6 – O ACOMPANHAMENTO
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6 – O ACOMPANHAMENTO
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• Deve ser o mais funcional possível.
– Tonalidade;– Ritmo;– Fraseio;– Perfil melódico;– Caráter;– Clima expressivo;– Revelação da harmonia inerente do tema;– Estabelecimento de um movimento unificador;
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Omissão do acompanhamento
• Música folclórica.• Música sacra antiga. • Sonatas para instrumentos solo.• Segmentos melódicos que sejam
harmonicamente auto-suficientes.
• Nestes casos a ausência do acompanhamento não prejudica o fornecimento dos contrastes e da transparência da peça musical.
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• Segundo Schoenberg, não é raro encontrar trechos melódicos sem a presença de acompanhamento:
• Contratempos (“sempre que não haja implicações com relação ao conteúdo harmônico, os contratempos permanecem, quase sempre, desacompanhados);
• Segmento inicial de um tema (uníssono ou contrapontístico) (Op.2/1-I);• Segmento inicial com tratamento contrapontistico;• Figuras específicas dentro de um tema;• Final de uma elaboração (Op.53/III);
• “EMBORA A OMISSÃO DO ACOMPANHAMENTO POSSA CONTRIBUIR PARA A TRANSPARÊNCIA, ELA DEVERIA RESTRINGIR-SE AOS SEGMENTOS
HARMONICAMENTE AUTO-SUFICIENTES: EM UMA PASSAGEM HARMÔNICA AMBÍGUA, A NECESSIDADE DO ACOMPANHAMENTO É
IMPERATIVA” (Schoenberg)
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O Motivo de Acompanhamento
• O acompanhamento é um dispositivo unificador da peça musical.
• Deve estar organizado de modo similar ao tema, portanto, utilizando um motivo = motivo de acompanhamento.
– Repetições rítmicas;– Adaptações à harmonia;– Organização formal que permita sua modificação, liquidação
ou abandono;
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Tipos de acompanhamento • À maneira coral: frequente na música coral, homofônica (Op.
53-I compasso 35 e ss.)
• Figuração: acordes arpejados ao piano (Chopin – Fantasia Op.66 ).
• Intermitente: harmonia aparece uma vez no início de um ou vários compassos, ou ainda, no contratempo.
• Complementar: acompanhamento surge do relacionamento entre as vozes, uma preenchendo os vazios da outra.
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Condução das vozes• Tratamento Contrapontístico: incorporação de
fugas ou fugatos (Op.10/2-III).
• Tratamento Semicontrapontístico: possui implicações temáticas e motívicas (Schoenberg também considera o contracanto) (Op. 26-II).
• Tratamento Quase-contrapontístico: modo de ornamentar, melodizar e vitalizar as vozes secundárias da harmonia.
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Tratamento do Motivo de Acompanhamento
• Formas primitivas = baixo de Alberti.
• Modificações de caráter, construção ou acréscimo na quantidade de acordes podem requerer modificações no acompanhamento (Op. 14/2-I).
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7 – CARÁTER E EXPRESSÃO• Estética = música não expressa nada de extramusical.
• Psicologia = música gera associações mentais e emocionais.
• Composições feitas sob a influência expressiva de associações emotivas:
- música programática, noturnos, marchas fúnebres, romances, cenas infantis, peças florais, óperas, balés, músicas de cinema.
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• Caráter: “O TERMO CARÁTER, QUANDO APLICADO À MÚSICA, REFERE-SE NÃO SOMENTE À EMOÇÃO QUE UMA PEÇA DEVERIA PRODUZIR E AO ESTADO
DE ÂNIMO EM QUE FOI COMPOSTA, MAS TAMBÉM À MANEIRA PELA QUAL ELA DEVE SER EXECUTADA”
(Schoenberg).
• Indicações de andamento contribuem de forma reduzida para indicar o caráter.
• Tipo de acompanhamento exercem papel importante na definição do caráter.
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• Segundo Schoenberg, as mudanças de caráter podem influenciar a estrutura musical, mas não se pode afirmar que um clima específico requeira uma forma particular.
• Mas, em geral:
– Humores leves e graciosos = formas descomplicadas, não prolixas.
– Ideias profundas, emoções inquietas e atitudes heróicas = contrastes audaciosos, elaborações cuidadosas, formas mais complexas.
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8 – MELODIA E TEMAMelodia Vocal
Melodiosidade:
- notas relativamente longas;- suave concatenação dos registros;- movimento ondulatório progredindo mais por graus do que por saltos;- evitar intervalos aumentados e diminutos;- adesão à tonalidade e às regiões vizinhas;- emprego dos intervalos naturais de uma tonalidade;- processamento gradual da modulação;- cuidado na utilização das dissonâncias;
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• “ANTES DAS GRANDES MUDANÇAS QUE SE INICIARAM NO PRIMEIRO QUARTO DO SÉCULO XIX, OS ESTETAS PODIAM
CONCEBER A MELODIA EM TERMOS DA BELEZA, EXPRESSIVIDADE, SIMPLICIDADE, NATURALIDADE,
MELODIOSIDADE, ENTOABILIDADE, UNIDADE, PROPORÇÃO E EQUILIBRIO: MAS, TENDO EM CONTA O
DESENVOLVIMENTO HARMÔNICO E SUA INFLUÊNCIA SOBRE CADA CONCEITO DA ESTÉTICA MUSICAL, É ÓBVIO QUE AS ANTIGAS DEFINIÇÕES DE “TEMA” E “MELODIA”, “MELODIOSO” E “NÃO-MELODIOSO” DEIXARAM DE SER
ADEQUADAS” (Schoenberg).
• A história da música revela como o ouvido do músico tornou-se habituado às harmonias cada vez mais longínquas como elementos coerentes de uma tonalidade.
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Melodias Instrumentais• Liberdade restrita às limitações técnicas dos instrumentos.
• Para Schoenberg, uma melodia instrumental ideal, é aquela que pode ser cantada, ainda que por uma voz de incrível capacidade.
• Ainda que impossíveis de serem cantadas podem ser melodiosas.
• Podem se organizar como Temas.
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Melodia versus Tema• Diferem na estrutura e na tendência.
Melodia Tema
Simples Elaborado
Formulação Bidimensional: intervalos e harmonia latente
Formulação Tridimensional: intervalos, harmonia latente e desenvolvimento
rítmico
Evita a intensificação do conflito. Tende à regularidade, simetria e à simples repetição
Tende a aguçar o problema, buscando uma solução, uma elaboração, um
desenvolvimento e um contraste
Harmonia vagueante, instável