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Mecânica Vibratória 2010/2 Engenharia Mecânica - UPF - Prof. Nilson L. Maziero 26 3. Vibrações livres sem amortecimento Assim, pode-se observar a partir da figura, como funciona uma vibração livre, onde está representado o sistema massa/mola. Considerando que a mola (constante k) está presa a um suporte superior e a sua extremidade inferior atinge a posição L. Após é colocada a massa na extremidade da mola. Como esta massa possui um peso devido a ação da gravidade e este exerce uma força sobre a mola, esta é alongada de uma distância y0. Esta é a posição de equilíbrio do sistema massa/mola. Logo, conhecendo-se a constante de mola k, e a força exercida pelo peso, que será a força exercida sobre a mola (Fm), pode-se calcular o deslocamento inicial y0. 0 y k Fm = k F y m = 0 y0 L k k m Figura 1 – Sistema massa/mola. Considerando agora o sistema em equilíbrio, a partir de uma perturbação na direção vertical, e considerando que deslocamentos laterais não ocorrem no sistema, pode-se observar uma vibração livre sem amortecimento. Assim, estando a massa m em repouso, dando um impulso para baixo na massa, esta desloca-se de uma distância –y, no momento da máxima elongação da mola. Após inicia o movimento contrário, passando pelo ponto de equilíbrio e realizando um deslocamento contrário y. Mecânica Vibratória 2010/2 Engenharia Mecânica - UPF - Prof. Nilson L. Maziero 27 y -y k k k m m m Figura – Sistema massa/mola em perturbação. O ciclo é o movimento que a massa móvel completa, saindo de um ponto de referência e retornando a este ponto após percorrer uma trajetória. m k Figura – Ciclo. A freqüência (f) é o número de ciclos executados na unidade de tempo. tempo ciclos número freqüência = t n f = Hz Hertz s = = 1 O período (T) é o tempo gasto para realizar um ciclo. f n t T 1 = = [ ] s logo, T f 1 = A amplitude [Y] é a máxima distância que o móvel em movimento vibratório alcança, em relação a posição inicial de equilíbrio.

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3. Vibrações livres sem amortecimento Assim, pode-se observar a partir da figura, como funciona uma vibração livre, onde está representado o sistema massa/mola. Considerando que a mola (constante k) está presa a um suporte superior e a sua extremidade inferior atinge a posição L. Após é colocada a massa na extremidade da mola. Como esta massa possui um peso devido a ação da gravidade e este exerce uma força sobre a mola, esta é alongada de uma distância y0. Esta é a posição de equilíbrio do sistema massa/mola.

Logo, conhecendo-se a constante de mola k, e a força exercida pelo peso, que será a força exercida sobre a mola (Fm), pode-se calcular o deslocamento inicial y0.

0ykFm = k

Fy

m=0

y0L kk

m

Figura 1 – Sistema massa/mola. Considerando agora o sistema em equilíbrio, a partir de uma perturbação na direção vertical, e considerando que deslocamentos laterais não ocorrem no sistema, pode-se observar uma vibração livre sem amortecimento. Assim, estando a massa m em repouso, dando um impulso para baixo na massa, esta desloca-se de uma distância –y, no momento da máxima elongação da mola. Após inicia o movimento contrário, passando pelo ponto de equilíbrio e realizando um deslocamento contrário y.

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y

-y

kkk

m

m

m

Figura – Sistema massa/mola em perturbação.

O ciclo é o movimento que a massa móvel completa, saindo de um ponto de referência e retornando a este ponto após percorrer uma trajetória.

m

k

Figura – Ciclo.

A freqüência (f) é o número de ciclos executados na unidade de tempo.

tempociclosnúmerofreqüência=

tnf = HzHertz

s==

1

O período (T) é o tempo gasto para realizar um ciclo.

fn

tT

1== [ ]s logo, T

f1=

A amplitude [Y] é a máxima distância que o móvel em movimento vibratório alcança, em relação a posição inicial de equilíbrio.

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-YY

m

m

m

k

Figura – Amplitude (Y).

Elongação é a distância de um ponto qualquer da trajetória, no qual o móvel

se encontra, em relação a posição de equilíbrio. A freqüência natural (fn) é a freqüência própria do sistema, ou seja, quando

o sistema vibra livre de forças de excitação. É a freqüência de uma vibração livre.

Quando a um corpo ou um sistema de corpos interligados é imposto um deslocamento inicial em relação à posição de equilíbrio e em seguida ele é abandonado, ele vibrará com uma freqüência conhecida como freqüência natural.

Freqüência natural amortecida (fna) é a freqüência própria do sistema, com a presença de atrito.

Sempre que a freqüência natural de vibração de uma máquina ou estrutura coincide com a freqüência da força externa atuante, ocorre o fenômeno conhecido como ressonância que resulta em grandes deformações e falhas mecânicas. 3.1 Vibrações livres não amortecidas longitudinais (vlna) Este tipo de vibração considera que o sistema sofre apenas uma perturbação inicial, possui deslocamento longitudinal, neste caso na direção vertical e não possui atrito no sistema que resulta no amortecimento da vibração. Equações do movimento e da freqüência natural O sistema considerado possui uma massa m, presa a uma mola suspensa de constante k.

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Fst

Fst = k y

k

P = m g

m

k kL

yst

m

k

-y

Em equilíbrio estático tem-se:

∑ =0F 0=− PFst PFst= k

Pyst=

Em condições dinâmicas:

∑ = amF amF =− amFFstP =−− amFPP =−−

amyk =− 0=+ ykam 0=+ ym

ka 0=+ y

m

ky&&

02

2

=+ ym

k

dt

yd 0=+ y

m

ky&&

A solução geral desta equação diferencial é:

+

= t

m

kCt

m

ksenCy cos21

+= 4cos3 Ct

m

kCy

Onde C1, C2, C3 e C4 são constantes arbitrárias que dependem das

condições iniciais do movimento. Esta solução é considerada geral porque representa todas as possíveis soluções que se particularizarão pelos valores assumidos pelas constantes arbitrárias.

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3.2 Soluções particulares para equação diferencial das Vibrações Livres não Amortecidas Longitudinais (VLNAL) Com deslocamento inicial Condições iniciais: A massa é liberada de uma posição afastada do ponto de equilíbrio (y = y0), com velocidade inicial nula ( 0=y&& ), no instante inicial com t

= 0.

Y

Ponto de partitda t=0

wt

y

ππ/2 3π/2 2π0

y

Yy0m

k

y

+

= t

m

kCt

m

ksenCy cos21

+= 43 Ct

m

ksenCy

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3.3 Freqüência natural e velocidade angular natural na VLNAL Wn é a freqüência circular natural do sistema vibrante (ou a velocidade angular de um ponto em MCU cuja projeção executa um movimento idêntico ao do sistema vibrante).

Para uma vibração onde t = tn e θ = 2π

nn

TW

π2= n

nW

Tπ2=

m

kWn=

m

k

Tf

nn

π2

11 ==

3.4 Método prático para a determinação da freqüência natural Considerando a deformação estática da mola com a colocação da massa de peso P, tem-se:

k

mg

k

Fy

stst == onde

g

y

k

m st= como 2nW

k

m =

stn

y

gW = e

sty

gfn

π2

1=

EXERCÍCIOS. Exercício 1: Um ponto material está em movimento harmônico simples com uma amplitude de 0,1 m e um período de 0,6 s. Encontre a velocidade máxima e a aceleração máxima. Exercício 2: A análise do movimento de um ponto material mostra uma aceleração máxima de 30 m/s2 e uma freqüência de 120 ciclos por minuto. Supondo que o movimento é harmônico simples, determine: a) a amplitude; b) a velocidade máxima. Exercício 3: O colar A está preso à mola ilustrada e pode deslizar sem atrito na barra horizontal. Se o colar for afastado 75 mm de sua posição de equilíbrio e liberado, determine o período, a velocidade máxima e a aceleração máxima do movimento resultante.

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Exercício 4: Um colar de 5 kg está preso a uma mola de constante k = 800 N/m. Se ao colar é dado um deslocamento de 50 mm de sua posição de equilíbrio e liberado, determine o movimento que se segue: a) o período; b) a velocidade máxima do colar; c) a aceleração máxima do colar.

Exercício 5: Com os dados do problema 19.6, determinar a posição, velocidade e aceleração do colar 0,20 s após ter sido liberado. Exercício 6: Um colar de 40 N está preso a uma mola de constante k = 1000 N/m. Se ao colar é dado um deslocamento de 0,05 m para baixo de sua posição de equilíbrio e liberado da sua posição de equilíbrio, determine: a) o tempo necessário para o colar mover-se 0,075 m para cima; b) velocidade e aceleração correspondentes do colar.

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COM VELOCIDADE INICIAL Situação inicial: a massa m é impulsionada com uma velocidade inicial 0y&

a partir da posição de equilíbrio (y = 0) no momento em que se inicia a contagem dos tempos.

y

k

m

Y

y

0 2π3π/2π/2 π

y

wt

Ponto de partitda t=0

Y

00 0 === yyyt &&

+

= t

m

kCt

m

ksenCy cos21

+= 4cos3 Ct

m

kCy

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COM DESLOCAMENTO E VELOCIDADE INICIAIS Situação inicial: A massa m será impulsionada com uma velocidade inicial

0y& a partir de uma posição afastada do equilíbrio de um vetor y0.

y0θ

Yyn/Wn

w2Y

ππ/2 3π/2 2π0

wt

sen wt y0 wt

yo cos wt

wt

ynWn Y

y0 Situação inicial: 000 yyyyt && ===

+

= t

m

kCt

m

ksenCy cos21

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+= 4cos3 Ct

m

kCy

A equação demonstra que a elongação y, é o resultado da soma das projeções de dois fasores de módulos wy /0& e y0 defasados de θ0= 2π, ou ainda

graficamente pode ser obtida, pela projeção do fasor resultante y.

)cos( 0θ−= tWYy n

20

20 )/( yWyY n += & e

0

00

yW

ytg

n

&=θ

Obs.: a máxima elongação ocorre quando (Wn - θ0) = 0

nn

Wt

0θ=

Observa-se ainda, que as equações deste caso, servem também para os dois

primeiros, bastando para isso considerar igual a zero a velocidade inicial no primeiro caso, e no segundo caso, o deslocamento inicial. EXERCÍCIOS Exercício 1: Um bloco de 50 kg de massa move-se entre guias verticais. O bloco é puxado de 40 mm para baixo de sua posição de equilíbrio e liberado. Para cada combinação de molas determinar o período de vibração, a velocidade máxima e a aceleração máxima do bloco.

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Exercício 2: Um bloco de 35 kg de massa está suspenso pelo arranjo de molas. Se o bloco é deslocado verticalmente para baixo de sua posição de equilíbrio e liberado, determine: a) o período e a freqüência do movimento resultante; b) a máxima velocidade e aceleração do bloco se a amplitude do movimento é de 20 mm.

Exercício 3: Um bloco de 35 kg de massa está suspenso pelo arranjo de molas. Se o bloco é deslocado verticalmente para baixo de sua posição de equilíbrio e liberado, determine: a) o período e a freqüência do movimento resultante; b) a máxima velocidade e aceleração do bloco se a amplitude do movimento é de 20 mm.

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Exercício 4: O período de vibração do sistema ilustrado é de 0,8 s. Se o bloco A é removido, o período é de 0,7 s. Determine: a) o peso do bloco C; b) o período de vibração quando ambos os blocos A e B tiverem sido removidos.

Exercício 5: O bloco mostrado na figura foi deslocado verticalmente para cima sua posição de equilíbrio e liberado. Determine: a) o período e a freqüência do movimento resultante; b) a velocidade e a aceleração máximas para um movimento com amplitude de 25 mm.

Exercício 6: O bloco mostrado na figura foi deslocado verticalmente para cima sua posição de equilíbrio e liberado. Determine: a) o período e a freqüência do movimento resultante; b) a velocidade e a aceleração máximas para um movimento com amplitude de 25 mm.

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VIBRAÇÕES LIVRES DE CORPOS RÍGIDOS Método da equação diferencial Deve-se estabelecer a equação diferencial do movimento. A freqüência circular natural wn, será a raiz quadrada do coeficiente da variável dependente. Assim, se C for este coeficiente, a equação diferencial será:

02

2

=+ yCdt

yd onde: Cwn= logo,

ππ 22

Cwf

nn ==

A equação diferencial pode ser obtida a partir de vários modos. A PARTIR DA SEGUNDA LEI DE NEWTON

A análise de vibrações de um corpo rígido ou de um sistema de corpos rígidos que possui um único grau de liberdade é análoga à das vibrações de um ponto material.

Uma variável apropriada tal como uma distância x ou um ângulo θ, é escolhida para descrever a posição de um corpo ou de um sistema de corpos.

O objetivo final é obter uma equação do tipo:

0=+ ym

ky&& ou 0=+ ϕϕ

yI

Kt&&

sendo possível deduzir a freqüência circular natural. A partir da segunda lei de Newton é possível escrever:

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∑ = ymFy && que deve resultar numa equação da forma 02 =+ ywy n&&

∑ = ϕ&&yIM que deve resultar numa equação da forma 02 =+ ϕϕ nw&&

Para determinar o período de pequenas vibrações de uma placa plana que oscila em torno de um ponto, tem-se:

CGCG

bb

2b

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Exercício 1: Um cilindro de peso P e raio r está suspenso por um laço de corda. Uma extremidade da corda está presa diretamente a um suporte rígido, enquanto a outra extremidade está presa a uma mola de constante k. Determine o período e a freqüência de vibração do cilindro.

Exercício 2: A barra uniforme ilustrada pesa 40 N e está presa a uma mola de constante elástica k = 500 N/m. Se a extremidade A da barra é abaixada 0,05 m e liberada, determine: a) o período de vibração; b) a máxima velocidade da extremidade A.

Exercício 3: Uma correia é colocada na borda de um disco de 15 kg de massa, e em seguida presa a um cilindro de 5 kg e a uma mola de constante k = 600 N/m. SE o cilindro é deslocado 50 mm para baixo de sua posição de equilíbrio e liberado, determine: a) período de vibração; b) a máxima velocidade do cilindro. Suponha que o atrito é suficiente para impedir a correia de deslizar sobre a borda da polia.

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Exercício 4: Uma placa quadrada uniforme de massa m é mantida num plano horizontal por um pino B e está presa em A a uma mola de constante k. Se ao canto A é dado um pequeno deslocamento e liberado, determine o período do movimento resultante.

Exercício 5: Um orifício de 75 mm de raio é aberto num disco uniforme de 200 mm de raio, que está preso a um pino sem atrito em seu centro geométrico O. Determine o período de pequenas oscilações do disco.

Exercício 6: Uma biela é suportada por m gume no ponto A; o pe´riodo das pequenas oscilações, observado, é de 0,945 s. A biela é então invertida e suportada pelo gume no ponto B, e o período das pequenas oscilações observado é de 0,850 s. Sabendo que ra + rb = 0,2875 m, determine a localização do centro de massa.

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Exercício 7: Um volante de 3 kN tem um diâmetro de 1,2 m e um raio de giração de 0,5 m. Uma correia é colocada ao redor da borda e presa a duas molas, cada uma com constante k = 15 kN/m. A tensão inicial na correia é suficiente para impedir o escorregamento. Se a extremidade C da correia é puxada 0,025 m para baixo e liberada, determine: a) o período de vibração; b) a máxima velocidade angular do volante.

Vibrações torcionais

Estando um disco rigidamente preso a um eixo, se este disco for girado de um ângulo ϕ através de um momento torçor Mt e Kt a constante elástica.

ϕ

ϕKtMt −= ∑ = ϕ&&yIMt sendo Iy o momento de inércia.

ϕϕ &&yIKt =− que se transforma em: 0=+ ϕϕ KtIy &&

0=+ ϕϕyI

Kt&& 0

2

2

=+ ϕϕyI

Kt

dt

d ou ainda 02 =+ ϕϕ nw&&

onde y

nI

Ktw =

Kt = Momento por um ângulo de torção θ

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Kt

I

WT

y

nn ππ

22 ==

y

nn

I

KtWf

ππ 2

1

2==

Exercício 1: Um disco circular, pesando 100 N e de raio 0,20 m, está suspenso por um arame. O disco é girado e em seguida liberado; o período de vibração de torção observado é de 1,13 s. Uma engrenagem é então suspensa do mesmo arame e o período de vibração observado é de 1,93 s. Supondo que o momento do binário exercido pelo arame é proporcional ao ângulo de torção, determine: a) a constante de torção do arame; b) o momento de inércia baricêntrico da engrenagem; c) a velocidade angular máxima alcançada pela engrenagem quando é girada de 90 ° e liberada.

Exercício 2: Um disco uniforme de 200 mm de raio e 4 kg de massa está preso a um eixo vertical que é rigidamente preso em B. Sabe-se que o disco gira de 3° quando um momento estático de 4 Nm é aplicado. Se o disco é girado de 6° e em seguida liberado, determine: a) o período de vibração resultante; b) a velocidade máxima de um ponto na borda do disco.

Como é necessário determinar o momento de inércia do corpo sujeito a rotação, tem-se a seguinte tabela para fornecer as informações.

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Figura – Momento de inércia de massa.

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A PARTIR DO PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DE ENERGIA

Neste Caso, a equação diferencial obtida é levando-se em consideração que

a energia mecânica do sistema (Em) permanece constante. Ou seja, somando-se a energia potencial elástica (Epe), energia cinética de translação (Ect) e a energia cinética de rotação (Ecr), o resultado é uma constante no tempo.

Devido a esta constância, a derivada da Em em relação ao tempo resultará nula. Assim:

EcrEctEpeEm ++= e ( )EcrEctEpedt

d

dt

dEm ++==0

Após a substituição de cada um dos tipos de energia pelas respectivas

equações e algumas operações, obtém-se a equação diferencial do movimento na forma:

02

2

=+ yCdt

yd

assim, o procedimento é semelhante ao caso anterior.

Cwn= ππ 22

Cwf

nn ==

Assim, para resolver o problema, devem-se considerar duas posições

particulares do sistema. 1 – O deslocamento do sistema é máximo: Ec1 = 0 e Ep1 é expressa em

função da amplitude; 2 – O sistema passa por uma posição de equilíbrio: Ep2 = 0 e Ec2 é expressa

em função da velocidade.

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Em seguida o sistema é expresso como: 2211 EcEpEcEp +=+

θ

2b

bb

CGCG

θP

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EXERCÍCIOS Exercício 1: Determinar o período de pequenas oscilações de um cilindro de raio r que rola sem escorregar no interior de uma superfície curva de raio R.

Exercício 2: O movimento da barra uniforma AB é guiado pela corda BC e pelo pequeno rolete A. Determine a freqüência de oscilação quando a extremidade B da barra recebe um pequeno deslocamento horizontal e, em seguida, é liberada.

Exercício 3: A barra AB de 8 kg de massa está aparafusada no disco de 12 kg. Sabendo que o disco rola sem escorregar, determine o período de pequenas oscilações do sistema.