8. TURISMO, CULTURA E ESPORTE 8.1...
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8. TURISMO, CULTURA E ESPORTE
8.1 Araquari
Características A Festa do Maracujá é uma das principais atrações desta cidade mística e de grande
religiosidade.
Data de fundação - 05 de abril de 1876. Data festiva - Abril (Festa do Maracujá) e agosto (Festa do Senhor Bom Jesus de
Araquari). Principais atividades econômicas - Agricultura, com destaque para a cultura do arroz
e do maracujá. População - 23.645 habitantes. Colonização - Portuguesa. Principais etnias - Portuguesa. Localização - Nordeste, na microrregião de Joinville, a 182km de Florianópolis. Área - 403km2. Clima - Mesotérmico úmido, com verão quente e temperatura média de 20,3°C. Altitude - 09m acima do nível do mar. Cidades próximas - São Francisco, Joinville, Balneário Barra do Sul, Barra Velha.
História
A História de Araquari começa 40 anos depois do descobrimento do Brasil. O navegador
espanhol Álvaro Nunes Cabeza de Vaca aportou onde hoje é Barra Velha e incentivou a exploração
da região norte, até então habitada por indígenas. A expedição reuniu 250 homens da confiança de
Cabeza de Vaca, 40 cavalos, alguns escravos e um grupo de índios catequizados pelos jesuítas. Um
mês depois, chegavam a Araquari, que chamaram primeiro de Paranaguá Mirim (“enseada
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pequena”, em tupi-guarani) e depois de Paraty. Em 1658, os primeiros bandeirantes portugueses
fixaram-se na região, habitada por índios carijós, mas a fundação efetiva da vila só aconteceu em
1848, quando uma nau portuguesa aportou em Paraty sob o comando de Manoel Vieira, que ali
fundou uma pequena colônia. A ele teria se juntado outro pioneiro, de nome Joaquim da Rocha
Coutinho, sendo ambos considerados os fundadores da freguesia de Senhor Bom Jesus do Paraty,
parte do município de São Francisco do Sul. A emancipação política aconteceu no dia 05 de abril de
1876. O nome definitivo de Araquari (“rio de refúgio dos pássaros”, em tupi-guarani) veio apenas
em 1943.
Turismo
Araquari é uma cidade impregnada de religiosidade e misticismo. Seus pontos turísticos e
patrimônio histórico são cercados por lendas e histórias de devoção. Uma de suas atrações mais
importantes é a Igreja-Matriz, construída por determinação da Coroa Portuguesa, com o esforço dos
devotos do Senhor Bom Jesus, e concluída em 1858. Após um século, uma nova igreja foi
construída no local. É famosa pelo “sala dos milagres” em seu interior, recebendo milhares de
romeiros e turistas, principalmente no período da festa ao Santo Padroeiro. As ruínas centenárias,
habitadas no passado por padres jesuítas e construídas pelos escravos, estimulam a imaginação dos
moradores, que divertem os visitantes: os mais antigos garantem que ali se ouvem uivos, gemidos e
silvos de flechas. Há ainda dezenas de escavações em busca de tesouros escondidos. Para chegar ao
local, pelo Rio Parati, usa-se barco a motor. Por terra, o acesso é a estrada do Rio do Morro, com
aproximadamente 12km.
Destaque
Igreja do Bom Jesus de Araquari, Rio Parati, corredeiras do Rio Itapocu, corredeiras do Rio
Piraí e a Carioca – fonte d’água onde começou a colonização da cidade.
Como Chegar
O principal acesso é pela BR-280. Para quem vem do sul, acessar a BR-280 a partir da BR-
101. A linha férrea está ativada apenas para transporte de carga.
Serviços Prefeitura Municipal – (47) 3444-1200.
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8.2 Balneário Barra do Sul
Características
Famosa como praia selvagem, Barra do Sul atrai os turistas pela riqueza das suas belezas
naturais.
Data de fundação - 09 de janeiro de 1992. Data festiva - 02 de fevereiro, dia de Nossa Senhora dos Navegantes. Principais atividades econômicas - O mar é a principal fonte de renda de Balneário
Barra do Sul, que tem na pesca, no turismo e em algumas indústrias a base da sua economia.
População - 6.039 habitantes. Colonização - Alemã, espanhola e italiana. Principais etnias - Alemães, espanhola, italiana e bugra. Localização - Litoral norte, a 45km de Joinville. Área - 110,6km2. Clima - Subtropical, com temperatura média de 23ºC. Altitude - 8m acima do nível do mar. Cidades próximas - Joinville, Barra Velha, São Francisco do Sul, Araquari.
História
Situada numa região habitada apenas por índios até o século XIX, época em que chegaram os
primeiros colonizadores, Balneário Barra do Sul começou a desenvolver-se realmente a partir da
metade do século XX, com a implantação de diversas colônias de pescadores. Tornou-se
independente de Araquari em 1992.
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Turismo
Balneário Barra do Sul tem 12km de praias, onde se reúnem anualmente milhares de turistas,
especialmente no verão, por causa dos seus cenários nativos ainda preservados, da vegetação
atlântica, restingas, dunas de areia, belas lagoas, areias monazíticas de qualidades terapêuticas e um
agradável clima subtropical. Os melhores bares e restaurantes da cidade estão na Praia da Boca da
Barra. Também à beira-mar está o local mais concorrido da cidade, conhecido como Point da Dô,
ponto de encontro de surfistas e onde se realizam diversos campeonatos.
Praias - Apesar do pequeno litoral, Barra do Sul reúne opções para todo tipo de visitante. A
Praia do Bispo, com suas belas dunas, é a preferida dos surfistas. A Praia da Picama, de águas
calmas, é ideal para banhos de mar e a mais freqüentada por famílias com crianças. A Praia da
Salina é muito procurada por suas areias monazíticas, de qualidades terapêuticas, boas para o
tratamento de reumatismo, artrose e outras doenças crônicas. A Praia da Boca da Barra é a preferida
pelos esportistas, por ser ideal para a natação e a prática de esportes náuticos. Durante o verão, o
Projeto Verão da Barra diverte os 50.000 turistas que visitam a cidade.
Natureza - A natureza é exuberante na Barra do Sul, especialmente pela Lagoa de Barra do
Sul e os rios Perequê, Ribeirão Cardoso e Areias Grandes, muito procurados para a pesca. Visite
também a Lagoa Maria Fernanda e a Ilha do Remédio. Há também as ilhas Feia, Araras,
Instriptinga e Islobo, cujas águas são ideais para pesca de mergulho.
Infra-estrutura turística - Barra do Sul conta com 3 hotéis e kitinetes para alugar, além de
bons restaurantes e várias opções de lazer.
Destaque
Além das lanchonetes e restaurantes especializados em frutos-do-mar, Barra do Sul realiza,
sempre no mês de junho, a Festa da Tainha. Durante a temporada são realizados inúmeros eventos:
shows ao ar livre, torneios de futebol de areia e voleibol, ginástica na praia, futvolei e futsal. Na
Praia da Boca da Barra têm lugar os campeonatos de surf da ASB (Associação de Surf de Barra do
Sul), como o SURFEST, um dos principais eventos da cidade, que reúne atletas de vários Estados.
Como Chegar
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Acesso pelas rodovias BR-101/BR-280 (até Araquari) e SC-495. Balneário Barra do Sul está
na Latitude 26°27'20", Longitude 48°36'43". O aeroporto de Joinville fica a 38km.
Serviços
Prefeitura Municipal - (47) 3448-1043 (tel/fax).
8.3 Barra Velha
Características
Um dos balneários mais procurados durante o verão pela beleza das praias, Barra Velha é
conhecida também pela rotina de cidade pesqueira e pelo espetáculo dos barcos na areia ao
amanhecer.
Data de fundação - 07 de dezembro de 1961. Data festiva - 07 de dezembro (aniversário da cidade e Dia do Divino Espírito Santo). Principais atividades econômicas - As principais atividades econômicas de Barra
Velha são a pesca, a agricultura e o turismo. População - 14.000 habitantes. Colonização - Açoriana. Principais etnias - Açoriana. Localização - Litoral Norte, a 60 km de Joinville. Área - 278Km2. Clima - Temperado quente, com média de temperatura entre 16º C a 27º C.
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Altitude - 35m acima do nível do mar. Cidades próximas - Balneário Barra do Sul, Piçarras, Penha, São João do Itaperiú,
Navegantes. História
Apesar de ser caminho das expedições de exploração européias, Barra Velha só foi colonizada
a partir de 1812, graças à pesca da baleia e à vinda dos primeiros imigrantes açorianos. Mais
importante reduto de pesca da baleia do litoral catarinense, a cidade já pertenceu a São Francisco do
Sul, sendo elevada a distrito em 1861. Sua emancipação política só aconteceu 100 anos depois.
Destaque
Barra Velha é conhecida principalmente por suas belas praias, que durante o verão estão
sempre entre as mais freqüentadas do litoral catarinense, e pela Festa do Divino Espírito Santo, de
tradição açoriana, introduzida em Barra Velha por Joaquim Alves da Silva, fundador da cidade.
Como Chegar
Barra Velha está às margens da BR-101, no norte do Estado de Santa Catarina, próxima
também aos aeroportos de Navegantes e de Joinville e aos portos de Itajaí e São Francisco do Sul.
Serviços
Prefeitura Municipal - (47) 3456-2436, 3456-1192 (fax). 8.4 Garuva
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Características
Um colonizador francês planejava a implantação de uma comunidade baseada no socialismo
utópico na área do município.
Data de fundação - 20 de setembro de 1973. Data festiva - Junho (Festa do Padroeiro), julho (Festa do Colono) e outubro (Festa da
Banana). Principais atividades econômicas - Agricultura, com destaque para o cultivo da
banana. População - 11.378 habitantes. Colonização - Francesa e portuguesa. Principais etnias - Francesa e portuguesa. Localização - Nordeste, na microrregião de Joinville, a 226km de Florianópolis. Área - 432km2. Clima - Mesotérmico úmido, com verão quente e temperatura média de 20,5°C. Altitude - 06m acima do nível do mar. Cidades próximas - Itapoá, Joinville, São Francisco do Sul.
História
A primeira tentativa de implantar o município de Garuva aconteceu em 1841, com o
colonizador francês Benoit Jules de Mure. Ele inspirou-se num projeto do filósofo francês Charles
Fourier e planejava a implantação de uma comunidade baseada no socialismo utópico. As propostas
revolucionárias foram postas em prática em duas léguas de terra da antiga Península do Saí, às
margens da baía de São Francisco. A estrutura baseava-se em uma colônia de produção e consumo,
mas o sistema não deu certo. A iniciativa de colonizar a região, contudo, originou o povoado de São
João do Palmital, ligado a São Francisco do Sul. O desenvolvimento arrastou-se por décadas. A
maioria dos moradores da colônia seguiu para o norte do Estado à procura de trabalho e, próximo a
BR-101, formou outra comunidade, onde hoje fica a sede do município. Somente a partir de 1914,
com a chegada dos portugueses Cândido da Veiga e Tolentino Salvador, a localidade progrediu com
mais rapidez. O movimento popular pela emancipação do distrito começou em 1963 e culminou em
29 de fevereiro de 1964, quando Garuva foi desmembrada de São Francisco do Sul, tornando-se
município autônomo.
Turismo
Garuva localiza-se na base da Serra do Mar e tem a maior parte de seus 432km2 de área
ocupados por extensas florestas da Mata Atlântica. Em seu parque ecológico há rios de águas
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cristalinas e cachoeiras que formam piscinas naturais. Grutas, cavernas, nascentes e cascatas, além
da exuberante vegetação, formam o cenário que abriga as ruínas da Capela Jesuíta de Santo Inácio –
um conjunto histórico inexplorado, cercado de lendas que aguçam a curiosidade e o espírito de
aventura. O Morro do Monte Cristo, cujo único acesso é uma escadaria construída no Século XVIII,
com 03km de extensão, é um dos principais pontos turísticos do lugar.
Destaque
Corredeiras do Rio São João, Parque Aquático Recanto das Bromélias, Cascatas do Quiriri,
Escadarias do Monte Cristo e Sierra Nevada – a fazenda com a maior criação de trutas do País.
Como Chegar
O principal acesso é pela rodovia BR-101. Serviços
Prefeitura Municipal – (47) 445-3111.
8.5 Itapoá
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Características
Com as águas mais quentes do sul do Brasil, Itapoá oferece 100% de balneabilidade durante o
ano todo.
Data de fundação - 26 de abril de 1989. Data festiva - 26 de abril (aniversário da cidade). Principais atividades econômicas - O turismo é a principal fonte econômica do
município, seguido da pesca e da agricultura. População - 10.000 habitantes. Colonização - Franco-portuguesa. Principais etnias - Francesa e portuguesa. Localização - Norte do Estado, a 80km de Joinville e 260km de Florianópolis. Área - 256km2. Clima - Mesotérmico úmido. A temperatura média varia entre 18ºC e 30ºC. Altitude - 18m acima do nível do mar. Cidades próximas - Joinville, Garuva, São Francisco do Sul.
História
Os índios Carijó, que habitavam a região, deixaram registros em diversos sambaquis
espalhados por Itapoá: na Estrada do Sol, ao longo das margens dos rios Saí-Mirim e Saí-Guaçu, na
entrada da cidade... O município, que pertenceu a São Francisco do Sul e a Guaruva, tornou-se
independente em 1989.
Turismo
Os 32km de praia de Itapoá atraem cada vez mais turistas. Os locais mais visitados são o
Pontal da Figueira e o Farol, além das praias, que oferecem 100% de balneabilidade durante todo o
ano, com águas quentes e límpidas e areias muito brancas, de onde se pode observar um belíssimo
pôr-do-sol. Muitas delas são quase intocadas. A pedra que deu nome à cidade – “Ita” quer dizer
pedra e “poá” significa redonda, em língua indígena – localiza-se a 300m da praia. Os índios
deviam divertir-se vendo a pedra redonda sumir e reaparecer, de acordo com a maré.
Praias - Visite a Barra do Saí, que é boa para o surf, a pesca e o banho. Próximo à praia, a
ilha Saí-Guaçu é abundante em mariscos. Ali estão os rios Saí-Guaçu e Saí-Mirim, que delimitam
uma área virgem, rica em fauna e flora típicas da Mata Atlântica. O Saí-Guaçu é a divisa de Santa
Catarina com o Paraná. Conheça também a Praia de Itapema do Norte e suas piscinas naturais – é a
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praia mais freqüentada, com intenso comércio, bares, restaurantes, pizzarias, lojas e supermercados.
A praia de Itapoá, no centro da cidade, possui areias monazíticas medicinais e fica próxima da
Reserva de Volta Velha. Visite a Praia de Pontal do Norte, onde se forma a baía da Babitonga, a
Figueira do Pontal, Jaguaruna e Braço do Norte...
Infra-estrutura turística - A infra-estrutura de Itapoá é tímida, em contraste com as belezas
existentes no município. Não há estrada asfaltada, mas existe comércio e boa comida nas praias.
Destaque
Não deixe de visitar o Pontal do Norte, onde começa a Baía da Babitonga.
Como Chegar
Itapoá fica a 40km de Garuva, em direção ao litoral, com acesso pelas rodovias SC-412 e SC-
415 (o primeiro trecho é asfaltado). Acesso pelo mar na Latitude 26°07'01", Longitude 48°36'58". O
aeroporto em Joinville fica a 80km de distância pelas rodovias BR-101, SC-412 e SC-415.
Serviços
Prefeitura Municipal - (47) 3443-6111, 3443-6019 (fax).
8.6 Joinville
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Características
Maior cidade de Santa Catarina, tem em seus limites as sedes de gigantes da economia
nacional que garantem força industrial, além de atrair mão-de-obra qualificada.
Data de fundação - 09 de março de 1851. Data festiva - 09 de março (aniversário da cidade). Principais atividades econômicas - A base da economia de Joinville é a indústria,
seguida pelo comércio e turismo de eventos. População - 450.000 habitantes. Colonização - Alemã, suíça e norueguesa. Principais etnias - Alemã, suíça e norueguesa. Localização - Nordeste do Estado, a 180km de Florianópolis. Área - 1.183km2. Clima - Temperado. A temperatura média varia entre 15ºC e 25ºC. Altitude - 03m acima do nível do mar. Cidades próximas - Guaruva, Balneário Barra do Sul, Jaraguá do Sul, São Bento do
Sul, São Francisco do Sul. História
A história começou com o casamento que celebrou a união da família imperial brasileira e a
realeza francesa. A terra onde hoje está a cidade foi doada ao Príncipe de Joinville, em 1843, como
dote da princesa Carolina, irmã do imperador Dom Pedro II. O casal não chegou a conhecer as
terras. Parte delas foi negociada com a Sociedade Colonizadora Hamburguesa. Em março de 1851
chegaram os primeiros 118 imigrantes alemães e suíços, seguidos de um grupo de 74 noruegueses.
Do ano de fundação até 1897, foram trazidos 28.000 imigrantes germânicos - operários,
intelectuais, agricultores e profissionais liberais, que fugiam da Europa em busca de oportunidades
no Brasil. Assim nasceu a Colônia Dona Francisca, que passou a chamar-se Joinville em
homenagem ao Príncipe de Joinville. Os imigrantes trouxeram na bagagem o espírito de luta e de
trabalho e, embora enfrentando toda sorte de dificuldades, conseguiram transformar uma terra
inóspita e selvagem na maior cidade do Estado e num dos mais sólidos parques industriais do País.
Desde então, Joinville não parou de atrair gente de todo lugar do mundo - apenas um terço de seus
450.000 habitantes é natural do município. Hoje, Joinville é responsável por quase um quinto de
tudo que o Estado exporta. É sede de gigantes da indústria nacional, como Tigre, Brasmotor
(Embraco e Cônsul), Döhler e Busscar, entre outros.
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Turismo
Joinville não vive só de trabalho. A preservação de diferentes culturas, principalmente a
germânica, é outro motivo da fama internacional do município. Sede da única escola do Teatro
Bolshoi fora da Rússia, a cidade é também um importante centro cultural. Os diversos eventos
realizados ao longo do ano trazem milhares de visitantes à cidade. O mais importante deles é o
Festival de Dança, o maior da América Latina e o quarto do mundo, palco para mais de 4.000
bailarinos; em seguida vêm a Fenachopp (outubro) e a Festa das Flores (novembro). A Tirovillefest
e a Vinvenetto também já fazem parte do calendário nacional de eventos. Na cidade, visite o
Mirante, na torre do Morro da Boa Vista, a 250m de altura, que oferece vista panorâmica de 360º da
cidade e da região. Vá também à Praça da Bandeira e à Praça Dario Salles. São visitas obrigatórias:
a Alameda Brüstlein, conhecida também como Rua das Palmeiras, abre alas ao Palácio dos
Príncipes, com palmeiras plantadas em 1873; a Catedral Diocesana; o Mercado Municipal; o
Centreventos Cau Hansen; o Shopping Mueller e a Estação Ferroviária, construção em estilo
germânico datada de 1910. A cidade tem inúmeros museus e casas de memória, como a Casa Fritz
Alt, a Casa da Memória do Imigrante, o Museu Nacional de Imigração e Colonização, o Museu de
Arte de Joinville, o Arquivo Histórico, a Casa da Cultura, o Museu Arqueológico do Sambaqui, o
Museu de Fundição, o Museu Nacional do Bombeiro (primeiro do gênero no País e em toda a
América Latina) e o Museu da Indústria.
Natureza e Ecoturismo - Conheça o Parque Ecológico Morro do Finder, com
aproximadamente 500.000m2 de área de preservação de espécies ameaçadas de extinção. Outra dica
é visitar o Parque Zoobotânico, que ocupa uma área de 40.000m2 de vegetação típica da Mata
Atlântica e tem um belíssimo lago natural, e o Castelo dos Bugres, formação rochosa na Serra do
Mar em forma de castelo - o acesso é feito por trilha ecológica, cortada por inúmeros riachos, em
surpreendente incursão pela floresta. Ainda tem o Vale do Quiriri e o Monte Crista.
Lazer - Para quem gosta de programas junto à natureza, uma boa opção é o Recanto
Jativoca, área de lazer com cavalos para montaria, passeios de trole, pescaria, pedalinhos e
restaurante, e o Recanto Davet, semi-selvagem, ideal para quem quer usufruir do refúgio junto à
natureza, numa área de 825.000m2. Há também o Orquidário Agrícola Boa Vista - um parque de
cultivo de orquídeas, flores e plantas exóticas que se encontra aberto à visitação e comercializa
espécimes da flora. Outro destaque é a Estrada Bonita, conjunto de casas em estilo enxaimel, com
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varandas de onde pendem samambaias e floridos jardins ao longo da estrada. Pequenas
propriedades vendem produtos caseiros como pães, geléias, licores, biscoitos, melados e queijos,
entre outros. Se você gosta de programas mais glamourosos, escolha um passeio no Barco Príncipe
de Joinville III, que navega pela Baía da Babitonga e vai até a cidade histórica de São Francisco do
Sul.
Infra-estrutura turística - O parque hoteleiro de Joinville é um dos melhores do Estado. Com
estabelecimentos de todas as categorias, tem condições de receber tanto executivos e empresários
em busca de negócios, quanto turistas e participantes dos grandes eventos que se realizam na
cidade.
Destaque
Destaque para as festas: o Festival de Dança, que reúne mais de 4.000 dançarinos na cidade no
mês de julho; a Fenachopp, segunda maior festa realizada do mês de outubro no Estado, e a Festa
das Flores.
Como Chegar
Acesso rodoviário pela BR-101 - Joinville fica a 180km ao norte de Florianópolis. A cidade
conta com aeroporto. Acesso marítimo pelo Porto de São Francisco do Sul, a 25km de distância.
Serviços Prefeitura Municipal - (47) 431-3233, 433-2480 (fax).
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8.7 São Francisco do Sul
Características
Terceira cidade mais antiga do Brasil, a cidade de São Francisco do Sul, localizada na ilha do
mesmo nome, oferece aos turistas inúmeras belezas históricas e naturais.
Data de fundação - 23 de março de 1958.
Data festiva - Setembro (Festa de Nossa Senhora da Graça, padroeira da cidade).
Principais atividades econômicas - São Francisco do Sul é o quinto maior porto
brasileiro em movimentação de contêineres. Mais de 70% da renda do município são
gerados pela movimentação portuária, com destaque também para o turismo e o
comércio.
População - 32.000 habitantes.
Colonização - Portuguesa.
Principais etnias - Portuguesa.
Localização - Litoral Norte, a 188km de Florianópolis e 37km de Joinville.
Área - 540,8 Km2.
Clima - Temperado, com temperatura média entre 15ºC e 25ºC.
Altitude - 09m acima do nível do mar.
Cidades próximas - Joinville, Itapoá, Garuva, Araquari, Balneário Barra do Sul, Barra
Velha.
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História
São Francisco do Sul é a terceira cidade mais antiga do Brasil – a ilha foi descoberta em 1504
pelo francês Binot Paulmier de Goneville. Em 1553 chegaram os espanhóis, que construíram a
capela de Nossa Senhora das Graças, mas o povoamento efetivo da cidade só aconteceu a partir de
1658, com a chegada de Manoel Lourenço de Andrade, sua família e uma leva de escravos. Em 15
de abril de 1847, recebeu o título de cidade. Com a construção da rede ferroviária, a região teve um
forte impulso de desenvolvimento. A importância dos trens para a economia de São Francisco do
Sul se mantém até hoje, já que neles os produtos do município são transportados até o porto. No
século XX, a localização do porto mudou, permitindo maior movimento de navios. O tombamento
do centro histórico da cidade garantiu a preservação dos prédios e da riqueza arquitetônica da época
colonial.
Turismo
Colonizada por portugueses, São Francisco do Sul é a terceira cidade mais antiga do Brasil.
Seu charme se deve ao casario em estio colonial português que emoldura as estreitas ruelas do
centro histórico, tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Também merecem
destaque as tradições do Boi-de-Mamão, da Dança do Vilão, do Pão-por-Deus e das Pastorinhas. A
cidade é conhecida pela beleza do cenário formado pela baía da Babitonga e pela Vila da Glória, na
parte continental. Além da História, das tradições e do porto, São Francisco do Sul tem belíssimas
praias, procurdas por milhares de turistas a cada verão.
Praia - São Francisco do Sul tem praias de todos os tipos e para todos os gostos. Conheça as
praias dos Ingleses, da Figueira (que tem um hotel com marina e intenso movimento de
embarcações), de Paulas e do Calixto, onde existe uma vila de pescadores. Confira também a Praia
do Forte - onde fica o Forte Marechal Luz -, a Praia de Itaguaçu e a Praia de Ubatuba. A mais
procurada pelos turistas é a Praia de Enseada, que tem a forma de uma ferradura voltada para o mar
aberto, com águas tranqüilas e excelente infra-estrutura turística. Acesso pela SC-280, a 20km do
centro. As escolhidas pelos surfistas são a Praia do Molhe, também reduto de pesca da tainha no
inverno, e a Praia da Saudade, que tem um sambaqui de 6.000 anos de idade. A Praia Grande, a
mais distante do centro da cidade, é praticamente deserta, com dunas ao longo da orla – a cada
janeiro, torna-se palco do maior campeonato de pesca de arremesso do sul do Brasil. Também vale
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visitar a Praia Bonita, rústica e bela. Visite o Balneário Capri, a 19km da cidade, entre a Boca da
Barra e a Praia do Forte. Ali ficam as ruínas de um antigo leprosário, construído com pedras, cal de
concha e óleo de baleia. A praia é própria para banho, pesca e esportes náuticos.
Natureza - Conheça o Arquipélago da Baía da Babitonga, a duas milhas marítimas do centro
de São Francisco do Sul, com acesso via embarcação - no passado, a Ilha da Rita, uma das muitas
ilhas do arquipélago, foi base de combustíveis da Marinha e abasteceu os navios da esquadra
brasileira durante a Segunda Guerra Mundial. Visite também a Ilha da Paz, circundada por praias e
costões, que abriga um farol construído em 1905. Suba o Morro do Pão de Açúcar, que tem cerca de
150m de altura, e deslumbre-se com a vista da baía.
Patrimônio Histórico - São Francisco do Sul tem quase 500 anos de História, que marca suas
ruas, casas, igrejas, sambaquis, ruelas e becos. Conheça a Igreja Matriz Nossa Senhora da Graça, de
1699, construída por escravos, milicianos e pelo povo do lugar, com argamassa feita de uma mistura
de cal, concha, areia e óleo de baleia. No interior da igreja está a imagem da padroeira, que data de
1553 e foi deixada ali pelos espanhóis, que ergueram uma capela em homenagem a ela depois de
serem salvos de um temporal. Também há estátuas barrocas dos séculos XVII e XVIII e um órgão
trazido do Rio de Janeiro em 1823 e que é utilizado até hoje. Conheça as cariocas (bicas d'água), o
Museu Histórico, o Museu Nacional do Mar, único do Brasil e que abriga exemplares e réplicas
regionais de embarcações do litoral brasileiro, além de instrumentos, documentos, aparelhos de
orientação naval, equipamentos, mapas, miniaturas, cenários... Vá também ao Mercado Público
Municipal e ao Forte Marechal Hercílio Luz.
Cultura e eventos - São Francisco foi colonizada por portugueses, recebeu muitos escravos
africanos e, mais tarde, chegaram os franceses, o que deu à cidade uma característica cultural muito
diversificada. São famosos os grupos folclóricos do município, que representam as diversas etnias
formadoras da cultura local. Diversos eventos marcam o calendário cultural da cidade, entre eles a
FECAM (Festa do Camarão), a FESTILHA (Festa das Tradições da Ilha) – ambas em abril – e a
FENAPESCA (Festa Nacional dos Pescadores), no Balneário de Enseada, regada a frutos-do-mar,
com inúmeras atividades esportivas e de lazer.
Lazer - Impossível não se divertir em "São Chico". Em janeiro, na Praia Grande, confira a
Gincana Catarinense de Pesca de Arremesso - a maior competição do gênero no sul do Brasil; em
fevereiro é a vez do Carnaval, uma marca registrada da cidade; em março tem o Encontro de Carros
Antigos Ilha de São Francisco; em dezembro, a Semana da Marinha... Um programa especial é
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passear de barco – o Scuna São Francisco e o Barco Príncipe de Joinville III fazem roteiros pela
baía da Babitonga, com passeios que podem durar um dia inteiro, ou uma noite... Pode-se visitar a
Vila da Glória, de ferry-boat ou de barco, aportando num trapiche de 330m de extensão e visitando
a igrejinha do lugar, construída em 1917.
Infra-estrutura turística - Na cidade há bons hotéis, charmosas pousadas, restaurantes de
cozinha internacional, caseira ou açoriana.
Destaque
A FENAPESCA, a FESTILHA e o Carnaval de Rua levam milhares de turistas à cidade todos
os anos e são programas imperdíveis. Como Chegar
Partindo do centro de Joinville, são 37km de estrada asfaltada até São Francisco do Sul. Há
aeroportos em Joinville e em Navegantes. Para quem vem pelo mar, a cidade está na Latitude
26°14'36", Longitude 48°38'17".
Serviços
Prefeitura Municipal - (47) 3471-2222, 3444-2489 (fax).
8.8 São João do Itaperiú
Características
Matas virgens, rios de águas límpidas e belas cachoeiras são belezas naturais que merecem
incentivo turístico.
Data de fundação - 29 de março de 1992.
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Data festiva - 29 de março (aniversário da cidade) e 24 de junho (Festa de São João). Principais atividades econômicas - Agricultura. População - 3.161 habitantes. Colonização - Italiana, alemã e polonesa. Principais etnias - Italiana, alemã e polonesa. Localização - Norte, a 143km de Florianópolis. Área - 151,1km2. Clima - Mesotérmico úmido, com verão quente e temperatura média de 20,3°C. Altitude - 330m acima do nível do mar. Cidades próximas - Massaranduba, Barra Velha, Piçarras, Penha, Luís Alves,
Guaramirim. História
Os documentos que contam a História do município estão espalhados em diversos cartórios da
região – por isso é difícil assegurar quem foram os primeiros colonizadores e como chegaram à
região. Há indícios de que, no início do século XX, um italiano chamado João estabeleceu-se na
área, às margens do Rio Itaperiú, e ali fundou uma comunidade – daí o nome São João do Itaperiú.
Turismo
A área de 151,1km2 do município de São João do Itaperiú é dividida na maior parte em
pequenas e médias propriedades, onde se cultiva banana, arroz e fumo. Destaque também para a
extração de madeira e a produção de farinha. A cidade possui dois grandes frigoríficos. Apesar das
belezas naturais do município, como rios de águas límpidas, belas cachoeiras e grandes áreas de
mata nativa, não existe nenhum projeto para o desenvolvimento turístico.
Como Chegar
O principal acesso é pela rodovia SC-474, a partir da BR-101. Serviços
Prefeitura Municipal – (47) 3458-0010.
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8.9 Costa do Encanto
8.9.1. Cidades
Situada entre o mar e a serra, a o território da Costa do Encanto é formado por um conjunto de
oito municípios – Garuva, Itapoá, Joinville, São Francisco do Sul, Barra do Sul, Araquari, São
João do Itaperiú e Barra Velha. Conheça este cenário, compreendido entre as belezas naturais,
diversidade histórica, geográfica e cultural destas cidades. 8.9.2. Gastronomia
Quando se fala em pratos típicos, nada melhor que
experimentar novos sabores. A costa litorânea oferece pescados e frutos do mar bem
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aproveitados na elaboração de pratos típicos. O Cenário que faz parte da Costa do Encanto
conta com uma diversidade de opções de restaurantes de comidas alemãs, italianas, orientais,
além de rodízios de carnes e frutos do mar, bem como produtos coloniais que são de dar água
na boca.
8.9.3. Notícias
Campanha da Costa do Encanto é apresentada
A campanha de divulgação do potencial da Costa do Encanto -
projeto que visa o desenvolvimento integrado do turismo em oito municípios do Norte do
Estado - foi apresentada ontem pela manhã, no auditório do Museu do Mar, em São Francisco
do Sul, para autoridades e representantes do trade turístico das cidades abrangidas. O objetivo
foi detalhar a campanha publicitária, realizada em parceria pelo Convention Bureau e o jornal
A notícia, e as ações que estão sendo colocadas em prática para fazer da região uma referência
em destino turístico.
O projeto envolve os municípios de Araquari, Barra Velha, Barra do Sul, São Francisco do
Sul, São João do Itaperiú, Garuva e Itapoá. A campanha de divulgação começou em outubro e
continuará até final de novembro. Além da divulgação, já começaram também os
investimentos da Secretaria de Desenvolvimento Regional(SDR) de Joinville na implantação
de infra-estrutura, que inclui obras como a construção e recuperação de rodovias, hidrovia
Costa do Encanto, entre outros.
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Uma das metas do projeto é a busca da integração entre o
poder público e a iniciativa privada. De acordo com o presidente do Convention, Ely Diniz,
uma das medidas principais é a realização de um plano de marketing conjunto de divulgação
dos atrativos turísticos da região. "Uma cidade isolada nunca vai conseguir ser um destino
turístico forte, mas com a união dos oito municípios isso se tornará uma realidade", destacou.
As ações também incluem a qualificação da mão-de-obra e o envolvimento da comunidade
para o bom atendimento ao turista. Para o vice-prefeito de São Francisco do Sul, Valmor
Berreta Júnior, a iniciativa será fundamental para o desenvolvimento das cidades. A Santur,
segundo o presidente da entidade, Jorge Nicolau Meira, também é parceiro do
empreendimento. "É uma iniciativa de visão e de futuro", afirmou.
O presidente da SDR/Joinville, José Manoel Mendonça-que representou o governador Luiz
Henrique da Silveira-, destacou a importância da participação de todos os envolvidos para
alavancar o projeto. "Temos que pegar juntos e puxar a corda para o mesmo lado", disse.
8.9.4. Síntese
Características da Rodovia
Via litorânea contemplativa, de baixa velocidade, com tráfego leve, sinuosa,
revelando inúmeros atrativos ao longo do trajeto, de modo a permitir uma "leitura de paisagem",
lazer e entretenimento.
Principais Intervenções
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Pavimentação de vias já consolidadas de acesso aos atrativos;
Implantação de pórtico temático na divisa de SC;
Novas travessias de ferri-boat;
Implantação de ciclovias;
Criação de mirantes e belvederes;
Sinalização turística;
Bases de operação de Polícia Ambiental;
Criação de parques.
Resultados Esperados
Aumento do fluxo de turistas na região;
Desenvolvimento de novos produtos e equipamentos turísticos;
Profissionalização do turismo na região;
Geração de novas oportunidades de emprego;
Aumento da renda nas populações envolidas;
Melhoria na qualidade de vida nas comunidades.
8.9.5. Dados territoriais: Tabela 78: Dados territoriais
Município Extensão da Orla Marítima (Km) Porcentagem Equivalente São Francisco do Sul 113,7 46,62%Joinville 32,0 13,12%Itapoá 25,8 10,58%Barra do Sul 25,7 10,54%Garuva 21,9 8,98%Barra Velha 14,6 5,99%Araquari 10,2 4,18%
TOTAL: 243,9 100%
8.9.6. A Costa do Encanto
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CONCEITO
• Pólo turístico abrangendo os oito municípios da Costa Norte de Santa Catarina: o Itapoá, o Garuva, o Joinville, o São Francisco do Sul, o Araquari, o Barra do Sul, o São João do Itaperiú e o Barra Velha. • O pólo é constituído por um conjunto de obras e ações que visam a integração através de
vias terrestres, marítimas, fluviais, ferroviárias e caminhos históricos de modo a possibilitar ao turista acesso a um grande número de atrativos com facilidade.
• Toda a região estará unida em um único parque temático integrado por uma via litorânea, com 130 quilômetros de extensão. Um eixo de embelezamento, proteção e desenvolvimento com início em Garuva, finalizando em Barra Velha.
• Devido as suas características e as belezas naturais de seu entorno, a estrada atrairá parte significativa dos milhares de turistas que hoje utilizam a BR-101 para se deslocar à praias do Sul do Estado. Em vez do tráfego pesado e rápido da BR, a litorânea oferece uma viagem contemplativa, de baixa velocidade, com tráfego leve, estrada sinuosa, revelando inúmeros atrativos ao longo do trajeto, de modo a permitir uma “leitura de paisagem”, lazer e entretenimento.
• O Pólo Turístico Costa do Encanto terá impacto em todos os municípios que o constituem, propiciando o desenvolvimento cultural, social e econômico. Serão geradas novas atividades turísticas e ampliadas as já existentes, proporcionando oportunidades de expansão do emprego, renda e negócios para a população.
AÇÃO CONJUNTA
• Apesar de seu imenso potencial, os municípios da Costa Norte agem isoladamente, circunscritos á sua área, o que é contraproducente numa atividade que, por natureza, desconhece fronteiras. A implantação do Pólo Turístico começou pelo mapeamento dos atrativos turísticos existentes e o estímulo para que haja desenvolvimento de potenciais ainda inexplorados de modo a constituir um conjunto de ofertas e opções que satisfaça todas as etapas da cadeia turística, com pacotes variados e complementares de atrativos. Ao identificar a vocação de cada município, ressaltando características e potencialidades, eles deixam de ser concorrentes e passam a ser parceiros. Os investimentos públicos (Municípios, Estado e Federação) em infra-estrutura e na organização do pólo vão atrair e orientar empreendimentos privados.
CONCEITO GUARDA-CHUVA
• Dois fatores fundamentam a constituição do Pólo Turístico Costa do Encanto:
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1. Obras de infra-estrutura, como a via de integração rodoviária, e o conjunto de benfeitorias a ela agregada, com serviços e produtos para o atendimento ao turista;
2. Reunião de características culturais, históricas, geográficas, folclóricas e antropológicas para a formação de um conceito único que caracterize o Pólo. Ou seja, construir de uma identidade mítica comum, capaz de estabelecer uma unidade para a região, preservando sua diversidade. Essa construção pressupõe o resgate de lendas, histórias, elementos extraordinários, manifestações culturais, artísticas e populares típicas, de modo a aflorar um rico imaginário sobre a região, tanto no meio urbano quanto no rural.
CONJUNTO DIVERSO E ÚNICO
• Todos os oito municípios da Costa do Encanto estão localizados na região geográfica que compreende a Serra do Mar e o litoral norte de Santa Catarina, dispondo de uma diversidade expressiva de atrativos turísticos, incluindo região de serra, altiplanos, planície litorânea, rios de montanhas com águas cristalinas, quedas d’água, rios caudalosos e navegáveis, ilhas fluviais e marítimas, áreas de mata atlântica, restingas, dunas, praias de mar aberto, baías etc.
• Apresenta características específicas determinadas pela paisagem, meios de acesso, tipos de ocupação, fauna e flora. As atrações são diferenciadas e complementares, indo da serra ao mar, com variedade étnica, geográfica, paisagística, atmosférica, histórica e cultural.
O CHARME DA DIVERSIDADE
• O diferencial da região é a oferta de um cardápio balanceado e diversificado na geografia, clima e cultura. Sua biodiversidade é um observatório privilegiado da flora e da fauna, onde confluem as culturas de origem indígena e de diferentes correntes européias. Há balneários urbanizados (Itaguaçu, Ubatuba, Enseada, Barra do Sul e Barra Velha), paias semi-desertas (Itapoá, Praia Grande, Salinas e Ervino), praias desertas (Itapoá, Vila da Glória, Praia Grande, Caminho do Ervino, Esquina do Mar – próximo à foz do Itapocú). Ainda no litoral, há as áreas de restinga e dunas com vegetação típica e de preservação permanente. Avançando para o interior, encontram-se planícies, com atividades agrícolas e pecuárias e áreas de mata atlântica, também preservadas, encostas de serra e regiões serranas, com clima ameno e características específicas.
UMA LEI PARA TODOS
• O projeto prevê a exploração de forma racional e sustentável dessas potencialidades, atentando para a conservação dos atrativos naturais, históricos e culturais. Para tanto, a região será transformada em área de interesse turístico com a definição de um código de uso de solo.
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AÇÕES
Um mar de atrações
• Além do tradicional atrativo de sol e mar, o projeto visa fortalecer o turismo no litoral desenvolvendo um calendário de eventos esportivos náuticas (remo, canoagem, surf, windsurf, vela etc.) e de praia (vôlei e futebol de areia), que possa atrair um fluxo continuado de visitantes.
• Estão sendo incentivadas estruturas que ofereçam ou facilitem atividades como pesca artesanal, pesca de arremesso, pesca submarina, iatismo, mergulho de observação, surf, esqui aquático, wake board, passeios de barco, e a culinária à base de peixes e frutos do mar.
• Estão previstas estações náuticas, aproveitando estruturas já existentes ou de fácil adequação, de modo a oferecer mais, melhores e diversificadas opções de passeios a barco pelo litoral.
• Cidades como Joinville, através da lagoa do Saguaçu; Araquari, pelo rio Parati; São João do Itaperiú, pelo rio Itapocú; e Garuva, pela baía do Palmital, podem desenvolver estações de passeio com pequenos barcos, atraindo pescadores para a atividade.
Caminhos da terra
• Estão sendo incentivadas atividades turísticas aproveitando o patrimônio natural e cultural, com trilhas, caminhadas, e passeios entre outros, visando desenvolver atitudes ecológicamente corretas e enfatizar que o patrimônio ambiental é um santuário para a contemplação e reflexão.
• São inúmeras as potencialidades que se colocam como alternativas para o desenvolvimento dessa modalidade:
o Ecoturismo – aproveita o meio natural e desenvolve uma consciência pela sua preservação;
o Turismo de aventura – organiza expedições, escaladas e prática de rapel, entre outras atividades;
o Passeio de trem – reativar trecho ferroviário que liga São Francisco a Corupá para uso de passageiros, público em geral e turistas.
TURISMO RURAL
• É uma atividade disseminada em todos os oito municípios do Pólo Turístico Costa do Encanto. O Censo Agropecuário Catarinense que está em desenvolvimento permitirá o mapeamento de todas as propriedades que oferecem serviços ou produtos coloniais. Esse levantamento permitirá organizar a atividade de forma a oferecer ao visitante um conjunto de estruturas físicas, de atrativos naturais e atividades no campo, como caminhadas cavalgadas, charreteadas, pesque-e-pague, colha-e-pague entre outras; e de produtos típicos.
• Serão localizadas áreas de demanda que poderão orientar novos investimentos, e identificadas propriedades com potencial para serem transformados em hotéis-fazenda, em função de aspectos históricos ou de características ambientais. Assim, ao entrar na Costa do Encanto, o turista terá à disposição, já no Portal de Garuva, um cardápio diversificado de opções, cada uma com características próprias, variedades de preços e localização diferenciadas.
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CULTURA
• Não há turismo sem cultura. Não só a cultura de eventos, mas especialmente a antropológica. Toda vez que alguém visita um sítio turístico, seja no campo ou na cidade, seu intuito é muito mais profundo que observar a paisagem, por mais deslumbrante que ela se apresente. É indissociável o interesse pelas pessoas, seus hábitos, história, cultivos, costumes, crenças, mitos, culinária, como se organizam e como se relacionam com o meio; seus falares, sotaques gírias, sua constituição física e o modo de ser, seu passado, seu ritmo de vida etc.
• O projeto Costa do Encanto prevê uma política ampla e continuada de incentivo ao resgate e ao desenvolvimento das manifestações artísticas e culturais da região, de modo a preservá-las e incentivá-las como manifestação genuína e componente turístico.
TURISMO HISTÓRICO-CULTURAL
• Estão sendo organizados roteiros de visitação ao patrimônio arquitetônico de São Francisco do Sul e de Joinville, a museus, sambaquis, casarios e demais logradouros de referência histórica.
• Estão sendo fomentados eventos, feiras, shows, rodeios e festas, como o Festival de Dança de Joinville, Festilha, Festa do Divino, Festa do Bom Jesus, do Maracujá, da Sardinha, do Camarão, Festitália, Festa do Colono, Festa do Arroz, Bandonionfest, Fenachop, Festa Junina de São João do Itaperiú etc. São eventos que atraem grandes públicos em períodos e locais específicos constituindo-se em excelente meio de divulgação das outros atrativos. Outro ramo em desenvolvimento é Turismo técnico-científico, que atrai grupos específicos em busca de intercâmbio in-loco, informações científicas e técnicas em congressos, encontros de profissionais ou em atividades de pesquisas arqueológicas, arquitetônicas, visitas a sítios científicos e reservas ambientais.
HOSPEDAGEM, CHEIROS & SABORES
• Desenvolver um levantamento dos locais de hospedagem, disponíveis em toda a região. • Será organizado um mapa localizando-os geograficamente e classificando-os conforme suas
características, diferenciado-os por padrões de sofisticação, preços e rusticidade. Além de atender o turista que terá à mão todas as informações para optar pelo seu local de hospedagem, este raio-x apontará áreas e características que carecem de novos empreendimentos, o que organizará novos investimentos na região.
• O mesmo trabalho será feito em relação à oferta de comidas e bebidas típicas, contribuindo substancialmente na sedimentação dos roteiros. Após o seu levantamento, é importante desenvolver um trabalho de recuperação de suas informações históricas, criando um “caldo” mitológico em torno dos ingredientes e temperos utilizados, do seu modo de preparo e como são servidas etc.
• Essa pesquisa contribui para o adensamento do conceito imaginário regional, atraindo o turismo mais intelectualizado e de maior poder aquisitivo.
ESTAÇÃO DO ACONCHEGO
• Prevê o desenvolvimento de uma série de ações, eventos, campanhas e promoções no período de abril a agosto, chamando a atenção do turista para as vantagens de viajar nesse período do ano, de modo a criar uma alta-estação turística no outono/inverno. Trata-se de uma alternativa ao verão com muitos e bons motivos para viajar.
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• Para quem gosta de mar, há uma série de vantagens em ir para praia na meia-estação, desde as atividades pesqueiras – pescar na praia ou simplesmente observar a lida de pescadores, arrastão de tainha etc. – até para a apreciação do mar em dias claros de um azul só encontrado nessa época do ano.
• Há ainda, a atração dos preços mais baixos e da calma característica desse período. Para o turismo rural e o ecoturismo é igualmente imenso o leque de vantagens.
• O outono e o inverno oferecem situações excepcionais para a observação da natureza, pois vegetais, animais e aves manifestam comportamentos próprios desse período.
• Dias de chuva, com paisagens cerradas pela neblina, são convidativos a atividades intimistas como leitura e consumo de bebidas e comidas típicas da estação, como chás, chocolates, vinhos, caldos, sopas e outras iguarias.
• O outono/inverno é o período ideal para cavalgadas, caminhadas e trilhas na mata.
OFERTA EM BLOCO
• A formulação de um conceito único para todo o Pólo Temático Costa do Encanto passa pelo desenvolvimento de catálogos, guias, campanhas e demais peças de divulgação conjuntas, de modo a vender toda a região.
• Os roteiros serão integrados e diversificados para que o turista possa aproveitar de todo o complexo de atrativos que lhe está sendo ofertado, que vão do mar à serra, do campo ao shopping. Ao “vendermos” a região e não o município, há vantagens como custo menor em campanhas e na produção de materiais, além de oferecer leque de opções maior e com mais opções, fortalecendo o poder de argumentação e aumentando as chances de atrair turistas.
MAPA DE NAVEGAÇÃO
• Um dos serviços fundamentais que devem estar à disposição dos viajantes no Portal de Entrada de Garuva é um completo Sistema de Informação, composto pelas mais diversas mídias: catálogos, livros, CD-ROMs, mapas, posters, terminais de computadores com acesso à internet, de onde se possa descobrir, por exemplo, se há previsão de neve para São Joaquim, fazer reserva em hotéis e restaurantes, ou saber horários dos mais diversos meios de transportes.
• O turista receberá também orientações sobre a via costeira, suas características, cuidados que deverá ter com a destinação de lixo especialmente nas áreas de preservação ambiental, limites de velocidade e toda estrutura disponível.
• Os materiais de divulgação deverão ter conceitos modernos. Exemplo: Fotografar todo o complexo de trilhas e caminhadas da região e produzir um guia com finalidades tais como:
o Descrever os ecossistemas da região; o Indicar locais que podem ser aproveitados para a prática de trilhas, caminhadas e
passeios, fornecendo informações sobre as paisagens naturais e suas características; o Conceituar trilhas de acordo com as suas características físicas, biológicas e
históricas; Informar aos praticantes de montanhismo, ecoturismo e excursionismo as técnicas de segurança e de baixo impacto em trilhas.
o A mesma sistemática pode ser empregada para outras atividades como pesca, museus, hotéis-fazenda, guia de compras, parques e áreas de preservação permanente.
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8.9.7. O Caminho da Integração
A implantação do projeto Costa do Encanto prevê a instalação de um sistema de transporte
composto por uma rodovia cênica litorânea de 130 quilômetros e de uma hidrovia com linhas
regulares de transporte de passageiros pela Baía Babitonga, além da utilização de ferry-boats
entre localidades como a Praia do Ervino e o Balneário Barra do Sul. A implantação do Portal
Turístico Naval, no Centro Histórico de São Francisco do Sul a internacionalização do aeroporto
de Joinville completam a logística de transportes.
Rodovia Cênica
Techo da Rodovia Cênica, em Itapoá A maioria dos oito municípios que compõem a Costa do Encanto – Garuva, Itapoá, Joinville, São
Francisco do Sul, Araquari, Barra do Sul, Barra Velha e São João do Itaperiú – já tem uma
ligação rodoviária, não sendo necessária a abertura de novas estradas. Alguns destes trechos,
porém, precisam de pavimentação e muitas outras melhorias para que possam operar como uma
rodovia cênica litorânea (pavimentada, sinalizada, de baixa velocidade, com ciclovias e mirantes
para apreciação da paisagem).
A pavimentação nestes locais já começou a ser feita, inicialmente em Itapoá, onde seis
quilômetros de rodovia já foram inaugurados. O trecho restante, 22 quilômetros entre Joinville e
Itapoá, que compreende as localidades de Pontal e Figueira, península do Saí, percorrendo as
comunidades do Estaleiro, Frias e Vila da Glória, em São Francisco do Sul, atravessando a baía e
finalizando no trajeto entre a Vigorelli até o aeroporto de Joinville, já está em fase de operação
imediata e deve ficar pronto ainda em 2005. Outras alças viárias serão implementadas em
seguida, completando a rodovia cênica: a faixa que compreende a Praia da Enseada e a Praia do
Ervino; o trecho da Praia do Ervino até a ligação com o Balneário Barra do Sul, que será feita por
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ferry-boat; e a estrada que segue de Balneário Barra do Sul até Barra Velha, passando pela região
de Itapocu, que também ganha um ferry-boat. “O projeto visa qualificar estas estradas vicinais já
existentes e transformá-las em rodovias cênicas para potencializar este cenário turístico”,
completa Marcel Virmond Vieira, arquiteto e consultor da Secretaria de Desenvolvimento
Regional (SDR) de Joinville. O gerente de Desenvolvimento Humano da Costa do Encanto, Joel
Gehlen, destaca que “a pavimentação de leitos de estradas já existentes causa um impacto
ambiental menor, além de manter a sinuosidade e as características originais do percurso”.
O acesso pelo mar
Ferry-Boat liga Vila da Glória à São Francisco do Sul A implantação de uma hidrovia na Baia Babitonga vai interligar as cidades de Joinville, Itapoá,
Araquari, e o Centro Histórico de São Francisco do Sul, contemplando comunidades ribeirinhas e
os diferentes balneários da região. O transporte fluviomarítimo será feito com modernas
embarcações de transporte de passageiros oferecendo uma alternativa de deslocamento com
rapidez, conforto e segurança. São Francisco vai receber também o Portal Turístico Naval para
abrigar, além do transporte hidroviário local, grandes navios de cruzeiro, como transatlânticos.
Ainda este ano será inaugurada a primeira linha das hidrovias, com saída do Mercado Público
Municipal de Joinville até São Francisco do Sul. Aliadas ao transporte marítimo, que irá contar
ainda com barcos de pequeno porte em horários intermitentes (os chamados barcos-táxi), haverá
linhas de ônibus regulares especialmente montadas para atender a demanda nos horários de
chegada e saída das embarcações.
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8.9.8. Projeto Peabirú
EXPEDIÇÃO PEABIRU – INTERNET ON-LINE SÉRIE DE TRÊS DOCUMENTÁRIOS PARA TV LONGA METRAGEM “PEABIRU, CAMINHO DE SANGUE” O Projeto Peabiru consiste na produção do documentário "Tribos e Povos do Peabiru" e do longa metragem 'Peabiru, Caminho de Sangue", ambos com roteiro e direção de João D`Bartolo e produção da N&K Cia de Entretenimento. O Caminho do Peabiru surgiu como tema principal do projeto depois de uma extensa pesquisa
durante o ano de 2002 sobre a história do Brasil focada em fatos ocorridos nos estados do Paraná e
São Paulo. Realizada por João D`Bartolo roteirista e diretor, Ândrea Sulzbach pesquisadora
histórica e Igor Chmyz consultor histórico arqueológico da UFPR.
Construído pelos antepassados dos índios por mais de dois mil anos, o Peabiru proporcionou aos
que aqui chegavam, a partir do ano de 1500, quatro mil quilômetros de uma estrada com um metro e
quarenta de largura, forrada por um tipo de grama rala, ligando São Vicente no litoral de São Paulo
ao território Peruano, permitindo assim que os índios trafegassem por toda a América do Sul onde
várias tribos mantinham relacionamentos sociais,artísticos e comerciais.
O Projeto inclui uma expedição que percorrerá toda a extensão do caminho, captando imagens e
realizando entrevistas e tudo mais que for necessário para que o Caminho do Peabiru volte a ser
reconhecido por sua importância e dimensão continental.
Durante a expedição, imagens serão transmitidas via internet on-line, divulgando a viagem com um
enfoque jornalístico de aventura, radiografando o trajeto e trazendo ao vivo a reação do público em
relação ao reconhecimento do Caminho.
Estas imagens servirão de base para a produção do documentário ficcional “Tribos e Povos do
Peabiru” formatado em três episódios para TV.
O Caminho é tão importante, que entre seus ramais estão hoje as cidades de São Paulo, Curitiba,
Paranaguá, Santos, Ponta Grossa, Sorocaba, Castro, Itapetininga, Cascavel, Bauru, Maringá,
Joinville, Três Lagoas, Itajaí, Campo Grande, Dracena entre outras, tornando-o com certeza um
grande facilitador da exploração da América do Sul por portugueses e espanhóis.
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As gravações serão realizadas a partir da cidade de Ponta Grossa em direção as cidades de São
Vicente, Cananéia, Paranaguá, Curitiba, Tibagi, Guairá, Peabiru, Lapa, São Paulo, Foz do Iguaçu,
Castro entre outras, mais o trecho interrnacional que inclui o Paraguai.
8.9.9. Peabiru - Os Incas no Brasil Autor: Luiz Galdino ISBN: 85.87946-04-8, 14x21cm, 192 págs. PEABIRU - OS INCAS NO BRASIL, é uma obra inédita do consagrado escritor Luiz Galdino. O livro apresenta uma hipótese, também defendida no século passado pelo Barão de Capanema, sobre a presença do elemento Inca no território brasileiro durante o período pré-cabralino. Na fundamentação da hipótese, Galdino revela, através de novos argumentos e imagens de peças arqueológicas recentemente encontradas, descobertas e dados relativos aos antigos caminhos conhecidos por Peabiru. Estes caminhos teriam sido construídos na tentativa de extensão do Império Incaico até o Oceano Atlântico. O nome Peabiru é a resultante da coordenação de pe-biru, que equivaleria a caminho para o biru (conforme os Incas denominavam o seu território), caminho para o Peru ou caminho para a montanha do sol. Fonte de acirradas polêmicas, a hipótese defendida por Galdino é desenvolvida em um texto saboroso completado por referências históricas, mapas e imagens de ideogramas e cerâmicas indígenas. Leia o primeiro capítulo da obra:
"Uma hipótese"
"O presente trabalho tem por objetivo, se não comprovar em termos definitivos, pelo menos fundamentar, através de descobertas e dados de pesquisa, a hipótese de que a rede de caminhos conhecida por Peabiru, nos tempos coloniais, representaria, de fato, o testemunho de antigas incursões, com o propósito de estender o domínio incaico até as margens do Atlântico.
A hipótese não é nova. Já no século passado, era defendida, entre nós, pelo Barão de Capanema. A verdade, no entanto, é que jamais foi aceita passivamente. Pelo contrário, a idéia constitui, ainda hoje, fonte de acirradas polêmicas. Diria até que os defensores da influência peruana na origem desses caminhos pré-cabralinos estiveram sempre em franca minoria.
À luz do conhecimento atual sobre o povoamento do Continente, e, sobretudo, da América do Sul, propõem alguns especialistas que tais caminhos demarcassem simplesmente as vias utilizadas, em tempos primevos, para a penetração do interior. Essa é a opinião da professora Maria da Conceição Beltrão.
Afirma a arqueóloga do Museu Nacional ser possível reconhecer, hoje, elos fundamentais que interligam a Pré-História e a História no processo dos assentamentos humanos em nosso território, e que corresponderiam ao enorme sistema viário pré-cabralino conhecido como o conjunto de peabirus e marapés.
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E acrescenta: "Considerando que a entrada do homem na América do Sul se deu através de um corredor livre de florestas, entre os Andes e a atual Amazônia, ali se observaram superposições humanas, bem como conseqüentes pólos irradiadores do desenvolvimento econômico. Esse processo se verifica em dois sentidos. A partir do alto Juruá, situado em pleno corredor migratório, as correntes humanas buscam o litoral atlântico, alcançando-o na altura de Pernambuco; e uma segunda onda, na direção do Sudeste, que se estende até São Vicente. Esse grupo se encarregaria de atingir o planalto meridional e, depois, pela costa, o Nordeste."
Portanto, os caminhos da penetração colonial, equivalentes ao sistema viário dos peabirus, se inserem num triângulo, que tem por lados as rotas utilizadas durante os deslocamentos pré-históricos. E, como bem observa a professora Maria Beltrão, os núcleos responsáveis pelo desenvolvimento econômico no período colonial - Pernambuco, Porto Seguro, São Vicente - situam-se coincidentemente nas zonas terminais das migrações pré-históricas.
Vale lembrar que, apesar da substantivação dos nomes peabiru e marapé, a professora da UFRJ aplica tais denominações exclusivamente aos troncos que serviram à penetração. Nada a ver com certa banalização, corrente hoje, que estende ambos os nomes, quase sempre sem critério, a qualquer pedaço de caminho perdido nos ermos deste país. Semelhante equívoco vem se registrando, até mesmo quando se tem sob os pés vias de reconhecida e evidente feitura colonial.
Também é preciso considerar que a hipótese da arqueóloga Maria Beltrão não invalida necessariamente a outra. Ou seja: que essas primitivas vias de comunicação tenham sido aproveitadas e reaproveitadas tempos depois, servindo a um tráfego nos dois sentidos.
Quando se atribui ao Sumé-São Tomé, por exemplo, a obra do Peabiru, a tradição reza que a abertura teria se efetivado no sentido leste-oeste, contrária portanto à primitiva via de dispersão. E existe, por fim, outra teoria, talvez decorrência da anterior, que entende essa imensa rede de caminhos como conseqüência banal do ir e vir dos índios. Os indígenas não viviam em sua maioria afundados nas matas? Nada mais justo, pois, que abrissem caminhos ligando aldeias entre si ou a lugares mais freqüentados. Aliás, os colonizadores serviram-se, muitas vezes, dessas trilhas, tão boas algumas delas que permitiram aos bandeirantes paulistas caminhar à moda índia: descalços.
É certo que existia a trilha dos Tupiniquins, assim como a dos Tupinambás e a dos Tamoios. E havia a trilha dos Guanás, a dos Carijós e sobretudo a dos Guaranis. Diante de tal panorama, composto por uma intrincada rede de trilhas, o Peabiru teria conquistado maior celebridade pelo fato de ligar o planalto de Piratininga ao Guairá e a Assunção, escalas importantíssimas a caminho do Peru.
A bem da verdade, é preciso dizer que existem argumentos consideráveis na defesa dessas hipóteses. E nós nos propomos, conforme declarado nas linhas iniciais,
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utilizar toda a carga disponível para consolidar aquela que ainda se coloca como a mais frágil das três. Isto é, comprovar a antiga utilização desses caminhos como forma de estender o Império Incaico até o Atlântico.
Essa carga é de duas ordens. Em primeiro lugar, a crônica colonial, através das vertentes portuguesa e espanhola. Nesse caso, a pesquisa acha-se bastante desenvolvida. Faz-se até difícil acrescentar algo novo ao exaustivo trabalho de historiadores e pesquisadores, sobretudo daqueles que, como Hernani Donato, se tornaram especialistas no assunto. Aqui, a pesquisa historiográfica se torna necessária com vistas a estabelecermos uma certeza: a de que todos os caminhos de sul e sudeste levavam ao Peru. Ou vice-versa: de Cusco partiam os variados caminhos que tocavam o Atlântico em pontos diversos como São Vicente, Cananéia, Paranaguá, São Francisco do Sul e a Lagoa dos Patos.
A contribuição de maior peso, no entanto, até porque original, inédita, virá através de dados fornecidos por pesquisa e descobertas de campo. Em se tratando de documentos arqueológicos, nos reportaremos aos trechos de caminhos ainda existentes no oeste paranaense e em território paraguaio. Desnecessário dizer que esses caminhos guardam as características ditadas pelos testemunhos coloniais e pelas tradições indígenas, inclusive o rebaixamento médio de 40 centímetros em relação ao nível do solo.
Em meio a esse acervo praticamente inédito, contaremos a favor do nosso objetivo elementos de ordens variadas, como restos de fortificações, um sem-número de estações nas quais funcionava um sistema de correio tão efetivo quanto o incaico, inscrições de estilos muito originais, pilares e alinhamentos de pedras orientados astronomicamente, exemplares de tábuas de pedra contendo mapas e registros surpreendentes pelo conteúdo raro e forma avançada.
Feito esse breve preâmbulo, passaremos à análise dos elementos aqui propostos e à tentativa de consolidar nossa hipótese de trabalho. Ou seja: provar que essa interessante malha de caminhos pré-cabralinos corresponde ao inconfundível conjunto de vias que se estende ao longo de toda a cordilheira."