A apresentação a seguir tem o intuito de nortear brevemente sobre o Tiradentes histórico,diferente do “republicano a imagem de jesus” criado na época da criação da República.Mas o porque após tanto tempo de sua morte (1792) ele fora lembrado e teve tantaimportância no novo regime que se iniciara.O Alferes da tropa paga de Minas Gerais, Joaquim José da Silva Xavier, fora a seu tempo um“revolucionário” por suas ideias libertárias do julgo português.Como dito, farei uma breve explanação sobre Joaquim.Nascido na fazenda do pombal, antiga São José Del Rey e atual Ritápolis, fora filhode fazendeiros, teve sua infância marcada pela prematura morte de sua mãe e poucotempo depois de seu pai, sendo criado por seu tio que tinha o oficio de dentista prático,profissão esta que aprendeu e exerceu até o fim de seus dias.Fora tropeiro, dentista prático, minerador, comerciante e possuía uma botica em Villa Rica,onde por ter conhecimento das ervas medicinais produzia suas “ungentasmedicamentosas” para a cura de diversos males. Ou seja, não era homem abastardo, mastambém não era o pobre que históricamente o pintam.Além de ser militar da tropa paga de Minas Gerais ocupando o posto de Alferes, a primeirapatente do oficialato podendo ser comparado com a de segundo Tenente.Joaquim fora um grande homem, mas não um “messias”, como dito era um homem,ser humano dado a acertos e falhas.E é isto que buscamos retratar nesta mostra de arte, o Joaquim homem, herói de ummovimento, homem de coragem e brio, caráter forte e sonhador.

Queremos mostrar com o traçado de cada um dos senhores e senhoras que até aqui vieramque a história deste homem é diferente, mais bonita do que contam, como ditoanteriormente não era ele o pobre coitado, ele exercia liderança no movimento, era a peçaprincipal, o articulador o que tomava para si as missões mais perigosas, o que falavaabertamente sobre a conjura em locais públicos e com isto angariava respeito de alguns ede outros a delação.Antes de ser militar, certa feita enquanto exercia a função de tropeiro, Joaquim encontrouum senhor de escravos castigando um escravo, ele por ter intrínseco em seu ser o amorpelo seu semelhante, tomou partido do escravo, e acabou por agredir o senhor de escravospara proteger o escravo que sofria na ponta do chicote. Esta atitude saiu cara para Joaquim,que além de ficar preso teve que pagar uma multa para o senhor de escravos pela afronta.Mas alguns do senhores e senhoras devem se perguntar, “o que isto tem a ver com aconjura ou com o tema”, digo-vos pois que era do ser humano Joaquim agir a proteger opovo.Dito isto, ele logo que ingressou no sexto regimento de cavalaria da tropa paga do Estadode Minas Gerais, serviu por um ano no Rio de Janeiro, combatendo a tentativa de invasãoque acontecia, fora então seu batismo de fogo.Quando tornou as Minas Gerais, era um dos oficiais mais requisitados, as missões maisimportantes, perigosas ou de grande complexidade eram entregues pelos CapitãesGenerais (Governadores) ao Alferes Xavier.

Mas mesmo requisitado, o Alferes quando da promoção nunca era lembrado, pois outrostinham dinheiro e compravam a patente, por seu caráter ele jamais comprou sua patente.Esta situação particular do Alferes, com o empobrecimento do povo, da elevação das taxase com a cobrança da derrama a se fazer, sublevou não apenas o Alferes, mas muitos outrossenhores de importância em Villa Rica.Eles então passaram a se reunir, a delegar as funções, e o Alferes como sempre teria afunção mais perigosa, a de arregimentar o povo com suas falas.Por ser militar e patrulhar a Estrada Real, tinha pelos caminhos muitos conhecidos que lhedeviam favores por diversas vezes serem socorridos quando de enfermidades sem que oAlferes lhe cobrasse qualquer valor.Entendem agora, a importância do Alferes para o movimento, seu livre acesso, seusconhecimentos técnicos, da geografia de Minas Gerais além de conhecidos espalhados.Mas o principal sua coragem e amor pela terra e ao próximo.Durante a Conjura, ele arregimentou pessoas, fez palestras, lia livros proibidos, declamava acarta da independência americana de cor, não era letrado, mas não era inculto!Um homem de mil utilidades, um desbravador.Nas reuniões ao final todos faziam o juramento de que se algum fosse pego ou omovimento delatado, todos negariam.Quando da delação por parte de Silvério e outros, o movimento caiu por terra, Joaquimfora preso no Rio de Janeiro, estava tudo acabado.

Durante os três anos em que os Conjurados Mineiros estiveram presos, todos negaramparticipar do movimento, mas Joaquim não.E conforme carta sentença de D.Maria I, todos teriam suas penas de morte comutadas emdegredo, com a ressalva de que aquele que admitisse sua culpa seria enforcado, e este forao caso de Joaquim.Veem os senhores e senhoras que historicamente cai por terra o tal “bode expiatório”, ou“porque ele era pobre”.Joaquim fora para a forca por suas convicções, por seu amor pela causa e pelo povo,morreu por um ideal, mas deixou plantada a semente libertária.

Por isto e por muito mais, que poderia ficar a noite inteira entrando em por menoresJoaquim é nosso tema, pois ele é TIRADENTES, O GRÃO PRIOR DA LIBERDADE.