9º Congresso Nacional de Fisioterapeutas – Livro das Mesas do Congresso

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9º CONGRESSO NACIONAL DE Fisiotapia é Saúde FISIOTERAPEUTAS Livro das Mesas do Congresso Centro Cultural de Congressos do Estoril 12, 13 e 14 de Junho de 2015

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9º CONGRESSO NACIONAL DE

Fisiot�apia é SaúdeFISIOTERAPEUTAS

Livro das Mesas do Congresso

Centro Cultural de Congressos do Estoril12, 13 e 14 de Junho de 2015

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Ficha técnica

TítuloLivro das Mesas do 9º Congresso Nacional de Fisioterapeutas

Propriedade e EdiçãoAssociação Portuguesa de Fisioterapeutas

EditoresComissão Organizadora / Comissão Científica do 9º Congresso Nacional de Fisioterapeutas

EdiçãoFormato: eletrónicoLocal e data: Lisboa, Junho de 2015

PaginaçãoVelcroDesign

Informação aos congressistas: os conteúdos dos textos apresentados pelas diversas Mesas Temáticas são da responsabilidade dos seus autores, não tendo sido objecto de qualquer tipo de revi-são. Os editores apenas são responsáveis pela compilação e divulgação da informação disponibilizada.

Nota sobre o Acordo Ortográfico: à data da submissão dos textos os autores podiam escolher aderir ou não ao Acordo Ortográfico recente.

Todos os direitos reservados.

Esta publicação integra o conjunto de textos do 9º Congresso Nacional de Fisioterapeutas e não pode ser transmitida, no todo ou parte, por qualquer processo gráfico, eletrónico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou sistemas de armazenamento de dados, sem autorização prévia da Associação Portuguesa de Fisioterapeutas

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Livro das Mesas do Congresso

Centro Cultural de Congressos do Estoril12, 13 e 14 de Junho de 2015

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Índice

Nota Introdutória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

Mesa “Investigação científica & Fisioterapia” – Grupo de Interesse em Neurologia

Novas estratégias terapêuticas na regeneração de lesões vertebro-medulares - implante de hidrogeis com células estaminais / New Strategies for Spinal Cord Injury Regenerative Medicine based on Stem Cells and Hydrogels . . . . . . . 10

A influência do Sistema Nervoso na dor crónica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

Are we “Lost In Translation”? - Guidelines de Intervenção no AVC - aplicabilidade na realidade Portuguesa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

Padrões cerebrais associados ao movimento dos membros superiores pós AVC e em sujeitos saudáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

Prevenção da Dor e Promoção da Funcionalidade No Doente Neurológico na Fase Aguda. . . 17

Mesa “Doentes paliativos – agimos ou fugimos?” – Grupo de Trabalho em Cuidados Continuados e paliativos

Doentes paliativos: agimos ou fugimos? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

Uma viagem pela Fisioterapia nos Cuidados Paliativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

Porquê falar de dor a fisioterapeutas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

Dor total. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

A evidência da intervenção do fisioterapeuta em cuidados paliativos . . . . . . . . . . . . . . . 23

Workshop - Fisioterapia em pequenos animais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

Mesa “Dói-dói: da avaliação à intervenção – Grupo de Interesse de Fisioterapia em Pediatria

Dói-dói – da avaliação à intervenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

“Sala do Despertar”- Intervenção Terapêutica em Contexto Transdisciplinar. . . . . . . . . . . 26

A dor no recém-nascido pré-termo e o papel do fisioterapeuta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

Intervenção com Prematuros Após Alta Hospitalar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

A Dor em crianças e jovens com deficiência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

Mesa “Dor um denominador comum nas lesões relacionadas com a prática desportiva” – Grupo de Interesse em Fisioterapia no Desporto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

Tendinopatia do Tendão de Aquiles: Exercício Excêntrico como Tomada de Decisão na Intervenção da Fisioterapia - estaremos focados nas propriedades do tendão ou na dor? . . . . 31

Análise do Gesto Desportivo: Dor e Disfunção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

Kinesio Taping - Efectos sobre la dolor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

A dor muscular de aparecimento tardio causada pelo exercício agressivo . . . . . . . . . . . . . 34

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Mesa “Envelhecimento ativo e saudável” – Grupo de Interesse em Fisioterapia no Envelhecimento

Lombalgia em Idosos prestadores de cuidados familiares – prevalência e características . . . . 36

Promoção da Saúde e prevenção. Resultados da investigação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

Mesa “Dor e disfunção lombopélvica: uma perspetiva multissistémica e psicossocial”

Impacto dos fatores psicossociais associados à percepção da dor – resposta à intervenção em fisioterapia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

Determinantes biomecânicos para a dor e incapacidade funcional em utentes com dor lombar crónica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

Quantificação dos efeitos mecânicos agudos no nervo ciático através da técnica de elastografia shear wave após uma manobra de tensionamento neural . . . . . . . . . . . . . . . 43

Gravidez, diástase dos abdominais e dor lombopélvica: controvérsias sobre o efeito do exercício . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

Variabilidade e complexidade da postura e do movimento: a chave para otimizar a função da coluna. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

Mesa “Fisioterapia aquática, da evidência à prática” – Grupo de Interesse em Hidroterapia . . . . 49

Análise da motivação para a Hidroterapia em utentes em utentes com dor crónica . . . . . . . 51

Impacto de um Programa Estruturado de Hidroterapia de 12 semanas no equilíbrio, risco de quedas, medo de cair e qualidade de vida relacionada com a saúde em Idosos . . . . . . . . 53

Avaliação e Técnicas de Intervenção em Fisioterapia Aquática na CERCIMB . . . . . . . . . . 55

Que novos métodos e técnicas podemos usar no meio aquático? Pilates? “Deep Water Running”? Snorkel terapêutico? “Aqua-Lusa”? O que são, para que servem e porquê? . . . . . . 57

O Fisioterapeuta em Contexto Termal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

Mesa Estudante

ENEFt: o futuro nas mãos dos estudantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60

O Estudante de Fisioterapia sem Fronteiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61

O futuro da comunicação em Fisioterapia: o impacto das redes sociais na investigação e nos jovens fisioterapeutas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

Estudantes e o Ensino da Fisioterapia na Europa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63

Hands-on physiotherapy interventions and stroke and International Classification of Functionality, Disability and Health outcomes: A systematic review . . . . . . . . . . . . . . . . 65

Mesa “Dor fantasma na pessoa com amputação” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66

Mesa Ensino: O ensino da Fisioterapia em Portugal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

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6 9º CONGRESSO NACIONAL DE FISIOTERAPEUTAS

Nota Introdutória

Estimada(o) Congressista,

Bem-vinda(o) ao 9º Congresso Nacional de Fisioterapeutas!

Temos todo o gosto em oferecer-lhe este “Livro das Mesas do Congresso”.

Este documento reúne a informação disponibilizada pelos preletores das diversas Mesas Temáticas que se apresentam ao 9º Congresso Nacional de Fisioterapeutas.

Foi elaborado com a intenção de disponibilizar ao participante no Congresso um primeiro contato com os conteúdos que as Mesas Temáticas pretendem desenvolver, trazendo elementos que facilitem e orientem na sua escolha por entre as mais variadas ofertas do Congresso.

Acreditamos ainda que o seu conteúdo constituirá um ponto de partida e um estímulo para a sua intervenção e debate no decorrer das referidas Mesas.

Queira aceitar os nossos votos de um óptimo Congresso!

A Comissão Organizadora e a Comissão CientíficaLisboa, junho de 2015

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LIVRO DAS MESAS DO CONGRESSO 7

9º Congresso Nacional de Fisioterapeutas

Comissão OrganizadoraPresidente: Olímpio PereiraVice-presidente: José MarquesVice-presidente: Marco ClementeTesoureiro: Vítor FernandesMembros: Ana Filipa Pires Elsa Silva Joana Leão Pedro RebeloConsultores: Ricardo Pedro Henrique Relvas

OPC (Organizador Profissional de Congressos): Linda Pereira (CPL Meetings & Events)

Comissão CientíficaPresidente: Luís CavalheiroVice-presidente: Rui Soles GonçalvesVice-presidente: Emanuel VitalSecretária: Andreia RochaConsultora: Patrícia Almeida

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LIVRO DAS MESAS DO CONGRESSO 9

RESUMOS DOS CONTEÚDOS DAS MESAS

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Mesa “Investigação científica & Fisioterapia” Grupo de Interesse em Neurologia

Novas estratégias terapêuticas na regeneração de lesões vertebro-medulares - implante de hidrogeis com células estaminais / New Strategies for Spinal Cord Injury Regenerative Medicine based on Stem Cells and Hydrogels

António J. SalgadoLife and Health Sciences Research Institute (ICVS), School of Health Sciences, University of Minho, Braga, Portugal; ICVS/3B’s – PT Government Associate Laboratory, Braga/Guimarães, Portugal

Introduction: Spinal cord injury (SCI) frequently results in permanent paraplegia and quadriple-gia. Up to now no effective therapies have efficiently tackle this problem.

Objective and Methods: The objective of the present work was aim to establish novel therapeu-tic routes that overcome the pitfalls of current methodologies. Its backbone is based on an intimate crosstalk between peptide grafted scaffolds and the secretome mesenchymal stem cells (MSCs) The objective is to develop an integrative strategy where the 3D scaffolds protect MSCs within the inju-red spinal cord, while the latter, through their tropich action, modulate inflammation while stimula-ting axonal outgrowth and neuronal differentiation. A hydrogel based biomaterial, aimed at carrying MSCs and OECs to foster SCI repair, was successfully established. In subsequent reports the hydrogel phase was further improved by grafting on its structure a GRGDS peptide, trough click chemistry.

Results: This modification proved to be pivotal for fostering the growth and differentiation of neural cells within the hydrogel, as well as to stimulate the proliferation and viability of MSCs, with an advantageous impact on their secretome.

Conclusion: In vivo experiments in a hemissection rat SCI model revealed that the developed stra-tegy lead to significant gains in motor function of afflicted SCI animals, when compared to non-trea-ted controls, thus validating the strategy developed so far.

Nota biográfica

António Salgado – PhD – biologist, PhD in Materials Science and Engineering - Tissue Enginee-ring and Hybrid Materials, from the University of Minho in 2005.

PrincipaI Investigator at the Life and Health Sciences Research Institute (ICVS), School of Health Sciences, University of Minho.

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Main areas of research: 1) Development of ECM like hydrogels for the transplantation of Mesen-chymal Stem Cells into the injured CNS; 2) Role of the secretome of MSCs in neuroprotection and repair and 3) Modulation of MSCs secretome through bioreactor based approaches.

Author of 57 papers (h-Index=19) and supervises 2 post-docs and 8 post-graduation students. Editor for Biomed Research International, Associate Editor for Biochimie.

Gulbenkian Award on Cutting Edge Research in Life Sciences (2008), Prize Melo e Castro (2013) for Spinal Cord Injury Research, awarded by the Santa Casa de Misericórdia de Lisboa.

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Mesa “Investigação científica & Fisioterapia” Grupo de Interesse em Neurologia

A influência do Sistema Nervoso na dor crónica

Daniel Humberto PozzaFaculdade de Medicina e Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto

A dor fisiológica está associada a lesão tecidular no sistema nervoso periférico que promove efeitos no sistema nervoso central (SNC) e representa uma sensação ou experiência emocional desagradável. A dor aguda tem função protetora, no entanto, a dor crónica, com duração superior ao período consi-derado normal para a cicatrização ou melhoria da patologia causal, pode ser considerada como uma doença ou disfunção do sistema nervoso. A dor persistente origina inicialmente uma sensibilização periférica que, se não tratada, gera uma sensibilização central e inicia, ou mantém, a dor crónica. Os sistemas ascendentes e descendentes de condução álgica e analgésica endógena apresentam alterações fisiológicas importantes na dor crónica. Entender esta complexidade de mecanismos é de extrema importância para o correto diagnóstico, bem como, para o melhor tratamento do doente com dor crónica

Nota biográfica

Daniel Humberto Pozza, DDS, PhD – Licenciatura em Medicina Dentária, FMDUP; Especia-lista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofaciais, Conselho Federal de Odontologia; Doutor em Medicina Dentária pela Universidade Federal da Bahia;  Pós-doutorado em Dor pela FMUP.

Professor em: Faculdade de Medicina da UP, Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da UP; Universidade Europeia de Madrid e 32 Senses Academy.

Autor/co-autor de mais de 60 publicações em livros e revistas com referees.

Editorial Board/Journal Referee em 10 revistas internacionais

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Mesa “Investigação científica & Fisioterapia” Grupo de Interesse em Neurologia

Are we “Lost In Translation”? - Guidelines de Intervenção no AVC - aplicabilidade na realidade Portuguesa

Patrícia Almeida1 e Rita Brandão2

1 Escola Superior de Saúde do Alcoitão2 Universidade Atlântica

Introdução: A prática baseada na evidência é um requisito na prestação de cuidados de Fisiotera-pia. No entanto, verificam-se dificuldades em transferir resultados científicos para a prática clínica, devido a: metodologia de investigação; investigação laboratorial vs contexto clínico real; indisponibi-lidade de recursos materiais e de profissionais; recursos financeiros; hábitos de prática; indisponibi-lidade dos utentes; não compreensão dos achados científicos pela comunidade da prática clínica e a dificuldade de acesso às publicações científicas. Esta situação é uma preocupação das equipas clínicas e investigadores, de cuidados de saúde no geral, que se questionam sobre o nível de transferência/translação para a prática clínica dos achados científicos, tendo-se criado a questão: “Clinical research is lost in translation?” (Lenfant C. 2003).

Objectivo e Métodos: Este trabalho visa apresentar a análise efectuada aos resultados da revisão sistemática: “Evidence for physical therapy poststroke” (Veerbeek J. et. al, 2014) e a sua aplicabilidade no contexto clínico nacional regular.

Resultados: Das 15 estratégias que apresentam eficácia, consideramos que as que apresentam faci-lidade imediata de aplicação no contexto português são (n=8): Estimulação electrica neuromuscular, treino em circuito, treino cardiorespiratório, treino de equilíbrio, treino de força, prática centrada em tarefas, prática intensíva e meio aquático. Estratégias com facilidade de serem aplicadas, mas que requerem formação, são (n=3): imagética motora, terapia pelo espelho e realidade virtual. Estratégias que podem ter constrangimentos, mas que já são praticadas em alguns locais são (n=3): treadmill com e sem suporte do peso, lokomat e restrição do membro superior (CIMT). A que consideramos de difícil aplicação (n=1) é a robótica para o membro superior.

Conclusão: Consideramos que a possibilidade de transferência dos resultados científicos para a prática clínica é elevada. Se ocorre de forma sistemática e organizada, é uma questão que esperamos aferir durante o Congresso Nacional de Fisioterapeutas em Junho de 2015, junto dos profissionais.

Nota biográfica

Patrícia Almeida (FT, PhD) – Fisioterapeuta em Condições neurológicas, docente da Escola

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Superior de Saúde do Alcoitão, PORTUGAL e da HANZE University of Groningen, HOLANDA, Presidente do Grupo de Interesse em Fisioterapia Neurológica da APF.

Rita Brandão (FT, MsC) - Fisioterapeuta em Condições neurológicas, docente da Universidade Atlântica, Fisioterapeuta na clínica fisiológica, Membro activo do Grupo de Interesse em Fisioterapia Neurológica da APF.

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Mesa “Investigação científica & Fisioterapia” Grupo de Interesse em Neurologia

Padrões cerebrais associados ao movimento dos membros superiores pós AVC e em sujeitos saudáveis

Ana Cristina Vidal1,2; Paula Banca3; Augusto Gil Pascoal2; Gustavo Santo4; João Sargento-Freitas4; Ana Gouveia4 e Miguel Castelo-Branco3

1 Hospital Garcia de Orta, Almada2 Universidade de Lisboa, Faculdade de Motricidade Humana, CIPER, Lisboa.3 Laboratório de Neurociências e Visão, IBILI, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.4 Unidade de Acidente Vascular Cerebral do Serviço de Neurologia, Hospitais da Universidade de Coimbra

Introdução: No Acidente Vascular Cerebral (AVC) com compromisso motor observam-se dese-quilíbrios funcionais entre os hemisférios cerebrais. Um lado tende ao aumento de função e o outro apresenta ativação deficitária. Na fisioterapia utiliza-se a facilitação dos movimentos em défice e a restrição dos excessivos, procurando o equilibro motor. O conhecimento sobre os padrões cerebrais pós AVC e em saudáveis durante a interação dos membros superiores pode definir estratégias futuras na recuperação motora.

Objetivos: Mapear a atividade cerebral durante a facilitação da elevação do braço na presença/ausência de restrição do membro superior contralateral.

Metodologia: A atividade cerebral foi medida através de ressonância magnética funcional cere-bral (3 tesla magneton, siemens) em 20 doentes com AVC isquémico. no território da artéria cere-bral média [(10 do hemisfério direito, sete masculinos; idade:67.4±10.1 anos) e (10 do hemisfério esquerdo, nove femininos; idade:69.4±8.8 anos)] e em 17 sujeitos saudáveis (destros; 10 mulheres; idade=42.1±13.5 anos) durante as tarefas motoras. O processamento estatístico dos mapas cerebrais utilizado foi “random effects analysis” e “false discovery rate” (p<.05).

Resultados: No pós-AVC do hemisfério esquerdo verifica-se ativação ipsilesional do córtex sensó-rio-motor na elevação do braço plégico/parético. Os do hemisfério direito têm ativação bilateral do córtex sensório-motor. A presença da restrição induz ativação ipsilesional do córtex sensório-motor e a ativação dos gânglios da base muda para desativação nos doentes com AVC do hemisfério direito. Nos do hemisfério esquerdo induz o silêncio cortical e mantém desativação dos gânglios da base. As diferenças de ativações corticais no AVC podem ter repercussões na recuperação motora, sabendo que a ativação ipsilesional do córtex sensório-motor está associada a resultados mais favoráveis na recuperação motora e que ativações corticais bilaterais são menos favoráveis.

A elevação do braço não plégico/não parético ativou o córtex sensório-motor contralesional e cere-

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belo ipsilesional. Os gânglios da base apresentam ativação e desativação respetivamente quando o membro que eleva é dominante e não dominante, em conformidade com o que foi referenciado nos padrões cerebrais, em saudáveis. A presença da restrição induz desativação.

Conclusões: Os mapas cerebrais revelam que a restrição reduz os níveis de excitabilidade neuronal, com potencial valor modulador da plasticidade. As teorias que defendem a inibição do hemisfério “não afetado” e redução/anulação das estratégias de compensação motoras encontram consistência experimental. A visão que valoriza os modelos de análise da função cerebral é reforçada, em detri-mento dos que são apenas focados na lesão cerebral.

O movimento consegue neuromodular os padrões cerebrais de forma dependente da dominância/hemisfério lesado. Neste sentido, os doentes com AVC isquémico podem beneficiar de protocolos clínicos distintos, em função do hemisfério lesado.

Agradecimentos: Aos doentes com AVC e suas famílias que permitiram a participação no estudo; técnicos de radiologia Carlos Ferreira e João Marques; investigador Prof. Doutor João Paulo Cunha, engenheiro Sérgio Tafula, enfermeiros da Unidade de AVC, Serviço de Neurologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) e ao Diretor do Serviço de Neurologia dos HUC, Prof. Doutor Luís Cunha.

Suportado por Bolsa individual de Doutoramento 2009 da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) de Ana Cristina Vidal.

Nota biográfica

Ana Cristina Inácio Vidal, Fisioterapeuta/investigadora científica

Atualmente exerce funções de fisioterapeuta no Hospital Garcia de Orta, com experiência profissional hospitalar de 20 anos.  Em 2014 conclui o Doutoramento em Motricidade Humana/especialidade de Reabilitação, pela Universidade Técnica de Lisboa, com a colaboração do IBILI, Faculdade Medi-cina da Universidade de Coimbra. Nos últimos anos dedicou-se a investigação da atividade cerebral relacionada com tarefas motoras dos membros superiores, em indivíduos saudáveis e com Acidente Vascular Cerebral. Tem interesse em desenvolver soluções na neuro-reabilitação, com capacidade de monitorizar avaliações neurofisiológicas, para direcionar intervenções específicas na recupera-ção motora. Aprecia o trabalho de equipa e interações interdisciplinares e publicou 18 trabalhos em actas de eventos e nas suas atividades profissionais interagiu com 19 colaboradores em co-autorias de trabalhos científicos. Publicou recentemente artigo científico na revista Neural Plasticity (factor de impacto 3,6). Recebeu o premio de investigação cientifica do Hospital Garcia Orta 2014 e o premio de menção honrosa da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral em 2015.

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Mesa “Investigação científica & Fisioterapia” Grupo de Interesse em Neurologia

Prevenção da Dor e Promoção da Funcionalidade No Doente Neurológico na Fase Aguda

Sofia Pinto1; Cláudia Costa1 e Ana Cristina Vidal1

1 Hospital Garcia de Orta, Almada

Introdução: O início da intervenção da fisioterapia nas condições neurológicas ainda na fase aguda motiva dificuldades quanto ao processo de raciocínio clínico. Nos pressupostos técnico-científicos tendencialmente são defendidas intervenções precoces, ainda que sejam discutíveis as abordagens utilizadas. Neste âmbito, é importante decidir procedimentos assertivos no contexto clínico, que consigam conjugar as especificidades de cada doente, a evolução do conhecimento científico e as estratégias de tratamento existentes.

Objectivo: Expor/ partilhar a intervenção dos fisioterapeutas do hospital Garcia de Orta direccio-nada ao doente neurológico na fase aguda.

Metodologia: Através de método expositivo, será abordada a descrição das orientações gerais utili-zadas na intervenção do fisioterapeuta no sentido da promoção da funcionalidade e prevenção da dor no doente neurológico, na fase aguda, em regime de internamento hospitalar. Para fundamentação teórica foi feita uma revisão da literatura nesta temática.

Resultados: O doente neurológico é avaliado pelo fisioterapeuta às 48 horas de internamento hospitalar, em que se inicia a planificação dos tratamentos de fisioterapia. Na avaliação/intervenção consideram-se as limitações neuromusculares, músculo-esqueléticos, cardio-respiratórias e estraté-gias de compensação. A intervenção é adequada de acordo com a condição clínica. Este protocolo é corroborado por alguns estudos recentes, que defendem a mobilização precoce qualificada.

Discussão e Conclusão: Na fase aguda do doente neurológico procura-se encontrar estratégias de tratamento que promovam o equilíbrio e simetria no movimento entre hemicorpos, com reper-cussões na reorganização neural. Porém, é importante equacionar o risco de se instalarem vias de plasticidade neuromuscular mal adaptativas que condicionem negativamente a recuperação motora. Nesse sentido, a intervenção do fisioterapeuta integra-se na equipa com outros profissionais de saúde, referenciando necessidades do doente neurológico para proporcionar condições ambientais e clinicas compatíveis com intervenções na fase aguda.

Nota biográfica

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Sofia Pinto – Fisioterapeuta no Hospital Garcia de Orta – Almada. Docente assistente, de disci-plinas Fisioterapia Neuromuscular I e II e Educação Clínica IV do curso de fisioterapia da Escola Superior de Saúde Egas Moniz. Mestre em Ciências da Fisioterapia pela Faculdade de Motricidade Humana (FMH). Especialista em Fisioterapia pelo Instituto Politécnico de Saúde do Norte ou Escola Superior de Saúde Egas Moniz em 2013

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Mesa “Doentes paliativos – agimos ou fugimos?” Grupo de Trabalho em Cuidados Continuados e Paliativos

Doentes paliativos: agimos ou fugimos?

Ana Menezes

Objectivos: A intervenção do fisioterapeuta em doentes paliativos é uma realidade pouco explorada e pouco divulgada, sobretudo em Portugal. O nosso objectivo foi avaliar se as razões para a interven-ção do fisioterapeuta nesta área se sobrepõem às ameaças que nos afastam dela.

Métodos: Fizemos uma análise SWOT baseada na opinião de peritos e na bibliografia disponível, de forma a posicionar estrategicamente o fisioterapeuta em cuidados paliativos.

Resultados e conclusões: 1) Foram identificadas várias ameaças do meio envolvente, ou seja, qualquer contexto onde o fisioterapeuta possa encontrar um doente com necessidades paliativas, desde as unidades de cuidados paliativos, de cuidados continuados, hospitais, lares, domicílios e outros. Foram igualmente consideradas as respectivas equipas. Entre as principais ameaças desta-cam-se o facto de ser um meio onde a recuperação funcional não é a forma de chegar à qualidade de vida e o desconhecimento por parte dos elementos destas equipa, do que o fisioterapeuta pode oferecer. 2) Também foi identificado aquilo que foi considerado como pontos fracos dos fisiotera-peutas e que podem dificultar a integração nesta área, entre os quais a dificuldade em lidar com a degradação, com a agonia e com a morte. 3) Como oportunidades do meio envolvente, foram iden-tificados vários aspectos, entre os quais o facto de ser uma área em expansão que abre o mercado de trabalho, destes doentes estarem em qualquer contexto onde o fisioterapeuta já está integrado e de terem efectivamente necessidades e expectativas a que o fisioterapeuta pode dar resposta. 4) Como pontos fortes dos fisioterapeutas evidenciam-se as competências destes para potencializar a funcio-nalidade e a qualidade de vida independentemente do potencial de recuperação funcional que estes doentes apresentem.

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Mesa “Doentes paliativos – agimos ou fugimos?” Grupo de Trabalho em Cuidados Continuados e Paliativos

Uma viagem pela Fisioterapia nos Cuidados Paliativos

Cristina Mello Vieira e Sofia Jordão

Esta viagem explora as competências dos fisioterapeutas no contexto dos cuidados paliativos. A mensagem que queremos transmitir é a de que, de certa forma, todos somos paliativistas e todos nos identificamos com os objectivos do fisioterapeuta em cuidados paliativos. A ideia não é explicar deta-lhadamente cada objectivo nem aprofundar nenhum caso específico. É referir alguns momentos da nossa prática que simplesmente exemplifiquem os dez objectivos que devemos traçar para trabalhar nesta área. Para isso, reunimos alguns testemunhos de colegas, doentes e familiares, que ilustram bem o tipo de competências necessárias. Estes exemplos decerto levarão os colegas presentes a fazer uma viagem pelas suas vivências e experiências profissionais; a memória que os transportarão para os seus próprios casos; à conclusão de que a transversalidade das competências a todas as áreas da fisioterapia é inegável.

As competências são transversais a todas as áreas da nossa intervenção, apenas adquirem importân-cia redobrada quando estamos a actuar num ambiente com a especificidade dos cuidados paliativos. Nesse sentido, e na certeza de que se não agirmos outros agirão e tentarão ocupar o nosso lugar nesta área, é importante que abracemos cada vez mais a formação em cuidados paliativos como forma de consolidação das competências Este conjunto de competências específicas permite que os cuidados de fisioterapia assentem nos 4 pilares dos cuidados paliativos (controlo sintomático, trabalho em equipa, comunicação e apoio no luto à família) e não deve ser visto com um instrumento de julga-mento à prática mas antes como uma referência para a formação, para a prática clínica, para a orga-nização de serviços e para a gestão de recursos humanos.

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LIVRO DAS MESAS DO CONGRESSO 21

Mesa “Doentes paliativos – agimos ou fugimos?” Grupo de Trabalho em Cuidados Continuados e Paliativos

Porquê falar de dor a fisioterapeutas

Ana Bernardo

A Dor é, a par das limitações da funcionalidade, um dos motivos principais de procura da interven-ção da fisioterapia.

O sintoma dor é complexo e multifactorial e nesse contexto exige a intervenção de vários grupos profissionais, num objectivo farmacológico e não farmacológico.

A abordagem da dor implica, assim, a definição de uma linguagem comum entre os vários participan-tes, para que desta forma se compreenda melhor as queixas dos doentes.

No estudo da dor é imprescindível a aquisição de conhecimentos de fisiologia e fisiopatologia da dor, de estratégias de avaliação e adequada caracterização do sintoma. Complementa-se o saber com a definição de estratégias de intervenção, nomeadamente farmacológica.

É preciso que a fisioterapia tenha noções de abordagem farmacológica através da esquematização de utilização dos fármacos de acordo com a escada analgésica, elaborada pela OMS no início dos anos 90. O conhecimento da farmacocinética permite a utilização adequada e específica para os vários tipos de dor: Nociceptiva, Neuropática ou Psicogénica, Aguda ou Crónica, Dor basal ou Irruptiva.

Estes conceitos poderão que vir a beneficiar da atuação da fisioterapia numa dinâmica de estratégia multidisciplinar.

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22 9º CONGRESSO NACIONAL DE FISIOTERAPEUTAS

Mesa “Doentes paliativos – agimos ou fugimos?” Grupo de Trabalho em Cuidados Continuados e Paliativos

Dor total

Paula Campos Jorge e Raquel Bouça

A dor total é um conceito complexo, que contempla as múltiplas dimensões do ser humano: física, social, psicológica e espiritual. Uma pessoa com dor total pode experienciar situações como, por exemplo, ansiedade, depressão, medo, preocupações com a família, preocupações com o processo de luto ou necessidade de encontrar significado para uma determinada situação da sua vida.

Sendo o conceito de “dor total” central em todas as intervenções em Cuidados Paliativos, as diversas dimensões da pessoa devem ser cuidadosamente consideradas aquando da avaliação e intervenção do fisioterapeuta.

Neste sentido, esta prelecção tem como principais objetivos apresentar o conceito de “dor total”, assim como algumas estratégias de intervenção às quais os fisioterapeutas podem recorrer na sua prática clínica, no sentido de responder às necessidades específicas de cada pessoa com dor.

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LIVRO DAS MESAS DO CONGRESSO 23

Mesa “Doentes paliativos – agimos ou fugimos?” Grupo de Trabalho em Cuidados Continuados e Paliativos

A evidência da intervenção do fisioterapeuta em cuidados paliativos

Ana Oliveira, Catarina Agapito

Os Cuidados Paliativos visam promover o conforto e qualidade de vida dos utentes e das suas famí-lias, que enfrentam problemas decorrentes de doenças graves, prolongadas, incuráveis e com prog-nóstico limitado. Através da prevenção e alívio do sofrimento recorrendo a uma adequada e precoce identificação, avaliação e tratamento de sintomas físicos como a dor, sem esquecer os problemas a nível psicossocial e espiritual (OMS, 2002).

Estes cuidados são complexos e necessitam de uma abordagem multidisciplinar de trabalho de equipa onde os diferentes profissionais de saúde trabalham com uma metodologia e objectivos comuns. De acordo com a RNCCI, o Fisioterapeuta deve integrar estas equipas multidisciplinares.

O Fisioterapeuta é um profissional de saúde que visa melhorar os níveis de função, bem-estar e conforto dos doentes e família, optimizando a sua qualidade de vida. Para isso, dispõe de técnicas e abordagens de intervenção específicas, que devem ser utilizadas de acordo com os objectivos relati-vos ao doente/família e quando são recursos disponíveis. Apesar da pouca aposta da intervenção do Fisioterapeuta nos Cuidados Paliativos, este profissional tem demonstrado variadas mais-valias da sua intervenção. Deste modo torna-se fundamental objectivar a evidência da fisioterapia em cuidados paliativos.

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24 9º CONGRESSO NACIONAL DE FISIOTERAPEUTAS

Workshop

Fisioterapia em pequenos animais

Ana Fidalgo Miguel, Francisca Fernandes

O Workshop de Fisioterapia em Pequenos Animais pretende transmitir um olhar sobre este ramo da fisioterapia, que todos os dias dá novos passos em Portugal. Começando com uma visão macro do que se passa lá fora, centramos a nossa atenção na realidade nacional, na importância da existência de guidelines de avaliação, tratamento e relação com a especialidade da veterinária.

A anatomia animal (neste caso a canina e a felina) apesar de semelhante à humana, apresenta diferen-ças significativas especialmente do ponto de vista biomecânico e de função do aparelho locomotor. A fisiologia da dor traduz-se em comportamentos típicos e numa linguagem corporal que tem de ser atenciosa e permanentemente observada, já que todo o tratamento é uma interacção constante entre animal e terapeuta (e dono).

A Fisioterapia em animais desenvolve-se sempre dentro de uma equipa multidisciplinar, constituída pelo fisioterapeuta, o dono, o médico veterinário, o médico veterinário especialista, o auxiliar de vete-rinária, o nutricionista, o especialista em comportamento animal, entre outros.

A Fisioterapia tem objectivos, indicações e benefícios específicos. Deve ser feita uma avaliação cuida-dosa do paciente, de forma objectiva e subjectiva, muitas vezes utilizando ferramentas específicas da área da neurologia e da ortopedia.

As modalidades terapêuticas passam pela termoterapia, crioterapia, posicionamento, massagem, mobilização, alongamento, exercícios assistidos, exercícios activos, electroterapia e produtos de apoio. O recurso a vários vídeos de casos clínicos e a demonstração das técnicas de forma presencial numa cadela reproduzem toda a teoria apresentada.

A Fisioterapia em Animais faz parte do universo da fisioterapia, já que a definição da mesma fala de (...) tratar, habilitar ou reabilitar indivíduos.

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LIVRO DAS MESAS DO CONGRESSO 25

Mesa “Dói-dói: da avaliação à intervenção” Grupo de Interesse de Fisioterapia em Pediatria

Dói-dói – da avaliação à intervenção

Ana Cordovil e Ana Rita Saramago

A dor é um dos fatores mais relevantes a ter em conta na intervenção da Fisioterapia, pelo que a sua correta avaliação e valorização são fundamentais. Esta avaliação precisa, não é no entanto tarefa fácil, já que a carga de subjetividade individual condiciona a forma como é percecionada, sentida, valori-zada e transmitida de pessoa para pessoa. E é aqui que reside a dificuldade acrescida quando falamos de crianças, para quem o “dói-dói” é sempre “muito” e o medo da dor é extremamente poderoso e muitas vezes aterrorizador. Neste painel procuramos ir de encontro a esta consciencialização, apre-sentando comunicações que nos alertam para a problemática da dor na intervenção com crianças e jovens.

Dentro da população alvo da intervenção da Fisioterapia pediátrica escolhemos aqueles com quem esta dificuldade aumenta de forma considerável e se apresentam como um desafio acrescido para a nossa prática: os bebés prematuros, por serem extremamente frágeis e vulneráveis e as crianças/jovens com disfunções neuromotoras, já que as dificuldades de comunicação associadas vão condi-cionar ainda mais esta avaliação, pelo que é fundamental apr(e)ender e valorizar o que nos transmi-tem, para que o “dói-dói” não transforme o fisioterapeuta no “lobo mau”.

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26 9º CONGRESSO NACIONAL DE FISIOTERAPEUTAS

Mesa “Dói-dói: da avaliação à intervenção” Grupo de Interesse de Fisioterapia em Pediatria

“Sala do Despertar”- Intervenção Terapêutica em Contexto Transdisciplinar

Susana SardinhaCentro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão – Unidade fisioterapia área pediátrica

A população de crianças/jovens com traumatismo crânio-encefálico ou encefalopatias hipóxico-is-quémicas é elevada no Serviço de Reabilitação Pediátrica e Desenvolvimento (SRPD) no Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, sendo frequente estes utentes apresentarem perturbações do estado de consciência.

Em 1995 foi criada a “sala do despertar” no SRPD, que recebe crianças/jovens em estadio de cons-ciência mínima ou vegetativo, sendo a missão desta sala facilitar o despertar destes utentes, através da intervenção de uma equipa multidisciplinar, num ambiente controlado, facilitador da captação de estímulos.

Com o intuito de facilitar a recuperação e evitar a privação sensorial que os utentes com perturbações do estado de consciência possuem, o principal recurso terapêutico utilizado é a estimulação multis-sensorial, permitindo facilitar o estado de alerta e promover o despertar.

A estimulação multissensorial envolve toda a equipa multidisciplinar. A participação ativa da família, como membro desta equipa, deve ser incentivada com o intuito de proporcionar à criança/jovem estímulos sensório-motores selecionados de acordo com as preferências da criança, tendo em conta o seu pré-mórbido, que a ajudem a “despertar”. A participação da família, permite igualmente que esta se envolva mais ativamente em todo o processo de reabilitação da criança/jovem.

Nota biográfica

Susana Sardinha – Licenciada em Fisioterapia pela ESSA; Pós-Graduação em Fisioterapia em Pediatria da ESSCVP/APF-GIFIP; Fisioterapeuta Pediátrica no Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão desde 2000; Membro da Direção do GIFIP da APF desde 2000.

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LIVRO DAS MESAS DO CONGRESSO 27

Mesa “Dói-dói: da avaliação à intervenção” Grupo de Interesse de Fisioterapia em Pediatria

A dor no recém-nascido pré-termo e o papel do fisioterapeuta

Ana Paula Vila LobosHospital Prof. Dr. Fernando Fonseca

Durante o seu internamento na UCIEN, os recém-nascidos pré-termo são expostos a inúmeros procedimentos dolorosos.

Sabe-se que a dor aumenta a morbilidade e mortalidade nesta população específica e é reconhecido que a mesma pode ser prevenida ou aliviada.

O Fisioterapeuta, enquanto profissional integrado na equipa multidisciplinar, dispõe de estratégias importantes na gestão da dor do recém-nascido pré-termo.

Nota biográfica

Ana Paula Maia Lobo de Castro Vila Lobos – Licenciatura em Fisioterapia ESTeSL; Pós-gra-duação em Fisioterapia em Pediatria ESCVP; Fisioterapeuta na área da Pediatria no Hospital da Luz entre 2010 e 2014; Fisioterapeuta na área da Pediatria no Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca desde 2007.

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28 9º CONGRESSO NACIONAL DE FISIOTERAPEUTAS

Mesa “Dói-dói: da avaliação à intervenção” Grupo de Interesse de Fisioterapia em Pediatria

Intervenção com Prematuros Após Alta Hospitalar

Virgínia Lourenço MarquesMembro da Direção do GIFIP – APF; Fisioterapeuta CHLN-HSM e Mirafisio

Após o internamento na UCIN (unidade de cuidados intensivos neonatais) vem o momento mais esperado pelos pais, a alta hospitalar. É um acontecimento que gera grande ansiedade, principalmente em pais de grandes prematuros ou de bebés que apresentem patologia.

É de extrema importância o ensino e apoio a estes pais. Faz toda a diferença para o futuro destes bebés e é uma intervenção fundamental do Fisioterapeuta.

É feito o ensino de como relaxar, estimular, aliviar e interagir com os bebés. Connosco, Fisioterapeu-tas, os pais aprendem técnicas para conhecer melhor o seu bebé (vinculação, toque positivo, massa-gem do bebé, estadios comportamentais, sinais de alarme).

O desenvolvimento de cada criança só se faz se lhe forem dadas as melhores oportunidades!

Nota biográfica

Virgínia Lourenço Marques – Licenciatura em Fisioterapia ESTeSL; Pós-Graduação em Fisio-terapia em Pediatria ESSCVP/GIFIP-APF; Curso Massagem bebé – AIMI (Associação Internacio-nal Massagem Infantil); Docente Pós-Graduação de Fisioterapia em Pediatria (ESSCVP) e da Pós- Graduação Materno-Infantil (ISCS Egas Moniz); Monitora de Estágios.

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LIVRO DAS MESAS DO CONGRESSO 29

Mesa “Dói-dói: da avaliação à intervenção” Grupo de Interesse de Fisioterapia em Pediatria

A Dor em crianças e jovens com deficiência

Lourdes Macias MerloFisioterapeuta no Serviço Público de Intervenção Precoce da Catalunha

Atualmente e graças aos cuidados de saúde as crianças/jovens com deficiência podem viver mais anos, mas a dor é um dos problemas que aumenta com a idade. A existência de dor também significa menos qualidade de vida e menor participação nas atividades da vida diária e na comunidade. Algu-mas crianças com dificuldades de comunicação expressam a dor através dos seus comportamentos, movimentos corporais e sinais não verbais que os cuidadores e profissionais necessitam interpretar. A prevalência da dor em pessoas com Paralisia Cerebral é de 73%, enquanto que na população em geral é de 33%. Dor de estômago, cabeça, membros inferiores e anca são as zonas onde esta população apresenta maior incidência de dor. Alguns estudos indicam que a situação em que as crianças apre-sentam mais dor é quando fazem Fisioterapia. Este fato deve-nos fazer repensar o tipo de intervenção dirigida a crianças mais velhas, em que a sua condição músculo-esquelética é complicada e dirigir os objetivos terapêuticos para incluir o alívio da dor. A literatura oferece vários resultados das medi-das a adotar para identificar a existência de dor nesta população. Contudo, são necessárias melhores ferramentas clínicas para avaliar alterações na sintomatologia da dor com a intervenção terapêutica e mais investigação para avaliar as opções de intervenção eficazes no tratamento da dor em crianças e jovens com deficiência.

Nota biográfica

Lourdes Macias Merlo- Coordenadora Nacional da European Academy Child Disability (EACD) desde novembro 2006; - Presidente da Sociedade Espanhola de Fisioterapia em Pediatria (SEFIP) desde 2004;- Docente de Investigação na Universidade Internacional da Catalunha (UIC) desde 2004;- Fisioterapeuta no Serviço Público de Intervenção Precoce da Catalunha desde 1985 ;- 1976, Enfermería/Nursing & Physical Therapy Universidad de Navarra / University of Navarra- Master on Physical Therapy and Scientific Evidence in the Universidad Internacional de Cataluña; Doutoranda;- Co-Autora do livro “Fisioterapia em Pediatria” (Mcgraw-Hill / Interamericana de España, 2002) e autora de variados artigos sobre o desenvolvimento neuromotor, intervenção e técnicas em Fisiotera-pia pediátrica, entre outros.

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30 9º CONGRESSO NACIONAL DE FISIOTERAPEUTAS

Mesa “Dor um denominador comum nas lesões relacionadas com a prática desportiva” Grupo de Interesse em Fisioterapia no Desporto

Apresentação da Mesa

Fazendo-se corresponder ao tema central do Congresso, a mesa do Grupo de Interesse em Fisiotera-pia no Desporto, propõe um conjunto de comunicações centradas na Dor, como um dos indicadores mais comuns da prática da fisioterapia nas lesões relacionadas com o desporto e actividade física.

Nesse sentido, dois dos temas estarão focados numa análise crítica da evidência sobre os resultados de duas estratégias de intervenção para a diminuição da dor em atletas ou em populações fisicamente activas - o Kinesio Tape e Exercício Excêntrico. Outro tema, estará relacionado com o conhecimento e compreensão sobre as alterações fisiológicas no tecido muscular após prática de exercício físico intenso, que podem conduzir a uma diminuição da força muscular e do aparecimento de dor tardia, causando um impacto negativo no desempenho desportivo e um aumento exponencial do risco de lesões. Por último, teremos uma comunicação centrada na análise da instrumentação existente com capacidade de quantificar e analisar as alterações do sistema de movimento / gesto desportivo, indu-zidas pela presença de sintomatologia (dor), e como podem esses resultados convergir para a formu-lação do diagnóstico em fisioterapia, assim como, para a efectividade da nossa intervenção.

Para desenvolvimento dos temas e moderação desta mesa, contamos com a colaboração de fisiotera-peutas de elevado mérito profissional e reconhecimento científico na área da fisioterapia no desporto.

Esperamos desta forma, continuar a contribuir para o desenvolvimento profissional de todos os fisioterapeutas, e em particular dos que actuam na área do desporto, só sendo possível com a vossa presença. Até já!!

Com estima,Grupo de Interesse em Fisioterapia no Desporto

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LIVRO DAS MESAS DO CONGRESSO 31

Mesa “Dor um denominador comum nas lesões relacionadas com a prática desportiva” Grupo de Interesse em Fisioterapia no Desporto

Tendinopatia do Tendão de Aquiles: Exercício Excêntrico como Tomada de Decisão na Intervenção da Fisioterapia - estaremos focados nas propriedades do tendão ou na dor?

Marco JardimEscola Superior de Saúde - Instituto Politécnico de Setúbal

A tendinopatia do tendão de Aquiles é das lesões tendinosas mais frequentes nas populações despor-tivas e fisicamente activas. É reconhecida clinicamente por dor localizada durante os momentos de carga no tendão, resultando em restrições e limitações da prática desportiva e tarefas da vida diária. Histologicamente, a tendinopatia do tendão de Aquiles é caracterizada pela presença de alterações celulares e da matriz extracelular (elevadas concentrações da substância fundamental, degeneração e desorganização das fibras de colagénio), assim como, pelo aumento da vascularização e ausência de células inflamatórias. Actualmente, os programas de exercício excêntrico, apresentam-se como uma das principais recomendações da intervenção da fisioterapia, que visam a realização isolada de componentes de exercício excêntrico e concêntrico, ou a combinação de ambos, desconhecendo-se a influência dos seus mecanismos nos outcomes não-clínicos associados aos outcomes clínicos, repre-sentativos da condição.

Esta revisão tem como objectivo uma análise critica e reflexão sobre a potencial acção dos mecanis-mos destes programas ao nível das propriedades mecânicas e/ou fisiológicas do tendão (outcomes não-clínicos) e na a intensidade da dor (outcome clínico), em utentes com tendinopatia do tendão de Aquiles. Os resultados desta análise parecem apontar para fragilidades na explicação da acção dos mecanismos do exercício excêntrico, quer nas readaptações mecânicas do tecido tendinoso e proces-sos de vascularização, quer ao nível da diminuição da intensidade da dor. Concluímos que uma das possíveis justificações sobre os resultados desta análise, permaneça relacionada com o desconcertante e escasso conhecimento sobre a origem e tipo de dor que caracterizam esta condição clínica.

Nota biográfica

Marco Jardim – Licenciado em Fisioterapia. Professor Adjunto na Escola Superior de Saúde - Insti-tuto Politécnico de Setúbal. Vice-Presidente do Grupo de Interesse em Fisioterapia no Desporto e Editor da Revista Portuguesa de Fisioterapia no Desporto

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32 9º CONGRESSO NACIONAL DE FISIOTERAPEUTAS

Mesa “Dor um denominador comum nas lesões relacionadas com a prática desportiva” Grupo de Interesse em Fisioterapia no Desporto

Análise do Gesto Desportivo: Dor e Disfunção

Ricardo MatiasEscola Superior de Saúde - Instituto Politécnico de Setúbal

As disfunções músculo-esqueléticas relacionadas com a actividade desportiva são um problema comum que levam frequentemente a uma paragem temporária da actividade do indivíduo. A etio-logia destas disfunções é muitas vezes complexa e tem uma natureza multifactorial. A dor é um dos principais sintomas referidos por utentes com disfunções músculo-esqueléticas e acompanha na maioria das situações alterações ao padrão ótimo do gesto desportivo. A capacidade para quantificar estas alterações do sistema do movimento e relacioná-las com a sintomatologia apresentada, é essen-cial não só no desenho de programas de prevenção de lesões, como no suporte às tomadas de decisão clinica. Nesta comunicação apresentaremos uma revisão critica de algumas das soluções existentes hoje em dia para uma análise rigorosa das disfunções do sistema do movimento, como podem os resultados desta análise ser conjugados com a informação clinica, e como ambos suportam a formu-lação do diagnostico em fisioterapia, bem como, a efectividade na nossa intervenção.

Esta comunicação será complementada com uma demonstração dos temas abordados no Workshop: Movimento 2.0: Análise Cinemática 3D do Gesto Desportivo.

Nota biográfica

Ricardo Matias – Licenciado em Fisioterapia. Doutorado em Motricidade Humana, especialidade ciências da Fisioterapia, pela Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa (FMH-UL). A realizar um pós-doutoramento em Reconhecimento de Padrões nas Disfunções do Movi-mento Humano (Instituto Superior Técnico e FMH-UL).

Professor adjunto da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal (ESS-IPS).Laboratório de Análise de Movimento Humano ESS-IPS.Investigador no grupo de investigação em Neuromecânica do Movimento Humano CIPER/ FMH-UL.Investigador-colaborador do Pattern and Image Analysis Group (Instituto Superior Técnico).Revisor ad-hoc: Journal of Biomechanics, Journal of Applied Biomechanics, Transactions on Neural Systems & Rehabilitation Engineering, IEEE Transactions on Biomedical Engineering, Manual Therapy, Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy, Revista Portuguesa de Fisioterapia no Desporto e Brazilian Journal of Physical Therapy.

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LIVRO DAS MESAS DO CONGRESSO 33

Mesa “Dor um denominador comum nas lesões relacionadas com a prática desportiva” Grupo de Interesse em Fisioterapia no Desporto

Kinesio Taping - Efectos sobre la dolor

Francisco Garcia-MuroUniversidad San Pablo CEU

En los años 70 el Dr. Kenzo Kase estableció los efectos principales que el Kinesio tape tenía en el orga-nismo: elimina la congestión de los fluidos orgánicos, corrige problemas articulares, da soporte a los músculos y disminuye el dolor.

Desde entonces innumerables estudios han surgido para aceptar y rechazar hipótesis sobre los diferen-tes efectos del Kinesio Tape, pero no podemos olvidar que cada efecto debe testarse individualmente para comprobar su eficacia, ya que no se puede asumir que si el Kinesio Tape realmente produce un efecto también todos los demás descritos tendrán lugar.

En el caso del efecto del Kinesio Tape en el dolor se puede determinar que hay una evidencia clínica ya que es el efecto más reportado por los pacientes tras el uso del Kinesio Tape; sin embargo, a nivel de evidencia científica diferentes autores han presentado varios trabajos considerados Gold Estándar (Revisiones sistemáticas y meta análisis) para arrojar un poco de luz sobre esta cuestión.

Tras un análisis crítico de estos trabajos de síntesis estamos todavía lejos de poder afirmar o desmentir con certeza que efecto tiene el Kinesio Tape sobre el dolor, y más aún si consideramos el dolor en sus diferentes facetas. Solo nos queda revisar críticamente los estudios experimentales que desde 1983 en más de 15 idiomas conforman el conocimiento científico del Kinesio Tape.

Esta revisión lejos de ser sencilla se presenta como una tarea ardua, laboriosa y no ajena a sesgos.

Nota biográfica

Francisco Garcia-Muro – Fisioterapeuta, Master en Fisioterapia de la Actividad Física y el deporte y Doctorando.

Certificated Kinesio Taping Instructor, Miembro del Kinesio Taping Association International Research Committee. Profesor Titular de la Universidad San Pablo CEU y Subdirector de la Unidad de Investigación en Terapias Físicas San Pablo CEU.Docente en diferentes Grados, Posgrados y Masters en diferentes universidades.Autor de diferentes artículos en revistas así como de diferentes aportaciones a congresos.

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Mesa “Dor um denominador comum nas lesões relacionadas com a prática desportiva” Grupo de Interesse em Fisioterapia no Desporto

A dor muscular de aparecimento tardio causada pelo exercício agressivo

Rui TorresInstituto Politécnico de Saúde do Norte

O exercício físico intenso e não-habitual induz agressão nos músculos exercitados, particularmente quando contrações musculares excêntricas estão envolvidas. Esta consequência causada pelo exer-cício é evidenciado por alterações anatomopatológicas no músculo esquelético e são clinicamente manifestadas por um conjunto relevante de marcadores indiretos de lesão muscular, dos quais se destacam a dor de aparecimento tardio e a perda imediata da capacidade de produção de força. Este quadro clínico não deve ser confundido com um estado de fadiga muscular que ocorre durante a atividade muscular e que é resolvido rapidamente com o estado de repouso.

As elevadas tensões mecânicas provocadas na fibra muscular durante a contração cria roturas nas proteínas do cito-esqueleto e altera a permeabilidade da membrana plasmática do célula muscular. Estas alterações estruturais ao nível do sarcolema ou da membrana do retículo sarcoplasmático leva a uma perda da homeostasia do ião de cálcio, cansando um processo de destruição da fibra muscular.

Embora o declínio inicial da força muscular seja devido às lesão provocada pelas tensões mecâni-cas, existirão igualmente factores metabólicos associados, como um decréscimo do pH, aumento da temperatura e aparecimento de radicais livres de oxigénio, particularmente aquando da presença de exercício prolongado e de baixa intensidade.

Este exercício indutor de agressão muscular cria um impacto negativo na performance desportiva e aumenta o risco de lesões adicionais. Deste modo, têm havido um crescendo de trabalhos científicos com o intuito de demonstrar a efetividade das intervenções usadas para a diminuição dos seus sinais e sintomas. No entanto, na literatura não se encontra uma intervenção que sobressaia no âmbito da recuperação muscular após o exercício agressivo, parecendo cada vez mais indicar como melhor caminho o da prevenção.

Assim, importa analisar que alterações funcionais e estruturais se poderão induzir no sistema neuro-muscular para que se possa prevenir ou atenuar a agressão muscular induzida pelo exercício.

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LIVRO DAS MESAS DO CONGRESSO 35

Nota biográfica

Rui Torres – Licenciado em Fisioterapia pela Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto.

Mestre em Ciências do Desporto, especialização em treino de alto rendimento desportivo. Doutor em Motricidade Humana, ramo de especialização em Fisioterapia.

Professor no Instituto Politécnico de Saúde do Norte (IPSN). Investigador integrado no Centro de Estudo do Movimento e Atividade Humana (CEMAH/IPP) tendo, de acordo com a solicitação da Fundação para a Ciência e Tecnologia, a seguinte identificação para que seja possível a análise biblio-métrica do investigador. http://orcid.org/0000-0002-4041-270X

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36 9º CONGRESSO NACIONAL DE FISIOTERAPEUTAS

Mesa “Envelhecimento ativo e saudável” Grupo de Interesse em Fisioterapia no Envelhecimento

Lombalgia em Idosos prestadores de cuidados familiares – prevalência e características

Joana Diogo

Introdução: A prestação de cuidados a um familiar idoso dependente pode ser esgotante e interfe-rir adversamente na saúde e bem-estar do cuidador familiar. A literatura tem privilegiado a análise da sobrecarga da prestação de cuidados em cuidadores familiares de idosos em situação de dependência, negligenciando a incidência de morbilidades físicas, como a lombalgia, que podem advir da presta-ção de cuidados. A lombalgia constitui um dos fatores mais importantes que afeta a saúde física das pessoas idosas e encontra-se associada à diminuição da função física geral.

Objetivo: Avaliar a prevalência, as características e os fatores de risco da lombalgia em idosos cuida-dores familiares de pessoas idosas com dependência.

Metodologia: Foram avaliados 31 cuidadores principais de idosos com dependência, com idade ≥ 65 anos. A informação foi recolhida por entrevista através de um questionário geral e três ques-tionários padronizados (Oswerty Disability Questionnaire – versão portuguesa 2.0 e Escala Visual Analógica) que avaliaram as características sociodemográficas, clínicas, antropométricas e compor-tamentais dos cuidadores familiares. A dependência dos idosos alvo de cuidados também foi avaliada pela Escala de Barthel Modificada.

Resultados: A prevalência de ter dor lombar nos idosos cuidadores familiares é elevada (80,6%). A análise inferencial mostrou que os fatores relacionados com a lombalgia nos cuidadores foram a perceção do seu estado de saúde física e mental (rS = -0,822, p<0.001 e rS = -0.566, p=0.001, respe-tivamente) e a sua idade (p < 0,05).

Conclusões: Os resultados deste estudo sugerem que a prevalência da dor lombar é elevada em idosos cuidadores principais e quer a sua perceção do estado de saúde do cuidador, como a sua idade parecem contribuir para a presença de dor lombar. Mais estudos são necessários para melhor definir a frequência da lombalgia e explorar a relação destes fatores de risco.

Nota biográfica

Joana Diogo – Licenciada em Fisioterapia pela Escola Superior de Saúde do Alcoitão desde 2008 e mestre em Saúde e Envelhecimento pela Faculdade Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa desde 2014.

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LIVRO DAS MESAS DO CONGRESSO 37

Em 2009, iniciou a atividade profissional como fisioterapeuta no contexto do serviço de apoio domi-ciliário em três instituições dirigidas para a população mais velha. Presentemente colabora com uma IPSS e com o Hospital da Ordem Terceira.

Publicou em 2013 o artigo intitulado “Prevenção de quedas nos idosos – um desafio lançado às socie-dades contemporâneas” na revista Segurança Comportamental.

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38 9º CONGRESSO NACIONAL DE FISIOTERAPEUTAS

Mesa “Envelhecimento ativo e saudável” Grupo de Interesse em Fisioterapia no Envelhecimento

Promoção da Saúde e prevenção. Resultados da investigação

Beatriz FernandesEscola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa

O envelhecimento da população nos países da Europa, nomeadamente em Portugal, é uma reali-dade incontornável que tem vindo a colocar importantes desafios à sociedade. Se, por um lado, viver mais anos é por si só positivo, por outro lado, é fundamental que esses anos sejam vividos de forma saudável, ativa e independente. Simultaneamente, é imprescindível que os sistemas de saúde e de apoio social se adaptem a esta realidade de forma sustentada e eficiente. A Comissão Europeia, no âmbito da European Innovation Partnership on Active and Healthy Ageing (EIP – AHA) estabeleceu como objectivo para 2020 aumentar em 2 anos o tempo médio de vida saudável. A contribuição da Fisioterapia para a concretização deste objectivo passa pela identificação e desenvolvimento de estra-tégias específicas, passíveis de serem implementadas a diferentes níveis na Europa. A investigação em fisioterapia no envelhecimento tem produzido resultados importantes no âmbito da prevenção da fragilidade e declínio funcional e do controlo postural e prevenção de quedas, para além dos resulta-dos decorrentes da investigação em condições clínicas associadas ao envelhecimento, contudo existe ainda um vasto campo a explorar, sobretudo ao nível nacional. Os estudos conduzidos em Portugal têm aumentado e é fundamental que esta tendência se mantenha para que se possa construir um refe-rencial verdadeiramente representativo da população europeia. Compete, ainda, aos investigadores a divulgação dos seus trabalhos e a disseminação do conhecimento junto dos fisioterapeutas, mas também junto dos governantes, das empresas e da comunidade em geral, envolvendo toda a socie-dade neste desafio. A área científica de fisioterapia da ESTeSL contribui para a concretização destes objetivos com os resultados da investigação que realiza nesta área através da participação em 2 grupos de trabalho da EIP–AHA: Action Group A2 – Falls Prevention e Action Group A3 – Prevention of Functional Decline and Frailty.

Nota biográfica

Beatriz Fernandes – Fisioterapeuta; Mestre em Psicologia Educacional; Doutorada em Ciências do Desporto;

Atualmente docente da licenciatura em Fisioterapia da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa;Áreas de interesse e investigação: Controlo motor e controlo postural; Fisioterapia neurológica, nomeadamente controlo postural após AVC; Envelhecimento ativo

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LIVRO DAS MESAS DO CONGRESSO 39

Mesa “Dor e disfunção lombopélvica: uma perspetiva multissistémica e psicossocial” Grupo de Interesse em Terapia Manual Grupo de Interesse em Fisioterapia no Desporto Grupo de Interesse em Fisioterapia Cárdio-respiratória Grupo de Interesse de Fisioterapia em Saúde da Mulher

Impacto dos fatores psicossociais associados à percepção da dor – resposta à intervenção em fisioterapia

Eduardo Brazete CruzDepartamento de Fisioterapia - Escola Superior de Saúde - Instituto Politécnico de Setúbal

Resumo: A avaliação da eficácia e efetividade das intervenções em saúde têm evoluído da demonstra-ção dos seus efeitos e sua avaliação em contexto clínico para a análise dos benefícios percepcionados pelos pacientes. Nesse sentido tem sido propostas várias formas de diferenciar bons e maus resultados para as intervenções em saúde, tendo por base a utilização de diferentes critérios de resposta ao trata-mento que permitem uma análise individual dos resultados obtidos.

Os fatores psicossociais tem sido amplamente utilizados para explicar experiência de dor e o desen-volvimento de dor crónica e incapacidade (por exemplo, o modelo de medo-evitamento) ou para justificar abordagens específicas de intervenção (por exemplo a intervenção cognitivo- comporta-mental). No entanto, nem todos os pacientes tem igual risco de desenvolver uma condição de dor persistente ou incapacitante, ou respondem da mesma forma a tratamentos específicos. A possibili-dade de identificar características nos pacientes que são preditivas da obtenção de bons/ maus resulta-dos (fatores de prognóstico) ou preditivas da resposta a um determinado tipo de intervenção (factores modificadores dos efeitos de tratamento) é um dos objetivos recentes da investigação clinica.

O STarTBack project é um exemplo de um método de triagem que utiliza um questionário de prog-nóstico baseado num índice de fatores de mau/bom prognóstico, modificáveis pelo tratamento, que foi desenvolvido para estratificar indivíduos em tipologias de tratamento com maior custo-efetivi-dade. Assim, e de acordo com a resposta obtida nesse questionário, os pacientes são categorizados em subgrupos (baixo, médio e elevado risco de desenvolver dor persistente) aos quais correspondem intervenções diferenciadas. Os estudos realizados demonstram que a utilização conjunta dos resul-tados do questionário com o intervenção adequada aumenta a eficiência relativa aos cuidados de fisioterapia, melhora os resultados em saúde dos pacientes, e reduz os custos de saúde.

Nota biográfica

Eduardo Brazete Cruz - é doutorado em Fisioterapia pela University of Brighton, Reino Unido, e Professor Coordenador do Departamento de Fisioterapia da Escola Superior de Saúde do Instituto

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Politécnico de Setúbal (IPS). É membro da direção do Mestrado em Fisioterapia leccionado em parce-ria pelo IPS, e pela Faculdade de Ciências Médicas e Escola Nacional de Saúde Pública da Universi-dade Nova de Lisboa. É ainda Membro do International Advisory Board da Revista Manual Therapy, e revisor das revistas Manual Therapy, Clinical Rehabilitation e Physiotherapy Theory and Practice.

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Mesa “Dor e disfunção lombopélvica: uma perspetiva multissistémica e psicossocial” Grupo de Interesse em Terapia Manual Grupo de Interesse em Fisioterapia no Desporto Grupo de Interesse em Fisioterapia Cárdio-respiratória Grupo de Interesse de Fisioterapia em Saúde da Mulher

Determinantes biomecânicos para a dor e incapacidade funcional em utentes com dor lombar crónica

Rita Fernandesa,b, Paulo Armada da Silvab, António Velosob, Annelies Pool-Goudaazwardc

a Universidade de Lisboa, Faculdade de Motricidade Humana, CIPER, LBMF, Lisboa, Portugalb Departamento de Fisioterapia, Escola Superior de Saúde, Instituto Politécnico de Setúbal, Portugalc Faculty of Human Movement Sciences, Research Institute MOVE, VU University, Amsterdam, The Netherlands

Resumo: Dados epidemiológicos sugerem que a dor crónica de natureza músculo-esquelética apre-senta uma elevada prevalência na população portuguesa (36%), sendo a dor lombar crónica (DLC) uma das principais razões pela qual os utentes recorrem aos serviços de saúde. São diversas as inter-venções propostas para os utentes com DLC. Alguns programas têm demonstrado efeitos ligeiros na redução da dor e melhoria da função de utentes com DLC, no entanto, a investigação atual é inconclu-siva acerca da efetividade das intervenções mais comummente aplicadas aos utentes. Considerando a elevada prevalência da DLC e a reduzida efetividade demonstrada pelos programas de intervenção, é importante estudar os factores de risco associados ao desenvolvimento e ao curso desta condição, assim como os fatores que influenciam o seu prognóstico. A este nível, a literatura tem apontado diferentes grupos de fatores, nomeadamente os psicossociais e os biológicos. Neste âmbito, os factores psicossociais têm sido amplamente estudados e identificados como centrais para o desenvolvimento e curso da dor e incapacidade nestes utentes, no entanto, parecem ser limitativos na compreensão deste fenómeno. Surgem então os factores biológicos, que apesar de não serem a fonte primária de dor, podem contribuir para o desenvolvimento e recorrência da DLC. Assim, este estudo tem por objetivo identificar fatores biomecânicos determinantes para a dor e incapacidade funcional em utentes com DLC. O estudo encontra-se divido em duas fases: 1) A primeira inclui um estudo de teste-reteste com o objetivo de determinar o erro padrão e a diferença mínima detectável associada às variáveis cinemá-ticas e cinéticas em estudo; 2) A segunda fase é composta por um estudo transversal, com o objetivo de identificar variáveis cinemáticas e cinéticas associadas à marcha que permitam diferenciar entre utentes com DLC e indivíduos assintomáticos.

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Nota Biográfica

Rita Fernandes - Professora Adjunta Equiparada da ESS-IPS. Licenciada em Fisioterapia pela ESS-IPS e Mestre em Fisioterapia - Especialização em Condições Músculo Esqueléticas pela FCM-UNL. Atualmente a realizar o curso de doutoramento em Biomecânica na FMH-UL. Realizou diversas comunicações em eventos nacionais e internacionais e é autora/coautora de artigos cientí-ficos publicados em revistas nacionais e internacionais. A sua prática clínica está relacionada com a área do desporto, colaborando com a Federação Portuguesa de Judo e Comité Olímpico de Portugal, da qual resultou a participação em diferente Missões, entre as quais aos Jogos Olímpicos Pequim 2008 e Londres 2012.

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LIVRO DAS MESAS DO CONGRESSO 43

Mesa “Dor e disfunção lombopélvica: uma perspetiva multissistémica e psicossocial” Grupo de Interesse em Terapia Manual Grupo de Interesse em Fisioterapia no Desporto Grupo de Interesse em Fisioterapia Cárdio-respiratória Grupo de Interesse de Fisioterapia em Saúde da Mulher

Quantificação dos efeitos mecânicos agudos no nervo ciático através da técnica de elastografia shear wave após uma manobra de tensionamento neural

Tiago Neto1a, Ricardo Andrade1a,2, Guillaume Le Sant2, Sandro Freitas1b, Antoine Nordez2, Raul Oliveira1a

1 Universidade de Lisboa, Faculdade de Motricidade Humana, (a) Laboratório de Comportamento Motor; (b) Laboratório de Biomecânica e Morfologia Funcional. Lisboa, Portugal2 EA 4334, Laboratoire “Motricité, Interactions, Performance”, Université de Nantes, Nantes, France

Resumo: As manobras de neurodinâmica são amplamente usadas na fisioterapia tendo por obje-tivo aumentar a mobilidade neural, facilitando o interface entre os nervos e as estruturas anatómicas adjacentes. Contudo, os efeitos agudos sobre as propriedades biomecânicas do nervo após uma inter-venção de neurodinâmica nunca foram estudados. Um estudo recente concluiu que a dorsiflexão da tibio-társica é influenciada pelo posicionamento da anca sem, no entanto, se observar alterações no momento de força articular passivo e da rigidez (i.e. stiffness) passiva do gémeo interno. Por conse-guinte, os autores concluíram que outras estruturas anatómicas, necessariamente multi-segmentares e não musculares, estarão na origem da importante limitação articular observada. Foi sugerido que o nervo ciático pode contribuir para este comportamento dada a sua complexidade biomecânica. Os estudos atuais que procuraram analisar estes efeitos mecânicos têm-se baseado apenas na quantifi-cação da excursão neural usando a ultrassonografia. Porém, este método não fornece informação acerca das forças internas desenvolvidas pelo nervo (i.e. rigidez) durante o movimento articular. A elastografia Shear Wave (ESW) é uma técnica recentemente desenvolvida que permite estimar de uma forma válida e fiável a rigidez e tensão passiva dos tecidos moles, nomeadamente dos músculos (i.e. shear modulus). Neste contexto, um estudo recente mostrou que a determinação da rigidez do nervo ciático por ESW é reprodutível durante a mobilização do pé, sendo influenciada pelo posicio-namento articular do joelho. Desta forma, foi desenvolvido um estudo piloto para avaliar os efeitos mecânicos sobre o nervo ciático imediatamente após uma manobra de tensionamento neural (i.e. slump test modificado com a bacia em báscula anterior). Esta foi aplicada em sujeitos saudáveis e efetuada durante 180 s. Foi observado um decréscimo de 31% na rigidez do nervo ciático no membro experimental. Estes resultados preliminares parecem mostrar um efeito agudo sobre as propriedades biomecênicas do nervo após a aplicação de uma técnica de tensionamento neural.

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Nota Biográfica

Tiago Neto - Licenciado em Fisioterapia em 2005, Mestre em Ciências da Fisioterapia em 2012, e doutorando em Ciências da Motricidade desde 2013. Fisioterapeuta das selecções nacionais de Ginás-tica Rítmica, e Aeróbica Desportiva entre 2004 e 2011. Docente na licenciatura em Fisioterapia da Universidade Atlântica desde 2005.

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LIVRO DAS MESAS DO CONGRESSO 45

Mesa “Dor e disfunção lombopélvica: uma perspetiva multissistémica e psicossocial” Grupo de Interesse em Terapia Manual Grupo de Interesse em Fisioterapia no Desporto Grupo de Interesse em Fisioterapia Cárdio-respiratória Grupo de Interesse de Fisioterapia em Saúde da Mulher

Gravidez, diástase dos abdominais e dor lombopélvica: controvérsias sobre o efeito do exercício

Patrícia Mota1, Augusto Gil Pascoal1, Ana Isabel Carita1, Kari Bø2

1 Universidade de Lisboa, Faculdade de Motricidade Humana, Lisboa, Portugal2 Norwegian School of Sport Sciences, Department of Sports Medicine, Oslo, Norway

Resumo: Inter-recti distance at rest, during abdominal crunch and drawing in exercises during preg-nancy and postpartum

Introduction: Diastasis recti abdominis (DRA) has been defined by a midline separation of the two rectus abdominis muscles along the linea alba.This increased Inter-rectus-distance (IRD) has its onset during pregnancy and/or the first weeks following childbirth. There is scant knowledge about how different abdominal exercises influence IRD in pregnant and postpartum women and which exercises are most effective in reduction of diastasis recti. It has been suggested that the drawing in exercise is a more effective and gentle exercise than the abdominal crunch.

Purpose: To compare the IRD measured at rest and during two exercise conditions, drawing in and abdominal crunch exercises, from late pregnancy till 6 months postpartum.

Methods: Ultrasound images were recorded in 84 primiparous volunteers at rest and during drawing in and abdominal crunch. IRD was measured at four time points: gestational week 35-41 and 6-8, 12-14, and 24-26 weeks postpartum. One-way repeated measures ANOVA was performed.

Results: During pregnancy the IRD decreased in both exercises. During the postpartum period drawing in enlarged the IRD at all locations on the linea alba. These differences were significant at 2 cm below the umbilicus at all three postpartum measurements (p< 0.05); at 2 cm above the umbili-cus at 6 months postpartum (p< 0.001); and at 5 cm above the umbilicus at 12-14 weeks postpartum (p=0.003). Abdominal crunch significantly reduced IRD (p< 0.05) during pregnancy and postpartum at every location except 2 cm below the umbilicus at 24-26 weeks postpartum.

Conclusions: The IRD showed to be affected by the abdominal isometric contraction involved on abdominal crunch and drawing in exercises, with opposite effects. The drawing in exercise widened the IRD in postpartum and the abdominal crunch narrowed the IRD compared to rest both during pregnancy and in the postpartum period.

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Nota Biográfica

Patrícia Mota - Investigadora do Grupo de Neuromechanics CIPER da Universidade de Lisboa. A sua formação base é Fisioterapia e inclui um PhD em Biomecânica. O seu principal interesse é em Saúde da Mulher, e o seu trabalho publicado em diástase abdominal, o efeito de exercícios e/ou resolução da diástase já é citado, mostrando a novidade e a importância da sua área de investigação. A Patrícia já esteve envolvida num projeto financiado pela FCT sobre o efeito da carga biomecânica no sistema músculo-esquelético durante a gravidez e pós-parto, é nativa em Português e fluente em Espanhol e Inglês.

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LIVRO DAS MESAS DO CONGRESSO 47

Mesa “Dor e disfunção lombopélvica: uma perspetiva multissistémica e psicossocial” Grupo de Interesse em Terapia Manual Grupo de Interesse em Fisioterapia no Desporto Grupo de Interesse em Fisioterapia Cárdio-respiratória Grupo de Interesse de Fisioterapia em Saúde da Mulher

Variabilidade e complexidade da postura e do movimento: a chave para otimizar a função da coluna.

Henrique RelvasEscola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa, Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa

Resumo: A disfunção lombopélvica é tão recorrente na investigação e na prática dos fisioterapeu-tas como é elevada a sua prevalência em contexto clínico, num cenário que tende a agravar-se dada a frequente reincidência desta condição e o gradual envelhecimento da população. O significativo impacto pessoal e socioeconómico desta causa habitual de incapacidade continua a justificar a nossa preocupação em compreender melhor o problema e os fatores que o potenciam, por forma a guiar a seleção de diferentes estratégias para o público-alvo que melhor delas beneficie. Nesse sentido, é fundamental uma abordagem holística para esclarecer as relações mútuas entre dor, postura, padrões de movimento e funcionalidade, integrando a interação de múltiplos sistemas fisiológicos, incluindo as funções respiratórias e de continência, com as influências psicoemocionais, cognitivas e socio-culturais, que determinam em cada indivíduo o seu próprio quadro clínico. Da mesma forma, há que fazer o ponto da situação sobre a eficiência das intervenções e questionarmos a orientação das propostas correntes.

Compreender a disfunção lombopélvica e os seus fatores de risco, tem implícita a noção da coluna como um sistema complexo e como tal com múltiplos componentes interligados, com intensa relação e influência mútua, condicionados pelas tarefas a que o indivíduo se propõe, no seu contexto próprio. O desempenho otimizado das suas funções de forma protegida supõe padrões motores com um nível ajustado de regularidade e variabilidade no controlo da ativação dos músculos do tronco, para provi-denciar a estabilidade e a mobilidade necessárias à execução eficaz das tarefas quotidianas.

Da prática clínica e da investigação há a convicção de que os indivíduos com disfunção lombopélvica possam ter um estado inferior de controlo da coluna que os predispõe à dor e à lesão. Estas pessoas tendem a apresentar menor variabilidade nas estratégias de controlo que adotam, revelando pouca flexibilidade na escolha das soluções mais apropriadas do ponto de vista motor.

Nota biográfica

Henrique Relvas – Fisioterapeuta desde 1985. Doutorando em Comportamento Motor pela FMH

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– Univ. Lisboa. Especialista na Área Científ. Terapia e Reabilitação. Professor da ESS Cruz Vermelha Portuguesa – Lisboa. Docente convidado da ESS Alcoitão. Membro da Comissão Científica e Revisor da Salutis Scientia - Revista de Ciências da Saúde da ESSCVP, e Revisor da Rev. Port. Fisioterapia no Desporto (GI Desporto - APF). Formador em mais de 40 cursos teórico-práticos e mais de 50 comunicações como preletor convidado. Organizador de mais de 40 eventos científicos. Ex-Secretá-rio do Conselho Diretivo Nacional da Associação Portuguesa de Fisioterapeutas (1998-01). 30 Anos de prática clínica: Fisioterapeuta do Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa – Lisboa desde 1998 (cirurgia coluna – casuística do Serviço: cerca de 3000 casos; cir. ortop., cardiotorác. e mama); prática clínica privada desde 1992, em condições músculo-esqueléticas / disfunções da coluna; 15 anos em Fisioterapia no Desporto (Seleç. Nac. Andebol e de Judo / vários clubes desportivos); 10 anos em Reabilitação Pediátrica (CMR Alcoitão).

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Mesa “Fisioterapia aquática, da evidência à prática” Grupo de Interesse em Hidroterapia

Apresentação da Mesa

Sabia que a queda é uma das principais causas de imobilidade nos nossos idosos. Será que existe evidência sobre programas específicos de Fisioterapia Aquática que promovam o equilíbrio e previ-nam a queda que é uma das principais causas de morte dos nossos idosos? 

O que motiva os nossos utentes, com dor crónica, a praticar Fisioterapia Aquática? E o que os leva a manterem a assiduidade? Haverá diferenças entre homens e mulheres? Porquê?

Que novos métodos e técnicas podemos usar no meio aquático? Pilates? “Deep Water Running”? Snorkel terapêutico? “Aqua-Lusa”? O que são, para que servem e porquê?

Que tipo de avaliação e intervenção é realizada em Fisioterapia Aquática na Pediatria?

Quem vai “a termas”? Que tratamentos posso eu fazer nas termas? As águas são todas iguais? Que profissionais de saúde desempenham funções? Há espaço para os fisioterapeutas?

Estas e outras questões irão ser respondidas num painel que se pretende dinâmico, inovador e repleto de partilha entre os presentes.

Nota biográfica

Andreia Rocha – Fisioterapeuta licenciada pela ESSUA onde é assistente convidada. Mestre em Gestão e Economia dos Serviços de Saúde desenvolveu a sua tese na área do termalismo. Tem apresen-tado diversas comunicações em eventos nacionais e internacionais sobre o contexto termal. Membro da direção do GIH-FMA desde 2012.

César Sá – Fisioterapeuta licenciado pela ESS-IPS, Pós-Graduado em Atividades Aquáticas pela Manz e Universidade Lusófona e Mestre em Exercício e Bem-Estar pela Universidade Lusófona. Prática de Fisioterapia Aquática em pediatria e adultos desde 2005. Membro da direção do GIH-FMA desde 2009. Selecionado para apresentar o seu trabalho  de Fisioterapia Aquática da sua tese de Mestrado no Congresso Mundial de Fisioterapia 2015, em Singapura.

Helena Murta – Fisioterapeuta pela Escola Superior de Saúde do Alcoitão (bacharel) e ESS - IPS (Licenciatura). Mestre em Exercício e Bem-Estar (Universidade Lusófona). Pós-Graduações em Hidroterapia – Valens-Bad Ragaz-Suíça e Torremolinos-Universidade de Málaga – Espanha. Presi-dente e Co-Fundadora do GIH-FMA. Fisioterapeuta Pediátrica no Centro Hospitalar de Setúbal - Hospital de São Bernardo. Coordenadora do Centro de “Exercício e Saúde” da Palmela Desporto E.M.. Professora adjunta de ”Hidroterapia – Fisioterapia no Meio Aquático” na ESS - IPS na Licencia-tura e Mestrado em Fisioterapia. Formadora e preletora em vários Congressos e Jornadas Nacionais e Internacionais.

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Sofia Cruz – Fisioterapeuta licenciada pela Escola Superior de Saúde do Alcoitão e Mestre em Fisio-terapia pela ESTeSL. Fisioterapeuta na Unidade de Fisioterapia de Adultos, no Serviço 1 (condições neurológicas), do Centro de Medicina de Reabilitação do Alcoitão desde 2008 desenvolvendo, em meio aquático, uma abordagem individual em condições músculo-esqueléticas, neurológicas e orto-pédicas. Membro da direção do GIH-FMA desde 2009.

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LIVRO DAS MESAS DO CONGRESSO 51

Mesa “Envelhecimento ativo e saudável” Grupo de Interesse em Fisioterapia no Envelhecimento

Análise da motivação para a Hidroterapia em utentes em utentes com dor crónica

Murta, H1,2; Palmeira, A.2

1 Grupo de Interesse em Hidroterapia – Fisioterapia no Meio aquático2 Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Faculdade de Educação Física e Desporto. Lisboa. Portugal

Introdução: A dor crónica de origem musculo-esquelética é uma das principais causas de incapa-cidade. A Hidroterapia (Ht), o exercício e a motivação intrínseca para o exercício parecem ter efeitos benéficos no alívio da dor crónica, promovendo a função e qualidade de vida. A teoria da autodeter-minação é essencial para compreender os vários tipos de motivação e a sua influência na manutenção ou aumento do exercício em pessoas com dor crônica.

Objetivo: Analisar a associação entre motivação e dor crônica, função e qualidade de vida, durante um programa de Ht, de três meses, para tratamento da dor crônica em adultos e idosos.

Materiais e Métodos: Foi realizado um estudo correlacional, com 124 adultos e idosos, com dor crônica que realizaram Ht durante treze semanas, duas a três sessões por semana. Os dados demográ-ficos foram recolhidos no início do estudo (83,1% do sexo feminino, 60,5 ± 10.2 anos) e os outcomes avaliados foram a dor, função e qualidade de vida (EVA para a dor, Quebec Back Pain Disability Scale, Western Ontario and McMaster Universities e SF 12) e a motivação para HT (Breq 2 Questionnaire). A assiduidade dos participantes foi registada pelos fisioterapeutas e sistema informático. Foram utili-zados correlações de Pearson para analisar as associações entre os vários estilos de motivação, todas as variáveis contínuas e a assiduidade à HT, ao longo das treze semanas.

Resultados: A melhoria da função e qualidade de vida foi mais significativa nas pessoas melhor motivadas para HT e mais assíduas (p <0,05). Os participantes que aumentaram a sua motivação intrínseca ao longo do programa, foram os que apresentaram melhores níveis de saúde mental percepcionada (p <0,01). No entanto, a diminuição da dor crónica, nos participantes com osteoar-trose, esteve associada a um aumento da desmotivação para HT (p <0,01), bem como participantes do sexo feminino demonstraram aumentos significativos na desmotivação, quando comparados com os do sexo masculino. Verificou-se uma associação consistente, ao longo do estudo, entre a adesão/assiduidade e os resultados observados, no entanto verificou-se um aumento da assiduidade, mais significativo, nos participantes mais velhos.

Conclusão: A adesão/assiduidade e o tipo de motivação para HT têm um efeito significativo na dor, função e qualidade de vida, sendo a dor o principal regulador externo para HT. Serão necessários

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mais estudos para investigar a influência do estilo regulatório (tipo de motivação) na assiduidade em HT, na dor e incapacidade, em determinadas patologias específicas e gêneros. Este tipo de investiga-ção, poderá ajudar-nos a compreender melhor de que forma o comportamento para o exercício pode ser estimulado e mantido a longo prazo. Sabendo que a motivação para o exercício influencia a sua manutenção, estratégias motivacionais deverão fazer parte da formação dos profissionais de saúde.

Nota biográfica

Helena Murta – Presidente e Co-Fundadora do GIH-FMA.

Fisioterapeuta pela ESSA (Bacharel) e ESS - IPS (Licenciatura). Mestre em Exercício e Bem-Estar (Universidade Lusófona). Pós-Graduações em Hidroterapia – Valens-Bad Ragaz-Suíça e Torremoli-nos-Universidade de Málaga – Espanha.

Fisioterapeuta Pediátrica no Centro Hospitalar de Setúbal - Hospital de São Bernardo.

Coordenadora do Centro de “Exercício e Saúde” da Palmela Desporto E.M..

Professora adjunta de ”Hidroterapia – Fisioterapia no Meio Aquático” na ESS - IPS na Licencia-tura e Mestrado em Fisioterapia. Formadora e preletora em várias formações, congressos, cursos e workshops desde 1994.

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LIVRO DAS MESAS DO CONGRESSO 53

Mesa “Envelhecimento ativo e saudável” Grupo de Interesse em Fisioterapia no Envelhecimento

Impacto de um Programa Estruturado de Hidroterapia de 12 semanas no equilíbrio, risco de quedas, medo de cair e qualidade de vida relacionada com a saúde em Idosos

Sá, César1,2; Palmeira, A.2

1 Grupo de Interesse em Hidroterapia – Fisioterapia no Meio aquático. Membro da Direção do GIH-FMA; CERCIMB; Piscinas Municipais do Barreiro e Lavradio.2 Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Faculdade de Educação Física e Desporto. Lisboa. Portugal

Introdução: A Hidroterapia tem sido frequentemente indicada para a população idosa por apre-sentar um ambiente seguro, menos sujeito a quedas e com boa adesão ao tratamento, tendo um importante papel na prevenção, manutenção e melhoria da funcionalidade do idoso.

Objetivo: Avaliar o impacto de um programa estruturado de Hidroterapia no equilíbrio, risco de quedas, medo de cair e qualidade de vida relacionada com a saúde em idosos, e também verificar esse impacto em função do género.

Materiais E Métodos: 187 idosos (128 mulheres, 60-86 anos) participaram neste estudo (Grupo de intervenção n = 142 idosos; Grupo de Controlo n = 45). Os outcomes avaliados foram o equilíbrio e o risco de quedas (Escala de Equilíbrio de Berg; Teste Timed Up & Go), o medo de cair (Falls Effi-cacy Scale) e a qualidade de vida relacionada com a Saúde (QVRS - Inquérito de Saúde SF-12v2®). Os participantes do grupo de intervenção realizaram um programa estruturado de Hidroterapia durante 12 semanas (2 sessões semanais de 40 minutos cada), em grupos de 10-15. Cada sessão foi dividida em três fases: fase de aquecimento, parte fundamental com exercícios de equilíbrio e fase de alonga-mentos. Todos os participantes foram reavaliados após a 12ª semana.

Resultados: Este programa promoveu melhorias significativas no equilíbrio e na QVRS, e uma diminuição do medo de cair e do risco de quedas, em comparação com o grupo controlo. Em função do género, verificou-se melhorias significativas no equilíbrio e no domínio físico da QVRS no género feminino em comparação com o masculino.

Conclusão: A Hidroterapia é um recurso fisioterapêutico a ser considerado e recomendado para a prevenção de quedas nesta população. No entanto, são necessárias pesquisas futuras para determinar o efeito deste programa sobre a incidência de quedas

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Nota biográfica

César Sá

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Mesa “Envelhecimento ativo e saudável” Grupo de Interesse em Fisioterapia no Envelhecimento

Avaliação e Técnicas de Intervenção em Fisioterapia Aquática na CERCIMB

Sá, CésarGrupo de Interesse em Hidroterapia – Fisioterapia no Meio aquático. Membro da Direção do GIH-FMA; CERCIMB; Piscinas Municipais do Barreiro e Lavradio.

A Hidroterapia tem vindo cada vez mais a ser indicada como intervenção dirigida a crianças com as mais diversas patologias, por possibilitar a manutenção ou ganho de competências funcionais. A intervenção em meio aquático oferece uma grande variabilidade de opções e consiste num ambiente altamente dinâmico e estimulante. Existem diversos estudos que demonstram a evidência científica e a efetividade do trabalho em meio aquático nesta população tais como a promoção de uma melhoria funcional significativa. O equilíbrio e a marcha são também outras das aquisições que mais rápida e eficazmente as crianças adquirem com a intervenção em meio aquático, verificando-se também melhorias a nível das competências sociais. Os resultados mais visíveis da Hidroterapia são a melho-ria da autonomia, a melhoria do equilíbrio em terra, uma maior independência nas mudanças de posição, uma melhoria da respiração e a motivação.

O primeiro passo a dar é adaptar a criança ao meio aquático (o contacto com a água, a respiração e os movimentos) de forma a facilitar padrões de postura e movimentos mais perto do normal. É também através de atividades simples com uma componente lúdica que conseguimos promover essa adaptação.

Neste âmbito, a avaliação é extremamente importante para planificar um programa de intervenção especifico e adequado às necessidades de cada criança e com o fim de promover e maximizar as suas aptidões funcionais. Deve ser um processo dinâmico e progressivo, tendo sempre em consideração o seu estadio de desenvolvimento psicomotor, maturidade, grau de incapacidade, patologia e proble-mas respiratórios. Assim, este tipo de intervenção baseado na adaptação ao meio aquático apresenta diversos objetivos de forma a promover o desenvolvimento social/afetivo, sensório-motor, cognitivo e o esquema corporal.

Nota biográfica

César Sá, Licenciado em Fisioterapia pela ESS-IPS, Pós-Graduado em Atividades Aquáticas pela Manz e Universidade Lusófona e Mestre em Exercício e Bem-Estar pela Universidade Lusófona.

Prática de Fisioterapia Aquática em pediatria e adultos desde 2005, sendo também formador nesta área.

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Membro da direção do GIH-FMA desde 2009.

Apresentação da sua pesquisa e trabalho sobre Fisioterapia Aquática no Congresso Mundial de Fisio-terapia 2015 em Singapura, tendo já recebido 2 prémios de melhor jovem investigador relativamente a este mesmo trabalho em outros dois congressos.

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Mesa “Envelhecimento ativo e saudável” Grupo de Interesse em Fisioterapia no Envelhecimento

Que novos métodos e técnicas podemos usar no meio aquático? Pilates? “Deep Water Running”? Snorkel terapêutico? “Aqua-Lusa”? O que são, para que servem e porquê?

Murta, HGrupo de Interesse em Hidroterapia – Fisioterapia no Meio aquático

A água é utilizada desde há muitos séculos para fins terapêuticos, primeiro de uma forma passiva e depois, gradualmente, também ativamente.

São varias as técnicas de intervenção, em fisioterapia aquática, para fortalecer, treinar o equilíbrio e marcha, reeducar a postura, alongar, etc. e cada vez mais a evidência aponta para todos os efeitos benéficos do exercício aquático e da imersão nas mais diferentes profundidades e temperaturas.

Mas que novos métodos e técnicas poderemos ainda conhecer?

Pilates aquático? Deep Water Running”? Snorkel terapêutico? “Aqua-Lusa”? O que são, para que servem e o que nos mostra a evidência?

Esta preleção pretende mostrar alguma das novas “ferramentas” de trabalho aquático ao dispor do Fisioterapeuta

Nota biográfica

Helena Murta

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Mesa “Envelhecimento ativo e saudável” Grupo de Interesse em Fisioterapia no Envelhecimento

O Fisioterapeuta em Contexto Termal

Andreia RochaEscola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro

Desde 2005 que a Confederação do Turismo Português sublinha vários fatores catalisadores do cres-cimento do Turismo de Saúde. Entre eles a crescente preocupação das pessoas com a saúde; a quali-dade terapêutica das águas minerais naturais das termas; a necessidade de, ao longo do ano, realizar períodos de férias mais frequentes, ainda que mais curtos; a localização das termas em parques de grande qualidade ambiental; o fenómeno da inversão da pirâmide demográfica e a necessidade da independência funcional em escalões etários acima dos 65 anos e, ainda, o nicho do termalismo infantil que também se apresenta com grande potencial de desenvolvimento.

O termalismo, que integra o Turismo de Saúde, vem descrito no Decreto-Lei nº142/2004 como o uso da água mineral natural e outros meios complementares para fins de prevenção, terapêutica, reabili-tação ou bem-estar;

Enquanto que o Termalismo Clássico constitui a sua oferta no sentido de satisfazer as motivações da procura com base em patologias definidas e na cura termal, o Termalismo de Prevenção e Bem-Estar procura direcionar a sua oferta para um público com motivações simultaneamente terapêuticas, esté-ticas, lúdicas e turísticas. A coexistência desta dupla oferta é uma evidência em praticamente todos os Estabelecimentos Termais.

A classificação das águas é feita atendendo o seu quimismo, temperatura e mineralização e podem estar indicadas para o tratamento das mais diversas patologias, nomeadamente metabólicas-endócri-nas, circulatórias, respiratórias, reumáticas, músculoesqueléticas, digestivas, ginecológicas, dermato-lógicas e problemas de sangue.

Deste modo parecem estar reunidas as condições para que as termas consolidem um lugar estratégico na área do turismo de saúde. A fisioterapia, dentro do seu vasto leque de atuação, poderá exercer ativi-dade desde a promoção da saúde à reabilitação, em contexto de ginásio ou piscina, para um público adulto ou pediátrico.

Com metade das termas em Portugal ainda sem fisioterapeutas esta poderá ser uma oportunidade de crescimento e consolidação da profissão.

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LIVRO DAS MESAS DO CONGRESSO 59

Nota biográfica

Andreia Rocha – Licenciada em Fisioterapia pela Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro e Mestre em Gestão e Economia da Saúde pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto. Assistente convidada na Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro, tem desenvol-vido investigação na área do turismo de saúde/termalismo. É membro da Direção do Grupo de Inte-resse em Hidroterapia.

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60 9º CONGRESSO NACIONAL DE FISIOTERAPEUTAS

Mesa Estudante

ENEFt: o futuro nas mãos dos estudantes

Anthony Vieira CaetanoEscola Superior de Saúde de Leiria

No seguimento de um projeto reacendido em 2013 o ENEFt volta em 2015 representando a força dos estudantes.

Este evento procura ser cada vez mais rigoroso e pertinente na componente científica, apostando em referências nacionais e internacionais, nunca esquecendo a parte lúdica e de convívio.

Já fez parte da organização do mesmo estudantes da Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro, Escola Superior de Tecnologias e Saúde do Porto, e da Escola Superior de Saúde de Leiria. Diversidade e rotatividade que se pretende manter, desejando que futuramente a organização passe pelas “mãos” de todas as outras instituições de ensino.

“Fomos 450 de 16 escolas diferentes. Poderíamos ser mais? Claro, mas lá chegaremos! Certo é que os que estiveram presentes não falaram de outro assunto nos dias seguintes: de como tinham adorado a experiência e como gostavam de a REPETIR”.

Nota biográfica

Anthony Vieira Caetano – Estudante de 4º ano em Fisioterapia na Escola Superior de Saúde de Leiria;

Vice-presidente da Associação de Estudantes da Escola Superior de Saúde de Leiria;

Membro do conselho pedagógico da Escola Superior de Saúde de Leiria; Membro do conselho acadé-mico do Instituto Politécnico de Leiria; Membro do conselho de representantes da Escola Superior de Saúde de Leiria;

Coordenador Entretenimento do ENEFt’13;

Coordenador Geral do ENEFt’15;

Membro da organização do Fisiomeeting 2011

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LIVRO DAS MESAS DO CONGRESSO 61

Mesa Estudante

O Estudante de Fisioterapia sem Fronteiras

Lucas Brink Carvalho

O estudante de Fisioterapia e o Fisioterapeuta devem, desde cedo, ter ligações a mais do que apenas o que a sua Escola lhes apresenta.

O melhor Fisioterapeuta é aquele que tem facilidade de relacionamento com outras (e diferentes) pessoas, com línguas, organizações e planeamento do futuro, sendo que todas estas qualidades podem ser alcançadas ao sair da zona de conforto. A zona de conforto não é apenas física (Portugal) mas também no que toca a áreas de intervenção e de contactos.

Ao ter uma rede de contactos alargada, maior é a probabilidade de descobrir novas técnicas, novas oportunidades e de ter alguém que, com uma diferente abordagem e vindo de uma diferente reali-dade, pode ajudar e tirar dúvidas práticas.

Em Portugal, esta realidade tem de crescer. Com os “mais experientes” a passar contactos e a introdu-zir aos “novos” oportunidades como a ECPTS, a ENPHE-ISB, o conceito do Physio Couch, e outras oportunidades internacionais, é despertada a curiosidade, plantada a semente e facilitada a participa-ção de todos os alunos.

Os resultados desta introdução e deste envolvimento são um alargamento dos horizontes, do conhe-cimento de causa e o contacto com outras realidades, que se revertem em opiniões e conhecimento fundamentado para evoluir o nosso ensino, os nossos profissionais, o nossos sistema de saúde e a nossa profissão.

Nota biográfica

Lucas Brink Carvalho – Tendo entrado no mundo da Fisioterapia em 2010, desde cedo procurei conhecer o que existia em Portugal e lá fora. Estive em contacto com a ECPTS desde cedo (passando a representante português em 2014). Liderei as organizações do ENEFt’13 e ‘14, conheci a realidade do ensino inglês na University of Southampton (Erasmus+), participei em cursos de Verão em Universi-dades Holandesa (Utrecht) e Belga (Gent) e estive presente em encontros internacionais de fisiotera-pia (p.e. Physiocouch Nijmegen 2015).

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Mesa Estudante

O futuro da comunicação em Fisioterapia: o impacto das redes sociais na investigação e nos jovens fisioterapeutas

Renato da Costa AndradeClínica do Dragão, Espregueira-Mendes Sports Centre, FIFA Medical Centre of Excellence; Labora-tório de Biomecânica do Porto, Faculdade de Desporto da Universidade do Porto

A comunicação entre pares desempenha um papel fulcral tanto na vida académica como na atividade profissional do Fisioterapeuta. É através dela que esclarecemos dúvidas, partilhamos casos clínicos, discutimos linhas orientadoras de avaliação e intervenção, entre outras. Hoje em dia, as redes sociais (facebook, twitter, blogs, fóruns, websites) têm a vantagem de rápido acesso e partilha. Porém, o rigor das mesmas deve ser tomado em consideração e a escolha adequada de onde procuramos nos informar é passo fundamental. Para além disso, ainda é possível aceder a inúmeros recursos online onde nos é fornecido material científico que vem complementar a nossa prática clínica e investigação científica. As redes sociais são ótimos locais de facilitação de comunicação, desde que seja realizada a moderação dos tópicos e dos assuntos, de forma a manter a qualidade da discussão.

Em Portugal, os locais onde existe uma discussão moderada em Fisioterapia disponível a todo o público são escassos. Assim, é importante que as discussões de maior relevo para a profissão ocorram em locais que sejam de livre acesso a toda a comunidade para que sejam retiradas conclusões válidas, baseadas no maior número de opiniões e considerações de todos os estudantes de Fisioterapia e Fisio-terapeutas. Desta forma, e em resposta a esta necessidade, ressurge a plataforma Fisiozone.

Nota biográfica

Renato da Costa Andrade – Licenciado em Fisioterapia (2014) e atualmente é doutorando em Fisioterapia pela Universidade do Porto. Conta com 3 participações em publicações em capítulos de livro e 9 publicações em revistas com arbitragem científica. Atualmente é revisor pelo Respiratory Care Journal (Impact factor - 1.84) e International Urogynecology Journal (Impact Factor - 2.16). Já realizou 10 comunicações orais / posters em conferências nacionais e 17 em conferências interna-cionais, tendo sido Moderador em duas delas. Já recebeu 5 prémios e participou em mais de 40 em eventos nacionais/internacionais.

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LIVRO DAS MESAS DO CONGRESSO 63

Mesa Estudante

Estudantes e o Ensino da Fisioterapia na Europa

Patrícia AlmeidaEscola Superior de Saúde do Alcoitão

Um dos objectivos da Comissão Europeia para 2020, é a normalização dos serviços de saúde com implicações ao nível do ensino. Os programas de mobilidade educacional e profissional, e o Processo de Bolonha são iniciativas para promover este alinhamento, promovendo a partilha de experiências e aumento do conhecimento inter-cultural.

Este objectivo é um desafio para os estudantes e profissionais do século XXI a nível mundial, que obriga a uma mudança de paradigma na aprendizagem e desenvolvimento profissional, requerendo uma capacidade de adaptação constante às necessidades, um aumento de responsabilidade, fiabili-dade, autonomia e empreendedorismo.

Ciente destas necessidades, a World Confederation of Physical Therapy, emitiu recentemente o novo perfil de competências do recém- formado em Fisioterapia - Radical new graduating competencies for physiotherapists, com impacto ao nível das estratégias educacionais e do perfil dos estudantes.

Em países onde o ensino tradicional e uma organização social hierárquica e paternalista prevalecem, como é o caso de Portugal, o desenvolvimento destas competências torna-se mais dificultado, uma vez que não são estimuladas desde criança. Para além das estratégias de ensino ao nível superior, também o ensino básico e secundário e a educação cultural, social e familiar são factores determinan-tes no sucesso da aquisição destas competências.

O posicionamento da profissão na sociedade, a visão da Fisioterapia enquanto uma profissão holística e científica, a autonomia profissional, a regulamentação profissional e as estratégias organizacionais, são igualmente factores que influenciam a educação, os estudantes e a profissão.

Subtilmente, estes factores geram comportamentos distintos entre os alunos dos vários países euro-peus. Tendencialmente, os alunos do norte e centro da europa têm competências de autonomia, acção estratégica e responsabilidade profissional superior aos do sul e este da europa, com maior afirmação profissional. Por outro lado, os últimos têm melhores competências relacionais e skills práticos..

Nota biográfica

Patrícia Almeida – Fisioterapeuta, PhD em Ciências da Saúde - Neuro-reabilitação; docente da Escola Superior de Saúde do Alcoitão e da HANZE University em Groningen - Holanda - docente

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64 9º CONGRESSO NACIONAL DE FISIOTERAPEUTAS

do Curso Internacional de Fisioterapia; coordenadora ERASMUS durante 10 anos; Leccionação em programas específicos de Fisioterapia na Finlândia, Dinamarca, Holanda, República Checa, Estónia, Letónia, Moçambique e Angola; Membro das Comissões Organizadora e Científica do International Physiotherapy Students Meeting - IPSM I, II e III.

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LIVRO DAS MESAS DO CONGRESSO 65

Mesa Estudante

Hands-on physiotherapy interventions and stroke and International Classification of Functionality, Disability and Health outcomes: A systematic review

Patrícia Almeida e Ana SantoEscola Superior de Saúde de Alcoitão

Abstract

The effectiveness of “ hands-on ” physiotherapy for stroke is unclear. The objective here is to analyze the effectiveness of such interventions on movement-related International Classification of Functio-nality, Disability and Health (ICF) categories.

A systematic review was undertaken of randomized controlled trials published since 1980, using the following criteria: stroke,humans,18 years, outcomes related to ICF movement-related categories, physiotherapeutic handling techniques, control group as placebo or no intervention, including expe-riments where both groups have the same intervention and the experimental group has one extra intervention. Nine studies were included and a best evidence synthesis is presented. Recommen-dations with limited evidence favor slow-stroke back massage for shoulder pain, range-of-motion exercises for upper-limb and lower-limb structures and functions of muscles and joints, propriocep-tive neuromuscular facilitation (PNF) for gait step, walking backwards with hip facilitation for gait parameters and performance, and conventional physiotherapy with facilitation techniques for gait parameters. Recommendations with indicative findings favor PNF with trunk rhythmic stabiliza-tions for function and mobility of upper limbs. Recommendations with limited evidence show the non-efficacy of Bobath therapy for upper-limb function and activity and facilitation of the step on body weight support treadmill training for gait parameters and performance. In conclusion, some hands-on interventions have limited evidence in stroke rehabilitation.

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66 9º CONGRESSO NACIONAL DE FISIOTERAPEUTAS

Mesa “Dor fantasma na pessoa com amputação” Grupo de interesse fisioterapia em pessoas com amputação

Moderador: Alexandre Coelho

É com enorme satisfação que o Grupo de Interesse em Pessoas com Amputação (GIFPA) está presente no Congresso Nacional de Fisioterapeutas.

Enquadrados dentro da temática do Congresso iremos dinamizar um painel intitulado: “Dor na pessoa com amputação”. Procuraremos abordar diferentes aspectos relacionados com a epidemio-logia, fisiopatologia, fatores de risco da dor e intervenção do fisioterapeuta no tratamento da dor na pessoa com amputação. Serão também focados alguns aspectos da abordagem médica no tratamento da dor, bem como a apresentação de casos clínicos e a discussão dos mesmos. Para tal teremos com palestrantes:• Alexandre Coelho PT, MSc - Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE;• Monserrat Conde – PT, MSc - Escola Superior de Saúde da Universidade do Algarve;• Carla Carvalho – PT - Centro de Medicina de Reabilitação Alcoitão;• Duarte Pereira – PT, MSc, PhD - Centro Hospitalar de São João, EPE - Porto;• Ana Pedro – MD - Anestesiologista - Unidade de Dor - Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE.

Acreditamos que na área da Fisioterapia em pessoas com amputação esta é uma oportunidade funda-mental para desenvolver e explorar competências que nos permitam intervir de acordo com os melhores padrões de prática.O GIFPA conta com a sua participação!

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LIVRO DAS MESAS DO CONGRESSO 67

Mesa Ensino: O ensino da Fisioterapia em Portugal

Moderador: Luís CavalheiroEscola Superior de Tecnologia da Saúde do Instituto Politécnico de Coimbra

Face ao atual contexto do ensino superior, nomeadamente as expectativas que têm sido avançadas em relação a uma maior diferenciação entre ensino superior universitário e politécnico, importa analisar a situação e tentar perceber qual deverá ser o futuro do ensino da fisioterapia face a alguns cenários que podem desde já ser colocados.

Na atual conjuntura é dado ao ensino universitário a exclusividade de propor e ministrar os 3º ciclos de estudo e os mestrados integrados.

Para o ensino politécnico, sem exclusividade, a aposta parece ser nos chamados cursos superiores não concedentes de grau académico, leia-se, Cursos de especialização tecnológica (CET) ou Cursos técnico superior profissional (CTESP).

Politicamente, a balança parece pender para o lado de um ensino politécnico concorrente com o ensino secundário, afastando-se do perfil estabelecido para o ensino universitário.

Pretende-se que o 9º Congresso Nacional de Fisioterapeutas sirva igualmente como fórum de debate e definição de horizontes para a formação de fisioterapeutas, lançando as bases do futuro que quere-mos para o ensino da fisioterapia em Portugal.

Prevê-se que a Mesa funcione nos seguintes moldes:

Após uma curta apresentação do cenário atrás descrito, será pedido ao representante de cada um dos cursos de fisioterapia presente que se posicione em relação a uma possível integração no ensino superior universitário (ou pelo menos no acesso a este perfil), devendo igualmente identificar as estratégias que considere mais adequadas para atingir este objetivo ou, caso não seja esta a sua opinião, que alternativas propõe.

O objetivo final será obter um consenso o mais alargado possível nesta matéria, que permita, por um lado, apresentar-se como uma das conclusões do Congresso e por outro, dar inicio a um processo de diálogo inter-escolas de modo a reforçar as posições mais consensuais entre estas.

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