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Terminação de Bovinos de Corte com Ênfase na Utilização de Volumosos Conservados Flávio Dutra de Resende 1 , Ricardo Dias Signoretti 1 , Rogério Marchiori Coan 2 , Gustavo Rezende Siqueira 1 1 Pesquisador Científico – Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Colina-SP, E- mail: [email protected] 2 .Zootecnista, Doutor em Produção Animal, Diretor da COAN Consultoria, Jaboticabal/SP. E-mail:[email protected] 1. Introdução A estacionalidade de produção das plantas forrageiras é reconhecida como um dos principais fatores responsáveis pelos baixos índices de produtividade da pecuária nacional, visto que ocorre redução de produção das pastagens em períodos em que há diminuição da disponibilidade de luz (dias são mais curtos), a temperatura média é menor e o índice pluviométrico é drasticamente reduzido. Esses três fatores juntos impedem que a pastagem cresça de uma forma uniforme durante o ano todo. No Brasil Central, esse período corresponde aos meses de maio a setembro, época em que ocorre drástica redução no crescimento de gramíneas forrageiras tropicais, resultando em menor disponibilidade quantitativa e qualitativa de forragem, afetando de maneira significativa o desempenho dos animais mantidos a pasto. Os principais prejuízos causados pela estacionalidade na produção de forrageiras são relacionados ao atraso no crescimento de animais jovens, perda de peso nos machos adultos e conseqüentemente aumentando a idade de abate dos bovinos, atraso na idade da primeira parição e baixa fertilidade do rebanho. De maneira geral, a relação entre a produção de verão e inverno é de aproximadamente 4:1, ou seja, do total de forragem produzida durante o ano, 80% está concentrado em aproximadamente 6 meses de verão, enquanto nos demais, apenas 20%. É importante ressaltar que a estacionalidade de produção forrageira é mais marcante para as espécies de capim pertencentes ao gênero Panicum (Tanzânia, Mombaça e Colonião), comparativamente àqueles do gênero

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Terminação de Bovinos de Corte com Ênfase na Utilização de Volumosos Conservados

Flávio Dutra de Resende1, Ricardo Dias Signoretti1, Rogério Marchiori Coan2, Gustavo Rezende

Siqueira1 1Pesquisador Científico – Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Colina-SP, E-mail: [email protected] 2.Zootecnista, Doutor em Produção Animal, Diretor da COAN Consultoria, Jaboticabal/SP. E-mail:[email protected]

1. Introdução

A estacionalidade de produção das plantas forrageiras é reconhecida como

um dos principais fatores responsáveis pelos baixos índices de produtividade da

pecuária nacional, visto que ocorre redução de produção das pastagens em

períodos em que há diminuição da disponibilidade de luz (dias são mais curtos), a

temperatura média é menor e o índice pluviométrico é drasticamente reduzido.

Esses três fatores juntos impedem que a pastagem cresça de uma forma uniforme

durante o ano todo. No Brasil Central, esse período corresponde aos meses de

maio a setembro, época em que ocorre drástica redução no crescimento de

gramíneas forrageiras tropicais, resultando em menor disponibilidade quantitativa

e qualitativa de forragem, afetando de maneira significativa o desempenho dos

animais mantidos a pasto. Os principais prejuízos causados pela estacionalidade

na produção de forrageiras são relacionados ao atraso no crescimento de animais

jovens, perda de peso nos machos adultos e conseqüentemente aumentando a

idade de abate dos bovinos, atraso na idade da primeira parição e baixa fertilidade

do rebanho.

De maneira geral, a relação entre a produção de verão e inverno é de

aproximadamente 4:1, ou seja, do total de forragem produzida durante o ano, 80%

está concentrado em aproximadamente 6 meses de verão, enquanto nos demais,

apenas 20%. É importante ressaltar que a estacionalidade de produção forrageira

é mais marcante para as espécies de capim pertencentes ao gênero Panicum

(Tanzânia, Mombaça e Colonião), comparativamente àqueles do gênero

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Brachiaria (Marandu, Decumbens e Humidicola), que apresentam maior

plasticidade de produção e manejo.

Os efeitos desse fato sobre a pecuária de corte são evidentes, ocorrendo

uma variação acentuada de ganho de peso, provocando um efeito “sanfona” sobre

os animais, e um conseqüente atraso da idade de abate destes. Durante o inverno

é comum que os animais percam peso, enquanto no verão, estes apresentam

ganhos acentuados. A lotação das pastagens sofre redução, já que a oferta de

forragem é reduzida. O preço da arroba de carne oscila durante o ano devido à

existência de períodos de alta e baixa disponibilidade de animais prontos para o

abate, bezerros, vacas, novilhas e bois magros. Para reduzir tais efeitos é

necessário a utilização de volumoso suplementar, o qual pode ser conservado na

forma de silagem.

A escolha de alternativas visando minimizar os efeitos da estacionalidade

na produção de plantas forrageiras deve ser coerente com o nível de exploração

pecuária, diferenciando-se, principalmente pela necessidade de intensificação de

uso das pastagens. É nesse sentido, que as técnicas de conservação de forragens

têm sido adotadas como estratégia para manutenção do equilíbrio entre a oferta e

demanda de alimentos nos sistema de produção.

Outra razão para a utilização de técnicas de conservação de forragens é o

melhor uso do solo. É possível o plantio de duas a três culturas em sucessão ou

vários cortes de forrageiras perenes, em contraste com alternativas de produção e

estocagem de “feno-em-pé” ou plantio de lavouras para colheita de grãos, que

demandam um período prolongado de utilização do solo.

Para tentar solucionar ou pelo menos minimizar o problema e estratificar

uniformemente a produção de carne durante o ano, o pecuarista pode adotar

inúmeras estratégias, cada qual mais apropriada às condições do sistema de

produção que estiver sendo utilizado na propriedade. O uso de forragens

conservadas, a suplementação concentrada no pasto e o uso de irrigação são

alternativas utilizadas para contornar a escassez de pasto nesse período do ano.

A conservação de forragens proporciona alimentos de alta qualidade, de

maneira mais uniforme, ao longo do período de suplementação. A silagem e o

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feno, com destaque para o primeiro, são as principais formas de uso de forragens

conservadas.

A alternativa mais simples para intensificar (aumentar) a produção de carne

é a suplementação (alimentação adequada) durante o período seco. Contudo,

com a globalização das economias que vem ocorrendo, incluindo-se neste

contexto a produção de carnes, há necessidade de aprimorar os sistemas de

produção, quer seja por meio da redução de custos ou aumento da qualidade dos

produtos ofertados. Nesse sentido, do ponto de vista nutricional, a intensificação

dos processos de produção de carne envolve desde o manejo racional das

pastagens durante a estação de crescimento abundante de forragem até a

suplementação, o semiconfinamento e o confinamento dos animais no período de

pouca disponibilidade de forragem (Esteves, 1997).

A conservação de forragens surge como alternativa interessante para suprir

a baixa produção de forragens no período seco do ano e de forma a manter o

nível de suprimento de alimentos derivados da bovinocultura para a população.

Existem diversas formas de conservação de alimentos, tanto para uso

humano quanto para uso animal. É pertinente e correta a afirmação de Ashbell

(1994) de que não existe tecnologia de conservação que impeça mudanças na

qualidade dos alimentos ou perdas durante a estocagem; contudo, o uso correto

da tecnologia pode reduzi-las ao mínimo.

2. Tipos de volumosos como fonte suplementar

A utilização da suplementação de bovinos com forragens conservadas

depende dos requerimentos nutricionais da categoria de bovinos de corte e da

composição de nutrientes da forragem.

Segundo o NRC (1996), a máxima eficiência de utilização da dieta resulta

do suprimento de dietas nutricionalmente balanceadas, sendo o desempenho do

animal afetado pelo principal nutriente limitante. Neste sentido, quando a energia é

o principal nutriente limitante, outros nutrientes não serão eficientemente

utilizados. Da mesma forma, se a proteína for o principal nutriente limitante, o

suprimento de energia adicional poderá não otimizar o desempenho animal.

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Além das exigências nutricionais dos animais, deve-se conhecer a

composição dos alimentos concentrados ou volumosos para melhor equilibrar a

dieta dos animais em questão. Algumas forragens são pobres em proteína, não

atendendo as exigências de qualquer categoria de bovinos, principalmente

aqueles em fase de terminação.

As silagens de milho, sorgo forrageiro, cana-de-açúcar, dentre outras,

precisam ser suplementadas com proteína. Independentemente do tipo de

forragem, a suplementação protéica deve ser calculada com base nas exigências

da categoria animal e no teor de proteína bruta da forragem.

Os compostos nitrogenados não protéicos (NNP), principalmente a uréia,

têm sido amplamente utilizados como fonte de nitrogênio, em dietas para

ruminantes. Uma das razões para o uso de fontes de NNP é o menor custo do

quilograma de nitrogênio, em relação aos concentrados protéicos.

Quando o consumo de energia proveniente da forragem limita o

desempenho animal, será necessária a suplementação com uma fonte rica em

energia, como a silagem de milho, a suplementação energética poderá não ser

necessária, a não ser no caso de bovinos em terminação (Coan et al, 2003).

2.1. Opções de volumosos suplementares

As principais opções de volumosos suplementares a serem utilizados na

forma de silagem são: silagens de sorgo, girassol, milho, cana de açúcar e capim.

A escolha do tipo de volumoso a ser utilizado deve levar em consideração

aspectos técnicos e econômicos. Neste sentido, Nussio et al. (2003) avaliou

diferentes fontes de volumosos suplementares (silagens de sorgo, girassol, milho,

milho safrinha e capineira de cana-de-açúcar sob colheita manual e mecanizada)

para ganhos de peso de 0,85 e 1,25 kg/dia, sob regime de confinamento. Nesta

avaliação foram considerados os parâmetros nutricionais médios baseados no

NRC (1996) e os custos de produção estimados pelo CEPEA/ESALQ de abril de

2003. Os autores concluíram que o custo total médio das culturas anuais (sorgo,

girassol e milho) foram inferiores ao das culturas perenes (capim tanzânia e cana

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picada). O custo total considerou etapas desde o cultivo, colheita e oferta de

volumosos aos animais, considerando perdas inerentes aos processos. Dos

principais componentes do custo de produção, evidenciam-se aqueles relativos

aos insumos (fertilizantes, inseticidas, herbicidas, combustível, lona plástica, etc)

os quais corresponderam a 57,1% do custo total de produção e 29% na opção

relativa à capineira de cana-de-açúcar, justificado pela sua não conservação na

forma de silagem. Para a silagem de milho produzida na safra convencional

(set/out) e durante o período de safrinha (fev/mar), Nussio et al. (2003) ponderou

sobre a menor produtividade e o valor nutritivo inferior característico dessas

culturas cultivadas na safrinha o que pode representar fontes de nutrientes menos

competitivos na composição de rações para bovinos em engorda. No caso da

silagem de capim tanzânia, Nussio et al (2003) observou que apesar de gerar um

baixo custo por tonelada de massa verde em função da grande produção de

biomassa, esta apresentou custo elevado por tonelada de matéria seca,

assemelhando-se ao custo da silagem de culturas anuais, constituindo-se assim

numa fonte de nutrientes de custo elevado. Além disso o manejo insatisfatório que

normalmente é utilizado no processo de ensilagem dessas plantas, tem como

agravantes perdas totais estimadas superiores a 40% da matéria seca (MS) em

silos de grande porte (Nussio et al, 2003).

Quando se pensa nas culturas anuais, dos custos totais de produção de

silagem, cerca de 50% são representados por fertilizantes e custos associados

com o processo de ensilagem (colheita, transporte e lona plástica) o que indica a

importância da profissionalização na compra desses insumos e serviços visando

buscar a redução no custo unitário desses volumosos (Nussio et al, 2003).

A segui será apresentada uma discussão sobre os principais volumosos

suplementares na forma de silagem.

a) Cana-de-Açúcar

Cada vez mais a cana-de-açúcar tem sido utilizada como volumoso

suplementar para terminação de bovinos, em virtude dos seus atributos positivos:

cultura de fácil implantação, requerendo poucos tratos culturais; elevada

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produtividade (ao redor de 90 t./ha) em uma única colheita, melhor qualidade no

período de escassez das pastagens; bem consumida pelos animais.

Apesar de todos os atributos positivos, a mecanização do corte, em

algumas situações, é problemática. As máquinas forrageiras utilizadas para essa

finalidade são pouco eficientes, apresentam baixo rendimento, necessidade

freqüente de manutenção e principalmente o tamanho de corte das partículas o

qual, muitas vezes, não é adequado para potencializar o consumo e

consequentemente o desempenho animal. Para o corte mecanizado, muitas

propriedades têm utilizado máquinas forrageiras inicialmente utilizadas para

ensilagem de milho e sorgo. Problemas de manutenção, longevidade e rendimento

dessas máquinas sempre se apresentaram como limitantes ao desenvolvimento e

à evolução de grandes sistemas de produção baseados na utilização da cana-de-

açúcar como recurso forrageiro.

No que diz respeito ao valor alimentício da cana-de-açúcar, esta ao

contrário da maioria das plantas forrageiras, apresenta melhora da digestibilidade

da MS com o avanço da maturidade fisiológica em função do aumento dos teores

de carboidratos solúveis. Dependendo da idade fisiológica no momento do corte, o

teor de FDN pode variar de 40 a 65%, porém próximo da idade ideal de corte essa

variação é menor. Oliveira (1996), citado por Coan et al. (2003) em uma avaliação

de 16 variedades, sendo 15 originárias do Centro de Ciências Agrárias da

UFSCAR (RB) e a CO 413, observou que a proporção de FDN variou de 45,1 a

58,0% da MS, enquanto que o teor de FDA, variou de 25,9 a 37,5% na MS. A

cana-de-açúcar integral é uma forragem rica em energia (aproximadamente 60%

NDT na MS), mas apresenta baixos teores de proteína bruta (2 a 3% na MS),

enxofre, fósforo, zinco e manganês.

a. 1- Utilização da cana-de-açúcar para produção de silagem

Durante o período das chuvas, não só a confecção de silagem é mais

problemática, como também, ao optar-se pelo fornecimento da cana fresca, reduz-

se a capacidade de mecanização das operações de campo, dificultando o corte

diário e conduzindo a irregularidades no fornecimento do alimento.

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Tendo em vista esta constatação, muito se tem discutido sobre a ensilagem

da cana-de-açúcar. O que se pode afirmar é que atualmente se faz necessário o

desenvolvimento de trabalhos de pesquisa na área de conservação da cana na

forma de silagem, levantando problemas com o processo fermentativo

(principalmente produção de álcool), colheita, armazenamento e desempenho

animal (consumo de matéria seca, digestibilidade e produção de carne e leite).

Momentaneamente os resultados de desempenho animal com uso da silagem de

cana são inferiores aos encontrados para a cana-de-açúcar in natura. Isso ocorre

principalmente pela maior produção de ácido acético e álcool, fatores esses que

limitam sobremaneira o consumo do material, por apresentarem influência direta

sobre os receptores bioquímicos ligados à saciedade.

O uso de aditivos microbiológicos à base de bactérias lácticas pode ser

uma alternativa para limitar o crescimento de leveduras, e consequentemente o

aumento da produção de álcool e redução de consumo, digestibilidade e

desempenho animal com o uso dessa silagem. Devido ao alto custo desse aditivo

e da falta de garantia de retorno financeiro, a recomendação do seu uso é

questionável, porém, à medida que estes produtos sofrerem melhoria de qualidade

e redução de preço e o processo de produção de silagem (todo o sistema, desde o

plantio da cana até o manejo da desensilagem e alimentação) esteja otimizado.

Uma visão mais ampla de negócio, ou seja, a visão de um sistema de

produção de carne ou leite, ao invés de simplesmente avaliar o alimento volumoso

individualmente, permitirá ao produtor decidir pela utilização da cana-de-açúcar na

forma de silagem ou in natura, concluindo-se que a decisão pode ser mais

acertada com qualquer uma, desde que outros parâmetros do sistema indiquem

isso, principalmente com relação à disponibilidade da cana (excesso),

disponibilidade e custo de mão-de-obra, disponibilidade de silos para

armazenamento, disponibilidade de máquinas para colheita e ou picagem e até a

terceirização da colheita. O que atualmente se constata é que a qualidade da

silagem é menor do que a cana in natura, tanto do ponto de vista de ingestão de

matéria seca como da sua digestibilidade, porém ganhos em outros segmentos do

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sistema de produção podem compensar essa perda e até aumentar a lucratividade

do produtor.

b. Silagem de milho

O milho é a mais popular cultura utilizada no processo de ensilagem, e

extensas áreas são cultivadas em diferentes partes do mundo.

Esta opção permite que a semeadura possa ser realizada entre os meses

de agosto e janeiro, com ciclo de 110 a 180 dias, de acordo com o híbrido

utilizado. Nos cálculos é considerado o plantio no mês de novembro. Recomenda-

se o uso de 27 a 32 kg de sementes viáveis por ha, com espaçamento de 0,7 a

1,0 m entre linhas. O ponto de colheita do material é caracterizado pelo estado

farináceo-duro do seu grão, com matéria seca variando entre 30 e 35%. A

produção média estimada e usada para os cálculos apresentados para a cultura é

de 15 t de MS por ha; o teor de PB é aproximadamente 6 a 8%, e de NDT, de 65 a

75%. A maior quantidade de grãos no material ensilado poderá representar

economia em ingredientes concentrados, sendo assim, a escolha dos materiais

genéticos para produção de silagens deve recair não só sob o fato do mesmo ser

adaptado à determinada região geográfica e ser mais produtivo, mas sim sob o

aspecto de minimizar o custo da ração total a ser fornecida aos animais (Coan et

al, 2003).

c. Silagem de sorgo

A semeadura do sorgo pode ser realizada na mesma época da semeadura

do milho ou, alternativamente, no final de janeiro ou início de fevereiro. Esta opção

é dada pela maior resistência a déficits hídricos desta cultura. Este fato está

associado a características da planta, como serosidade foliar e sistema radicular

mais profundo. Recomenda-se que o plantio seja realizado com espaçamento de

0,5 a 0,7 m entre linhas, utilizando-se de 8 a 10 kg de sementes por ha. A

profundidade ideal de semeadura é de, no máximo, três cm, e o ciclo da cultura

pode ser de 100 a 210 dias, de acordo com o híbrido.

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A produção esperada para o material é de 18 toneladas de matéria seca por

hectare, com teores aproximados de 6% de proteína bruta e 60% de NDT.

O sorgo tem como característica favorável uma maior flexibilidade no

momento da ensilagem, mantendo-se por mais tempo no ponto adequado de

colheita, quando comparado ao milho. As silagens obtidas apresentam entre 85 a

90% do valor nutricional do milho. Este fato é devido a uma menor digestibilidade

em decorrência de tanino, menor digestibilidade do amido e a presença do

tegumento do grão.

O conteúdo de matéria seca desempenha papel importante na confecção

da silagem, quer aumentando a proporção de nutrientes e facilitando os processos

fermentativos, quer diminuindo a ação de microrganismos do gênero Clostridium,

responsáveis pela produção de ácido butírico e degradação da fração protéica,

com conseqüente redução do valor nutricional da silagem. Quanto maior a

umidade, menor será o pH limite para inibir o crescimento, mesmo com níveis

adequados de carboidratos solúveis para promover fermentação lática, silagens

muito úmidas, são pouco desejáveis devido ao menor consumo voluntário,

reduzindo o desempenho animal. Além disso, silagens com menores teores de

umidade possuem menor custo de transporte, pois cada vagão leva maior

quantidade de matéria seca. Silagens com maior teor de água produzem maior

quantidade de efluentes, responsáveis por perdas de nutrientes de alta

digestibilidade.

Por outro lado, silagens com alto teor de matéria seca têm grande

tendência à produção de calor e crescimento de fungos devido à dificuldade de

compactação e exclusão do oxigênio, promovendo assim a perda do valor nutritivo

do material final. Dados de Andrade & Carvalho (1992), citados por Coan et al

(2003) mostra resultados de diferentes ensaios onde foram comparados diferentes

teores de MS e estágios de maturação (Tabela 01). De um modo geral, híbridos

de sorgo em estágio de grãos leitosos normalmente apresentam maiores

coeficientes de digestibilidade da porção fibrosa. No entanto o rápido aumento da

proporção de grãos e consequentemente de amido altamente digestível que

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ocorre com o amadurecimento, compensam a diminuição da digestibilidade da

fração fibrosa, mantendo inalterada a digestibilidade da MS.

Tabela 01- Média dos teores de matéria seca (MS), fibra bruta (FB), proteína bruta (PB),

digestibilidade aparente da matéria seca (DMS) e da fibra bruta das silagens de sorgo AG-2002 e BR-506.

Estágios de

maturação (grãos)

AG - 2002 BR-506

MS FB PB DMS DFB MS FB PB DMS DFB

Leitoso 23,2 33,5 5,3 57,3 51,2 26,6 31,4 6,1 61,4 54,2

Farinácio 30,3 24,3 5,9 61,7 42,2 28,2 25,8 5,0 63,7 52,2

Duro 31,0 28,7 5,5 59,0 43,5 29,2 28,0 5,4 62,0 44,1

Fonte: Adaptado de Andrade & Carvalho (1992), citado por Coan et al. (2003)

d. Silagem de girassol

De forma semelhante ao sorgo, o girassol pode ser cultivado no mesmo

período que o milho, isto é, com semeadura entre os meses de setembro e

dezembro, ou para a safrinha, de janeiro a março. O girassol possui elevada

capacidade de adaptação, desenvolvendo-se bem em climas temperados,

subtropicais e tropicais. As vantagens mais nítidas de sua utilização estão

relacionadas à sua maior produção de massa verde por unidade de área e maior

resistência à falta de chuvas e às baixas temperaturas. Existem restrições,

associadas há alguns cultivares e efeitos residuais de herbicidas ou presença de

nematóides, sob a emergência de plântulas de girassol.

A semeadura deve ser realizada numa profundidade de 3 a 5 cm, deve

utilizar 3 a 6 kg de sementes por ha, com espaçamento de 0,65 a 0,90 m entre

linhas e 0,25 a 0,30 m entre plantas. A produção estimada é de 15 t de MS por ha,

com teores de 64% de NDT e 10,5% de PB.

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e. Silagem de capim

A produção de silagens de capins vem sendo utilizada como uma

alternativa às culturas tradicionais, apresentando como vantagens as

características de serem perenes, além da possibilidade do aproveitamento do

excedente de produção das águas (Nussio et al., 2000). Esta prática que vem

sendo adotada com freqüência no Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, em

substituição a fenação que, invariavelmente, é prejudicada pelas condições

climáticas predominantes na época chuvosa do ano (outubro a março).

No entanto, para obtenção de silagem de alta qualidade, faz-se necessário

que alguns fatores sejam considerados, como por exemplo, os teores de matéria

seca (MS), que devem estar entre 28,0 e 35,0%, a riqueza em carboidratos

solúveis (CS) e o baixo teor tampão (PT), que não deve oferecer resistência à

redução do pH para valores entre 3,8 e 4,2 (Mccullough, 1977). Esses parâmetros

influem, de maneira decisiva, na natureza da fermentação e na conservação da

massa ensilada. Woolford (1984), relata que os teores de MS, de carboidratos

solúveis e a capacidade tampão, são fatores importantes no que diz respeito à

ensilagem de uma planta forrageira. O autor sugeriu que os teores de MS devem

ser no mínimo de 25% e a relação entre carboidratos solúveis/capacidade tampão,

sendo inferior a 3,0 de forma a possibilitar a obtenção de silagem de qualidade

satisfatória (Figura 01).

Figura 01. Relação entre conteúdo de matéria seca e proporção açúcar:capacidade tampão e seus efeitos na qualidade final das silagens.

Fonte: Weissbach et al., citado por Woolford, 1984.

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A essência do processo de ensilagem é promover rápida fermentação lática

oriunda de bactérias predominantemente homofermentativas sob condições

anaeróbicas, as quais ocorrem naturalmente, porém, as bactérias láticas não são

as únicas que ocorrem nas silagens. Inúmeros microorganismos indesejáveis,

como enterobactérias e Clostridium, os quais podem concorrer com as bactérias

láticas pelos mesmos substratos, dependendo das condições encontradas no silo.

Diversos capins tropicais têm sido estudados no sentido de encontrar

alternativas para conservação na forma de silagem e entre eles, destacam-se:

tanzânia, mombaça e tobiatã (gênero Panicum), braquiarão, decumbens (gênero

Brachiaria) e Napier (gênero Penissetum). Estas plantas apresentam limitações ao

processo de ensilagem devido ao fato de apresentarem baixo teor de MS no

estádio de maior valor nutritivo, elevado poder tampão e baixo conteúdo de

carboidratos solúveis. Esses fatores associados prejudicam o processo de

fermentação, além de promover perdas de nutrientes (proteína, açúcares,

vitaminas, etc.) no efluente produzido (Ashbell (1994)) (Tabela 2). Além disso a

silagem produzida, apresentam médio valor nutritivo, apresentando ao redor de

53-55% de NDT e 6 a 8% de PB, na MS.

Tabela 2 – Produção de efluentes e perda de matéria seca (MS) em silos tipo trincheira

Conteúdo de MS

(%)

Produção de efluentes

(litros por t. de silagem)

Perdas de MS

(%) 30 0 0,0 25 20 0,4 20 60 1,6 15 200 7,2

Fonte: Ashbell (1994)

Diante das limitações dos capins tropicais para serem ensilados, justifica-se

o uso de aditivos que favoreçam o processo fermentativo de forma a melhorar a

qualidade da fermentação no silo, reduzirem perdas de nutrientes e aumentar a

ingestão e o desempenho animal (Wilkinson, 1983). Os aditivos podem ser

divididos em substratos ou fontes de nutrientes, tais como melaço, polpa cítrica,

rolão de milho, etc. e os estimulantes de fermentação, tais como enzimas e

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inoculantes bacterianos. Alguns substratos podem estar associados a mais de um

efeito, como os que estimulam a fermentação, têm capacidade absorvente e

também são fontes de nutrientes (Coan, 2003)

3. Utilização de volumosos conservados no confinamento

O sistema de produção, como parte integrante de uma cadeia produtiva

eficiente de carne, terá de fazer inserções diversas, especialmente tecnológicas,

visando promover a intensificação do sistema e objetivando maximização da

produção e da competitividade (Euclides et al., 2000).

O confinamento de bovinos na fase de terminação tem se revelando como

alternativa tecnológica importante na intensificação de sistemas de produção de

bovinos de corte buscando atender o exigente mercado consumidor interno, e

principalmente externo.

O confinamento, bem planejado, tem possibilitado o aumento do ganho de

peso diário dos animais e notável redução da idade de abate, com reflexos

positivos na taxa de desfrute, na obtenção de carcaças de melhor qualidade e no

maior giro de capital.

Para tanto, é fundamental a utilização de forragens conservadas de

qualidade superior, associadas a alimentos concentrados, utilizando-se

ingredientes disponíveis na região a baixo custo. Desta maneira, podem-se

garantir ganhos de peso e o uso de animais de alto potencial genético,

normalmente mestiços ou provenientes de cruzamentos industriais entre raças

zebuínas (Nelore) e européias, cuja heterose proporciona maior velocidade de

crescimento e melhor qualidade de carcaça, em relação aos de algumas raças

puras.

O consumo de matéria seca é uma das variáveis mais importantes que

afetam o desempenho animal, sendo influenciado por características do animal, do

alimento e das condições do manejo alimentar.

O consumo é inversamente correlacionado ao teor de parede celular,

quando este se situa acima de 55 – 65%. E, quando a densidade energética da

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dieta é alta, em relação às exigências do animal, e, se a dieta apresenta baixa

densidade energética, o consumo será limitado pelo efeito de enchimento físico

(Mertens, 1992).

O estádio de maturidade da planta à colheita influencia seu valor nutritivo

mais do que qualquer outro fator, notadamente, em gramíneas e leguminosas

forrageiras, quando colhidas para feno ou silagem. Neste sentido, é fundamental o

conhecimento do momento da colheita, pois a forragem de melhor qualidade com

certeza será aquela que promoverá maiores consumos e, conseqüentemente

melhor desempenho animal.

Para se conseguir maximizar o consumo de energia deve-se manipular de

maneira eficiente a proporção de volumoso:concentrado na dieta. Desta maneira,

no balanceamento de dietas, devem-se suplementar os volumosos disponíveis

com concentrados, procurando corrigir suas deficiências de nutrientes, seja em

virtude a mais baixa qualidade da forragem ou à impossibilidade de atendimento

das exigências nutricionais de categorias de animais de desempenho mais

elevado.

Como a alimentação representa o maior componente do custo operacional

nos confinamentos, deve-se escolher criteriosamente o programa de alimentação

a ser adotado, o qual deve ser técnica e economicamente viável.

O confinamento de bovinos no período seco pode ser uma estratégia

interessante, quando utilizado de maneira integrada com a atividade de cria e/ou

recria e com o sistema intensivo de utilização das pastagens no período das

“águas”. Isto porque, como menciona Esteves (1997), o custo total por arroba

produzida no confinamento pode ser até maior que a cotação de mercado do boi,

devido à elevação nos custos de produção, em termos de animais de reposição,

alimentação, mão-de-obra, produtos veterinários, amortização de instalações.

Dentre os vários sistemas de produção de bovinos, o confinamento é

aquele com maior potencial para reduzir a idade de abate, embora o custo de

produção possa ser mais elevado que nos sistemas à base de pastagens.

Contudo, quando se levam em conta outras vantagens da técnica do

confinamento, como por exemplo: 1) o aumento da taxa de desfrute, 2) o retorno

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mais rápido do capital, 3) a produção de carcaças mais pesadas que nos sistemas

em pastagens, 4) a liberação de áreas de pastagens para outras categorias

animais durante o período seco, 5) a maior produção de carne por unidade de

área, é provável que o retorno sobre o capital investido seja mais elevado.

Até a alguns anos, a prática de confinamento de bovinos de corte, no Brasil,

tinha como principal premissa a possibilidade de aproveitar o diferencial de preços

da arroba do boi gordo, entre a safra e a entressafra. Este fato possibilitava o

recebimento de um valor da arroba pelo menos 30% mais alto que o praticado na

safra, além de permitir que o pecuarista produzisse animais mais jovens, com

melhor acabamento de carcaça e com custo relativamente baixo da arroba

engordada.

Entretanto, observa-se que essa atividade tem apresentado rentabilidade

reduzida, e as justificativas para sua adoção não são mais preponderadamente de

ordem econômica e sim de ordem estratégica, uma vez que permite solucionar o

problema da estacionalidade de produção forrageira através da utilização de

volumosos conservados na forma de silagem.

Nos dias atuais tem ocorrido a tendência dos confinamentos com maior

escala de produção serem implantados no Centro-Oeste e Norte do País,

acompanhando o deslocamento da produção de grãos e rebanhos bovinos (na

fronteira agrícola), onde os custos destes insumos (animais de reposição e

ingredientes para ração) para os confinadores são mais baixos. O custo da terra

nas regiões de fronteira agrícola também é mais baixo que nas regiões de

agricultura e pecuária tradicional, o que favorece o produtor que deseja realizar

todo o ciclo de produção de maneira eficiente com a ajuda do confinamento.

3.1 Suplementação com silagem

A maioria dos estudos desenvolvidos com silagens tem avaliado diferentes

níveis de suplementação de concentrados sobre o desempenho dos animais.

Em estudo conduzido por Steen & Kilppatrick (2000), os autores avaliaram

níveis crescentes de concentrados, em dietas á base de silagens de gramíneas,

fornecidas ad libitum e restrita, a novilhos mestiços Simental x Holandês,

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verificaram que com o aumento na proporção do concentrado na dieta houve uma

redução no consumo de silagem em 0,56 kg de matéria seca/kg de matéria seca

de concentrado (Tabela 3). Portanto, ocorreu um típico efeito associativo

substitutivo, condição que foi caracterizada pela substituição no consumo de

silagens de gramíneas por alimentos concentrados de alta digestibilidade. Vale

ressaltar, que a resposta à suplementação com concentrado depende da

qualidade da silagem e do potencial de ganho do animal.

A produção animal a partir de silagens depende de características inerentes

das silagens (teor de matéria seca, estágio de maturidade, tipo de fermentação,

entre outros fatores) e do animal que influenciam o nível de consumo de matéria

seca, a digestibilidade dos nutrientes, nível nutricional anterior, e de outros fatores

tais como: potencial genético do animal, idade, estágio de produção e/ou

reprodução.

Tabela 3 - Consumo, desempenho animal e rendimento de carcaça1

Níveis de concentrado na dieta (g/kg)

Parâmetros 0 120 240 360 0/360 3602

Consumo

MS da silagem (kg/dia) 7,0a 6,6b 5,7d 5,2e 6,3c 4,1f

MS total (kg/dia) 7,0d 7,5bc 7,7b 8,4a 7,4c 6,6e

Desempenho animal

Período de confinamento (dias) 298a 247b 207c 165d 247b 263b

Peso da carcaça (kg) 298 298 301 298 298 301

Ganho de peso vivo (kg/dia) 0,56a 0,69b 0,84c 1,04d 0,70b 0,67b

Rendimento de carcaça 532 532 542 531 532 538

Ganho de carcaça (kg/dia) 0,34a 0,41b 0,53c 0,61d 0,42b 0,42b

1 Adaptado de Steen e Kilppatrick (2000) 2 80% do consumo ad libitum

A colheita de plantas para ensilagem no ótimo estádio de maturidade, para

máximo rendimento de nutrientes digestíveis, necessariamente não resulta em

elevados consumos de forragem e altas taxas de desempenho animal, dado que o

processo de ensilagem resulta em perdas na colheita e no armazenamento, bem

como no consumo potencial da forragem ensilada, em comparação ao mesmo

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material, na forma fresca. Erdman (1993) verificou redução no consumo potencial

de silagem variando de 30 a 40 %. As maiores reduções no consumo de silagem

estão associadas com aquelas forrageiras de alta umidade ou colhidas

diretamente, sem pré-secagem prévia. Estas silagens sofrem fermentação mais

intensa, resultando em maiores perdas e aumentos na produção de ácidos acético

e butírico.

O pH da silagem é outro fator que pode afetar o consumo. Trabalhos de

pesquisa verificaram que o ótimo consumo de silagem, ocorreu a um pH de 5,6.

Entretanto, a faixa de pH da silagem que resultou em redução mínima do

consumo variou de 4,5 a 7,0. Se o pH estiver fora dessa faixa, o consumo pode

ser reduzido de 5 a 15% (Erdman,1993).

Outro aspecto negativo de silagens com baixo teor de matéria seca é a

produção de efluentes (perdas por lixiviação), conforme pode ser observado na

Tabela 2, citado por Ashbell (1994). Efluentes contêm elevadas concentrações de

carboidratos solúveis, ácidos orgânicos, macro e microelementos minerais,

nitrogênio não-protéico, que constituem perdas de nutrientes altamente

digestíveis, restando no silo um produto de qualidade inferior ao material original.

4. OPERACIONALIZAÇÃO DO CORTE E COLHEITA PARA ENSILAGEM

A utilização de silagens na alimentação animal, principalmente de

ruminantes, tem tido importância cada vez maior no Brasil, com o objetivo de

minimizar os efeitos deletérios causados pela estacionalidade de produção

forrageira nos níveis de produção animal (carne/leite), bem como visando tornar a

pecuária mais competitiva quando comparada às alternativas de uso do solo

(citricultura, sojicultura, entre outras).

Entretanto, a utilização das silagens nos sistemas intensivos de produção

apresenta uma restrição muito grande no que diz respeito à mecanização do corte.

De maneira geral, observa-se que as máquinas nacionais utilizadas para essa

finalidade são pouco eficientes, apresentando baixos rendimentos de corte,

necessidade freqüente de manutenção e, principalmente, o tamanho de corte das

partículas não é adequado para o adequado consumo, metabolismo e,

consequentemente, desempenho animal.

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A principal limitação das máquinas forrageiras, do ponto de vista estrutural,

refere-se à pequena abertura da boca de colheita, que está associada e

dimensionada de acordo com outros componentes ativos da máquina, como

sistema picador, sistema repicador (rotor) e unidade de lançamento (bica) do

material picado (Figura 2).

Figura 2. Máquina para corte e colheita de gramíneas para ensilagem.

Outro fator a ser considerado, principalmente para a cultura da cana-de-

açúcar, refere-se ao sistema de corte dessas máquinas, que por não ser de

precisão, promove dilaceramento das estruturas da planta (caule), condição que

prejudica o perfilhamento e perda de material (não retirado da área). De acordo

com Balsalobre et al. (1999) a quantidade de caules coletados após o corte pode

chegar a 8 t./ha. Diante dessa condição, o manejo correto implicaria no corte

manual do caule remanescente, que embora oneroso economicamente, implica

em manutenção das gemas basais, de forma a perpetuar uma rebrota vigorosa.

Com vistas a minimizar os investimentos em mão-de-obra para essa finalidade,

tem-se recomendado a utilização de unidades roçadoras tratorizadas. Vale

lembrar que esse manejo deve ser adotado imediatamente após o corte da “rua de

cana”.

Boca de Colheita

Sistema Picador

Sistema Repicador

Unidade de Lançamento

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Nos últimos anos, embora ainda de forma incipiente, tem havido grande

preocupação das indústrias na melhoria do desempenho das forrageiras utilizadas

para o corte e colheita. Porém, um aspecto que deve ser lembrado, é que não

existe tendência de correlação entre a melhoria no desempenho das máquinas e

as exigências dos animais, no sentido de um alimento com tamanho de corte

menor. O direcionamento dado pela indústria diz respeito à melhoria na eficiência

de corte, traduzida por maior volume de forragem por unidade de tempo de

trabalho (toneladas/hora) e, não necessariamente na redução do tamanho de

partículas, sendo esse o grande desafio à ser superado.

Além disso, as máquinas com características de elevado rendimento por

unidade de tempo apresentam maior exigência do ponto de vista energético, ou

seja, esses implementos necessitam de unidade tratorizadas com maior potência,

o que acarreta elevação dos custos de produção da ensilagem ou do volumoso

produzido (cana-de-açúcar).

Quanto à classificação das máquinas forrageiras para corte, essas podem

ser classificadas tendo em vista três parâmetros: forma de acionamento, modo de

deslocamento e sistema picador. De acordo com Herradina (1993) e Balastreire

(1987), essas máquinas seguem as seguintes classificações:

a) Quanto a forma de acionamento:

1- Tratorizada

2- À motor elétrico ou gasolina

b) Quanto ao deslocamento:

1- Montada ao trator

2- Estacionária

c) Quanto ao sistema picador:

1- Em disco ou volante (6 a 16 facas)

2- Em cilindro (tambor)

Comumente, observa-se forrageiras tratorizadas, montadas na lateral do

trator, cujo sistema picador apresenta grande variação de modelos no mercado,

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desde o tipo cilíndrico até discos com 16 facas. Dentre esses modelos, algumas

empresas implementaram o corte/colheita de duas linhas ao mesmo tempo,

condição que permite melhor rendimento por unidade de tempo, embora com os

mesmos problemas já referenciados acima (elevado tamanho de partícula).

O mecanismo picador do tipo volante proporciona máquinas mais

compactas e, portanto, mais leves, enquanto que as máquinas cujo mecanismo

picador é do tipo tambor são maiores, porém não necessariamente apresentam

maior capacidade de colheita. Nas máquinas dotadas de sistema com tambores, a

grande vantagem é que as facas apresentam uma superfície de contato maior

com o alimento, isso pode promover maior uniformidade e precisão de tamanho de

partículas e um provável menor desgaste das facas.

Quanto à capacidade de corte, uma máquina é influenciada por:

a) Superfície de abertura de entrada (boca de colheita) do material cortado;

b) Velocidade e taxa de alimentação;

c) Densidade do alimento (Smith & Wilkes, 1979).

A regulagem deve estar associada a sua própria capacidade interna,

principalmente no que diz respeito à capacidade de corte e picagem do material,

além da exigência em qualidade da forragem em relação ao tamanho de corte. A

máquina forrageira deve ser regulada em relação à altura de corte e ao tamanho

da partícula a ser cortada. O sistema de corte ou barra recolhedora deve ser

regulada em relação à altura do corte, ao aproveitamento da forragem a ser

colhida e altura que essa está sendo cortada. Em determinada áreas, com preparo

de solo precário, onde o relevo se torna irregular, e também em áreas onde o

sulco de plantio foi profundo, deve-se proceder ao aumento da altura de corte, o

que prejudica o aproveitamento da forrageira, repercutindo em menor produção de

silagem e/ou volumoso por unidade de área.

Quanto à capacidade de colheita, as máquinas forrageiras apresentam

essa variável em unidade de tempo, a qual pode ser estimada em função da

potência desenvolvida na tomada de potência (TDP) do trator. Essa capacidade

de colheita, em toneladas por hora, pode ser calculada pela fórmula descrita por

Catt (1984):

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Capacidade de Colheita 1 =Potência da TDP 2 (cv) - Potência Máquina 3 (cv)

1,43 cv.h/t.

Onde:

1) Capacidade de colheita instantânea (potencial da forrageira);

2) Potência medida na TDP = 86% da potência do motor;

3) Potência exigida para o deslocamento da máquina.

O desempenho da máquina, portanto, deve estar associado à potência do

trator que está sendo utilizado. Como exemplo, se considerarmos uma densidade

média de cana-de-açúcar na linha de corte de 15 kg, um conjunto forrageira-trator

se movimentando a 2000 m/h, significa que em 1 hora a máquina forrageira

deverá ter cortado 30.000 kg de cana-de-açúcar.

Em condições práticas, poucas máquinas no mercado apresentam tal

desenvolvimento quando em trabalho. Na realidade o fluxo de corte de 500

kg/minuto é extremamente elevado, o que impede um processo eficiente de

corte/colheita da forragem. Nesse sentido, a utilização de tratores com menor

velocidade de deslocamento (70 m/hora) seria o ideal para tais circunstâncias. No

entanto, somente algumas empresas fabricantes de tratores detém tal tecnologia,

denominada de redutor de velocidade.

Caso essa operação não seja realizada, o operador do conjunto forrageira-

trator terá de ajustar a velocidade do trator com a embreagem, sendo esse recurso

de baixa eficiência operacional e implicando em maior manutenção do trator (troca

do sistema de platô e disco de embreagem), o que implica em elevação dos

custos operacionais do processo de produção do alimento volumoso em questão.

5. MANEJO DO FORNECIMENTO DE SILAGENS

Diversos fatores limitam o desempenho dos animais mantidos em regime

de confinamento, e o manejo da alimentação no cocho destaca-se, principalmente

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por influenciar as taxas de ganho de peso diário e a eficiência alimentar, condição

essa que pode definir o sucesso ou o fracasso na adoção da tecnologia.

Oscilações no comportamento ingestivo dos animais ruminantes,

alimentados com dietas contendo média a alta quantidade de concentrado (% da

matéria seca) podem afetar negativamente seu desempenho, causando

desordens metabólicas e comprometendo toda a economicidade da operação.

A terminologia "manejo de cocho" refere-se à técnica de manejo alimentar

utilizada em confinamentos com o intuito de se reduzir variações no consumo,

mediante o planejamento e controle sistemático do fornecimento da dieta aos

animais.

De maneira geral, observa-se nos confinamentos comerciais que o

fornecimento ininterrupto da dieta é realizado com o objetivo de se maximizar o

consumo. Também é de conhecimento geral, que as taxas de ganho de peso

diário apresentam elevadas correlações com a ingestão de MS, embora, animais

que recebem ração à vontade ou em excesso geralmente desenvolvem

comportamento “vicioso”, sendo caracterizado por elevados e baixos consumos.

Dessa forma, pode-se concluir que o manejo alimentar correto não é aquele

que oferta o máximo e sim àquele que oferta o necessário para o ótimo

desempenho animal. A oferta contínua e abundante de alimento pode até fazer

com que animais consumam mais inicialmente, mas eles possivelmente perderão

o apetite e não irão consumir bem nos dois ou três dias seguintes.

O manejo de cocho é um processo dinâmico, que sofre variação em função

de fatores como: tipo de alimento volumoso, relação volumoso/concentrado,

densidade energética da dieta, animais, raça, sexo, clima e espaço de cocho

disponível. Esse manejo é aplicado aos currais, mesmo considerando que podem

ocorrer diferenças marcantes entre animais do mesmo grupo em termos de

características ruminais (Pritchard and Bruns, 2003).

O comportamento dos animais em confinamento deve ser monitorado

constantemente, de forma a minimizar os problemas decorrentes de falhas de

manejo da alimentação. Nesse sentido, se os cochos estão completamente vazios

e os animais apresentam-se tranqüilos e descansando, significa que a quantidade

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de ração fornecida está provavelmente dimensionada ao sistema. No entanto, se

no período que antecede o fornecimento, os cochos encontram-se vazios a ponto

de serem visíveis as marcas de saliva, e os animais aparentam estar estressados

e famintos, a quantidade de ração provavelmente precisa ser aumentada. O

"ideal" para quando o vagão forrageiro ou caminhão tratador chegar, é que 25%

dos animais do curral estejam no cochos alinhados e esperando o trato, que 50%

estejam em pé e já se encaminhando para o cocho e que 25% estejam se

levantando (Horton, 1990).

5.1. Cana-de-açúcar “in natura” e silagem

O manejo da alimentação em sistemas de produção que fazem uso da

cana-de-açúcar, como fonte de alimento volumoso, deve ser coerente com as

características e limitações desse tipo de alimento.

De maneira geral observa-se que a cana-de-açúcar sofre rápido

aquecimento no cocho, principalmente quando associada à presença de fontes de

carboidratos altamente fermentescíveis, como milho moído, farelo de soja, polpa

cítrica peletizada, embora, a mesma seja rica em sacarose, fornecendo hidratos

de carbono em teores suficientemente elevados para manutenção do processo

oxidativo pelos microrganismos aeróbios. Dentre os microrganismos aeróbios, as

leveduras, os fungos filamentosos e as enterobactérias são os principais

responsáveis pelo inicio do processo de deterioração. As leveduras apresentam

desenvolvimento mais acelerado, utilizando a sacarose e os demais carboidratos

para a síntese de etanol, condição essa que impõe restrições ao consumo dos

animais confinados e, consequentemente no desempenho dos mesmos.

Diante dessa condição, recomenda-se o fracionamento da ração total em

3 a 5 vezes ao longo do dia e, de preferência em intervalos semelhantes. É

importante lembrar, no entanto, que os animais apresentam pico de consumo da

dieta logo no amanhecer do dia (6 horas), logo após o almoço (13:00 hs) e ao

entardecer (17:00 hs), sendo tal condição de fundamental importância para o

planejamento do fornecimento da dieta, uma vez que a quantidade disponibiliza

para os animais logo após o almoço, não será a mesma que aquela fornecida ao

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entardecer, uma vez que os animais terão um intervalo entre o final da tarde e

início da manhã de 13 horas.

O processo de obtenção da silagem de cana-de-açúcar implica na

fermentação por leveduras epífitas, que convertem a sacarose a CO2, etanol e

água. Essa conversão acarreta redução drástica no valor nutritivo e elevadas

perdas durante a estocagem do material e fornecimento aos animais. As principais

perdas, quando do fornecimento aos animais, referem-se à baixa estabilidade

aeróbia no pós-abertura dos silos, bem como no cocho, em detrimento da elevada

concentração de etanol.

Apesar de potencialmente aproveitável como substrato energético para os

ruminantes, através da conversão a acetato no rúmen, grande parte do etanol

produzido nas silagens é perdido por volatização, durante a estocagem nos silos,

retirada e fornecimento da silagem no cocho.

Além do efeito deletério do etanol sobre o consumo de matéria seca,

observa-se também, em condições práticas, que a silagem de cana-de-açúcar

apresenta baixa “vida de cocho”, uma vez que em curto espaço de tempo, o

material apresenta-se seco, em decorrência da volatização do álcool e dos efeitos

da radiação solar incidente, principalmente se o tamanho das partículas for

reduzido. Observa-se, portanto, um contra-senso técnico, pois se reduzimos o

tamanho de partícula do material visando beneficiar o processo de compactação,

fermentação no silo e metabolismo animal, há a agravante do efeito de altas taxas

de secagem quando do fornecimento no cocho. Recomenda-se, também, para

este tipo de volumoso, o mesmo manejo adotado para a cana-de-açúcar “in

natura”.

5.2. Silagem de Milho e Sorgo

O milho e o sorgo são as culturas mais utilizadas no processo de produção

de silagens, e grandes áreas são cultivadas em diferentes partes do mundo. No

entanto, essas silagens apresentam baixa estabilidade aeróbia quando da

abertura dos silos.

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A estabilidade aeróbia das silagens é determinada pela fermentação

aeróbia (pós-fermentação) que ocorre após a abertura. A pós-fermentação será

mais intensa quanto melhor for a qualidade da silagem, em função dos maiores

teores de carboidratos solúveis e de ácido lático residuais. Os principais

substratos utilizados pelos microrganismos envolvidos no processo fermentativo

são o ácido lático, o etanol e os açúcares solúveis, resultando em aumento do pH

e redução na digestibilidade e no conteúdo de energia.

De acordo com Pitt et al.(1991) a temperatura, a concentração de

carboidratos solúveis, a população de fungos e a concentração de ácidos

orgânicos em interação com o pH são os parâmetros que mais afetam a

estabilidade das silagens. O aumento do pH após a exposição da silagem ao ar,

queda no teor de carboidratos solúveis e baixa concentração de ácido lático são

importantes indicadores da deterioração da massa ensilada. Em temperaturas

inferiores a 10 ºC e superior a 40 ºC, a silagem poderá apresentar maior

estabilidade pela inibição no crescimento de fungos. Todavia, as temperaturas

intermediárias favorecem uma alta taxa de crescimento dos fungos.

A deterioração aeróbia da silagem está associada principalmente, com o

desenvolvimento de fungos e leveduras. Segundo Muck et al.(1991) e Ruiz e

Munari (1992) o processo inicia-se com leveduras, que transformam os açúcares

em álcool. Esses microrganismos apresentam alta resistência às variações do pH

e sobrevivem em meio anaeróbio.

Silagens, que na abertura do silo, apresentam contagem de 106 UFC

(Unidade Formadora de Colônia) de leveduras/grama de silagem, podem

atingirem dois a três dias 109 UFC/grama, sendo consideradas de baixa

estabilidade (Pitt et al., 1991).

No cocho as silagens de milho e sorgo apresentam comportamento

semelhante, sendo agravado ainda o quadro, em decorrência da presença de

outras substâncias fermentescíveis, advindas dos alimentos concentrados

utilizados. A principal limitação dessas silagens refere-se à elevada capacidade de

produção de amônia no material presente no cocho, em virtude da ocorrência de

proteólise da fração protéica, pela atuação de enterobactérias, leveduras e

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bacilos. A amônia produzida acarreta perda de valor nutritivo da dieta como um

todo, além de promover diminuição acentuada no consumo de matéria seca da

dieta, justificando, dessa forma, práticas de manejo que venham a contornar esse

problema.

Como forma de solucionar esse questão, recomenda-se o fracionamento da

dieta de 3 a 6 vezes ao dia. Com isso, haverá a formação de uma pequena

“lâmina” dos alimentos no cocho, sendo insuficiente, por questões cronológicas,

para que ocorram atuação e degradação dos nutrientes pelos microrganismos

aeróbios.

5.3. Silagem de capim

Diversas propriedades rurais têm produzido silagens de capim de elevada

qualidade devido aos cuidados tomados durante todo o processo de ensilagem

(corte, colheita, picagem, compactação, vedação e uso de aditivos), porém, com

alta freqüência, têm ocorrido erros no manejo da retirada do material dos silos,

provocando grandes perdas de matéria seca durante o fornecimento da silagem

aos animais. Além disso, outro fator que merece destaque refere-se à elevada

taxa de desidratação desses materiais no cocho, que associada ao elevado

tamanho de partícula (fibra longa) e presença de concentrações significativas de

ácido acético na silagem, em decorrência do processo fermentativo por bactéria

heterofermentativas, acabam por limitar o consumo da dieta total e,

consequentemente o desempenho animal.

Vale ressaltar, ainda, que o elevado tamanho de partícula, juntamente com

a formação de “placas de silagem” são fatores limitantes para a efetiva mistura

com os alimentos concentrados, condição essa que favorece a seleção animal,

além de muitas vezes repercutir em quadros de acidose metabólica e laminite,

pelo consumo excessivo desses alimentos.

Com vistas a contornar essa problemática, recomenda-se que o manejo da

retirada da silagem do silo seja realizada de forma lenta e com equipamentos que

promovam a ruptura das placas de silagem. Para tanto, diversas propriedades têm

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utilizado o sistema de “concha de garfos”, que permite a retirada e revolvimento do

material antes de ser colocado no vagão ou caminhão misturador.

Quanto ao fornecimento da dieta, recomenda-se o fracionamento de 4 a 8

vezes ao longo do dia, com o objetivo de minimizar os problemas supracitados e

de forma a potencializar o consumo e, conseqüentemente o desempenho dos

animais.

Figura 3. Concha de garfos para retirada de silagem.

6 - Simulações sobre desempenho econômico de animais alimentados com

volumosos conservados

A qualidade da forragem é adequadamente avaliada através do

desempenho animal, contudo estas informações são escassas na literatura,

principalmente quando se avalia as silagens de gramíneas forrageiras tropicais,

notadamente aquelas dos gêneros Brachiaria, Cynodon, Panicum e Pennisetum.

Em relação ao ganho de peso de novilhos, Ferreira et al. (1995) avaliando o

efeito de silagens de milho, de sorgo e de capim elefante no desempenho de

novilhos confinados, verificaram que a compra dos animais no início das águas

(Sistema 1-S1), e a recria dos mesmos no pasto, o custo final do novilho confinado

variou de U$ 18,48 a U$ 20,64/arroba. No caso da compra do novilho no início do

confinamento (Sistema 2-S2), o custo final variou de U$ 21,72 a U$ 23,98 por

arroba do novilho confinado. Verificaram, ainda, que a silagem de capim

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proporcionou baixo ganho de peso (0,791 kg/dia), e mesmo com baixo custo por

tonelada dessa silagem (US$ 7,56/t), o custo por arroba ganha foi alto (US$

19,06/@ para o S1 e de US$ 22,55/@ no S2) e que o menor ganho de peso dos

novilhos alimentos com silagem de capim elefante esteve associado ao menor

consumo dessa silagem (7,93 kg/dia) e pior conversão alimentar.

O balanceamento de dietas dos confinamentos realizados no Brasil, na sua

grande maioria utiliza-se dos dados de NRC (1996), os quais estão mais

adequados às nossas raças e condições, porém precisam de alguns ajustes.

Os ajustes mais importantes referem-se aos teores de proteína e energia na

dieta. As pesquisas que geram os dados para as tabelas do NRC são baseadas

em dietas de alto grão, balanceadas para levar os animais a um grau avançado de

terminação, com elevado teor de gordura na carcaça. Nas dietas à base de

volumosos e destinadas a bovinos com mais de 50 % de sangue zebuíno, deve

existir a preocupação de proporcionar melhor digestão de fibra no rúmen. Para

tanto, é necessário utilizar nas dietas, níveis de proteína mais elevados,

garantindo um teor de proteína degradável no rúmen que proporcione nitrogênio

suficiente para manutenção de uma intensa atividade microbiana.

Com relação á exigência de energia dos bovinos confinados no Brasil, o

mercado demanda carcaças com muito menos gordura do que o mercado

americano, de modo que se pode utilizar dietas menos energéticas, obtendo

resultados equivalentes de ganho de peso.

6.1 Escolha do volumoso

A pergunta mais freqüente feita por pecuaristas aos nutricionistas é sobre

qual tipo de volumoso utilizar para confinamento de bovinos de corte. A seguir

foram simulados os resultados de desempenho utilizando silagem de milho

(Tabela 4) variando a concentração energética (baixa, média e alta), demonstrado

a necessidade de concentrado a ser utilizado, buscando reduzir o custo de

produção, com as mesmas exigências para ganho de 1.000 g/dia em bovinos

zebuínos com 400 quilos (Tabela 5).

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Com essa simulação verificou-se que para bovinos de raças zebuínas com

consumo de matéria seca de 2,2 % em relação ao seu peso vivo, ocorreu maior

utilização da silagem de milho, com maior nível energético, e conseqüentemente

menor aporte de concentrado resultando em menor custo de produção de arrobas

em confinamento, mostrando sua melhor viabilidade econômica em relação a

dietas com silagem de milho com níveis médio e baixo de energia, demonstrando

assim a importância de se produzir uma silagem de alta qualidade. Vale ressaltar

que os custos operacionais para produção de silagem independem da sua

qualidade, são os mesmos (Tabela 4).

Tabela 4 - Composição e preços dos alimentos Composição** e preço dos alimentos concentrados

Ingredientes MS (%)

NDT (% da MS)

PB (% da MS)

Degr. PB (% da MS)

PDR (% da MS)

Ca (% MS)

P (% MS)

Preço * (R$/kg)

Silagem de capim tropical 22,00 54,00 8,00 65,00 5,20 0,56 0,42 0,042 Silagem de sorgo 30,00 60,00 7,50 75,00 5,63 0,35 0,21 0,054 Cana-de-açúcar 30,00 58,00 2,50 65,00 1,63 0,23 0,06 0,032 Silagem de milho (baixa energia) 33,00 55,00 7,00 75,00 5,25 0,31 0,22 0,060 Silagem de milho (média energia)

33,00 62,00 7,00 75,00 5,25 0,31 0,22 0,060

Silagem de milho (alta energia) 33,00 69,00 7,00 75,00 5,25 0,31 0,22 0,060 Composição** e preço dos alimentos concentrados

Milho, grão 88,00 85,00 9,50 45,00 4,28 0,03 0,30 0,292 Algodão, farelo 91,00 68,50 31,00 56,00 17,36 0,22 0,76 0,230 Uréia + sulfato de amônio* 99,00 0,00 260,00 80,00 208,00 0,00 0,00 1,075 Suplemento mineral 100,00 0,00 0,00 0,00 0,00 12,00 8,00 0,900 Polpa cítrica 91,00 79,00 6,50 65,00 4,23 1,90 0,12 0,175 * Dados obtidos da Scot consultoria (Setembro/2005) ** Dados adaptados do NRC (1996)

Tabela 5 - Comparação entre dietas com silagens de milho com qualidade variável (teores de energia).

Silagem de milho

Baixo Médio Alto Volumoso (kg/animal/dia) 9,553 13,556 19,543 Concentrado (kg/animal/dia) Polpa Cítrica 4,890 3,353 1,012 Farelo de Algodão 1,908 2,006 2,201 Uréia 0,065 0,053 0,030 Mistura Mineral 0,057 0,057 0,057 Total 6,920 5,470 3,300 Relação volumoso:concentrado 34:66 48:52 68:32

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PVE (kg) 400 400 400 PVE (@) 13,33 13,33 13,33 Custo cabeça comprada (R$/cab) 666,50 666,50 666,50 GPD (g/dia) 0,980 0,986 1,042 PVS (kg) 498,00 498,60 504,2 PVS (@) 17,93 17,95 18,15 Tempo confinado (dias) 100 100 100 Custo dia (R$/animal/dia) 1,99 1,97 1,94 Custo total (R$) 199,00 197,00 194,00 @ ganha 4,60 4,62 4,82 Rendimento de carcaça (%) 54 54 54 Custo do ganho (R$/@)* 43,26 42,64 40,25 Preço da @ vendida (R$) 50,00 50,00 50,00 Recebido por cabeça vendida (R$) 896,50 897,50 907,50 Lucro total (R$) 31,00 34,00 47,00 Lucro Confinamento (R$) 31,00 34,00 47,00 PVE - Peso Vivo de Entrada; 1@ = 30 kg = R$ 50,00 para animais zebuínos. PVS - Peso Vivo de Saída; GPD - Ganho de Peso Diário. *Somente ingredientes da ração.

Por outro lado, quando foram simuladas dietas contendo diferentes

volumosos suplementares para bovinos, com as mesmas características citadas

acima, verificou-se que o menor custo por ganho em arrobas foi quando se utilizou

a cana-de-açúcar nas dietas, seguida pela silagem de sorgo, de milho e de capim

tropical (Tabela 6).

Tabela 6 - Comparação entre dietas com diferentes volumosos

Volumosos

Silagem de milho**

Silagem de sorgo

Silagem de capim

Cana-de-açúcar

Volumoso (kg/animal/dia) 13,556 13,454 17,114 12,533 Concentrado (kg/animal/dia) Milho Grão Moído 0,000 0,000 1,963 1,368 Polpa Cítrica 3,353 3,898 4,083 3,015 Farelo de Algodão 2,006 1,943 0,000 1,707 Uréia 0,053 0,51 0,197 0,142 Mistura Mineral 0,057 0,058 0,057 0,058 Total 5,470 6,930 6,300 6,290 Relação volumoso:concentrado 34:66 43:57 40:60 40:60 PVE (kg) 400 400 400 400 PVE (@) 13,33 13,33 13,33 13,33 Custo cabeça comprada (R$/cab) 666,50 666,50 666,50 666,50 GPD (g/dia) 0,986 0,983 0,987 0,990 PVS (kg) 498,6 498,3 498,7 499,0 PVS (@) 17,95 17,94 17,95 17,96 Tempo confinado (dias) 100 100 100 100

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Custo dia (R$/animal/dia) 1,97 1,96 2,27 1,93 Custo total (R$) 197,00 196,00 227,00 193,00 @ ganha (@) 4,62 4,61 4,62 4,63 Rendimento de carcaça (%) 54 54 54 54 Custo do ganho (R$/@)* 42,64 42,52 49,13 41,68 Preço da @ vendida (R$) 50,00 50,00 50,00 50,00 Recebido por cabeça vendida (R$) 897,50 897,00 897,50 898,00 Lucro total (R$) 34,00 34,50 4,00 38,50 Lucro Confinamento (R$) 34,00 34,50 4,00 38,50 PVE - Peso Vivo de Entrada; 1@ = 30 kg = R$ 50,00 para animais zebuínos. PVS - Peso Vivo de Saída; GPD - Ganho de Peso Diário. *Somente ingredientes da ração. ** Teor energético médio

Observa-se na Tabela 6, que a menor rentabilidade foi obtida quando se

utilizou a silagem de capim. Tal resultado, provavelmente, foi devido ao alto custo

da silagem (Tabela 4) e do menor aporte de energia fornecida por esta, o que

levou a maior utilização de alimentos energéticos (milho e polpa cítrica) na dieta

refletindo num maior custo por animal por dia.

Dentro deste contexto, a escolha dos alimentos concentrados deve ser

avaliada com critério, principalmente do custo/kg de MS e NDT, possibilitando a

redução do custo do concentrado e conseqüentemente da arroba produzida.

As dietas com elevada proporção de volumosos, normalmente são mais

econômicas para terminação de bovinos de corte em confinamento no Brasil,

tirando maior proveito da habilidade de animais ruminantes para digestão de

fibras. Porém, exige um planejamento do pecuarista no que diz respeito à

qualidade do volumoso e a sua produtividade por área para minimizar o custo de

produção por arroba.

7. Considerações finais

Apesar do seu reconhecido valor como recurso forrageiro para o período de

escassez de pastagens, a cana-de-açúcar ainda está longe de atingir níveis de

utilização compatíveis com o seu potencial. Os sistemas de produção de carne

que requeiram suplementação volumosa podem recorrer à cana e obter

excelentes ganhos de peso por animal e principalmente por área. O que é

absolutamente necessário é que o pecuarista tenha uma visão ampla da ração ou

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dieta utilizada e que a mesma procure atender adequadamente as exigências

nutricionais dos animais, o que garantirá que todas as deficiências da cana sejam

solucionadas. Apesar da qualidade da cana-de-açúcar ser inferior a muitos outros

volumosos, a sua produtividade por área e o seu baixo custo podem trazer ao

pecuarista retornos econômicos satisfatórios quando passamos a avaliar a

produtividade animal não mais individualmente (kg / animal / dia), mas por área

(kg de carne ou leite / hectare).

Na avaliação do custo benefício da utilização das silagens de capins e

cana-de-açúcar é de suma importância observar os custos do concentrado, pois

em função do valor nutricional, é imprescindível a correção das deficiências

nutricionais deste volumoso. Assim, os resultados estão diretamente relacionados

ao custo da silagem e dos ingredientes utilizados na formulação dos

concentrados. Todavia, há que se considerar que para se corrigir a deficiência de

NDT da silagem de capim sempre haverá necessidade de se adicionar uma fonte

energética, e o custo desta prática determinará a eficiência econômica do uso

deste volumoso a despeito do menor custo de produção comparado à silagem de

milho.

Dessa forma, constata-se que antes de se decidir sobre a utilização das

diferentes fontes volumosas, deve-se considerar o beneficio potencial e a possível

relação custo/benefício da utilização das diferentes forrageiras no processo de

ensilagem, considerando sempre o custo do concentrado a ser utilizado.

7. Referências bibliográficas

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