A Comunicação Pública de Conteúdos Complexos · Abraham Moles As idéias de repertório, e os...
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A ComunicaçA Comunicação Pública de ão Pública de Conteúdos ComplexosConteúdos Complexos
Dr. André Kauric de CamposDr. André Kauric de CamposAndifesAndifes
08/04/201308/04/2013
A modo de parábola, um conto de camponeses… (1)
Era uma vez três fazendeiros: João, Valentim e Gabriel. Cada um dos três comprou uma grande extensão de terra não cultivada e decidiu plantar para iniciar a produção…
João decide, sem mais, semear feijão, porque é o que ele conhece, sabe fazer bem, e tem obtido bons resultados fazendo isso em outros lugares.
Valentim vê qual é a situação do mercado agrícola na região e decide plantar batatas, porque as batatas têm uma forte demanda e são vendidas a um bom preço.
Gabriel estuda, como Valentim, o mercado agrícola na região. E quando sabe quais são os produtos com potencial econômico, analisa quais deles podem produzir bem na terra que comprou, considerando o microclima, tipo de solo, irrigação…
João Falha completamente e tem grandes perdas econômicas. Sua produção é mínima e o preço de venda é péssimo.
Valentim obteve uma colheita ruim, mas comercializa bem o pouco que coleta. Não ganha nada, mas recupera o dinheiro investido.
Gabriel tem grandes benefícios. Ele tinha a inteligência e know-how de um bom agricultor: considerou as demandas do mercado, mas também as possibilidades produtivas das suas terras, adaptando o uso aos dois fatores.
Assim…
João só levou em conta os seus desejos, esquecendo a realidade.
Valentim ficou no meio do caminho; considerou um fator corretamente, mas esqueceu de outro não menos importante.
Gabriel fez bem as coisas, Adaptando seus objetivos para possibilidades reais.
Mas…
No mundo todo, na comunicação pública da
ciência, tecnologia e inovação há vários “joão”, muitíssimos “valemtim” e
poucos “gabriel”...
Por que?
Há uma crise dos modelos teóricos. Há uma descrição fraca dos processos de
comunicação pública da complexidade. Há pouca pesquisa rigorosa e científica em
relação aos dois problemas anteriores.
Se as pessoas que fazem comunicação pública da ciência, tecnologia e inovação sabem disso...
Porque
A Comunicação Pública de Conteúdos Complexos (CPCC)
É um campo ou área da comunicação humana importante, que, até o momento, não tem sido objeto de uma descrição e definição precisa;
Foi definida e caracterizada epistemologicamente em 2011;
É um modelo para descrever e compreender os processos e problemas da comunicação pública da complexidade, particularmente da ciência, tecnologia e inovação, fornecendo instrumentos novos e importantes para a sua solução.
Qual é a utilidade do modelo da Comunicação Pública de Conteúdos Complexos
(CPCC)? Prática: É preciso um modelo. Porque não se pode fazer bem algo
que realmente não sabemos o que é e nem como funciona.
Teórica e acadêmica: A crise do modelo de déficit do public understanding of science e a incapacidade para substituir os modelos alternativos propostos até agora (lay expertise model, public participation model, ethnographic-contextual approach…) deixa a comunicação da ciência sem apoio teórico sólido. Isto é muito grave, pois se não há nenhum “programa de pesquisa” (no sentido epistemológico lakatosiano), é improvável que haja avanços importantes na comunicação da ciência, tecnologia e inovação, atividades nas quais a eficiência é muito baixa hoje.
O que é coberto pela Comunicação Pública de Conteúdos Complexos
(CPCC)?
A CPCC cobre grande parte da comunicação feita pelos mídia, ou da comunicação de massas do tipo público, sobre qualquer assunto complexo, que o seu contexto cultural não seja de domínio do público. Por exemplo científico, tecnológico, artístico, jurídico, filosófico, político…
São parte da CPCC O jornalismo científico e tecnológico. A divulgação e popularização científica. Parte do jornalismo econômico e de outros jornalismos
especializados. Parte da difusão científica e da comunicação dentro da
comunidade científica. A divulgação e popularização rigorosa de qualquer arte
ou disciplina profunda e complexa, da pintura e da literatura política e do direito.
Os manuais de instruções dos artefatos tecnológicos, desde os aparatos eletrônicos ou mecânicos aos medicamentos.
Não são parte da CPCC
Toda a educação formal e regulamentada e uma parte de não regulamentada.
Todos os jornalismos gerais. Todos os jornalismos especializados que tem
o foco nos campos culturais amplamente conhecidos.
Toda a comunicação interpessoal. Quase toda a publicidade.
Teoricamente, a CPCC esta baseada nos seguintes modelos
Modelos de Código ou Aristotélicos:- Modelo de Claude E. Shannon e a Teoria Matemática da
Comunicação- Modelo de Roman Jakobson - Modelo de Harold D. Laswell
Modelo de Inferência:- Dan Sperber e Deirdre Wilson
Modelo de Sínteses:- Abraham Moles
Claude E. ShannonO Conceito da fonte e a Teoria Matemática da Comunicação (especialmente a entropia H como medida)
Roman Jakobson
Addresser = emissorAddressee = receptor
A base geral do modelo e a importância do contexto. Definição dos elementos de comunicação
Harold D. Laswell
As cinco perguntas do paradigma de Laswell
Quem?
O que disse?
Em que canal?
Para quem?
Qual efeito teve?
O conceito de efeito
Dan Sperber e Deirdre Wilson
O processo de comunicação se divide em duas partes, a ostensão e a transmissão de informação.
A inferência: apenas o código não adianta para que haja comunicação. O receptor deve conhecer algo do contexto e as intenções do emissor para entender-la.
A relevância: as pessoas apenas gastam tempo e energia em um processo de comunicação quando consideram que a informação que os proporciona é relevante.
O Conceitos de inferência, ostensão e relevância
Abraham MolesAs idéias de repertório, e os seus desenvolvimentos teóricos (super-signo e forma) no sentido de que, com uma conceituação adequada é possível usar a teoria matemática de Shannon para a análise da comunicação de conteúdos.
A CPCC é construída principalmente com base
em:Cinco condições de demarcação ou
fronteira;Dois modelos de comunicação.
Complementares;Duas leis ou princípios
fundamentais;Dois teoremas;
A Comunicação Pública de Conteúdos Complexos
A CPCC tenta definir e compreender melhor um campo da comunicação de grande importância política, social e econômica (a comunicação pública de conteúdos complexos), fornecendo as bases para o desenvolvimento de métodos tecnológicos eficazes que melhorem a eficácia dos processos de comunicação que nela se desenvolvem.
A Comunicação Pública de Conteúdos Complexos no Brasil
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