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A ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA: UMA PROPOSTA INCLUSIVA Profª. Fátima Costa 26/02/2013 EDUCAÇÃO INCLUSIVA 1

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A ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA: UMA PROPOSTA INCLUSIVA

Profª. Fátima Costa

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“O macaco era excelente subindo em árvores, mas era reprovado na

natação.”

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“Os coelhos eram sensacionais nas corridas, mas precisavam de aulas particulares em

natação.”

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“O mais triste de tudo era ver as tartarugas, que, depois de vários exames e testes foram diagnosticadas como

tendo “atraso de desenvolvimento”...

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Que outras soluções poderiam ter sido adotadas?

De que maneira podemos transpor essa situação para o nosso cotidiano escolar?

Sabemos tomar as melhores decisões visando uma escola para todos (inclusão, diversidade, diferenças, especificidades)?

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“Incluir significa promover e reconhecer o potencial

inerente a cada um em sua maior expressão: a diferença.”

(Lara Gonçalves)

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Por que somos Únicos e a Diversidade

é que nos une.

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OBJETIVOS: Compreender e desenvolver estratégias de

inclusão de crianças com deficiência visual, auditiva, motora e intelectual, no cotidiano da sala de aula;

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Criar um ambiente alfabetizador, que favoreça a aprendizagem das crianças em espaços comuns;

Conhecer a importância do uso de jogos e brincadeiras no processo de apropriação do sistema alfabético de escrita, analisando jogos e planejando aulas em que os jogos sejam inclusivos, aplicados como recursos didáticos.

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A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de DIREITOS HUMANOS, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis.

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Avança em relação à ideia de equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola.

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Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948)

Declaração dos Direitos da Criança (1979)

Constituição Federal Brasileira (1988)

Lei 7853 (1989) que trata sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência

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Declaração Mundial sobre Educação para Todos (1990)

Lei 8.069 (1990) do Estatuto da Criança e do Adolescente

Declaração de Salamanca (1994)

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - 9394 (1996)

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Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE (2007)

Decreto nº 7.612( 2011) - institui o “Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência- Plano Viver sem Limite”.

Portaria nº 793 (2012) – institui a “Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência no âmbito do Sistema Único de Saúde”.

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Os instrumentos normativos apresentados contribuem, mas por si só, não garantem à pessoa a efetivação de seus direitos.

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- Um novo olhar para o aluno com deficiência

- Respeito às diferenças

-Cooperação na sala de aula

-Autonomia dos alunos e professores

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Acolhimento do aluno com deficiência no grupo, tal como os outros alunos.

Turmas heterogêneas.

Mesmos tipos de aprendizagem, mas com objetivos, tempos e ritmos diferentes a serem atingidos.

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Formação inicial e continuada do professor.

O professor voltado para a aprendizagem real dos alunos, sem desconsiderar o desenvolvimento pessoal e social do aluno.

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De acordo com Sassaki (2006), a inclusão propõe a inserção total, do aluno com deficiência na escola.

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Para a teoria sócio-histórica uma educação inclusiva deve ser fundamentalmente de caráter coletivo e considerar as especificidades do educando

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Deficiência Motora – impedimentos nos movimentos de membros e/ou de cabeça.

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Clinicamente, a paralisia cerebral é definida como uma desordem do movimento e da postura em decorrência de uma lesão, não progressiva, do cérebro ainda em desenvolvimento (TELES; NASCIMENTO,2005)

Esta deficiência motora central pode estar associada à deficiência de fala, visão e audição, ou à deficiência intelectual, o que nesse caso caracterizaria deficiência múltipla.

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A identificação das peculiaridades educacionais da criança PC é fundamental para a escolha das estratégias e dos recursos didáticos e pedagógicos;

Acessibilidade por meio de recursos da Tecnologia Assistiva – ex:um lápis engrossado para facilitar a escrita, ou recursos de alta tecnologia, como o uso de computadores com sistemas de comunicação alternativa é fundamental.

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A promoção de acessibilidade nem sempre depende de alta Tecnologia Assistiva, pois

o professor pode utilizar de sua criatividade e utilizar-se da outras estratégias para realizá-la.

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Comunicação Alternativa e Suplementar (CAS)- através de pranchas de comunicação e vocalizadores portáteis);

Livros digitais, livros com caracteres ampliados;

Facilitadores da escrita - engrossadores de lápis, órteses para digitação, computadores com programas específicos e periféricos (mouse, teclado adaptado)

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- Acessibilidade física: rampas, banheiros adequados, sinalizações;

- Recursos que auxiliam a mobilidade do aluno: cadeiras de rodas e corrimões.

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Materiais pedagógicos adequados:

Lápis e canetas ajustados à condição do aluno,

Alfabeto móvel,

Pranchas com letras e palavras,

Computadores, teclados e mouses acessíveis,

Órtese de mão funcional para escrita e digitação,

Ponteiras de boca ou cabeça.

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Órtese de mão

Ponteira de boca

Na apropriação do SEA (Sistema de Escrita Alfabética) do aluno com Paralisia Cerebral:

- não existe receita pronta;

- Deve se pensar em um currículo capaz de revolucionar a sua práxis, atendendo às peculiares dos alunos.

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-Situações cotidianas de interação com a leitura e a escrita também precisarão ser garantidas ;

- A criança com deficiência motora não chega até o objeto escrito, o objeto vai precisar chegar até as suas mãos.

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Alternativas de adaptação podem ser construídas para promover acessibilidade ao aluno como:

-Pranchas de letras ;

-Quando o aluno não consegue apontar a letra, alguém faz uma varredura, apontando as letras, até que ele emita um som, pisque o olho ou faça qualquer sinal ;

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- letras em emborrachado ou em madeira; teclado comum ou adaptado ( quando não faz uso do lápis);

- escriba que anote letras indicadas em uma prancha;

- diferentes tipos de pareamento de cartões pictogramas ( desenhos):

- ex:(a) pictograma x pictograma (somente com figuras); (b) pictograma x palavra; (c) pictograma x sílaba; (d) palavra x palavra;

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(e) suporte para exploração de textos; (f) instrumentos para intepretação de texto; (g) oferecer ao aluno um material para encaixar as sílabas; (h) retirar estímulo visual escrito e solicitar que escreva a palavra correspondente ao pictograma apresentado,etc.

quanto a leitura pode ser facilitada com a utilização da CAS( Comunicação Alternativa e Suplementar

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Prancha em material

emborrachado

ALFABETIZAÇÃO E

LETRAMENTO DO ALUNO PC

A partir de 2004, com a Declaração de Montreal, a deficiência de ordem cognitiva que era denominada de Mental passou a ser chamada de Deficiência Intelectual.

A deficiência intelectual historicamente vem sendo considerada uma condição deletéria.

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A deficiência intelectual não é uma condição estática, nem um traço pessoal, não podendo ser vista somente pelos impedimentos.

Deve-se considerar o funcionamento da pessoa na interação com o mundo em que vive, observando as oportunidades e o apoio recebidos ao longo da vida.

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A pessoa com deficiência intelectual é capaz de aprender;

O professor não deve considerar o laudo de deficiência intelectual como uma condição de incapacidade da aprendizagem, colocando a “culpa” da não aprendizagem do seu aluno na deficiência dele.

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Assim como qualquer outra criança as com deficiência

intelectual podem se alfabetizar junto com os seus pares de idade;

vão existir diferenças individuais quanto à apropriação do Sistema de Escrita Alfabética SEA, em todas as crianças;

as pessoas com deficiência de ordem cognitiva podem ter acesso aos mesmos conteúdos das crianças sem deficiência;

Devemos atender às especificidades de cada pessoa e não esquecer de que as atividades significativas beneficiam todas as crianças

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Prancha em material

emborrachado

Prancha com símbolos

A deficiência visual pode ser classificada de duas formas: a cegueira e a baixa visão.

A cegueira é caracterizada pela ausência da visão;

a baixa visão é a diminuição da acuidade do da acuidade do campo

visual

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A pessoa com deficiência visual não é menos desenvolvida que a vidente, ela apenas estabelece relação com o mundo que a cerca de forma diferente;

Ela utiliza-se de meios e instrumentos tais como: habilidades perceptivas táteis e sinestésicas; sistemas simbólicos alternativos e recursos materiais como a bengala; sistema de escrita braile; materiais didáticos adaptados.

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Toda escola deve ofertar material didático acessível para os alunos cegos e com baixa visão, são tais como:

-regletes e punção (ferramentas para escrita em braile);

-soroban (ábaco para o ensino do sistema numérico);

-sintetizadores de voz que possibilitam a leitura e a escritura pelo computador;

-lupas manuais;

- jogos com letras e palavras em tipo ampliado

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No AEE, o aluno cego deve receber o ensino do braile, noções de orientação e mobilidade e de atividades de vida autônoma e social, paralelo as atividades e o currículo do ensino regular;

Os alunos cegos e com baixa visão devem participar das mesmas atividades, tendo assegurada condição de acessibilidade

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Os materiais utilizados devem ser o mais próximo possível do real, como miniaturas com o nome em braile e materiais táteis;

O aluno com baixa visão não consegue utilizar material impresso comum, o texto fica mais acessível quando é reproduzido eliminando-se os excessos de detalhes e estímulos visuais, deixando a imagem e o texto mais limpos com escrita ampliada.

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máquina braile alfabeto braile

Reglete e punção escrita braile

O processo de alfabetização da pessoa surda na língua portuguesa é considerado um dos grandes desafios na educação desses sujeitos;

Em crianças ouvintes, a audição é o meio primário para o

desenvolvimento,

de uma língua oral

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Em crianças surdas ou com deficiência auditiva, certos recursos de tecnologia assistiva, como aparelhos de amplificação sonora, sistema de frequência modulada e implante coclear auxiliam no processo de oralização, se estas forem devidamente acompanhadas e corretamente estimuladas para esse fim.

A surdez não está associada à perda da capacidade cognitiva;

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É necessário criar condições para a aprendizagem, já que a falta de linguagem “comum” é o que dificulta esse processo;

A pessoa surda percebe e compreende o mundo por meio da visão;

As imagens precisam ter significado, não se trata apenas de usá-las como ornato, deve-se sondar o que e como foi compreendido por esse público;

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é importante que ela visualize confortavelmente seu interlocutor (professor, intérprete, professor-intérprete)

para o professor é necessário conhecer quem são esses sujeitos, quais as suas especificidades pois há algumas pessoas surdas que: falam e fazem leitura labial; outras comunicam-se apenas por gestos ou mímicas; outras por língua de sinais e algumas usam sinais e oralização em situações diferentes – são os surdos bilíngues

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a alfabetização da pessoa surda requer pensar em possibilitar o acesso à construção do conhecimento por meio da língua de sinais, e para isso são necessários professores fluentes na Libras e intérpretes de Libras;

a língua de sinais se apresenta como uma possibilidade na alfabetização da pessoa surda, por propiciar:

- maior conhecimento de mundo;

- por promover o desenvolvimento de habilidades metacognitivas ( consciência de seu saber);

-construção do conhecimento;

-domínio linguístico e a comunicação fluente entre os seus usuários.

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As Salas de Recursos Multifuncionais (SRMF) foram instituídas pela Portaria nº 13, de 24 de abril de 2007;

É um espaço físico, onde se realiza, o atendimento educacional especializado / AEE;

Existe SRMF tipo I e tipo II, com materiais específicos.

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Alunos com Cegueira

• Ensinar o Sistema braile.

• Realizar atividades de Orientação e Mobilidade.

• Ensinar Atividades de Vida Diária (A VD).

• Transcrever materiais do braile para tinta e vice versa.

• Fazer adequação de materiais didático-pedagógico em parceria com o CAPs (Centros de Atendimento Pedagógico para Deficientes Visuais).

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Alunos com Baixa Visão

• Ensinar a usar os recursos ópticos e não ópticos.

• Estimular o resíduo visual com o uso de materiais que tenham cores fortes e contratantes.

• Ampliação de fontes.

• Produção de materiais com contraste visual.

• Produção de materiais didático-pedagógicos adequados ao tipo visão.

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Alunos Surdos

• Ensinar a Libras.

• Coordenar oficinas de Libras.

• Promover o aprendizado da língua portuguesa na modalidade escrita.

• Encaminhar para os serviços de fonoaudiologia os que optarem pela oralização.

• Adequar materiais didático-pedagógicos que promovam experiências visuais de ensino

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Alunos com Deficiência Física

• Adequar materiais didático-pedagógicos.

• Adequar recursos de informática.

• Adequar o mobiliário.

• Providenciar recursos de auxílio da A VD e recursos de mobilidade.

• Desenvolver projetos em parceria com profissionais da arquitetura, terapia ocupacional, fonoaudiologia, engenharia, dentre outros.

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Alunos com Deficiência Intelectual

• Promover atividades em que o aluno seja sujeito ativo do conhecimento e que resgate a autonomia.

• Ensinar A.V.D.

• Possibilitar o desenvolvimento da criatividade

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA: um caminho sem volta

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