, nos campos onde a agricultura definhava os homens se ofereciam publicamente para obterem trabalho em condies bastante prximas s da escravido. Alguns traziam cartazes com os dizeres: "Trabalho 14 horas por dia por 1 dlar."

CRISE MUNDIAL!

A crise espalhou-se rapidamente pelo mundo, como a msica de Duke Ellington, o grande msico de jazz da poca. Os EUA eram o maior credor dos pases europeus e latinos e passaram a exercer forte presso no sentido de receberem seus pagamentos. Com a quebra industrial, o desabastecimento do mercado latino americano foi afetado, provocando a falta de produtos e a elevao de preos, as importaes norte-americanas diminuam e mais uma vez os pases latinos sentiam os efeitos da crise, pois viviam da exportao de gneros primrios ou mesmo suprfluos, como o caf no Brasil. Na medida em que a economia europia se retraa, as reas coloniais na sia e na frica eram afetadas, pois aumentava a explorao das potncias imperialistas.O nico pas a no sentir os efeitos da crise foi a URSS, que naquele momento encerrava o primeiro Plano Qinqenal e preparava o segundo, ou seja, desenvolvia uma economia fechada, que no utilizou-se de recursos externos, apesar das grandes dificuldades do pas aps a Revoluo Russa e a Guerra Civil.

ERICA PEDRO

HISTORIA DA INDUMENTARIA