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HOMENAGEM Informativo oficial da Associação de Arquitetos e Engenheiros da Região dos Lagos – Edição nº 22 – Junho/Julho de 2010 06 ART ON LINE Marque Associação de Arquitetos e Engenheiros da Região dos Lagos Pag. 11 A CICATRIZ NO ROSTO DA PRAIA... PRAIA DO FORTE PERDE A AREIA BRANCA E OBRAS DE CONTENÇÃO CRIAM POLÊMICA ENTRE SOCIEDADE, ENGENHEIROS E ARQUITETOS. ESPECIALISTAS RECOMENDAM A REPOSIÇÃO DE AREIA NATIVA PARA CONTER O AVANÇO DAS ONDAS Coordenador Regional Leste do Crea Engenheiro Octávio José Caetano da Silva Junior percorre 14 cidades ouvindo a sociedade Pag. 20 ENTREVISTA Dedicação e vida em defesa da natureza A Comenda Engenheiro Luiz Henrique de Niemeyer Bellegarde foi dedicada a ambientalista Anita Mureb como homenagem póstuma

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HOMENAGEM

Informativo oficial da Associação de Arquitetos e Engenheiros da Região dos Lagos – Edição nº 22 – Junho/Julho de 2010

06 ARTON LINE

Marque Associaçãode Arquitetos eEngenheiros da

Região dos LagosPag. 11

A CICATRIZ NO

ROSTO DA PRAIA...

PRAIA DO FORTE PERDE A AREIABRANCA E OBRAS DE CONTENÇÃOCRIAM POLÊMICA ENTRESOCIEDADE, ENGENHEIROS EARQUITETOS. ESPECIALISTASRECOMENDAM A REPOSIÇÃO DEAREIA NATIVA PARA CONTER OAVANÇO DAS ONDAS

Coordenador RegionalLeste do Crea

Engenheiro Octávio JoséCaetano da Silva Junior

percorre 14 cidadesouvindo a sociedade

Pag. 20

ENTREVISTA

Dedicação e vida emdefesa da natureza

A Comenda Engenheiro Luiz Henrique deNiemeyer Bellegarde foi dedicada a

ambientalista Anita Mureb comohomenagem póstuma

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Além de lixo, materiais deobras e mercadorias postas à ven-da, os pedestres tem que trans-por mais um obstáculo nas calça-das de Cabo Frio. São os famosospuxadinhos e marquises, que semultiplicam pela cidade. As cons-truções irregulares (sem autoriza-ção da prefeitura) aumentam aárea útil de um imóvel porquedepois de utilizar 100% do terre-no, cerca de 20% do passeio pú-blico é incluso na obra. Ou seja,o imóvel passa a ter 120% de áreaútil construída o que contrariaqualquer Código de Obras. AASAERLA tem recebido diversasreclamações sobre os avanços deobras e abusos na utilização doespaço público. As irregularidadestem sido publicadas com frequen-cia no informativo da entidade.

No bairro do Braga, entre tan-tas irregularidades, a varanda daPousada Dom Fernandes, de pro-priedade do empresário e verea-dor Fernando do Comilão chamaatenção pela imponência da obrae por não atender as leis munici-pais. Os pedestres precisam se es-premer para passar pela estreitacalçada. O famoso “puxadinho”de alvenaria virou área de lazer eserviço da pousada e tem geradomuita polêmica.

- Não tenho nada a esconder,a varanda existe há 15 anos e nun-ca ouvi nenhuma reclamação atéme tornar vereador. Posso afirmarque 95% dos comerciantes deCabo Frio utilizam parte do pas-seio público-, alegou FernandoComilão.

Na rua Índia, dois prédiostransformaram marquise em va-randa. E o pior que um ainda estáem obras em cima do local ondefunciona um órgão de saúde da

prefeitura. Impossível não ver.Para o arquiteto Felipe Araú-

jo, superintendente do departa-mento de projetos da secretaria dePlanejamento da prefeitura deCabo Frio, a fiscalização tem fa-lhado e os abusos se multiplicam.

- O corpo técnico de fiscais daprefeitura é pequeno e mal dáconta de acompanhar a legaliza-ção dos projetos. Essas obras nascalçadas são totalmente irregula-res e não possuem nenhum tipode suporte técnico, além de utili-zarem um espaço que é público.Cerca de 90% das obras não pos-suem documentação de legaliza-ção do imóvel e nem do terreno– disse.

O arquiteto disse ainda que aprefeitura convoca a população a

colaborar no combate as obra ir-regularidades fazendo denúncias.

-É simples e basta fazer a de-núncia sobre local, endereço, horae se tiver uma foto, melhor ain-da. A denúncia deverá ser feita naprefeitura onde será aberto umprocesso administrativo. A secre-taria de Planejamento enviaráuma equipe técnica para analisaro local. Se a denúncia proceder, aobra será embargada –, disse Ara-újo.

A prefeitura informou que oCódigo de Posturas está sendo re-feito. De acordo com Paulo Massa,secretário de Habitação e ServiçosPúblicos, as ruas mais movimenta-das terão critérios específicos de usoe a metragem permitida para ocu-pação do passeio será alterada.

- A prefeitura vai cobraruma taxa para os comerciantesutilizarem os passeios, seja comcolocação de mesas e cadeiras.É inadmissível o comercianteutilizar áreas públicas sem pa-gar nada ao município - disse osecretário.

Já o vereador e empresárioFernando do Comilão se colocoua disposição da ASAERLA paratratar do assunto sobre a invasãodas calçadas em Cabo Frio.

- Eu respeito a passagem dospedestres, no espaço carrinhos debebê podem transitar livremen-te. Eu, enquanto vereador, nun-ca vou utilizar o meu poder parainfringir a lei. O que o Códigode Posturas definir eu vou cum-prir –, prometeu Fernando.

Calçadas: invasões pela terra e pelo arPrefeitura alega falta de fiscais e convoca a sociedade para denunciar obras irregulares

Próximo do centro de Cabo Frio dois prédios aproveitam a marquise para usá-la como varanda

Choque deOrdem no Rio

derruba varandade famosos

Não importa se o dono é conhe-cido ou não. A operação Choquede Ordem da prefeitura do Rio deJaneiro aos poucos vem botandoabaixo as contruções irregularescomo puxadinhos de bares e restau-rantes em bairros nobres.

Há poucos dias, a varanda dobadalado restaurante Garcia &Rodrigues, no Leblon, foi derru-bada em pouco mais de meiahora. No começo do ano, doisrestaurantes em Ipanema tambémassistiram seus espaços VIPs iremao chão por máquinas e equipa-mentos da prefeitura.

Mesmo recorrendo à Justiça osdonos de prédios que abusaram econstruiram sem licença perde-ram o espaço e arcaram com pre-juízos. No caso do restaurante doLeblon o puxadinho de 15 metrosquadrados tapava acessos às gale-rias de agua, esgoto e telefonedaquele ponto do bairro.

Búzios tem decretoque regulamenta usode mesas e cadeiras

nas calçadasDesde o ano passado, comer-

ciantes, bares e restaurantes pre-cisam de autorização da prefeitu-ra para colocar mesas e cadeirasnas calçadas. O decreto assinadoem 2009 permite que fiscais daprefeitura possam multar e deter-minar a retirada de todo e qual-quer material que estiver atrapa-lhando o espaço público.

Nas praias e em quiosques afiscalização também tem atuadoe retirado material que estava sen-do utilizado sem autorização daprefeitura

W2imagens

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EXPEDIENTE

Conselho Diretor biênio 2009-2010

PRESIDENTE:PRESIDENTE:PRESIDENTE:PRESIDENTE:PRESIDENTE:- eng° Humberto Sanchez Quintanilha

VICE-PRESIDENTE:VICE-PRESIDENTE:VICE-PRESIDENTE:VICE-PRESIDENTE:VICE-PRESIDENTE:- eng° José Deguchi Junior

DIRETDIRETDIRETDIRETDIRETOR SECRETÁRIO:OR SECRETÁRIO:OR SECRETÁRIO:OR SECRETÁRIO:OR SECRETÁRIO:- eng° Luis Sérgio dos Santos Souza

DIRETDIRETDIRETDIRETDIRETOR OR OR OR OR TESOUREIRTESOUREIRTESOUREIRTESOUREIRTESOUREIRO:O:O:O:O:- eng° Raimundo Neves Nogueira(Dokinha)

DIRETDIRETDIRETDIRETDIRETOR OR OR OR OR TÉCNICO:TÉCNICO:TÉCNICO:TÉCNICO:TÉCNICO:- eng° Marco Aurélio dos Santos Abreu

DIRETDIRETDIRETDIRETDIRETOR SOCIAL:OR SOCIAL:OR SOCIAL:OR SOCIAL:OR SOCIAL:- eng° Milton José Furtado Lima

DIRETDIRETDIRETDIRETDIRETOR DE MEIO-AMBIENTE:OR DE MEIO-AMBIENTE:OR DE MEIO-AMBIENTE:OR DE MEIO-AMBIENTE:OR DE MEIO-AMBIENTE:- eng° Juarez Marques Lopes

DIR. DE RELDIR. DE RELDIR. DE RELDIR. DE RELDIR. DE RELAÇÕESAÇÕESAÇÕESAÇÕESAÇÕESINSTITUCIONAIS:INSTITUCIONAIS:INSTITUCIONAIS:INSTITUCIONAIS:INSTITUCIONAIS:- eng° Ricardo Valentim Azevedo

DIRETDIRETDIRETDIRETDIRETORES DE PUBLICAÇÕES:ORES DE PUBLICAÇÕES:ORES DE PUBLICAÇÕES:ORES DE PUBLICAÇÕES:ORES DE PUBLICAÇÕES:- eng° Fernando Luiz F. Caedoso- eng° Luis Carlos da Cunha Silveira

COMISSÃO FISCAL:COMISSÃO FISCAL:COMISSÃO FISCAL:COMISSÃO FISCAL:COMISSÃO FISCAL:- eng° Luiz Césio Caetano Alves- arqa Maria Yara Coelho- eng° Aurenio Ribeiro- eng° Elídio Lopes Mesquita Neto- eng° Anísio Machado de Resende- eng° Raul Antonio Alberto L. Lazcano

ASSESSORIA DE IMPRENSA:ASSESSORIA DE IMPRENSA:ASSESSORIA DE IMPRENSA:ASSESSORIA DE IMPRENSA:ASSESSORIA DE IMPRENSA:W2Imagens.com

-Walmor Freitas - (22) [email protected]

IMPRESSÃO:IMPRESSÃO:IMPRESSÃO:IMPRESSÃO:IMPRESSÃO:Gráfica do Jornal do Commercio

TIRATIRATIRATIRATIRAGEM:GEM:GEM:GEM:GEM:6.000 EXEMPLARES

Rua Nilo Peçanha, 73 Sl. 05 (CREA)Centro - Cabo Frio - RJTel.: (22) 2645-6524(22) 2645-6524(22) 2645-6524(22) 2645-6524(22) 2645-6524

e-mail: [email protected]

EDIÇÃO N° 22Junho / Julho - 2010

PALAVRA DA DIRETORIA

Por Marco Aurélio Abreu

MMMMMarararararco Aco Aco Aco Aco Aurélio dos Surélio dos Surélio dos Surélio dos Surélio dos Santos Aantos Aantos Aantos Aantos Abrbrbrbrbreueueueueué engenheiré engenheiré engenheiré engenheiré engenheiro civil e diro civil e diro civil e diro civil e diro civil e diretoretoretoretoretortécnico da ASAERLtécnico da ASAERLtécnico da ASAERLtécnico da ASAERLtécnico da ASAERLAAAAA

Grito de Alerta

Por mais simples que seja uma pesqui-sa é de longe a melhor ferramenta paraapontar as decisões de uma empresa, enti-dade ou orgão público.

A ASAERLA tem ouvido constante-mente as opiniões de arquitetos, engenhei-ros e profissionais da construção civil naregião para oferecer melhor serviço e, comisso, compartilhar cada vez mais o desejoda sociedade em construir e preservar oespaço em que vivemos.

Com esse foco, a pesquisa interativa dosite da entidade aponta que metade (50%)dos profissionais desejam que mais cursose palestras sejam realizados na região. Com16,67% a pesquisa aponta que um bancode oportunidades seria bem vindo para en-curtar a distância entre quem precisa con-tratar e quem deseja ser contratado. Arti-gos, matérias, opiniões e referências de li-vros e textos técnicos ficou com 33,33%de quem interagiu com a pesquisa no sitewww.asaerla.com

A pesquisa de opinião continua abertae basta acessar o site oficial da ASAERLApara deixar sua opinião.

Canal direto

Além de interagir com associados e asociedade, o site da ASAERLA tem linksdos principais serviços para os profissio-nais da área de engenharia e arquitetura.Cada vez mais perto do associado aASAERLA colocou o número (22)99684020 a disposição. O contato tam-bém pode ser feito pelo [email protected]

Profissionais apóiam mais palestras ecursos na região promovidos pela ASAERLA

Caros leitores, li recentemente nojornal O Globo que o grande BetoGuedes não vai mais compor. Fal-ta-lhe motivação para tal. O fato quelhe causou tamanho trauma é quejá não se vende mais discos comose vendia antigamente, e ele então,compõe só para si. Há que se res-peitar a sua atitude, mas também alamentarmos. Interessante é a liga-ção existente entre esse fato e ou-tro que nos atinge diretamente.

O Brasil tem um grande proble-ma que faz com que todo esforçoempreendido para a economia cres-cer seja sempre insuficiente. Esseproblema esta ligado à falta deinfraestrutura do país. Não temosum bom sistema de transportes, op-

tamos por rodovias e deixamos delado as ferrovias que não atendem àgrandes volumes de transportes, nos-sos portos e aeroportos são ruins,sem falar no péssimo transporte pú-blico que obriga o cidadão a ter car-ro e o que é pior, a ir trabalhar nele, epor aí nós vamos.

Qual seria, então, a ligação entreesse grande problema nacional e aatitude do genial compositor? A ra-zão é muito mais simples do que sepossa imaginar. Lembram da falta demotivação do nosso compositor, poisé, a mesma falta de motivação levoua uma fuga dos jovens das escolasde engenharia do país por muitos emuitos anos. Terceirização, obrasestregues à empreiteiros sem proje-tos de engenharia, projetos copiados,fizeram com que a profissão de en-genheiro fosse deixada de lado pe-los jovens alunos que entravam nasuniversidades nesses anos de globa-lização.

O motivo que leva um grande com-positor a parar de compor pode sero mesmo que leva à falta de interes-se pela engenharia. Da mesma for-ma como se copia um disco no com-putador e se vende nas bancas decamelô, um serviço de engenharia

pode ser copiado por profissionaissem formação acadêmica e vendi-do a quem se interessar. A seme-lhança é ainda maior do que possaparecer a primeira vista. Assim co-mo o compositor ao deixar de com-por nos priva de sua bela música(camelô não é capaz de fazê-lo ape-nas copia as músicas antigas), osprojetos de engenharia deixaram deevoluir pois os que o executam nãosão capazes de criar novos proje-tos e pior ainda não conseguem de-senvolver novas tecnologias.

Não sei como o compositor vai re-solver o problema, que não é sódele, mas também de todos quegostam de sua música. Para o Bra-sil o problema esta sendo resolvidoimportando engenheiros, e mesmoassim o gargalo é pequeno demaise toda vez que cresce mais um pou-co a inflação volta.

Pensando no que esta escrito aci-ma, esperamos que a coisa seja re-solvida da melhor maneira e que se-jamos éticos para com os composi-tores e também para com os enge-nheiros.

Que todos façam uma ótima lei-tura do nosso informativo e até opróximo.

Pesquisa:Cursos e palestras na região: ....... 50%Banco de empregos e classificados: .. 16,67%Artigos e publicações: ................. 33,33%

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A ASAERLA fechou sua mais nova parceria na Região dos Lagos. Foi firmado oconvênio com a FFFFFundação Gundação Gundação Gundação Gundação Getúlio etúlio etúlio etúlio etúlio VVVVVargas,argas,argas,argas,argas, que garante um super descontos aos profis-sionais associados e em dia com a anuidade da ASAERLA.

Acesse o link de CURSOSCURSOSCURSOSCURSOSCURSOS do nosso site e confira os cursos oferecidos em Cabo Frio,com início em agosto de 2010.

ASAERLA e FGV oferecem

cursos com descontos

Búzios vai sediar Fórum Internacional deTecnologia para Construção Sustentável

Discutir e refletir sobre comportamen-tos e atitudes que possam aliar crescimen-to ordenado com qualidade de vida e pro-teção ao ambiente em que vivemos. Esse éo foco do Fórum Internacional deTecnologia para Construção Sustentávelque será realizado em Búzios em setem-bro. O evento organizado pela ASAERLAé inédito na região e tem como objetivoatrair a atenção de autoridades, técnicos esociedade sobre como seguir normas espe-cíficas que estejam em harmonia como umdesenvolvimento sustentável.

-Temos confirmados palestrantes que sãoautoridades em estudos sobre sustentabili-dade-, disse o engenheiro Milton José Furta-do Lima, diretor da ASAERLA.

O primeiro Fórum TCS Internacionalestá previsto para os dias 10 e 11 de se-tembro na Pousada Dom Quixote no cen-tro de Búzios.

Entre os palestrantes, o arquiteto MMMMMau-au-au-au-au-ricio ricio ricio ricio ricio VVVVVenâncioenâncioenâncioenâncioenâncio que tem seu trabalhofocado na bio-arquitetura. Desde 2004 éresponsável pelos Depto de Bio-Arquite-tura da empresa EcoCasa.

AndrAndrAndrAndrAndrea Campos e Mea Campos e Mea Campos e Mea Campos e Mea Campos e Miguel Niguel Niguel Niguel Niguel Nahamahamahamahamaham fa-zem parte da SustentaX, pioneira e líder, noBrasil, em serviços de consultoria egerenciamento para obtenção da certificaçãocom base nos critérios LEED (Leadershipin Energy and Environment Design) emiti-dos pelo U.S. Green Building Council(USGBC), da qual a SustentaX é membro.

MMMMMarararararcio Araújocio Araújocio Araújocio Araújocio Araújo, fundador do IDHEA– Instituto para o Desenvolvimento da Ha-bitação Ecológica, em 1999. Consultor emecoprodutos e construção sustentável pelamesma entidade. Introdutor do conceito

de modo de vida sustentável, ecoprodutos ereforma ecológica no Brasil. Sócio-idealizadorda Ecoprodutos, primeira loja de materiaisecológicos para construção e arquitetura emodo de vida sustentável do país.

Érika NÉrika NÉrika NÉrika NÉrika Navavavavavarrarrarrarrarro Eo Eo Eo Eo Eberberberberbert, t, t, t, t, designer de in-teriores e Paisagista, Professora da ArquitecEscola de Artes - no curso de Design deInteriores e Paisagismo, Pós Graduada pelaFaculdade SENAC em Design de Interio-res, Andréa Bastos Garcia, Designer deInteriores, Professora da Arquitec Escolade Artes - no curso de Design de Interio-res e Paisagismo

EEEEEmilia milia milia milia milia WWWWWanda Randa Randa Randa Randa Rutkoutkoutkoutkoutkowskiwskiwskiwskiwski , Graduaçãoem Ciencias Biológicas [Bacharelado - ên-fase Ecologia e Zoologia - e Licenciatura]pela Universidade Federal de Minas Ge-rais (1977), mestrado em Ciências -Limnologia - University of Stirling (1980)e doutorado em Arquitetura e Urbanismo- Estruturas Ambientais Urbanas - pelaUniversidade de São Paulo (1999).

PPPPPeter eter eter eter eter VVVVVan Lengen an Lengen an Lengen an Lengen an Lengen Bio-arquiteto, agroe-cologista e coordenador geral do TIBÁ Ins-tituto de Bio-arquitetura e Tecnologia In-tuitiva. Orientador de cursos, palestras,congressos e treinamentos em Bio-arqui-tetura, responsável pelo desenvolvimentoe execução de projetos de bio-arquitetura,agroecologia e projetos sócio-ambientais,trabalhando com comunidades carentes eecovilas no Brasil e exterior.

Ana DAna DAna DAna DAna Dieuzieuzieuzieuzieuzeideeideeideeideeide, Mestrado UFES - Fer-ramenta de consultoria para projetos susten-táveis. proposta preliminar para avaliação dasustentabilidade de edifícios brasileiros a par-tir da base conceitual da SBTOOL. Mais in-formações acesse www.asaerla.com.

Mostra de Arquitetura com 30% de descontos para associados da ASAERLA

Os associados da ASAERLA podem usu-fruir de 30% de descontos para participardo projeto CASA Modelo que será instala-do à rua Alex Novelino, 380, Vila Nova emCabo Frio. O projeto vai reunir arquitetos,decoradores e paisagistas que vão trabalhar

em 37 ambientes da casa. Mais informa-ções nos sites www.asaerla.com ouwww.casamodelodecor.com.br.

A iniciativa é da empresa Apolo Mó-veis que inaugurou loja em Cabo Frio ea promoção é da Tropic Produções.

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As mudanças climáticasvão mudar também o hábi-to dos moradores das cida-des litorâneas. Os disputa-dos e caríssimos metrosquadrados de frente para omar passam a ser repensa-dos pelos moradores. Deacordo com os especialistas,a vista privilegiada do marestá ameaçada.

Cabo Frio, um dos mu-nicípios mais bonitos e famo-sos da Região dos Lagos per-deu parte do principal atra-tivo da cidade. A Praia doForte, com as conhecidasareias brancas, foi atingidapor uma forte ressaca quederrubou o deck e interditouuma das principais avenidas.A distância do mar para ocalçadão era de mais de 20metros e cerca de 2 metrosde altura e, mesmo assim, foidestruída por ondas que che-garam a 4 metros.

O vilarejo de Atafona,

Praia do Forte precisa repor muita areia, diz especialista

Será preciso estudo pro-fundo de impacto ambien-tal e definição do tipo deareia para recolocar muitaareia no trecho em frente aoMalibú na Praia do Forte.

A opinião é do professorPaulo César Collona Ros-man, Ph. D. em Engenha-ria Costeira, que esteve emCabo Frio a convite daASAERLA para falar sobreo tema “Vulnerabilidade daZona Costeira a EventosMeteorológicos Atuais e emPerspectiva de MudançasClimáticas”.

O professor que visitoua Praia do Forte acompa-nhado por diretores daASAERLA disse que as pe-dras colocadas para conteros efeitos da ressaca preci-sam de obras planejadas,caso contrário, tudo serálevado na próxima ressaca.

-Isso tudo bem, porém sefor fazer só isso, na próxi-ma ressaca tudo vai embo-ra também-, alertou o pro-fessor dizendo que o “esto-

que”de areia da praia foimuito diminuído e será pre-ciso repor novo estoque deareia para suportar novoseventos do tempo.

Paulo Rosman disse ain-da que o trecho da praia doForte foi construído sobreo cordão natural de Dunase ficou vulnerável as intem-péries.

-As dunas e a vegetaçãoseguram as ressacas. E CaboFrio tem dois exemplos domesmo lado. Onde nãohouve interferência comobras de avanço em direção

ao mar a ressaca não afetouo espaço e nem a areia.

O professor também nãopoupou críticas aos políti-cos que apoiam discursosambientais em épocas deeleição e depois de eleitos“esquecem” do que prome-teram.

-A culpa é nossa, da so-ciedade que não cobra açõesmais efetivas do poder pú-blico-, disse.

A palestra do professor emCabo Frio mereceu destaquena Coluna do AncelmoGoes, do jornal O Globo.

O professor Rosman conversa com HumbertoQuintanilha e o biólogo Mário Flávio na Praia do Forte

no município de São Joãoda Barra, litoral norte-fluminense, está perdendoa briga contra o mar. A praiavem sendo engolida pelasondas que estão destruindocasas e expulsando morado-res que vivem na orla.

Os ventos e as ondas sãotão fortes que 180 constru-ções próximas à praia desa-pareceram e o Farol teve deser transferido duas vezespara dentro da cidade nosúltimos 30 anos.

Estes não são casos iso-lados. De acordo com umestudo realizado pelo Ob-servatório Geológico dosEstados Unidos, mais deum bilhão de pessoas vivemno abaixo ou no nível domar e podem sofrer conse-qüências de desastres natu-rais, como ressacas e ciclo-nes. Outra pesquisa realiza-da pelo Instituto Internaci-onal para o Meio Ambien-

te e Desenvolvimento, mos-tra que um em cada dez ha-bitantes vive em áreas lito-râneas com risco de inun-dações caso haja avanço dooceano. As enchentes tam-bém contribuem para o au-mento do nível do mar.

Uma cidade que tam-bém sofre ameaça constan-te é Macaé, onde a eleva-ção do nível do mar foi dezvezes superior à média glo-bal, registrada pelo Painelda Organização das NaçõesUnidas (ONU) sobre Mu-danças Climáticas.

Dados colhidos pelo Ins-tituto Brasileiro de Geogra-fia e Estatística (IBGE), emum levantamento sobre asmarés da região, mostramque, entre 1994 e 2006, onível do mar aumentou emmédia 37mm no NorteFluminense, enquanto amédia apontada pelo IPCCfoi de 3,1mm.

Avanço do mar provoca mudançade hábitos em cidades do litoral

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Desde abril do corrente ano, logo após a atípica res-saca então ocorrida, vem a ASAERLA atuando no intui-to de iniciar um projeto técnicamente abrangente e de-talhado sobre o futuro do nosso litoral, sob o duplo as-pecto de sua preservação e urbanização.

Aliás, há mais de 5 anos atrás, em seu Informativobimensal n° 2 (outubro/ novembro de 2004) à página15, em matéria sobre o primeiro Plano Diretor de CaboFrio, de 1841, a ASAERLA destacava o fato de que omesmo previa a ocupação de todo o atual centro da ci-dade.

“... porém se detendo ao longo da atual rua JorgeLóssio, ou seja, preservando as dunas e brejos dessa praia,que terminaria por ser invadida até a atual Avenida doContorno que, ao longo do trecho conhecido comoMalibú (devido ao hotel precursor ali situado), simples-mente decepou o topo das dunas, atravessando sobre asmesmas. Por isso o duplo caimento, tanto para se descerà praia quanto para as transversais deste trecho.” - tre-cho da página 15 do Informe ASAERLA Edição n° 2.

Isto é, traçou-se aquela Avenida do Contorno direta-mente sobre o cordão de dunas de maré, numa reta

secante à curvatura normal obrigatória da praia pré-exis-tente, assim invadindo-a no intuito de posicionar a aveni-da mais alta e mais próxima do mar.

Vale a pena destacar aqui que o trecho da praia emfrente ao bairro Braga onde as dunas estão ainda, a duraspenas, preservadas, as mudanças após a ressaca foram im-perceptíveis. Mais notável ainda, não se verificou reduçãoda faixa da praia ou quaisquer outros problemas no tre-cho do Algodoal vizinho imediato da sinistrada área doMalibu, apenas porque aí a pista afasta-se minimamenteda orla, preservando assim o cordão de dunas ali aindaexistente.

Seria ingenuidade nossa achar que essa ganância imo-biliária e errônea visão urbanística, somada ao profundodescaso com estudos da engenharia oceânica, não iria terum preço. Por sorte não tivemos vítimas – escreveu a as-sociação em seu parecer técnico, de mesmo nome queesta matéria, emitido em 11 de junho.

Em recente reunião da ASAERLA a posição foi unâni-me na questão sobre os procedimentos para resolver oavanço do mar. Entendeu-se que não adiantam soluçõespaliativas, projetadas e executadas por curiosos, ou comofoi falado, fazer “puxadinhos”. O problema é complexo erequer estudo por equipe multidisciplinar composta porespecialistas, mesmo que seja uma solução emergencial.

Neste sentido, a ASAERLA trouxe a Cabo Frio, em29/06/10, o professor Paulo César Collona Rosman, Ph.D. em Engenharia Costeira, para proferir concorrida pa-lestra sobre as causas prováveis e as soluções adequadaspara o atual desastre, sob o título “Vulnerabilidade daZona Costeira a Eventos Meteorológicos Atuais e em Pers-pectiva de Mudanças Climáticas” – evento este que veio aconstituir o ponto de partida para conscientização, pre-paração e tomada de decisões para as mudanças que estãoaí batendo à nossa porta. Segundo o Professor, o fenôme-

Vista aéreada Praia doForte em1968, anoinfluenciadopelo El Niño,que mostraque mesmocom a pistamais estreitaque atual-mente, afaixa de areiaestá bemdiminuídapelo avançodo mar.

A Praia do Forte em julho 2010 mostra um trecho destruído pelo avançodo mar e duzentos metros adiante sem a interferência da ressaca

ASAERLA propõe ampla discussão

técnica sobre rumos da Praia do ForteEspecialistas apontam oEl Niño como o causadorda ressca que retirou areia

da Praia do Forte

Os novos rumos da Praia do Forte terãode ser amplamente discutidos por equipetécnica com profundo conhecimento em al-terações climáticas e efeitos de avanços domar. Este é o parecer da ASAERLA depoisde diversas reuniões entre a diretoria e espe-cialistas do setor. A entidade propõe ampliara discussão sobre como e quais medidas se-rão aplicadas na recuperação do trecho depouco mais de 200 metros da faixa de areiada Praia do Forte que sumiu devido a forteressaca que ocorreu em todo o litoralfluminense em junho deste ano.

-A ressaca teve a mesma intensidade esó prejudicou pontos onde houve avançodo homem, com obras em locais vísveis deavanço sobre dunas e vegetação-, disse o

professor Paulo César Collona Rosman, Ph.D. em Engenharia Costeira, que esteverecentemente em Cabo Frio onde fezpalesta sobre as mudanças climáticas e seusefeitos no litoral brasileiro.

Para o engenheiro e historiador LuizCarlos Silveira a ASAERLA vem insistin-do na discussão da aprovação do PlanoDiretor, Leis Complementares e debatemaior sobre a proteção e organização daorla cabofriense.

-Ninguém vai tirar os prédios que jáexistem mas é preciso encontrar algumaforma técnica e segura de se preparar paraos avanços do oceano sem prejuízo de nos-sas belezas naturais-, disse.

Para o engenheiro Humberto Quintani-lha, presidente da ASAERLA, á precisoque a prefeitura apresente à sociedade co-mo será feita a intervenção segura na Praiado Forte que num momento emergencialtrocou a areia e vegetação por montanhasde pedras.

-A praia ficou descaracterizada-, disse.

Fotos: W2Imagens

Alerta da ASAERLA começou há mais de cinco anosEntidade diz que qualquer

procedimento para a recuperaçãoda Praia do Forte fora das normas

técnicas existentes serádenunciado à sociedade e ao

sistema CREA/CONFEA

Texto aprovado em reunião de Diretoria

no climático responsável pelas fortes ondas foi o El Niño,que caracteriza-se pelo aquecimento das águas doOcenano Pacífico. Os estragos na orla foram agravadosdevido a invasão de área de dunas.

- O problema maior aconteceu porque o homem in-vadiu o espaço da praia com construções. Tanto que aparte da Praia do Forte mais atingida foi onde a exten-são de areia é menor e as construções mais próximas ealerto que temos que estar preparados para futuras res-sacas – explicou o Prof. Paulo Rosman.

Só resta torcer para que a única solução viável nãovenha a ser a construção de um brutal quebra-mar deconcreto com enrocamento (conforme ocorreu há umséculo atrás com as praias cariocas da Glória, do Flamengoe de Botafogo engolidas pela “moderna” Av. Beira-Mar),o que viria a constituir uma medonha cicatriz no rostode uma das mais perfeitas curvaturas de praia conheci-das.

A ASAERLA alerta que qualquer outro procedimen-to, fora das recomendações das normas e das técnicas deengenharia existentes, será denunciado à sociedade e aoCREA-RJ, Conselho Regional de Engenharia, Arquite-tura e Agronomia do Rio de Janeiro, que tem como metaprincipal proteger a sociedade do mau uso da engenha-ria. Vale lembrar que em um episódio recente aASAERLA se posicionou firmemente contra essa ma-neira de querer impor à sociedade, de forma confusa,leis que virão em futuro muito próximo influir decisiva-mente na nossa qualidade de vida. A função da enge-nharia é exatamente essa, melhorar a qualidade de vidado ser humano.

A boa ENGENHARIA, em letras maiúsculas, é ca-paz do inimaginário.

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Junho / Julho 20108

Gargalos

Agostinho Guerreiro - Presidente doConselho Regional de Engenharia,Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro(CREA-RJ)

Por Agostinho Guerreiro

O Instituto de Pesquisa Eco-nômica Aplicada (Ipea) divul-gou na semana passada, sobprotestos do Ministério da De-fesa, um estudo onde revelaque ao menos oito das 12 ci-dades que receberão a Copado Mundo de 2014 estão comseus aeroportos trabalhandono limite de sua capacidademáxima, ou beirando o colap-so. Um dos casos mais gravesé o do aeroporto de Manaus,cuja capacidade para pousose decolagens simultâneos noshorários de pico é de nove pe-didos, mas atende a 17, quaseo dobro do que suportaria. Osaeroportos paulistas de Con-gonhas e Guarulhos têm de-sempenho semelhante: noprimeiro, a capacidade é de 24pedidos de pousos e decola-gens, mas o fluxo é de 34 pedi-dos; no segundo, o limite é de53 pedidos, mas são realizadas65 operações.

Uma das conclusões do es-tudo é de que a evolução dotransporte aéreo brasileiro en-controu diversos obstáculospara chegar ao atual estágioalarmante. Os problemas, se-gundo o Instituto, são de ordem“institucional, legal, infraestru-tural e operacional”. Em outraspalavras, não houve uma polí-tica séria no Brasil para desen-volver e equipar seus aeropor-tos, nem um planejamento delongo prazo para o setor. E otemor agora é como o país seráimpactado com o forte aumen-to de demanda por causa doseventos de peso que vamossediar nos próximos anos. Se-gundo o Ipea, o Brasil não tempolíticas consistentes na área e

precisa de uma definição clarade estratégias para a aviaçãobrasileira para as próximas dé-cadas, além de regras para aregulação econômica que ori-entem o mercado.

Recentemente, a prestigiosarevista britânica “The Econo-mist” deu um sinal de alertapara o otimismo que atualmen-te acompanha a imagem dopaís no exterior por conta deseu novo posicionamento glo-bal, representado pela crescen-te importância da diplomaciaverde e amarela. A reportagemlembra que, diferentemente daChina, nós temos diversos gar-galos de infraestrutura que po-dem prejudicar o crescimentoe serem um obstáculo ao de-senvolvimento do país. Do ou-tro lado, temos o pré-sal, imen-sa riqueza fruto de estudos eplanejamento estratégico queas empresas estatais, diferen-temente dos poderes públicos,fizeram questão de preservar edesenvolver como ferramentaessencial de trabalho visandoo futuro.

A situação dos aeroportos ésó um exemplo de como pode-mos tropeçar e, para isso nãoacontecer, é preciso antecipa-ção, cautela, capacidadeoperacional e executiva, aolado do planejamento de mé-dio e longo prazo na elabora-ção de políticas públicas.

Aluga-se para ônibus de excursão- férias e finais de semana

Casas que alugam para veranistas de excursão correm riscospor falta de infraestrutura e prevenção de sinistros

A cada final de semana, pro-longado ou não e principalmentenas férias, a cena é a mesma.Edificações residenciais se trans-formam em verdadeiros comple-xos hoteleiros em Cabo Frio, al-gumas chegam a acomodar pas-sageiros de até 2 ônibus de excur-são, são mais de 60 pessoas aglo-meradas em residências projetadaspara serem unifamiliares. A tra-dicional prática é uma bomba re-lógio prestes a explodir.

São residências sem infraestru-tura de hotel, com as estações detratamento de esgoto subdimen-sionadas, não dando portanto,vazão a imensa carga de efluentesgerada pelo expressivo número dehóspedes e o mais grave, não apre-sentam planejamento de sistemasde proteção contra incêndio e pâ-nico, fato que expõe um riscoenorme aos hóspedes, que prova-velmente não se dão conta da gra-vidade da situação.

O comandante do Corpo deBombeiros de Cabo Frio, o Te-nente Coronel Santos Pinheirodisse que o problema principal éa falta de prevenção.

- Não fazemos nenhum tipo devistoria e é difícil fazermos umaprevenção, já que nem mesmo osproprietários sabem quantas pes-soas estão na casa alugadas paraexcursões. Assim fica difícil cons-cientizar as pessoas dos riscos aque estão suscetíveis - disse ele.

A secretaria de Turismo infor-mou que em 2005 realizou umlevantamento das casas de aluguelna cidade para reconhecimento e

identificação da qualidade do ser-viço prestado.

- Hoje, podemos dizer queexiste um cuidado com o núme-ro de pessoas que nelas se hos-pedam baseado na cobrança detaxas efetuada assim que o ôni-bus é estacionado no depósitolocalizado na Av. Wilson Men-des. Essa taxação é uma formade coibir o excesso de pessoasnesses lugares, o controle é fei-to semanalmente, pela secreta-ria municipal de Transportes, eos números são repassados à se-cretaria de Turismo - disse Gus-tavo Beranger, secretário de Tu-rismo.

Já a Associação de Hotéis eTurismo de Cabo Frio reclamaque as famosas “Aluga-se suítespara excursão”, prejudica o setorhoteleiro.

- É claro que empreendimen-

tos informais causam prejuízosaos hotéis e pousadas, porquecompetem em condições desi-guais. Cabe ao poder público e aosórgãos de fiscalização de constru-ções, meio ambiente e ao corpode bombeiros o mapeamento,identificação, fiscalização eformalização, a mesma a que es-tão expostos os meios de hospe-dagem formais como Hotéis,Apart Hotéis, Pousadas e Alber-gues - disse João Vissirini, presi-dente da associação.

O Cabo Frio Convention &Visitor Bureau, que congregamais de sessenta afiliados, prefe-riu não comentar o assunto ale-gando que o objetivo do CFCVBé voltado para fomentar negóciosna cidade. “O assunto é mais coma Associação de Hotéis-, disseRadamés Muniz, presidente doCFCVB.

Cabo Frio tem mais de 100 casas para aluguel e excursão

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Junho / Julho 201010

Encontro de profissionais aconteceu notradicional restaurante Beco das Massas

Diretores da ASAERLA e onovo secretário de Desenvolvi-mento da Cidade e Ambiente deCabo Frio, engenheiro civil Wil-son da Silva Mendes Junior seencontraram mais uma vez paradiscutir assuntos relativos a apro-vação e andamentos de projetos.

A ASAERLA foi representadapelo presidente, engenheiro civilHumberto Quintanilha, e pelosdiretores, engenheiros Luis Sergiodos Santos e Marco AurélioAbreu. Pela PMCF estavam pre-sentes além do Secretário, os Co-ordenadores municipais, arquite-ta Rosane Vargas, e os biólogosAlcebíades Terra, o Bide e o bió-logo Renato.

Humberto iniciou explicandoa todos que o motivo para a soli-citação da reunião era novamen-te a cobrança por parte dos asso-ciados de um processo mais ágilpara aprovação de projetos e licen-ça de construção.

-A associação vem discutindoo assunto internamente há algumtempo e o resultado é um docu-mento com sugestões que apre-sentaremos ao final da reunião-,disse Humberto. Esta foi a 3ª reu-nião com a prefeitura para discu-tir o mesmo assunto.

A diretoria relatou que umanova etapa no trâmite processualaumenta ainda mais o prazo dis-cutido. Todos os processos proto-colados a serem analisados pelaSecretaria de Desenvolvimento daCidade e Ambiente são encami-nhados inicialmente ao secretárioe somente após esta análise pré-via são encaminhados para aCoordenadoria de Planejamento,que em seguida envia para a fis-calização. -Anteriormente estes

processos de aprovação de proje-to e licenciamento de obras eramencaminhados diretamente para afiscalização, que em seguida de-volvia-os a Coordenadoria de Pla-nejamento devidamente informa-dos-, explicou Luis Sérgio.

Este encontro com a prefeitu-ra de Cabo Frio já gerou algumasmodificações no trâmite com osseguintes destaques:

- Decidiu-se que o processo aovir da Coordenadoria de MeioAmbiente com a licença ambien-tal para assinatura do secretário,passará inicialmente na Coorde-nadoria de Planejamento para ex-pedição da licença de construçãopara em seguida ir ao secretárioonde assinará as duas licenças deuma só vez;

- O profissional responsávelpelo projeto a ser licenciado teráque apresentar a ART de execu-ção da obra no ato da licença daconstrução. A ART de projetodeverá continuar sendo apresen-tada no ato do protocolo do pro-cesso;

- O secretário Wilson Mendes

Jr. se comprometeu a convocar osfiscais que foram aprovados noúltimo concurso público realiza-do em 2009 para aumentar o nú-mero de funcionários dos depar-tamentos envolvidos neste trâmi-te processual.

Ao final da reunião a arquitetaRosane Vargas solicitou que aASAERLA continuasse, porémcom mais empenho, a campanhapara a aprovação das Leis Com-plementares ao Plano Diretor, queainda se encontra na prefeitura.

Humberto Quintanilha agra-deceu a oportunidade e a cordia-lidade do encontro e passou emmãos ao secretário Wilson Men-des Jr. o documento gerado a par-tir das reuniões com associados,contendo as propostas para me-lhorar o trâmite da aprovação deprojetos e licenciamento de obras.

Para visualização do documen-to com as propostas apresentadasacesse www.asaerla.com, o link seencontra ao final do texto “Apro-vação de Projetos e Licencia-mentos de Obras em Cabo Frio”dentro da sessão Artigos.

Reuniões da ASAERLA discutem temas do setor da construção

Diretoria da ASAERLA se reúne comsecretário municipal de Cabo FrioNa pauta, a desburocratização na aprovação de projetos e licenciamento de obras

Depois de Búzios,agora foi a vez de SãoPedro da Aldeia abrigar oencontro festivo de enge-nheiros, arquitetos,parceiros e patrocinado-res. A Van garante atranquilidade de ir e vir. Oevento itinerante acontecegraças ao apoio dosparceiros comoLagotintas, D&C Móveis eCasa do Pedreiro.

A diretoria social estáprogramando outrosencontros nas cidades daregião.

Fotos W2Imagens

São Pedro recebeu segundohappy-hour regional

São Pedro recebeu segundohappy-hour regional

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Junho / Julho 2010 11

A união e o entendimento temsido os pontos básicos paranortear o crescimento e o fortale-cimento da ASAERLA nos últi-mos anos. O objetivo vem sendocumprido mantendo a idéia ori-ginal quando, no começo dos anos70,um grupo de engenheiros earquitetos que trabalhavam naregião pensaram em fundar uma

entidade para defender os interes-ses dos profissionais e prestar ser-viços de qualidade para a socie-dade.

Todos estes detalhes forammuito comentados durante a fes-ta de comemoração dos 33 anos

de fundação da ASAERLA. A ele-gante festa realizada no salão no-bre do Costa Azul Iate Clubemostrou a importância da dedi-cação e trabalho da diretoria lide-rada pelo engenheiro HumbertoQuintanilha. Uma noite inesque-

Parceiros e Patrocinadores

investem em marketing cultural

Comenda Engenheiro Bellegarde vai para Anita MurebCriada este ano para homenagear pessoas que

se destacam no trabalho em defesa da região, aComenda engenheiro Luiz Henrique de NiemeyerBellegarde foi entregue a família Mureb comohomenagem a bióloga e ambientalista AnitaMureb Ribeiro, falecida no começo deste ano. Os

irmãos Mureb e Zarinho receberam a Comendae, emocionados, agradeceram a lembrança e o re-conhecimento do trabalho de Anita. -Ficamosmuito agradecidos ao presidente HumbertoQuintanilha e a toda a diretoria da ASAERLA-,disse Zarinho.

A estratégia de comunicaçãodas empresas está focada atual-mente nas chamadas parcerias/custo-benefício, onde a empresaenxerga uma outra empresa ouentidade com potencial de apro-ximar interesses de ambos os la-dos. Com esse foco, muitas em-presas optaram em estabelecerparcerias com a ASAERLA.

Esses patrocinadores viabili-zam a festa de aniversário da en-tidade. Este ano a diretoria agra-dece a Fortlider materiais de cons-trução, Construtora AntunesGaspar, Lagotintas & SherwinWilliams, Construtora Modular,SECAF, Prefeitura de Cabo Frio,Madeireira ITA, Cimento MIZU,

SD Imóveis, Móveis Apolo, Ho-tel Paradiso del Sol, Ferlagos e RioOrla Construtora.

-Parceria é sempre importantee fortalece tanto nossa entidadecomo estreita relações profissio-nais e pessoais.Estamos abertos aodiálogo-, disse o presidente Hum-berto Quintanilha. Para as empre-sas o retorno em investimentos nochamado marketing cultural égarantido por estar associando amarca a uma entidade de respei-to e história. De 1994 para cá onúmero de empresas que passa-ram a investir em cultura sex-tuplicou e cada vez mais pessoasingressam nesse mercado anual-mente no Brasil.

cível, elogiada por quem compare-ceu ao evento. Muitas pessoas ao sedespedirem no final da festa já per-guntavam quando seria uma pró-xima edição do evento que reuniuprofissionais, familiares, patrocina-dores e autoridades locais.

A festa edescontração detodos os ritmos

MPB, disco-music, rhythmand blues, sertanejo chic e balan-ço em ritmo de carnaval deram otom da noite de festa no CostaAzul Iate Clube. Liderado pelomúsico João Trio (violão e voz) CaioDussai, (teclados) e Cacadio (sax) epelo DJ Daniel associados daASAERLA, convidados, familiares,autoridades, parceiros e patrocina-dores se esbaldaram na pista de dan-ça depois das homenagens. O cli-ma de paz e alegria entrou pelamadrugada a dentro. O serviço debuffet de Wagner Lucas do CostaAzul e a organização da Tropic Pro-duções estiveram impecáveis comorequer uma grande festa.

Homenagens, alegria edescontração marcaram

a noite festiva

Diretores da ASAERLA posam para foto em total alegria

Nas páginas 12 e 13 a cober-tura fotográfica completa da festano Costa Azul

33anos HHHHHomenagensomenagensomenagensomenagensomenagens

Asaerlacompleta33 anos

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33anos

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ConfraternizaçãoConfraternizaçãoConfraternizaçãoConfraternizaçãoConfraternização

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Junho / Julho 201014

Foco no cliente

Quando percebeu o potencialde desenvolvimento da região, oempresário Cláudio Viviani, 50anos, decidiu montar um negó-cio focado no crescimento daconstrução civil. Estava certo. Re-centemente abriu em Búzios a ter-ceira loja da Lagotintas na regiãoque já contava com as lojas deCabo Frio e São Pedro da Aldeia.Com isso, Viviani acredita queestá nos principais pontos da re-gião e pode atender melhor a car-teira de mais de dois mil clientese centenas de engenheiros, arqui-tetos, decoradores e pintores.

-Além do bom atendimento,que é obrigação do comércio,apostamos no suporte técnico queé ajudar o tempo todo nosso cli-ente e os profissionais que nosprocuram-, diz o empresário quecolocou à disposição dos arquite-

tos um espaço na loja de CaboFrio com mesa de trabalho, água,café e suporte técnico.

No espaço, os profissionaispodem levar clientes para tirardúvidas na hora sempre orienta-dos por uma equipe altamentequalificada e treinada pelaSherwin-Williams há dez anosparceira da Lagotintas.

-Fomos os primeiros em todaa região a ter suporte técnico daempresa parceira. Isso garantesempre a qualidade do produto.Torna o cliente mais confiante eajuda muito os profissionais-, dizCláudio que em 2006 conquis-tou o troféu Empresário do Anoda ACIA Associação Comercial

Industrial e Turística de Cabo Friopor desenvolver trabalho de Res-ponsabilidade Social. Uma vez porsemana Cláudio visita oNEDVIDA, Núcleo de Educaçãopara a Vida que abriga 86 crian-ças de 5 a 16 anos em forma deescola.

-Vamos chegar a 150 crianças-,diz Viviani que torce pelo Vascoe revela que mantém o mesmoamor pela Cabofriense.

-No mais, é trabalhar bastanteporque gosto muito do que faço-, diz. A Lagotintas foi a primeiraempresa a patrocinar o Happy-Hour itinerante da ASAERLA.Oprimeiro aconteceu em Búzios edepois São Pedro da Aldeia.

Lagotintas abre terceiraloja e aposta cada vezmais no atendimento

Cláudio Viviani naloja Lagotintas emCabo Frio

ASAERLA promove

curso inédito na regiãoGrande parte das preocupa-

ções dos engenheiros e arquite-tos que trabalham com execu-ção de obras se refere ao geren-ciamento de empreiteiros. A ges-tão das equipes terceirizadas en-volve diversos aspectos impor-tantes, como produtividade,qualidade e segurança do traba-lho, que, se não forem geren-ciados adequadamente, poderãocomprometer o resultado finaldo empreendimento. Além dasquestões técnicas, é indispensá-vel o conhecimento da legisla-ção envolvida, a formulação deum bom contrato e os cuidadoscom a documentação dos funci-onários presentes na obra.

Tentando diminuir os proble-mas enfrentados pelos profissi-onais que gerenciam obras, sur-giu o livro “Como GerenciarContratos com Empreiteiros –Manual de Gestão de Emprei-teiros na Construção Civil” e ocurso de mesmo nome, que aASAERLA traz pela primeira vezpara a nossa região.

O curso com 8 horas de du-ração e certificação ao seu finalserá realizado no salão de con-venções do Hotel Paradiso DelSol em Cabo Frio. A pedido doProfº. André Augusto Choma,que virá de Curitiba exclusiva-mente para este evento, ele serárealizado em um único dia, 2525252525de setembrde setembrde setembrde setembrde setembrooooo próximo, e comnúmero de vagas limitado. Otreinamento visa aperfeiçoar osmétodos de gerenciamento dotrabalho na construção civil, en-volvendo desde a contratação everificação da documentação dasempresas empreiteiras, até a ve-rificação da qualidade e a acei-tação dos serviços executados. Oobjetivo é capacitar os partici-pantes para o aperfeiçoamento

Reserve sua vaga através do site www.asaerla.com,pelo e-mail ([email protected]) ou por telefone (22)2645-6524 com Ana Carolina.

Valor do investimento:- Profissionais não associados da ASAERLA: R$ 152,00;- Profissionais que apresentarem no mínimo 5 ART’s

em seu nome recolhidas no ano de 2010, tendo aASAERLA como entidade beneficiada: R$ 120,00

- Associados da ASAERLA em dia com a anuidade:R$ 60,00.

Obs.: Os descontos não são cumulativos.

de seus métodos de gerencia-mento de empreiteiros, visandominimizar possíveis problemasreferentes às questões contra-tuais, segurança no trabalho,oferecendo, ao mesmo tempo,formas de verificação periódicasde desempenho, qualidade dosserviços e desperdício de mate-riais.

André Augusto Choma,Gerente de Projetos comCertificação PMP (ProjectManagement Professional),Engenheiro Civil (UFPR-1999),Pós-graduado emGerenciamento de Obras peloCEFET-PR em 2000. Temexperiência na Gestão deProjetos de ConstruçãoIndustrial, na implantação eoperação de Project Officespara construção civil e emtrabalhos de consultoria emplanejamento e gestão deobras. Como engenheiroresidente, trabalhou comequipes terceirizadas em váriasobras. É também instrutor detreinamentos na área deConstrução Civil e de Gestãode Projetos.

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Junho / Julho 201016

Liderançahistórica

PROFISSIONAL – MÁRIO MÁRCIO, ENGENHEIRO CIVIL

Quem passa por CaboFrio, Búzios e outras cidadesda região não imagina quemais da metade das constru-ções que inclui casas, edifí-cios, lojas e obras diversastem a assinatura do enge-nheiro civil Mário MárcioSaab de Souza. Quase 40anos depois, o engenheirorelembra que chegou a CaboFrio em 1972 trazido pelo en-genheiro José Arthur deAlmeida Lima.

-Fiquei num hotel e quan-do o Zé Arthur veio me bus-car para conhecer a cidadeeu já havia caminhado pelasmargens do Canal do Itajurúcontemplando toda essa be-leza. Antes do Zé me convi-dar para ficar eu já havia de-cidido que queria ficar aqui-,conta Mário Márcio, 64 anos,enquanto admira o cresci-mento da cidade pela janelado seu escritório de frentepara o Morro da Guia e Ca-nal do Itajurú.

Depois do amor a primei-ra vista por Cabo Frio, o en-genheiro que nasceu no Pan-tanal Matogrossense, enxer-gou o potencial turístico e decrescimento da cidade e daregião. Acertou em cheio. Emabril de 1973 se mudou defi-nitivo com a família de SãoPaulo para Cabo Frio. Com avida decidida seguiu carrei-ra por diversas empresas elembra que o primeiro empre-go com carteira assinada foina empresa de José Arthur.

-Só tive dois empregoscom carteira assinada, um foicom Zé Arthur que me abriuas portas para a vida profis-sional-, lembra. Depois de 17anos como engenheiro cre-denciado da Caixa Econo-mica Federal na região, aospoucos, Mário Márcio perce-beu que a região estava cres-cendo e os profissionais daconstrução civil chegando.

Mário conta que o amigoJosé Arthur lhe apresentou oarquiteto Aristarco Acyoli.Depois conheceu o arquite-to Fernando Lobo que esta-va repleto de idéias associa-

tivas e entendia que naquelemomento era preciso fundaruma associação de arquitetose engenheiros para fortalecera união dos profissionais. Apartir daí as reuniões aconte-ciam em bares da cidade.

Fundaram a Associação deArquitetos e Engenheiros daRegião dos Lagos, ASAERLA.

-Assumimos o compromis-so de trabalhar para fortale-cer a associação e todos tra-balharam muito e isso, aospoucos, foi atraindo os jo-vens engenheiros e arquite-tos que iam chegando na re-gião-, conta Mário Márcio quetambém é formado em admi-nistração e economia. MárioMárcio lembra que naquelaépoca engenheiros e arqui-tetos pensavam na necessi-dade de planejar a cidade.

-Era preciso um Plano Di-retor para colocar as coisasem ordem, planejar-, diz. De-pois conheceu Deguchi, Ri-cardo Azevedo, Marco Auré-lio e outros profissionais quetrabalhavam na região.

Outro orgulho que guardacom muito carinho são osexemplares da PRANCHETA,informativo da ASAERLA pi-oneiro na região.

-Também fazia entrevistase publicava. Sempre de olhonas ações do poder públicoe conseguimos boas con-quistas-, diz.

Mário Márcio lamenta afalta de tempo para participardas reuniões da ASAERLAmas diz que o filho engenhei-ro Marcel freqüenta entidadee representa a família.

-É importante a união etodos devem estar juntospara manter cada vez maisforte a nossa ASAERLA- fina-liza o ex-presidente.

História do desenvolvimentoregional contada por cada morador

Da direita para esquerda, o general Rui Abreu, Salvador Maiques, Peralta, MarcoAurélio, Mário Márcio Presidente (centro), Beth Peralta, Raul Lora e Sérgio Paladinona cerimônia no Hotel Caribe na posse da ASAERLA em 1984

Engenheiro abrecaixa de recordações

para ASAERLAmontar acervo

histórico

Resgatar parte da história deCabo Frio e da região é o objeti-vo do Projeto Pró-Memória suge-rido pelo engenheiro Mário Már-cio ex-presidente da entidade.Mário revela que guarda com todoo carinho muitas fotos, reporta-gens e exemplares de jornais que,depois de digitalizados, farão par-te do acervo da ASAERLA.

-Muitas pessoas tem fotos, do-cumentos, recortes em casa e po-dem ceder para que a gente possater acesso. Isso contribui muitopara nossa história-, diz o enge-nheiro que, para dar o exemplo,mostra a foto da posse da direto-ria em maio de 1984.

Da direita para esquerda, o ge-neral Rui Abreu, Salvador Mai-ques, Peralta, Marco Aurélio,Mário Márcio Presidente, BethPeralta, Raul Lora e Sérgio Pala-dino na cerimônia no HotelCaribe.

A ASAERLA solicita a todosque de uma forma ou outra pu-deram emprestar documentos, re-cortes, fotos para serem digitaliza-dos que formarão parte do acervo

da entidade. O material servirápara contar a história mas tam-bém como fonte de pesquisa paraestudantes e pesquisadores. Parafalar com a ASAERLA basta ligarTel. (22) 2645-6524 / 9968-4020ou comparecer na sede da entida-de Rua Nilo Peçanha, 73 / sl. 05– Centro – Cabo Frio – RJ.

Podem enviar material por e-mail [email protected].

Depois de digitalizado todomaterial emprestado será devolvi-do na forma original.

Na caixa de recordações, o en-genheiro Mário Márcio cede omaterial exclusivo para aASAERLA e posa para a foto comexemplares da PRANCHETA,

informativo da ASAERLA pio-neiro na região.

-Tenho alguns números masfaltam outros.Espero que outraspessoas lendo essa matéria possamlembrar que guardam exemplaresdo nosso primeiro jornal. Eraartesanal mas fazia muito suces-so-, lembra. Para elaborar o infor-mativo, contou com a colabora-ção dos jornalistas Ralph Bravo,Levi de Moura e José Correia atualSecretário de Cultura de CaboFrio.

-Todos ajudavam com notas,fotos e noticias. Precisamos en-contrar os outros números paracompletar a coleção-, diz o enge-nheiro.

Mário Márcio posa com exemplares da PRANCHETA

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Junho / Julho 2010 17

Telefonia Celular: conforto e praticidade com algum riscoQuando um usuário faz uma chamada ao

celular, o aparelho se comunica com a Esta-ção Rádio Base (ERB), onde estão localiza-das as antenas transmissoras mais próximas.O sinal (as ondas eletromagnéticas) emitidopelo aparelho é recebido pelas antenas eretransmitido às centrais de roteamento queconectam o usuário com a rede fixa e comoutros celulares.

Cada ERB cobre a recepção e transmis-são de sinais sobre uma determinada área emseu entorno, denominada célula. Quando umusuário se desloca usando o aparelho celular,a recepção do sinal passa de uma célula àoutra.

As ERBs operam na faixa de freqüênciade 100KHz (cem quilohertz) a 300GHz (tre-zentos gigahertz).

O crescimento do número de usuários detelefones celulares resultou na ampliação dasinstalações de transmissão e recepção de si-nais.

Os sistemas de telefonia móvel adotam aformação de ‘colméias’ sobre as cidades, e nocentro de cada gomo é instalada uma ERBde forma a cobrir com seus sinais todo o ter-ritório da cidade. As diversas ‘colméias’ so-brepostas provocam o efeito somatório daradiação emitida pelo sistema de cada em-presa.

O aumento do número de usuários detelefonia móvel tem motivado cada vez maiso debate entre a população sobre diversos as-pectos da questão:

Sobre a promoção do compartilhamentode infra-estrutura na implantação de ERBspor varias operadoras; sobre a integração àpaisagem urbana ou mimetismo dos equi-pamentos das ERBs com as edificações exis-tentes; sobre os efeitos das radiações eletro-magnéticas para a saúde; sobre a prioridadena utilização de equipamentos de infra-es-trutura já implantados, a exemplo de redesde iluminação pública e de distribuição deenergia; sobre a distancia mínima de ate500m (quinhentos metros) entre as torres,levando a Organização Mundial de Saúde(OMS) e diversos países a tratar este temacomo questão de saúde pública.

Alguns cientistas defendem a tese que aexposição prolongada a campos eletromag-néticos pode causar depressão psíquica ouaté mesmo provocar a redução dos glóbulosvermelhos e o aumento dos glóbulos bran-cos, favorecendo o surgimento de um cân-cer. Mas a extensão dos danos provocadospela poluição eletromagnética ainda é umagrande polêmica no meio científico.

Por via das dúvidas, os especialistas reco-mendam que o telefone celular seja utilizadode preferência em lugares abertos, que tele-visores e computadores fiquem fora do quartode dormir e que o usuário não fique próxi-mo ao aparelho de microondas quando acio-nado. Embora eles sejam blindados, nunca éde mais manter a precaução.

A controvérsia levou à determinação ju-dicial para a desativação de sete dessas ERBsinstaladas em Porto Alegre, nas proximida-

des de hospitais, escolas, creches,clínicas e centros de saúde em res-peito à lei municipal nº 8.896/02.

As Teles brigam pelo privilegiode não se dobrar á exigências da le-gislação Estadual. O decreto esta-dual do Rio de Janeiro que trata dolicenciamento das ERBS, como emoutros Estados vem sofrendo açõesdas teles.

Em ação movida pelaTELCOMP ASSOCIAÇÃO BRA-SILEIRA DAS PRESTADORASDE SERVIÇOS DE TELECO-MUNICAÇÕES COMPETITI-VAS contra o Estado do Rio de Ja-neiro “a requerente pleiteia a sus-pensão da eficácia da DeliberaçãoCECA/CN nº 4.596 de 04 de mar-ço de 2008 que impôs restrições àinstalação e funcionamento deERB’s de telefonia móvel, estabele-cendo obstáculos inaceitáveis eintransponíveis, inviabilizando aprestação dos serviços públicos detelecomunicações. ...”

Em São Paulo, as Teles tambémentraram com AÇÃO DIRETA DEINCONSTITUCIONALIDADEcontra os artigos 3º, 4º e 5º da Leinº 10.995/2001. Os dispositivosimpugnados possuem o seguinteteor:

ArArArArArtigo 3ºtigo 3ºtigo 3ºtigo 3ºtigo 3º. Toda instalação deantenas transmissoras deverá ser feita demodo que a densidade de potência total, ....não ultrapasse 435 microwatts por centíme-tro quadrado em qualquer local passível deocupação humana (OMS).

ArArArArArtigo 4º.tigo 4º.tigo 4º.tigo 4º.tigo 4º. O ponto de emissão de radia-ção da antena deverá estar, no mínimo, a 30metros da divisa do imóvel onde estiver ins-talada.

ArArArArArtigo 5º.tigo 5º.tigo 5º.tigo 5º.tigo 5º. A base da antena transmissoradeverá estar, no mínimo, a 30 metros de dis-tância da divisa do imóvel.

Vê-se que os artigos impugnados são aque-les que impõem limites ás empresas de tele-fonia em beneficio dos interesses coletivos.

Em Cabo Frio, diversas torres foramconstruídas no centro urbano, junto a esco-las e hospitais, residências, escritórios.

O novo Código Ambiental que está paraser votado na Câmara de Vereadores contem-pla este assunto.

Reproduzimos abaixo os artigos pertinen-tes, de grande valia para nosso município noqual a paisagem é a principal fonte de recur-sos e a saúde da população é a principal pro-messa de todas as campanhas políticas:

SOBRE A POLUIÇÃO VISUALArArArArArt.259. t.259. t.259. t.259. t.259. É considerada poluição visual

qualquer limitação à visualização pública demonumento natural e de atributo cênico domeio ambiente natural ou criado, sujeitan-do o agente, a obra, o empreendimento ou aatividade ao controle ambiental.

SOBRE A POLUIÇÃOELETROMAGNÉTICA

ArArArArArt.268. t.268. t.268. t.268. t.268. Este Código determina as nor-mas gerais para a instalação, no Municípiode equipamentos transmissores de radiaçãoeletromagnética, relativos a serviços fixos emóveis de telefonia celular sem fio.

ArArArArArt.270. t.270. t.270. t.270. t.270. O Poder Público Municipal pro-verá o perímetro urbano de locais apropria-dos para instalações eletromagnéticas de to-das as espécies:

ArArArArArt.271. t.271. t.271. t.271. t.271. Tendo em conta o princípio daprecaução e as resoluções aprovadas pelaComissão Internacional de Segurança Ele-tromagnética, e até que sejam estabelecidosou modificados padrões de exposição huma-na a radiação não-ionizante, ficam proibidasas instalações de equipamentos emissores deondas eletromagnéticas em um raio inferiora 350 (tr350 (tr350 (tr350 (tr350 (treeeeezzzzzentos e cinqüenta) metrentos e cinqüenta) metrentos e cinqüenta) metrentos e cinqüenta) metrentos e cinqüenta) metrososososos deescolas, hospitais, prédios públicos, residên-cias e demais instalações civis de grande con-centração de público;

ArArArArArt.272. t.272. t.272. t.272. t.272. O Licenciamento Ambiental deEstações Rádio Base (ERB) e equipamentosafins é de competência do órgão estadual demeio ambiente – INEA.

PPPPParágrafo único arágrafo único arágrafo único arágrafo único arágrafo único - Os pedidos de aprova-ção do projeto de construção de Estação Rá-dio Base (ERB) e equipamentos afins serãoanalisados pelo órgão municipal de planeja-mento e desenvolvimento urbano e órgãomunicipal de meio ambiente no prazo máxi-mo de 30 (trinta) dias.

ArArArArArt.273. t.273. t.273. t.273. t.273. Na vizinhança ou en-torno de bens tombados, a autori-zação para instalação de ERB e equi-pamentos afins só poderá ser dadamediante parecer prévio do órgãoou instituição competente.

ArArArArArt.274. t.274. t.274. t.274. t.274. Fica vedada a instala-ção de ERB nas seguintes situações:

I I I I I - em Áreas de Preservação Per-manente;

II II II II II - em áreas de zoológicos, par-ques urbanos, praças públicas e si-milares;

III III III III III - em áreas de topografia aci-dentada, quando a instalação deantenas causar danos ambientais eurbanísticos;

IV IV IV IV IV em áreas de risco;V V V V V em áreas brejosas;VI VI VI VI VI em Zona de Conservação ou

de Preservação da Vida Silvestre dasÁreas de Proteção Ambiental;

VII VII VII VII VII - em Unidades de Conser-vação da Natureza de proteção in-tegral, nos termos do inciso I, doartigo 7º, da Lei Federal nº 9.985/00;

VIII VIII VIII VIII VIII - em estabelecimentos deensino e de saúde, instituiçõesinfanto-juvenis e geriátricas, ou emsuas proximidades;

IX IX IX IX IX - onde a localização e a alturada ERB prejudiquem os aspectosurbanísticos e paisagísticos da re-

gião, em especial no entorno de qualquerequipamento de interesse sócio-cultural,paisagístico e ambiental;

X X X X X - em marquises e fachadas de quais-quer edificações;

CONCLUSÕESAs medidas de precaução devem ser to-

madas mesmo que ainda não haja algumarelação de causa e efeito cientificamenteestabelecida entre doenças humanas e polui-ção eletromagnética. No entanto, a socieda-de brasileira sempre sofreu com o ônus deprovar que uma determinada atividade ouproduto é nocivo, enquanto que aqueles queexecutam as atividades potencialmente peri-gosas e as lançam no meio ambiente são con-siderados inocentes até prova em contrário.

O cabofriense deve acompanhar o traba-lho do legislativo municipal para que nossoCódigo Ambiental não sofra alterações quefavoreçam os interesses coorporativos em de-trimento de nossos interesses.

* Lais Catherine Sonkin/Engenheira Florestal

REFERENCIAS(http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/comunidade).Portal do MP de Goiás.Dra.Anaiza Helena Malhardes Miranda - Promotora deJustiça do RJ.http://www.health101.org/art_cell_phones.htmIGEF : www.elektrsmog.comhttp://zappersaude.spaces.live.com/blogAgradecimentos a Julio Calvo da Secretaria de MeioAmbiente de Cabo Frio, pela contribuição.

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Junho / Julho 201018 Junho / Julho 201018

O que se compreende hoje como sendoEngenharia Civil foi, paradoxalmente, em to-dos os lugares e épocas desde o início daHistória civilizada até o início da RevoluçãoIndustrial do século 19, uma atividade profis-sional reservada às Fôrças Armadas. No Bra-sil, embora o ensino de Engenharia para osmilitares tenha se iniciado desde 15/01/1699,através da criação da “Aula de Fortificação eArtilharia do Rio de Janeiro”, somente emoutubro de 1823 foi baixado decreto permi-tindo a matrícula de alunos civis na AcademiaMilitar Imperial. Mesmo assim, apenas em 25/04/1874, através da lei nº 5600, foi criada aEscola Polytechnica do Largo de São Francis-co, no Rio (hoje Escola de Engenharia da UFRJ),a qual era totalmente desvinculada das ForçasArmadas e destinada exclusivamente a alunosclassificados como engenheiros civis.

Durante o período de predominância dosengenheiros militares sobre os civis no Bra-sil, que estendeu-se do início da colonizaçãoaté o final do Império, todos os grandes pro-jetos urbanísticos, em particular o planeja-mento e implantação de novas cidades oureformulação das já existentes, foram execu-tados ou pelo menos atentamente supervisi-onados pelos engenheiros do Exército. Nestesentido, em apenas três décadas três capi-tais nordestinas foram substituídas por novascidades projetadas a par tir do zero: emAlagoas, a cidade de Alagoas (atual MarechalDeodoro) por Maceió em 1835; no Piauí,Oeiras por Teresina em 1852; e em Sergipe,São Cristóvão por Aracajú em 1855, desta-cando-se nesta última o engenheiro militar Se-bastião José Basílio Pirro.

Já específicamente na província fluminense,encontramos inicialmente a reformulação ur-banística do centro de Niterói em 1818 peloengenheiro Armand Julien Pallière, preparan-do seu desmembramento da cidade do Riode Janeiro no ano seguinte (em 1839 seriaefetivada a urbanização de Icaraí pelo enge-nheiro Pedro Taulois, em função da elevaçãode Niterói, em 1834, à condição de nova ca-pital da província do Rio de Janeiro). Logo aseguir, em 1836, é a vez da rica e prósperaValença cafeicultora, atendida pelo engenhei-ro Frederico Carneiro de Campos. No ano se-guinte, Campos dos Goytacazes – por ter sidoelevada a cidade desde 1835, pegando caro-na junto com Angra dos Reis na lei no. 6 de28/03/1835 que elevou Niterói a cidade paraque pudesse (conforme exigido pela Consti-tuição) vir a ser capital de província, pois atéentão a província do Rio só possuía duas ci-dades, o próprio Rio e Cabo Frio – sendo to-talmente reformulada pelo brigadeiro enge-nheiro Antônio Eliziário de Miranda e o sar-gento-mor engenheiro LUIZ HENRIQUE DENIEMEYER BELLEGARDE, que viria a ser omais destacado engenheiro até hoje na histó-ria cabofriense (ver minha matéria “O Patronoda ASAERLA” à pagina 18 da edição no. 19(nov/dez de 2009) deste informativo). Adici-

onalmente, cria-se em 1845 a cidade de Pe-trópolis segundo o plano do engenheiro-ma-jor Júlio Frederico Koeler, enquanto o coro-nel-engenheiro GALDINO JUSTINIANO DA SIL-VA PIMENTEL (que viria a ser um dos auto-res e executores do primeiro plano diretor paraCabo Frio) encarregava-se de construir a pri-meira estrada rodoviária entre a Côr te ePetrópolis. Em todos esses projetos era sem-pre dada preferência ao clássico modeloreticulado (em tabuleiro de xadrez) para osarruamentos, exceto quando não se aplicas-se, como no caso da orografia e hidrografiaserranas de Petróplis, caracterizada por va-les fluviais tortuosos e estreitos entre altasmontanhas. Por último, na própria cidade doRio de Janeiro, executa-se o denominado “Plano de Remodelação da Cidade”, elabora-do pelo visconde e engenheiro militar Henriquede Beaurepaire Rohan,Diretor de Obras Munici-pais, apresentado pelomesmo à Câmara Mu-nicipal em 20/09/1843.

Tais projetos urbanís-ticos, que são atualmen-te denominados “planosdiretores”, eram chama-dos, em meados do sé-culo 19, de “alinhamen-to” ou “arrumamento”da cidade. No caso deCabo Frio, sua vez chegou em 1841, sendo otraçado do desenho original, neste ano, deautoria daquele coronel Pimentel já citado aci-ma, enquanto sua execução em 1843 coubeao capitão-engenheiro SÉRGIO MARCONDESDE ANDRADE, este último já associado a di-versas obras de Engenharia em Cabo Frio. Oprojeto foi formalizado através de ofício de07/04/1842 da Presidência da Província Im-perial do Rio de Janeiro e aprovado pela Câ-mara de Vereadores de Cabo Frio (à qual ca-bia o poder executivo além do legislativo, jáque a cidade só viria a ter prefeitura em 1922),composta à época por apenas seis vereado-res: Manoel de Almeida Lisboa Júnior, JoséAntônio Freire, Francisco de Araújo Mendon-ça, Antônio Francisco dos Santos, AntônioRoiz da Costa e Joaquim de Santa CatarinaLoyola.

Bàsicamente, foram definidos dois reticu-lados (“tabuleiros de xadrez”) sobrepostos,um menor ao primeiro núcleo da Passagem eoutro mais amplo ao segundo núcleo, o daRua da Praia (atual Jonas Garcia), formadospor ruas largas e retilíneas, incluindo comoeixo uma longa avenida com canteiro central(a primeira de Cabo Frio, a atual Av. Assun-ção, cujo objetivo primordial era o de ligar osdois núcleos) que ia do Largo da Matriz (atualPraça Porto Rocha) até o Canal do Itajurú,onde terminava no ponto a partir do qual pre-via-se uma ponte para o continente, já queaté então e até 1890 Cabo Frio não possuíranenhuma neste ponto situa-se hoje o deck dedesembarque de navios turísticos). É impor-tante observar, no mapa do projeto, o afasta-mento considerável mantido entre e rua pre-

vista como mais próxima da orla marítima (umpouco adiante da atual Jorge Lóssio) e a li-nha de preamar de sizígia, no sentido de pre-servar a integridade da praia e seu cordão dedunas, hoje infelizmente desaparecido (à ex-ceção da “duna preta” ou Morro dos Índios)sob a Avenida do Contôrno, já que na práticao avanço sobre a praia extrapolou de muito arecomendação do alinhamento original. Poroutro lado, a proposta ponte da Passagem àatual Ogiva teria não apenas prejudicado o trá-fego naval da lagoa como ainda convertido oatual centro de Cabo Frio – que deve ser man-tido como uma península sem saída, no intui-to de minimizar seu tráfego – em um corre-dor rodoviário semelhante a Rio das Ostras.Os dois reticulados, propostos e básicamenteexecutados, reunificaram a cidade numa es-cala mais ampla e moderna, ao se sobrepo-

rem e ligarem os doisnúcleos de Cabo Frio,os quais, embora ab-sorvidos pela novamatriz urbana, conse-guiram sobreviver emsuas linhas essenciaisaté o presente, deven-do-se aliás observarque somente ao longodo último meio séculoveio a área urbana deCabo Frio a extrapolar

essa área estabelecida pelo primeiro “arru-mamento” da cidade.

E quanto aos dois profissionais responsá-veis por todo este projeto? Pimentel, por seulado, iniciou sua carreira militar alistando-separa participar das lutas pela Independênciana Bahia, tendo sido condecorado com a me-dalha referente a esta campanha, a mais lon-ga, sangrenta e difícil deste evento. Posteri-ormente, diplomou-se no Curso Completo deMatemática Pura e suas principais aplicações,o qual cursou na França. Assumindo então oposto de capitão de Engenharia em 1836,neste mesmo ano dedicou-se a um projetoque muito o promoveria profissionalmente,quando o presidente da província do Rio deJaneiro, Paulino José Soares de Sousa, en-carregou-o da logística das obras de racio-nalização do transporte fluvial entre o riosItaguaí e Guandu. Elaborou ainda um manus-crito antropológico sobre os índios de MatoGrosso, por onde andou em função de váriosprojetos do Exército nas fronteiras. Transferi-do para a Região dos Lagos, aqui viabilizoudiversos projetos de grande porte, documen-tados em cinco relatórios ao longo de 1840 e1841 (cabe observar que a província do Riode Janeiro era dividida então, para fins deobras públicas de Engenharia, em quatro se-ções, estando Cabo Frio incluída na quarta):“PROJETO DE ARRUMAMENTO DA CIDADEDE CABO FRIO”; “PROJETO DE ARRUMA-MENTO DA CIDADE DE MACAÉ”; “MEMÓRIADA ESCAVAÇÃO DA LAGOA DE ARARUAMA”;“RELATÓRIO DA QUARTA SEÇÃO DASOBRAS PÚBLICAS DA PROVÍNCIA DO RIO DEJANEIRO”; “RELATÓRIO DA SEGUNDA SE-

ÇÃO DAS OBRAS PÚBLICAS DA PROVÍNCIADO RIO DE JANEIRO”. Não sei até hoje seforam preservados tais textos (como o foi omapa do plano diretor de Cabo Frio) nem ondee, em caso afirmativo, se estariam disponí-veis ou não (continuo pesquisando); pude so-mente verificar que o original do plano paraCabo Frio foi exibido na “Exposição da Histó-ria Pátria” de 1881.

Por sua vez, Andrade, de acordo com oAlmanaque Militar, alistou-se no Exército Im-perial Brasileiro (ou “sentou praça”, confor-me então se dizia) em 08/03/1834, tendo sereformado como general em 1886, falecen-do em 21/05/1891 em Petrópolis, cidade queajudara a fundar e à qual era muito ligado, ten-do feito parte do Corpo de Estado Maior dePrimeira Classe. Formou-se em dois cursostécnicos: o de Matemática e Militar pelo Re-gulamento de 1832 e o completo de Enge-nharia pelo Regulamento de 1815, receben-do assim o título de bacharel em Matemática.Participou da execução do Plano Koeler quedeu origem a Petrópolis, tanto nas obras daserra (de 1849 a 1857) – quando construiu aestrada da baixada ao alto da serra, a prmeirarodovia macadamizada (calçada com parale-lepípedos) do Brasil – quanto na gestão dacolônia alemã que povoou a cidade recém-fundada, da qual foi diretor de 1858 a 1859.Já em Cabo Frio, transferido para a quarta Se-ção então comandada pelo major-engenhei-ro Bellegarde, foi convidado pela CâmaraMunicipal da cidade a avaliar o estado da Fontedo Itajurú juntamente com a Comissão deObras do município, tendo apresentado àmesma Câmara, em 22/07/1845, ofício con-tendo a avaliação solicitada. Em seguida, ba-seado em seu próprio diagnóstico, Andradeexecutou a reforma completa da fonte, inclu-sive construindo sua guarita que não existiaaté então e que ainda hoje lá permanece, porordem expressa do imperador Pedro Segun-do, que financiou a obra e veio a Cabo Friopessoal e especialmente para inaugurá-la em24/04/1847 (ver minha matéria “Fonte doItajurú: o ícone histórico mais típico de CaboFrio”, à página 11 da edição no. 18 de set/outde 2009 deste informativo).

Hoje, quase dois séculos transcorridos,graças ao “arrumamento” dos engenheirosPimentel e Andrade, a parte central de CaboFrio pôde desenvolver-se de forma a apresen-tar uma malha urbana com uma ordenaçãoainda satisfatóriamente adequada, enquantoque outras localidades até próximas, que nãousufruíram de tal benefício naquela época pre-coce, como Arraial do Cabo e Armação dosBúzios, converteram-se, com o passar dosanos, infelizmente, em labirintos urbanos dedifícil solução. É lamentável, contudo, não tersido respeitado aquele prudente afastamen-to, por eles proposto, da cidade em relaçãoà orla oceânica, com as conseqüências ca-tastróficas que hoje ali assistimos.

Os engenheiros do “arrumamento”de Cabo Frio*Luiz Carlos da Cunha Silveira

*L*L*L*L*Luiz Carlos da Cuiz Carlos da Cuiz Carlos da Cuiz Carlos da Cuiz Carlos da Cunha Sunha Sunha Sunha Sunha Silvilvilvilvilveira éeira éeira éeira éeira éengenheirengenheirengenheirengenheirengenheiro, pesquisador e escritoro, pesquisador e escritoro, pesquisador e escritoro, pesquisador e escritoro, pesquisador e escritor. É. É. É. É. Émembrmembrmembrmembrmembro da diro da diro da diro da diro da diretoria da etoria da etoria da etoria da etoria da ASAERLASAERLASAERLASAERLASAERLAAAAA

“É lamentável, contudo, nãoter sido respeitado aqueleprudente afastamento, por

eles proposto, da cidade emrelação à orla oceânica, com

as conseqüênciascatastróficas que hoje ali

assistimos”

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Junho / Julho 2010 19

O cabofriense Deivison daSilveira Pereira nunca teve dúvi-das na profissão que desejava se-guir. Escolheu Engenharia de Pro-dução por ser uma das cadeirasmais completas da Engenharia.

A globalização se encarregou dedifundir a profissão e aumentar asoportunidades de trabalho.

Mesmo no final do curso emEngenharia de Produção pelaUniversidade Federal Fluminense– UFF, no 2º semestre 2009Deivison já estava empregado.Atualmente é Analista de Logísticada Wilson, Sons Logística Ltda.Para quem não liga o nome da em-presa é bom saber que a WilsonSons é hoje a maior empresa derebocadores de toda a AméricaLatina. A terceira no ranking dasAméricas. A número um noagenciamento marítimo. Uma dasmaiores operadoras portuárias dopaís.

O FUTURO É AGORAConsiderada a profissão do futuro a Engenharia de Produção abrevagas nos quatro cantos do país e precisa de mais profissionais

-Estou muito feliz com meutrabalho e a cada dia aprendo mui-to-, comemora Deivison que pas-sou alguns dias de folga na casada mãe em Cabo Frio. Deivisoné irmão do engenheiro civilLuciano Silveira ex-presidente daASAERLA.

Por ser uma formação da en-genharia recente, comparadascom outras mais tradicionais,muitos perguntam “O que é En-genharia de Produção? O que umengenheiro de produção faz?-Cos-tumo responder que o Engenhei-ro de Produção é um profissionalversátil, que precisa em sua for-mação aprimorar a capacidade deidentificar, descrever e propor so-luções para problemas ligados àsatividades do dia-a-dia, sempre ava-liando aspectos humanos, econô-micos, sociais e ambientais-, dizDeivison. Com alta procura o cur-so de Engenharia de Produção, ofe-

Os irmãos engenheiros Deivison e Luciano Silveira

ENGENHARIA DEPRODUÇÃO

É o ramo da engenharia quegerencia os recursos huma-nos, financeiros e materiaispara aumentar a produtivida-de de uma empresa. O enge-nheiro de produção é peça fun-damental em indústrias e em-presas de quase todos os se-tores. Ele une conhecimentosde administração, economia eengenharia para racionalizar otrabalho, aperfeiçoar técnicasde produção e ordenar as ati-vidades financeiras, logísticase comerciais de uma organi-

zação. Define a melhor forma deintegrar mão de obra, equipa-mentos e matéria prima a fim deavançar na qualidade e aumen-tara produtividade. Por atuarcomo elo entre o setor técnico eo administrativo, seu campo detrabalho ultrapassa os limites daindústria. O especialista em eco-nomia empresarial, por exemplo,costuma ser contratado por ban-cos para montar carteiras de in-vestimentos. Esse profissional érequisitado, também, por empre-sas prestadoras de serviços paragerenciar a seleção de pessoal,definir funções e planejar esca-las de trabalho.

MERCADO DE

TRABALHO

As perspectivas são boas para oengenheiro de produção. Cerca de70% das contratações são feitaspor bancos, administradoras decar tão de crédito e empresasmultinacionais. As 30% restantespartem de indústrias. No primeirocaso, o engenheiro de produçãoatua na gestão de carteiras e aná-lise de investimentos de clientesbancários. No segundo, trabalhacom logística, coordenação de pro-dução e sistemas produtivos. En-genheiros com uma formação só-lida também têm boas chances deseguir carreira no exterior. Outros

dois ramos em evidência são omercado acionário e o de transpor-te, com destaque para as conces-sionárias que administram rodovi-as. A maioria das vagas concen-tra-se no Sudeste, mais precisa-mente em São Paulo e no Sul. NoNordeste, o destaque é o pólo têxtildo Ceará.

O CURSO

No começo, o curso enfoca as dis-ciplinas básicas de engenharia,com bastante cálculo, como ma-temática, física, química e infor-mática. Depois entram as matériasespecíficas de produção, comogestão de investimentos, organiza-

ção do trabalho e economia e es-tratégia de empresas. Nos últi-mos anos acrescentam-se as desociais aplicadas, como admi-nistração e economia, e, na eta-pa final, o aluno começa o estu-do específico da habilitação es-colhida. Para se diplomar é pre-ciso fazer estágio e apresentaruma monografia. Várias escolasoferecem o curso voltado paraalguma habilitação específica,como mecânica ou civil.

Duração média: cinco anos.Outros nomes: Eng. da prod.Agroind, Eng. Em Processos deProdução.

Economia empresarial - - - - -Gerenciar a vida financeira deuma empresa, definir a aplicaçãode recursos, lidar com custos, pra-zos, juros e previsão de vendas.

Engenharia do trabalho - - - - -Administrar a mão-de-obra, paraa produção de bens ou a presta-ção de serviços. Avaliar custos,prazos e instalações para possibi-litar a execução do trabalho.

Desenvolvimento organi-zacional - - - - - Analisar e definir aestrutura da empresa, de acordocom o mercado.

Planejamento e controle- - - - - Implantar e administrar proces-sos de produção, da seleção dematérias-primas à saída do pro-duto. Estabelecer padrões de qua-lidade e fiscalizar seu cumprimen-to. Gerenciar operações logísticas,como armazenagem e distribui-ção.

Engenheiro deProdução temvagas emdiversas áreas

recido no recém-criado campus daFaculdade de Ciências Aplicadas(FCA), em Limeira SP já alcançoua média de 28 candidatos por vaganos vestibulares de 2009 e 2010.

-Trata-se de uma área estraté-gica para o país, em razão das de-mandas socio-econômicas no con-texto nacional-, disse um profes-sor paulista

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Junho / Julho 201020

O Farol e o mico do Engenheiro Bellegarde

OCTÁVIO JOSÉ CAETANO DA SILVA JUNIOR Engenheiro civil

“Em qualquer momento o cidadão comum podefazer denúncias ao Crea/RJ”

WWWWWalmor Falmor Falmor Falmor Falmor Frrrrreitaseitaseitaseitaseitas

Asaerla – QAsaerla – QAsaerla – QAsaerla – QAsaerla – Quantos municípios a Cooruantos municípios a Cooruantos municípios a Cooruantos municípios a Cooruantos municípios a Coorde-de-de-de-de-nação Rnação Rnação Rnação Rnação Regional Leste abrange?egional Leste abrange?egional Leste abrange?egional Leste abrange?egional Leste abrange?

Octávio – São 14 municípios. Vai deSaquarema, Silva Jardim, Araruama, IguabaGrande, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio, Arrai-al do Cabo, Buzios, Casimiro de Abreu, Rio dasOstras, Macaé, Conceição de Macabu,Carapebus até Quisamã.

E qual a função da CoorE qual a função da CoorE qual a função da CoorE qual a função da CoorE qual a função da Coordenação?denação?denação?denação?denação?Esse é um projeto de descentralização admi-

nistrativa e a regional leste foi a pioneira im-plantada em 2006. A função é de aproximar oConselho dos profissionais, das empresas e dasociedade como um todo.

A função é orientar ?A função é orientar ?A função é orientar ?A função é orientar ?A função é orientar ?Sim, a nossa missão é de fiscalizar a regulari-

zação da profissão e da defesa da sociedade.

Como o prComo o prComo o prComo o prComo o profissional se sente assistido naofissional se sente assistido naofissional se sente assistido naofissional se sente assistido naofissional se sente assistido narrrrregião?egião?egião?egião?egião?

A dinâmica do conselho é através das inspe-torias e em alguns municípios, dentro dessaabrangência que nos falamos temos cinco ins-petorias e um posto de relacionamento.

OOOOOnde ficam as inspetorias?nde ficam as inspetorias?nde ficam as inspetorias?nde ficam as inspetorias?nde ficam as inspetorias?Macaé, Rio das Ostras, Búzios, Cabo Frio e

Araruama com um posto em SPA e um postoem Casimiro de Abreu desativado por estar atu-almente sem funcionários. Mas a dinâmica é exa-tamente essa, que é de dar suporte e contatodireto através do atendimento e dos agentes defiscalização e do controle das ações de atendi-mento e uma gerência paras as regionais

Como o cidadão comum pode parComo o cidadão comum pode parComo o cidadão comum pode parComo o cidadão comum pode parComo o cidadão comum pode participarticiparticiparticiparticiparou ser atendido pelo Cou ser atendido pelo Cou ser atendido pelo Cou ser atendido pelo Cou ser atendido pelo Crrrrrea/Rj?ea/Rj?ea/Rj?ea/Rj?ea/Rj?

Em qualquer momento a sociedade, o cida-dão comum, pode fazer uma denúncia. E osmeios são as inspetorias onde o cidadão pode irpessoalmente, por telefone ou utilizar o e-maildas coordenadorias. E pode ser também peloTele-Crea onde os profissionais podem usar oserviço. A sociedade também pode acessar os ser-viços do Crea no que tange a fiscalização.

E o site do CE o site do CE o site do CE o site do CE o site do Crrrrrea?ea?ea?ea?ea?Aliás é um Portal que está disponível para a

sociedade.Temo escolas que estão cadastradas nonosso sistema. Uma das funções é manter o ca-dastro das escolas para que os egressos possamter o registro no Conselho que é obrigação nos-sa.

A sociedade já perA sociedade já perA sociedade já perA sociedade já perA sociedade já percebeu a implantação dascebeu a implantação dascebeu a implantação dascebeu a implantação dascebeu a implantação dasmudanças?mudanças?mudanças?mudanças?mudanças?

Sem dúvida, Hoje na regional além dasagências de atendimento, são 12 os agentesde fiscalização. Então tem esse fluxo contí-nuo de ações de fiscalização que são pontuaisporque os fiscais trabalham na sua área deabrangência.

O prO prO prO prO presidente Agostinho disse que o Cesidente Agostinho disse que o Cesidente Agostinho disse que o Cesidente Agostinho disse que o Cesidente Agostinho disse que o Crrrrreaeaeaeaeaviajou para o interior para buscar melhor aviajou para o interior para buscar melhor aviajou para o interior para buscar melhor aviajou para o interior para buscar melhor aviajou para o interior para buscar melhor arrrrresposta das necessidades?esposta das necessidades?esposta das necessidades?esposta das necessidades?esposta das necessidades?

É um processo contínuo. A questão dadescentralização trouxe uma nova dinâmica parao Conselho. Porque todas as ações partiam deum ponto fixo que era na gerência e sede doRio.

DDDDDiminui a lentidão da máquina adminis-iminui a lentidão da máquina adminis-iminui a lentidão da máquina adminis-iminui a lentidão da máquina adminis-iminui a lentidão da máquina adminis-trativtrativtrativtrativtrativa?a?a?a?a?

Exatamente. Esse é o foco. Na verdade a gen-te deseja aproximar o Crea/RJ da sociedade, dosprofissionais e empresas e com isso diminuir otempo de resposta a todos.

MMMMMesmo diminuindo a lentidão do siste-esmo diminuindo a lentidão do siste-esmo diminuindo a lentidão do siste-esmo diminuindo a lentidão do siste-esmo diminuindo a lentidão do siste-ma, quais as dificuldades ainda que devma, quais as dificuldades ainda que devma, quais as dificuldades ainda que devma, quais as dificuldades ainda que devma, quais as dificuldades ainda que devemememememser trabalhadas?ser trabalhadas?ser trabalhadas?ser trabalhadas?ser trabalhadas?

São muitas. Exatamente pela dinâmica.Exemplo; antes os profissionais que tratavam deregistro encaminhavam para as inspetorias e asinspetorias tratavam da documentação. Encami-nhava para a sede no Rio para fazer a leitura eanálise e se precisava cumprir alguma exigência.Então, a partir da implantação das análises, oscoordenadores pegam com eles e isso aumentaa dinâmica porque a gente passa a ter um tempode resposta mais rápida. Essa proximidade au-mentou a demanda, claro.

E aumentou o vE aumentou o vE aumentou o vE aumentou o vE aumentou o volume de trabalho?olume de trabalho?olume de trabalho?olume de trabalho?olume de trabalho?E se a demanda aumenta, a nossa condição e

capacidade de atendimento da demanda criauma dificuldade em acompanhar o crescimen-to. Sendo um organismo público ficamos pre-sos na questão de licitação e isso causa um pou-

co mais de morosidade. Talvez isso dificulte umpouco o que estamos almejando que era de termaior rapidez.

DDDDDurante os encontrurante os encontrurante os encontrurante os encontrurante os encontros com os pros com os pros com os pros com os pros com os profissionaisofissionaisofissionaisofissionaisofissionaisda rda rda rda rda região para apregião para apregião para apregião para apregião para apresentar presentar presentar presentar presentar propostas para o 7opostas para o 7opostas para o 7opostas para o 7opostas para o 7EEEEEncontrncontrncontrncontrncontro Estadual quais sugestões que po-o Estadual quais sugestões que po-o Estadual quais sugestões que po-o Estadual quais sugestões que po-o Estadual quais sugestões que po-dem ser usadas já?dem ser usadas já?dem ser usadas já?dem ser usadas já?dem ser usadas já?

Esse é um Fórum específico. O que observa-mos é que o profissional precisa colocar suas de-mandas quanto ao sistema. Pelo menos a genteobserva que poucos profissionais participarammas as questões são parecidas.

O prO prO prO prO presidente Agostinho disse que ficouesidente Agostinho disse que ficouesidente Agostinho disse que ficouesidente Agostinho disse que ficouesidente Agostinho disse que ficousurprsurprsurprsurprsurpreso poreso poreso poreso poreso porque o encontrque o encontrque o encontrque o encontrque o encontro na Ro na Ro na Ro na Ro na Região dosegião dosegião dosegião dosegião dosLagos foi positivLagos foi positivLagos foi positivLagos foi positivLagos foi positivo?o?o?o?o?

Sim, a Região dos Lagos teve o maior núme-ro de pessoas. Mesmo aqui os melhores encon-tros foram em Cabo Frio e Araruama. Os outroslocais ficaram a desejar. Mas se repetiu o que agente já sabia por conta de outros encontros emanos anteriores em 2007. Em Macaé por exem-plo, o comparecimento foi menor do aqui emCabo Frio.

E as prE as prE as prE as prE as propostas ?opostas ?opostas ?opostas ?opostas ?As propostas são parecidas e caminham, ge-

ralmente, na questão salarial, no exercício ilegalda profissão e o acesso ao sistema Crea. O relató-rio do encontro estadual que servirá de base eenviado para o encontro nacional onde serão jun-tadas todas as propostas. O que observamos tam-bém que a maioria das propostas são mais locaisdo que nacionais.

E como é feito este filtrE como é feito este filtrE como é feito este filtrE como é feito este filtrE como é feito este filtro?o?o?o?o?O Crea RJ separa o que é de interesse do esta-

do e o que pode ser incluído para ser apresenta-do no encontro nacional. Isso significa propos-tas para o Crea do estado e também para o queé responsabilidade do Conselho Federal Confea.

NNNNNa sua visão apara sua visão apara sua visão apara sua visão apara sua visão apareceram boas preceram boas preceram boas preceram boas preceram boas propostasopostasopostasopostasopostaspara a classe?para a classe?para a classe?para a classe?para a classe?

Sim apareceram propostas interessantes, masalgumas são mais práticas. E a idéia é exatamenteessa porque somos conselho de tecnologia edevemos apontar soluções. Saber onde estamose para onde queremos ir. Observamos que osprofissionais estão interessados nisso. Todos que-rem colaborar para evoluir o sistema Confea/Crea como um todo.

E quanto as rE quanto as rE quanto as rE quanto as rE quanto as reclamações do execlamações do execlamações do execlamações do execlamações do exererererercício ile-cício ile-cício ile-cício ile-cício ile-gal da prgal da prgal da prgal da prgal da profissão?ofissão?ofissão?ofissão?ofissão?

É um assunto delicado e tem vários aspec-tos. Tem aquela pessoa que não tem o registrocomo o profissional estrangeiro que vem juntocom um conglomerado de empresas e acaba tra-balhando. E ocupa espaço. Tem o outro quemesmo tendo experiência profissional não usasuas prerrogativas como deveria para o exercíciolegal. A gente esbarra nas questões éticas e etc...

São os famosos canetinhas?São os famosos canetinhas?São os famosos canetinhas?São os famosos canetinhas?São os famosos canetinhas?Sim, o canetinha é uma questão complicada

porque atrapalha não só o profissional que atu-am corretamente e eticamente no mercado comoatrapalha o processo. É o mais difícil de ser com-batido

É difícil de ser combatido?É difícil de ser combatido?É difícil de ser combatido?É difícil de ser combatido?É difícil de ser combatido?Exatamente. O problema é que para aplicar

a punição é preciso ter a prova cabal, ou seja, ainformação e a comprovação concreta. Mas aquestão do acobertamento é um dos fatores maisdifíceis de chegar a uma punição. E osacobertadores são experientes e se cercam demeios e de pessoas que aproveitam alguma fa-lha e trabalham no pequeno espaço para prati-car o ato ilegal.

TTTTTem como identificar quem pratica o atoem como identificar quem pratica o atoem como identificar quem pratica o atoem como identificar quem pratica o atoem como identificar quem pratica o atoilegal?ilegal?ilegal?ilegal?ilegal?

É uma pergunta difícil essa. Mas a gente,mesmo com pouca experiência, sabe que sãosempre os mesmos. A gente observa a repetênciados canetinhas. E até pela dificuldade de cons-tatar nós não sabemos se aumentou ou não onúmero de canetinhas.

MMMMMas os pras os pras os pras os pras os profissionais atuantes continuamofissionais atuantes continuamofissionais atuantes continuamofissionais atuantes continuamofissionais atuantes continuamrrrrreclamando ?eclamando ?eclamando ?eclamando ?eclamando ?

Os profissionais reclamam com proprieda-de e a gente precisa que os profissionais que tra-balham dentro da ética contribuam para quepossamos constatar o fato da prática ilegal daprofissão. Isso pode partir de denúncia anôni-ma e então partimos para fiscalização econstatação. Inclusive para fazer essa constataçãojá esta em vigor a resolução 1024 que trata daobrigatoriedade do Livro de Obra.

O LivrO LivrO LivrO LivrO Livro de Oo de Oo de Oo de Oo de Obra é a mesma caderneta debra é a mesma caderneta debra é a mesma caderneta debra é a mesma caderneta debra é a mesma caderneta deobra?obra?obra?obra?obra?

Exatamente. A função do Livro ou Cader-neta de Obra é registrar a presença do profissio-nal na obra. Isso já está em fase de implantaçãoa nível nacional, ou seja em todo o país seráutilizado ao Livro de Obra. É uma espécie dediário de obra e em breve será divulgado.

E a unificação da ARE a unificação da ARE a unificação da ARE a unificação da ARE a unificação da ART?T?T?T?T?O Conselho está dando mais atenção é para

a questão da ART com treinamentos para po-

Viajar diariamente poraté 14 cidades ouvindo,anotando e conversandomuito. Esse é o perfil doengenheiro civil OctávioJosé Caetano da SilvaJúnior, 44 anos, desdeque assumiu a Coorde-nação Regional Leste doCrea em 2007.

-Temos muito trabalho ea cada dia aumenta por-que tanto os profissionaiscomo a própria sociedadeestão participando maisdo sistema Crea/RJ. Issoé muito bom-, diz Octávioque concedeu essa entrevista du-rante rápida visita a Cabo Frio.

O coordenador reconhece quefalta muito ainda a fazer, mas re-vela que nestes dois últimos anoso Crea/RJ tem ouvido muito os en-

genheiros, arquitetos, construto-res, órgãos públicos e a socieda-de para colocar em prática açõesimediatas visando melhorar o re-lacionamento entre o Conselho,os profissionais e a sociedade.

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Junho / Julho 2010 21

dermos orientar os profissionais sobre a resolução1025 especificamente. Inclusive está previsto pa-lestra na ASAERLA para os profissionais da re-gião. A questão é unificar todos os formulários.Voltando as ações, temos a ART on line e ques-tão do Livro de Obras ou Diário de Obras. Essasações são demandas que os profissionais coloca-ram no sexto encontro. E o objetivo é revestir oexercício legal da profissão para que dificulte cadavez mais o exercício ilegal da profissão, o canetinhacomo é chamado.

As rAs rAs rAs rAs reclamações continuam sobreclamações continuam sobreclamações continuam sobreclamações continuam sobreclamações continuam sobre a falta dee a falta dee a falta dee a falta dee a falta defiscalização, como rfiscalização, como rfiscalização, como rfiscalização, como rfiscalização, como resolvesolvesolvesolvesolver isso?er isso?er isso?er isso?er isso?

Eu diria que a questão também transcende aprópria fiscalização do Conselho. Temos o corpode fiscalização que está revestido da prerrogativado poder de polícia e do amparo legal para poderaplicar a lei. Junto com isso, temos a sociedade eos próprios profissionais que quando se sentiremlesados devem buscar o Conselho e as associaçõesde profissionais que são os canais onde o profissi-onal deve reclamar. E também o próprio poderpúblico, as prefeituras, as comissões de licitações,Petrobras e as empresas de uma forma geral e porisso buscamos disseminar a informação para mi-tigar esse erro. Se a pessoa que recebe uma ARTe não sabe o que cobrar fica mais difícil de saberse o documento está errado ou correto. Essa é umaforma de fiscalização para que as empresas priva-das e aos órgãos públicos, comissões de licitaçõese de dessa forma conseguimos diminuir um pou-co o possível erro.

O trabalho é o que o sr imaginavO trabalho é o que o sr imaginavO trabalho é o que o sr imaginavO trabalho é o que o sr imaginavO trabalho é o que o sr imaginava ou estáa ou estáa ou estáa ou estáa ou estáaumentando a cada dia?aumentando a cada dia?aumentando a cada dia?aumentando a cada dia?aumentando a cada dia?

Sim. Até desisti de medir a quilometragem di-ária. O trabalho vem aumentando e não para decrescer cada vez mais. A medida que a gente vaidisseminando a informação aumentam as solici-tações. Temos solicitações da OAB, do Ministé-rio Público que estão sempre envolvidos nesta de-manda que envolve a questão do exercício profis-sional. Muitas vezes somos convocados erronea-mente.

O sr pode exO sr pode exO sr pode exO sr pode exO sr pode exemplificar?emplificar?emplificar?emplificar?emplificar?Recebemos pedidos para indicação de peritos.

Isso não é uma coisa que esteja na nossa atribuição.Nós fiscalizamos exatamente o exercício da profis-são.

DDDDDepois de um ano de viagens pelo interiorepois de um ano de viagens pelo interiorepois de um ano de viagens pelo interiorepois de um ano de viagens pelo interiorepois de um ano de viagens pelo interioro pro pro pro pro presidente Agostinho disse que é presidente Agostinho disse que é presidente Agostinho disse que é presidente Agostinho disse que é presidente Agostinho disse que é preciso for-eciso for-eciso for-eciso for-eciso for-talecer as entidades de classe. Italecer as entidades de classe. Italecer as entidades de classe. Italecer as entidades de classe. Italecer as entidades de classe. Isso tambémsso tambémsso tambémsso tambémsso tambéminibe o exinibe o exinibe o exinibe o exinibe o exererererercício ilegal da prcício ilegal da prcício ilegal da prcício ilegal da prcício ilegal da profissão?ofissão?ofissão?ofissão?ofissão?

Exatamente. O presidente Agostinho sempreteve essa preocupação de desenvolver essa relaçãodo Crea com o interior. Observamos isso bastan-te aqui na Região dos Lagos é a participação dasassociações porque é um dos organismos mais im-portantes para os profissionais atuantes do mer-cado. Porque é ali que os profissionais concen-tram sua força. É exatamente por meio das asso-ciações que engenheiros e arquitetos buscam oConselho para o atendimento nas demandas.

QQQQQual a sua avual a sua avual a sua avual a sua avual a sua avaliação para o encontraliação para o encontraliação para o encontraliação para o encontraliação para o encontro micro micro micro micro micro-o-o-o-o-rrrrregional em Cabo Fegional em Cabo Fegional em Cabo Fegional em Cabo Fegional em Cabo Frio?rio?rio?rio?rio?

É muito importante a participação efetiva daassociação porque no interior os profissionais iso-lados tem força reduzida. Até para os profissio-nais entenderem melhor o funcionamento doConselho e de que forma cada um pode contri-buir para uma melhoria na qualidade de vida detodos.

Cabo Frio já oferece cursos de engenharia

Rachel Medeiros cursa o 7º perío-do na Estácio de Sá em Cabo Frio

Procura por cursos de

engenharia na região

cresce a cada dia

Com a globalização e o crescente mer-cado da construção civil e produção a en-genharia passou a ser uma das carreirasmais seguras a curto, médio e longo prazo.A demanda por engenheiros em todos ossetores aumentaram as oportunidades detrabalho e novos cursos de engenharia sur-giram em todo o país. Quem mora emCabo Frio e deseja seguir a profissão já nãoprecisa mais migrar para outras cidades.

Desde 2005, as Universidades Estáciode Sá (UNESA) e Veiga de Almeida (UVA),instalaram campus na cidade e oferecemcursos de graduação em engenhariaambiental, de produção e petróleo e gás.

A procura foi imediata e em 2010 o nú-mero de inscritos nas duas universidadespara a área de engenharia superou todas asmetas, ultrapassando até o curso de Direi-to, tradicionalmente o mais procurado.

– Há uma demanda muito grande devi-do à proximidade com a cidade de Macaé.Cerca de 35% dos alunos são de Rio dasOstras, Araruama e Saquarema. Colocamosa disposição dos alunos mestres e douto-res, para formar os melhores profissionaisda área – disse Eduardo Maluf, diretor Aca-dêmico da UVA.

O engenheiro civil e ex-presidente daASAERLA, Luciano Silveira, nascido emCabo Frio conta que teve que morar noRio de Janeiro para estudar.

– Naquela época não existia nenhumcurso da área de engenharia na região.Hoje, com os cursos oferecidos pelas fa-culdades em Cabo Frio, os pais têm a se-gurança de manter os filhos por perto etambém diminuem os gastos-, analisou.

A procura por profissionais de engenha-ria é intensa, sobretudo por causa dos in-vestimentos em infra-estrutura, meio am-biente, saneamento, energia, ampliação degrandes empresas, do setor imobiliário eem decorrência das descobertas de gás na-tural e petróleo, além dos recordes do se-tor automotivo.

- A perspectiva é boa, e a proximidadecom Macaé, pólo petrolífero, aumentamas opções de trabalho. No último concur-so da Petrobrás, muitas vagas foram desti-nadas aos engenheiros de produção e depetróleo. Vejo isso como um estímulo aosprofissionais e estudantes-, disse o enge-nheiro.

Segundo um estudo feito pela Confe-deração Nacional da Indústria (CNI), osprofissionais de engenharia estão escassos.O Brasil tem hoje seis engenheiros paracada grupo de 100 mil pessoas, quando oideal deveria ser de pelo menos 25 por cada100 mil habitantes, para dar conta das va-gas atualmente abertas.

O número de engenheiros formadostodo ano no país também é baixo. Em2006, cerca de 30 mil estudantes brasilei-ros saíram da universidade diplomados emengenharia, enquanto que a Coréia do Sulgraduou aproximadamente 80 mil enge-nheiros.

- Eu fiz o curso técnico de Petróleo eGás e logo em seguida iniciei o curso deEngenharia . Isso foi em 2007 e Cabo Frioainda não oferecia este curso. Apesar daspoucas opções de trabalho, a qualidade devida aqui é melhor – disse RachelMedeiros, que atualmente está no 7º perí-odo de engenharia na Estácio de Sá.

Devido à escassez dos profissionais, ossalários dos engenheiros estão aumentan-do. De acordo com o Instituto de PesquisaEconômica Aplicada (Ipea), a remunera-ção inicial média triplicou no último ano,de R$1.500 para R$ 4.500 reais. Nenhu-ma outra carreira registrou nada semelhan-te para quem está começando a vida pro-fissional. De acordo com especialistas, opróprio mercado, portanto, se encarrega deregular as variações de salário no concorri-do mercado.

Produção de petróleo aumentaoportunidades para engenheiros

Em todo o país a procura por engenhei-ros vem aumentando significativamente.Além da tradicional construção civil que ab-sorve maior parte dos profissionais, o aumen-to da produção de petróleo e construção deportos no litoral brasileiro também aumen-tou a concorrência por engenheiros de todasas áreas.

-Na construção civil já estão faltando alémde engenheiros, mestres de obra e serventese qualificação é algo que leva tempo-, avaliaPeter Wanke, do Centro de Estudos emLogística do Coppead, da Universidade Fe-deral do Rio de Janeiro (UFRJ).

De acordo com especialistas, o Brasil, hámais de duas décadas não investia em cons-trução de portos de grande porte. De acordocom estudo do Instituto de Pesquisas Econô-micas Aplicadas (Ipea), existe a necessidadede mais 133 obras de construção, ampliaçãoe recuperação de áreas portuárias no país, oque vai envolver investimentos na área deR$ 20,5 bilhões nos p’roixmos anos e aumen-to considerável de vagas para engenheiros.

Para o engenheiro e professor LucianoSilveira, a falta de engenheiros e profissio-nais da construção civil há muito vem afe-tando obras de todos os níveis na região.

-As obras públicas também vem sentindoa falta de mão de obra e isso valoriza o profis-sional. As obras do PAC em todo o país tam-bém serviram para absorver grande parte deengenheiros-, disse.

A industria portuária é uma realidade naregião Norte, Noroeste e Lagos, que recebealtos investimentos como o Porto do Açu, oestaleiro de Barra de Furado e a própria in-dústria petroquímica. No processo seletivode 2008, do Instituto Federal Fluminense,IFF, foram 20 mil candidatos inscritos. Em2009 chegou a 30 mil por cursos técnicos.A título de exemplo da procura por cursostécnicos, o curso mais disputado da gradua-ção é o de Engenharia com oito candidatos/vaga, enquanto que entre os cursos técnicos,o mais procurado, o curso de Automação,tem uma concorrência de 75 candidatos porvaga.

Universidades em

Cabo Frio oferecem

cursos em dois turnosCursar engenharia ficou mais fácil na

Região dos Lagos. Em Cabo Frio as uni-versidades Estácio de Sá e Veiga de Almeida-UVA oferecem cursos pela manhã e à noi-te. Na Estácio pode-se cursar graduação emEngenharia Ambiental e Petróleo e Gás. NaVeiga de Almeida os cursos são de Enge-nharia Ambiental, Petróleo e Gás e Enge-nharia de Produção. Os detalhes de cadacurso podem ser obtidos nos sites das uni-versidades.

O acesse os links 01) http://www.estac io.br/campus/cabo_fr io/cursosGraduacao.asp e 02) http://www.uva.br/cursos/graduacao_cfrio.htm.

Para ingressar na universidade a UVA acei-ta alunos já formados e Portadores de Diplo-ma, alunos em Transferência ou pelo sistemade Vestibular. Na Estácio podem ser pelo Ves-tibular, Enem, Pro Uni, Formados, Trans-ferências e Ex-alunos. As duas universidadesoferecem descontos promocionais sob con-sulta.

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Junho / Julho 201022

PPPPPor Lor Lor Lor Lor Luiz Carlos da Cuiz Carlos da Cuiz Carlos da Cuiz Carlos da Cuiz Carlos da Cunha Sunha Sunha Sunha Sunha Silvilvilvilvilveiraeiraeiraeiraeira

*L*L*L*L*Luiz Carlos da Cuiz Carlos da Cuiz Carlos da Cuiz Carlos da Cuiz Carlos da Cunha Sunha Sunha Sunha Sunha Silvilvilvilvilveiraeiraeiraeiraeiraé engenheiré engenheiré engenheiré engenheiré engenheiro, pesquisador eo, pesquisador eo, pesquisador eo, pesquisador eo, pesquisador eescritorescritorescritorescritorescritor. É membr. É membr. É membr. É membr. É membro da diro da diro da diro da diro da direto-eto-eto-eto-eto-ria da ria da ria da ria da ria da ASAERLASAERLASAERLASAERLASAERLAAAAA

O engenheiro irmão

do engenheiro

Os Bellegarde fizeramparte, pelo lado maternoNiemeyer, de uma famíliaque por dois séculos vemfornecendo numerosos e

destacados engenheiros earquitetos ao Brasil

Todo e qualquer cabo-friense conhece, ainda quesuperficialmente, a figura his-tórica do engenheiro LuisHenrique de Niemeyer Belle-garde. Por outro lado, quaseninguém ouviu falar aqui emseu irmão Pedro de Alcân-tara, outro notável engenhei-ro e também político brasilei-ro, nascido em 13/12/1807 ameio caminho entre Portugale Brasil (original já de saída),a bordo da nau Príncipe Real,que conduzia o príncipe re-gente - depois rei D. João VI,fugindo da invasão napo-leônica em Portugal, comtoda sua corte – assim comoseu irmão Luis, nascido emLisboa em 1802 e seuspais.

Matriculou-se aostreze anos na EscolaMilitar, onde recebeuem 1827 o grau de Dou-tor em Matemática eem 1842 o de Doutorem Engenharia, atingin-do a patente de majorem 1828 (não existiamengenheiros civis àépoca). Foi, por muitosanos, diretor da Acade-mia Militar, hoje Escola de En-genharia da UFRJ, tendo le-cionado em quase todas ascadeiras como lente (hoje,catedrático) até 1853, quan-do se jubilou. Por mais dedois anos, residiu em Cam-pos dos Goytacazes, ocu-pando-se de trabalhos afetosà sua profissão de engenhei-ro. Fundou ainda a Escola deArquitetos Medidores emNiterói e lançou o “Plano Ur-banístico para a Cidade doRio de Janeiro”, base técni-ca para todos os subseqüen-tes. Teve em 1852 a nomea-ção como diretor do arsenalde guerra da Côrte, quandose denunciavam graves abu-sos ali observados. Em 1848foi nomeado encarregado

dos negócios do Brasil noParaguai, onde conseguiu ce-lebrar tratado de aliança quefacilitou o desenvolvimento dapolítica do império no Rio daPrata. Em 1853, foi encarrega-do da pasta da Guerra no ga-binete do Marquês do Paranáe ao fim de dois anos saiu doministério, tendo nele comple-tado, com a criação do Bata-lhão de Engenheiros, a orga-nização dos quadros do exér-cito e criado a Escola de Apli-cação. Foi a seguir nomeadochefe da comissão de limitesdo império com o Estado Ori-ental (Uruguai). Em 1863 en-tra para o ministério do Marqu-ês de Olinda, tomando as pas-

tas da Agricultura, Indústria eComércio e Obras Públicas.Foi também eleito deputadoda Assembléia Geral.

Morreu em 12/02/1864, ten-do publicado, ao longo de suavida profissional, muitas obras,na maior parte sobre Enge-nharia: Compêndio de Mate-máticas Elementares; Com-pêndio de Topografia; Noçõesde Geometria Descritiva; Com-pêndio de Mecânica Elemen-tar e Aplicada; Noções Ele-mentares de Direito das Gen-tes; Noções e Novas Tábuasde Balística Prática; Instruçõespara as Medições Esteriomé-tricas e Acrométricas; Com-pêndio de Arquitetura Civil eHidráulica; Limites ao Sul doImpério com o Estado Orien-

tal do Uruguai; Notícia Histó-rica, Política, Civil e Natural doImpério do Brasil; Esboço deDicionário Biográfico, Históri-co e Noticioso; EtnografiasAmazônicas; etc.

Pedro de Alcântara atuou,como engenheiro, em fre-qüente, estreita e produtivacolaboração com seu tioConrado Jacob de Niemeyer(1787, Lisboa – 1862, Rio deJaneiro), o qual foi o precur-sor da Cartografia no Brasil eoficial graduado do Real Cor-po de Engenheiros: na elabo-ração da “Carta Corogra-phica da Província do Rio deJaneiro”; no “Projeto de Ar-rasamento do Morro do Cas-telo” no Rio de Janeiro, queviria a ser executado nosanos vinte do século passa-do; no “Plano para o Enca-

namento Completo dasÀguas Potáveis de Re-cife”, a convite do go-verno provincial dePernambuco a ambos,obra projetada em ape-nas dois meses e logorealizada em 1841.

Aliás, os Bellegardefizeram parte, pelo ladomaterno Niemeyer, deuma família que pordois séculos vem forne-cendo numerosos e

destacados engenheiros earquitetos ao Brasil, desdeseu patriarca Konrad Hein-rich Von Niemeyer (1761,Hannover – 1806, Lisboa),passando pelo fundador doClube de Engenharia do Riode Janeiro no natal de 1880(neto e homônimo daqueletio de Pedro já citado), culmi-nando com o já centenário ar-quiteto Oscar Niemeyer So-ares Filho (Rio, 15/12/1907),primo em quarto grau dos ir-mãos Bellegarde, o qual dis-pensa qualquer apresenta-ção.

Atuando como entidade assis-tencial do Sistema Confea/Crea eMútua e com o objetivo constan-te de proporcionar melhor quali-dade de vida aos seus associados ,a Mútua – Caixa de Assistênciados profissionais do Crea – é umasociedade Civil sem fins lucrati-vos criada pela resolução nº 252do Conselho Federal de Engenha-ria, Arquitetura e Agronomia(Confea), em 1977.

Em todo o País, a Mútua temaproximadamente 30 mil associ-ados, que dispõem de vários be-nefícios sociais, previdenciários eassistenciais. Entre eles emprésti-mos para finalidades como aqui-sição de material de construção,livros e equipamentos, educaçãocontinuada, auxilio maternidadee saúde, com taxas de juros de 0,5% ao mês e teto de concessão de50 salários mínimos

Os profissionais têm, ainda, asua disposição quatro benefíciosque acabam de ser lançados pelaInstituição: Benefício Emergen-cial Mútua (BEM) Auxílio paraAquisição e Equipamentos Agrí-colas, Auxílio Empreendedor eAuxílio para Aquisição de Veícu-los.

Destinados aos associadosatingidos pelos efeitos de situa-ções climáticas adversas, comoenchentes, deslizamentos, des-moronamentos entre outros de-sastres naturais, o BEM trata-seda adaptação de quatro benefíci-os existentes em condições maisflexíveis.

A Mútua possui, ainda, con-vênios com a editora Abril, como Jornal Valor Econômico, com aAssurê Corretora de Seguros, como Seguro de ResponsabilidadeCivil (RC Profissional), com a

Datacard, empresa de software deengenharia e arquitetura, com aUnidas Rent a Car, além de ho-téis, agências de turismo, clinicasde reabilitação física e fisioterapia,entre outros, que se refletem emforma de descontos para os seusassociados residentes em todos osEstados do País.

Outro benefício é o plano fe-chado de previdência comple-mentar da Mútua (TecnoPrev),desenvolvido especialmente paraos profissionais da área tecnoló-gica, com adesão mínima de R$50e garantia de resgate e pensão aosherdeiros. O plano tem taxa deadministração de 0,5% ao ano eflexibilidade nas formas e valoresde contribuição.

Podem se associar todos os pro-fissionais com registro nos Con-selhos Regionais de Engenha-ria, Arquitetura e Agronomia(CREAS), além de colaboradoresda Mútua, Crea e Confea. O pro-fissional que se interessar em as-sociar a Mútua deverá preenchero cadastro on-line e pagar a taxade inscrição no valor de R$ 10,00e a anuidade no valor deR$130,00.

Os boletos para pagamento dataxa de inscrição e da anuidadeserão enviados para o endereçoque estiver selecionado no cadas-tro on-line (residencial ou comer-cial). Poderão ser pagos em qual-quer agencia bancária até a datado vencimento, e após a data, so-mente nas agencias do Banco doBrasil.

Qualquer dúvida entre emcontato com a Central de Relaci-onamento Mútua (CRM), pelotelefone 0800-610003 ou entreno site www.mutua.com.br, link“Benefícios”

Mútua – O Braço Socialdo Sistema Confea/Crea

Presidente e arquiteto José Wellington Costa

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