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ANÁLISE DE MODELOS DE PERIODIZAÇÃO PARA O FUTEBOL Diogo Pantaleão Renato Luis de Alvarenga Introdução O treinamento desportivo não faz parte somente da sociedade civil moderna, como cita Bompa (2002) que na Antiguidade Clássica treinava-se sistematicamente para atividades militares ou olímpicas. Com o passar do tempo às atividades físicas foram tomando um caráter extremamente competitivo e até em certo momento da história uma questão de supremacia racial, e na busca de melhores resultados houve a necessidade da sistematização dos treinos, para a melhor forma física dos atletas e conseqüentemente melhores resultados. A periodização em treinamentos é um assunto que atrai treinadores de atletas, e como afirma De La Rosa (2001) a estruturação do treinamento desportivo é hoje uma das principais condições para obter um resultado esportivo em qualquer esporte. A busca por treinos eficazes e orientados apenas de forma empírica, foi naturalmente perdendo o sentido e a eficácia com os avanços da ciência, sendo introduzidas teorias de periodização sustentadas pelos dados científicos contemporâneos. No presente estudo foi desenvolvida uma análise sobre as teorias de estruturação do treinamento, com objetivo específico de analisar a aplicação dos modelos mais discutidos na literatura, no treinamento de jogadores de futebol de alto nível. Revisão de literatura Segundo De La Rosa (2001) indiscutivelmente, a paternidade de uma teoria científica ainda válida (mesmo que com profundas modificações) sobre a estrutura e a planificação do treinamento no mundo desportivo, é devida ao professor Lev Pavilovit Matveev.

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ANÁLISE DE MODELOS DE PERIODIZAÇÃO PARA O FUTEBOL

Diogo Pantaleão

Renato Luis de Alvarenga

Introdução

O treinamento desportivo não faz parte somente da sociedade civil moderna, como cita

Bompa (2002) que na Antiguidade Clássica treinava-se sistematicamente para atividades

militares ou olímpicas. Com o passar do tempo às atividades físicas foram tomando um caráter

extremamente competitivo e até em certo momento da história uma questão de supremacia

racial, e na busca de melhores resultados houve a necessidade da sistematização dos treinos,

para a melhor forma física dos atletas e conseqüentemente melhores resultados.

A periodização em treinamentos é um assunto que atrai treinadores de atletas, e como

afirma De La Rosa (2001) a estruturação do treinamento desportivo é hoje uma das principais

condições para obter um resultado esportivo em qualquer esporte. A busca por treinos eficazes

e orientados apenas de forma empírica, foi naturalmente perdendo o sentido e a eficácia com

os avanços da ciência, sendo introduzidas teorias de periodização sustentadas pelos dados

científicos contemporâneos.

No presente estudo foi desenvolvida uma análise sobre as teorias de estruturação do

treinamento, com objetivo específico de analisar a aplicação dos modelos mais discutidos na

literatura, no treinamento de jogadores de futebol de alto nível.

Revisão de literatura

Segundo De La Rosa (2001) indiscutivelmente, a paternidade de uma teoria científica ainda

válida (mesmo que com profundas modificações) sobre a estrutura e a planificação do

treinamento no mundo desportivo, é devida ao professor Lev Pavilovit Matveev.

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Ainda segundo De La Rosa (2001) vários estudos foram realizados, uns de forma

complementar para o aperfeiçoamento da periodização de Matveev (Platonov, 1988; Harre,

1988; Ozolin, 1989; Forteza,1990; Viru, 1991), sendo estes podendo ser chamados de modelos

tradicionais, e outros quebram esta forma tradicional de estruturação de treinamento

(Verkhoshanski, 1990; Tschiene,1986, 1988; Bondarchuk e Tschiene, 1985).

1. Modelos tradicionais

Entre os autores que se basearam nas teorias de Matveev para formularem e/ou

complementarem suas teorias podemos destacar Tudor O. Bompa e Armando Forteza de La

Rosa, que atualmente contribuem de forma efetiva com modelos de estruturação no

treinamento de atletas de alto nível.

1.1. Sistema Matveev

No sistema original de Matveev que está baseada na utilização da dinâmica de variações

ondulatórias do treino que em vias de aumento gradual de carga, podem ser retilíneas,

escalonadas e ondulatórias, sendo a dinâmica ondulatória que possibilita melhorar a

funcionalidade e a adaptação do atleta de alto nível. Essas ondas são de características baixas

(microciclos), médias (mesociclos) e grande (macrociclo).

As oscilações ondulatórias fazem parte tanto da dinâmica do volume quanto da intensidade,

com particularidades de os valores máximos de cada uma não coincidirem. Esta dinâmica das

ondas pode ser visualizada na figura 1, na qual o volume alcança o valor máximo do período

preparatório e a intensidade no período competitivo.

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Figura 1. Sistema de periodização clássico de Matveev

Estas oscilações possuem como objetivo proporcionar ao atleta nas competições a forma

desportiva, que é o estado no qual o atleta está preparado para a obtenção de resultados

desportivos. Este fenômeno é polifacetado, composto por predisposição ótima do aspecto

físico, psíquico, técnico e tático para obtenção dos resultados, sendo somente com a existência

de todos estes componentes possível à afirmação que o atleta se encontra em forma

(MATVEEV, 1997).

A aquisição, manutenção e a perda da forma acontecem em decorrência dos treinos,

variando conforme a fase de desenvolvimento da forma, podendo ser dividido em três períodos,

o preparatório que devem ser criadas e desenvolvidas premissas para o aparecimento da

forma desportiva, e deve ser assegurada a sua consolidação, sendo esta primeira etapa

subdividida em mais dois períodos: o de preparação geral e específica; o competitivo esta pode

ter uma estrutura simples ou complexa, e o emprego de uma ou de outra depende do

calendário de competições, das características do desporto e de outras circunstâncias. A

orientação desta etapa é a obtenção do nível máximo de treino especial (para este ciclo) e para

a sua manutenção, bem como para a conservação do nível de treino geral alcançado; e o de

transição que deve possuir um caráter de descanso ativo, sendo alterada a forma e os

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conteúdos dos treinos. A duração destes períodos pode variar de 3 a 5 meses para o período

preparatório, de 1 a 5 meses para o competitivo, e de 3 a 4 semanas para o período de

transição. A duração segundo Matveev (1997) não é imutável devendo ser equalizada

conforme o desporto. Para exemplificar, no caso do futebol é adotada a estrutura complexa

para o período de competição longa (de 4 a 5 meses). Neste caso pode-se utilizar a dinâmica

de alternância do volume e da intensidade como na dinâmica geral do período preparatório,

mas, ressalta Matveev (1997) em escalas reduzidas.

1.2. Sinos estruturais

A partir do modelo de Matveev os russos Arosiev e Kalinin propuseram a estruturação

pendular, como esta estrutura é muito rígida De La Rosa (2001) propôs um modelo baseado na

estrutura pendular, porém com uma proposta mais atual denominada de Sinos estruturais,

assim chamada pelo seu idealizador o Prof. Dr. Armando Forteza De La Rosa.

Os sinos estruturais seguem os mesmos princípios da diferenciação entre as cargas gerais e

específicas, porém em momento algum as cargas gerais estarão acima das cargas específicas,

mesmo em momentos de carga especial mínima.

Segundo De La Rosa (2001) ainda não estamos em condições de elaborar uma nova teoria

a respeito, mas sim fórmulas baseadas nas concepções metodológicas existentes, uma

metodologia que permita, passo a passo, determinar o mais exatamente possível um sistema

de planificação de treinamento.

1.3. Modelo Bompa

Em seu modelo de periodização Bompa (2002) descreve que a terminologia não é a mesma

em todos os países. O autor utiliza como denominação de seus períodos o microciclo, o

macrociclo e o planejamento anual. Bompa (2002) explica que não enfatiza o mesociclo russo

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por entender que se trata de mera formalidade.Um planejamento anual possui três períodos: o

preparatório, o competitivo e o de transição.

Por meio do período preparatório que se subdivide em geral e específico, o atleta

desenvolve as características gerais da preparação física, técnica, tática e psicológica para o

período competitivo. Este período é de muita importância para o restante do ano do atleta

devendo durar para desportos coletivos não menos que dois ou três meses.

O treinamento físico segundo Bompa (2002) é desenvolvido primeiramente pelo treinamento

físico geral, treinamento físico específico e por fim o aperfeiçoamento das capacidades

biomotoras.Fundamentalmente a estrutura e os objetivos dos macrociclos vão ser traçados de

acordo com o desporto. Macrociclos para o período de competição, em desportos coletivos

com um ou dois jogos por semana, devem possuir um caráter de carga estável. A mudança de

intensidade deve ocorrer durante o microciclo (semana), nos quais os jogos, a recuperação, e

treinamento de baixa e média intensidade devem ser a norma.

2. Modelos Contemporâneos

2.1. Sistema de Treinamento em Blocos

Este sistema é proposto pelo Prof. Dr. Yuri V. Verkhoshanski, sendo denominado pelo

próprio de moderna teoria e metodologia do treinamento desportivo. É proposto um grande

ciclo de adaptação (GCA), que pode ser entendido como uma fase completa de

desenvolvimento do organismo na qual é submetido a transformações, que servem de base

para a passagem a um nível mais elevado da capacidade específica de trabalho do organismo.

Verkhoshanski (1996) cita que na organização do GCA é necessário respeitar duas

condições indispensáveis: Orientação concreta da carga de treinamento, (deve-se estabelecer

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as funções e os mecanismos energéticos específicos do desporto) e a formulação objetiva do

resultado do treinamento (o objetivo concreto que se pretende obter).

Figura 2. Modelo Geral do Sistema de Treinamento do CGA (VERKHOSHANSKI, 2001c)

O grande ciclo de adaptação, como pode ser visto na figura 2, é dividido em três blocos

(etapas) que, na sua sucessão, são reunidos em uma determinada lógica:

O bloco A ou de preparação física especial (Pfe), é dedicado à ativação dos mecanismos do

processo de adaptação e à orientação deste à especialização morfo-funcional do organismo na

direção necessária ao trabalho no regime motor específico.

O bloco B ou de preparação técnico-tática, tem como objetivo principal à assimilação da

capacidade de utilizar o crescente potencial locomotor, em condições de intensidade

gradualmente crescente de execução do exercício de competição.

O bloco C ou etapa das competições mais importantes, prevê a conclusão do ciclo de

adaptação e a capacidade do organismo, de desenvolver ao máximo a potência de trabalho no

regime motor específico, ou seja, nas competições.

Cada bloco não constitui uma estrutura isolada e Cervero e Granell (2003) afirmam que os

blocos se sucedem de forma que parte dos conteúdos de um possa se sobrepor aos do bloco

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sucessor. Desta forma os efeitos do bloco sucessor são aproveitados com efeitos retardados

do treinamento.

2.2, Modelo de Cargas Seletivas

Este modelo é proposto pelo Prof . Dr. Antonio Carlos Gomes sendo dentre todos os

modelos apresentados o mais específico para o futebol. Este modelo foi idealizado pelo grande

número de jogos que dificulta distribuição de cargas durante o calendário anual.

Na prática Gomes (2002) prevê um ciclo anual de 52 semanas que será dividido em duas

etapas, sendo caracterizada uma periodização dupla com duração de 26 semanas cada.

A estruturação das cargas de treinamento proposta deve ser organizada de acordo com os

seguintes fatores:

a. número de sessões na semana;

b. tempo destinado ao treinamento no macrociclo; e,

c. total de horas destinadas ao mesociclo/macrociclo.

Segundo Gomes (2002) considerar a carga horária semanal para distribuição das

capacidades de treinamento, facilitará na montagem da periodização do número de sessões

destinadas a cada semana/mês do macrociclo.

As capacidades de treinamento a serem consideras segundo Gomes (2002) são a

resistência especial, força, flexibilidade, velocidade e técnico-tática. A distribuição percentual

para cada capacidade é feita levando em consideração a temporada de competições, por

exemplo, os treinos técnicos e táticos no primeiro mês de treino ocupam 15% do tempo, e ao

final, no último mês do primeiro ciclo atingem 35% do tempo total dos treinos.

Discussão

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Existem diversas e freqüentes críticas de especialistas sobre o modelo tradicional de

estruturação do treinamento, e nesta corrente de autores que tentam romper completamente

com a forma tradicional, Verkhoshanski destaca-se como sendo o maior crítico em relação às

teorias de Matveev. Verkhoshanski (2001b) expõe que os princípios da periodização

formulados por Matveev tomando como base um estudo relativamente breve da preparação

dos atletas, no período inicial da formação do sistema soviético de treinamento (anos 50) e,

sobretudo, tendo como base exemplos tirados de três esportes (natação, levantamento de peso

e atletismo).

No Brasil a estruturação de treinamentos para futebolistas está baseada em Matveev, Arruda

et all (1999) afirma que praticamente todo o processo de organização e estruturação

desenvolvido com futebolistas no Brasil, fundamenta-se no sistema proposto por Matveev.

Matveev (1996) analisa que existe uma problemática acerca da forma desportiva em

modalidades coletivas por vários aspectos. Um dos aspectos apresentados é a dificuldade na

“combinação” da forma desportiva individual e do coletivo, levando à dificuldade na elaboração

de pesquisas experimentais. Outro aspecto colocado é a profissionalização dos atletas, que

possuem duas esferas semelhantes porém com princípios diferentes, o do profissionalismo do

alcance desportivo e o comercial, sendo este último em decorrência das propriedades atrativas

que são despertadas pelo desporto. Em razão desta perspectiva de desporto comercial,

períodos preparatórios curtos e calendários competitivos grandes como existe no futebol, os

atletas segundo Matveev (1996) com muita probabilidade não conseguem alcançar a forma

desportiva, estando em um patamar denominado de “forma quase desportiva” na qual o atleta

não avança na qualidade da sua atividade motora, entretanto consegue conservar a qualidade

por um período maior do que na forma desportiva.

Nos estudos de especialistas como Franz e Reis; Morton; Swinkels; Tschiene; Woodman e

Pyke, apud Vekhoshanski (2001b) é sustentado que os conceitos antiquados da teoria de

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periodização de Matveev não correspondem às tendências de desenvolvimento do esporte de

alto nível.

Outros autores corroboram com algumas críticas, explicando que estão relacionadas

principalmente aos calendários e ao grande número de competições no ano, confirmando isto,

Bompa, apud De La Rosa (2001) argumenta que com os calendários competitivos atuais, não

existe tempo suficiente para a utilização de meios de preparação geral que não correspondam

à especificidade concreta do esporte em questão, demonstrando uma clara contradição com a

própria teoria.

Cervero e Granell (2003) acrescentam que atualmente são poucos os desportistas que

utilizam a estrutura de Matveev para a organização do treinamento. Esta dificuldade acontece

porque o calendário dos desportos atualmente tem de ser divididos dentro do ciclo anual, em

no mínimo, duas fases, bem como considerar as particularidades de cada desportista.

Em relação aos períodos de preparação é conveniente afirmar que a preparação geral

principalmente para atletas de alto nível de especialização, como em atletas profissionais de

alto nível de futebol, conflita com o princípio da especificidade do treinamento, que segundo

Dantas (2003) é aquele que impõe como ponto essencial, que o treinamento deve ser montado

sobre os requisitos da performance desportiva em termos da qualidade física interveniente,

sistema energético predominante, segmentos corporais e coordenações psicomotoras

utilizadas. Dando suporte a esta colocação Weineck, apud De La Rosa (2001), afirma que a

preparação geral só elevaria o estado físico geral, não contribuindo para outros processos

adaptativos que aumentassem o rendimento, e por esta razão, não faz sentido para um atleta

de alto nível que já o possui elevado devido aos anos de treinamento realizá-lo.

Bompa (2002) cita que a especialização fisiológica é o fator determinante de vitórias em

competições, além de que altas capacidades fisiológicas auxiliam a rápida recuperação dos

atletas.

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No intuito de justificar o período preparatório no modelo tradicional, argumenta-se que

durante o período preparatório se criam premissas que levam os atletas à forma desportiva e

esta só pode ser sustentada com uma boa base, obtida através de uma grande estimulação do

sistema aeróbio, para após desenvolver outras capacidades biomotoras como a força,

velocidade, resistência anaeróbia, flexibilidade e coordenação, corroborando com esta

colocação Arruda et all (1999) confirma que tradicionalmente, acredita-se que uma grande

estimulação da aptidão cardiorrespiratória, principalmente no período preparatório, seria capaz

de sustentar durante algum tempo as capacidades mais específicas como a resistência de

força anaeróbia e força rápida.

Apesar de diversas críticas ao modelo tradicional Gomes (2002) analisa que os modelos

tradicionais contribuíram de forma positiva para os modelos contemporâneos, que evoluíram

em muito no aspecto qualitativo, pondo origem às propostas específicas para cada modalidade

esportiva.

Conclusão

Assumindo uma análise acerca do desporto comercial que exige resultados em curto prazo

e, calendários com deficiência na estruturação, a proposta metodológica clássica de Matveev

na estruturação do treinamento se mostra com soluções metódicas não coerentes com o

esporte de alto nível, muito pelo fato de o calendário não possuir um espaço para preparações

pré-competitivas longas com alguns momentos no ciclo anual de performance. Com isso,

admite-se concluir que os modelos tradicionais não são coerentes com o atual calendário do

futebol brasileiro e com a evolução do desporto moderno, como já citado e amplamente

abordado em Vekhoshanski (2001a; 2001b; 2001c); Vekhoshanski (1996) Pantaleão e

Alvarenga (2005).

As teorias da corrente contemporânea apresentam-se mais coerentes com a realidade do

futebol brasileiro, principalmente pelo fato de não se utilizar à preparação geral que na opinião

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de diversos especialistas como Weineck, apud De La Rosa (2001) a preparação geral só

elevaria o estado físico geral, não contribuindo para outros processos adaptativos que

aumentassem o rendimento, e por esta razão, não faz sentido para um atleta de alto nível que

já o possui elevado devido aos anos de treinamento realizá-lo. Compreendendo a

complexidade da forma desportiva, que conforme Almeida et all (2000) deve se considerar a

existência de uma série de variáveis intrínsecas e extrínsecas interferindo direta ou

indiretamente no rendimento esportivo, e ainda que, com controle sobre estas variáveis seria

também necessário entender a interrelação entre elas, sendo desta forma uma prática

dificultada porém, necessária, é que ainda faltam claras fundamentações e parâmetros

fisiológicos na literatura para fenômenos como a transferência de potencial com efeito

retardado, os meios e métodos mais eficazes de treinamento para cada etapa do treinamento,

parâmetros para mudanças de estímulos e alternância das cargas, para que, durante as

competições no futebol de alto nível, não ocorra a perda acentuada ou possa minimizar a perda

da performance durante a temporada.

Devido ao extenso calendário do futebol brasileiro é de essencial importância através de

mais estudos experimentais, a elucidação acerca do alcance e de sustentação do alto nível de

performance.

Sobre as diversas metodologias apresentadas neste estudo é conveniente concluir que

apesar dos modelos contemporâneos estarem coerentes com o calendário do futebol brasileiro

e com a evolução do desporto moderno, a tendência geral é à busca de novas formas de

estruturação devido às novas tendências do desporto moderno. O principal objetivo destas

novas buscas para Gomes (2002), é assegurar a prontidão do atleta na obtenção de resultados

no maior número de competições possíveis durante o ano.

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