51 | O Jovem | Julho e Agosto 2012
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o jovem o jovem
Entrevista | E já passou um ano. O
Presidente da Juventude Popular dá
uma grande entrevista a’O Jovem
num momento de retrospectiva e
projecção do futuro. [p.16]
Miguel Pires da Silva
Dossier | Tudo sobre “O
Liberalismo Clássico” – 3ª Parte,
por Miguel Ribeiro. [p.12]
Convidado | Pedro Pinto Lopes,
Presidente da JP Penafiel,
assina a opinião convidada. [p.14]
Especial | Um ano depois de
Lamego. Sabe o que fizeram os
órgãos nacionais da JP [p.6]
Jornal Oficial da Juventude Popular da Maia
51 | Julho e Agosto 2012 | Ano XXVI www.jpmaia.com
edição de Verão!
2 | julho/agosto 2012 o jovem
ficha técnica
Propriedade: Comissão Política Concelhia da Juventude Popular da Maia | Edição: Manuel Oliveira | Colunistas desta edição: Miguel Ribeiro, Ângelo Miguel, João Ribeirinho Soares, Manuel Oliveira, André Bazan | Entrevistado desta edição: Miguel Pires da Silva | Convidados desta edição: Pedro Pinto Lopes, José Miguel Lello e Tiago Loureiro | www.jpmaia.com | [email protected] | Distribuição Digital | Julho/Agosto 2012 | O Jovem 1985 - 2012
A cultura da (in)dependência por André Correia [pág.10]
sumário
Uma pintura para ser avaliada! por José Miguel Lello e Tiago Loureiro [pág.6]
especial
Manuel Oliveira [pág.4] João Ribeirinho Soares [pág.4] Ângelo Miguel [pág.22] André Bazan [pág. 24]
opinião
Liberalismo Clássico | 3ª Parte por Miguel Ribeiro [pág.12]
dossier convidado especial
Pedro Pinto Lopes [pág.14]
entrevista Miguel Pires da Silva, Presidente da JP
[pág.16]
o jovem julho/agosto 2012 | 3
EDITORIAL Comissão Política Concelhia Juventude Popular da Maia
Reunião com a Vereação da Juventude da CMMaia
notícia
É verdade, já passou um ano desde o Congresso Nacional da
Juventude Popular na cidade de Lamego. Parece que foi
ontem. Como já vem sendo hábito nesta casa, O Jovem está
atento e preparou uma edição especial de Verão que foca toda
a sua atenção nesta particularidade.
O Presidente da Juventude Popular, Miguel Pires da Silva, faz
finalmente capa no nosso jornal com uma entrevista que terás
todo o gosto em ler. Este nortenho de 29 anos faz uma
retrospectiva deste primeiro ano de “governação” da nossa jota
sem esquecer, claro está, o futuro. Terás a oportunidade de
acompanhar as reflexões do Miguel sobre o estado actual do
País e descobrir alguns dos seus gostos pessoais.
A edição de Junho de 2012 d’O Jovem é quase toda ela
centrada numa mulher: Vera Rodrigues. Não é que sejamos a
favor das quotas na política e muito menos as praticamos neste
jornal mas a verdade é que os exemplos femininos na política
são tão escassos que temos de os aproveitar. Ainda mais se os
forem do CDS. Ainda mais se os forem do Porto. Ainda mais se
os forem de sucesso. E a Vera é um sucesso presente e uma
aposta clara e contínua de futuro. Nas páginas seguintes terás
não só a oportunidade de apreender todos os conceitos que a
deputada da JP passou na última iniciativa da Juventude
Popular da Maia sobre o primeiro ano de Governo mas também
de te deliciar com uma entrevista alargada sobre pormenores
da vida da deputada e a sua visão de Portugal. A não perder.
E aqui vamos nós. O tempo passa verdadeiramente a correr.
Nesta edição damos-te a conhecer tudo sobre a tomada de
posse da ainda oficialmente, e para sempre oficiosamente,
melhor concelhia da Juventude Popular.
A Jota da Maia está mais madura e atenta. Cansada, talvez.
Mas com muito sangue novo também. É o trabalho e a
dedicação que esgota capacidades, horas e ideias. Há um claro
comprometimento nesta casa com nunca desistir. E já se
passou tanto para que isso pudesse acontecer. Tanto que agora
já parece uma volta no parque. Sabemos o que fazemos,
sempre soubemos. Sabemos como sempre seremos. Assim,
como hoje, e nem mais nem menos.
A ausência de liderança nas estruturas pode conA contar desta
edição contaremos com novos espaços de opinião com ilustres
convidados. Todos os meses a Distrital do Porto da Juventude
Popular assinará uma coluna apelidada de “Este é o Norte!”,
pela mão do seu Presidente João Ribeirinho Soares, que
Mas O Jovem dá-te mais: não percas a leitura essencial do
especial “Uma pintura para ser avaliada” dividida em duas
partes. Uma da responsabilidade do Secretário-Geral da
Comissão Política Nacional da JP, José Miguel Lello, e outra da
responsabilidade do Coordenador do Gabinete de Estudos da
JP, Tiago Loureiro. Dois textos que te ajudarão a compreender
tudo o que estes dois órgãos nacionais realizaram no último
ano.
O tema do “Liberalismo Clássico” continua presente agora com
a terceira, e última, parte do texto produzido pelo Miguel
Ribeiro. Sabe mais sobre …
Por estes lados não há praticamente férias. Continuamos a
trabalhar por ti e para ti. É um bom hábito que não queremos
que vá embora. Boas férias! Bom Verão!
Este mês os textos de opinião ficam a cargo do João Ribeirinho
Soares, do Ângelo Miguel, do Manuel Oliveira e do convidado
especial Hugo Nunes.
Não percas a primeira parte do Dossier sobre Liberalismo
Clássico, pelo Secretário-Geral da Juventude Popular da Maia,
Luís Miguel Ribeiro e acompanha mais dois textos de enorme
qualidade do André Bazan e do Ângelo Miguel. Este mês temos
também mais um amigo a ocupar um espaço reservado apenas
a essas pessoas especiais: Daniel Albino, militante da
Juventude Popular de Lisboa e ex-Secretário Geral adjunto, é o
convidado.
Motivos mais do que suficientes para acompanhares O Jovem
naquela que será uma edição que antecede a cobertura especial
da próxima iniciativa da concelhia maiata: Tertúlia “Um Ano de
Governo” com a deputada Vera Rodrigues. Entretanto, e com
uma vontade enorme, continuaremos por aqui a trazer-te todas
as notícias no mais antigo jornal da JP. Há uma alma que não se
mata. Nem que tenha só uma página.
nesta nova edição que mantém o espaço de entrevista a uma
figura destacada. Este mês contamos com o incansável José
Lello, Secretário-Geral da Juventude Popular. Como uma
leitura leve e descontraída podes encontrar a secção “Sabias
que…” com dados curiosos e pertinentes da história da
concelhia da Maia, da JP e do CDS.
Desafiamos-te a escreveres connosco mais um capítulo desta
tão recheada história. Há jornais épicos.
Parece que foi ontem
No passado dia 26 de Julho a Juventude Popular da Maia reuniu
com a Vereação da Juventude da Câmara Municipal da Maia
com o objectivo da apresentação, por parte deste órgão, do seu
mais recente projecto. Um projecto que surge após a dissolução
da Feira das Oportunidades, que todos os anos tinha lugar no
Parque Central da Maia, e que vai colmatar, para bem melhor,
esta situação.
A Juventude Popular da Maia ficou francamente agradada com
tudo o que ouviu sobre esta nova iniciativa que terá como tema
central o Empreendedorismo e a Inovação. Uma ideia que
sempre defendemos nos Conselhos Municipais da Juventude e
que agora terá a grande oportunidade de se realizar. Como será
lógico e da mais elementar boa-fé, a Juventude Popular da
Maia parabenizou o Pelouro pelas linhas mestras deste projecto
colocando-se ao dispor para toda ajuda que seja necessária.
Embora não nos seja possível para já revelar pormenores, os
indicadores apontam para um projecto que tudo tem para
resultar e ser um exemplo a seguir em todas as autarquias.
Álvaro Castello-Branco é o novo Presidente da Comissão
Política Distrital do Porto do CDS. Num cargo que já
4 | julho/agosto 2012 o jovem
Este é o Norte! Por Terras de Lidador
por João Ribeirinho Soares Presidente da Distrital do Porto da JP
por Manuel Oliveira Presidente da Juventude Popular da Maia
Saber ser oposição
facebook.com/juventudepopularmaia
Espírito Olímpico
Em tempos de Jogos Olímpicos (JO) e após ler e ouvir
diversos comentadores criticarem a missão olímpica (MO)
portuguesa com manchetes pseudo-cómicas tendo a
coragem de assinar artigos onde comparam uma nação às
medalhas conseguidas por Phelps em 12 anos de carreira
humilhando-se a si próprios, não poderia remeter-me ao
silêncio e às gloriosas vitórias futebolísticas que vou
festejando anualmente.
Durante os JO de Londres repetiram-se as notícias nos mais
diversos órgãos de comunicação social com uma constante
humilhação da nossa Nação. O chefe da MO altamente
revoltado deu uma conferência de imprensa acusando o País
de “falta de espírito desportivo” e a comunicação social de
“não compreender os feitos” dos atletas portugueses. Este
alto responsável desportivo lançou não um mero recado à
classe política e aos portugueses mas sim uma severo ataque
à forma como se tem vindo a fazer as coisas por cá. Não sei o
que vai na cabeça deste senhor mas espero que as suas
palavras sejam analisadas e debatidas com seriedade, sem
populismo nem demagogia. Perguntarão os portugueses
como é possível haver “falta de espírito desportivo” em
Portugal? Com tantos campos de futebol, pistas de atletismo,
pavilhões gimnodesportivos e centros de alto rendimento,
como é possível falhar? Depois de tanto dinheiro gasto e após
tantas promessas dos mais variados Presidentes de Câmara
em construir um campo de futebol e um gimnodesportivo por
freguesia como é possível um desaire destes? Para que
servem então as infra-estruturas desportivas espalhadas
pelos concelhos do País se nem conseguem incutir o tal
“espírito desportivo” nos portugueses? Esta é mais uma prova
de que o decreto político não faz milagres. Da mesma forma
que não se cria 150 mil empregos por decreto, nem se vaticina
o fim da crise ou um memorável desempenho económico,
não iremos conseguir por a classe política a incutir “espírito
desportivo” nos portugueses. Infelizmente andamos a pagar
os erros do passado mas por mais que queiram ainda somos
livres de escolher o desporto que queremos praticar e graças
a Deus não vivemos na Coreia do Norte.
Não poderia deixar de dar os parabéns aos nossos atletas da
canoagem que conseguiram uma medalha de prata histórica.
.e a todos os que se superaram e elevaram o nome de
Portugal ao mais alto nível. Parabéns. Como sabem, na passada semana milhares de militantes do
CDS e da JP elegeram a nova Comissão Política Distrital do
facebook.com/jpdistritalporto
Desde que assumi o desafio em 2009 de ser o principal
responsável por esta casa maiata jovem popular que
tenho tentado manter uma linha coerente e séria
naquelas que são as posições políticas da estrutura em
relação aos mais variados temas. Desde que assumi as
presentes funções que não me recordo de o CDS e a JP
na Maia serem oficialmente parceiros do partido
dominante na Câmara Municipal do nosso concelho.
Muito menos me recordo, e já levo uns bons oito anos
disto, de uma parceria séria e frutuosa entre o CDS e a
JP na Maia com o partido dominante na Câmara
Municipal. Eu sei que estou a ser repetitivo mas, e para
quem tem problemas de lentidão, lugares
aparentemente dourados em empresas de transporte
de passageiros não se encontram aqui classificados.
Repito: parceria séria e frutuosa não me recordo.
Agora, é neste ponto que entra exactamente o que
comecei a explicar no início.
Saber ser oposição é, e novamente para aqueles mais
desatentos ou simplesmente burros, promover apenas
o ideal de bem-estar da nossa população em qualquer
que seja o objectivo. É isso que, e sem modéstia
qualquer da minha parte, a Juventude Popular da Maia
tem feito nos últimos três anos. Se for preciso dizer que
a Câmara Municipal gasta erradamente o dinheiro dos
contribuintes, nós dizemos. Se for preciso dizer que os
intervenientes na Assembleia Municipal não são
dignos, em determinados momentos, da
responsabilidade que o eleitorado maiato lhes conferiu,
nós dizemos. Se for preciso dizer que acabar com a
Feira das Oportunidades e lançar um novo conceito
focado em termos práticos no Empreendedorismo foi o
melhor que o Pelouro da Juventude da Autarquia fez,
nós dizemos. E apoiamos.
Ser oposição é isto: estar atento, ser responsável e
despretensioso. É por isto que eu amo esta casa e toda
a inveja que ela provoca nos outros.
É certo e sabido que o poder autárquico (instalado) dá
emprego a muita boa gente. Boa gente, sublinho. É um
facto que não me enche de orgulho mas sinceramente
também não me afecta minimamente. Não sou
daqueles, nunca fui, que diz que um dos principais
opinião
o jovem julho/agosto 2012 | 5
Diogo Freitas do Amaral foi o primeiro Presidente do CDS?
Entre 1974 e 1986 esteve activamente envolvido na defesa
da Democracia Cristã. Co-fundador do Partido do Centro
Democrático Social, logo após o 25 de Abril de 1974, foi
Presidente da Comissão Política Nacional do CDS,
entre 1974 e 1982 e, de novo, entre 1988 e 1991. Após a vitória
da Aliança Democrática, em 1980, fez parte do VI Governo
Constitucional, como Vice-Primeiro-Ministro e Ministro dos
Negócios Estrangeiros. Após a morte de Francisco Sá
Carneiro, em Camarate, cuja morte e dos que o
acompanhavam lhe coube anunciar na televisão, assumiu
funções como Primeiro-Ministro interino do mesmo Governo.
Integrou o VIII Governo Constitucional, de Pinto Balsemão,
como Vice-Primeiro-Ministro e Ministro da Defesa Nacional,
de 1981 a 1983. Entre 1981 e 1982 foi Presidente da União
Europeia das Democracias Cristãs.
Candidato a Presidente da República nas eleições de 1986,
obteve o apoio do PSD e do CDS, atingindo 48,8% dos votos
na segunda volta, próximos, mas insuficientes para a vitória.
Adelino Manuel Lopes Amaro da Costa, nascido a 18 de
Abril de 1943, foi, conjuntamente com Diogo Freitas do
Amaral, fundador do Centro Democrático Social uns meses
depois da revolução de 25 de Abril de 1975.
Por muitos, das mais variadas áreas ideológicas, é
considerado um dos políticos mais brilhantes e capazes de
sempre da história contemporânea portuguesa. Foi
Ministro da Defesa Nacional num Governo de Francisco Sá
Carneiro sustentado pela coligação do Partido Social
Democrata, pelo Centro Democrático Social e pelo Partido
Popular Monárquico. Juntos constituíram a Aliança
Democrática que só viria a ser afectada em 1980 pelo
desastre aéreo de Camarate que assassinou Amaro da
Costa e Sá Carneiro. Assim nascia o mito.
Um dia disse que “a Juventude não é instalada!” Hoje é o
Sabias que...
Diogo Freitas do Amaral
Fonte: Wikipedia
Adelino
Manuel
Lopes
Amaro da
Costa,
nascido a
18 de
Abril de
1943, foi,
conjunta
mente
com
Diogo
Freitas do
Amaral,
fundador
6 | julho/agosto 2012 o jovem
Os actuais órgãos nacionais da Juventude Popular foram eleitos há
um ano na cidade de Lamego. Esta é a altura de fazer um balanço do
trabalho desenvolvido. O Jovem convidou o Secretário-Geral da JP,
José Miguel Lello, e o Coordenador do Gabinete de Estudos, Tiago
Loureiro, para que fiques a par de todos os indicadores da tua Jota!
Uma pintura para ser avaliada!
especial
ouco mais de um ano passado desde o Congresso de
Lamego muito aconteceu no seio da Juventude Popular.
Assiste-se hoje a uma JP mais unida e coesa, com os olhos
postos no Futuro.
O ano que passou foi um ano de extrema complexidade e
bastante exigente a nível nacional. Como todos sabem a
Comissão Politica Nacional herdou uma estrutura cansada
e dividida, na qual reinavam sentimentos como a
discórdia, falta de confiança e cepticismo em relação ao
actual mandato, como também em relação à Secretaria-
geral, ou seja, tornou-se absolutamente prioritário fazer
jus ao título da nossa Moção e rapidamente promover a
União e o Crescimento no seio da Juventude Popular.
Neste sentido julgo imperativo fazer uma análise assente
em três linhas: JP Nacional (continental); Relações
Internacionais e Ilhas.
Em termos nacionais este primeiro ano foi um ano decisivo
na construção e solidificação da Juventude Popular.
Tornou-se absolutamente essencial conseguir criar laços e
unificar a estrutura ao mesmo tempo que se deu um forte
impulso eleitoral e, consequentemente de crescimento.
Este abrupto crescimento fez com que obrigatoriamente a
Comissão Politica Nacional (CPN) atravessasse um período
de reflecção e crescimento, no qual se traduziu como
inevitável a cada vez maior profissionalização da JP a
todos os níveis. Consciente das necessidades internas que
semelhante crescimento acarreta, e cumprindo aquilo a
que se tinha proposto no Congresso Electivo, Miguel Pires
da Silva foi um dos fortes impulsionadores à realização de
um Congresso Estatutário em Fevereiro deste ano,
decidindo ainda que a CPN, de forma a demostrar total
transparência e integridade, não iria apresentar nenhuma
Proposta de Alteração Estatutária. Garantiu-se assim uma
total e franca abertura a todos os militantes e estruturas
eleitas na construção e na modelação do futuro da JP.
Conscientes das necessidades e das responsabilidades que
iram recair sobre os militantes da Juventude Popular nas
eleições autárquicas de 2013, a Juventude Popular, em
convénio com o Gabinete Autárquico do CDS-PP, deu início
a um “tour” nacional no qual se pretende consciencializar e
formar os nossos militantes dos desígnios futuros que os
esperam. Esta parceria foi por todos acolhida e
eleições autárquicas de 2013, a Juventude Popular, em
convénio com o Gabinete Autárquico do CDS-PP, deu
início a um “tour” nacional no qual se pretende
consciencializar e formar os nossos militantes dos
desígnios futuros que os esperam. Esta parceria foi por
todos acolhida e desenvolvida com o máximo interesse.
Apesar do esforço físico e financeiro que esta acarreta,
acreditamos que a partilha e o envolvimento entre os
militantes de ambas as instituições se traduziria em
resultados bastante benéficos. Por um lado aumentou a
cumplicidade entre as estruturas eleitas ou em vias de
eleição com o CDS distrital e/ou Concelhia, bem como os
dirigentes e militantes da JP tiveram uma oportunidade
única de consciencialização dos reais problemas dos seus
Distritos e Concelhias por parte daqueles que diariamente
laboram em prol do desenvolvimento das suas terras
natais.
Neste último ano, a JP teve um crescimento que, em nota
pessoal, julgo bastante positivo. Cresceu sensivelmente
três mil militantes (3000), a uma média de duzentos e
cinquenta (250) novos militantes por mês, foi eleita a
Comissão Politica Distrital de Leiria, foram realizadas mais
de cem (100) eleições e existem já várias eleições
(Distritais e Concelhias) para serem marcadas após as
férias de verão. Claro que este crescimento obriga a todo
um novo paradigma de apoios e envolvimento por parte
da CPN com as estruturas eleitas. Desta forma, têm vindo
a ser criados os mais diversos materiais logísticos para o
apoio das actividades realizadas pelas estruturas, ao
mesmo tempo que, num período económico interno
bastante exigente, existiu uma total e franca
disponibilidade continua no apoio e no desenvolvimento
das actividades promovidas pela Distritais e Concelhias
eleitas.
Chegado a este ponto torna-se obrigatória fazer uma
menção a todos aqueles que de forma paralela com a CPN
trabalham de forma afincada no crescimento e na
dinamização da JP. Mesmo estando em Agosto, existem
Comissões Politicas Distritais e Concelhias que estão a
efectuar campanhas de dinamização da JP, que estão
reunidas com as Concelhias do CDS com os olhos postos na
criação de uma mais valia para com as eleições que se
avizinham, trabalhando na formação de novas Concelhias e
aumentando o número de militantes naquelas que já
existem. É com imenso orgulho que afirmo que, mesmo
estando em período de férias, é raro o dia em que não
chegam até à Secretaria Geral novas Propostas de
Militância provenientes de todo o país. Ainda de âmbito
nacional, uma nota muito especial ao Gabinete de Estudos
P
O Jovem concentrou neste especial dois textos importantes para compreenderes o trabalho de um ano “pós-Lamego”.
por José Miguel Lello Secretário-Geral da Juventude Popular
existem. É com imenso orgulho que afirmo que, mesmo
estando em período de férias, é raro o dia em que não
chegam até à Secretaria Geral novas Propostas de
Militância provenientes de todo o país. Ainda de âmbito
nacional, uma nota muito especial ao Gabinete de Estudos
Gonçalo Begonha (GEGB), cujo trabalho e empenho neste
ultimo ano vieram revelar que, aquando do Congresso de
Lamego, não poderiam ter sido convidados, propostos e,
consequentemente, eleita melhor equipa, claramente uma
aposta ganha.
A JP tem bastantes compromissos a nível internacional.
Miguel Pires da Silva (Representante da JP Internacional),
em Ano Europeu da Juventude, encarou com naturalidade
tal desígnio e tem trabalhado de forma afincada para que
a JP seja vista não apenas como um membro pagador de
quotas, mas sim como uma voz cada vez mais activa e
preponderante nas mais diversas instancias. Neste sentido
foi feita uma selecção das instituições chave com as quais
se iria trabalhar e, pedida escusa daquelas que não se
revelariam uma mais-valia às nossas políticas. Reflexo do
trabalho e empenho que tem vindo a ser desenvolvido,
hoje Miguel Pires da Silva ocupa dois lugares de relevo e
destaque. Vice-Presidente do “Democrat Youth Community
of Europe” (DEMYC) e Membro Executivo da Direcção do
“International Young Democrat Union” (IYDU).
A CPN eleita deparou-se com uma situação bastante
delicada no que toca aos Arquipélagos. Tanto a Madeira
como os Açores iam ser palco de eleições regionais em
situações políticas bastante adversas e radicalmente
diferentes entre si. Por um lado, na Madeira, uma JP forte,
motivada e identificada ao máximo com o partido. O ano
de 2011 marcava no arquipélago o verdadeiro paradigma
de mudança politica após mais de três décadas de
despesismo exacerbado que deixou ambas as ilhas numa
situação extraordinariamente delicada a todos os níveis.
Por outro lado nos Açores vivia-se uma situação bastante
mais complexa. Nove ilhas distanciadas pelo vasto Oceano
Atlântico das quais todas apresentam situações e
dificuldades muito diferentes, partilhando um elo comum
entre si, a latente falta de oportunidades para os mais
jovens, com a agravante de que a JP Açores se encontrava
adormecida, não existindo nenhuma estrutura eleita.
Em ambos os casos houve uma total disponibilidade de
ajuda, empenho e trabalho da nossa parte.
Na Madeira, como tiveram oportunidade de constatar
pelos resultados eleitorais, as eleições correram muitíssimo
bem, tendo sido obtido um resultado histórico. A JP está
de Parabéns! Houve uma dedicação e mobilização durante
<<
9 | julho/agosto 2012 o jovem
diferentes entre si. Por um lado, na Madeira, uma JP forte,
motivada e identificada ao máximo com o partido. O ano
de 2011 marcava no arquipélago o verdadeiro paradigma
de mudança politica após mais de três décadas de
despesismo exacerbado que deixou ambas as ilhas numa
situação extraordinariamente delicada a todos os níveis.
Por outro lado nos Açores vivia-se uma situação bastante
mais complexa. Nove ilhas distanciadas pelo vasto Oceano
Atlântico das quais todas apresentam situações e
dificuldades muito diferentes, partilhando um elo comum
entre si, a latente falta de oportunidades para os mais
jovens, com a agravante de que a JP Açores se encontrava
adormecida, não existindo nenhuma estrutura eleita.
Na Madeira, como tiveram oportunidade de constatar
pelos resultados eleitorais, as eleições correram
muitíssimo bem, tendo sido obtido um resultado histórico.
A JP está de Parabéns! Houve uma dedicação e
mobilização durante toda a campanha absolutamente
irrepreensíveis, reconhecida pelo CDS Madeira. Podemos
destacar o facto do líder da JP Madeira à época, Lídio
Aguiar, ter sido convidado para Mandatário da Campanha
Regional e, posteriormente, eleito deputado regional.
Os Açores é um caso diferente, pois ainda não houve
eleições. Mas já se sentem sinais de crescimento e
mobilização bastantes inspiradores e auspiciosos. Apesar
das dificuldades logísticas e politicas que se vivem, cujo
apontamento julgo não ser necessário, existem neste
momento sete Concelhias eleitas. Estão a ser trabalhadas e
perspectivadas novas Concelhias que serão eleitas no mês
de Setembro. Desta forma iremos conseguir que em plena
campanha eleitoral a JP e o CDS se apresentem como uma
alternativa viável e segura para todos os jovens açorianos
que hoje, mais do que nunca, precisam de uma mão amiga
e consciente no processo de crescimento de modo a que
todos possam ver melhorado o seu índice de satisfação
futura.
Muito mais tem que ser feito, e muito mais se vai fazer!
Mas, neste momento de balanço, posso afirmar que
passado um ano existem seis palavras que definem aquela
que foi a nossa JP: União; Crescimento; Trabalho;
Dedicação; Profissionalização e Maturidade e acreditem
que tenho orgulho em trabalhar e pertencer a uma equipa
que tudo fez e faz para elevar estes valores no seio da
nossa Instituição.
Com Um Abraço Amigo:
interesse. Apesar do esforço físico e financeiro que esta
acarreta, acreditamos que a partilha e o envolvimento
entre os militantes de ambas as instituições se traduziria
10 | julho/agosto 2012 o jovem
á um ano atrás saí de Lamego confiante na
superação das melhores expectativas e consciente do
trabalho e do esforço que seriam necessários para o
conseguir. Ao mesmo tempo, saí acompanhado por
uma equipa que me dava a possibilidade de construir
essas expectativas em terreno seguro e que me oferecia
a garantia de colocar mãos à obra na proporção que
elas exigiam. Passado um ano, se há um primeiro e
grande sucesso a registar, é a da capacidade e da
qualidade das pessoas que compõem o Gabinete de
Estudos Gonçalo Begonha (GEGB).
Hoje, olhando para trás e vendo o filme do último ano, é
inevitável reparar num argumento rico e denso e numa
interpretação de qualidade. Com efeito, o primeiro ano
de mandato foi essencialmente um período de criação e
afirmação da marca GEGB enquanto veículo de
formação e informação. Num tempo em que os jovens
se informam e se cultivam em frente ao ecrã de um
computador e navegando nas cada vez mais apetecíveis
ondas da internet, a aposta não poderia ser outra senão
a maximização das potencialidades que as novas
formas de comunicar e propagar a informação nos
oferecem.
Para facilitar esse intento, o primeiro passo foi a criação
da página oficial do GEGB no Facebook, cujo
imediatismo e potencial de partilha a foi tornando no
veículo mais relevante na transmissão de conteúdos e
na divulgação do trabalho que o GEGB vai fazendo.
Hoje, passado um ano, são já mais de 750 as pessoas
que acompanham nos acompanham através dessa rede
social. Até ao final do mandato, o objectivo é dobrar a
nossa audiência “facebookiana” para, com isso, fazer
chegar mais longe e a mais pessoas o trabalho que
ainda temos a desenvolver e aquele que guardamos no
arquivo histórico da Juventude Popular.
A acompanhar esta entrada nos meios tecnológicos
nasceu o website do GEGB, simples e funcional, que
representa um “armazém” onde está depositado todo o
conhecimento, de produção própria ou externa, que o
A acompanhar esta entrada nos meios tecnológicos
nasceu o website do GEGB, simples e funcional, que
representa um “armazém” onde está depositado todo o
conhecimento, de produção própria ou externa, que o
GEGB divulga. A inclusão de uma Biblioteca Virtual,
dinâmica, em constante crescimento e actualização,
que aproveita e seleciona os recursos online já
disponíveis, será porventura o melhor exemplo disso.
Mas não nos ficamos pela divulgação de conteúdos já
produzidos. Novos recursos, como o “Caderno de Ética
na Política”, ou traduções oportunas de obras tão
singularmente importantes como o clássico de
Oakeshott, “On Being Conservative”, fizeram também
parte das nossas iniciativas.
Ainda no que diz respeito a conteúdos ideológicos e
doutrinários, e continuando a obedecer à primazia dada
às novas formas de comunicação, os meios audiovisuais
não foram desprezados, sendo a divulgação de
pequenos vídeos com grandes mensagens, geralmente
com traduções originais do GEGB, uma constante.
Também no plano audiovisual, a inovação e a
excelência de conteúdos fez parte da “marca GEGB”.
Não esquecendo a importância que o 25 de Novembro
de 1975 teve na história recente do país, o GEGB lançou
um inédito e original documentário em vídeo, onde
compilou os acontecimentos mais importantes que
ocorreram entre a Revolução dos Cravos e essa data. Ao
mesmo tempo, foi elaborado um caderno em que, com
mais minúcia e pormenor, se relataram todos os
eventos históricos de então, naquele que é um
documento sem paralelo, na preservação histórica de
momentos que muitos preferem omitir.
Também no mesmo registo, o GEGB gravou para a
posteridade um pequeno resumo biográfico sobre o
patrono da Juventude Popular, Amaro da Costa, na data
do seu nascimento, complementando-o, mais uma vez,
com um documento escrito, bastante revelador da
personalidade daquele que, ao longo dos anos, nos vai
inspirando.
Vários outros exemplos que ajudam a caracterizar este
ano de GEGB como um ano de sucesso não caberiam
nestas linhas sem as tornar maçadoras. Mas importa
registar mais um, deixado propositadamente para o
final, aproveitando que escrevo estas linhas numa
edição deste exemplo institucional que é “O Jovem”,
que tive o gosto de comandar durante três anos. Um
por Tiago Loureiro Coordenador do Gabinete de Estudos da JP
H
registar mais um, deixado propositadamente para o
final, aproveitando que escrevo estas linhas numa
edição deste exemplo institucional que é “O Jovem”,
que tive o gosto de comandar durante três anos. Um
exemplo que inspirou vários projectos semelhantes de
outras concelhias da Juventude Popular. E que,
juntamente com eles, inspirou uma das mais relevantes
realizações do GEGB neste primeiro ano de mandato: o
“popcom”. Em duas edições, foram mais de cem as
páginas de conteúdos de excelência colocados à
disposição dos quase três mil leitores que já nos
conhecem (e daqueles que ainda o venham a fazer),
fruto do trabalho da equipa incansável que me
acompanha no GEGB, de convidados que fazem o favor
de nos ajudar e de entrevistados de qualidade ímpar. O
“popcom” começa a deixar a sua marca e promete mais
informação, melhor formação e crescente inovação no
futuro.
Nestas linhas, para além de não caber tudo o que foi
feito no primeiro ano de mandato, não cabem as
expectativas, os desejos e os planos para o caminho que
ainda falta percorrer até meados de 2013. A linha
condutora, essa, manter-se-á inalterada: privilegiar o
conhecimento como a principal matéria-prima de uma
vida política e partidária que valha realmente a pena.
Afinal, como disse Benjamin Franklin, “investir em
conhecimento rende sempre os melhores juros”. Essa é
a nossa crença. Essa é a base da nossa missão.
diferentes entre si. Por um lado, na Madeira, uma JP forte,
motivada e identificada ao máximo com o partido. O ano
de 2011 marcava no arquipélago o verdadeiro paradigma
de mudança politica após mais de três décadas de
despesismo exacerbado que deixou ambas as ilhas numa
situação extraordinariamente delicada a todos os níveis.
Por outro lado nos Açores vivia-se uma situação bastante
mais complexa. Nove ilhas distanciadas pelo vasto Oceano
Atlântico das quais todas apresentam situações e
dificuldades muito diferentes, partilhando um elo comum
entre si, a latente falta de oportunidades para os mais
jovens, com a agravante de que a JP Açores se encontrava
adormecida, não existindo nenhuma estrutura eleita.
Em ambos os casos houve uma total disponibilidade de
ajuda, empenho e trabalho da nossa parte.
Na Madeira, como tiveram oportunidade de constatar
pelos resultados eleitorais, as eleições correram muitíssimo
<<
dossier
O Liberalismo Clássico
por Luís Miguel Ribeiro
<< caos através da colaboração dos indivíduos que
apresentam os mesmos tipos de interesses como por
exemplo na formação de uma banda de música, na
organização de uma festa popular ou claque de futebol
os seus membros organizam-se por apresentaram um
interesse comum, sem que para isso seja necessário
uma ordem de um organismo de controlo central. Desta
ordem espontânea é também objecto de estudo por
parte da escola Austríaca os mecanismos de preços, ou
seja, como os preços são estabelecidos entre a oferta e
a procura numa transacção espontânea. Assim, quando
a oferta e a procura se encontram traduz-se numa
relação de cooperação entre os dois indivíduos sem
existir uma terceira pessoa a impor a sua vontade.
A diferença entre Mises e Hayek é que o segundo tende
a dar enfase aos limites do conhecimento, da razão, às
acções humanas de ordem espontânea e ao direito
comum (do inglês: common law) – decisões dos
tribunais que não obedecem a um acto legislativo.
Assim para este pensador a maior parte dos actos
humanos surgem da livre vontade humana e não por
decreto de uma governação central (“The Result of
Human Action but not of Human Design”).
Quanto a Mises apresenta uma abordagem diferente
através de uma lógica dedutiva, isto é, que é possível
encontrar certas verdades - axiomas - que podem ser
verificados através da experiência ou da lógica. E deste
ponto de vista a economia passa a ser vista como a
matemática. Um exemplo dos axiomas utilizados por
Mises é que o valor é algo subjectivo, isto é, um objecto
só tem o valor que alguém lhe possa atribuir.
No entanto, relativamente às funções que os governos
devem exercer os dois pensadores entram em acordo,
principalmente porque aos Estados falta o
conhecimento dos nossos objectivos individuais, e
não sendo possível a uma entidade prever todas as
vontades dos seus cidadãos nem tão pouco é possível
identificar quais os métodos para se alcançar esses
objectivos pessoais principalmente devido ao facto
12 | julho/agosto 2012 o jovem
>> terceira parte
Das correntes de pensamento do liberalismo clássico
esta é a terceira e ultima parte. Desta vez esta edição
destaca a filosofia da metodologia da Escola Austríaca e
as filosofias do Anarcocapitalismo.
Escola Austríaca
A Escola Austríaca teve como impulsionadores Ludwing
von Mises (1881-1973) e o prémio nobel da Economia
Fredrick August Hayek (1899-1992) e embora existam
semelhanças sua na forma de pensamento, ambos
divergem quanto à forma de actuação do governo e
quais os seus limites de actuação.
Esta corrente do pensamento económico coloca uma
especial prioridade à livre organização humana, isto é,
às actividades organizadas que surgem num aparente
caos através da colaboração dos indivíduos que
apresentam os mesmos tipos de interesses como por
exemplo na formação de uma banda de música, na
organização de uma festa popular ou claque de
futebol os seus membros organizam-se por
Secretário-Geral da Juventude Popular da Maia
o jovem julho/agosto 2012 | 13
conhecimento dos nossos objectivos individuais, e não
sendo possível a uma entidade prever todas as
vontades dos seus cidadãos nem tão pouco é possível
identificar quais os métodos para se alcançar esses
objectivos pessoais principalmente devido ao facto do
ser humano ser imprevisível.
Mas quanto ao dever que os Estados devem ter perante
os seus cidadãos, estes dois Economistas divergem
novamente na sua opinião, pois para Hayek os
Governos deveriam seguir certos princípios que
limitassem a sua actuação. Dentro destes princípios
estariam consagradas regras que, por exemplo,
garantissem a aplicabilidade da lei de igual forma para
todos os seus cidadãos uma vez na actualidade os
governos sempre que elaboram leis excluem-se da sua
aplicabilidade. Assim, para Hayek, os deveres dos
Estados assemelham-se aos de Milton Friedman e da
Escola de Chicago mas através de com uma
metodologia de pensamento diferente. Para Mises,
seguindo a sua linha de pensamento a intervenção dos
Estados deve ser minimalista e deve ser justificada para
proteger a vida humana, liberdade e a propriedade
privada, ou seja, deve fornecer os tribunais para
resolver conflitos internos, policia e militares.
Anarcocapitalismo
Esta corrente de pensamento teve como influenciador
Murray Rothbard (1926 – 1995) e David Friedman (1945
– presente) filho de Milton Friedman e é essencialmente
uma filosofia politica que advoga a eliminação total do
estado para que os indivíduos sejam livres para actuar
num livre mercado. Numa sociedade anarcocapitalista a
lei, tribunais, moeda, forças coercivas assim como
outros métodos de segurança seriam providenciados
pelos privados que actuam em concorrência ao invés do
modelo actual de financiamento por impostos. Embora
os dois autores tenham abordagens diferentes
concordam num elemento central: Que o estado não
deveria existir de todo.
Mas o que é um estado soberano e porque não deve
existir? A definição de estado provém de Max Weber
(1864 – 1920) um importante sociologista alemão: “O
Estado é uma instituição que reclama para si o
monopólio da legitimidade do uso da força num dado
território”. Assim, Rothbard defende uma posição
baseada nos direitos naturais de Nozick assim como
Mas o que é um estado soberano e porque não deve
existir? A definição de estado provém de Max Weber
(1864 – 1920) um importante sociologista alemão: “O
Estado é uma instituição que reclama para si o
monopólio da legitimidade do uso da força num dado
território”. Assim, Rothbard defende uma posição
baseada nos direitos naturais de Nozick assim como na
filosofia de Mises, onde desenvolve o axioma da não-
coercividade que conclui que é sempre errado a
utilização da força excepto em casos de autodefesa,
sendo este um princípio que deve pautar a actuação dos
Estados. Rothbard entende ainda que a existência de
um Estado é uma clara violação dos direitos naturais
uma vez que os governos utilizam métodos coercivos
para obterem aquilo que pretendem e considera os
impostos como um “roubo” uma vez que não existe
diferença na remoção de parte de rendimento de um
individuo por um ladrão ou por um Estado uma vez que
somos coagidos a tal.
A abordagem de David Friedman é através de uma
metodologia de abordagem que segue a linha de
pensamento do seu pai e da Escola de Chicago, isto é,
através de análises empíricas como a comparação das
consequências entre a eficiência dos mercados livres
com os mercados de planeamento central. No entanto
ao contrário do seu pai, David Friedman afirma no seu
livro The Machinery of Freedom que o mercado privado
é sempre o mais eficiente mesmo no fornecimento de
bens e serviços mesmo os nos mais tradicionais, isto
porque se ignora alguns factos importantes como por
exemplo uma grande parte das disputas legais são
resolvidas no mercado privado pelos tribunais arbitrais
para evitar a lentidão dos tribunais públicos.
Um outro aspecto que Rothbard tal como David
Friedman defende no Anarcocapitalismo em
contraponto da existência de um Estado Mínimo
defendido por outras escolas prende-se com o facto de
um estado com funções mínimas seja insustentável no
longo prazo pois terá tendência para crescer, sendo
assim preferível a sua inexistência.
de um bem público é a já referida defesa militar ou o
meio ambiente pois todos os indivíduos quer queiram
ou não estão a consumir este bem todos ao mesmo
tempo. Os estados devem ainda intervir quando na
economia existem efeitos negativos provocados pelos
agentes económicos que não são decorrentes de uma
transacção monetária, por exemplo a poluição que é
gerada pela criação de indústrias. Assim, nestes casos
Liberty!
fonte: A Dictionary of Conservative and Libertarian Thought
uma honra enquanto militante da Juventude Popular poder partilhar os
desígnios da concelhia de Penafiel, num jornal que para além de notável é
épico! É com brio e satisfação que posso afirmar que em Penafiel se vive um
momento extremamente positivo, pelo reflexo do trabalho que tem sido
desenvolvido ao longo deste mandato, junto dos nossos conterrâneos, na JP,
por cada elemento desta CPC e por mim em particular.
Ontem foram 38 anos de ‘desgovernabilidade’, despesismo e de caça ao voto.
Hoje Portugal está a atravessar tempos difíceis, adversos e instáveis, porém,
amanhã, sim amanhã, poderá ser um dia diferente, tudo depende de nós e de
ti – como dizia Platão “Para se mover o mundo, o primeiro passo é movermo-
nos a nós próprios.” Esta é a nossa análise enquanto concelhia, que
diariamente evidencia, um pouco por todo o Município, a importância de uma
geração com valor acrescentado que não quer mais viver na mesma página
esgotada e ineficaz.
Neste sentido, aquilo que nós pretendemos fazer enquanto juventude
partidária é solucionar problemas concretos da nossa região, tendo sempre
presente que a política tem obrigatoriamente que se fazer da população, para
população e sempre pela população. Podem questionar a veracidade das
nossas palavras e das nossas acções, todavia, os factos por si só espelham
toda a dedicação e empenho no serviço prestado à comunidade e à JP.
Será que somos importantes para a vida pública e política enquanto
Juventude Partidária? Meus caros amigos, aqui por terras Penafidelenses,
parece-me óbvio que sim, uma equipa que concretiza um documento extenso
de análise e proposta de uma reforma administrativa do território, que
respeita e reflecte a vontade da população, a sua identidade e as suas
tradições. Jamais iriamos deixar de participar na mudança administrativa que
permanecerá no mínimo nos próximos 50 anos. Somos parte da solução,
cumprimos para com os nossos cidadãos, ouvindo-os e defendendo as suas
inquietudes, encontrando de forma sustentada uma proposta que nos
protegerá do poder central e de um corte feito com a regra e o esquadro.
Não vamos em propostas de referendos inconstitucionais, muito menos
vamos em inércias, o caminho tem que ser trilhado através da política de
proximidade feita com transparência, diálogo e cooperação.
Também há quem desvalorize e critique infundadamente este trabalho, é
normal, na vida política é mesmo assim, contudo, os palradores de fundo
continuam sentados à espera, (à espera não sei do quê?!), será de uma manhã
de nevoeiro, ou talvez de D. Sebastião?! Quem saberá… Para nós ‘É a Hora’ de
acabar com o sono de ilusão.
Já quanto a críticas baseadas em crenças, repetições e cópias de opiniões
infundadas, apenas respondemos que estamos aqui para trabalhar e não para
ludibriar aqueles que mais precisam de nós, as pessoas.
Solução, já!
convidado especial
Presidente da Juventude Popular de Penafiel
Pedro Pinto Lopes
facebook.com/ppintolopes
14 | julho/agosto 2012 o jovem
É
<<
Já quanto a críticas baseadas em crenças, repetições e cópias de opiniões infundadas, apenas respondemos que
estamos aqui para trabalhar e não para ludibriar aqueles que mais precisam de nós, as pessoas.
Conseguimos definir-nos pela nossa pro-actividade e pela vontade inerente de fazermos mais e melhor,
munidos de elementos capazes e motivados para fazer política com olhos na realidade. Portanto, nesse sentido
consideramos também o apoio intergeracional crucial, tendo em conta a situação em que o país se encontra. E
para tal, o voluntariado e a entreajuda neste caso para com os idosos, foi a via que a JP Penafiel encontrou para
auxiliar responsavelmente os mais necessitados. Fizemos uma campanha, denominada 1€ por muitos sorrisos,
que culminou com a entrega de uma cadeira de rodas ao Lar de Irivo melhorando assim, a qualidade de vida dos
utentes, sendo que nós trouxemos para casa, dentro de cada um de nós, uma lição de vida e de humanismo,
pois é necessário termos preocupações sociais acrescidas, e não deixarmos essa responsabilidade única e
exclusivamente a cargo do Estado, para este não se tornar assistencial, ingerível, ineficaz e tentacular.
Também nos podem dizer que esta temática não é política de juventude, todavia apenas vos gostava de deixar
uma pequena questão, não compete aos jovens ajudar, respeitar e agradecer à geração que nos antecedeu?
Não ignoramos nem desprezamos os cidadãos da nossa pátria, desprotegidos e sem recursos.
Por outro lado, também não conseguimos ignorar o desemprego jovem, não conseguimos deixar por terra,
empreendedores com planos de negócio bloqueados em gavetas, por falta de oportunidades, portanto
visitamos a Incubadora de Empresas do Vale do Sousa sediada em Penafiel e posteriormente apresentamos
soluções às anomalias encontradas. Assim defendemos parcerias com a UP e o IEFP, o fomento de
atractividade com coaching e coworking, incremento de sustentabilidade com a menor intervenção estatal
possível, abertura à sociedade civil para com isto haver uma real captação de jovens empreendedores.
Conseguindo assim criar eficácia que é imperativa pela escassez de recursos financeiros. Contudo deveria ter
sido exequível fazer mais com menos, mas, amanhã será possível.
É assim que procuramos implementar os valores da JP pelo nosso Município, com trabalho, dedicação e
responsabilidade, sempre no terreno, nas redes sociais e nos órgãos próprios, apresentando soluções. Orgulho-
me da concelhia à qual presido, pelo seu carácter e ambição, por todos os seus membros que diariamente dão o
seu melhor difundindo o que é ser JP sem nunca esconderem as suas matrizes liberais, conservadoras e
democratas-cristãs. Não viemos para ser mais uma página em branco de um livro esquecido, ou viver num
espaço inócuo, muito menos vivemos de políticas longínquas ou inexistentes. Viemos para fazer a diferença! A
nossa postura será esta, com novos temas, novas formas de comunicar, novas soluções. Este é o nosso desígnio.
lavar, dar um beijinho à peixeira do mercado à velhinha que compra couves ou à mais bela mulher da arruada,
empurrar as mesmas ideias, criar laços com as pessoas em poucos minutos. Ora, saber fazer estas três coisas em
pleno é ser um político brilhante, e aí tenho que dizer de mãos limpas que temos como líder do partido alguém que
tira nota máxima neste exame, pouco são os que conseguem ser assim, poucos são os que conseguem sequer juntar
dois destes três atributos, mas só isto não basta.
De que nos serviriam mais de mil quadros políticos neste pais se todos eles só soubessem fazer isto, como é que
sabiam gerir finanças, reformar a educação, fazer leis, coordenar a justiça, enfim, fazer o seu trabalho? Não serviriam
de nada, posso garantir isso mesmo! O CDS não teria a experiência profissional da Sra. Dra. Isabel Galriça Neto nos
cuidados paliativos, teria um qualquer sujeito que iria ler meia dúzia de leis de outros países e pensar numa
adaptação para a sua proposta ao Parlamento em vez de pensar de raiz o nosso problema, com conhecimentos que
só alguém da área medica e com a sua experiencia tem; o CDS não teria tido na última legislatura o melhor deputado
do Parlamento, a hoje ministra da Agricultura, Assunção Cristas, professora de direito na Universidade Nova de
16 | junho 2012 o jovem
Miguel Pires
Vereador na única Câmara Municipal centrista do
país. Presidente da Juventude Popular desde
Julho de 2011. 29 anos. O Jovem esteve à
conversa com o homem forte da tua “jota” numa
entrevista que marca o primeiro ano de mandato.
entrevista
da Silva
Vai agora fazer um ano da vitória de Lamego.
Mudou muito a tua vida?
Muita coisa mudou desde aí, as responsabilidades
aumentaram e o tempo para as minhas coisas
pessoais diminuiu, no entanto acho que consegui
conciliar bem esta nova realidade com aquilo que são
os meus afazeres pessoais, é tudo uma questão de
organização, e depois quando fazemos o que
gostamos as coisas tornam-se mais fáceis.
E a JP também mudou?
Com o passar do tempo tudo muda, e a JP não é
excepção, algumas coisas foram mudadas no sentido
de se colmatar algumas falhas do passado, a mudança
é um processo contínuo.
A actual Comissão Política Nacional construiu um
plano de actividades bastante ambicioso. Em que
fase está a sua execução?
Infelizmente a execução tem sido mais lenta que o
previsto, as restrições financeiras tem condicionado
um pouco a nossa actividade, no entanto estamos a
fazer esforços, bem como a tentar outras formas de
financiamento das nossas actividades para que
possamos dar aos nossos militantes tudo aquilo a que
têm direito, nomeadamente formação, debate de
ideias e actividades políticas.
Assumiste o cargo de Presidente da Juventude
Popular já como um dos Vereadores da única
Câmara Municipal do CDS no país. Em que medida é
que a tua experiência como autarca ajuda na
liderança da JP?
A única do CDS e muito provavelmente uma das mais
bem geridas em Portugal, é sem duvida uma
excelente ajuda para a liderança da JP, quando nos
deparamos com jovens pessimistas em relação aos
políticos e a toda actividade politica, é sempre bom
poder dar exemplos de que nem todos são iguais e
que existem ainda hoje casos de políticos e politicas
bem sucedidos como é o caso da C.M de ponte de
Lima.
<<
18 | julho/agosto 2012 o jovem
Temos que ser capazes de mostrar que a solução de
muitos problemas também passa por nós jovens e que
estamos preparados para esse enorme desafio, o
desafio de servir os outros.
Curiosamente, este período coincide também com
o primeiro ano de governação PSD/CDS. Como
avalias esta Governo?
Este Governo está a fazer o trabalho ingrato de
arrumar a casa, tentar salvar o nosso país, a nossa
identidade, claro que esta não é uma tarefa fácil,
exige o contributo e a compreensão de todos, mas
acredito que este Governo vai saber dar resposta a
este enorme desafio e devolvendo aos Portugueses a
estabilidade necessário para o crescimento que todos
nós desejamos.
1. A Vera Rodrigues e o Michael Seufert levam a voz e a qualidade da JP ao Parlamento. Achas
deparamos com jovens pessimistas em relação aos
políticos e a toda actividade politica, é sempre bom
poder dar exemplos de que nem todos são iguais e
que existem ainda hoje casos de políticos e politicas
bem sucedidos como é o caso da C.M de ponte de
Lima.
Falemos concretamente nas Autárquicas de 2013.
Qual achas que deve ser a posição da JP e o
contributo que ela deve dar ao CDS?
A JP deve aumentar o número de candidatos,
mostrando assim que está preparada para trabalhar,
apresentado soluções e projectos inovadores que
possam ajudar o partido a crescer.
Temos que ser capazes de mostrar que a solução de
muitos problemas também passa por nós jovens e
que estamos preparados para esse enorme desafio, o
desafio de servir os outros.
<<
estabilidade necessário para o crescimento que todos
nós desejamos.
A Vera Rodrigues e o Michael Seufert levam a voz e
a qualidade da JP ao Parlamento. Achas que a
estrutura tem sabido aproveitar convenientemente
estes trunfos?
Os nossos deputados são peças fundamentais e
essenciais para o crescimento da JP, é através deles
que conseguimos dar voz no parlamento a muitas das
nossas propostas, e portanto deposito neles toda a
confiança para o sucesso da JP.
Veremos o Miguel Pires da Silva como deputado do
CDS nas próximas Legislativas?
As próximas legislativas serão em 2015 e até lá muita
coisa pode acontecer, teremos eleições autárquicas
no próximo ano onde espero poder continuar a dar o
meu contributo.
Agora num plano mais pessoal. Como jovem que és,
como é que tens sentido a crise económico-
financeira que Portugal vive?
Felizmente tenho um emprego e portanto não tenho
sofrido muito a crise económico-financeira,
naturalmente que também tive que me adaptar a
uma nova realidade, mas sinceramente acredito que
esta crise financeira mais dia menos dia vai ser
resolvida, á semelhança de muitas outras anteriores,
o que mais me preocupa é agrave crise de valores
com que nos deparamos nos dias de hoje, essa sim
com consequências irreversíveis para a nossa
20 | julho/agosto 2012 o jovem
Agora num plano mais pessoal. Como jovem que és,
como é que tens sentido a crise económico-
financeira que Portugal vive?
Felizmente tenho um emprego e portanto não tenho
sofrido muito a crise económico-financeira,
naturalmente que também tive que me adaptar a uma
nova realidade, mas sinceramente acredito que esta
crise financeira mais dia menos dia vai ser resolvida, á
semelhança de muitas outras anteriores, o que mais
me preocupa é agrave crise de valores com que nos
deparamos nos dias de hoje, essa sim com
consequências irreversíveis para a nossa sociedade.
Para finalizar, gostaríamos que que deixasses uma
mensagem aos militantes da JP e aos leitores d’O
Jovem.
Gostaria de deixar a todos os militantes uma
mensagem de esperança e de confiança no futuro,
esperando poder continuar a contar com o trabalho
de todos como até aqui tem acontecido, desde o
militantes base que sozinhos dão os seus contributos,
passando pelos núcleos de estudantes, concelhias,
distritais estruturas regionais, e demais dirigentes da
JP, que tem feito desta Juventude Partidária a melhor
de Portugal, continuem o vosso trabalho por Portugal!
eventualmente outras funções ou experiências nas quais
nunca tinham pensado. Da parte do governo, creio que
não pode vender ilusões, mas sob o ponto de vista
legislativo deve obviamente contribuir para que
tenhamos de facto um mercado de trabalho mais
flexível, que facilite a entrada no mercado de trabalho de
quem nunca trabalhou. As leis que tínhamos, só
protegiam quem já estava no mercado de trabalho e
Pires da Silva Miguel
numa palavra um político: Amaro da Costa
um país: Portugal
uma cidade: Lisboa
uma viagem: América Latina
um filme: A Vida é Bela
uma música: As Mulheres dos Outros
um livro: Equador
uma qualidade: Frontal
um defeito: Muitos
uma bebida: Vinho
ortugal está actualmente a apostar em cativar
investimento externo uma vez que os portugueses não
possuem capitais para grandes aventuras. Mas quais são
os prós e os contras desta aposta cada vez mais
iminente? Um dos países que também seguiu pelo
investimento externo e vingou é Singapura, uma das
actuais potências mundiais, porém não deixa de ser um
país instável sempre dependente de capital externo mas
não deixa também de ser um exemplo visto que
forçosamente importa alimentos, energia e matéria-
prima e consegue ter um balanço comercial bastante
positivo, de facto Singapura conquistou a confiança de
grandes empresas como a MobileOne, MediaCorp, entre
outras que concentraram neste país as suas sedes. Se for
este o nosso futuro estamos bem encaminhados mas os
riscos para lá chegar são muitos e a instabilidade
económica actual não beneficia em nada este modelo
económico. Perfeito seria ter um clima autárcico
adaptado aos novos tempos - não a autarcia de outrora,
penso que o significado actual de autarcia está um pouco
desactualizado, talvez alguém tenha uma palavra nova
para o seu significado, pena é que não tenha nenhum “p”
em autarcia, caso contrário certamente já se tinha
alterado - implementado e estabilizar a nossa balança
comercial para depois pensar nos prós e contras da
aposta no mercado externo por isso prefiro pensar que
os erros de um passado recente não deram alternativa
em optar por pôr a carroça à frente dos bois.
Contrariando a politica económica actual temos as
PMES, os nossos empreendedores empenhados em
vingar na nossa sociedade remando contra a maré,
reconheço no entanto o esforço do governo em criar
condições e incentivar o empreendedorismo em
Portugal mas não posso aceitar que os incentivos ao
investimento externo sejam melhores que os
incentivos dados a quem é português e quer contribuir
A Gente e a Terra [2ª parte]
vingar na nossa sociedade remando contra a maré,
reconheço no entanto o esforço do governo em criar
condições e incentivar o empreendedorismo em
Portugal mas não posso aceitar que os incentivos ao
investimento externo sejam melhores que os incentivos
dados a quem é português e quer contribuir para o
crescimento do seu país.
Os portugueses não podem estar sempre à espera que o
Estado tome medidas, temos de ser nós, cidadãos, a
tomar a iniciativa e podemos começar por preferir
consumir o que produzimos, pois dessa maneira
estamos a alimentar todas as famílias que trabalharam
para que esse produto chegasse até nós; criar um clima
sustentabilidade na nossa sociedade desde o produtor
ao consumidor e gerar fluxo de capitais sem que estes
se dispersem para fora do nosso país.
São várias as iniciativas que percorrem o nosso país
incentivando um clima de auto-sustentabilidade, eu
destaco “Aldeia das Amoreiras Sustentável”, esta
iniciativa é protagonizada pelos jovens da Aldeia das
Amoreiras e é um dos projectos do “Centro de
Convergência” e consiste em solucionar problemas da
sociedade local de uma forma sustentável enfrentando
a conjuntura actual. São iniciativas destas que Portugal
precisa, de gente empreendedora que também se
preocupa com o bem-estar da sua comunidade e
contribui de forma positiva para a melhoria da
qualidade de vida da sua região.
Assim entendo que cada munícipe devia filiar-se a pelo
menos uma associação local do município a que
pertence independentemente de daí ser natural e desta
forma contribuir para o desenvolvimento da região a
que faz parte bem como a sua integração no meio que
será muito mais rápida uma vez que passa a conviver
Ângelo Miguel
P
Vogal da Juventude Popular da Maia [email protected]
22 | julho/agosto 2012 o jovem opinião
Autarcia dos novos tempos
<<
saúde como todos nós sabemos é um tema que interessa
a toda a população portuguesa e ultimamente tem sido alvo de
grande debate a nível nacional. Parece-me inquestionável que
o nosso SNS ofereceu e oferece uma elevada qualidade de
serviço cuidados de saúde prestados. Os números falam por si.
A taxa de mortalidade infantil diminuiu de 29% para 3% entre
os anos de 1960 a 2009, assim como, a esperança média de
vida aumentou dos 63,9 para 79,5 anos de vida. Todos estes
dados estão obviamente ligados com o forte investimento da
generalização dos cuidados de saúde à população, associado a
tecnologia das terapêuticas o que se traduz obviamente numa
melhoria das condições de vida dos cidadãos. Isto não pode
obviamente ser comprometido.
O SNS foi criado com o propósito de servir toda a população,
de uma forma tendencialmente gratuita e se isso, há uns anos
era viável e aplicável, hoje é insustentável e impensável do
ponto de vista financeiro. Factos são factos e o que é facto, é
que Portugal em 2010 gastou 5,4 % do seu PIB em saúde, face
aos 3,2 % gastos no ano de 2009. Através destes dados é
possível comprovar que o gasto em saúde tem aumentado
substancialmente, o que é evidentemente preocupante, tendo
em conta os tempos de adversidade que atravessamos. O
aumento da esperança média de vida, aliada à baixa taxa de
natalidade, faz com que se torne obvio que o gasto em saúde
aumente. A constante actualização e mudança nos
medicamentos e nos tratamentos aumenta também, como é
lógico, a despesa. Tudo isto tem um preço e não é nada
acessível, tendo em conta o grau de inovação e de densidade
populacional que envolve. É neste contexto, que temos que
perceber e interiorizar, que o SNS tem de ser renovado e
sustentável do ponto de vista financeiro, fazendo com que, se
consiga assegurar a qualidade do SNS. A mudança na politica
do medicamento” prescrição por DCI” foi uma das politicas
adoptadas por este governo que, por muito que custe a muitos
intervenientes “médicos e farmacêuticas”, tinha de ser
obviamente adoptado, com vista a terminar os excessivos
gastos, que muitas vezes visavam beneficiar intervenientes ao
invés do próprio doente.
As urgências hospitalares estão também a ser alvo
Caminho da Saúde em Portugal
André Bazan Militante da Juventude Popular da Maia facebook.com/andre.bazan.96
invés do próprio doente. As urgências hospitalares estão
também a ser alvo de renovação, tendo em conta o recurso
excessivo que nos últimos anos têm sofrido. Muitas vezes o
contacto directo com o doente devia ser obviamente outro,
atendendo às necessidades clínicas apresentadas. Estas
situações normalmente eram reconhecidas através das
situações azuis e verdes, pré-estabelecidas pela triagem
Manchester. Segundo o relatório da Reavaliação da Rede
Nacional de Emergência e Urgência é necessário que se
criem sinergias entre o serviço de urgência e os cuidados de
saúde primários “Os SU e CSP são sistemas comunicantes.
Na opinião da esmagadora maioria dos profissionais, quanto
melhor a relação dos SU com os CSP e melhor a pedagogia e
continuidade de cuidados exercida pelos CSP numa
determinada região, menor será o recurso à urgência e,
sobretudo, menos frequentes serão as readmissões.” No que
toca ao pagamento das taxas moderadoras, nesta situação
especificamente, devo dizer que, esta medida vai sujeitar
alguns utentes a pensar duas vezes antes de se dirigirem ao
Serviço de Urgências, optando assim, por se dirigirem a uma
consulta dos Cuidados de Saúde Primários ou utilizando um
serviço de atendimento telefónico para o esclarecimento de
eventuais questões associadas à doença ou sintoma. Esta
reformulação do serviço de urgências permitirá um
funcionamento mais eficiente, melhorando assim um serviço
mais rápido e obviamente com maior qualidade. Estes são
apenas alguns traços genéricos que considero fulcrais
quando se fala hoje, na sustentabilidade do SNS.
Em jeito de conclusão, gostaria de aproveitar para deixar
expressa a minha opinião, no que toca à nomeação dos doze
executivos para o ACES. Devo começar por dizer que
desvalorizo todas as observações no que toca às nomeações,
internamente e externamente ao CDS. Confio no líder do
meu partido e sei que existe total transparência na sua
governação e presidência do partido. A nomeação para os
cargos executivos do ACES, para mim, não tem que ser
obrigatoriamente da formação médica., podendo e
devendo na minha óptica, ter sim, competências a nível da
gestão ainda que não seja ao nível na saúde. Não nos
A
24 | julho/agosto 2012 o jovem opinião
<<
O Jovem O Jovem