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Notícias 28 Transplantes CBO entrega ambicioso plano para Ministério da Saúde de córneas Identificar os principais problemas en- frentados pelas equipes de captação e transplantes de córnea nos diferen- tes estados brasileiros; Identificar a percepção dos gestores de saúde so- bre o trabalho dos bancos de olhos; Elaborar projeto, promover o reequi- pamento dos bancos de olhos para realização de seu trabalho; Estimular a doação de córneas; Estimular a ca- ptação de córneas; Identificar as ra- zões de um número maior de trans- plantes não ser realizado; e melhorar os índices de aproveitamento do ma- terial captado: estes são os objetivos do plano que o Conselho Brasileiro de Oftalmologia elaborou e, juntamente com a Câmara Técnica de Oftalmolo- gia do Conselho Federal de Medicina, encaminhou para o Sistema Nacional de Transplantes (SNT), órgão do Mi- nistério da Saúde. O objetivo final é estabelecer uma sólida parceria insti- tucional que permita ao País eliminar a médio prazo a fila de pacientes a es- pera de córneas para transplantes em todas as regiões brasileiras. Marco Antônio Rey de Faria, vice-pre- sidente do CBO e coordenador do pro- jeto, afirma que este encontra-se em análise técnica no Sistema de Gestão de Convênios - SICONV - órgão do Mi- nistério do Planejamento. “A parceria entre o CBO e órgãos do Governo Federal não é inédita e, no passado recente, deu ótimos resulta- dos. Logicamente, a análise técnica do convênio a ser firmado exige aten- ção e tempo para evitar problemas le- gais no futuro, mas tenho certeza que dentro de pouco tempo assinaremos os documentos necessários e come- çaremos a trabalhar para zerar a fila de transplantes de córnea no Brasil”, declarou Rey de Faria. Marco Antônio Rey de Faria

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Notícias28

Transplantes

CBO entrega ambicioso plano para Ministério da Saúde

de córneas

Identificar os principais problemas en-frentados pelas equipes de captaçãoe transplantes de córnea nos diferen-tes estados brasileiros; Identificar apercepção dos gestores de saúde so-bre o trabalho dos bancos de olhos;Elaborar projeto, promover o reequi-pamento dos bancos de olhos pararealização de seu trabalho; Estimulara doação de córneas; Estimular a ca-ptação de córneas; Identificar as ra-zões de um número maior de trans-plantes não ser realizado; e melhoraros índices de aproveitamento do ma-terial captado: estes são os objetivosdo plano que o Conselho Brasileiro deOftalmologia elaborou e, juntamentecom a Câmara Técnica de Oftalmolo-gia do Conselho Federal de Medicina,encaminhou para o Sistema Nacional

de Transplantes (SNT), órgão do Mi-nistério da Saúde. O objetivo final éestabelecer uma sólida parceria insti-tucional que permita ao País eliminara médio prazo a fila de pacientes a es-pera de córneas para transplantes emtodas as regiões brasileiras.Marco Antônio Rey de Faria, vice-pre-sidente do CBO e coordenador do pro-jeto, afirma que este encontra-se emanálise técnica no Sistema de Gestãode Convênios - SICONV - órgão do Mi-nistério do Planejamento.“A parceria entre o CBO e órgãos doGoverno Federal não é inédita e, nopassado recente, deu ótimos resulta-dos. Logicamente, a análise técnicado convênio a ser firmado exige aten-ção e tempo para evitar problemas le-gais no futuro, mas tenho certeza quedentro de pouco tempo assinaremosos documentos necessários e come-çaremos a trabalhar para zerar a filade transplantes de córnea no Brasil”,declarou Rey de Faria.

Marco Antônio Rey de Faria

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Síntese do TC Brasil

O projeto entregue ao SNT pelo CBO,denominado Projeto Transplante deCórneas Brasil (TC Brasil) enumera ini-cialmente os pontos positivos e o his-tórico dos transplantes de córnea noBrasil. Assinala que “o Sistema Na-cional de Transplantes é hoje respei-tado na sociedade brasileira, pelospacientes e pela comunidade trans-plantadora. Isto seguramente se deveao esforço que o Ministério da Saúdetem empreendido nessa área, pelaseriedade e transparência com quetem pautado sua atuação na con-dução do SNT e pelo extraordinário

estímulo que tem dado à atividade detransplante.”O mesmo plano registra que graças àparceria firmada entre o Ministério daSaúde e o CBO, foi instituído em se-tembro de 2001, o Programa Nacionalde Implantação de Bancos de Olhosque permitiu a implantação de 30Bancos de Olhos distribuídos em todoo País.Existem hoje no Brasil aproximada-mente 68 equipes responsáveis pelos

Bancos de Olhos em todas as regiõesbrasileiras. São os Bancos de Olhosque gerenciam a captação das cór-neas e tecidos oculares, o que inclui oprocessamento dos tecidos, a avalia-ção em lâmpada de fenda, e o corretoarmazenamento das córneas. De acordo com dados do Ministério daSaúde, a evolução do número detransplantes de córnea realizados noBrasil de 2003 até o primeiro semes-tre de 2009 foi a seguinte:

“Logicamente, as estatísticasescondem um quadro maisdramático, já que é poucoprovável que nos Estadoscomo Acre ou Tocantins nãohaja um único paciente quenecessite de transplantes decórneas, sendo quase certoque esta ausência deve-se àsdeficiências provocadas peladistância e dificuldades deacesso à assistência médica”,esclareceu Marco Antônio Reyde Faria.

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Estado Transplantesrealizados

Fila de espera

Acre 0 0Alagoas 42 297Amapá 0 0Amazonas 44 586Bahia 87 970Ceará 110 1.568Distrito Federal 123 1.222Espírito Santo 56 566Goiás 156 2.753Maranhão 78 475Mato Grosso 85 472Mato Grosso do Sul 88 67Minas Gerais 713 2.911Pará 62 905

Estado Transplantesrealizados

Fila de espera

Paraíba 85 66Paraná 507 1.322Pernambuco 339 1.078Piauí 34 745Rio de Janeiro 45 3.334Rio Grande do Norte 81 376Rio Grande do Sul 242 1.580Rondônia 0 0Roraima 0 0Santa Catarina 177 868São Paulo 2.948 203Sergipe 49 363Tocantins 0 0Total 6.151 22.727

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

7.556 8.394 9.970 10.382 11.417 12.291 12.723

No final de 2009, os vários Estados brasileiros apresentavam o seguinte panorama:

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Notícias30

Câmara Técnica de Oftalmologia

A Câmara Técnica de Oftalmologia,originalmente criada pelo ConselhoFederal de Medicina (CFM) com a fi-nalidade de elaborar resolução sobrelentes de contato, assumiu outras fun-ções e tornou-se permanente dentroda estrutura da autarquia. É formadapelo corregedor do CFM, José Fernan-do Maia Vinagre (coordenador, médi-co pediatra), a conselheira do Conse-lho Regional de Medicina da Bahia,Nedy Maria Branco Cerqueira Neves(coordenadora adjunta, médica oftal-mologista) e pelos médicos oftalmolo-gistas Tânia Mara Cunha Schaeffer,Hamilton Moreira, Marco Antonio Reyde Faria, Marcos Pereira de Ávila,Paulo Augusto Arruda Mello e Elisa-beto Ribeiro Gonçalves, além dos con-vidados Nilo Holzchuh e Paulo RicardoOliveira. De acordo com seu coordenador, a Câ-mara Técnica de Oftalmologia do CFM

vem se destacando no encaminha-mento do Projeto para a eliminação dafila dos pacientes a espera de trans-plantes de córnea do Brasil junto aoMinistério da Saúde.“O contato com o Ministério da Saúdefoi feito através da coordenadora doServiço Nacional de Transplantes (SNT),Rosana Nothen, que compareceu auma reunião da Câmara alertando-nossobre a real situação do transplantede córnea no Brasil. O grupo apresen-tou um projeto contendo diretrizes pa-ra reduzir a fila de transplantes eaguarda orientações do Ministério eda liberação dos recursos neces-sários”, afirmou.Maia Vinagre acredita que, assim queo projeto for efetivado, existe a pers-pectiva de, no prazo de um ano, aten-der os cerca de 20 mil brasileiros queesperam por uma córnea para trans-plante.

José Fernando Maia Vinagre

A Associação Pan-Americana de Bancos deOlhos (APABO) realizou, de 16 a 29 de julho de2010, em São Paulo, o IX Curso Certificado deTreinamento Técnico e Científico em Banco deOlhos no Brasil. O curso, destinado aos profis-sionais médicos e técnicos vinculados aos Ban-cos de Olhos, contou com a participação de re-presentantes de equipes de 13 Estados bra-sileiros: Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Goiás,Maranhão, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco,Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e RioGrande do Sul.

A APABO atua no Brasil desde 1991. Os contatos com a entidade podem ser feitospelo telefone (35) 3421-2186 ou através doemail [email protected]

Participantes do curso

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Responsabilidades compartilhadas

modalidades presencial e a distânciaem todos os Cursos de Especializaçãoem Oftalmologia credenciados pela en-tidade; 4) Capacitar pessoal nos bancos deolhos existentes através de cursos fei-tos sob a responsabilidade do CBO; 5) Estabelecer protocolos para unifor-mização dos procedimentos relaciona-dos com o exame qualitativo da cór-nea; 6) Estabelecer protocolos de controlespré e pós-operatório capazes de ajudarno acompanhamento e retroalimenta-ção de dados; 7) Intermediar junto aos gestores em to-do o Brasil, utilizando a força dos oftal-mologistas locais e do próprio CBO, acriação de novas equipes de captaçãonos bancos de olhos existentes e equi-pes transplantadoras em hospitais 24horas; 8) Identificar meios de sensibilizar a so-ciedade; Desenvolver material gráfico edigital a ser utilizado no projeto repas-sando-o ao Ministério da Saúde paraaprovação e execução:9) Visitar e realizar pesquisa de camponos 68 bancos de olhos de todo Brasilpara efetivar o levantamento de proble-mas existentes e das soluções pos-síveis.

“Nosso plano é bastante ambicioso. Noano passado tivemos vários entendi-mentos com o Ministério da Saúde, masapesar da boa vontade existente dosdois lados, verificamos que para eli-minar a fila dos transplantes de córneano Brasil é necessário um trabalho maislocalizado, com atenção maior aos Esta-dos e às diferentes regiões deste paíscontinente e por isto o CBO, com aajuda do CFM, elaborou o TC Brasil que,temos certeza, começará a dar resulta-dos em breve”, concluiu o vice-presiden-te do CBO, Marco Antônio Rey de Faria.

Saúde. Dentre estes motivos considera-se a qualidade ruim do tecido captado,por deterioração após o tempo de cap-tação, técnica de captação e preserva-ção incorretas e possíveis erros na con-tabilização de documentos referentes acaptações que podem refletir a capta-ção de córneas que de fato não ocor-reram. O vice-presidente do CBO ressalta que oresultado dos esforços e do empenho dacomunidade oftalmológica transplanta-dora, do SUS e do CBO têm sido ani-madores, embora ainda reste muito aser feito. “Temos grande capacidade instalada,com serviços e hospitais amplamentehabilitados a realizar transplantes, ca-pazes de aumentar em muito o númerode cirurgias. Para que isto ocorra, no en-tanto e para que se reduza o tempo deespera em lista é necessária a amplia-ção do volume de doações e melhoraproveitamento das córneas captadas.É nossa obrigação, como cidadãos zerar,ou ao menos reduzir em muito, o tempode espera por córneas existente hoje noBrasil”, declarou.O TC Brasil tem como meta aumentar onúmero de transplantes de córneas em50% oito meses após início de suaefetiva implantação. O Ministério daSaúde será responsável pelo repassedos recursos financeiros e pela nomea-ção de equipe para trabalhar em con-junto com o CBO.O Conselho Brasileiro de Oftalmologia,por sua vez se encarregará da contra-tação, coordenação e remuneração deequipes para realização dos objetivosque terão tarefas específicas: 1) Reunir informações relevantes sobreo transplante de córneas e sobre o tra-balho desenvolvido pelos bancos; 2) Realizar seminários regionais com osBancos de Olhos, para identificar pro-blemas e possíveis soluções; 3) Desenvolver um curso de formaçãotécnica (captação, preservação e avalia-ção das córneas) a ser oferecido nas

O TC Brasil enumera as seguin-tes dificuldades a serem su-peradas:

• Falta de recursos financeiros paraadequação dos espaços físicos dos Ban-cos de Olhos (que são obrigados a fun-cionar dentro de hospitais, o que causarestrições a sua autonomia gerencial),compra de equipamentos, de materiaisde consumo e de meios de preservação; • Insuficiência de recursos humanospara estabelecimento de sistema detransporte e comunicação dos Bancosde Olhos com atendimento 24 horas; • Falta de orientação específica sobre oprocesso de doação de córneas por par-te de alguns bancos de olhos, sendo ne-cessária a uniformização do processode obtenção de doadores, captação ecomunicação com as Centrais de Notifi-cação, Captação e Distribuição de Ór-gãos (CNCDO), que frequentemente di-recionam esforços para a obtenção dedoadores de múltiplos órgãos, atuandocom as mortes encefálicas; e deixam dese mobilizar para a obtenção de doa-dores de córnea nos casos de paradacardiorrespiratória;• Limitação ao critério cronológico deuma lista única em relação a tecidos.No caso dos transplantes de córneas,poderiam ser levadas em consideraçãooutras variáveis, como patologia que e-xige o transplante e o nível de limitaçãoque ela causa. Com a evolução do nú-mero de transplantes de córnea no país,esse critério poderia ser revisto;• Raridade de campanhas de consci-entização, de incentivo, e de orienta-ção sobre a doação de córnea, o queexplica porque, segundo dados da As-sociação Brasileira de Transplantes deÓrgãos (ABTO), apenas cerca de 20%das abordagens para doação de órgãosresultam em doações efetivas.Outros problemas relacionam-se ao nãoaproveitamento de córneas captadaspor diversos motivos, em dados preli-minares levantados pelo Ministério da

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Notícias34

A situação no Estado do Amazonas

Estudos mostram que ocorre falta dedoadores em todo país e vários são osfatores envolvidos, entre os quais sedestacam a falta de abordagem dosfamiliares de doadores pela equipe desaúde e a desinformação da popula-ção sobre o processo doação-trans-plante (ISSAHO, D. et al., 2009). Taisdados assemelham-se aos do Estadodo Amazonas, onde menos de 20%dos familiares de falecidos são entre-vistados e, até o momento, das 736córneas doadas para o Banco deOlhos do Amazonas apenas 3% resul-taram de ligações de Hospitais en-quanto que 97% resultam da buscaativa de óbitos pela equipe do BOA noIML e nos necrotérios. Estes númerosmostram a falta de envolvimento ativodos profissionais da área da saúde noprocesso de notificação de potenciaisdoadores, bem como o desconheci-mento da população sobre o processode doação de córneas.

Acrescida a estas limitações, aindaexiste a resistência dos familiares àdoação de córnea decorrente de me-dos e mitos que envolvem o processoda doação, como a concepção erradade que doar córneas muda a apa-rência do doador.

A integração entre os meios de co-municação e os profissionais da áreade saúde é indispensável para faci-litar o acesso dos bancos de olhos aosfamiliares dos potenciais doadores,sensibilizando-os quanto à neces-sidade da doação de córneas. Os pro-fissionais da área da saúde devemestar bem informados e sensibilizadosquanto ao processo doação-trans-plante, para conseguirem sensibilizaros familiares de doadores e informar

suas atividades em junho de 2004. Ascirurgias são realizadas através doSUS e os pacientes não precisam des-locar-se para tratamento fora do Es-tado. Entretanto, o número de doa-dores ainda é insuficiente.

O BOA funciona em regime de 24horas nas instalações da FundaçãoHospital Adriano Jorge e no IML (Ins-tituto Médico Legal) do Estado. A uni-dade possui materiais de qualidade,equipamentos de ponta e conta comtécnicos, enfermeiros e médicos es-pecializados. É no Banco de Olhos queas córneas doadas são rigorosamenteavaliadas e preservadas para que ospacientes recebam tecidos de altaqualidade.

Em 6 anos de existência o BOA re-cebeu 746 córneas e graças a isto 500pessoas voltaram a enxergar. A fila detransplantes do Amazonas é calculadaem 480 pessoas, que ainda aguardampara resgatar a visão.

No Brasil, a implantação deBanco de Olhos começou hámais de meio século. Porém,

foi a partir da década de 1990 que asatividades destas instituições come-çaram a ser profissionalizadas e me-lhores resultados foram obtidos emalgumas regiões do País.

Em setembro de 2001, foi criado o Sis-tema Nacional de Transplantes - SNTe com ele o Programa Nacional de Im-plantação/Implementação de Bancode Olhos, que contou com a colabo-ração do Conselho Brasileiro de Oftal-mologia. O programa teve o objetivode oferecer condições para aimplantação de 30 Bancos de Olhos aserem distribuídos em locais estra-tégicos do território nacional, comoforma de viabilizar e estimular a am-pliação da captação de córneas paratransplante, garantir adequadas con-dições técnicas e de segurança para acaptação e ampliar o número de trans-plantes de córnea no Brasil.

O Banco de Olhos do Amazonas (BOA)foi uma das instituições surgidas emconsequência deste Programa Nacio-nal, por meio de um convênio firmadoentre o Ministério da Saúde e a Se-cretaria de Estado da Saúde do Ama-zonas (www.saude.am.gov.br). Iniciou

(*) Cristina Maria Bittencourt Garrido

Cristina Maria Bittencourt Garrido

Em 6 anos deexistência o BOArecebeu 746 córnease graças a isto 500pessoas voltaram aenxergar. A fila detransplantes doAmazonas écalculada em 480pessoas, que aindaaguardam pararesgatar a visão.

(*) Cristina Maria Bittencourt Garrido, médica oftalmologista, diretora do Banco de Olhos do Amazonas

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os óbitos ao Banco de Olhos do Amazonas ou à Centralde Transplantes para que a Equipe treinada possa en-trevistar os familiares dos doadores em potencial.

No Amazonas, sempre que são realizadas campanhas dedivulgação sobre doação de córneas, elas aumentamconsideravelmente e grande número de pessoas saem dalista de espera e voltam a enxergar.

Instalações

Equipe do Banco de Olhos do Amazonas

Notícias35Acesse: www.cbo.com.br

Este ano, o BOA está tendo grande apoio da imprensa local e o número de doações tem crescido. A divulgaçãotem alguns eixos que são constantemente repetidos e reforçados. São eles:

• Para ser doador é muito fá-cil! Basta manifestar aosseus familiares, em vida, asua vontade de doar, poissão eles que vão responderpor você após sua morte.Eles é que assinarão o termode autorização permitindo aretirada de suas córneas;

• Não é necessário que estavontade esteja expressa nacarteira de identidade ou demotorista, nem registrada emcartório;

• Acima de 2 anos de idadequalquer pessoa pode serdoadora, sem limite máximode idade;

• A retirada das córneas érápida (15 minutos) porémdeve ser feita até 6 horasapós o óbito;

• Não há mudança na apa-rência do doador e nem san-gramentos;

• Com um único gesto dadoação você permite que pe-lo menos duas pessoas vol-tem a enxergar.“Ficou fácil fazer o outro ver,basta doar, basta querer...”

Prédio onde funciona o BOA

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A sede do CBO em destaque

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está sendo objeto de um“boom” imobiliário degrandes proporções. Le-vantamentos especiali-

zados indicam que estão sendo cons-truídos mais de 50 empreendimentoscomerciais, numa atividade inces-sante que resulta na mudança radicaldo perfil da região e na valorizaçãoconstante dos imóveis nela situados.“A mudança da sede revela-se, a cadadia, uma decisão mais acertada. Mui-tos pensaram que seria mais prudentemanter a sede na região da AvenidaPaulista, mas os levantamentos quetemos feito revelam que na Vila Olím-pia a valorização está sendo mais rá-pida e mais consistente, chegando emcertos casos a 1.000%, o que resultano aumento da garantia e do patri-mônio da entidade de todos os médi-cos oftalmologistas do Brasil”, con-cluiu o secretário geral, Nilo Holzchuh.

A sede do Conselho Brasileiro deOftalmologia foi objeto de uma repor-tagem na revista de arquitetura Vida& Estilo Breton Actual, na edição demarço de 2010. Na matéria, as arqui-tetas Thais Venturelli e Fernanda Mei,responsáveis pelo projeto de dispo-sição e mobiliário do espaço, ressaltamque o grande desafio para a realiza-ção da obra foi conciliar a presença datecnologia e com a presença do pas-sado e da tradição que guarda a ins-tituição com quase 70 anos de exis-tência.Analisando cada aspecto da nova se-de, as profissionais terminam afir-mando que “projetar um novo espaçopara o Conselho Brasileiro de Oftal-mologia, sem dúvida, é uma granderesponsabilidade, já que “repagina-ram todo um ambiente sem descara-cterizar sua principal marca: a credibi-lidade pelo tempo de existência”.A matéria pode ser lida na página 56do site:http://www.breton.com.br/SITE2008/NBI/tec/ema/web/default.asp?id=5

Garantia e valorização dopatrimônio do CBO

Para o secretário geral do CBO, NiloHolzchuh, a atual sede do CBO, inau-gurada em novembro de2009, realmente merece serdestacada em publicaçõesespecializadas de arquiteturae decoração. Durante seuplanejamento e execução, to-dos os detalhes foram dis-cutidos e pensados para po-tencializar ao máximo a funciona-lidade da sede, sua beleza, ergonomiae a função de cada espaço.“Todos os que visitam nossa sede, equeremos que os médicos oftalmolo-gistas de todo o Brasil façam isto,podem comprovar sua funcionalidade,beleza, sofisticação e, ao mesmo tem-po, a clareza e a simplicidade com queos diferentes espaços foram traba-lhados. Sem dúvida nenhuma, a se-deé a “cara” do CBO, ao aliar moder-nidade e tradição”, afirmou Holzchuh.O secretário geral da entidade res-salta também que a região da cidadede São Paulo na qual a sede do CBOestá inserida, o bairro da Vila Olímpia,

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Participação da Oftalmologia no Projeto Diretrizes

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Representantes do CBO no Projeto Diretrizes

Augusto Paranhos Júnior(coordenador)

Adriano Biondi Monteiro CarneiroCatarata

Eduardo Sone SorianoCatarata

Paulo Augusto de Arruda Mello FilhoRetinopatia diabética

Andréa Araújo Zin Retinopatia da prematuridade

Fausto Uno Retinopatia da prematuridade

Flávio Rocha Lima ParanhosDegeneração macular relacionada a idade

Rodrigo Luz Meirelles Degeneração macular relacionada a idade

Rogério Alves Costa Degeneração macular relacionada a idade

Christiane Rolim de Moura Glaucoma primário de ângulo aberto

Felício Aristóteles da Silva Glaucoma primário de ângulo aberto

Jair Giampani Júnior Glaucoma de ângulo fechado

Tiago dos Santos Prata Glaucoma de ângulo fechado

Fabio Nishimura KanadaniGlaucoma de ângulo fechado

Foi desta forma que Augusto Para-nhos Júnior definiu o trabalho de umgrupo de médicos oftalmologistas porele coordenado que está elaborandoprotocolos para a execução de pro-cedimentos médico-oftalmológicos.Este grupo representa o CBO no Pro-jeto Diretrizes, da Associação Médi-ca Brasileira (AMB) e do Conselho Fe-deral de Medicina (CFM) em parceriacom a Agencia Nacional de Saúde Su-plementar (ANS), que tem o propósitode elaborar e atualizar protocolo deexecução dos procedimentos médicoscom base nos princípios da MedicinaBaseada em Evidências.O grupo concentra o trabalho no es-tabelecimento de protocolos relacio-nados com procedimentos de catara-ta, glaucoma e retina. Já participou deoficinas de esclarecimento e de ori-entação sobre a forma de conduzir o

trabalho, ministradas pela AMB epretende terminar o trabalho até no-vembro próximo.Paranhos Júnior afirma que a medi-cina vem evoluindo técnica e cientifi-camente de forma muito rápida, masque o objetivo continua sendo o cui-dado do paciente. Com o progressocientífico, o médico se vê colocadocontinuamente diante de desafios decomo tratar melhor o seu pacientecom os meios que dispõe. Para au-xiliar o médico a vencer esses de-safios, a AMB e o CFM desenca-dearam o processo para elaboraçãode Diretrizes Médicas baseadas emevidências científicas disponíveis naatualidade, contando com a parceriadas Sociedades de Especialidade.Atualmente, já existem aproxima-damente 300 diretrizes abrangendovárias áreas da medicina.

Augusto Paranhos Júnior

Notícias

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39Acesse: www.cbo2010.com.br

Em 16 de julho, o Conselho de Diretrizes e Gestão (CDG) do ConselhoBrasileiro de Oftalmologia realizou reunião com a diretoria da entidade econvidados para discutir e deliberar sobre inúmeras questões relacio-nadas com as atividades do CBO. Entre os pontos discutidos, destacaram-se a situação dos cursos de es-pecialização em oftalmologia credenciados e os critérios para creden-ciamento de novas instituições, modificações a serem implantadas noscongressos promovidos pelo CBO, atuação doCBO-Jovem, aprimoramento da Prova Nacional deOftalmologia e do ensino da especialidade, oDepartamento Jurídico e as relações do CBO comas instituições governamentais, em especial com aAgência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)

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