5. Ciclonagem 2011

24
  UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE ESCOLA DE QUÍMICA E ALIMENTOS ENGENHARIA QUÍMICA 02155 - OPERAÇÕES UNITÁRIAS Prof a . Dra. Christiane Saraiva Ogrodowski Prof. Msc. Omar Fernandez Gonzalez Prática 5 - CICLONAGEM 38740   Miral Miranda Neto 40729   Gustavo Hoffmann Moreira 40732   Dirceu Vanderlei Mayer Rio Grande, 25 de abril de 2011.

Transcript of 5. Ciclonagem 2011

5/10/2018 5. Ciclonagem 2011 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/5-ciclonagem-2011 1/24

 

 

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDEESCOLA DE QUÍMICA E ALIMENTOSENGENHARIA QUÍMICA

02155 - OPERAÇÕES UNITÁRIASProf a. Dra. Christiane Saraiva Ogrodowski 

Prof. Msc. Omar Fernandez Gonzalez

Prática 5 - CICLONAGEM

38740 – Miral Miranda Neto40729 – Gustavo Hoffmann Moreira

40732 – Dirceu Vanderlei Mayer

Rio Grande, 25 de abril de 2011.

5/10/2018 5. Ciclonagem 2011 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/5-ciclonagem-2011 2/24

 

Sumário 

Introdução ............................................................................................................................. 4 

Objetivos .............................................................................................................................. 5 

Revisão Bibliográfica ............................................................................................................ 6 

Conceito Geral .................................................................................................................. 6 

A trajetória da partícula ..................................................................................................... 6 

Separação sólido-fluido na fenda de seção retangular ........................................................ 8 

Ciclones a gás e hidrociclones ......................................................................................... 11 

Diâmetro de corte na separação centrífuga ................................................................... 11 

Função eficiência individual de coleta no campo centrífugo ........................................ 14 

A relação vazão – perda de carga ................................................................................. 16 

Vantagens do uso dos Ciclones ........................................................................................ 16 

Desvantagens do uso dos Ciclones .................................................................................. 17 

Classificação dos Ciclones .............................................................................................. 17 

Aplicação Industrial dos ciclones .................................................................................... 18 

Unidades de Craqueamento catalítico fluido (FCCU, sigla em inglês) ......................... 18  

Materiais e Métodos ............................................................................................................ 20 

Materiais ......................................................................................................................... 20 

Método ............................................................................................................................ 20 

Determinação do Ciclone ................................................................................................ 21 

Medida de Vazão ............................................................................................................ 21 

Medida de Diâmetro de Corte .......................................................................................... 21 

Medidas de Velocidade ................................................................................................... 21 

1)  Na entrada do ciclone ........................................................................................ 21 

2)  Na seção cilíndrica do ciclone ........................................................................... 22 

Medidas de Perda de Carga ............................................................................................. 22 

1)  Teórica .............................................................................................................. 22 

2)  Experimental ..................................................................................................... 22 

Cálculo de Eficiências ..................................................................................................... 22 

1)  Eficiência Real .................................................................................................. 22 2)  Eficiência Global ............................................................................................... 22 

5/10/2018 5. Ciclonagem 2011 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/5-ciclonagem-2011 3/24

 

Conclusão ........................................................................................................................... 23 

Bibliografia ......................................................................................................................... 24 

5/10/2018 5. Ciclonagem 2011 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/5-ciclonagem-2011 4/24

 

Introdução 

O presente trabalho trata do método de separação conhecido como ciclonagem, que se

caracteriza pela separação de sólidos de fluidos através da criação de um movimentohelicoidal para a partícula em uma estrutura cilíndrica com terminação cônica.

Tal movimento é descrito naturalmente através de fenômenos meteorológicos, econstitui a base teórica para a criação do processo de ciclonagem.

O ciclone industrial é um equipamento importante pois é capaz de separar partículasfacilmente pela sua densidade ou seu tamanho. Seu funcionamento e operação sãodemasiadamente simples, o que facilita sua utilização na indústria.

A nomenclatura “ciclone” é normalmente utilizada para aqueles equipamentos onde ofluido é um gás, na maioria dos casos ar, sendo o termo “hidrociclone” utilizado quando o

fluido for um líquido, na maioria dos casos água.

O movimento da partícula dentro do ciclone é um movimento tridimensional,caracterizado por um movimento circular no plano paralelo à base do ciclone, e ummovimento retilíneo uniformemente variado na direção perpendicular, originando assim ummovimento com trajetória helicoidal, ou em forma de hélice. A partir deste movimento aspartículas mais pesadas tendem a se acumular na parte cônica, que pela forma de funil asdepositará em outro recipiente, enquanto as partículas mais leves e finas tendem a ser

carregadas pelo ar e saem pela saída superior, onde são retidas por um filtro manga.O uso do ciclone geralmente é voltado para a separação dos materiais de forma a

obedecer a regulamentações ambientais ou evitar danificação em equipamentos posteriores.

A eficiência do ciclone dependerá de alguns fatores como as condições do local, ascaracterísticas da corrente de entrada e os dados geométricos do ciclone.

5/10/2018 5. Ciclonagem 2011 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/5-ciclonagem-2011 5/24

 

Objetivos 

  Identificar o tipo de ciclone utilizado; 

  Determinar o diâmetro de corte do ciclone; 

  Calcular as velocidades de entrada e no interior do ciclone; 

  Determinar as perdas de carga experimental e teórica; 

  Encontrar os parâmetros D’ e n da distribuição granulométrica para a terra

diatomácea segundo modelo RRB; 

  Determinar a eficiência real e global do ciclone. 

5/10/2018 5. Ciclonagem 2011 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/5-ciclonagem-2011 6/24

 

Revisão Bibliográfica 

Conceito Geral

O processamento dos materiais sólidos em geral, a combustão e demais processosquímicos, gera frequentemente efluentes gasosos que transportam ou arrastam materiaisparticulados. A separação do sólido da fase gasosa é uma imposição industrial e ambiental. Ociclone é um dos equipamentos que se destaca para atingir esta finalidade, tecnicamente eeconomicamente.

O ciclone é um equipamento no qual utilizamos as forças centrífugas para separar osmateriais sólidos da corrente gasosa. A separação do material particulado num ciclone épossível graças à inércia de uma partícula sólida transportada no meio gasoso, durante desvioda corrente gás que carrega o material particulado. As partículas não acompanham acurvatura de desvio do gás, são lançadas contra a parede do Ciclone, e pela força dagravidade descem até a saída inferior do mesmo. As partículas mais pesadas possuem ainércia maior e devem ser separadas com eficiência superior do que as pequenas e leves, nasmesmas condições de processamento. Existem ciclones de alta eficiência utilizados nos casosem que o material particulado seja fino e leve, ou quando necessite uma saída de fluído combaixa concentração de material particulado. O Ciclone Axial de diâmetro reduzido é um dosmais eficientes, pois este possui dispositivo direcionador de fluxo  –  adequado, paraproporcionar forças de centrifugação necessárias para a separação das partículas.

De acordo com o processamento necessário estão à disposição vários tipos de ciclones,cada um com sua devida utilização e especificação. Entre eles encontramos: Ciclones deLapple, Stairmand, Niigas 11, Multifuncionais e Tangenciais, variando conforme seufuncionamento. 

A trajetória da partícula

O processo de separação sólido-fluido conduzido a partir de suspensões diluídas- adecantação- pode ser analisado através do estudo da trajetória das partículas no interior do

equipamento de separação (Brauer, 1982).

Considera-se que:

  As partículas sejam caracterizadas individualmente através do diâmetrovolumétrico Dp e da esfericidade ;

  A distribuição de tamanhos das partículas, isto é, a análise granulométrica,seja expressa por P D X  X  , sendo X a fração em massa das partículas

com diâmetro menor que Dp;

  O campo de velocidades do fluido não perturbado pela presença daspartículas seja    uu ;

5/10/2018 5. Ciclonagem 2011 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/5-ciclonagem-2011 7/24

 

L

  Os efeitos da aceleração e concentração de partículas sejam desprezíveis nocomportamento dinâmico destas partículas.

A equação do movimento de translação da partícula é expressa por:

bV PF S    10 (1)

vuU U U C  A

 DF  ,2

   (2)

.,Re,Re, U U U  D

 f C  F P

 D

 

    (3)

Nestas equaçõesF    e   são respectivamente a densidade e a viscosidade do fluido,

S

   a densidade das partículas, l a força resistiva que o fluido exerce sobre a partícula, A e Vp

a área projetada 42

 p D  e o volume 63

 p D  da partícula, b a intensidade do campo

exterior, cD o coeficiente de arraste, u, v e U respectivamente a velocidade do fluido, avelocidade da partícula e a velocidade relativa fluido-partícula.

Seja a situação simples em que se deseja determinar o diâmetro da partícula quepercorre a trajetória assinalada na figura (1) representando uma fenda retangular comdimensões B, H e L. Na situação de maior interesse tecnológico H<<B, o que equivale aconsiderar o escoamento como ocorrendo entre placas paralelas. O efeito da aceleração dapartícula não é levado em conta.

Figura 1:  Fluidodinâmica da partícula na fenda de seção retangular

Equação do movimento da partícula:

  Componente na direção x, 02

0 vxuxU Cd  A

F    ;

  Componente na direção y, ;02

0 gVpsVyU Cd  A

F F         

Resulta da primeira equação que vx = ux e, portanto,

5/10/2018 5. Ciclonagem 2011 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/5-ciclonagem-2011 8/24

 

y y vvvxuxU  2

122)0(  

Substituindo este resultado na segunda equação, vem:

2

1

2

 DF 

PF s

 y

c A

gV v

  

     

Que representa a velocidade terminal da partícula isolada, v t. Portanto, desprezando oefeito da aceleração da partícula:

Na direção do escoamento do fluido, vx = ux;

Na direção normal ao escoamento do fluido, vy = vt.Voltando à figura da fenda de seção retangular, pela composição do movimento da

partícula:

,

ht  u

 L

v

h (4)

Ondeh

u é a velocidade média do fluido em h y 0 . Portanto,

 L

uhv h

t  e

3234Re

t F 

F s

d v

gc

  

      (5)

Que permite calcular Re e dele o valor do diâmetro da partícula desejado.

A situação mais desfavorável para a captura da partícula corresponde à posição H h a espessura de separação da câmara. O diâmetro crítico Dpc especifica as condições

limites de separabilidade no equipamento em análise: partículas com diâmetro maior que Dpc são coletadas com eficiência de 100% independentemente da posição em que ingressam nacâmara de separação. A equação (4) toma a forma

u

 L

v

 H 

, (6)

A equação de projeto para separação de partículas na fenda de seção retangular.

Separação sólido-fluido na fenda de seção retangular

O projeto e a análise do desempenho do equipamento de separação sólido-fluido podem

ser realizados em base aos seguintes resultados:

5/10/2018 5. Ciclonagem 2011 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/5-ciclonagem-2011 9/24

 

Equação que relaciona o diâmetro de corte D às propriedades físicas do sistemaparticulado, às dimensões do equipamento e às condições operacionais;

Função eficiência individual de coleta relativa à partícula com diâmetro D,

D D   (7)

que depende da configuração do equipamento, do regime de escoamento do fluido e dadinâmica da partícula;

Função eficiência global de coleta que depende da distribuição granulométrica doconjunto de partículas,  D X  X  ,

;

1

0

dX  D D

   (8)

Equação que relaciona queda de pressão e vazão de fluido no equipamento deseparação.

O diâmetro do corte pode ser especificado de diferentes formas; definido como sendoo diâmetro das partículas que são coletadas com eficiência de 50% no equipamento deseparação.

Na análise da separação sólido-fluido em camada delgada  B H  conduzida no

equipamento representado na figura (1) serão consideradas as seguintes hipóteses:

As partículas estão igualmente distribuídas na alimentação, x = 0, independentementedo valor do diâmetro. Portanto, a eficiência de coleta da partícula com diâmetro D quepercorre a trajetória assinalada na figura é:

, H h D   (9)

Estando o diâmetro de corte associado a 2 H h .

O escoamento de fluido na fenda é laminar, resultando (Bird et al. 1960, p.62).

 

  

 

2

6 H 

 y

 H 

 yuu (10)

 

  

 

h

h  H 

huudy

hu

03

1

2

16

1(11)

 H  H uuu

2(12)

5/10/2018 5. Ciclonagem 2011 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/5-ciclonagem-2011 10/24

 

   

  

 

 L

 p BH u HBQ

 

3

12

1, (13)

Onde Q é a vazão de fluidos e  p a queda de pressão no equipamento.

Prevalece o regime de Stokes para as partículas sólidas

 

    

18

2

1

gDK v F S

(14)

065,0log843,0 101  K  .

Combinando as equações (4), (14), (9) e (11) resulta.

21

3

1

2

1

12

1

2

1

22

  

 

 

  

 

 D

 D

 H 

h

 H 

h

u

 Dv L

u

 Dv L

 H 

h

 H 

h D

h

  (15)

Portanto, a função eficiência individual de coleta D D   para o equipamento

em questão, dentro das hipóteses consideradas, é:

 

 

 

 

.2,1

2,

2

123

2

2

 D D

 D D

 D

 D

 

  

(16)

A relação entre o diâmetro de corte D*, as propriedades físicas do sistema particulado,as dimensões do equipamento e as condições operacionais pode ser estabelecida combinandoas equações (4) e (14).

.

9 2

1

1

F Sg BLK 

Q D

    

 (17)

Cabe ainda mencionar que quando o escoamento de fluido é turbulento,

, BH Quh (18)

Resultando da equação (15) a denominada “eficiência teórica” do equipamento deseparação (Perry e Green, 1984, p.20-86):

 

  

 

.2,1

2,2

12

 D D

 D D D

 D

 

 (19)

5/10/2018 5. Ciclonagem 2011 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/5-ciclonagem-2011 11/24

 

 

Ciclones a gás e hidrociclones

A separação de partículas no interior do ciclone é efetuada pela ação do campocentrífugo resultante da configuração do equipamento e do modo com que a suspensão oalimenta.

O estudo da fluidodinâmica da partícula no ciclone vem recebendo contribuições teóricassignificativas, o que faz prever que em futuro próximo o projeto e a análise do desempenhodesse equipamento deixem de ser fundamentalmente empíricos: Leith e Licht (1972), Blooret al. (1980), Mothes e Löffler (1985), Barrientos e Concha (1992).

Procura-se estabelecer para ciclones com diferentes configurações as equações quefornecem a relação entre diâmetro de corte, propriedades físicas do sistema, dimensões doequipamento e condições operacionais, a função eficiência de coleta relativa à partícula dediâmetro D, a expressão para eficiência global de coleta e a equação que relaciona vazão equeda de pressão no ciclone. Cabe ressaltar que a configuração do ciclone caracteriza-se poruma relação específica entre suas dimensões, expressa usualmente em termos do diâmetro daparte cilíndrica do equipamento, Dc.

Os ciclones a gás nas configurações Lapple e Stairmand são amplamente utilizados naindústria, já os hidrociclones Rietema e Bradley recebem o rótulo de equipamentos depesquisa e são distintos daqueles disponíveis comercialmente (Pereira e Massarani, 1995).

As configurações dos ciclones a gás Lapple e Stairmand estão especificadas na figura(3), e na figura (4) as configurações dos hidrociclones Rietema e Bradley.

Diâmetro de corte na separação centrífuga

,

2

1

v L

F S

c

c

cg R f Q

 DK 

 D

 D

    

 (20)

Onde Dc é o diâmetro da parte cilíndrica do ciclone, K um parâmetro que depende da

configuração,   e Q são a viscosidade e a vazão de fluido que alimenta o hidrociclone, f éum fator de correção que leva em conta o fato de que uma fração das partículas sólidas écoletada no underflow sem ação do campo centrífugo (efeito “T”) e g um fator que leva em

conta a concentração volumétrica de sólidos na alimentação, cv (Massarani, 1991).

O fator f está relacionado ao quociente entre as vazões de fluido no underflow e naalimentação, RL,

L L AR R f  1 (21)

,ccu L D D B R (22)

5/10/2018 5. Ciclonagem 2011 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/5-ciclonagem-2011 12/24

 

E os parâmetros A, B, e C relacionados à configuração do ciclone, Du e Dc respectivamente os diâmetros do underflow e da parte cilíndrica do equipamento.

Para partículas arredondadas o fator g pode ser expresso através da seguinte equaçãoempírica:

.18,318,415,02

vvv cccg (23)

Os ciclones a gás operam com suspensões mais diluídas do que os hidrociclones efrequentemente a descarga de sólido é feita de modo intermitente a partir do barril acopladoao underflow do equipamento. Por estas razões, considera-se que para os ciclones a gás f e gnão influenciem o valor do diâmetro de corte, equação (25), ou seja, f = g = 1.

Os valores dos parâmetros de configuração A, B, C e K estão reunidos na Tabela 3,cuja validade está restrita às condições operacionais assinaladas na própria tabela. A Figura 2

ilustra os modelos de ciclone Lapple e Stairmand. A Tabela 1 mostra a configuração dosciclones a gás.

Figura 2: 

Configuração dos ciclones a gás Lapple e Stairmand

5/10/2018 5. Ciclonagem 2011 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/5-ciclonagem-2011 13/24

 

Tabela 1: Configuração dos ciclones a gás

CiclonesLapple Stairmand

Bc /Dc 0,25 0,20

D0 /Dc 0,50 0,50Hc /Dc 0,50 0,50Lc /Dc 2,0 1,50Sc /Dc 0,62 0,50Zc /Dc 2,0 2,50Du /Dc 0,25 0,37Fonte: FOUST, A.C.; Princípio das Operações Unitárias

A Figura 3 ilustra os hidrociclones Rietema e Bradley. A Tabela 2 apresenta aconfiguração destes equipamentos.

Figura 3:  Configuração dos hidrociclones Rietema e Bradley

5/10/2018 5. Ciclonagem 2011 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/5-ciclonagem-2011 14/24

 

Tabela 2: Configuração dos hidrociclones Rietema e Bradley

HidrociclonesRietema Bradley

Di /Dc 0,28 1/7

D0 /Dc 0,34 1/5L/Dc 5,0 -L1 /Dc - ½l/Dc 0,40 ½Θ 10º - 20º 9ºFonte: FOUST, A.C.; Princípio das Operações Unitárias

Tabela 3: Parâmetros de configuração do ciclone e condições operacionais

recomendadas.

Configuração Keq.20 Aeq.21 Beq.22 Ceq.2

2 βeq.31 v (m/s) Du /Dc

Lapple 0,095 - - - 315 5 < v < 20 0,25Stairmand 0,041 - - - 400 10 < v < 30 0,37Rietema 0,039 1,73 145 4,75 1200 5.103< v <5.104 0,10-0,30Bradley 0,016 1,73 55,3 2,63 7500 3.103< v <2.104 0,07-0,15

cc H  B

Qu (24)

Como ,Re 

  F ccu D onde uc é a velocidade média do fluido na seção cilíndrica do

ciclone,

.4

2

c

c D

Qu

  (25)

Função eficiência individual de coleta no campo centrífugo

A eficiência individual de coleta relativa à partícula com diâmetro D pode ser expressapelas correlações empíricas:

1)  Ciclones Lapple e Stairmand

;1

2

2

 D D

 D D D D  (26)

5/10/2018 5. Ciclonagem 2011 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/5-ciclonagem-2011 15/24

 

2)  Hidrociclones Rietema e Bradley

.1465exp

15exp

 D D

 D D D D  (27)

Conhecida a distribuição granulométrica das partículas, X = X(D), é possívelestabelecer o valor da eficiência global de coleta no campo centrífugo,

1

0

dX  I    (28)

E a eficiência global alcançada no ciclone, incluindo o efeito “T”, 

,1  L L R I  R   (29)

Sendo RL o quociente entre as vazões de fluido no underflow e na alimentação.

A integração da equação (33) para a situação bastante comum em que a distribuiçãogranulométrica pode ser representada pelo modelo de Rosin-Rammler-Bennet,

,1 'n

 D De D X  (30)

Toma a forma (Massarani, 1991).

1)  Ciclones Lapple e Stairmand

100

'

'322,081,1

118,0

11,1

 D

 D

 D Dn

n

n

 I  (31)

2)  Hidrociclones Rietema e Bradley

*

'

*)'(279,044,1

138,0

13,1

 D

 D

 D Dn

n

n

 I 

(32)

Cabe ressaltar que na equação (35) X é a fração mássica das partículas com diâmetromenor que D e que D’ e n são os parâmetros do modelo, respectivamente ao diâmetro dapartícula que corresponde a X = 0,632 e a dispersão.

5/10/2018 5. Ciclonagem 2011 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/5-ciclonagem-2011 16/24

 

A relação vazão – perda de carga

A expressão clássica que relaciona a vazão e a perda de carga na Mecânica dos Fluidospara o regime turbulento é utilizada também para os ciclones.

22

cF         

(33)

42

cc

 D

Q

 

  (34)

Sendo a queda de pressão medida entre o overflow e a alimentação. O valor D dependeda configuração do ciclone, como mostra a tabela (1).

A perda de carga no ciclone é relacionada a diversos fatores, como:

  Forças dissipativas como o atrito na entrada e no interior do equipamento;

  Perda de energia devido a efeito de alguma relação descrita pela lei dosgases, como contração e compressão;

  Perdas cinéticas;

  Perdas na abertura do tubo de saída do ciclone;

  Perdas de pressão estática.

Vantagens do uso dos Ciclones

  Ocupam pouco espaço;

  Baixo custo de manutenção e operação;

  Longa vida útil;

  Não geram poluição secundária;

  Permitem funcionamento seguro com diversos materiais sólidos a separar;

  Não tem limitações operacionais pela temperatura dos gases;

  Insensibilidade à diminuição temporária da temperatura abaixo do ponto deorvalho;

  Não devem formam depósitos internos, por isso são higiênicos e seguros.  Oferecem processamento econômico para separação de sólidos desde

baixas até elevadas concentrações, com uma alta eficiência  –  mesmo parapequenos diâmetros do material particulado;

  Pode ser utilizada desde uma unidade ou conjunto de vários Ciclones ligadosparalelamente ou em série, atendendo assim uma ampla gama de vazões etarefas.

5/10/2018 5. Ciclonagem 2011 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/5-ciclonagem-2011 17/24

 

Desvantagens do uso dos Ciclones

  Podem sofrer abrasão interna se a velocidade do fluido for muito elevada;

  Maior custo operacional se comparado a classificadores espiral, devido à energiagasta no bombeamento;

  Se as condições operacionais não forem adequadas pode haver acúmulo de materialdentro do equipamento ou baixa eficiência na separação;

  Não é aconselhável para partículas muito viscosas ou pegajosas.

Classificação dos Ciclones

Os ciclones podem ser classificados em diversos tipos com relação à sua forma:

a)  Ciclones com entrada tangencial e fluxo de retorno;b)  Ciclones de fluxo axial;

c) 

Ciclones com entrada axial e fluxo de retorno.Como é mostrado na figura abaixo:

O mais utilizado é o com entrada tangencial, por gerar uma força centrífuga maiorpara facilitar a separação de particulados.

5/10/2018 5. Ciclonagem 2011 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/5-ciclonagem-2011 18/24

 

 Aplicação Industrial dos ciclones

Unidades de Craqueamento catalítico fluido (FCCU, sigla em inglês)

Aspectos ambientais

O regenerador da FCCU é uma das principais fontes de poluentes aéreos de umarefinaria. Uma refinaria moderna nos EUA com uma unidade de FCCU com capacidade de50.000 barria/dia processando com baixos níveis de enxofre, operando com combustãocompleta de CO emite as seguintes quantidades para a atmosfera: partículas finas decatalisador de 2 a 3 toneladas/dia, SOX de 3 a 4 toneladas/dia, NOX 500 kg/dia e CO entre 1,5e 2 toneladas/dia.

Equipamentos Mecânicos

De um ponto de vista mecânico, oregenerador de uma FCCU pode ser divididoem duas seções principais: o recipienteregenerador e seus compartimentos, os quaisestão incluídos o distribuidor de ar e osciclones, a câmara de ar e resfriadores docatalisador; e a seção dos gases de combustão,a qual inclui calor e o sistema de recuperação

de particulados.

Ciclones

As altas velocidades do gás dentro doregenerador resultam em arraste significativodo catalisador para o espaço vazio sobre o leitodo catalisador. Ciclones são utilizados paraseparar estas partículas de catalisador do gás decombustão da saída do regenerador e retorna

praticamente todas essas partículas para o leitodo regenerador. Em um regenerador típico, osciclones são instalados aos pares, conforme a

figura a seguir. Nesse arranjo aos pares, a saída de gás do primeiro ciclone é canalizadadiretamente para a entrada do segundo ciclone. O uso de ciclones nesta configuração aumentaa eficiência geral de separação e mantém as perdas totais de catalisador abaixo de 0,3 kg/m3 de alimentação.

Os ciclones são geralmente projetados com diâmetros entre 100 e 160 cm parafacilidade de manutenção. As velocidades de entrada no ciclone são geralmente limitadas de

5/10/2018 5. Ciclonagem 2011 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/5-ciclonagem-2011 19/24

 

18 a 21 m/s no primeiro estágio e de 20 a 26 m/s no segundo estágio para atingir uma quedade pressão satisfatória e características de erosão. A quantidade de ciclones arranjados aospares então depende no fluxo total de gás. Encontrar espaço para dispor adequadamente todosos ciclones necessários com o regenerador frequentemente requer considerável

engenhosidade.Catalisador deixando o ciclone flui para baixo, na direção da descarga, conhecido

como tubulação de mergulho (dip leg), e constitui uma camada de catalisador no final destatubulação. Uma altura satisfatória de catalisador é desenvolvida na tubulação de mergulhopara superar a entrada do ciclone e a queda de pressão na saída e, além disso, permitir oarraste de sólidos para retornarem ao leito do regenerador. O segundo estágio marca ocomprimento excedido da tubulação de mergulho, e a marca do catalisador é mantida mesmocom a tubulação de mergulho sendo submergida no leito de borbulhamento (bubbling bed) oucom uma válvula disposta na descarga final do catalisador. No fundo aberto, com a tubulação

 já submergida somente com um defletor, é uso principalmente em ciclones regeneradores deprimeiro estágio.

A metalurgia do ciclone tem nos últimos anos focado primeiramente no tipo 304 Hde aço inoxidável. O material que compõe o 304 H é de longa durabilidade e de fácilfabricação e reparo, suportando as condições operacionais dos regeneradores de altastemperaturas, e é muito resistente à oxidação e corrosão. Essencialmente, as superfíciesinternas do ciclone que são sujeitas à erosão são protegidas por uma camada de 2 cm por umrevestimento anti-erosão. Quando instalado e curado, maior parte dos revestimentosrefratários são altamente resistentes à erosão.

5/10/2018 5. Ciclonagem 2011 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/5-ciclonagem-2011 20/24

 

Materiais e Métodos 

 Materiais

  Balança digital analítica; 

  Terra Diatomácea; 

  Ventilador axial; 

  Cronômetro; 

  Manômetros de tubo em U; 

  Termômetro; 

  Ciclone acoplado com recipiente de coleta; 

  Filtro manga;   Régua; 

  Paquímetro. 

 Método

Primeiramente, pesou-se as massas da terra diatomácea que foi utilizada no

experimento e o filtro manga acoplado na saída superior do ciclone. Após, ligou-se o

ventilador axial e o sistema de aquecimento para elevar a temperatura do fluido (ar). Esperou-

se a temperatura atingir cerca de 55ºC na saída superior do ciclone para tentar evitar perdas

de material na linha, já que a terra diatomácea usada poderia aderir facilmente às paredes da

tubulação ou até do ciclone. Com a velocidade da vazão ajustada, mediram-se as quedas de

pressão através de dois manômetros, o ligado à placa de orifício medindo a queda de pressão

na linha e o ligado à entrada e saída do ciclone medindo a perda de carga dentro do ciclone. A

seguir, foram adicionadas lentamente ao aparato, as 10g de terra, pesada anteriormente.

Durante esse procedimento, foi observada a variação da pressão no manômetro de tubo em U,

no ciclone. Registrou-se a variação na altura da coluna de água para que posteriormente fosse

calculado o ∆P. Após a adição de toda a massa à linha de ar que alimentava o ciclone,

desligou-se o soprador. Foi retirado o frasco coletor acoplado a base do ciclone e o filtro

manga, os quais foram pesados novamente para obter a massa da amostra contida no coletor

para o posterior cálculo das eficiências real e a quantidade de material retido na saída do

ciclone, respectivamente.

Os parâmetros do modelo RRB (n, D’) foram encontrados, a partir  da distribuição

granulométrica da terra diatomácea.

5/10/2018 5. Ciclonagem 2011 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/5-ciclonagem-2011 21/24

 

Resultados e Discussão 

Determinação do Ciclone

Tabela 1: Medidas do ciclone

Parâmetros Dc S B J L Z H Ds

Dimensão (mm) 82 70 18 25 170 160 30 30

Tabela 2: Dimensões relativas do ciclone

Parâmetros Ds /Dc H/Dc S/Dc L/Dc Z/Dc J/Dc B/Dc

Dimensão relat. 0,366 0,366 0,854 2,073 1,951 0,305 0,220

Destas dimensões, apenas os valores de B/Dc aproximam o ciclone do modeloStarimand, sendo que todos os outros ou são iguais para os modelos Stairmand e Lapple ousão mais próximos dos valores do ciclone Lapple, portanto para efeitos de cálculo,considerou-se o ciclone um do tipo Lapple.

Medida de Vazão

√   Como o ,  Medida de Diâmetro de Corte

   Sendo para o ciclone Lapple.Sendo a densidade do ar a 50ºC (obtida por regressão linear de dados do Perry

Handbook)

e a viscosidade nas mesma condições

.Sendo assim, o diâmetro de corte será:

   

---- Terminar com dados de ro e mi do fluidoMedidas de Velocidade

1)  Na entrada do ciclone

 De posse dos demais dados é possível se calcular a velocidade:

5/10/2018 5. Ciclonagem 2011 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/5-ciclonagem-2011 22/24

 

   

2)  Na seção cilíndrica do ciclone

 De posse dos dados é possível calcular a velocidade:  

Medidas de Perda de Carga1)  Teórica  Pelos dados obtidos anteriormente, é possível calcular à perda de carga:

 2)  Experimental  Considerando que :  

A diferença entre as perdas de carga é dada por algum erro no equipamento(tubulações, manômetros, etc.) ou na medição.

Cálculo de Eficiências1)  Eficiência Real

 

Neste caso a eficiência foi bem baixa pois o experimento foi realizado abaixo datemperatura recomendada, e houve visível acúmulo de massa dentro do ciclone. No caso nãofoi considerada a massa do filtro manga, pois este diminui de massa após a prática, o queprovavelmente é por causa da perda de umidade pelo ar quente que chegava até o filtromanga.

2)  Eficiência Global

A partir de dados obtidos com colegas que realizaram a prática de elutriação, temos

que .

[

] (

)  

5/10/2018 5. Ciclonagem 2011 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/5-ciclonagem-2011 23/24

 

Conclusão 

A partir da prática realizada foi possível determinar que a ciclone analisado se

aproxima do tipo Lapple.O diâmetro de corte foi baixo, de .As velocidades na entrada e no interior do ciclone foram de e , respectivamente.As perdas de carga teórica e experimental foram, respectivamente de e .As eficiências real e global foram de respectivamente e .A baixa eficiência e as discrepâncias ocorreram por causa de erros na execução da

prática, que acarretaram acúmulo de massa não contabilizada no ciclone.

5/10/2018 5. Ciclonagem 2011 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/5-ciclonagem-2011 24/24

 

Bibliografia 

MASSARANI, G.  –  Fluidodinâmica em sistemas particulados, Editora UFRJ, Rio de

Janeiro, 1997.FOUST, A.C.; Princípio das Operações Unitárias, Segunda Edição. Editora Guanabara dois,Rio de Janeiro.1982.

GEANKOPLIS, C.J. – Procesos de Transporte y Operaciones Unitarias, 3ª edición, 1993. Ed.CECSA Versão eletrônica em PDF

PERRY, Robert H.; GREEN, Don W.  –   Perry´s Chemical Engineers’ Handbook  EditoraMcGraw-Hill 1999. Versão eletrônica

KIRK – Othmer: Encyclopedia of Chemical Technology – volume 5, 4th edition, 1998

MASSARANI, G. Problemas em sistemas particulados. Editora Edgard Blucher LTDA. SãoPaulo, 1984.