A Antropologia Dos Padres Da Igreja
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A ANTROPOLOGIA DOS PADRES DA IGREJA:
A SÍNTESE NO PENSAMENTO DE NEMÉSIO DE EMESA
ALAN FERNANDES DA CONCEIÇÃO
RIO DE JANEIRO, 2013
A ANTROPOLOGIA DOS PADRES DA IGREJA
A SÍNTESE NO PENSAMENTO DE NEMÉSIO DE EMESA
O cristianismo primitivo como um movimento não era filosófico em sua
essência, mas apesar das diversas divergências com a maior parte dos
movimentos religiosos e intelectuais da época, os cristãos não podiam evitar
totalmente a influência da cultura helenística. As cartas de Paulo e alguns
outros escritos do início do cristianismo foram de algum modo influenciados por
visões filosóficas que eram populares entre os mais instruídos, mas uma
interpretação cristã das doutrinas filosóficas da Grécia só foi possível algum
tempo depois.
A síntese entre o pensamento cristão bíblico e a filosofia grega ocorreu no II
século de nossa era. As patrísticas gregas e latinas tomaram abertamente
posições diante das filosofias mais ou menos estranhas ou aparentadas aos
ensinamentos de sua fé. Apesar de diversos elementos de proveniência
aristotélica e estóica ter sido freqüentemente acolhidos pelos escritores
cristãos, parece incontestável que no conjunto, o Platonismo tenha triunfado.
Platão se ofereceu como aliado do cristianismo em vários pontos importantes:
a doutrina de um demiurgo do universo; de um Deus providência; da existência
de um mundo supra-sensível e divino de que o mundo sensível não é mais que
a imagem; da espiritualidade da alma e de sua superioridade sobre o corpo; da
iluminação da alma por Deus; de sua sujeição presente ao corpo e da
necessidade de uma luta para dominá-lo; da imortalidade da alma,enfim. E de
uma vida além túmulo em que receberá a recompensa ou a punição por seu
atos.1
A antropologia platônica é a mais presente entre os padres gregos e
consiste no Idéia de que o homem é uma alma que se serve de um corpo. Por
sua natureza dualista, o homem ocupa um papel intermediário entre duas
realidades diferentes; a sensível e a inteligível. A primeira é uma ilusão e
1 Gilson, A Filosofia na idade média, p. 101.
apenas corrompe o homem e o impede de alcançar a verdade, enquanto a
segunda é o caminho para o bem supremo. Aqui encontramos uma forte
relação com o ponto principal da doutrina cristã; a salvação pela fé em Jesus
Cristo, e são os diferentes conceitos sobre a salvação do homem que os
padres da igreja mais exploraram no pensamento grego e na bíblia.
O objetivo deste estudo é analisar o horizonte antropológico presente em
uma das principais obras da patrística grega; Da Natura Hominis de Nemésio
de Emesa(390 DC). As relações entre o corpo e a alma presentes em tal obra
são altamente esclarecedoras para entendermos melhor o dualismo cristão,
principalmente a posição hierárquica da alma sobre o corpo. O livro de
Nemésio também pode ser visto como uma valiosa fonte histórica para a
entendermos melhor as similaridades e divergências presentes nas escolas
filosóficas da antiguidade tardia.
A. A natureza humana
A doutrina da ressurreição dos corpos presente no antigo testamento
impedia os pensadores cristãos a cederem totalmente à doutrina platônica, os
abrigando a colocar o papel do corpo em questão, e por conseqüência rever a
antropologia aristotélica e parte do conhecimento positivo do mundo antigo.
Gregorio de Nissa foi um dos padres da igreja que melhor expressou uma
tentativa de superar (mas não totalmente) o dualismo platônico, não levando
em consideração apenas a doutrina da ressurreição dos corpos, mas também
“o sentimento cristão da unidade de sua natureza feita de uma alma e um
corpo, na qual uma separação destas duas partes essenciais do homem
parece absolutamente impossível (Phil Bohner)”.2 A obra de Gregório de Nissa
é riquíssima em conceitos antropológicos, mas é em Nemésio que podemos
encontrar todo um apanhado do pensamento acerca da natureza humana
desenvolvido anteriormente. “Nemésio concede a ciência da natureza humana,
e particularmente da alma, uma posição central no conjunto do saber humano.
A partir do estudo do homem, podemos alcançar um conhecimento maior da
2 Gilson, A Filosofia na idade média, p. 88
natureza. Daí o nome que Nemésio lhe dá: Premnon Physicon, isto é, tronco
das ciências naturais. “3
Para Nemésio, o homem ocupa uma posição intermediária no cosmos; seu
corpo pertence ao mundo material/sensível e sua alma ao mundo
espiritual/inteligível. O seu destino é um caminho bifurcado; ou ele se eleva a
deus por meio da alma ou se entrega à inevitável finitude do corpo. O mundo
sensível apenas aprisiona o homem em seu ciclo finito e mutável, o impedindo
de abrir-se ao infinito transcendente por meio de sua alma. Aqui, a influência de
Platão é clara; a alma é uma substância, e por meio dela que alcançamos a
purificação e a salvação. Como dito anteriormente, o homem não é uma
unidade formada por uma alma e um corpo, mas uma alma que se serve de um
corpo.
Apesar do platonismo evidente, Aristóteles está quase sempre presente na
obra de Nemésio. Podemos dizer que de todos os padres gregos da igreja,
Nemésio foi o que melhor expressou a tensão entre o platonismo e o
aristotelismo dentro do pensamento cristão. Se o filósofo se afasta de
Aristóteles quanto a natureza da alma, remete nos aos contrario simplesmente
a ele para descrever o corpo.4
Para traçarmos uma genealogia dos conceitos antropológicos presentes na
obra de Nemésio, é preciso analisar as antropologias presentes na filosofia
grega e no Antigo testamento, e é a partir desta análise comparativa que
podemos entender a tensão existente na busca de uma síntese.
B. A alma
O primeiro tópico a ser abordado é a alma e suas três classificações; a
imaginação, o intelecto e a memória. A primeira é a mais complexa, pois
envolve o conhecimento médico que Nemésio possuía sobre os cinco sentidos
e o funcionamento do cérebro:
3 Gilson, A Filosofia na idade média, p. 73
4 Idem, p. 76
A imaginação é uma faculdade irracional da alma e age por meio dos
órgãos responsáveis pelos sentidos. Um objeto imaginável está relacionado ao
ato de imaginar, assim como um objeto sensível está relacionado ao ato de
perceber. O ato de imaginar é causado por alguma afecção da alma irracional
por um objeto imaginável.5
Segundo Nemésio, o imaginável só pode ser percebido por meio dos
ventrículos anteriores do cérebro e pelos sentidos. Aqui temos um exemplo de
como a relação corpo e alma escapa a uma simples redução dualista, já que a
alma depende da fisiologia humana para desenvolver suas funções:
Sobre o intelecto, podemos dividir suas funções em Julgar, aprovar, refutar
e refletir enquanto expressa em si mesma o reconhecimento de objetos como
as virtudes, os vários tipos de conhecimento, o principio das diversas artes
liberais, na deliberação e na escolha...6
Sobre a memória, Nemésio recorre a Orígenes e principalmente a Platão:
A faculdade da memória é ao mesmo tempo causa e depósito de lembrança
e recolhimento. Memória, diz Orígenes, é uma imagem deixada na mente pela
percepção de algo que realmente ocorreu. Platão chama a memória de
preservação tanto de impressões como de idéias. A alma apreende objetos
sensíveis por meio dos órgãos dos sentidos, e assim, forma uma impressão
sobre eles. Mas as coisas inteligíveis, a alma apreende diretamente com o
mente e, assim, forma uma idéia. Quando, portanto, a alma preserva uma
marca de coisas sentidas ou pensadas, chamasse isso de lembrar. 7
Nemésio separa as lembranças em dois tipos, as sentidas e as pensadas. A
primeira é de origem material e depende das faculdades cognitivas:
A sede dessa faculdade é o ventrículo mediano do cérebro, como se
evidencia pelo fato de toda a lesão desse ventrículo acarreta uma lesão da
memória. 8
5 Nemesius, A Treatise on the nature of man p. 3206 Idem, p. 3387 Idem, p. 339
8 Gilson, A Filosofia na idade média, p. 77
A segunda é a memória platônica capaz de ultrapassar as barreiras
impostas pelo intelecto. Sendo a última a mais complexa, Nemésio sempre
voltara a Platão para explicar-la. A reminiscência platônica, em que uma idéia
pode ser uma lembrança de uma realidade supra-sensível anterior a existência
terrena é um dos temas mais abordados não só por Nemésio, mas por muitos
outros padres gregos e latinos.
Existe ainda uma parte irracional da alma que possui duas partes; a que
obedece e a que não obedece a razão. A partir da primeira podemos entender
a função apetitiva (Desiderabilis) da alma responsável pelos prazeres e pelas
penas e a irascível (Irascibilis), responsável pelas paixões. As paixões são
vistas como estímulos exteriores que afetam o interior do homem, como um
órgão que só é excitado por estímulos vindo de fora. No sentido estrito, uma
paixão é, pois, uma modificação perceptível do corpo, produzida pela presença
de um bem ou de um mal. Nemésio separa os prazeres do corpo e os da alma :
Alguns prazeres pertencem ao corpo e outros à alma. Os que pertencem à
alma como adquirir conhecimento e aqueles que derivam da contemplação,
pertencem somente a ela e a afetam em si mesma. Prazeres corporais são
aqueles compartilhados pela alma e pelo corpo. A razão pela qual são
chamados de corporais é que são voltados para atividades como comer, beber
e ter relações carnais.9
Os prazeres do corpo não são verdadeiros, já que consistem apenas em
descargas de estímulos de duração limitada. Todo prazer é consciente e como
a percepção é uma faculdade da alma, podemos dizer que um prazer corporal
é um falso prazer:
Como nos diz Platão, alguns prazeres são falsos e outros genuínos. Falsos
prazeres são todos os derivados dos sentidos e do julgamento enganoso e
estes estão repletos de mágoas. Os verdadeiros prazeres são todos os que
pertencem apenas a alma em sí mesma, e que derivam do conhecimento e do
pensamento.10
9 Nemesius, A Treatise on the nature of man, p. 352
10 Nemesius, A Treatise on the nature of man, p. 352
Aqui podemos observar uma das chaves do asceticismo cristão e sua
influencia platônica; a domesticação do corpo (e dos instintos) e sua submissão
à alma.
Com Epicuro, Nemésio classifica os prazeres em naturais e necessários,
naturais, mas não necessários e nem naturais, nem necessários:11
Dos prazeres chamados corporais, alguns são necessários e naturais, e
sem eles a vida não seria possível; por exemplo, os prazeres da mesa, que
satisfazem nossas necessidades, e os prazeres das roupas que temos que
usar. Por outro lado, existem prazeres que são naturais, mas não são
necessários, como as relações carnais legitimadas pelo matrimônio. Com isso
cumprimos a preservação da raça como um todo, mas mesmo assim é
completamente possível viver no celibato. Ainda temos os prazeres que não
são nem necessários, nem naturais, como a embriaguez, a lasciva, o amor
sórdido pelo dinheiro e a gula. Estes em nada nos auxiliam a preservar a raça,
como faz um casamento honesto, nem a manutenção de nossas vidas
individuais, mas apenas causam danos. 12
É a partir dessa classificação dos prazeres que Nemésio expõe seus
conceitos éticos:
Um verdadeiro homem de Deus deve buscar apenas os prazeres que são
naturais e necessários, enquanto que, um homem que se encontra em um
segundo nível de virtude, e se engaja nos prazeres que são naturais e não
necessários, deve fazê-lo de maneira moderada, razoável, sensata e nos
lugares adequados.
Todos os outros prazeres, em qualquer circunstancia, devem ser evitados.13
Os prazeres naturais e necessários não são apenas “permitidos” aos
homens, mas também são o caminho para o homem compreender o mundo e
se relacionar com o divino:
11 Gilson, A Filosofia na idade média, p. 78
12 Nemesius, A Treatise on the nature of man, p. 352
13 Nemesius, A Treatise on the nature of man, p. 352, 353
Estes devem ser colocados entre os primeiros objetos a se buscar, já que
eles não servem apenas para a nossa existência e sobrevivência, mas para
uma boa vida, nos tornando homens cada vez mais nobres e bons, nos
guiando em direção a plena perfeição humana, tanto na alma como no
entendimento.14
Ao pensar os prazeres, Nemésio consegue sintetizar idéias presentes na
Bíblia, na ética de Aristóteles e no Philebus de Platão.
C. O Corpo
Hipócrates, que viveu no século V antes de cristo e é reconhecido como o
pai da medicina científica, escreveu um tratado sobre a natureza humana no
qual reconhecia que a função do médico é restabelecer o equilíbrio dos
elementos que constituem o ser humano. Nemésio foi profundamente
influenciado pela idéia de equilíbrio, mas sempre levando em conta a interação
entre o corpo e a alma, já que o seu interesse não era puramente médico ou
científico, mas religioso e espiritual.15 Para pensar o corpo, Nemésio se utiliza
mais da ciência natural e da medicina do que da filosofia. Aqui Aristóteles e sua
teoria dos quatro elementos (Terra, água, ar e fogo) e a teoria dos humores de
Hipocrates ilustram sua visão sobre a constituição da matéria e dos
organismos:
Todo corpo é uma união dos quatro elementos e evoluíram a partir deles.
No entanto, o corpo das criaturas vivas que possuem sangue são constituído
por quatro humores; sangue, fleuma, cólera e a bile negra.16
A idéia de que as experiências psicológicas e as reações fisiológicas estão
conectadas nos remetem novamente a Hipócrates. Se o corpo é o instrumento
da alma, como as faculdades da última se relacionam com a estrutura do
primeiro. A influência das demonstrações de Galeno se faz presente quando
Nemésio novamente relaciona uma função da alma com o funcionamento do
cérebro:14 Idem, p. 35315 Telfer , Cyril of Jerusalem and Nemesius of Emesa , p. 21216 Nemesius, A Treatise on the nature of man, p. 305
O órgão responsável pela faculdade do intelecto é a parte central do cérebro
e o espírito vital ali contido.17
Como evidência da localização das faculdades, Nemésio alega que as
pessoas sofrem de diferentes disfunções psicológicas de acordo com a parte
do cérebro que está lesionada. Esta era a doutrina médica de Galeno. Nemésio
reconta a estória de um homem que sofria de uma inflamação no cérebro e que
jogava bens valiosos pela janela de sua casa. Ele conseguia nomear os objetos
corretamente, o que era um sinal de que apesar de sua capacidade de pensar
estar comprometida, seus sentidos permaneciam intactos. É importante
ressaltar que para Nemésio não é o cérebro que gera a faculdade do intelecto
no homem como em uma abordagem reducionista. Ele apenas serve como
intermediário da alma em sua função de animar e distribuir as diferentes
faculdades pelo corpo. Para Nemésio a alma é naturalmente dotada de
conhecimento intelectual; em suma, a própria alma é o intelecto.
O próprio corpo humano é uma prova de sua superioridade em relação ao
mundo orgânico, especialmente em relação aos demais animais presentes na
natureza. O Homem não é apenas o único animal com todos os membros
necessários para sua sobrevivência, mas o único a possuí-los em um nível de
perfeição que torna impossível modificá-los para melhor. O homem faz parte da
natureza, mas claramente possui uma posição hierárquica de superioridade
dentro dela. Quando Nemésio discursa sobre o corpo, é apenas para enfatizar
a preeminência deste como apenas um instrumento para que se possa existir
como uma criatura no plano material.
D. A união do corpo com a alma
Etienne Gilson sintetizou perfeitamente a forma com que Nemésio articulou
diversas visões sobre a alma, o corpo e a união de ambos: “O problema da
união da alma com o corpo não é insolúvel. Sabemos que ela é unida a ele,
pois percebe suas modificações: quod autem uniator, compassio demonstrat. É
nos igualmente garantido não se confunde com ele, já que pode tornar-se
17 Idem, p. 338
independente durante o sono ou o êxtase e já que, aliás, é imortal.”18 Este
conceito de uma alma que não se corrompe em sua união com o corpo,
Nemésio tomou emprestado de Amônio Sacas, por intermédio de Plotino. Os
inteligíveis são de tal natureza, que podem se unir aos corpos capazes de
recebê-los e, apesar disso, permanecerem distintos deles: ut unita maneant
inconfusa et incorrupta, ut adjancentia.
Ao fim de uma análise das principais idéias de Nemésio podemos chegar a
conclusão de que apesar de articular diversas fontes e doutrinas diferentes,
sua obra é essencialmente platônica. Sua originalidade não é como cientista ou
filósofo, mas como um cristão que possui algum treinamento em medicina e
filosofia, tentando integrar a fé com a visão de mundo de um homem instruído,
no sentido secular da palavra. Outro ponto que o destaca dos demais
pensadores do início do cristianismo é que apesar de ter chegado à conclusão
de que o corpo e a alma são separáveis, na vida prática, terrena e de vigília a
união entre os dois é absoluta. A partir deste reconhecimento, o homem pode
repensar toda a ética que o conduz a verdade. Aquele que busca a verdadeira
ética, deve freqüentar a escola médicos e aprender sobre as verdades do
corpo. Alguns antigos mestres costumavam comparar a ética com a equitação,
sendo a alma o cavaleiro e o corpo o cavalo. Para Nemésio, o homem ideal,
encontra o melhor exemplo na figura de um centauro, que é uma simbiose
entre o cavaleiro e o cavalo.19 O Fato de Galeno ser um dos autores mais
citados em sua obra, apenas confirma toda a atenção que este pensador
dedicou ao corpo, suas diferentes funções e como nos devemos nos relacionar
com ele. É evidente que Nemésio refletiu profundamente sobre questões éticas
que não faziam parte da bíblia ou dogma cristão, e dessa forma concebeu uma
obra de teor mais filosófico do que as anteriores produzidas dentro do mesmo
contexto religioso.
A obra de Nemésio pode ser vista como um convite para um estudo das
principais doutrinas sobre a natureza humana da antiguidade. A enorme
quantidade de citações e as classificações utilizadas pelo padre grego,
proporcionam um trabalho comparativo muito rico e colocam o pensamento
18 Gilson, A Filosofia na idade média, p. 78
19 Telfer , Cyril of Jerusalem and Nemesius of Emesa , p. 210
sobre a historia da filosofia antiga em movimento. Esta é a maior justificativa
para nos dedicarmos ao estudo de sua obra.
Instrumento Bibliográfico
Nemesius of Emesa. A Treatise on the nature of man, Louisville: John Knox
Press, 1955
Referências Bibliográficas
Gilson, Etienne. A filosofia na idade média, São Paulo: Martins Fontes, 2001
Knuuttila, Simon. Emotions in ancient and Medieval Philosophy, Oxford: Oxford
university press, 2004
Telfer, William. (Ed), Cyril of Jerusalem and Nemesius of Emesa, Louisville:
John Knox Press, 1955