A Arte de Escrever Poesias

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A arte de escrever poesias

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Meu filho é um verdadeiro poeta!Sinto orgulho disso.Na escola , no dia da comemoração do aniversário da escola ele foi prestigiado pelo diretor e professores pelo livro escrito.Tem uma cópia deste livro na biblioteca do Síria.Ele quer ver se consegue publicar, mas parece que fica caro.Ele agora começou a escrever outro livro, mas este, é de crônicas.Ele desde os 7 anos ele já demonstrou interesse por escrever livros, e tudo que faz é com muito amor.Sou privilegiada por ser mãe de um filho assim:lindo,capaz e perfeito aos olhos do Pai.Tenho dois filhos, o Stênio também é abençoado.Só me dá alegria.Eles sempre estudaram na escola que trabalho.E são alunos exemplares.Um abraço,conto com seu apoio.

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A arte de escrever poesias

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Samuel Godinho

A arte de escrever poesias

Poesias para jovens leitores!

Samuel Godinho Produções

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O livreto “A arte de escrever poesias” foi

produzido em casa, por Samuel Godinho.

Produção Completa:

Samuel Godinho

Assessoria e revisão:

Silvânia Godinho

ANO - 2009

Godinho, Samuel

A arte de escrever poesias

Poesias/ Samuel Godinho- BH, MG

Jardim Editora, 2009

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Agradeço primeiramente

àquele que guiou meus dons, me deu

disposição e tornou tudo possível: Deus.

E agradeço

àqueles que me ajudaram e estimularam

neste trabalho, como meus pais e irmão.

Agradeço também

a todos os meus familiares e professores.

E dedico

a todos os leitores, especialmente aos meus

padrinhos que apreciam minha arte.

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Índice

Introdução: A arte de escrever poesias ...... 7

Lua ............................................................. 8

O que é horizonte papai? ......................... 10

A Chuva ................................................... 12

Estranho Vazio ........................................ 14

Os Sonhos ................................................ 16

Produção de Texto ................................... 18

É como brincar de amar? ......................... 20

A Árvore .................................................. 22

Primavera ................................................. 24

Inexplicável ............................................. 26

Metamorfose do Amor ............................. 28

Homenagem aos Diretores Escolares ...... 30

O Afogar .................................................. 32

O dia em que aprendi a amar. .................. 34

Para onde vou? ......................................... 36

Porém Diferente ....................................... 38

Nossa Terra .............................................. 40

Povo Étnico .............................................. 42

Tem a Gaiola ........................................... 44

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Introdução A arte de escrever poesias

Poesia é a Arte de fazer versos.

Ela não só entretém como também toca,

eleva e encanta.

É uma forma especial de linguagem, mais

dirigida à imaginação e à sensibilidade do

que ao raciocínio. Em vez de comunicar

principalmente informações, a poesia

transmite, sobretudo, emoções.

Para transmitir emoções em palavras, usa-

se de tudo, permitindo ao poeta liberdade na

escrita, o que não quer dizer que para

escrever uma poesia não se leva tempo.

A inspiração tem que vir espontaneamente

e isso que torna difícil usar apenas o

coração.

Para escrever as poesias deste livro gastei

um ano, esperando vir inspirações para

diferentes textos. Com isso pude abordar

diferentes temas e emoções e brincar ao

máximo com as palavras.

Espero que gostem do que vão ler.

O autor.

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Introdução da poesia: “Lua”

A Lua, um corpo celeste que gira em torno da Terra, foi minha inspiração para essa poesia. Veio durante a noite, enquanto estava deitado na cama para dormir, quando vi seu reflexo forte na parede e me levantei para ver o que era. Era lua cheia. Refleti a noite toda sobre a função poética da lua e no dia seguinte, ao acordar, escrevi o poema.

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Lua

De que serve a lua?

Senão para ser título de minha poesia.

De que serve a lua?

Senão para ser deusa indígena.

De que serve a lua?

Senão para iluminar a noite.

De que serve a lua?

Senão para ser comparada

á um belo sorriso ou olhar.

De que serve a lua?

Senão para ser admirada.

De serve a lua?

Senão para enfeitar o céu.

De que serve a lua?

Senão para ser garagem de foguete.

De que serve a lua?

Senão para inspirar lendas.

De que serve a lua?

Senão para ser pintada

sobre uma simples paisagem.

De que serve?

De que serve?

Serve para tudo o que pouco importa.

Mas não a menosprezo,

pois se fosse de pouco valor

não perderia meu tempo escrevendo

sobre o que julgo ser pouco.

Poesia

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Introdução da poesia: “O que é horizonte papai?”

O Horizonte sempre me inspirou então o difícil foi encontrar o conjunto certo entre o título, os versos e estrofes, e o final da poesia. Contudo essa foi uma das minhas poesias que mais me agradou, em relação ao conjunto com as palavras e ao sentimento. A ideia de colocar essa pergunta de um filho ao pai, como título, veio depois que eu escrevi a poesia explicando o horizonte e percebi que seria a resposta ideal a tal pergunta, o que deu muito certo.

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O que é horizonte papai? É onde o sol

encontra o mar,

onde ele nasce

e se despede.

É onde os olhos

não podem mais ver,

onde as miragens aparecem

sobre as dunas de areia.

É a linha

entre o céu e a terra,

a linha por trás das montanhas

onde o arco-íris não vemos mais.

É onde os barcos somem,

de onde vem os pássaros

e para onde vão os sonhos

quando encontram o fim.

Poesia

12

Introdução da poesia: “A Chuva”

Não foi muito bem a Chuva quem me inspirou nesta poesia, mas sim o que ela ou a falta dela podem provocar. As enchentes, as secas e o uso humano da água me sensibilizaram e me estimularam a escrever o poema a seguir. Com esse tema usei muito do que as palavras podem passar através de um texto, aproveitando bem a liberdade que somente a poesia oferece. Mostrando essa mesma história por vários pontos de vista, quis passar uma ideia de preocupação múltipla, já que todos nós dependemos da regularidade da chuva.

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A Chuva

A chuva chove,

esquenta e vira

nuvem.

E a nuvem feita de

ar e de água

vai olhando o mundo

a sua volta

e vai dando volta

olhando o mundo.

Olha o sertanejo,

olha o córrego quase

a transbordar,

olha o bebê a

passear pela grama

molhada,

olha a máquina de

irrigar.

E olhando tudo

aquilo

fica na indecisão:

“Onde será que

chovo,

no córrego, na

grama ou no sertão?”

Tudo aquilo para

quê?

Parece fácil

escolher:

“Chovo logo no

córrego e limpo a

região,

quem liga para

inundação?”

“Nossa não seja má!

Lembre-se do sertão,

aquele gado

morrendo de sede

e você nessa

indecisão.”

“E aquele bebezinho

que ama deitar no

chão,

se não tiver chuva e

forte

acaba-se a grama

verde e toda a

plantação.”

“E agora?

Não aguento mais...

não sei o que fazer...

Vou chover no

oceano

e dane-se vocês.”

Poesia

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Introdução da poesia: “Estranho Vazio”

“Estranho Vazio” foi a forma que encontrei para expressar um sentimento momentâneo que me afligiu, baseado no que sentia no momento e no que já havia sentido ou pensado escrevi o poema. Esse que expressa o individualismo e a contradição do sentimento e do vazio, passa totalmente ao leitor essa emoção e esse sentimentalismo clássico da poesia.

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Estranho Vazio

Estar com pessoas

que não te gostam,

ou que você não gosta delas:

É estar num deserto

com serpentes amarelas.

Ir a festas

cujos convidados

são desconhecidos:

É naufragar no oceano,

com todos desaparecidos.

É um vazio,

um conjunto nulo

que é cheio de zeros.

É sentir-se estranho,

no meio de tanta

gente estranha.

Poesia

16

Introdução da poesia: “Os Sonhos”

Fazer “Os Sonhos” foi bem diferente, já que essa não é uma poesia comum e sim uma Poesia Visual. Na poesia visual, que é outro exemplo da variedade e liberdade da poesia, você precisa brincar não só com palavras, mas também com desenhos. Esse tipo de poesia tem que divertir a mente ao mesmo tempo em que diverte os olhos. E isso é muito divertido, apesar de complexo. De qualquer forma espero que gostem deste tipo de poesia também, pois eu passei a gostar.

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Os Sonhos

Nos sonhos você pode ser

GRANDE ou pequeno,

GORDO ou MAGRO,

pode ♥ ♥ijar quem você

ama...

Pode “viver” o que você não

vive.

Poesia

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Introdução da poesia: “Produção de Texto”

A ideia dessa poesia surgiu realmente dentro de sala. Estava sem inspiração alguma para escrever um poema, mas tinha que fazê-lo. Pensei, pensei e nada de escrever. Por fim tive a ideia de colocar no papel a minha situação no momento e deu no que deu. Apesar de ter uma organização nada padrão, “Produção de Texto” ainda é uma poesia simples de ser interpretada e de fácil compreensão. Espero que gostem!

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Produção de Texto

__ Tanta coisa,

pouco tempo

Tic-tac,

Tic-tac

Do que

posso falar :

Amar, dançar, sorrir,

chorar .

Passa tanto,

passa tempo

Tic-tac,

Tic-tac

Tanto a pensar

e tão pouco a escrever

O tempo a terminar

e minha poesia vou finalizar...

TROON!!!

__O sinal do recreio, hora de entregar meu

poema para a professora.

Poesia

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Introdução da poesia: “É como brincar de amar?”

Eu realmente quis definir de uma forma poética o sentimento que essa poesia nos passa. “É como brincar de amar?” é isso, essa definição desse sentimento. Para mim um sentimento que envolve brincadeiras, festas e amor só pode ser o sentimento mais puro que existe. E foi isso que eu quis passar. A ideia de fazer suspense sobre o que a poesia fala até o penúltimo verso, foi ótima e veio no momento em que a colocava no papel. Alem disso, sem esse “suspense” a poesia ficaria um pouco menos interessante.

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É como brincar de amar?

Vale tanto o

quanto amar.

Às vezes o amor,

com ela se reúne.

Sabe,

é como brincar

em dupla, trio, quarteto...

até em grupo.

Pode ser melhor

que festa .

Pode ser até

a própria festa.

Sabe,

a amizade

é assim mesmo...

Ou mais?

Poesia

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Introdução da poesia: “A Árvore”

As árvores, as flores e a natureza, de uma forma geral, inspiram a todos os que sabem ver com olhos de artista. A mim não foi diferente. Essa poesia foi um desafio que me tomou tempo, pois eu tinha sido inspirado pela beleza das árvores e sua destruição, mas não sabia como passar esse sentimento para o papel. No final eu consegui passar esse sentimento de dor, revolta e destruição da beleza.

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A Árvore

Lá está a árvore,

com seu caule imóvel,

apenas as folhas a bailar.

O vento frio vem

e ela treme.

O outono chega,

ela desfolha.

O lenhador vem,

ela chora...

ela morre.

Poesia

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Introdução da poesia: “Primavera”

Escrever uma poesia comum sobre a Primavera, a estação das flores, ou um acróstico de palavras com cada letra é fácil e fica simples, mas fazer um acróstico com finalidade poética é bem mais difícil. Para eu fazer essa poesia e encaixar as letras da palavra primavera sem fugir do assunto foi complicado, mas eu encontrei a harmonia perfeita entre frases e letras e ficou bem legal, como vocês vão ver a seguir.

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Primavera Primavera é a estação do ano em que as flores

Reunidas desabrocham,

Intercalando entre

Margaridas, rosas, violetas e

As mais belas flores. Até o

Vento muda, fica mais suave

E dá as plantas um balanço que

Reina e faz da primavera

A estação mais bela do ano.

Poesia

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Introdução da poesia: “Inexplicável”

Apesar do título, essa poesia é bem fácil de explicar. Nela eu tentei mostrar que a poesia não tem uma definição comum, onde todos darão sempre o mesmo significado para esta palavra. Para mostrar esse sentimento de incerteza sobre a definição de poesia, coloquei na primeira estrofe frases que indicam pensamentos de uma pessoa confusa. E depois concluí que o significado de poesia é amplo demais, praticamente Inexplicável.

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Inexplicável Poesia não é...

Talvez seja!

É pensar!

Pensando bem,

talvez não seja,

É como cantar!

Quem sabe seja?

Na verdade é brincar,

sentir, ouvir, viver, dizer...

falar... sei lá!

Algo que nenhuma palavra pode explicar.

Ou que só todas juntas podem dizer,

mas que poeta pode escrever

explicando algo

Inexplicável.

Poesia

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Introdução da poesia: “Metamorfose do Amor”

Não sei o que mais me inspirou, se foram as metamorfoses ou as borboletas, mas para essa poesia foi essa semelhança borboleta, metamorfose e amor que abriram minha mente. Contei este poema como uma história não muito feliz, mas baseado nesse sentimento passageiro que se confunde com o amor. Além disso, as borboletas vivem pouco tempo e depois que eu descobri isto fiquei inspirado, foi aí que surgiu a comparação.

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Metamorfose do Amor Como uma borboleta

pensou ele,

tão belo

seria o amor.

Como uma borboleta

esperou lentamente,

metamorfose transformar

amizade em amor.

Como uma borboleta

viu que foi tempo perdido,

esperar por aquilo

que em um dia acabou.

Poesia

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Introdução da poesia: “Homenagem aos Diretores (as)

Escolares”

Escrevi esse poema na sala de aula, realmente como uma homenagem ao

dia do diretor escolar. Baseei-me em meu contexto escolar e na diretora da escola onde estudo. Não citei nomes na poesia, pois apesar de ter sido baseada na minha realidade decidi dedicá-la a todos os bons diretores que cuidam dedicadamente das escolas do Brasil.

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Homenagem aos Diretores

Escolares

Como forma de homenagem

à cargo tão importante,

escrevo-lhe este bilhete

homenagem- comprovante

do trabalho competente

por ti realizado:

Da escola tão carente,

ao objetivo alcançado.

Poesia

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Introdução da poesia: “O Afogar”

“O Afogar” é uma poesia de amor e como toda poesia desse tipo não é simples de escrever, mesmo sendo tão comum. Exige muita inspiração e criatividade, para que ela não pareça sem emoção. Aparentemente o final parece trágico, mas na verdade demonstra a preocupação e o arrependimento de alguém em deixar o amor terminar, ir embora, afogar. Quem conseguir entender o verdadeiro sentimento por trás daquelas palavras fará a associação com sua vida ou as levará como lição para os amores futuros.

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O Afogar

Como pude

deixar de te amar,

perdi a cabeça

passei a chorar...

E nos meus rios de lágrimas

passei a banhar,

Seu Amor,

até vê-lo afogar.

Poesia

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Introdução da poesia: “O dia em que aprendi a amar.”

Pelo título tem-se a impressão que essa poesia fala inteiramente de amor e paixão, mas não é bem assim. Esse é um poema que fala do sentimento de mudança que o amor traz para a gente. Nessa história o “amor” do título e do último verso não é aquele amor entre um homem e uma mulher, mas sim o amor ao próximo, amor de amigo. Espero que esse texto sensibilize vocês leitores e os faça perceber que o amor é também esse espírito de mudança.

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O dia em que aprendi a amar.

A partir de hoje,

vou deixar o orgulho de lado,

olhar o mais pobre nos olhos

e dizer a minha mãe que a amo.

A partir de hoje,

vou refletir sobre aquilo que tenho,

dizer obrigado a Deus

e abraçar quem está do meu lado.

A partir de hoje,

vou perdoar todos que merecem,

para pedir perdão humildemente

e reconquistar quem eu havia perdido.

A partir de hoje,

não vou ter vergonha de demonstrar meu

afeto,

de cumprimentar um colega

e dizer “Eu te amo!” a minha namorada.

A partir de hoje,

posso dizer sem problemas,

sem pensar se é mentira

que eu aprendi a amar.

Poesia

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Introdução da poesia: “Para onde vou?”

“Para onde vou?” expressa um sentimento de derrota de alguém que se encontra perdido e sozinho, sem ter como lutar. Para passar essa ideia de incapacidade e solidão escrevi a poesia com a imagem de uma guerra em minha cabeça, por isso a história ficou tão natural. A graça da poesia não está em simplesmente lê-la, mas sim em interpretá-la de forma correta e perceber todo sentimento presente naquelas palavras.

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Para onde vou? Para onde vou?

Se estou aqui perdido

num lugar desconhecido,

só mato e lixo

é o que restou.

Para onde vou?

Se estou aqui parado

semi-imobilizado,

sem saber qual a razão

do meu braço baleado.

Para onde vou?

Se meu corpo está ferido,

minhas pernas estão cansadas,

minhas armas desarmadas

minha vida arruinada.

Para onde vou?

Se a fogueira apagou,

se não ha água ou espada,

e se a fonte da alma

não mais me achou.

Poesia

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Introdução da poesia: “Porém Diferente”

Essa é uma poesia de composição simples e que nos ensina sobre enfrentar os obstáculos da vida. Para conseguir isso eu usei uma comparação entre vida e mar, especificando a principal diferença. Esse poema me veio à cabeça quando me lembrei da frase popular: “A gente tem que cair para aprender a levantar”, porém eu a expliquei em forma de versos e estrofes.

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Porém Diferente Às vezes

caímos inesperadamente,

marcando-nos

para sempre.

Às vezes

supondo o perigo

o enfrentamos de frente,

caímos,

mas sem ficar com marca alguma

aprendemos a levantar.

A vida é assim

ondulada,

meio sem fim...

Como um oceano,

porém diferente em detalhe:

Enquanto os oceanos

acabam num continente,

a vida atravessa as barreiras,

sem olhar para trás.

Poesia

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Introdução da poesia: “Nossa Terra”

Essa foi uma poesia bem difícil de fazer, pois apesar de já ter tido a ideia sobre como fazê-la, tive que pesquisar muito sobre palavras indígenas e africanas. O objetivo era falar sobre a nossa terra, o Brasil, através das palavras e linguagens de diferentes origens. Com isso espero que vocês leitores aprendam um pouco mais sobre as nossas palavras.

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Nossa Terra

De abacaxi a mandioca

jacaré e jabuti,

todo tipo de palavra

que a gente encontra por aqui.

Tem jiboia

tem capim,

palavra indígena

é assim.

E a cachaça e o cachimbo

o berimbau e um quitute,

é a África aqui presente

é o batuque da gente.

O Brasil é colorido

o Brasil é misturado

é o estilo da gente

é um negócio “arretado”.

Poesia

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Introdução da poesia: “Povo Étnico”

A inspiração para este poema foi o povo brasileiro e a diferença étnica. Baseado nisso, imaginei uma imagem: um turista oriental via na rua uma pessoa de origem africana, uma de origem indígena e outra de origem portuguesa e se assustava com aquilo. E foi descrevendo esta imagem que formei a poesia. Outro detalhe interessante foi a ideia de colocar um turista oriental no texto, já que no Brasil atual a gente encontra por aqui pessoas de todos os lugares do mundo e imagino que a maioria deles se assustaria em ver a imagem de várias etnias ao mesmo tempo.

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Povo Étnico Com os olhos bem abertos

vejo um negro na esquina

um índio de terno e gravata

um português a alguns metros.

Atravesso entre eles

com meus olhos bem puxados,

com interesses constantes

de turista assustado.

E me digo como sempre

que país mal assombrado

que lugar mais bagunçado

de diferença eminente.

Mas eu estou aqui contente

com tal assombração

pois diferença eminente

exige compreensão.

Poesia

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Introdução da poesia: “Tem a Gaiola”

Essa poesia é tão complexa que até para mim, o autor, torna-se difícil explicá-la. A inspiração me veio quando vi o desenho de um pássaro com expressão triste, preso em uma pequena gaiola, mesmo assim não posso afirmar que minha personagem trata-se de uma ave. Esse poema expressa tantos sentimentos (angústia, solidão, incerteza) que torna interessante e intrigante sua leitura e interpretação.

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Tem a Gaiola

Tem a gaiola

e eu sozinho, preso

nela.

Tem a TV

do lado de fora,

e tem a viola, e tem

a sacola.

Tem a comida

para mim servida ,

tão esperada

e tão querida.

Tem um menino

tão pouco que vejo,

e tem umas fotos

em preto e em

branco,

e tem um menino...

Tem tudo isso,

que nunca eu tive

e que pouco me

importo,

pois comparado ao

que tive,

quando fui livre...

Nossa!

Só tenho lixo.

Tem são dez anos,

vinte talvez,

entre os lixos que

tenho

calendário não tem.

Olha que bom!

Bonito talvez!

A gaiola aberta

e posso voar,

pois agora é tarde

e eu vou ficar,

pois mal sei se sei

voar!

Estou acostumado,

pareço conformado,

e quem sabe

animado!

Poesia

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Samuel Godinho

(o autor)

Nasceu em Belo

Horizonte, Minas

Gerais, em 1996.

Filho de Miguel

Arcanjo e Silvânia

Godinho, sempre

se interessou por

arte, arquitetura e

por escrever

histórias e livros.

Atualmente cursa

o Ensino

Fundamental na

Escola Estadual

Síria Marques da

Silva, onde sempre

estudou.

Ilustrações retiradas

da Internet.