A ALEGRIA DE ENSINAR Victor Braga de Oliveira¹ Colatina...

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Castelo Branco Científica - Ano IV - Nº 08 - julho/dezembro de 2015 - www.castelobrancocientifica.com.br 1 Faculdade Castelo Branco ISSN 2316-4255 A ALEGRIA DE ENSINAR Victor Braga de Oliveira¹ O objetivo desta resenha é instigar os leitores a apreciar a obra de Rubem Alves. Assim, o presente trabalho traz um resumo das ideias do autor, proporcionando uma breve visita a cada um dos capítulos do livro. Colatina – ES, 28 de setembro de 2015. ALVES, Rubem. A alegria de ensinar. São Paulo. ARS Poética Editora LTDA. 1994. 103p. Nascido na cidade de Boa Esperança (MG), no dia 15 de setembro de 1933, Rubem Alves foi um teólogo, educador, tradutor e escritor brasileiro. É autor de diversos livros sobre os mais variados temas, como filosofia, teologia, psicologia e histórias infantis. Em 1957 formou-se em Teologia no Seminário Presbiteriano de Campinas (SP), em 1964 recebeu o título de Mestre em Teologia pelo Union Theological Seminary, posteriormente, em 1968, tornou-se Doutor em Filosofia (Ph.D.) pelo Princeton Theological Seminary. Rubem Alves faleceu em Campinas (SP), no dia 19 de julho de 2014. 1 - Graduando do curso de Pedagogia da Faculdade Castelo Branco – FCB (2015-2018). Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS pela EEEFM Honório Fraga/SEDU (2014). Especialista em Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS pela Faculdade de Educação da Serra - FASE (2014). Bacharel em Nutrição pelo Centro Universitário do Espírito Santo – UNESC (2009). Endereço eletrônico: [email protected].

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Faculdade Castelo Branco ISSN 2316-4255

A ALEGRIA DE ENSINAR

Victor Braga de Oliveira¹

O objetivo desta resenha é instigar os leitores a apreciar a obra de Rubem Alves. Assim, o presente

trabalho traz um resumo das ideias do autor, proporcionando uma breve visita a cada um dos capítulos

do livro.

Colatina – ES, 28 de setembro de 2015.

ALVES, Rubem. A alegria de ensinar. São Paulo. ARS Poética Editora LTDA. 1994. 103p.

Nascido na cidade de Boa Esperança (MG), no dia 15 de setembro de 1933, Rubem Alves foi um

teólogo, educador, tradutor e escritor brasileiro. É autor de diversos livros sobre os mais variados

temas, como filosofia, teologia, psicologia e histórias infantis. Em 1957 formou-se em Teologia no

Seminário Presbiteriano de Campinas (SP), em 1964 recebeu o título de Mestre em Teologia pelo

Union Theological Seminary, posteriormente, em 1968, tornou-se Doutor em

Filosofia (Ph.D.) pelo Princeton Theological Seminary. Rubem Alves faleceu em Campinas (SP), no

dia 19 de julho de 2014.

1 - Graduando do curso de Pedagogia da Faculdade Castelo Branco – FCB (2015-2018). Tradutor e Intérprete da

Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS pela EEEFM Honório Fraga/SEDU (2014). Especialista em Língua Brasileira

de Sinais - LIBRAS pela Faculdade de Educação da Serra - FASE (2014). Bacharel em Nutrição pelo Centro

Universitário do Espírito Santo – UNESC (2009). Endereço eletrônico: [email protected].

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Utilizando uma linguagem clara e acessível, o livro “A alegria de ensinar” trata do universo

educacional de uma forma lúdica e pessoal do autor. Dividida em quatorze capítulos, a obra discute o

modelo educacional, seus prazeres e desprazeres. Sempre mantendo o foco no aluno, o autor trata o

professor como um personagem principal no estímulo ao desenvolvimento das crianças.

O primeiro capítulo “Ensinar a alegria” fala da relação de sofrimento e felicidade vivida pelos

professores. Para o autor, o sofrimento é passageiro e dá lugar à satisfação dos resultados obtidos.

Logo, o professor precisa se enxergar como um mestre da alegria, que passa aos alunos o prazer que

sente ao ensinar.

Já em “Escola e Sofrimento”, o autor discute a felicidade, ou não, do aluno dentro da sala de aula. Ele

critica os métodos que tentam classificar os alunos quanto a sua inteligência e a divisão de classes

(Professor – Aluno) que, ainda hoje, impera nas escolas. Toda essa infelicidade precisa ser entendida

como um pedido de ajuda de alguém que deseja ser feliz.

Em “A Lei de Charlie Brown” é questionado o real papel da escola. O sistema educacional prioriza

metas quantitativas e obrigam seus alunos a segui-las, sob pena de um futuro triste e pobre. É uma

tentativa de formar cidadãos úteis e rentáveis que, mesmo infelizes, seguem o modelo padrão de vida.

No capítulo “Boca de Forno” o autor faz uma relação entre a brincadeira, que leva o mesmo nome do

capítulo, e a forma com a qual os alunos são ensinados. Espera-se sempre a mesma resposta para uma

mesma pergunta, como se errar fosse algo ruim, um pecado. É mais fácil e seguro criar alunos que

repetem do que alunos sonhadores.

Utilizando como pano de fundo a história do príncipe que vira sapo, Rubem Alves, em “O Sapo”, reflete

sobre a importância de se aprender coisas novas, estas farão que os antigos aprendizados se percam.

Tais transformações são necessárias para que se assuma uma nova postura diante dos novos

acontecimentos.

Em “Sobre vacas e Moedores”, é feita uma metáfora entre as vacas e os formandos universitários. Antes

de se tornarem carne moída nos açougues, as vacas eram seres singulares. As universidades são

comparadas aos moedores de carne, que moem seus alunos até que todos se tornem idênticos e estejam

aptos a servir na sociedade.

Trazendo uma reflexão sobre a exigência de saberes específicos, o capítulo “Eu, Leonardo...” começa

questionando se da Vinci seria um profissional requisitado nos dias de hoje, uma vez que ele não se

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dedicou exclusivamente a um saber. A exigência atual é a de concentrar-se em um único tema a fim de

alcançar a perfeição. Transpor a linha da imaginação só é permitido se tal atrevimento gerar lucros e

reconhecimento.

Em “Lagartas e Borboletas” e “Um corpo com asas” o autor fala do poder transformador das palavras.

Ele compara os corpos das crianças aos casulos que, quando recebem as palavras, emergem como

borboletas. As palavras exercem sobre as crianças um poder transformador, metamórfico. Uma

mudança se não estimulada faz com que a borboleta que habita cada criança permaneça encasulada.

O autor em “Bolinhas de Gude” fala da importância de se reconhecer a sabedoria nas falas e atitudes das

crianças. Elas trazem consigo a felicidade que muitos perderam na transição para a vida adulta e que

custam recuperar.

Ao brincar com o exemplo da pequena Mariana que, encantada com suas bolinhas de gude, transmite o

fascínio de sonhar, o capítulo “Tudo que é pesado flutua no ar” fala da importância do brincar.

Inicialmente vista como uma inutilidade sem fins concretos, o ato de brincar é visto pelo autor como

uma janela para a fantasia, para o exercício da felicidade.

O capítulo “As receitas” discute o perigo dos saberes já difundidos, saberes que muitas vezes não são

questionados ou refletidos. Os alunos precisam aprender que o importante não é agir por agir, mas

pensar para agir. É isso que movimenta o mundo.

Seguindo com a ideia da importância do pensar, os capítulos “Ensinar o que não se sabe” e “O carrinho”

refletem sobre o estímulo ao ato de sonhar. O professor ensina a base ao seu aluno, dessa base ele

precisa se libertar, sonhar e seguir por caminhos desconhecidos.

Com uma escrita envolvente e capítulos pequenos, o autor consegue passar suas ideias sem

sobrecarregar o leitor. Suas palavras e pensamentos são de fácil entendimento e sempre muito claros.

Apesar de repetir alguns temas em mais de um capítulo, ele consegue contextualizá-los de forma

dinâmica para que a leitura não se torne monótona.

Por sua reflexão sobre o universo da educação, o papel do educador e seu relacionamento com os

alunos, o livro é indicado para professores e estudantes universitários, bem como para todos os que

circulam na área educacional. Da mesma forma, sua linguagem descomplicada torna o livro acessível

a todos.