Quadros de Alta Qualidade

O quadro de serigrafia (fig.1) é uma peça vital em todo o processo de serigrafia. Deve dar uma especial atenção á elaboração deste porque é daqui que depende o sucesso de cada trabalho.

Sem entrar em pormenores da construção básica de um quadro, que depreendemos que o leitor já conhece, vamos concentrar-se nos aspectos mais relevantes para a reprodução de uma

imagem em fundos escuros em separação de cores 55lpi (linhas por polegada), (Fig. 2) impresso em húmido sobre húmido (sem secagem entre cores).

Tensão

A tensão usada na construção de um quadro é por si só um factor do qual depende a reprodução de uma imagem com a qualidade e a velocidade necessária, sendo que, a falta desta em muitos casos impossibilita a execução de determinados trabalhos com sucesso. A falta de tensão correcta afecta:

1) O Registo – O problema mais óbvio associado será a falta de um registo consistente. O curso de impressão sobre um quadro com pouca tensão provoca o deslizamento da tela e do substrato. Obviamente que é difícil ou até mesmo impossível efectuar o registro em alvos em movimento!

2 - Opacidade da tinta nos fundos escuros – Quanto maior for a tensão, mais fácil será imprimir tintas de grande opacidade como é o caso do plastisol. Uma tensão correcta irá provocar uma pequena deflexão, permitindo que a tinta seja depositada na peça utilizando uma baixa pressão nas racletas. Isto reduz não só o esforço da máquina como também a tinta, apenas é depositada na superfície da peça. O depósito desta camada na superfície da peça produz uma impressão de grande opacidade. Outra das vantagens é traduzida na redução do consumo da tinta e respectivo custo.

3- Depósito de tinta – Este aspecto por vezes não é tido em conta , mas é importante referir que quanto maior for a tensão do quadro, menor será a pressão a ser utilizada pelas racletas de forma a que a tinta passe pela tela, o resultado disto será menos depósito de tinta na peça, a imagem impressa tem uma boa cobertura, bem como se traduz num aproveitamento do próprio tempo dispendido.

4 – Produtividade- Uma das maiores vantagens de se ter uma tensão correcta nos quadros , é sem dúvida a capacidade de poder incrementar a produtividade da própria máquina ( manual bem como automática). Quadros correctamente tencionados proporcionam menos fora de contacto, e

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as racletas trabalham a uma maior velocidade e pode imprimir húmido sobre húmido sem que quadro fique em contacto com a impressão evitando que descole de uma só vez retirando o substracto da palete da máquina.

Tensão Ideal

A tensão que os quadros deverão ter ronda o intervalo de 25 a

35N/cm2. Não deverá esquecer que os quadros poderão perder até 25% da tensão, daí que deve utilizar uma tenção superior a quando da fabricação dos quadros, tudo isto com a ajuda de um tensitometro (Fig.3) sobre a tela, de forma a se certificar que o valor que pretende está correcto.

Causas para a perda de tensão são : a) perfis fracos b) tecido inserido incorrectamente no sistema de esticagem c) mudanças grandes de temperatura d) tempo de espera insuficiente antes da colagem

Tela

A escolha da tela vai ter influência na opacidade da tinta na peça, na resolução dos detalhes, bem como na quantidade de tinta depositada. A escolha da tela correcta, torna-se proporcionalmente mais difícil á medida que a dificuldade técnica do trabalho também aumenta.

Composição da tela

A composição da tela tem uma grande influencia na capacidade do registo permanecer ou não na peça impressa. As opções existentes no mercado em relação ao tecido das telas, são apenas duas: nylon ou poliéster. A escolha correcta do tecido é sem dúvida o poliéster, porquê? O poliéster possui características que o tornam mais estável, e não reage a alterações relacionadas com o calor ou até mesmo com a humidade, sendo assim a melhor escolha para imprimir várias cores num registo mais próximo.

Deve utilizar as seguintes telas, de acordo com:

Tela 32 - base branca , tintas plastisol, tensão 30N, para impressão de fundos sem detalhe. Tela 43 – base branca, tintas plastisol, tensão 30N, para impressão em fundos escuros, em que a base tem um pouco mais de detalhe. Tela 62 – base branca, para impressão de cores claras ou escuras em que a base tem bastante detalhe, (não esqueça que a base que aqui falamos também é efectuada por separação de cores, portanto não é totalmente sólida), tensão 28N.

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Tela 90 – Impressão das cores directas por cima da base branca, obviamente sem secagem intermédia, tensão 25N. Tela 120 – Impressão das cores e do branco final sobre a base, as cores da Imagem da fig. 1, são impressas entre 45 e 70 lpi (linhas por polegada), aqui todas as cores são impressas em húmido sobre húmido com tintas plastisol, de média opacidade.

Emulsão Tipo de Emulsão Existem vários tipos de emulsão disponíveis no mercado, embora a nossa escolha recaia sobre a emulsão Dual Cure, isto porque possui características que consideramos importantes tais como um elevado número de sólidos, boa resolução e definição.

Preparação O quadro deverá ser convenientemente desengordurado e seco antes de aplicar a emulsão. O quadro depois de emulsionado deve ser seco com o lado externo virado para baixo. A secagem deve ser feita de forma gradual a uma temperatura que não deve exceder os 40ºC de forma a evitar o aparecimento de micro fissuras na emulsão, fig 4. Estas originam a deterioração rápida dos quadros bem como o aparecimento de furos aquando a impressão

Fontes de Luz

A fonte de luz que deve utilizar deverá possuir lâmpadas de metal halogéneo de ponto único, como aparece na imagem abaixo, em detrimento das lâmpadas tubulares fluorescentes. As fontes de luz que possuam lâmpadas tipo fluorescentes ou quartz/uv sem reflectores adequados libertam os raios de luz em todas as direcções (fig. 6), impossibilitando assim

revelação de excelente resolução, dado que muitas imagem necessitam da abertura de 5% de ponto. A fonte luz ideal é uma onde todos os raios de luz sejam o mais vertical possível, (fig.7) para conseguir abrir todos os pontos do seu quadro até

mesmo uma trama a 3%. Por outras palavras cada raio de luz deve ser o mais perpendicular possível ao respectivo quadro de serigrafia. Se os raios forem emitidos em vários ângulos o que vai acontecer é

que a luz vai passar em ângulo entre o fotolito e a emulsão do quadro resultando numa perda de detalhe e na redução da definição, (fig. 9) Os melhores resultados surgem de uma combinação do ponto de luz com o reflector desenhado especificamente para reflectir

raios de luz perpendiculares, (fig 10)_____________________________________________________________________________________________________Global Screen Print Academy © - Copyright Direitos Reservados

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Tempo de Exposição A exposição dos quadros faz parte do dia a dia do profissional de serigrafia. Determinar o tempo de exposição correcto é muito importante, pois este influencia a qualidade da definição, o nível de resolução e a vida útil do quadro O que deve fazer? 1. Utilize um medidor de exposição (fig.11 ) nas diferentes telas que usa.

2. Posicione o teste nos respectivos quadros

3. Coloque-o na fonte de luz

4. Exposição durante o tempo aconselhado para cada emulsão e em função de cada tela e da fonte de luz que utiliza.

5. Revele o quadro

Após revelação Após ter revelado o seu quadro duas situações podem ter acontecido:

1ª Situação: Exposição Correcta Boa Revelação - Sem manchas - Todos os pormenores visíveis - Recorte perfeito (fig.12)

2ª Situação : Exposição Incorrecta Revelação Deficiente

Sub-exposição- Com manchas - Emulsão Frágil - Emulsão dissolve-se - Recorte serrilhado

Sobre-exposição - Perda resolução - Os detalhes não revelaram

Revelação do quadro A revelação do quadro deverá ser realizado no tanque de revelação sendo o respectivo quadro molhado de ambos os lados com um jacto de água com media pressão, durante 3 minutos a uma distância de 25 a 30 cm. Volte a virar o quadro e molhe o quadro mais 1 minuto. Leve-os a secar durante o tempo necessário numa estufa ventilada ao máximo de 40º.

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Ficha técnica de impressão (ver fig. 1) N.º cores Cores Tela Tensão

N1 branco 62 30

secagem 2 amarelo 120 25 3 vermelho 120 25 4 castanho 120 25 5 violeta 120 25 6 preto 120 25 7 branco 120 25

O passo seguinte é colocar tinta em todos os quadros existentes em máquina, começando por imprimir com a cabeça nº 1, passando posteriormente para a cabeça nº 2, aqui deve incidir a sua primeira análise relativamente à centragem da impressão. Depois vai imprimir na próxima cabeça e assim sucessivamente. Agora sim estão todas as condições reunidas para avançar com a produção.

Autores : Carla Sousa e Anabela Jordão

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